Críticos-Cineastas

Page 70

ca, do debate, da discussão produtiva”. Apesar de já estar estabelecido dentro de um grande veículo de comunicação, a Contracampo foi fundamental para ele expressar algo que era muito frustrante em sua carreira. “A decisão de dar aulas e fazer filmes tem muito a ver com essa entrada na Contracampo. Foi ali que eu vi que tinha gente que escrevia e fazia filmes. 'Então pode?' Comecei a perder um pouco do pudor porque eu era muito separatista do tipo 'eu sou crítico logo não posso fazer filmes'. Hoje eu não vejo mais incompatibilidade nenhuma”. Já a Cinética não é um grupo de amigos, afirma Cléber. “Nela, há pessoas que são amigas independente da existência da revista, mas não é amizade acima de tudo”. Comparando ao momento de crise da Contracampo, ele diz que na atual revista nunca houve quebra de relação, tiroteios ou brigas. “Eu acho que mesmo com todos os problemas é inevitável não pensar que as pessoas precisam trabalhar para ganhar a vida, assim não se dedicam o tanto que querem para escrever onde não se paga. Mesmo com todas essas limitações, a revista tem uma vida”. Há quatro anos, a Cinética é atualizada com frequência. Desde o início, tem um corpo fixo de redatores, além das novas pessoas que entraram ao longo dos anos. “Eu não sou muito autopropagandista da Cinética, aliás, acho que ela virou um mito de 'lugar onde se lêem as melhores críticas'. Mas não podemos ignorar de que há nela uma pulsação, um dinamismo em acompanhar o cinema”. A Contracampo, que preparava edições mensais, depois da crise, faz uma edição a cada quatro meses. Assim, perderam o acompanhamento do cinema brasileiro, que na Cinética é muito forte, com coberturas de todos os festivais Letícia Mendes | 69


Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.