VOLUME 13 - POESIA MARANHENSE/LUDOVICENSE: OS POETAS ESQUECIDOS - 1960 - 1972

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VOLUME 13 POESIA MARANHENSE/LUDOVICENSE: OS POETAS ESQUECIDOS –1960 - 1972 LEOPOLDO GIL DULCIO VAZ SÃO LUIS – MARANHÃO 2024

POESIA MARANHENSE/LUDOVICENSE: OS POETAS ESQUECIDOS –

1960 - 1972

LEOPOLDO GIL DULCIO VAZ

Academia Ludovicense de Letras Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão Academia Poética Brasileira Centro Esportivo Virtual

Professor de Educação Física IF-MA(aposentado); Mestre em Ciência da Informação

Primeiro, gostaria de esclarecer que não sou escritor, nem poeta, nem historiador... sou um Professor de Educação Física, com Especialização em Lazer e Recreação, e Mestre em Ciência da Informação1. Trabalho com a disseminação da informação! Desde o início da década de 1980, com a construção de um “centro referencial” – informação sobre a informação...

Tomando por base o CEV - Centro Esportivo Virtual, www.cev.org.br - onde optou-se por trabalhar a informação enquanto saber, ao mesmo tempo representacional e performático, cujo ciclo de vida sofre as seguintes metamorfoses: percepção, pensamento, registro, circulação, acesso, decodificação, pensamento, uso (SCHNEIDER, 2013) 2 . Para esse autor, caberia à Ciência da Informação estudar e gerenciar esse ciclo, minimizando seu potencial entrópico, tecendo a crítica e propondo soluções para os problemas relacionados à qualidade, ao uso, à restrição, à circulação e ao acesso, o que envolve questões de ordem política, econômica, técnica e cognitiva:

Por essa via, chegamos a uma conclusão um tanto surpreendente: a “informação”, em si mesma, não seria o principal objeto da CI, e sim a OS [organização dos saberes] 3, enquanto conjunto de práticas e teorias voltadas à produção, gestão e crítica da “metainformação” [4], da informação sobre a informação. (SCHNEIDER, 2013, p.60)5 .

Complicado? Nem tanto... Vamos à prática: desde 2004 integrei-me a uma rede de pesquisa proposta por Lamartine Pereira da Costa6, na construção do Atlas do Esporte no Brasil – atlas do esporte no brasil (cev) –e que se seguiu aoAtlas do Esporte no Maranhão - atlas do esporte do maranhão (cev) .

Ao se buscar os lugares da memória, entendemos que podem ser considerados como movimentos que têm por função evitar que o presente se transforme num processo do esquecimento e da perda de identidades:

[...] não existe memória espontânea, ressalta, ainda, a necessidade dos homens de alimentarem a história com os resquícios do passado, de organizarem e manterem os referidos lugares de memória. Pois, tanto a História como a memória, têm essência comum: são antídotos do

1 A Ciência da informação é um campo interdisciplinar principalmente preocupado com a análise, coleta, classificação, manipulação, armazenamento, recuperação e disseminação da informação. Ou seja, esta ciência estuda ainformaçãodesde a sua gênese até o processo de transformação de dadosemconhecimento. Alguns profissionais afirmam que a Ciência da Informação pode ser dividida em seis correntes teóricas[2]. Elas são: (1) Estudos de natureza matemática(incluindo a recuperação da informação e a bibliometria); (2) Teoria sistêmica (origem em princípios da biologia); (3) Teoria crítica (fundamentam-se principalmente nas humanidades – particularmente na filosofia e na história); (4) Teorias de classificação e representação; (5) Estudos em produção ecomunicação científica; (6)Estudos de usuários (seu objetivo era o de mapear características de determinada população para planejar as informações mais adequadas a serem oferecidas com fins de educaçãoesocialização).https://pt.wikipedia.org/wiki/Ci%C3%AAncia_da_informa%C3%A7%C3%A3o

2 SCHNEIDER, Marcos. ÉTICA, POLÍTICA E EPISTEMOLOGIA: INTERFACES DA INFORMAÇÃO. In ALBAGLI, Sarita (Org.). FRONTEIRAS DA CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO.Brasília-DF: IBICT, 2013, p. 57-77.

3 OS-organizaçãodossaberes

4 Metadados ou Metainformação, são dados sobre outros dados. Um item de um metadado pode dizer do que se trata aquele dado,geralmenteumainformaçãointeligívelporumcomputador.Osmetadadosfacilitamoentendimentodosrelacionamentos eautilidadedasinformaçõesdosdados.https://pt.wikipedia.org/wiki/Metadados

5 SCHNEIDER, Marcos, 2013, p. 57-77, obra citada.

6 CurrículodoSistemadeCurrículosLattes(LamartinePereiradaCosta)(cnpq.br)

esquecimento. Em decorrência disso, são também espaços de poder. Le Goff, 2003 7 . (Nora, 1993 8 citado por Costa, 2007) 9 .

Os jornais ocupam um lugar privilegiado como armazenadores e formadores da memória social.Apartir dessa ótica, os jornais poderiam ser pensados como construtores de lugares de memória, no sentido dado por Pierre Nora (1993, citado por Ribeiro, 1966) 10. Mais precisamente seriam eles, se não os lugares de memória, com certeza espaços privilegiados no arquivamento e produção da memória histórica, pois a imprensa, no processo histórico, deixa vestígios, marcas e produtos ao longo da trajetória socioeconômica e cultural da humanidade, sendo:

[...] elemento potencial de memória habilitada para ser recuperada como traço distinto de identidades coletivas e individuais, acerca de um passado instituído. Galves (2000) afirma ainda que: [...] um olhar cuidadoso dos jornais pode permitir reconstrução de cenários e de relações de poder imprescindíveis para a compreensão de dinâmicas locais. (GALVES, 2008) 11

Servimo-nos, assim, defontesprovenientes daimprensa escrita.Ao estabelecer ametodologiaparaa pesquisa, nos ativemos à proposta por DaCosta (2005)12, Vaz, 2014)13. Como nos Atlas, aqui se trabalha com marcos históricos14, mas não se faz história15.Assim, ao se utilizar desta fonte – primária – devem-se levar em conta todos os periódicos disponíveis para consulta: utilizamo-nos do acervo da Biblioteca Pública Benedito Leite16 , e quando necessário, o da Hemeroteca da Biblioteca Nacional17

Frederico José Correia, em seu Um livro de crítica (1878)18, no qual critica a invenção em torno da Atenas Brasileira, particularmente endereçada ao biógrafo maranhense Antonio Henriques Leal, autor do Pantheon Maranhense” utiliza o conceito de “cânone” que é, com efeito, uma seleção de obras que atende critérios de eleição e exclusão, os quais podem:

“[...] orientados pela questão da representatividade histórica e da fundação e formação de uma literatura, compondo, enfim, a arqueologia do campo intelectual e dos letrados de um país ou, no caso específico da literatura, seguir uma orientação de acordo com a representatividade estética dos textos”. (p. 34).

“[...] O cânone, portanto, é uma lista de textos, autores e obras, coadjuvada por uma elaborada narrativa historiográfica que, apesar de sua pretenção em ser verídica, como se resto o é toda historiografia, traz consigo motivações que, pelo fato de incluir excluindo, trai e solapa a sua pretenção histórica enquanto verdade absoluta, natural e indubitável.” (p. 36).

7 LEGOFF,Jacques.Documentoemonumento.In:_____.Históriaememória.5.ed.SãoPaulo:UNICAMP,2003,p.535-553,citado porCOSTA,MárciaCordeiro,obracitada.

8 NORA, Pierre. Entre memória e história: a problemática dos lugares. Projeto História, São Paulo, v.10, n.10, p. 8-13, dez. 1993, citadoporCOSTA,2007,p.46-63.

