HISTORIA UNIVERSAL DE LOS TERRAMOTOS

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HISTORIA UNIVERSAL DOS TERREMOTOS workinprogress Leticia Ramos


HISTORIA UNIVERSAL DE LOS TERREMOTOS / UNIVERSAL HISTORY OF EARTHQUAKES 2016

A partir de uma pesquisa hitorica e imagetica sobre o grande sismo que destruiu a cidade de Lisboa em 1755. assim como de tecnicas científicas de medição de sismo, e do de movimento dei inicio a uma pesquisa inédita que pretende misturar fotografia e escultura para falar de RUPTURA E MOVIMENTO . O conjunto de imagens apresentadas a seguir , fazem parte de uma série de experimentos fotograficos que realizei em LIsboa em ocasião da viagem de exploratória dos documentos, das imagens e da historia do terramoto . As imagens forma criadas a partir de microfilmes estroboscopicas de uma modelo de gaiola pombalina e na criação de um cenario referência ao imaginario da mágica eocultismo . O projeto, ainda em processo de produção e pesquisa é financiado pela Bolsa de Artes da Fundación Botín (Espanha) .



Estudos em MIcrofilme para ”História Universal de los Terremotos” / Studies for “Universal History of Earthquakes” 2016

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Estudos para ”História Universal de los Terremotos” / Studies for “Universal History of Earthquakes” 2016


Estudos em MIcrofilme para ”História Universal de los Terremotos” / Studies for “Universal History of Earthquakes” 2016


Estudos em MIcrofilme para ”História Universal de los Terremotos” / Studies for “Universal History of Earthquakes” 2016


Estudos em MIcrofilme para ”História Universal de los Terremotos” / Studies for “Universal History of Earthquakes” 2016




HISTORIA

UNIVERSAL DOS TERREMOTOS

Primeiro Movimento * Um terremoto é provocado por pressão por fricção por a terra na caber mais nela mesma, uma tabula rasa para o caos e para ordem. Abril de 2016. São 7 horas da manhã. Acordo com os vidros da janela ao lado da minha cama tremendo. O lustre pendurado pendendo de um lado para o outro. A parede divisória do quarto também treme. Observo sem reação estes pequenos cinco segundo de tremor. Estou a dois meses fazendo pesquisa para uma projeto de arte que se inspira no terremoto de 1775. Na verdade, não só um terremoto, mas também um tsunami seguido um grande incêndio que destruiu a cidade de Lisboa. Nunca vou saber com precisão o quanto a história deste terremoto ecoa no mundo. Há uma enorme chance de ou eu ser didática ou criar uma grande lacuna de entendimento do contexto. É bastante complexo trazer este episódio para o meu trabalho de arte. O que seria congelar o momento de queda de objetos do terremoto, dividi-lo em frações de segundo para poder registrar e observar de forma ampliada esta trajetória mínima? Tenho imaginado algo suspenso no espaço e tempo. Galhos de uma arvore em frente vibram junto com a janela da pequena adega e os cabos presos nas fachada do edifício. O que eu faria se realmente fosse um sismo e não o elétrico que passa? Falar sobre terremotos futuros em Portugal em geral tem soado como um idéia velha e conservadora, uma abordagem sensacionalista ou até mesmo mau agouro. Mas não é uma coisa, nem outra. “Que seja o que Deus quiser “ volta a ser dito agora pelas suas ruas claras. O Sr. Marquês do Pombal , teve a possibilidade de escolher entre três propostas para a reconstrução da cidade de Lisboa; A primeira, recuperar a antiga cidade criando uma espécie de nova Lisboa idêntica; a segunda, reconstruir Lisboa em outro terreno não afetado pelo sismo e manter as ruínas da cidade antiga; e a ultima, reconstruir uma nova Lisboa no mesmo lugar mas sob novos traçados. Desço do elétrico e me dirijo a uma loja Chinesa. Quero um relógio para usar o motor na construção de um sismógrafo caseiro que pretendia fazer e ainda não fiz. Estou mais concentrada nos experimentos em torno da estrutura anti-sismo e da gaiola pombalina. A forma em X desenhada por Manuel da Maia, torna as estruturas mais elásticas e os edifícios mais flexíveis e resistentes. Maior flexibilidade, maior resistência, menor ruptura. Enquanto a família real se abrigava dos percalços da tragédia na Real Barraca, Da Maia concretizava o ultimo plano : Projetar a cidade sobre novos traçados iluministas. As ruas agora seriam claras, largas, organizadas


