Retratos de São João

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ANO 111

DIRETOR JOAQUIM CÂNDIDO DE OLIVEIRA NETO

SÃO JOÃO DA BOA VISTA, 22 DE JUNhO DE 2016 Fotos Aldeia Criativa


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Editorial

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m comemoração ao aniversário de 195 anos de São João da Boa Vista, O MUNICIPIO traz um Suplemento mais do que especial. A cidade vive momento decisivo com a discussão do novo Plano Diretor, o qual vai direcionar o seu futuro pelos próximos anos. Mas, será que o leitor tem ideia de como São João se desenvolveu na questão urbana ao longo dos seus quase 200 anos? Para dar uma dimensão deste crescimento da cidade desde sua fundação, O MUNICIPIO buscou dois profissionais da área de urbanismo para produção do Suplemento “Retratos de São João”. Antônio Carlos Rodrigues Lorette, arquiteto, mestre e doutorando em urbanismo. Leonardo Beraldo, publicitário e mestrando em urbanismo. Estes foram os dois especialistas que, ao longo das próximas páginas, ‘desenharam’ a evolução urbanística da cidade até os dias de hoje. Lorette já havia feito trabalho semelhante para O MUNICIPIO no aniversário de São João de 1994. Agora, junto com Leonardo Beraldo eles avançam até os dias atuais, mostrando a realidade de uma São João que cresceu demais e, muitas vezes, esqueceu-se de se atentar para o planejamento urbano. O resultado, apesar da cidade ainda ser diferenciada perto de muitas deste país, são problemas estruturais graves, trânsito já ficando caótico, insegurança, equipamentos públicos ineficientes etc. Mas, o cenário mais preocupante é a divisão da cidade entre ricos e pobres, por meio de um desenvolvimento urbano desigual e que tem trazido realidades bem diferentes para moradores de uma mesma cidade. Que este Suplemento sirva de reflexão para todos os sanjoanenses e que o município possa começar a ser planejado de maneira mais eficiente, norteado pelo interesse público e colocando todos em pé de igualdade. Que o próximo Suplemento, daqui alguns anos, possa trazer uma realidade melhor, mais democrática. A São João que sonhamos passa por essa conscientização de todos que, de alguma forma, têm influência nas tomadas de decisões no município. Boa leitura!

EXPEDIENTE DIRETOR Joaquim Cândido de Oliveira Neto

EDITOR-CHEFE Reinaldo Benedetti

DIAGRAMAÇÃO Juliano de Souza

COORDENAÇÃO E TEXTOS Antonio Carlos Lorette Leonardo Beraldo


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São João do Avesso

eria uma ficção ou um relato de Marco Polo? São João da Boa Vista é uma destas cidades invisíveis de Italo Calvino: difícil de explicar, mas extremamente sedutora. Tudo nela acontece com em várias outras cidades que conhecemos. Tem memória profunda e esquecimento rápido, espaços conquistados e lugares destruídos, discussões para o futuro e inoperância no presente, gestões municipais incompletas ou atropeladas por interesses particulares.

Nada difere, somente a sua condição de única, cantada pelos bairristas. Há 20 anos, fui desafiado pelo diretor d’ O MUNICÍPIO a costurar inúmeros dados pesquisados neste jornal, fundado a mais de um século. Um suplemento de aniversário da cidade que repetisse o sucesso do anterior, que foi sobre o nosso minguado e sofrível Rio Jaguari Mirim. Que aquela edição tratasse do processo urbano de São João, para não pecar em dizer “evolução”. E assim resultou no Suplemento de 24 de junho de 1994.

Poderia ser um fiasco, pois ainda éramos preto-e-branco, tempo de pastup, com uma porção de mapas inéditos, mas de leitura aos especialistas da área. O complemento salvou a empreitada, com fotos panorâmicas, algumas clássicas e outras raramente divulgadas, que abriam janelas de décadas. Dr. Joaquim Cândido providenciou um pequeno avião, para que eu pudesse ver do alto aquela malha se multiplicando sobre o campo verde periférico. E as citações pontilhavam as rotas, pouco versadas na época.

Era uma cidade colagem, sem grandes recursos virtuais! Uma semana depois, vinham os leitores viajantes, impressionados e satisfeitos. Vários suplementos foram guardados como relíquia, fonte de informação para os jovens do futuro. Estamos, agora, a reeditar o feito, revisto e ampliado, em plena discussão dos novos rumos urbanos de São João da Boa Vista. Benvindo àquela cidade que muitos desejaram e poucos retribuíram! Antonio Carlos R. Lorette Foto Aldeia Criativa


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Histórico CAPELA Por volta de 1810, para facilitar o acesso a Caldas, foi aberta uma estrada que cortava o território de São João da Boa Vista. Esta estrada, chamada de “Guayases”, vinha de Mogi-Mirim. Em São João, serpenteava pela atual rua Serafim José Ferreira (bairro Nossa Senhora de Fátima), após a ponte encontrava com a rua Santo Antonio (bairro São Benedito), acompanhava o espigão da avenida Dona Gertrudes, descia pelo antigo largo do cemitério, atual Escola Joaquim José, descia ao meio da quarteirão ladeando a antiga Casa Blasi, encontrando a rua Wandenkolk, descendo pela atual sede do Sindicato dos Servidores, passando pelo antigo bairro Cubatão (atual quadra de esportes da UNIFEOB), atravessando o córrego São João e subindo pela rua General Osório, em direção ao Bairro Alegre. (ilustração) Nas margens do córrego São João foi se formando um arraial de pequenos agricultores, partindo do Cubatão em direção ao bairro do Rosário, através de uma ramificação da estrada de “Guayases”, hoje formada pelas ruas Riachuelo e Aristides Lobo. Em 1824, Antonio Manoel Siqueira, mais conhecido como Antonio Machado, e sua esposa, em cumprimento de um voto que fizeram a Santo Antonio, pela demanda de terras com José Sena, doaram uma gleba de suas terras para patrimônio religioso da futura povoação. Os irmãos “Machado”, Ignacio e Francisco, cunhados de Antonio, eram proprietários das terras em torno do