9COSTA, Márcia Cordeiro. ESQUERDA E FOLHA ACADÊMICA COMPONDO A HISTÓRIA DO ENSINO SUPERIOR DO MARANHÃO: impressos estudantis lugares dememória. Outros Tempos, www.outrostempos.uema.br, ISSN 1808-8031, Vol. 1 esp., 2007, p. 46-63 disponível em https://scholar.google.com.br/scholar?start=20&q=%22faculdade+de+direito+do+maranh%C3%A3o%22+&hl=ptBR&as_sdt=0,5

10 RIBEIRO,A.P.G.Ahistóriadoseutempo:aimprensaeaproduçãodosentidohistórico.RiodeJaneiro,Dissertação(Mestrado emComunicação) – ProgramadePós-GraduaçãoemComunicação,UniversidadeFederaldoRiodeJaneiro,RiodeJaneiro,1996, citadoporCOSTA,MárciaCordeiro,obracitada.

11 GALVES, M. C. Jornais e políticos no município de Avaré. São Paulo: UNESP, 2000, citado por COSTA, Márcia Cordeiro, obra citada.

12DaCOSTA, Lamartine Pereira (org).ATLAS DO ESPORTE NO BRASIL. Rio de Janeiro: SHAPE, 2005http://www.confef.org.br/arquivos/atlas/atlas.pdf

13 VAZ, Leopoldo Gil Dulcio. ATLAS DO ESPORTE NO MARANHÃO. São Luis: SEDEL, 2014, disponível em http://cev.org.br/biblioteca/atlas-esporte-maranhao/

14 Memória-registrosdescritivosedatados;nãoédiagnósticonemplano.

15 História-processodeinterpretaçãosobformadenarrativacombasetemporal.

16 BPBL-AcervoDigital(cultura.ma.gov.br)

17http://bndigital.bn.gov.br/hemeroteca-digital/

18 CORRÊA, Frederico José. UM LIVRO DE CRÍTICA. São Luis: Tip. Do Frias, 1878.

Durans (2012) 19 servindo-se de Moisés (2004) 20 estabelece um critério cronológico para distinguir os termos geração, era, época, período e fase:

[...] Para o autor, era designa um lapso de tempo maior em que se fragmenta a história de um povo; época designa a subdivisão de uma era; período, por sua vez, é a subdivisão de uma época; e finalmente fase constitui uma subdivisão do período ou da biografia de autores. Geração poderia, então, ser identificada com período ou fase, enquanto era e época designariam sucessões de gerações irmanadas pelos mesmos ideais. O uso do termo geração pode se dar ainda no sentido biossociológico, ou seja, de faixa etária. Esse é, portanto, um conceito polissêmico, frequentemente empregado, ainda, em sentido político-ideológico (de engajamento político ou militância política), ou em alusão a uma determinada concepção estética, artística ou cultural (escolas). O termo geração no sentido de mesma faixa etária tem sido amplamente usado pela historiografia, frequentemente associado à intelectualidade, à noção de herança, de grupo de intelectuais que dão continuidade a certos referenciais de outros que viveram em épocas anteriores, figurando como patrimônio dos mais velhos.

ParaRego (2010) 21,a“geraçãode45”,tambémdenominadade“Movimento da Movelaria Guanabara”,onde: O contexto literário da capital maranhense vai-se dinamizar a partir de encontros realizados na Movelaria Guanabara, de propriedade do artista plástico Pedro Paiva. A Movelaria Guanabara servia como espaço para a realização de encontros e debates que, segundo Rossini Corrêa, ali eram traçados caminhos imediatos de intervenção intelectual na realidade maranhense.

Rossini Corrêa (1993) 22 considera que a “Geração de 45” foi um momento de maior embate literário e resistência política. Ferreira Gullar, jovem intelectual, travou um embate literário com Corrêa de Araújo, que resultouemgrandepolêmica.Arelaçãodosjovensintelectuais comos escritoresdecontextoliteráriodiferente foi marcada por discordâncias e contendas. Foi na verdade o maior período de irreverência literária vivido no Maranhão, como se pode observar na afirmação de Lago Burnett: “De modo geral, havia de parte dos velhos simpatia por nós, mas nós éramos realmente insubmissos, atacávamos, atacávamos, atacávamos”:

Voltando-se à Movelaria Guanabara, as discussões ali travadas não se limitavam apenas às discussões literárias, mas passando pelas artes plásticas, entre outros assuntos. O Centro Cultural Gonçalves Dias tinha como meio de divulgação de seu pensamento crítico, um suplemento cultural publicado no jornal Diário de São Luiz, de propriedade do senador Vitorino Freire. Devido o posicionamento questionante dos jovens intelectuais, este teve a sua concessão cancelada. Era o momento de repressão política vivida pelos intelectuais da Geração de 45 e o Maranhão dominado pela oligarquia vitorinista. (REGO, 2010) 23

E assim partem Ferreira Gullar, Lago Burnett, Lucy Teixeira, entre outros. Aqui permanecendo Bandeira Tribuzi no seu labor literário e no desempenho de suas atividades como economista e Nascimento Morais Filho. Para Rego (2010):

A Geração de 45 foi a mais dinâmica e determinada de todas as gerações pós-anos quarenta, como se pode observar na afirmação de Lago Burnett: “Até hoje, no Maranhão, têm surgido, depois de nós, apenas tentativas isoladas de valores autônomos. Desapareceu o espírito de equipe que, embora tenha mérito apenas episódio, facilita a deflagração de movimentos, sobretudo quando se quer mudar alguma coisa”.

Nos anos 50/60, Cruz (Machado) (2006) 24 refere-se à Galeria dos Livros, do emblemático Antonio Neves, onde eram lançados os livros, nas famosas noites de autógrafos. Era Arlete Cruz quem organizava as

19 DURANS, 2012, Obra citada.

20 MOISÉS, Massaud. Dicionário de termos literários. São Paulo: Cultrix, 2004, citado por DURANS, 2012

21 REGO, Rosemary. A “geração de 45” - (Ou o Movimento da Movelaria Guanabara), In GUESA ERRANTE, edição 221, publicado em 10 de setembro de 2010, disponível em http://www.guesaerrante.com.br/2010/10/13/Pagina1235.htm

22 CORRÊA,Rossini. FORMAÇÃO SOCIAL DO MARANHÃO: O PRESENTE DE UMA ARQUEOLOGIA. São Luis, SECMA, 1993, p.226.

23 REGO, 2010, obra ciatada, disponível em http://www.guesaerrante.com.br/2010/10/13/Pagina1235.htm

24 CRUZ (MACHADO), Arlete Nogueira da. SAL E SOL. Rio de Janeiro: Imago, 2006

‘noitadas’, distribuindo os convites, o coquetel, no espaço cedido, sem custos, para aqueles então jovens literatos, artistas, intelectuais:

Formávamos, assim, um grupo de artistas, ou de pessoas ligadas à arte, com várias tendências e gerações, não chegando a se constituir um movimento organizado (nem sequer éramos da Academia Maranhense de Letras, excetuando-se um ou dois), com alguns mais participativos do que outros, mas todos amigos: Bernardo Almeida, José Chagas, Antonio Almeida, Nauro Machado, João Mohana, Carlos Cunha, Paulo Moraes, Venúsia Neiva, Luiz de Mello, Bandeira Tribuzzi, Manoel Lopes, Fernando Moreira, Henrique Augusto Moreira Lima, Olga Mohana, Ubiratan Teixeira, Bernardo Tajra, Déo Silva, Lourdinha Lauande,, Murilo Ferreira, Sérgio Brito, Reynaldo Faray, José Frazão, Maia Ramos, José Maria Nascimento, Jorge Nascimento, Helena Barros, Antonio Garcez, Fernando Braga, Moema Neves, José Caldeira, Erasmo Dias, Reginaldo Telles, José Martins, Yedo Saldanha, Domingos Vieira Filho, Lucinda dos Santos, Márcia Queiroz minha mãe Enói, que me acompanhava sempre), Dagmar Desterro, Mário Meireles, Nascimento Morais Filho, e José Sarney [...] alguns mais tarde se juntariam a nós, como Pedro Paiva, e Ambrósio Amorim (ambos de volta a São Luis), Chagas Val, Virginia Rayol, Alberico Carneiro, Lucia e Leda Nascimento, Othelino Filho, Aldir Dantas, Carlos Nina, Péricles Rocha, José de Jesus Santos, Laura Amélia Damous, Luis Augusto Cassas, Lenita de Sá, Luiz Carlos Santos, Nagy Lajos, Aurora da Graça,, dentre outros. (p. 97).