e iluminadas dando lugar aos escuros becos da cidade medieval. Com a lâmpada estroboscópica em diferentes velocidades, aplico movimentos laterais na pequena maquete pombalina de madeira. Escureci todo o estúdio para poder abrigar uma micro filmadora planetária. Sob o efeito desta técnica estas pequenas estruturas se rompem, se transformam, aparecem e desaparecem de acordo com a trajetória da luz. Estas fotografias feitas a partir de microfilme são espécies de radiogramas fantasmagóricos, imagens formalmente abstratas que registram a trajetória do movimento da gaiola. Um terremoto pode mudar o eixo da terra. De pé agarrada ao poste dentro do elétrico tento equilibrar minhas sacolas , casacos e agasalhos do inverno. As laços para agarrar-se perto do teto também movimentam-se de um lado para o outro. Desnecessária para as dezenas de turistas enlatados no seu interior. Turismo, este sim é o grande segundo terremoto desta cidade. E este não é “o melhor dos mundos possíveis”. Três homens já conhecidos, movem-se suspeitosamente pelo trem, interrompendo passagem enquanto alguns observam meticulosamente suas possibilidades de ação. Bolsas, bolsos, carteiras provavelmente cheias preparadas para gastar na diversidade de suvenir chineses da baixa pombalina. De colina em colina esta “cápsula “ turística passa por todos os cartões postais da cidade e pelos principais pontos narrados da minha historia. No bolso , com cuidado, levo a minha mais recente microfilmagem; uma investigação ainda incriptada de todas as coisa. Quadrados, linhas e pontos marcas as faixas brancas deixadas pelas estruturas solidas fotografadas. Vejo o terremoto como uma forma abstrata, lindos fechos de luz perdidos no espaço profundo e negro. Espécie de condição ideal para a de uma estrutura isolada, ainda sem historia e sem contexto. Não se pode prever um terremoto.

Trecho da crônica , “Historia universal dos Terremotos” . Parte do Livro de artista de Letícia Ramos , ganhador da Bolsa de criação artística da Fundação Botim , Espanha


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LETÍCIA RAMOS (Santo Antônio da Patrulha, Brazil, 1976) Seu foco de investigação artística é a criação de aparatos fotográficos próprios para a captação e reconstrução do movimento, e sua apresentação em vídeo, fotografia e instalação. Com especial interesse pela ciência da ficção, em suas séries como ERBF, Bitácora e Vostok, desenvolve complexos romances geográficos. O acaso, a experimentação com o fotográfico e o processo artistico são direções presentes no seu trabalho. Suas obras já foram expostas em espaços artísticos como Tate Modern, Centro de Arte Pivô, Itaú Cultural, Centro Cultural São Paulo, Parque Lage, Museu Coleção Berardo, Instituto Tomie Ohtake e CAPC- Musée d’art contemporain (Bordeaux). Foi ganhadora de importantes prêmios, residências artísticas e bolsas de produção artística, entre eles, o Prêmio Marc Ferréz para o desenvolvimento do projeto “Bitácora” (2011/2012). Como resultado desta pesquisa, publicou o livro de artista “Cuaderno de Bitácora” e participou da residência The Artic Circle (2011) a bordo de um veleiro rumo ao Pólo Norte. O trabalho fotográfico produzido durante a expedição foi vencedor do Prêmio Brasil Fotografia – pesquisas contemporâneas (2012). Em 2013 participou do programa “Islan Session“ da 9º Bienal do Mercosul. Neste mesmo ano, desenvolveu o projeto [VOSTOK] - uma viagem ficcional a um lago pré-histórico submerso na Antártida. O projeto resultou em uma publicação virtual, filme 35mm, livro e LP, e uma performance inédita que foi apresentada durante a edição do Festival Videobrasil em 2015. Em 2014, foi contemplada pela Bolsa de Fotografia do Instituto Moreira Salles onde desenvolveu a pesquisa “MICROFILME” e foi ganhadora do prêmio internacional de fotografia Bes Photo. Recebeu o Prêmio Videoarte da Fundação Joaquim Nabuco para o desenvolvimento do projeto inédito GRÃO. Recentemente recebeu a Bolsa de Artes da Fundación Botin (Espanha) para o desenvolvimento do projeto “Historia Universal de Los Terremotos“ e foi uma das artistas finalizadas do prêmio PIPA 2015 tendo sido indicada novamente para o PIPA 2016. Tem obras nas coleções do MAM - Museu de Arte Moderna de São Paulo, do MAM - Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, no Itaú Culltural, na Fundação Joaquim Nabuco, na Fundação Vera Chaves Barcellos, no MAC - Museu de Arte Contemporância do Rio Grande do Sul, no Instituto Moreira Salles , na Associação Cultural Videobrasil e no Nouveau Musée National de Monaco.


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