APDESPBR - A Força da Fenix

Page 1

A Força da Fênix

Com a mesma coragem e esperança da ave mitológica, a APDESPBR anuncia um novo ciclo

Mulheres na prótese

A professora Shirley Assaoka relata seus desafios e conquistas como mulher na profissão

Exclusivo

Marcos Celestrino, referência na prótese dentária, define a profissão como uma máquina de construir sonhos

ANO 2023 | ABRIL/MAIO/JUNHO

NOVO CICLO DA APDESPBR

Olá, meus colegas veteranos e jovens.

É uma alegria estar aqui em mais um fato histórico da nossa entidade: a volta deste periódico que já se tornou referência no nosso setor.

Como veterano, tive a oportunidade de testemunhar o nascimento desta revista e acompanhar a sua evolução gráfica e editorial.

De cara nova, a publicação volta com as atualizações da nossa área, de forma democrática, respeitando tanto as ideias mais conservadoras quanto as inovações que a cada dia transformam o nosso setor.

Jovens que ocupam cada vez mais espaço no mercado, inclusive na nossa associação, terão poder de fala na seção Decolando ao destacar suas ideias e anseios.

A educação continuada também sempre terá lugar cativo nesta publicação, bem como a indústria, anunciando ao mercado suas novidades.

Esse novo momento tem a minha chancela, pois acredito na força de pessoas que se unem pelo mesmo ideal, dedicando-se para o avanço da nossa especialidade.

E é esse espírito que eu testemunho ao acompanhar de perto todos aqueles que se engajaram para tornar possível mais esse feito da nossa entidade: a volta da revista APDESPBR

Desejo muito sucesso e contem com todo o meu apoio nesta jornada.

Estimados leitores, associados e colegas da Indústria, estamos caminhando!

A retomada desta revista representa importante marco dos novos tempos que virão. Podemos classificá-los como crescimentos profissionais e interpessoais.

Tivemos que nos reinventar com todos os fatos surgidos no passado recente e ainda precisamos nos preparar mais para os desafios futuros.

Nossas melhores qualificações pretéritas, presentes e futuras servirão de alicerce para os técnicos em prótese dentária perante a área da saúde e qualidade de vida das pessoas.

Somos importantes e devemos ter muita consciência disto na realização de nossas tarefas diárias, mantendo a humildade, a presteza e a solidariedade, valores permanentes em nossa vida profissional e social.

Aos veteranos, nossos agradecimentos por terem aberto caminhos que hoje percorremos e quiçá, os melhoremos para as gerações futuras de nossa profissão.

Aos estudantes desta área nossas melhores vibrações. Dediquem-se e se tornem referências no dia de amanhã.

O nosso muito obrigado a todos que acreditam nas nossas ações, sobretudo, aos que apostaram na retomada da nossa revista.

Somos como a Fênix.

Sempre nos recriando e renovando.

Aproveitem a leitura.

REVISTA APDESPBR 3
José Henrique dos Santos Presidente da APDESPBR APDESPBR
Palavras da presidência

Dia a dia da APDESPBR

Conheça o organograma da associação

Palavras da presidência

Editorial

Tecnologia

Dr. Dario Adolfi apresenta a plataforma Kiwid desenvolvida para aprimorar a gestão dos laboratórios

Entrevista

Marcos Celestrino relata sua trajetória na prótese dentária

Homenagem

Dra. Gláucia Tamake abre o coração e relata fatos históricos da trajetória do Sr. Jorge Tamake, que nos deixou um grande legado

Artigo

Os avanços tecnológicos e o mercado da prótese dentário sob o olhar de Luiz Fernando Buratto

Aconteceu

Diretores da APDESPBR participam do evento Grandes Mestres II

Cursos

Confira a agenda dos próximos cursos

Caderno científico

Celso Kenji Yokoyama conta os planos do Departamento Científico da gestão atual

Capa

Com a força da Fênix nosso setor retoma com força, coragem e esperança

Decolando

O jovem técnico em prótese dentária Gabriel Aranha fala sobre a importância das parcerias para quem deseja empreender

Especial Congresso

Pro Experience marca a retomada da APDESPBR no pós-pandemia

Ações sociais

A ONG Por 1 sorriso oferece atendimento odontológico voluntário

Evoluções na prótese

Dr. Guilherme Saavedra comenta quais os principais avanços no setor com a era digital

CRO

A importância da certificação, com Marcelo Tanaka e Joel Pfeifer, gestores da Câmara

Técnica do CRO

Atualizações

O dentista e TPD André Dias Vieira aponta as principais evoluções do escaneamento digital

Vem aí

APDESPBR Business – nos dias 18 e 19 de agosto o mercado da prótese dentária se reunirá em evento único, em São Paulo