É nesta mesma época que aparece o Suplemento Literário do Jornal do Maranhão – por um período dirigido por Arlete Cruz (Machado) -, um semanário da Arquidiocese dirigido por José Ribamar Nascimento. Nas manhãsdesábadoreuniam-setodosporlá,agregando-seaogrupoJoséCarlosSousaeSilva,JamersonLemos, Lima Filho, Fernando Nascimento Moraes e Orlandex.

Raimundo Castelo Branco de Almeida. Imagem: Acervo IHGC. Caxias tem uma tradição de ser terra de poetas, mas também de bons escritores e jornalistas. Raimundo Castelo Branco de Almeida era um desses excelentes jornalistas, além de poeta. Seu avô materno, o piauiense Hermínio de Paula Castello Branco (1851/1889), é considerado um dos maiores nomes da poesia popular nordestina brasileira.

É filho do casal Benedito Lucas de Almeida e Maria Leonor Castelo Branco (1874-1922). Benedito, caxiense, era descendente de índios da região de Caxias. Comerciante, foi para o Amazonas em busca de riqueza na época em que muitos brasileiros seguiram para a região na corrida da borracha, e por lá faleceu. Sua mãe, Maria Leonor, nascida em Teresina era descendente da tradicional família Castelo Branco. Os dois casaram em Caxias, onde nasceu Raimundo Castelo Branco de Almeida, na Tresidela, em 14 de fevereiro de 1899, no virar do século XIX para o XX.

O jovem Raimundo, apaixonado pelas letras, fundou em 1915 o jornal O Sabiá, de cunho literário, e em 1923 fundava o Diário de Caxias, considerado o primeiro jornal diário da cidade. Colaborou com diversos jornais em São Luís (O Combate com o pseudônimo de Panfuncio Ribas), e nos estados do Piauí e Ceará.

Mas deixou seu nome marcado no jornalismo caxiense com a fundação do jornal Nossa Terra, onde foi seu diretor, circulando entre 1961 e 1962.

Deixou publicado os livros Zeros (poesias), Magda (romance), e dois sobre a história do Maranhão: Revolução, sobre a passagem na Coluna Prestes no estado e Ricardo Leão Sabino, o herói esquecido, do herói maranhense durante a revolta da Balaiada.

Sua profissão era bancário, funcionário do Banco do Brasil. Devido ao seu trabalho foi residir em São Luís e Fortaleza (CE), onde se aposentou no cargo de tesoureiro. Ali na capital cearense foi Presidente da Associação Atlética do Banco do Brasil (AABB), responsável pela construção de sua sede própria na avenida Beira Mar. Faleceu em Fortaleza, em 12 de julho de 1967. Foi casado com Francisca Macedo Castelo Branco, com quem teve oito filhos.

Raimundo Castelo Branco de Almeida

FÉLIX AIRES (1904-1979) Felício Alves nasceu em Buriti Bravo, Maranhão, Brasil. Poeta, prosador, médico veterinário, membro da Academia Maranhense de Letras. Obra: Antologia de Sonetos Piauienses (1972), Apanágio (Poesia,1936), Buriti Bravo (Poesia, 1931), Cromos (1953), O mais Lindos Sonetos Piauienses (crítica, teoria e história literárias, 1940), O Maranhão na Poesia Popular (1977 ), O Natal na Poesia Brasileira (1957), O Piauí na Poesia Popular (1975), Os Menores Versos da Língua (crítica, teoria e história

literárias, 1962), Ouro Bravo (Poesia, 1960), Pequenas Palestras (1936), Poemas aos Imortais (1937 ), Relâmpagos (Poesia, 1960).

MARTINS NAPOLEÃO Benedicto Martins Napoleão do Rego (União, Piauí, 17 de março de 1903 – Rio de Janeiro, 30 de abril de 1981) foi um jornalista, professor, escritor e político brasileiro que foi governador do Piauí. Filho de Artur Napoleão do Rego e Olímpia Martins do Rego. Iniciou sua vida jornalística e literária em Belém quando estudava no Ginásio Pais de Carvalho e em Salvador foi auxiliar de telegrafia. Morador do Rio de Janeiro entre 1919 e 1924 trabalhou no Museu Nacional de Belas Artes e no Ministério da Agricultura antes de retornar ao Piauí onde foi secretário-geral do estado durante a interventoria de Antônio Leôncio Pereira Ferraz. Empossado em 9 de novembro de 1945 assumiu o governo do estado em 19 de dezembro do mesmo ano após uma viagem do titular ao Rio de Janeiro e como este não retornou manteve-se no cargo até 20 de março de 1946 quando o presidente Eurico Gaspar Dutra indicou seu sucessor.

Presidente da Academia Piauiense de Letras entre 1943 e 1946 foi professor do Liceu Piauiense, do Instituto de Educação Antonino Freire, do Colégio Diocesano e da Faculdade Federal de Direito do Piauí, além de ter sido Diretor de Instrução Pública, cargo equivalente ao de Secretário de Educação. É irmão de Hugo Napoleão do Rego e tio de Hugo Napoleão do Rego Neto.

Textos Encantadores: Caxias - Afonso Cunha, poeta caxiense

MÁRCIA DE QUEIROZ Nasceu em Catanhede, interior do Maranhão, em 1908 e faleceu no Rio de Janeiro, em 1969.

CONCEIÇÃO DE MARIA GOMES DE OLIVEIRA - São Luís/MA | Falando de Trova

Fonte: www.guesaerrante.com.br

JORGE NASCIMENTO “Ninguém, desconhece o talento de Jorge Nascimento, excelente profissional de imprensa e admirável contista cuja força de expressão dispensa, por evidente, qualquer apresentação. Também o poeta que fala através de Ausência Restituída precisa apenas de apreciação, análise e crítica da parte de cada leitor.

Já deve esta, portanto, muito claro que não me proponho aqui apresentá-lo. Estou apenas, a pedido da escritora Aríete Nogueira da Cruz Machado, Diretora do Departamento de Cultura, dizendo de sua alegria por entregar ao público este livro.

Quando, em viagem de finalidade cultural, passamos pelo Recife, Jorge Nascimento, atualmente ali residindo, mostrou a Aríete, Nauro e eu, sua experiência poética. E tal foi a satisfação de vê-lo produzindo, que para logo ficou acertada a publicação destes sonetos.

Leiam, os sonetos deste livro e vejam com que violência criadora ele "sai rasgando a terra, no outro lado do mundo"”. Jomar Moraes

Auto-retrato

Cresce dentro de mim, doloroso, humilde pranto; Alma surda e esquizofrênica, inútil de tristezas, Desertei da vida pela aspiração do amargo canto

E mesmo assim ainda tive que banhar-me de torpezas;

Quem agora irá prover a insanidade do meu sonho, Eu, que sempre tive o bem ajustado e negro desvario

De nunca permanecer nas proporções onde me ponho, Errante e só, comandado pela minha bússola de desvio

Sempre a refulgir, nos oceanos de uma sinistra paz; Meu reino imbecil, descoberto por defeituoso impostor, Repetente de todas as classes da infâmia sempre audaz;

Minha terra sombria de obscenidade, na voz de um homem A quem determinaram inteira sujeição ao destino opressor, Abençoado, enquanto vida tiver, as horas que me consomem!