Supostos caminhos nos primeiros anos da Freguesia

córrego São João abaixo, no sentido norte da cidade, e pelos lados da ponte do atual bairro de Nossa Senhora de Fátima. Segundo a tradição, a capela foi construída de madeira e barro, coberta de sapé, na confluência das ruas Aristides Lobo com a rua General Carneiro, antiga rua Santa Cruz. Aliás, esta foi a primeira rua alinhada do povoado, cujo pico se manteve um cruzeiro por muito tempo. FREGUESIA Os moradores da “Capela”, já com o nome de São João da Boa Vista, requereram a sagração da capelinha do arraial, em 25 de abril de 1832. Este documento se encontra na Cúria Metropolitana de São João, encabeçado pelo monsenhor João José Vieira Ramalho. Justificaram o pedido alegando a grande distância de nove léguas, existente entre o arraial e a matriz de Mogi-Mirim. Citam, também, que a região já contava com mais de 60 fogos (casas). Mais importante que essa justificativa era o reconhecimento da comunidade através da Igreja Oficial. Como a Igreja estava ligada ao Estado, a Freguesia teria também o reconhecimento por parte do poder temporal. Monsenhor João José Vieira Ramalho, Vigário de Vara na época, teve uma grande participação para a implantação da freguesia, orientando o vigário local, Joaquim Feliciano de Amorim Sigar, na construção da igreja, na divisão e distribuição, em datas, do

Patrimônio Religioso. Esta capela foi construída mais abaixo que a atual Catedral, ao centro dapraça Governador Armando Salles, tendo algumas referências do século 19 de um cemitério ao seu entorno. Por tradição, foi ele quem propôs a mudança doorago, de Santo Antonio para São João Batista, e a transferência do local para a construção da sede paroquial, no espigão do lado esquerdo do córrego. Essa última decisão não foi tão pacífica, havendo protestos de todos os moradores do núcleo original. Afinal, muitos deles construíram suas casas em torno da capelinha, contando que esta se conservaria como o centro mais importante da futura Freguesia. É importante observar, que a nova escolha do terreno seguia as exigências das “Constittuiçõesprimeyras do arcebispado da Bahia” (1707), a qual determinava que “havendo-se de edificar de novo alguma Igreja parochial em nosso Arcebispado, se edifique em sitio alto, e lugar decente, livre de qualquer humidade, e desviado, quando for possível, de lugares imundos, e sordicos (...)” Deveria, também, estar livres “de casas particulares, e de outras parades (sic), em distancia que possa andar as procissões ao redor.” (Const. 687) A capela curada de São João da Boa Vista de Mogi Mirim, foi elevada à Freguesia pela lei provincial de 28 de fevereiro de 1838, junto a Nossa Senhora do Socorro no município de Bragança, de Nossa Senhora da Ajuda de Itaquaquicetuba e São José do Paraitinga em Mogi das Cruzes, do Senhor

Bom Jesus do Rio Negro no de Vila do Príncipe. Mons. Ramalho era grande proprietário de terras na região, além de ser um político militante. Veio a São João e incentivou o seu desenvolvimento, provavelmente, a fim de transformar a Freguesia em seu mais forte colégio eleitoral político. A igreja da Freguesia foi construída a partir de 1848, em taipa rebocada e caiada, coberta de telhas, tendo, como ajuda, uma verba do governo provincial, conseguida pelo próprio Monsenhor. Sua inauguração deu-se em 26 de junho de 1853, dois dias após a data do seu padroeiro. Mons. Ramalho faleceu logo após a cerimônia que celebrava. Além da árdua tarefa da Fábrica da Igreja em dividir e conceder datas de seu patrimônio, alguns melhoramentos urbanos foram realizados no tempo da Freguesia, como a construção e conservação dos caminhos, das ruas e do cemitério. Para o abastecimento de águas, foi instalado um chafariz no centro do Largo da Matriz. O grande quadrilátero em encosta do Largo da Matriz tem inspiração nas principais praças do baixada fluminense, como o Largo do Machado na Capital e a formosa praça central de Vassouras. É evidente a busca de Monsenhor Ramalho por referências das principais cidades cafeeiras e da própria corte, ambicionando uma qualidade excepcional a seu colégio eleitoral. E São João da Boa Vista tornou-se, por vez, a referência para outras praças regionais de encosta, como Espírito Santo do Pinhal, Mococa e São José do Rio Pardo. Quanto aos cemitérios da cidade, podemos citar dois relevantes que permaneceram até o início do século 20: o dos Cativos, na atual ruaLuis Gama, esquina da Avenida Rodrigues Alves; e o da Praça Joaquim José, cujo monumento deste patrono centraliza o antigo território. O Cemitério dos Cativos estava próximo ao antigo mercado de escravos, onde se situa a atual Igreja do Rosário, servindo às ocorrências de epidemia entre os escravos de “nação” (bexiga preta/varíola). Em meados do século vai utilizado pelos imigrantes protestantes, como quase toda a família Westin. O Cemitério Público, da atual Praça Joaquim José, foi construído diante à proibição da Constituição Imperial de 1829 de sepultarem nas


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igrejas, mas também tinha espaço reservado aos acatólicos. Os dois já estavam funcionando em 1834, conforme livros de assentamentos conservados na Igreja Catedral, sendo administrado pela Fábrica da Freguesia. VILA A Freguesia de São João foi elevada à categoria de Vila pela Lei Provincial n. 12, de 24 de março de 1859. Os primeiros vereadores praticavam atos simples de administração, condizente com o pequeno recurso financeiro da Câmara. Havia pouca esperança de obter recursos do centro da Província de São Paulo, já que a municipalidade de São João era, então, uma das mais recentes e a receita da Província era escassa. A Câmara demorou décadas para elaborar e aprovar o seu Código de Posturas. Nesse período, adotou os dispositivos do Código de Mogi-Mirim. Somente em 1885 é que o município teve o seu próprio Código de Posturas, cuja execução das multas, proporcionou alguma renda à edilidade, pra prover a muitos de seus serviços. Os vereadores se esforçaram para solucionar o problema de abastecimento de água, instalando mais dois chafarizes (1860-1864): um no Largo do Pelourinho (atual praça Monsenhor Ramalho) e outro na rua Santo Antonio (atual Teóphilo de Andrade). Pediram auxílio à Assembleia Provincial para os reparos na Igreja Matriz (1861) e construíram a Cadeia Pública (1864-1869). No período de 1865-1868, a povoação já contava com aproximadamente seis lampiões de iluminação, distribuídos espaçadamente pela Vila. Em 1869, inúmeros eram os pedidos de datas de terreno para edificações. CIDADE A Vila de São João da Boa Vista foi elevada à categoria de cidade pela Lei Provincial n. 81, de 21 de abril de 1880. As obras mais importantes executadas pela Câmara foram a construção do Mercado (1884-1885), na esquina da rua Saldanha Marinho com a Senador Saraiva, e da Cadeia e Fórum (1885-1887), na rua São João. A Comarca foi criada pela lei n. 9, de 7 de fevereiro de 1885.