Odontologia digital

A TPD Sabrine Henn aponta os caminhos para quem deseja se adequar às tecnologias modernas

Sustentabilidade na prótese

Sílvia Berlinck, CEO da startup Sorriso Sustentável Soluções Ambientais aponta atitudes conscientes e comprometidas com o planeta

Mulheres na prótese

Shirley Assaoka relata seus desafios e conquistas no exercício da profissão

Inclusão na prótese

Conheça o dicionário em LIBRAS desenvolvido para técnicos

Saúde em Foco

Mitos e verdades sobre as vacinas

APDESPBR

Telefone: 11 94465-1294

Instagram: @apdespbr

Site: apdespbr.com.br

DIRETORIA E CONSELHO FISCAL

BIÊNIO 2022 / 2023

Presidente: José Henrique dos Santos

Vice-Presidente: Toshio Uehara

Diretor Administrativo/ Científico: Celso Kenji Yokoyama

Vice-Diretor Administrativo: Luiz Fernando Buratto

Diretor Financeiro: Jorge Bauer Neto Vice Diretor Financeiro: Marcelo Arikawa

CONSELHO FISCAL

1º Conselho Fiscal: Gizeli Gonçalves Acorci

2º Conselho Fiscal: Fausto Rioiti Horigutti

3º Conselho Fiscal: Mauricio Correa

SUPLÊNCIA DO CONSELHO FISCAL

1º Suplente Fiscal: Gilberto Alves Nunes

2º Suplente Fiscal: Jesus Villazon Diaz

3º Suplente Fiscal: Sigenobu Kiyan

A EVOLUÇÃO DIGITAL SEM PERDER A HUMANIZAÇÃO

Recomeçar é um ato de coragem. Mas sabemos que para concretizarmos um sonho é preciso muito mais do que coragem. É necessário haver união, acreditar, confiar. E foi reunindo todos esses valores que retomamos a nossa querida revista da APDESPBR.

A matéria de capa fala desse ressurgir, tendo a fênix como nossa fonte inspiradora. Nesta matéria, especialistas veteranos como o Sr. Oshiro e Dr. Paulo Kano relatam algumas de suas experiências e expressam suas expectativas em relação ao novo ciclo da APDESPBR, que vem com muitas ações para contribuir para o avanço da especialidade no Brasil nesta retomada.

Em tempos de inteligência artificial é preciso lembrarmos que por trás de toda transformação tecnológica existe um ser, que é humano, sensível e capaz de iluminar o caminho de seus semelhantes.

Nesta edição, que marca a retomada da revista APDESPBR, buscamos abordar o quanto a tecnologia tem contribuído de forma significativa para o setor da odontologia e prótese dentária.

Revista APDESPBR

Conteúdo Editorial e Projeto Gráfico: Tierno Press Comunicação

Jornalista Responsável: Luciana TiernoMTB 32240

Jornalista Colaboradora: Soraia GamaMTB 31792

Diretor de Arte: Ricardo Rico de Barros

Assessoria Comercial: Tierno Press Comunicação

Responsável: Luciana Tierno

Contato: 11 93147-1616

luciana@tiernopress.com.br

Tiragem: 6.000 exemplares

Periodicidade: Trimestral

Imagem da capa: Shutterstock

São muitas ações transformadoras e muitas histórias inspiradoras que marcam a trajetória desses profissionais da prótese dentária, como você vai conferir na entrevista que fizemos com Marcos Celestrino, que tanto contribuiu para os avanços científicos da profissão, Dra. Gláucia Tamake, que nos contou momentos marcantes da jornada de seu companheiro Jorge Tamake (em memória), e de Liziane Azevedo, que atua na ONG por 1 sorriso.

Esta edição reserva muita emoção e informação.

Aos que confiaram e apostaram nesse recomeço, nossos mais sinceros agradecimentos, que se estendem aos diretores da APDESPBR aos anunciantes e a todos e todas que colaboraram para esta nossa primeira edição pós-pandemia.

Para mim, em especial, tem sido uma grande honra poder orquestrar, junto com meus parceiros de trabalho, a produção desta importante publicação e dar continuidade ao excelente trabalho empreendido até aqui por Seiei Quiyan.

Espero que gostem do resultado. Boa leitura!

REVISTA APDESPBR 5 Sumário Editorial
Luciana Tierno Editora da da Revista APDESPBR luciana@tiernopress.com.br
3 2 5 6 7 11 13 16 17 19 22 26 28 30 33 36 37 40 42 46 48 50 44

Kiwid – plataforma para você gerenciar seu laboratório de onde estiver

A plataforma Kiwid foi criada para solucionar os principais gargalos na administração dos laboratórios de prótese. Dificuldade de comunicação com os clientes, demora no processo de cobrança, bem como a falta de controle das etapas de produção, foram alguns dos fatores que motivaram a criação deste sistema de gestão laboratorial, que veio para otimizar os resultados e a produtividade

dos laboratórios. A plataforma foi desenvolvida para sanar essas dores cotidianas dos laboratórios, oferecendo soluções eficientes e automatizadas que melhoram sua gestão.