De “AUSÉNCIA RESTITUÍDA, Poesia”, edição do Departamento de Cultura do Maranhão, Secretaria de Educação e Cultura, 1972. O livro está dividido em duas partes: “Átila” e “Nódoas de Carvão”, das quais foram selecionados os sonetos:

ÁTILA:

Antes da Batalha

Se, de repente, a presença da morte fosse mais além do pensamento, Numa definição de eternidade julgada para o obstáculo do castigo, O que seria de mim, sem filosofia para escapar deste vil tormento De dúvidas flagrantes para destruir o alvo do meu coração inimigo ?

E padeço despido de metafísica ouvindo o lento suor cu.e vai crescer

Dentro de minha rebelião pornográfica, contra este espírito de calma, Assassino mercenário, vindo do exterior doido para matar o meu prazer, Inútil e degenerada fortaleza da cristandade, jagunço dos céus da alma,

Imaterialissimamente abstraio, caindo aos pedaços para vir saudar-me

A mim, seu dono e senhor nas solidões onde o pântano nunca se atreve

Com a megalomania dos seus bruxedos universais na tome de retalhar-me,

Igual a tantos outros viajantes reverenciosos nas enfermarias esganados, Como as vacas esquartejadas no matadouro fulminante desta hora breve, Deslizando no corredor vermelho sem os gritos dos infortúnios lancetados !

O Arconte Executado

A boca dos mortos é igual a um escorpião corrupto sem perspectiva, Observada apenas pelo verdugo quando vai se ajoelhar com o destino, Depois que os sentidos caíram com o olhar da fronte real e fugitiva, Longe do estrado, além. da crina verde do fantástico cavalo assassino,

Amaldiçoando as pastagens toscas com os resíduos da geada indiferente, Doendo a imaginação com a infinidade dos longos amores já corrompidos, Antes de receber na masmorra o candelabro para iluminar o inconsciente E devolvê-lo aos mendigos farsantes e cruéis, na pocilga dos grunhidos,

Reacendendo a vergonha da nudez que recorda o Santo da montanha homicida Para destruir o ilusionismo da sobrevivência, com o logro da eternidade, Quando tudo está consumado, até mesmo a última parcela da Ceia dolorida,

Repercutindo nas trevas anónimas o grito selvagem do Inquisidor no cansaço, Onde a luz do jazigo será insculpida para a nascente origem da deslealdade, Com a epiderme da Face cravando-se nos antropofágicos filamentos do espaço!

NÓDOAS DO CARVÃO:

Desencontro

Sol é coletivo de relâmpagos, quando chovem estacas do pensamento, Descendo em verticalidade dolorida ao remontar o passado no desejo Pavoneando-se de lascívia, ao ver o negro antes do seu linchamento:

Comovente macho africano, subjugado na raiva inflamada de um beijo

Lambendo o corpo todo, contra a maciez dos seios nos olhos impuros Desta branca tão bela quanto o transatlântico voando pêlos espaços O peso de suas ancas para ferir anaconda enroscada acima dos muros De vegetais sanguíneos, defendidos por quatro serpentes: os braços,

Mordendo-se desesperados na forragem dos cavalos, perto da vacaria, Agora em silêncio furioso rolando pela grama que logo se desprende No combate dos centauros de duas cabeças beijando o chão da agonia,

Sem perceber o latido dos cães rastejadores atrás da honra perdida, Trazendo à frente o caçador de adúlteros num espanto que ofende:

Olhando o negro agressivo espojado em bestialidade no animal da vida!

Jorge Nascimento, poeta e jornalista, morre em São Luís, aos 89 anos

Por: Manoel SantosData de publicação: 13/08/2020 - 11:17

Jorge Nascimento trabalhou como repórter e redator do Jornal Pequeno e de outros periódicos

Esquecido das novas gerações, o poeta e jornalista Jorge Nascimento faleceu aos 89 anos, na manhã de terçafeira (11), no Hospital São Luís, na Cidade Operária, onde estava internado há cerca de 30 dias. De acordo com informações de familiares, ele morreu logo após ter sido submetido a uma cirurgia realizada para eliminar complicações decorrentes de uma enfermidade no estômago.

Jorge Nascimento, irmão do também poeta José Maria Nascimento, foi casado com Dona Glória, de quem ficou viúvo. Ele trabalhou como repórter e redator do Jornal Pequeno, durante muitos anos escreveu para publicações do antigo Serviço de Imprensa e Obras Gráficas (Sioge) e era servidor aposentado da Secretaria de Cultura do Estado.

José Maria Nascimento conta que seu irmão, Jorge Nascimento, como jornalista, exerceu a profissão em São Luís, no Rio de Janeiro e em São Paulo. Chegou a trabalhar na redação do Jornal do Brasil, no Rio, e foi repórter e redator de vários jornais e outros periódicos da capital maranhense.

Como funcionário público, trabalhou, desde a década de 1980, na SECMA, de onde foi posto à disposição do Sioge, entre 1985 e 1994. Em 1995, aposentou-se. No Sioge, trabalhou como membro do Plano Editorial SECMA/Sioge, fez parte do Conselho Administrativo da mesma instituição, onde foi, também, editor do Suplemento Cultural e Literário Vagalume.

Nos últimos tempos, Jorge Nascimento vinha enfrentando graves problemas de saúde. Ele passou por delicada cirurgia na terça-feira e não resistiu. Foi sepultado na manhã desta quarta-feira (12), no Parque Jardim da Paz, na Estrada de Ribamar.

O escritor Alberico Carneiro, professor de Teoria Literária, Latim, Filologia e Literatura e antigo colaborador do Jornal Pequeno, prestou este testemunho, no final da tarde desta quarta-feira: “Jorge Nascimento nasceu com a vocação para a escrita, para a humildade e para a obscuridade. Como os grandes escritores tinha a alma, o coração de criança, daí sua obra prima, no gênero conto: Zé Coré. Nos deu também: Olhos para a rainha, dentre outros contos. Poeta singular em versos de metros longos, para além de alexandrino. Sua obra merece ser resgatada. Jorge morre esquecido. É uma contratação cruel, mas verdadeira. Perdi um grande amigo. Ganhei uma grande, eterna e invejável memória”.

Uma vida inteira consagrada ao jornalismo e à literatura Poeta, jornalista, contista e pesquisador, Jorge Pereira do Nascimento nasceu em São Luís, no dia 8 de janeiro de 1931. Francisco Camelo o biografou dizendo que “Jorge consubstancia o caminhante que conheceu e palmilhou este Brasil de dimensões continentais”.

Trabalhou em São Luís no “Jornal do Povo”, como revisor e repórter, 1956/58; “Jornal Pequeno”, 1975/79; “O Estado do Maranhão”, 1980/1992 como repórter e copy-desk; na Rádio Educadora, 1964/66, colaborou na revista “Legenda”, na década de 60; foi secretário da Fundação Joaquim Nabuco, entre 1981/1982; em Belém do Pará, trabalhou dois anos no Conselho Nacional de Petróleo, de 1950 a 52; no Rio de Janeiro, trabalhou no “Jornal do Brasil”, 2º lugar num concurso para revisor, de 1957/1959.

Esteve também em Recife. Em Pernambuco foi revisor tipográfico do “Jornal do Comércio”, 1974; do “Diário de Pernambuco” 1975 e “Diário da Tarde”, também em 1975. De novo no Rio, trabalhou no Ministério da Educação e Cultura, como revisor de textos, indicado pelo poeta Carlos Drummond de Andrade. Como poeta Jorge Nascimento chegou a usar, nos seus sonetos amplos, técnica diferente, ou pouco usada, de versos bárbaros, até de mais de 20 sílabas.