Histórico

Em 1886 foi inaugurado o ramal férreo de Caldas, o que proporcionou grande progresso econômico para o município. Pelos trilhos eram escoados rapidamente os produtos agrícolas. Por eles, também, era trazida mãode-obra especializada dos imigrantes europeus. Em 1899, a cidade contava com cerca de 450 casas, incluindo o subúrbio. Abrindo o período republicano, os intendentes trataram de prover a cidade com medidas de saneamento. Transferiram o velho cemitério do centro para as bordas do perímetro urbano (1894) e, no local, formaram a grande praça Joaquim José (19021904). Providenciaram a construção das redes de abastecimento de água e esgoto (1909) e do fornecimento de iluminação elétrica (1903). Foram feitos vários “embelezamentos e ajardinamentos” de praças e o calçamento de algumas ruas (1917). A malha urbana da cidade se estendeu com o loteamento da Vila Conrado (1893-1894), local escolhido para a construção da Santa Casa de Misericórdia e o novo cemitério, como fosse um bairro Higeanópolis sanjoanense. Prédios institucionais, com fachadas bem acabadas, foram construídos no centro da cidade, como o Grupo Escolar (1902-1905), o Teatro Municipal (1913), o novo Mercado (1913) e o Fórum e Cadeia (1918), todos com grande destaque na paisagem urbana de São João.

Perímetro do Patrimônio Religioso, doado em 1865

PATRIMÔNIO RELIGIOSO Ainda não foi localizado nenhum documento da época que comprovasse a doação do terreno para o patrimônio da freguesia. Baseados em tradição oral, os cronistas e historiadores que escreveram sobre São João da Boa Vista citam a doação de 1824 pelos “Machado”, do lado direito do córrego São João e pelo Francisco Antonio de Oliveira, do lado esquerdo. A primeira é citada em livros desde 1873 e a segunda foi aventada com pistas em testamentos, no livro de Maria Leonor Alvarez Silva, em 1976. O curioso é que, em 1865, por escritura particular, os irmãos Vitorino e José Garcia de Oliveira Filho, com suas esposas, doaram a somatória destes patrimônios para São João Batista, padroeiro da Vila. O perímetro demarcado cobria praticamente toda a Vila edificada (ilustração). Em 1911, o Bispo de Ribeirão Preto ofereceu a venda deste patrimônio com os respetivos direitos de foros e laudêmios à Câmara Municipal, no valor de trinta contos de réis. A escritura de compra e venda foi lavrada no dia 16 de junho de 1915. Por que doar um patrimônio à Igreja que, por tradição, já havia sido doado? Com a aquisição do Patrimônio Religioso, a Câmara impôs aos moradores, por lei, o pagamento dos foros e laudêmios adquiridos. O povo, revoltado, organizou-se em reuniões e exigiu que a Câmara revogasse essa lei. Durante as discussões, dr.Manços de Andrade emitiu um parecer no jornal O

MUNICÍPIO”, historiando com informações de velhos moradores da cidade: “(...) cumpre-me dizer que é muito duvidosa a doação de terrenos feita por Antonio Machado ao padroeiro de então – Santo Antonio, orado d’esta freguesia – (...) O Senador João Ramalho fechou para pasto o terreno que vae da atual rua 7 de Setembro às divisas da chácara do sr. Joaquim Cabral e, quando ia para o Senado, deixava o pasto entregue à guarda do Cap. José Garcia de Oliveira Filho. Este tomou do pasto o que quis e fez à Fabrica doação do restante, sendo que tudo constava ser do patrimônio. (...) Os antigos habitantes da cidade foram construindo seus prédios e fechando os quintais como donos e como donos vendendo casa e terreno. A fábrica, sem documento algum legal, a não ser a escritura do Cap. José Garcia, que não era filho ou herdeiro de Santo Antonio, nunca protestou contra essas vendas, nunca cobrou aforamento dos terrenos vendidos por antigas escrituras públicas registradas, limitando-se a exercer sua ação nos terrenos devolutos. Nestas condições, mesmo quando a dadiva verbal de Antonio Machado ao padroeiro Santo Antonio tivesse valor, que não tem, todos os terrenos adquiridos por escritura publica de mais de dez anos, sem protesto da fabrica presente, prescreveram (Carlos de Carvalho, Consolidação das Leis Civis, ar. 429, letra a).” (11.12.1915, p.4) Antonio Carlos R. Lorette


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E tais espaços coletivos de convívio, lazer e cultura foram ficando cada vez mais raros em nossa cidade. Sob a égide de nossa Lei de Parcelamento de Solo, muitos loteamentos foram dispensados de criar suas áreas institucioA esse partefim, do sob sul ocompreende o nais para argumento de centro, a porção mais imporque se destinavam a abrigar moradias tanteUma da cidade, se acha populares. lógica onde perversa que,a igreja matriz, a casa da intenenquanto aumentava a possibilidade de dência e cadeia eo omáximo teatro. lucro domunicipal loteador, colocando A parte do norte compreende os supossível de residências lado a lado, exbúrbios da Prata, do Botucatu, em tirpava daquela região a possibilidade queinstalação está a estação da Estação de públiFerro de de equipamentos Mogiana, e o do Rosário, no qual se cos como bibliotecas, escolas, praças acha o cemitério municipal e se eleva e postos de saúde, tornando a vida da a igreja de N. S. do Rosário. população dificílima nesta parte da O terreno do tem no esta seu cidade. Se é quepatrimônio podemos chamar maior comprimento, de norte a sul, configuração extremamente carente de cerca dede1.500 metros e uns 600 na serviços cidade. largura. Há 5 largos e 28 ruas, Entretanto, nas regiões mais quase abastodas bem alinhadas. tadas o cenário não é muito diferente. Os aedifícios importantes feda Após explosãomais de loteamentos cidade são: a igreja matriz inteiramenchados a partir de 2004, imensas áreas te reconstruída, de arquitetura singe-a muradas se constituíram por toda la, porém, de forma elegante: acha-se região da Mantiqueira. Facilitados pela no centro no ponto mais elevado da mesma Leiemunicipal, as áreas institucidade; de sua torre goza-se de uma cionais puderam ser transferidas para vista encantadora sobredeixando os arredores outras partes da cidade, gran-e à grande distancia. A igreja de N. S. des bairros desprovidos de equipamendo Rosário, no subúrbio do Rosário, tos públicos. Desta vez, a justificativa quasePor 1 se kmtratarem da igreja matriz, fica éaoutra. de loteamentos de alto nível, os moradores não necessitariam de serviços públicos e portanto a instalação de escolas, praças e jardins de uso comum não seria necessária. Como resultado desta equação, encontramos ruas onde pedestres são cada vez mais raros, tornando-se apenas caminhos de passagem para veículos. Os criminosos, que se aproveitando da ausência de moradores circulando na região, são os que podem trabalhar tranquilos. Muitas vezes aproveitando-se