Vários critérios foram considerados pela equipe de criação durante o desenvolvimento do programa, dentre eles funcionalidades específicas para laboratórios de prótese,

Os serviços do Kiwid incluem:

usabilidade intuitiva, segurança de dados e flexibilidade para atender às necessidades individuais de cada laboratório.

A plataforma Kiwid pode ser acessada de qualquer dispositivo eletrônico e aplicativos nativos para IOS e Android, facilitando o acompanhamento e controle de suas atividades de forma ágil e eficiente.

Uma jornada de significativas transformações

1 - Meios de pagamento: A plataforma permite a integração de meios de pagamento, como boletos e cartões de crédito, por meio do aplicativo ou links de pagamento. Além disso, a conciliação dos pagamentos é automatizada;

2 - Envio de e-mails A plataforma oferece integração com o envio de e-mails, permitindo a comunicação direta com os clientes de forma integrada.

3 - Envio de Nota fiscal automática: O Kiwid automatiza a emissão e envio de notas fiscais, simplificando e agilizando o processo para os laboratórios.

Considerado o prodígio da prótese dentária, Marcos Celestrino iniciou seus primeiros estudos na área em 1979, quando ainda estava na fase da adolescência, aos 13 anos de idade. Assim como a maioria dos profissionais que ingressa nesta área, Celestrino pertence a uma família de origem humilde. Seu pai era pedreiro e sua mãe dona de casa. Ele foi o 13º filho do casal. Seu objetivo inicial ao apostar cedo no caminho da prótese dentária era transformar sua condição de vida.

Nesta entrevista, Celestrino partilha algumas de suas memórias e conta, com mais detalhes, como tem sido a sua jornada na prótese dentária, até tornar-se referência para muitos profissionais da área.

Revista APDESPBR – Como foi o início da sua trajetória na prótese dentária?

Marcos Celestrino – Destacava-me por ser muito jovem e costumo dizer que não tive adolescência por escolha para me dedicar à profis-

são. Depois de rodar em alguns laboratórios cheguei ao Jorge Tamake (em memória - uma das referências da prótese brasileira na década de 1980). Ali, tive minhas primeiras oportunidades. Comecei no gesso e assim fui passando por diversos setores até chegar ao enceramento de prótese fixa e, com 17 anos, já estava trabalhando nesse setor. Também carrego comigo imensa gratidão à família Calgaro.

Revista APDESPBR – Ao longo desses anos a prótese passou por mui-

REVISTA APDESPBR 7 Tecnologia Entrevista
Foto: Divulgação
Marcos Celestrino, TPD e CEO do Laboratório Aliança Por Dario Adolfi

tas mudanças. Quais delas você destacaria?

Marcos Celestrino – Quando comecei fazíamos a maioria dos trabalhos em ouro, as coroas veneer e as metalo cerâmicas que se popularizaram com o uso do níquel cromo, mas me lembro que a primeira revolução que passei no começo dos anos de 1980 foram os implantes. Na época me recordo que as pessoas comentavam que não iria dar certo e que os profissionais que estavam envolvidos nesses estudos não estavam preparados. Os primeiros foram os famosos agulhados e justa ósseo. Como se esperava tiveram muitos fracassos. Posteriormente, no final da década veio a adesão que, assim como os implantes, mudaram todos os conceitos na Odontologia mundial. Embora as pessoas naquele momento tenham duvidado e colocado à prova, de fato os implantes e adesão viraram o jogo e nunca mais a odontologia foi a mesma. Para finalizar, a terceira e mais poderosa revolução, na minha opinião, até aqui foi a tecnologia que, de certa forma, democratizou a profissão. Hoje, mais profissionais conseguem entregar trabalhos de alta qualidade e, para isso, basta ver a quantidade de bons técnicos que existem no mercado, lógico que para isso precisamos analisar os três pilares da profissão que são: Arte - onde você não tem limites e a sua mente pode ser estimulada a romper os padrões; Estudo - é o que dará a base e as referências necessárias para a criação; e a Tecnologiaque é o agente de criação. Seguindo esses três pilares você terá a combinação perfeita para o sucesso.

Revista APDESPBR – E como foi a sua trajetória na APDESPBR?