Jorge Nascimento também fez parte da Equipe de Pesquisa e Jornalismo do antigo Sioge e participou das Edições Especiais do “Diário Oficial”: “372 anos de São Luís”, “Professores, Emancipação do Ser Humano”; “28 de Outubro, Dia do Funcionalismo Público”, “120 anos da Morte de Gonçalves Dias”, “Os 100 anos de Corrêa Araújo”, “Nauro Machado, Poeta-Argonauta Transfigurador do Real” e “Sioge de ontem e hoje”.

Jorge Nascimento escreveu “Ausência restituída”, poesia, 1971; “Perfis maranhenses, cronicontos, Universo maranhense”, 1983; “Os mortos não lêem os epitáfios das manhãs”, 1986, e seu conto “Olhos para a Rainha ou Zé Coré”, consta dos Contos Maranhenses.

Leia mais: https://jornalpequeno.blog.br/manoelsantos/2020/08/13/jorge-nascimento-poeta-e-jornalistamorre-em-sao-luis-aos-89-anos/#ixzz8T8QhwRUR

MANOEL CAETANO BANDEIRA DE MELLO (1918-2008) Poeta, ensaísta, advogado, nasceu em Caxias, Maranhão, em 1918. Foi membro da Academia de Letras do Maranhão.

Obra poética: A viagem humana (1960), O mergulhador (1963), Canções da morte e do amor (1968), Da humana promessa (1976), Uma canção à beira-mar (1977), Durante o canto (1978), A estrada das estrelas (1981), Da constante canção (1983).

De DA HUMANA PROMESSA

Rio de Janeiro: IMAGO; Brasília: INL, 1976.

(fragmentos, poemas iniciais do longo poema)

busca em tamanho tempo pelo meio entre silêncio alheio a nossa vida alheios nós também que não a enleio de pessoa uma a outra prometida

não era silêncio o que em torno estava mas vozes indiferentes olhos distantes enquanto o mesmo tempo nos andava que é o mesmo sempre o tempo viajante

o mundo apartara antigas ânsias agora novamente as aproxima de volta percorridas as distâncias o amor esvanecido paira acima

das distâncias do mundo não palavras mas mútuos mas sentidos pensamentos saudades de venturas antessonhadas depois da vida inteira de lamento

por nunca ter ousado essa presença temeroso de ouvir esse chamado amor se esvai no tempo quando pensa que o espaço protege os afastados

se esvai mas volta como era dantes o espaço pelo tempo conquistado pela memória somos viajantes para sermos repostos lado a lado

tal noutros tempos apesar de mudos os olhos conversavam com espanto do que diziam revelavam tudo que outra linguagem não esclarece tanto

o mundo pequenino se afigura a quem o realiza pelo sonho triunfante de névoa outrora escura entre passos dos anos de abandono

não procurado apenas sendo imposto segundo a lei de existência aceita atrás do novo rosto o outro rosto a figura de amor nunca desfeita

I

De

ANTOLOGIA POÉTICA

São Luís: Edições AML/Gráfica Alcântara/SIOGE, 1994.

O velho e a noite

Ó noite negra, noite das noites. Ó noite fonte da própria fonte, com o teu silêncio, com a tua sombra, com a tua ausência, com o teu sono, com a luz que te peja e que ocultas, presa ao teu peso que a subjuga. Ó protetora dos que não acham a paz senão quando se apagam no teu refúgio, perdidas faces. Ó noite, noite, nunca passasses.

Os Bêbados

Ciranda e homens e mulheres de cozinhadas epidermes. As duras barbas, roupas rasgadas. E estas mulheres descabeladas. Olhos vermelhos à luz do dia que dissipara a noite amiga de onde chegaram.

Todos por fora desbocados, Porém por dentro caramujos. Todos se rindo, de ares soturnos, vindos da praia cambaleantes como marujos.

Todos vieram do mar noturno, do mar de areias salpicantes. Todos sujos.

Hoje Amanhã

No hoje todo o amanhã, no espaço o objeto. Tudo o que é será o seu futuro.

A pedra, o sangue, o lodo, o lírio, o afeto, flor humana que nasce do monturo. As estrelas mudaram o seu aspecto no caos que gera ou não o nascituro.

O nascente clarão rompe direto da dor da fricção do ventre escuro. Sendo eu o que serei, serei já sendo inelutavelmente condenado ao meu próprio amanhã e ao de tudo. Porvir indiferente se o prevendo, quer veja o dia de hoje ou o outro lado, quer grite nesta cela ou fique mudo.

A Viagem

O que de sombra atrás do silêncio dos véus, atrás do gelo das luas, do reflexo das estrelas nos corpos em rota centrífuga. E depois espaços cegos.

O que de linha vazia.

O que de olhos desnecessários

De princípio sem fim e sem princípio. De ausente verbo, de negro vôo. Fundo sem fundo do fundo oriundo.

Curvas de marcos impossíveis, de círculo iluminável, súbito, na escuridão. E no silêncio a imensidade.

De Henrique L. Alves, org. POETAS CONTEMPORÂNEOS.

São Paulo: Roswitha Kempf ed. 1985.

UM CORPO DE MULHER

Este corpo de mulher cálido me atrai com seu mistério trágico

A curva da costa se funde na curva da sombra

Este corpo de mulher não aterrado Infenso ao trágico

As longas coxas morenas confundidas com a sombra

descerram a guarda mais negra que vela no fundo que vela um abismo entredisfarçados pelos sobre o abismo atrás do qual lateja o sangue estrelado do universo

único verso

de A ESTRADA DAS ESTRELAS

SONETO DA SAUDADE

A volta aos dias claros da viagem quando meu corpo esguio adolescia e o espetáculo do mundo transcorria a meus olhos leveza de miragem

Quando o brilho do campo era a imagem do que dentro de mim acontecia era tudo manhã do mesmo dia encontrada nas cores da paisagem

Ainda escuto vozes peregrinas ensurdecidas distanciadas sinais que se passaram céleres no vento

Ontem tudo tão vivo, hoje desmaia não há asa de vôo que não caia na laje deste meu esquecimento

HOJE MANHÃ

Todo hoje tem amanhã, como o eu o objeto, Tudo o que é será o seu futuro A pedra o sangue o Iodo o lírio o afeto flor humana que nasce de monturo

As estrelas brilhando em céu dileto refervilhavam em caos prematuro o irradiante clarão provém direto da dor da fricção do ventre escuro

Sendo eu o que serei serei já sendo inelutavelmente condenado a meu próprio amanhã e ao de tudo

então se cumpra logo o ciclo horrendo sendo eu o meu porvir mas apagado no vivo mar desafogado mudo

BANDEIRA DE MELLO, Manoel Caetano. A Viagem humana. Poesia. s.l: Leitura, 1960. 139 p. Capa de F. Confort. “Manoel Caetano Bandeira de Mello “ Ex. na bibl. Antonio Miranda

NAVE ESFÍNGICA

Navega o navio temerário que voga pelo mar silencioso espelhando no bordo refratário os ardores do astro tormentoso

Quanto destino humano, quanto e vário destino ele conduz a fim forçoso à procura do termo imaginário que se perde no oceano vaporoso.

Vindo de longe a luz que lhe ilumina o voo e que dá vida às criaturas através de contínua solidão,

ao mesmo tempo a alma peregrina parece proceder de iluminuras estampadas na funda escuridão

Veja o E-BOOK do livro:

BANDEIRA DE MELLO, Manoel Caetano Soneto da Saudade Jabotão, PE: Editora Guararapes, 2015. 20 p. ilus. col. Editor: Edson Guedes de Moraes. Ex. bibl. Antonio Miranda Poesia brasileira – poesia maranhense.

https://issuu.com/antoniomiranda/docs/manoel_caetano_bandeira_de_mello

Amaral Raposo é como ficou conhecido José Raposo Gonçalves da Silva (Grajaú, 27 de maio de 1903 10 de abril de 1976) foi um jornalista, político e escritor brasileiro.

