faça as pazes com o dinheiro

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Todos fizeram o trajeto inverso, agradando antes aos pobres para só depois seduzir os ricos. Esses nomes se consagraram por ter enxergado, já no século passado, o potencial de consumo dos mais modestos. Hoje, a geração de “novos” clientes obriga os barões dos bens e serviços a se render ao poder dos assalariados. Profissionais de pesquisa, marketing, publicidade e comportamento se debruçam sobre dados, números, gráficos e indicadores, tentando decifrar a força da baixa renda. A diferença, e não a mudança, é que, a exemplo de muitos preconceitos sociais e culturais, o que está em queda agora é o preconceito econômico. Sem preconceito econômico, do ponto de vista do consumo, a baixa renda ou a “nova classe média” vem se tornando tão ou mais desejável que a “velha classe média”. Que assim seja, desde que conhecimentos monetários, semelhantes e afins estejam ao alcance de todos, sob todos os cuidados. Todos os cuidados são fundamentais porque a oferta de crédito no Brasil é inédita, sedutora e traiçoeira. Existem recursos irresistivelmente à disposição de jovens universitários e exclusivamente à disposição de idosos aposentados. Há oportunidades até para gente “negativada” ou desempregada – quando se dispensa comprovante de renda, de residência ou mesmo de identidade. Tantas facilidades e possibilidades de financiamento – ou endividamento – precisam de doses de equilíbrio e contrapartidas de precaução. Não é por acaso que jornalistas ou economistas com habilidade para traduzir o economês estão dando expedientes em jornais e portais, rádios e TVs, jornais e rádios, portais e TVs. Miriam Leitão, Mara Luquet, Flávia Oliveira, Luís Carlos Ewald e Carlos Alberto Sardenberg despontam em programas ou telejornais do Grupo Globo, justamente porque a rede campeã de audiência percebeu cedo as carências e as necessidades do novo mercado consumidor – depois de longo intervalo de privações. Esses e outros profissionais estão instruindo a nova nação de figurantes, promovidos a estreantes em busca de desafios, aventuras e histórias de consumo. Neste livro, eu venho oferecer minha contribuição para ajudar no possível final feliz – ou, pelo menos, no possível bom começo! Saúde para sempre, sucesso como nunca... merecemos! (A.C.)

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