1891 no pino da colina do Rosário, lugar muito pitoresco e aprazível. As missas são ali celebradas uma vez por mês e são muito concorridas. O edifício do paço municipal e cadeia, de construção sólida e elegante. A casa das escolas públicas, belo edifício oferecido à municipalidade pelo cidadão Joaquim José de Oliveira. O Teatro Democrata é um edifício mal acabado e que deveria ser substituído por cousa condigna do fim a que é destinado. Dentro do perímetro urbano há mais de 300 casas, algumas das quais são de sobrado ou emchalet. Ultimamente constroem-se continuamente excelentes prédios de tijolos. Há dentro da cidade 6 pontes, sendo 5 sobre o córrego S. João e 1 sobre o Prata. O córrego é utilizado dentro da cidade por particulares com motor de 3 maquinas. A cidade ainda não está abastecida de agua potável encanada, porém, a intendência trata de estabelecer esse indispensável melhoramento.

A estação da Estrada de FerroMogiana da cidade está situada à margem direita do Jaguari, a 738 metros acima do nível do mar, devendo o lugar mais alto da cidade estar a uns 860 metros. Além dos montes que circundam a cidade, uns cobertos de pastagens, outros de cafezais, outros de matas, são também avistadas as serras da Cacho-

eira, do Caracol, da Prata, do Alegre, do Paiol, da Boa Vista e da Fartura e as montuosas e risonhas campinas de Caldas. Os subúrbios da cidade são: o Cubatão, o Botucatu, o Rosário e a Prata.” (“Almanach do Estado de São Paulo”, 1891, p. 691)

“São João dos meus avós! Cidade criança, longínqua, dos grandes currais, das casas esparsas e dos lampiões a querosene! Velhos casarões de pau a pique, entremeados de chiqueiros fedorentos. Velho povoado das ruas barrentas, transitadas por animais de pastoreios e cabras irrequietas! São João dos seus primórdios! Benedito F. Oliveira (Cajuca)

A cidade vista dos altos do Bairro Pratinha, foto Augusto José, 1891. A torre da Matriz, recentemente reformada, domina a paisagem urbana

O centro da cidade: a região demograficamente mais densa ainda conserva uma quantidade i Fotos Leonardo Beraldo

A construção de loteamentos fechados modifica de maneira abrupta e arbitrária a própria paisagem


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1901 Vila Conrado

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da pouca intimidade entre vizinhos que estes bairros de ruas vazias proporciona. Hoje, podemos claramente observar a grande segregação socioespacial presente em nossa cidade. De um lado, uma região privilegiada pela vista da Serra da Mantiqueira, à qual poucos têm acesso. De outro, bairros populares de grandes extensões, muitas vezes utilizados apenas como pesar de ser umadedas áreas dormitórios. Desprovidos áreas de ocupadas maisouantigas da convívio, ruas com baixa nenhuma a região atual arborizaçãocidade, e poucas áreasdocomerBairro um do Rosário ficou no ciais configuram difícil horizonte ostracismo, logo que se transferiu a para um desenvolvimento sadio de igreja da futura paraSome-se o outro qualquer criançafreguesia ou jovem. doisso Córrego São João. Sódaficaram alado tudo o esvaziamento região algumasdavelhas casas taipa próxicentral cidade, comdeíndices de demas às margens do córrego, as que socupação próximos aos 25% em dedelimitavam ovias, velho caminho, formado terminadas sendo acelerado cada pelasmais atuaispela ruasmigração Riachuelode e Aristides vez serviços Lobo, e o prédio Igreja do Rosário, essenciais, como da a recente transferênconstruído nos idos de 1870. cia do Fórum. desta Igreja, o ÉAntes com da esteconstrução cenário, em grande parte largo servia de de escravos a patrocinado pormercado uma legislação urbacerta distância do centro da vila, para nística permissiva, obsoleta e exclufacilidade sua venda àsurbano fazendas dente, ondede o planejamento foi e como precaução às epidemias. Nas encarado muitas vezes como indutor proximidades, ficava o eCemitério do mercado imobiliário reprodutordos de Cativos. Conseguindo as mais alforrias desigualdades, que atingimos uma e depoisdeasumetapas libertação, revisão Planode Diretor. Temososa negros da cidade residirgrave nas oportunidade de preferiam reverter este imediações do sepultamento seus quadro, proporcionando umadecidade antepassados, tornando-se o primeiro mais justa, eficiente e agradável. Penbairro em da cultura afro de São João da sando um desenvolvimento pleno Boa Vista. Abrindo-se aaproximando República, para todo sanjoanense, suas ruas levaram personadesiguais, criando nomes espaçosdesadios de lidades abolicionistas, as quais ainda convívio e gerando boas oportunidapermanecem. des. São esses ideais que deveriam Alguns meses apósdeauma inauguranortear o planejamento cidade. ção da (1886),nos a Que os Estação erros doFerroviária passado possam Câmara servir de resolveu lição. parcelar os terrenos à margem direita do córrego São João, abrangendo os bairros Botucatu, RoLeonardo Beraldo sário e Prata. O arruamento estava previsto para chegar até à margem esquerda do ribeirão do Prata. A partir de então, apareceram diversos requerimentos com relação à concessão de terrenos e alegações de posse nestes bairros. Na planta ao lado, podemos observar este arruamento em forma de grelha, não muito uniforme, que tenta se adaptar à malha urbana do centro, enfrentando seus acidentes geográficos.