Amaral Raposo foi um jornalista que primava pelo rigor às normas gramaticais da língua portuguesa. Em seus textos, a maioria de cunho satírico e crítico, a norma culta prevalecia. Nas palavras do professor Sebastião Jorge: 'Não tolerava escorregões, nem pequenos deslizes por parte daqueles que se aventuravam em fazer acrobacias na superfície imaculada de uma página de jornal ou de um livro.'

Entre outros, trabalhou nos seguintes jornais de São Luís: O Combate, Diário do Povo, O Imparcial e Jornal Pequeno. Atuou também como comentaristas nas rádios Timbira e Difusora de São Luiz .

Foi membro da Academia Maranhense de Letras

Amaral Raposo exerceu também um mandato de deputado estadual pelo estado do Maranhão

José Maria é uma referência cultural da vocação e da tradição ludovicense para o poema e para a poesia. É um sobrevivente, uma ave rara da Cidade Histórica de São Luís. Um sobrevivente, após Osvaldino Marques, Nauro Machado, Bandeira Tribuzi, Manoel Caetano Bandeira de Melo, José Chagas e Ferreira Gullar. Leitura obrigatória na Biblioteca Pública Benedito Leite.

Nosso homenageado nasceu no Areal, hoje Monte Castelo, subúrbio da Ilha de São Luís-Ma. Data: 18 de setembro de 1940, na efervescência da Segunda Guerra Mundial. Os seus pais: João Pereira do Nascimento e Neuza da Silva Nascimento. Batismo: na igreja São Vicente de Paula. Nome recebido: José Maria Nascimento. É o caçula, tendo como irmãos Nonato, Mário, Jorge e Guilherme. No colégio Santa Terezinha concluiu o Jardim de Infância, a primeira e segunda série do primário. O restante do primário em três colégios do Estado. O ginásio não foi concluído. Neste período estava voltado às serenatas, lutas-livres e ao twist. Aos 16 anos enamora-se por uma normalista. Envia-lhe alguns poemas que somente os jovens poderiam entender. Voltado às leituras passa as manhãs na Biblioteca do Estado, lendo e escrevendo poesia. Com a leitura de novos poetas, traduzidos por Oswaldino Marques, passou a melhorar o seu modo de escrever. Dos 18 anos aos 19 serviu o exército, onde ficou sem escrever por quase um ano. Aos 20 anos termina o livro Harmonia do Conflito. Neste período é fundada a Academia Maranhense dos Novos (AMANO). Concorrendo com os seus confrades Harmonia do Conflito foi o livro premiado, tendo sido publicado pelos anos 60. Foi Diretor do Suplemento Literário do Correio do Nordeste. Colaborou em todos os jornais de São Luís. Ganhou alguns prêmios dos suplementos do Jornal do Dia e do Jornal Debate, todos eles organizados pelo poeta Carlos Cunha. Em 1970 viajou para a cidade de Recife,

onde permaneceu por seis anos. Foi laureado com o Prêmio Cidade de Recife, concurso literário de âmbito nacional, com mais de duzentos concorrentes. Retornou a São Luís em 1977, onde reside até os dias de hoje. Publicou 14 livros de poesia, dentre os quais nove foram premiados. Eis os seus títulos: Harmonia do Conflito, prêmio AMANO-1960; Silêncio em Família, prêmio SIOGE-1968; Carrossel Ensolarado, prêmio SECMA-1981; Os Verdes Anos da Maturidade, prêmio SECMA-1987; Constelação Marinha, prêmio SECMA-1992; Ressonância do Barro, prêmio SIOGE-1993; Turbulência, prêmio FUNC-1994; Viajantes do Entardecer, prêmio FUNC-2003; Os Portais da Noite, prêmio FUNC-2006

Eno Teodoro Wanke (1929-2001) “Um livro pode ser nosso sem nos pertencer. Só um livro lido nos pertence realmente”. (Eno Teodoro Wanke) Nasceu em Ponta Grossa, Paraná, a 23 de junho de 1929. Filho de Ernesto Francisco Wanke e de Lucilla Klüppel Wanke. Aprendeu as primeiras letras na Escola Evangélica Alemã, de sua cidade natal. Quando a escola foi fechada em razão do advento do Estado Novo, o futuro escritor foi transferido para o Liceu dos Campos, cuja proprietária era a educadora Judith Silveira, hoje nome de rua na cidade.

Estudou também no Colégio Regente Feijó, de Ponta Grossa, no Colégio Santa Cruz, da cidade de Castro, PR, onde completou o ginásio. Em 1948, transferiu-se para Curitiba, PR, onde terminou o científico no Colégio Iguaçu e em 1949, após vestibular, entrou para a Escola de Engenharia Civil da Universidade do Paraná, formando-se em 1953. Trabalhou na Prefeitura de Ponta Grossa (1954-1955). Atuou como fiscal de construção de uma linha de alta tensão elétrica em Curitiba, da Companhia Força e Luz do Paraná.

Em 1957 ingressou, por concurso, no curso de Refinação de Petróleo, da Petrobrás, no Rio, passando a trabalhar em 1958 na Refinaria Presidente Bernardes de Cubatão, SP, residindo em Santos, onde viveu onze anos. A partir de 1969 passou a residir no Rio de Janeiro, onde fez carreira dentro da Empresa.

Começou a escrever desde os doze anos. Poeta, Trovador, Contista, Cronista, Biógrafo, Ensaísta, Historiador, Fabulista e Prefaciador, entre outros. Como sonetista de primeira, obteve com o soneto APELO, 160 versões para 95 idiomas e dialetos. É o soneto em português mais traduzido para idiomas estrangeiros:

“Eu venho da lição dos tempos idos e vejo a guerra no horizonte armada.

Será que os homens bons não fazem nada?

Será que não me prestarão ouvidos? Eu vejo a Humanidade manejada em prol dos interesses corrompidos. É mister acabar com esta espada suspensa sobre os lares oprimidos! É preciso ganhar maturidade no fomento da paz e da verdade, na supressão do mal e da loucura…

Que a estrutura econômica da guerra se faça em pó! E que reinem sobre a terra os frutos do trabalho e da fartura!”. Como trovador, escreveu trovas magníficas e inesquecíveis, como estas, entre outras:

“Senhor! Que eu pratique o bem separe o joio do trigo, e tenha força também de amar o irmão inimigo.”

“Na praia deserta, eu penso que a imagem da solidão começa no mar imenso e finda em meu coração.”

“Quem vai ao mar deitar rede que tome cuidado, tome! o mar nunca teve sede, mas nunca vi tanta fome!”

“Seguindo a trilha infinita do meu destino estrelado, eu sou aquele que habita a ilusão de ser amado.”

“O meu destino se encerra num grave e eterno conflito: – meu corpo é feito de terra, – meu coração, de infinito.”

A obra de Eno Theodoro Wanke é extensa e variada. Eis as principais: “NAS MINHAS HORAS” (poesia, 1953), “MICROTROVAS” (1961), “OS HOMENS DO PLANETA AZUL” (sonetos, 1965), “OS CAMPOS DO NUNCA MAIS” (poesia, 1967), “VIA DOLOROSA” (sonetos religiosos, 1972), “A TROVA” (estudo, 1973), “A TROVA POPULAR” (estudo, 1974), “A TROVA LITERÁRIA” (estudo, 1976), “REFLEXÕES MAROTINHAS” (pensamentos humorísticos, 1981), “VIDA E LUTA DO TROVADO RODOLFO CAVALCANTE” (biografia, 1982), “A CARPINTARIA DO VERSO” (didática da metrificação, 1982, 1989, 1990 e 1994), “DE ROSAS & DE LÍRIOS” (minicontos, 1987), “O ACENDEDOR DE SONETOS” (líricos, 1991), “ALMA DO SÉCULO” (sonetos, 1991), “FÁBULAS” (1993), “ADELMAR TAVARES, UM TROVADOR AO LUAR” (biografia, 1997), “ANTOLOGIA DE SONETOS SOBRE A TROVA” (1998), “CONTOS BEM-HUMORADOS” (1998), “FARIS MICHAELE, O TAPEJARA” (biografia, 1999), “ELUCIDÁRIO MÉTRICO” (metrificação, 2000) e “APARÍCIO FERNANDES, TROVADOR E ANTOLOGISTA” (biografia, 2000).

O escritor transitou do CLÁSSICO ao MODERNISMO com elegância e competência, passando pelo lirismo, romantismo, parnasianismo, às vezes até irreverente como no caso de “NESTE LUGAR SOLITÁRIO” (a trova em grafitos de banheiro, 1988) e “ANTOLOGIA DA TROVA ESCABROSA” (1989), aderindo, de forma brilhante ao TROVISMO, desde o seu primeiro momento, em 1950, tornando-se um dos maiores propagadores e historiadores do Movimento da Trova Brasileira.

Eno foi um escritor exuberante, multiforme e polivalente. Alguns CLECS (pensamentos humorísticos) de Eno, selecionados por Elmar Joenck, publicados em 1998: “Quando um adjetivo mente, ele, por castigo, vira advérbio. Folha que se desprende da árvore não volta nunca mais. Melhor perder o trem do que perder a linha. O sol nasce para todos. Mas a maioria prefere dormir um pouco mais. Um tolo inteligente não fala, que é para

não revelar sua condição”. Organizou e participou ao lado do Trovador Clério José Borges de Sant’Anna, dos Seminários Nacionais da Trova, no Estado do Espírito Santo, organizados pelo Clube dos Trovadores Capixabas, de 1981 a 1999. Recebeu o título de Cidadão Espírito-santense, conferido pela Assembléia Legislativa do Estado do Espírito Santo. Faleceu a 28 de maio de 2001, deixando livros e livrotes que ultrapassam 1000 títulos. Está presente em várias obras de Aparício Fernandes, entre outras: “NOSSAS TROVAS”, 1973; “NOSSOS POETAS”, 1974; “POETAS DO BRASIL”, 1975; “ANUÁRIO DE POETAS DO BRASIL”, 1976, 1977, 1978, 1979, 1980 e 1981; “NOSSA MENSAGEM”, 1977; “ESCRITORES DO BRASIL”, 1979, 1980. Participou também das “COLETÂNEAS DE TROVAS BRASILEIRAS”, organizadas pelo Trovador Fernandes Vianna, Recife, PE. Verbete de inúmeras obras literárias, entre outras: ENCICLOPÉDIA DE LITERATURA BRASILEIRA, de Afrânio Coutinho e J. Galante de Sousa, edição do MEC, 1990, edição revista e atualizada por Graça Coutinho e Rita Moutinho Botelho, em 2001.

Fontes:

http://www.usinadeletras.com.br/exibelotexto.php?cod=7644&cat=Ensaios&vinda=S http://www.consciencia.net/citacoes/wx/wanke.html

Imagem: wikipedia

CORRÊA DE ARAUJO (1885-1951) Raimundo C. de Araujo Pedreiras, poeta, jornalista, advogado, professor, nasceu em Pedreiras, no Maranhão. Foi diretor da Biblioteca Pública do Mranhão; fundador da Academia Maranhense de Letras

Obra poética: Harpas de fogo (1903), Evangelho de moço (1906), Pela pátria (1908), Ode a Rui Barbosa (1918), O canto da cigarra (1946).

De CANÇÃO SOBR O ESPELHO Rio de Janeiro: Gráfica Tupy, 1962 Canção sobre o Espelho, que minha jovem conterrânea me fez ler nos seus originais, reflete uma vocação genuína, que eu tenho a alegria de saudar no seu instante matinal. Venúsia Neiva nasceu para as letras e há de resguardar esse pendor, estou certo, numa vida consagrada à poesia. Josué Montello lembrança

2 e, súbito, esta angústia de pássaro perdido, este incontrolável desejo de subir muito alto, de absorver novas paisagens. olho em torno e contemplo a grave sombra das montanhas. tudo é belo nesta branca manhã de primavera. este contraste me sombreia a alma. temo que as esperanças não sobrevivam ao naufrágio, no branco cemitério de desejos mortos. por que esta angústia me oprime se é tempo de flores e de vozes macias? quando a tarde chegar, sinto que terei sufocado a frágil recordação da alma que não encontrei.

meditação

tarde úmida como uma lágrima. do fundo de minha angústia medito na morte. não basta, meu amor, que tenhas lábios frescos como a água, que tuas mãos sejam mornas e boas. ó, amor meu, medito na morte, na nossa imensa fragilidade diante de tudo, na vida que é um sopro, que é todo uma sucessão de coisas inúteis.

elegia

2 a densa neblina é fria e fala dos mortos. não há pássaros, mas apenas um vento gelado. a solidão é imensa e amarga.

VENÚSIA NEIVA Venúsia Cardoso Neiva nasceu em Grajaú, Maranhão, em 1938.

meus olhos se alargam

e se enterram, tragicamente, no silêncio da coisas. tristeza de mortos que não retornam e de mão boiando eretas como garras. a criança está dormindo como uma semente na terra.

a que era fresca como as flores da manhã, dorme placidamente e não acordará nunca mais! ave que repousa no definitivo crepúsculo.

Flor azul

era uma flor desmaiada

e, ao vento, tinha gesto de pássaro que foge ao frio.

era azul e nasceu nos primeiros véus da noite. ninguém a viu.

ninguém sentiu o seu estranho perfume. só eu que amo as coisas misteriosas e fugaces. e ela se evaporou nas brumas do meu sonho. ó poesia!

ó musa!

ó inatingível!

o cemitério

cruzes.

guirlandas.

flores.

ciprestes.

tudo se confunde num funéreo lamento de loucura. podridão de estátuas que já foram vivas, que sorriam, que choravam, que gritavam ao mundo a inutilidade das coisas mortas. eu sinto o vento a gemer na solidão e no tempo. eu vejo os anjos de mármore incendiarem-se no luar que povoa a cidade deserta. madrugadas gélidas. dentro de noites gélidas. corujas piando sobre cruzes eretas. coroas de rosas desbotadas. vôos agoureiros de morcegos negros. tudo pede luz. tudo pede vida! alvas sombras entrechocam-se ao ritmo macabro das convulsões do pavor. a morte mora ali.

ela vigia seus súditos acorrentados sob lápides marmóreas. nunca mais os deixará sair. para sempre escravizados. até à eternidade, até ao fim dos tempos! até que a ressurreição se processe em suas cinzas esquecidas.

(Canção sobre o Espelho,1962)

Tempos de zona

A gilete se aprofunda sobre um amontoado de sífilis as coxas um mapa de tantas cicatrizes. Em cada mesa uma constante mudança nunca ou quase nunca renovada que é infeliz a nostálgica canção brotando do disco como brota um fruto.

A toalha que envolve o corpo é a miragem de tantas taras é a fumaça perdida no trago é a faca jogada no bueiro é o anel cravado nos dentes é o ouro entranhado no ventre é o líquido da virgindade vendida.

Por dentro de uma garrafa toda uma vida aqui se torna calma. No espaço do gole para o soluço inauguramos os encontros passados com os amigos mais tristes bailando nesta rua 28 vinte e oito vezes apaixonados. (Constelação Marinha, 1993)

A casa de palha

A coberta da casa tinha o verde das palhas. A colheita da lenha ao rebentar da madrugada.

o macio lençol de linho ao calor dos raios solares. A festa de um novo teto em um Domingo de Páscoa.

Latas de leite Ninho vazias: raros tanques de guerra, fertilizavam as alegrias dos meus Natais passados.

Nenhuma só moeda queimava as minhas pequeninas mãos. Até o presente era uma irmandade com o futuro sempre fertilizado.