Bairro do Rosário

Vila Conrado foi o primeiro loteamento de iniciativa particular em nossa cidade. Conrado Marcondes de Albuquerque destacou uma parte de sua propriedade contígua à cidade e nela abriu várias ruas, demarcou as quadras e dividiu os terrenos em lote. Ele e sua esposa, Dona Gertrudes, moravam na sede da fazenda, em forma de chalet, atualmente ocupado pelo Clube Palmeiras. Eles vieram de Amparo e para lá voltaram mais tarde. Conrado era empreiteiro associado a seu cunhado engenheiro Mathias Cintra. Foi também vereador e sua benemérita esposa nomeou a principal avenida de São João da Boa Vista. Ofereceu as ruas à Municipalidade e um terreno para construção da Santa Casa de Misericórdia. Conrado pretendia proporcionar grandes melhorias ao seu loteamento, como se propagava no jornal “Cidade de São João”, do dia 16 de setembro de 1894: A Vila contaria com abundante água potável, um chafariz no “Largo da Boa Vista” (atual Praça José Pires) a ser ajardinado, várias construções, inclusive uma para o “Colégio Culto a Instrução” etc. A situação topográfica privilegiada do local, somada às construções do Cemitério Novo (1894), da Santa Casa (1899) e do reservatório de água para o abastecimento da cidade (1899), mportante de praças e áreas públicas, possibilitando maior interação de sua população local transformou a Vila Conrado no subúrbio mais salubre de São João. Vendo a planta da cidade de 1901, nota-se uma ocupação rarefeita da Vila, com a maioria das ruas mal demarcada. Aos poucos, as quadras foram sendo ocupadas por casas de aluguel, pequenas fábricas e alguns serviços. Os ricos ainda preferiam construir suas mansões no centro da cidade. Até a década de 30, inúmeras são as reclamações feitas quanto à conservação destas ruas. Poços d’água chegavam a invadir as casas, as ruas ficavam intransitáveis de tanto barro e o mato cobria a maior parte da vila.

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Planta da cidade em 1901, executada pelo engenheiro agrimensor Guilherme Sandeville. Acervo do Autor


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1905

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m 1905, foi realizada uma série de cartões postais com vistas da cidade de São João, com fotos de Augusto

José. Três delas foram tiradas da torre da Matriz, avistando-se a rua São João em direção à estação ferroviária, a avenida Dona Gertrudes em direção à Vila Conrado e o jardim público, cercado pelo casario. Outro cartão apresentava a Júlio de Freitas. Estes cartões circularam até a década de 10, enviados pelo correio por todo o país e até para o estrangeiro.

Vista da cidade, tomada da Chácara Bela Vista, foto Augusto José, 1905

Vista da Rua São João em direção ao largo da estação, foto Augusto José, 1905


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1908

Trinta e quatro ruas cortam a cidade. Tem sete praças. Há iniciativa para a construção de um grande teatro pela associação ‘ItalianiUniti’ recentemente organizada nesta cidade. O Jardim Público com as reformas por que está passando vai se tornar um magnífico passeio. O atual teatro é um edifício que pouco honra o nosso meio. (...)O movimento comercial é auxiliado por duas casas bancárias. (...) Dentre os seus melhores prédios, destacam-se o Centro Recreativo, a Santa Casa de Misericórdia e, de mais recente data, o Grupo Escolar, construção solida e elegante, com vastas acomodações, preenchendo perfeitamente seus fins. Ressente-se a nossa cidade de um melhoramento que atualmente ocupa a atenção da Câmara Municipal – a instalação da rede de esgotos. A ilustre Edilidade que emprega os maiores esforços para a realização desse beneficio local, suprirá brevemente essa necessidade. E então, sem rebuço, poderemos colocar S. João da Boa Vista no nível das cidades adiantadas do interior, atendendo-se à sua vida própria, ao seu movimento comercial e, sobre tudo, aos melhoramentos públicos e seu crescente progresso, porque com muita elevação de vistas tem agido a nossa Câmara Municipal. (...) Sua população é de 8.000 habitantes, mais ou menos. Goza a cidade de todas as vantagens de salubridade em razão de sua colocação sobre as encostas de duas coli-

Vista da rua Saldanha Marinho, antiga rua do Mercado, em foto de Augusto José em 1908. Acervo Museu Histórico e Pedagógico “Dr. Armando de Salles Oliveira”

nas onde a ventilação é constante e o escoamento das aguas é rápido e fácil. Dentro do perímetro urbano há cerca de novecentas casas, algumas de sobrado, e muitas em forma de chalet. Ultimamente se tem construído importantes prédios de tijolos. No subúrbio ‘Villa Conrado’ notável por sua situação topográfica e por sua salubridade, acham-se construídos 78 prédios – quase todos de agradável aparência e estilo mais ou menos moderno. Toda a cidade, inclusive esse subúr-

bio e a ‘Prata’, é abastecida de abundante agua potável, canalizada; tem bom serviço de iluminação elétrica, instalada com capacidade hidráulica de 120 H.P. Há diversos clubes recreativos e literários; boas bibliotecas, conta nove periódicos na sede e nos distritos. Além das estradas gerais que põem a cidade e o município em relação imediata com todas as povoações e municípios circunvizinhos (Casa-Branca, S. José do Rio Pardo, Caconde, Caldas,

E. S. do Pinhal e Mogi-mirim) e das estradas municipais, algumas excelentes, que conduzem a diversos pontos do interior, o município é servido pela Estrada de Ferro Mogiana e pelo Ramal de Vargem-Grande. Existe no município, além desses meios de comunicação, uma rede telefônica, ligando a cidade às povoações e principais fazendas.” (Carlos KIELLANDER, 1908, pp. 23-24)


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São João na Exposição Nacional de 1908 Para que São João participasse da Exposição Nacional de 1908, realizada no Rio de Janeiro, o Club da Lavoura coletou um grande mostruário dos produtos da “indústria agrícola”,

além de trabalhos da “indústria doméstica”. De todo o Estado de São Paulo, São João da Boa Vista foi o único que fez uma exposição distrital preparatória,

merecendo especial menção no boletim da capital paulista. O município também bateu o recorde no número de medalhas, com 54 prêmios. O que mais chamou a atenção do público, a nível

nacional, foi a grande coleção de vistas fotográficas das fazendas, das povoações e dos melhores edifícios públicos e privados, acompanhadas por etiquetas com descrições minuciosas.

Vista de São João da Boa Vista a partir da Chácara Bela Vista. Foto de Augusto José, 1908

Vista da Vila Conrado e Praça Joaquim José a partir da torre da Matriz. Foto de Augusto José, 1908


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1920

A cidade acha-se situada ao norte da capital. Está assentada à margem direita do Jaguari-mirim, sobre duas colinas, uma ao norte, entre o rio da Prata e córrego de S. João, e outra ao sul. Conta 42 ruas, 6 praças, sendo as duas principais ajardinadas. Os prédios são 1.204, sendo os principais edifícios: Igreja Matriz, Fórum, Grupo Escolar, Theatro Municipal, Clube Recreativo, Santa Casa de Misericórdia, além de belíssimos prédios particulares. A cidade é iluminada à luz elétrica, cuja empresa pertence a Azevedo & Irmãos. Possui abastecimento de aguas e rede de esgotos, propriedade da Câmara Municipal e rede telefônica. As suas ruas estão sendo calçadas a paralelepípedos de pedra. Os veículos registrados na Prefeitura são 1.231, sendo 48 automóveis.” A população do Município é de 51.993 habitantes e o clima é salubérrimo. (Os municípios paulistas, 1925, p. 1807)

Vista parcial da cidade, tomada da torre da Igreja do Rosário, foto Carlos Budri, início dos anos 1920 Planta da cidade em 1920, executada pelo engenheiro civil João Ferraz. A planta serve de base para o projeto da rede de distribuição de água e da construção de um reservatório no espigão do bairro do Rosário. Arquivo particular do eng. José Expedito Lucas Silva


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1930

E

sta é talvez a planta cadastral mais bem elaborada que a cidade já teve. Ela apresenta todos os loteamentos lançados na década de 20 (compare com a planta de 1920). São João teve um grande crescimento nesta época, impulsionado pelo auge da economia do café. A partir do início do século, vários

são os artigos de jornais apontando o déficit habitacional da cidade. Em 1911, o vereador Dr. Manços de Andrade chegou a propor que a Câmara incentivasse a construção de uma Vila Operária. Porém, somente a partir de 1924 é que os loteamentos de iniciativa particular vão proliferar, estendendo-se as bordas da malha urbana. Desta maneira se constituíram a Vila Christiano

Osório, atual Bairro São Lázaro; a Vila Mariana, entre as ruas Saldanha Marinho, Quintino Bocaiuva e São João, atual centro; a Vila Conceição e Vila Operária, do outro lado do Rio Jaguari Mirim; a Vila Cabral, hoje pertencente ao Bairro do Rosário; a Vila Joaquim Cândido, formada pela avenida TerezianoVallim, e a Vila Manoel Cecílio, atual Bairro São Benedito.

Planta da cidade executada em 1930 pelo escritório de engenharia de Francisco Azevedo& Francisco Palma Travassos (Dr. Tito). Acervo particular do eng. José Expedito Lucas Silva


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1939

A cidade encanta a quantos a visitem. Magnificamente disposta, com lindos ângulos de perspectivas, com ruas retas e bem cuidadas, as principais delas calçadas a paralelepípedos, com quase 2.500 prédios de moderna construção e lindo aspecto, São João da Boa Vista representa, na verdade, o que o seu nome exprime: uma cidade de belas vistas. (...)” Na gestão do prefeito Henrique Cabral de Vasconcellos, os “serviços de embelezamento” de praças estavam em primeiro plano. “Remodelou completamente o jardim da Praça Joaquim José, tornando-o um aprazível recanto urbano. Esse jardim será inaugurado em breve, após a instalação de uma linda fonte luminosa encomendada na

Alemanha. (...) O jardim da Praça João Pessoa (atual Praça Governador Armando Salles) deverá ser iniciado dentro em pouco, estando a Prefeitura apenas aguardando a vinda de um técnico da Siemens-Schukert para determinar a localização e os serviços necessários ao assentamento de vários chuveiros luminosos nos canteiros (...). Com esse embelezamento aquela Praça ficará sendo a mais linda e importante da cidade que será também a primeira, no Estado, a possuir os lindos chuveiros luminosos os quais só existem na Capital da Republica.” (REVISTA DAS MUNICIPALIDADES, 1939, s/p)

Nos anos de 1939 e 1940, o antigo IGG (Instituto Geográfico e Geológico de São Paulo) encomendou a ENFA (Empresa Nacional de Fotografias Aéreas) o registro em aerofotos oblíquas (tiradas num ângulo de 45º.) dos 270 municípios do Estado, incluindo aí as sedes distritais. Em São João da Boa Vista, no ano de 1939, foram feitas a “Vista Geral do Núcleo Urbano” e a foto da “Usina Elétrica Santa Ignes”. A prefeitura Municipal adquiriu uma ampliação fotográfica da Vista Geral, que hoje faz parte do Acervo do Museu Histórico e Pedagógico “Dr. Armando de Salles Oliveira”.


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1950

J

osé Maurício Rezende foi o primeiro fotógrafo sanjoanense a tirar fotos aéreas da cidade. Foi ele quem fez a foto que ilustrava a capa do Álbum de São João, de 1950, e, a partir de então, renovava o seu acervo aéreo da cidade a cada um ou dois anos. Algumas vistas, em grande ampliação feita em São Paulo, foram especialmente encomendadas, como as existentes no Bispado (atualmente no Museu de Arte Sacra), na Prefeitura Municipal (Museu Histórico e Pedagógico) e no Cine Ouro Branco.

Vista aérea do centro de São João, foto José Maurício Rezende / Foto Hollywood, 1950

1955

Existem, na cidade, 5 avenidas, sendo que 2 são inteiramente pavimentadas com paralelepípedos numa extensão de 22.163 metros quadrados, ambas inteiramente arborizadas. Ainda nos dados relativos a 1954, ficou constatada a existência de 120 ruas, 8 travessas, 15 largos e praças, 4 estradas e caminhos; estando 26 dessas vias, algumas delas bem extensas, calçadas inteiramente; 23 parcialmente; 15 completamente arborizadas; 5 praças ajardinadas e arborizadas. A extensão total do calçamento das Avenidas, ruas etc., em 1954, atingiu o total de 135.063 metros quadrados, do qual, pode-se dizer sem exagero, a maioria pertence à administração municipal da gestão de 1952 a 1955. (...) Segundo dados estatísticos realizados em 1954, existem na cidade, nas suas zonas urbanas e suburbanas, 4.585 prédios, (...)”