A chama do tempo de leve tudo foi consumindo tudo. Levou os meus carneiros e as verduras do quintal.

o ara da noite se misturou com cinzas: é sufocante! Ó misteriosa e amada natureza,

como monótona ficou a existência!

A vergonha

Estou me procurando a cada sombra deste contraditório desencanto. Estas mornas lágrimas cintilam um afeto ruidosamente indeciso.

Já não sei se hoje estou despido ou se neste vale encontrarei o Manto com que haverei nas tardes de cobrir a nudez da minha vergonha no Paraíso.

(Ressonância do Barro, 1993)

CARLOS CUNHA

Luis Carlos da Cunha nasceu em São Luis do Maranhão em 18 de maio de 1933, poeta, crítico, ensaísta, cronista, jornalista, professor, graduado em história e geografia, membro da Academia Maranhense de Letras. Autor de muitos livros de poesia, desde o primeiro – Poesia de ontem (1968).

HERMES FONTES (1888-1930) Hermes Floro Bartolomeu Martins de Araújo Fontes (Buquim, Sergipe, 28 de agosto de 1888 – Rio de Janeiro, a 25 de dezembro de 1930) foi um compositor e poeta brasileiro. Fundou o jornal Estréia, com Júlio Surkhow e Armando Mota, em 1904, no Rio de Janeiro. Formou-se bacharel em direito em 1911, mas não exerceu a profissão. De 1903 ao final da década de 1930 colaborou em periódicos como os jornais Fluminense, Rua do Ouvidor, Imparcial, Folha do Dia, Correio Paulistano, Diário de Notícias e as revistas Careta, Fon-Fon!, Tribuna, Tagarela, Atlântida, entre outras. Foi também caricaturista do jornal O Bibliógrafo. No período, trabalhou como funcionário dos Correios e oficial de gabinete do ministro da Viação. Em 1913 publicou seu primeiro livro de poesia, Gênese. Seguiram-se Ciclo da Perfeição (1914), Miragem do Deserto (1917), Microcosmo (1919), A Lâmpada Velada (1922) e A Fonte da Mata... (1930), entre outros. A poesia de Hermes Fontes é de estética simbolista. Fonte da biografia: Wikipédia

Veja também: POEMA VISUAL de Hermes Fontes

Fernando Ribamar Viana nasceu na vila, hoje Município de Ribamar, a 31 de outubro de 1904 e faleceu em 14 de setembro de 1983. Formado em medicina pela Faculdade da Bahia, exerceu a clínica em São Luís, onde também ocupou o cargo de médico do Serviço de Assistência Social do Ministério da Fazenda; anteriormente integrava o quadro da Contadoria Geral da República e, como contador de carreira, dirigiu vários de seus serviços seccionais no Maranhão. Poeta, jornalista, médico e professor, salientando-se principalmente pela facilidade e felicidade de sua veta repentista. Foi deputado estadual constituinte em 1946, e sócio efetivo do Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão, professor no Curso de Línguas Neolatinas da Faculdade de Filosofia de São Luís. Na Academia Maranhense de Letras, sucedeu a Domingos Barbosa, fundador da Cadeira nº 2 (Aluísio Azevedo).

Em 1955 retirou-se com a família para uma fazenda no município de Perimirim, na Baixada Maranhense, onde durante o tempo em que ali morou atendeu gratuitamente a população carente da região, numa época em que não havia quase médicos no interior do Estado do Maranhão.

Entre as atividades jornalísticas mereceu destaque o seu trabalho junto aos jovens, buscando estimular-lhes o interesse para a vida literária, captando-lhes as inclinações e pendores, especialmente para a poesia.

Jair Garcez Teixeira São Luís MA guiareunimedicos.med.br - Catálogo Médico | guiareunimedicos.med.br

NAURO MACHADO ( 1935 -2015 ) Nauro Diniz Machado. Nasceu em São Luís do Maranhão em 02-08-1935. Autor de vinte e sete livros de poesia e um de prosa (isso, em 1998)... “É difícil qualificar esses poemas escritos, por assim dizer, no avesso da linguagem. Não é pela compreensão lógica que eles nos atingem mas pelo sortilégio de um falar desconcertante e único.” FERREIRA GULLAR Nauro Machado é uma oportuna indicação de seu amigo Fernando Mendes Vianna, que escolheu os sonetos que incluímos aqui, extraídos de sua máxima antologia: Nau de Urano, edição do Governo do Maranhão, em 2002. A.M.

Guilherme Bauer Compositor e professor, é um dos principais compositores da geração de vanguarda nascida nos anos 1940 e 1950. Foi aluno de Cláudio Santoro, Esther Scliar e Guerra-Peixe. Contabiliza um total de oito prêmios em concursos de composição, como Prêmio ESSO de Música Erudita, Concurso Latino-Americano da UFBA e Prêmio da Sociedade Cultura Artística de São Paulo-SP. Nascimento: Brasil, Rio de Janeiro, RJ, 17/07/1940VIAF: 42100940

Luiz Franco de Oliveira Melo é o premiado escritor e pesquisador maranhense Luiz de Mello, nascido em São Luís a 6 de maio de 1944. Muito cedo enveredou pelo campo da literatura, tornou-se funcionário público, passou por redações de dois jornais desta cidade e abraçou a pesquisa histórica como forma de sobrevivência financeira. Como ficcionista ele é um dos melhores do seu tempo. Como pesquisador ele é emérito.

José Erasmo Dias Cadeira: 15 Naturalidade: São Luis, MA Data de Nascimento: 01 de agosto de 1889 Data de Falecimento 21 de julho de 1971

Arlete Nogueira da Cruz (Cantanhede, 08 de maio de 1936) é uma escritora[1] e poeta[2] brasileira.

Biografia Iniciou seus estudos na cidade em que nasceu, Cantanhede, no interior do Maranhão. Aos 12 anos, sua família mudou-se para a cidade de São Luís, onde ela frequentou, entre outros, o Liceu Maranhense. Seu pai, Raimundo Nogueira da Cruz, foi agente da estrada de ferro, e sua mãe, Enoi Simão Nogueira da Cruz, autora de poemas e crônicas. Seu primeiro livro, A Parede, foi escrito quando tinha menos de vinte anos e obteve o 3o.

Lugar no Prêmio Júlia Lopes de Almeida, da Academia Brasileira de Letras, em 1960, após ser inscrito naquele concurso pelo escritor Josué Montello[3]

Graduou-se em Filosofia na Universidade Federal do Maranhão e cursou Mestrado em Filosofia Contemporânea na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, onde defendeu dissertação sobre Walter Benjamin, intitulada Rastro e Ruína:experiência e vivência em Walter Benjamin. É professora aposentada da Universidade Federal do Maranhão, onde exerceu o magistério no Departamento de Filosofia. É viúva do poeta maranhense Nauro Machado, com quem foi casada por mais de trinta anos e teve um único filho, o cineasta Frederico Machado.

Litania da Velha, obra poética publicada no ano de 1976, é um de seus livros mais importantes. No mesmo, acompanha-se as andanças de uma mulher idosa e pobre pelo centro histórico de São Luís, bem como as reflexões da mesma sobre a vida, o abandono da cidade e a passagem do tempo. Em 1997, Litania da Velha se tornou um curta-metragem, agraciado com vários prêmios[4].

Obras

1961 – A Parede

1969 – Cartas de Paixão

1972 – Compasso Binário

1973 – Canção das Horas Úmidas

1976 – Litania da Velha

1998 – Trabalho Manual

2000 – Contos Inocentes

2003 – Nomes e Nuvens

2006 – Sal e Sol

2012 - O Rio

2013 – O Quintal

2017 – Colheita

Referências

↑ Academia Maranhense de Letras

↑ Poesia de Ibero-América

↑ Arlete Nogueira Blogspot.

↑ Escritora Realiza Debate Sobre Litania da Velha.

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