Vista aérea, foto Irmãos Giannelli, 1955-56

(Benedito F. de OLIVEIRA, 1955, pp. 125-126)


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1957

Possui a cidade 152 logradouros, dos quais 46 são pavimentados, 17 arborizados, 1 ajardinado e 5 ajardinados e arborizados, simultaneamente; 4.090 prédios; iluminação pública em 130 logradouros com 1.320 focos ou combustores; iluminação particular com 4.500 ligações elétricas; rede de esgoto com 3.000 prédios esgotados; rede de água, com 4.100 domicílios

abastecidos; 530 aparelhos telefônicos instalados; 1 agência do D. C. T.; 2 hotéis (diária média Cr$ 120,00); 6 pensões, 2 cinemas e 1 teatro. Possui o município 2 linhas de ônibus urbanos e 4 intermunicipais. A pavimentação da cidade é em paralelepípedos.” (Enciclopédia dos municípios brasileiros, 1958, pp. 173-74)

Planta da cidade em 1957, executada pelo eng. Paulo de Almeida Sandeville. Tomando como base a planta de 1930, Sandeville complementou-a com os novos loteamentos surgidos nas décadas de 40 e 50, entre eles a Vila Valentim, a Vila Bancária, o Bairro Santo André, a Vila Loyola e os novos “braços” lançados da Vila Brasil, do atual D.E.R. e do Bairro Santo Antonio.


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1969

N

os anos 60, deu-se o início da verticalização de São João, com a construção do Edifício Bradesco (1965 a 1967) e do Changai (1964 a 1969). A torre da Igreja Catedral perdeu, então, o privilégio de ser o marco referencial da paisagem urbano do centro, posição que manteve por mais de um século de existência. A construção de altos edifícios, na cidade, estacionou-se na década seguinte, retornando nos anos 80. Antonio Carlos R. Lorette

Construção do Edifício Changai, foto Giannelli, 1969

Vista aérea, José Maurício Rezende / Foto Hoolywood, 1969. Acervo Museu Histórico e Pedagógico “Dr. Armando de Salles Oliveira”


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1970 Arquivo Museu Histórioco

O complexo da Santa Casa de Misericórdia Dona Carolina Malheiros e o velório anexo, no início dos anos 1970


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1980 Arquivo Museu Histórioco

Vista aérea do centro da cidade, início dos anos 1980


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D

E Agora, São João?

esde 1990 o jornal O MUNICÍPIO vem acompanhando as discussões em torno de um Plano Diretor de Desenvolvimento para São João. Em uma série de reportagens, o jornal enfocou diversos aspectos do plano e a repercussão existente em cada setor. No dia 5 de novembro de 1991, o jornal promoveu o que deveria ser o “último debate” sobre o plano, já que a data máxima, prevista para a votação seria o dia 29 de novembro. Diversas autoridades na área arquitetônica e ambiental, estiveram na cidade para discutir com os vereadores e comunidade a essência do projeto. Cerca de 130 pessoas participaram das discussões durante três horas. Na ocasião alguns posicionamentos foram unânimes. O primeiro deles é que faltava uma definição quanto à vocação da cidade e quanto ao planejamento rural. Outro ponto polêmico assinalado, dizia respeito ao Solo Criado. Através deste sistema seria possível construir verticalmente em toda a cidade mas, toda área construída que excedesse a área do terreno, em metros quadrados, seria tributada. O dinheiro arrecadado seria utilizado na desapropriação de áreas para construção de avenidas marginais e de preservação ambiental, gerido por um Conselho Diretor do Fundo de Urbanização. Este ponto foi o principal “divisor de águas” do plano, embora, outras questões contrariasses alguns. Dentre os pontos problemáticos se encontravam os diversos Anéis Viários criados, as áreas de preservação ambiental e as áreas onde seriam proibidas quaisquer alterações até que fossem definidos corredores de circulação. No último dia previsto para votação do Plano, a Câmara Municipal apresentou um projeto substitutivo, onde o “Solo Criado” deixava de existir. O Fundo de Urbanização passaria a contar com recursos orçamentários e os anéis viários tinham sua área reduzida e o prazo para definição limitado. Qualquer leigo pode perceber que, sem o seu tripé de sustentação, o Plano Diretor não poderia sobreviver. Passaria a ser “Letra Morta”, já que todas as alterações apontadas estavam entrelaçadas.

Seria necessário um novo Plano Diretor, já que o que estava em estudo não agradava à maioria, mas deixar a cidade com um “Plano Incompleto” seria o mesmo que deixar sem nada. O ex-prefeito usando um artifício contido na Lei Orgânica Municipal, optou por um referendo popular ao projeto aprovado pela Câmara. O exprefeito agiu assim, porque o referido projeto foi aprovado por 11 votos, dos 15 válidos. Um veto seu, seria facilmente derrubado. O plebiscito popular até hoje não aconteceu. Esta foi a primeira tentativa de ordenamento da cidade. No início da década de 70, a Prefeitura contratou uma empresa - AGROPLAN - para que efetuasse um Plano Diretor de Desenvolvimento Integrado, mas o projeto não foi aprovado na Câmara e acabou

nas gavetas do arquivo municipal. Em 1993, Eduardo Homem de Mello fez um novo projeto que obteve a anuência da Câmara. Este plano deveria entrar em vigor mas, apesar do Código de Obras citá-lo em seu primeiro artigo, o plano nunca foi observado. Na opinião de engenheiros e arquitetos, o plano era complicado, restritivo e muito rigoroso, o que fez com que o poder público virasse as costas para essa Lei. Com tudo isso, a cidade não possui nenhuma Lei que determine o caminho do seu desenvolvimento. O que existe são leis que definem regras parciais deixando as grandes questões de lado. O problema do trânsito é um exemplo disto. Não basta inverter uma ou duas mãos de direção, estas medidas são paliativas. É necessário que a cidade possua um plano abrangente, onde as

alterações tenham um objetivo futuro, condizente com sua evolução. É precisa que a cidade tenha visão futurista. É graças a esta visão, que o Parque Trianon sobrevive na avenida Paulista e que a avenida Faria Lima é uma realidade, na cidade de São Paulo. Foi esta visão que fez de Curitiba um exemplo a ser copiado no mundo. São João merece e necessita de um desenvolvimento ordenado, projetado para o futuro. Não podemos cruzar os braços e deixar que a cidade continue a crescer sem um planejamento urbano para os próximos 10 anos, pelo menos. Maria Isabel Pereira

Publicado originalmente na edição Especial do jornal O MUNICIPIO de 24 de junho de 1994

Arquivo Museu Histórioco

Bairro Primeiro de Maio: o primeiro loteamento financiado pelo BNH na cidade, na década de 1960


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O futuro chegou

O

tema do Planejamento Urbano está inserido no debate local há muito tempo. Parece estar ligado diretamente às “dores do crescimento” de nossa cidade. Desde meados da década de 1920 a cidade vem expandindo sua área urbana, alternando períodos de maior e menor intensidade. Entretanto, o que nos interessa aqui não é a dimensão que a cidade adquiriu. Para tanto, qualquer pessoa pode vislumbrar os nossos horizontes cada vez mais povoados. Cabenos discutir com que qualidade tamanha expansão foi realizada. Até para que possamos nos arriscar a responder uma questão um tanto frequente: falta planejamento em nossa cidade? Os últimos vinte anos foram pródigos para os empreendedores imobiliários, que lucraram com a criação de mais de sessenta loteamentos. Todavia, esta expansão nos cobra hoje o seu preço: uma cidade cada vez mais espraiada,

A ausência de áreas de convívio torna-se bastante nítida no panorama do Bairro dos Resedás Grandes áreas muradas com moradias de alto padrão, definem os limites da região leste da cidade


22 de junho de 2016 com grandes vazios urbanos e uma baixa densidade habitacional. Isto significa que além de maiores custos de instalação e manutenção de toda a infraestrutura urbana por habitante, os sanjoanenses necessitam se deslocar por distâncias cada vez mais longas para realizar seus afazeres. E para isso contam com um aliado poderoso, o automóvel. Segundo dados do Denatran atualizados até o mês de abril, existe em São João da Boa Vista uma relação de um veículo automotor para cada 1,3 habitante. Para efeito de comparação, no ano 2000 essa relação era de apenas um veículo para cada 2,8 habitantes. Com essa taxa de crescimento vertiginosa nos aproximaremos rapidamente de um veículo per capita em poucos anos. Outro efeito desta expansão espacial da cidade foi a periferização da população mais pobre. Empurrada para a região Sul, se distanciando cada vez mais do centro da cidade, enfrentando grandes deslocamentos para acessar serviços públicos, zonas comerciais e equipamentos de lazer por um sistema de transporte público que ainda opera sob uma lógica antiga e excessivamente centralizada.

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O Jardim Europa, completamente isolado do restante da malha urbana

Pela implantação sucessiva de empreendimentos imobiliários, a magnífica vista da Serra da Mantiqueira tornou-se um privilégio apenas para os que podem dispor de uma propriedade aos seus pés


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E tais espaços coletivos de convívio, lazer e cultura foram ficando cada vez mais raros em nossa cidade. Sob a égide de nossa Lei de Parcelamento de Solo, muitos loteamentos foram dispensados de criar suas áreas institucionais para esse fim, sob o argumento de que se destinavam a abrigar moradias populares. Uma lógica perversa que, enquanto aumentava a possibilidade de lucro do loteador, colocando o máximo possível de residências lado a lado, extirpava daquela região a possibilidade de instalação de equipamentos públicos como bibliotecas, escolas, praças e postos de saúde, tornando a vida da população dificílima nesta parte da cidade. Se é que podemos chamar esta configuração extremamente carente de serviços de cidade. Entretanto, nas regiões mais abastadas o cenário não é muito diferente. Após a explosão de loteamentos fechados a partir de 2004, imensas áreas muradas se constituíram por toda a região da Mantiqueira. Facilitados pela mesma Lei municipal, as áreas institucionais puderam ser transferidas para outras partes da cidade, deixando grandes bairros desprovidos de equipamentos públicos. Desta vez, a justificativa é outra. Por se tratarem de loteamentos de alto nível, os moradores não necessitariam de serviços públicos e portanto a instalação de escolas, praças e jardins de uso comum não seria necessária. Como resultado desta equação, encontramos ruas onde pedestres são cada vez mais raros, tornando-se apenas caminhos de passagem para veículos. Os criminosos, que se aproveitando da ausência de moradores circulando na região, são os que podem trabalhar tranquilos. Muitas vezes aproveitando-se

O centro da cidade: a região demograficamente mais densa ainda conserva uma quantidade i Fotos Leonardo Beraldo

A construção de loteamentos fechados modifica de maneira abrupta e arbitrária a própria paisagem


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importante de praças e áreas públicas, possibilitando maior interação de sua população local

Pág. 23 da pouca intimidade entre vizinhos que estes bairros de ruas vazias proporciona. Hoje, podemos claramente observar a grande segregação socioespacial presente em nossa cidade. De um lado, uma região privilegiada pela vista da Serra da Mantiqueira, à qual poucos têm acesso. De outro, bairros populares de grandes extensões, muitas vezes utilizados apenas como dormitórios. Desprovidos de áreas de convívio, ruas com baixa ou nenhuma arborização e poucas áreas comerciais configuram um difícil horizonte para um desenvolvimento sadio de qualquer criança ou jovem. Some-se a tudo isso o esvaziamento da região central da cidade, com índices de desocupação próximos aos 25% em determinadas vias, sendo acelerado cada vez mais pela migração de serviços essenciais, como a recente transferência do Fórum. É com este cenário, em grande parte patrocinado por uma legislação urbanística permissiva, obsoleta e excludente, onde o planejamento urbano foi encarado muitas vezes como indutor do mercado imobiliário e reprodutor de desigualdades, que atingimos mais uma revisão de um Plano Diretor. Temos a oportunidade de reverter este grave quadro, proporcionando uma cidade mais justa, eficiente e agradável. Pensando em um desenvolvimento pleno para todo sanjoanense, aproximando desiguais, criando espaços sadios de convívio e gerando boas oportunidades. São esses ideais que deveriam nortear o planejamento de uma cidade. Que os erros do passado possam nos servir de lição. Leonardo Beraldo


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22 de junho de 2016 Foto Aldeia Criativa

PRIMÁRIA

Fontes

SECUNDÁRIAS

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AZEVEDO, José Osório de Oliveira. História administrativa e política de São João da Boa Vista: 1896 a 1932. São João da Boa Vista: Arquivo Histórico Municipal. I tomo: 1896 a 1910, 247 p./ II tomo: 1911 a 1921, 374 p.

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PLANTA BÁSICA DO P.D.D.I. DE SÃO JOÃO DA BOA VISTA (Plano Diretor de Desenvolvimento Integrado). AGROPLAN. Escala 1:5.000. Papel poliéster. (Arquivo Prefeitura Municipal)

Coleção de jornais O MUNICÍPIO, 1906 a 1994, e A CIDADE DE SÃO JOÃO, 1891 a 1994.

PLANTA DA CIDADE DE SÃO JOÃO DA BOA VISTA / SP. Assessoria de Planejamento Técnico. Escala 1:10.000. Área do perímetro urbano 42.025 Km2. Papel poliéster. (Arquivo Prefeitura Municipal)

Cartório do 1º Ofício de São João da Boa Vista, Livro 74, fls. 98 a 100.

Foto Aldeia Criativa


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