Marcos Celestrino – Iniciei o meu trabalho na instituição em 1990 e ali passei a estar ao lado dos meus ídolos, senhores que admirava muito e entre eles estavam o Sr. Nicolau, Siro Kiatake, Luiz Kiyan, Toshio Uehara, Roberto Quiyan, Messias e tantos outros. Estar ao lado dessas lendas não tinha preço, era de arrepiar. Assim fui aprendendo e, aos poucos, trazendo para o departamento científico todo o conhecimento adquirido, onde me identifiquei. Desenvolvemos ações para valorizar a nossa imagem, principalmente junto aos dentistas. Começamos a promover os nossos eventos em dupla, entre os cirurgiões dentistas e os técnicos, para que assim a sinergia fosse criada e a importância

dessa parceria ficasse cada vez mais clara. Procuramos criar uma linguagem diferente a cada evento como, por exemplo, no workshop dos maestros, onde misturamos música com talento e arte. No último congresso criamos as especialidades de conhecimentos com o Up to Date

Desfilaram nos palcos da APDESBR os maiores técnicos do mundo, entre eles estavam Shigueo Kataoka, Willi Geller, Michael Magne e muitas outras lendas. Também precisamos falar dos jovens talentos que tiveram suas primeiras oportunidades e hoje são as grandes referências. Demos continuidade aos livros científicos convidando grandes nomes e com isso temos alguns best sellers. Acredito que consegui deixar

REVISTA APDESPBR 8
“ Temos o dom de transformar vidas e devolver o que o ser humano tem de mais importante: o sorriso
Marcos Celestrino e Kenji Yokoyama, coordenadores do livro, no lançamento durante o congresso PRO Experience 2022
Foto: Divulgação

uma história e tenho a certeza que nosso atual diretor científico dará continuidade e seguirá trabalhando para melhorar ainda mais tudo o que foi construído até aqui.

Revista APDESPBR – E o que o motivou a produzir o livro “Essência Odontologia Sem Fronteiras”?

Marcos Celestrino – O livro Essência era algo que me faltava, queria fazer alguma coisa do meu jeito com tudo que acredito e que pudesse ajudar as pessoas e, pensando assim, iniciamos a procura pelo perfil que tivesse

uma boa história e que confiasse a mim contá-la. Durante a produção conhecemos várias pessoas.

Revista APDESPBR – Quanto tempo foi necessário para concluir a obra?

Marcos Celestrino – Demorei três anos para finalizar esse projeto e lógico que muitas coisas mudaram nesse período, inclusive, como se tratava de um livro (a princípio) de técnicas tivemos o cuidado de não perder o foco e acredito que passamos um bom conteúdo, ou seja, conseguimos apresentar os passos

clínicos e os laboratoriais mantendo a essência de cada profissional envolvido, desde os dentistas a equipe do laboratório, editora e todos os demais envolvidos que terão minha gratidão eterna.

Revista APDESPBR – Cite uma história impactante contada no seu livro.

Marcos Celestrino – Uma das histórias impactantes foi a de Johnny Almeida, que tinha o sonho de fazer dentes de ouro. Quando avaliamos o seu caso, notamos que o que ele menos precisava eram os dentes de ouro, mas sim mastigar para se alimentar de maneira adequada. A reabilitação foi executada e no final realizamos o seu “sonho dourado”. Quando viu o resultado, Johnny exaltou: “Não tenho como descrever tamanha alegria, só sei que meu sorriso reluz a verdadeira felicidade da minha alma”. Nossa profissão é como uma verdadeira máquina de construir sonhos, pois temos o dom de transformar vidas e devolver o que o ser humano tem de mais importante: o sorriso.

Pioneirismo, convicção e coragem marcaram a vida de Jorge Tamake

”Um profissional de perfil forte e com sonhos a serem realizados. Sempre desbravando novos horizontes e tendo uma visão de mercado única. Ele realmente alcançou seus objetivos”. Com essas palavras Gláucia Kobo Tamake descreve o veterano Jorge Tamake (em memória), com quem conviveu por mais de 47 anos.

Emocionada ao relembrar fatos que marcaram a vida do casal, Gláucia conta que conheceu Jorge em

1975, na faculdade na qual ela era estudante de odontologia e ele era técnico.

O início do relacionamento se deu em 1976 e juntos fizeram história na odontologia. Começaram a atuar em conjunto: ela no consultório como dentista e ele como técnico. Durante esse período trabalharam juntos, onde o Sr. Jorge é quem fazia os trabalhos de casos clínicos.

Uma das fases marcantes na vida profissional do Sr. Jorge se deu em 1977, quando foi convidado a trabalhar com Orlando Ogama, um dos grandes profissionais técnicos em prótese dentária do Brasil.

Outro momento foi a viagem ao Japão em 1981, onde foi se aperfeiçoar na área de prótese com um grupo de dentistas, sendo único protético. Foi coordenado pelo professor Tetsuo Saito, e voltou com novos conceitos.

REVISTA APDESPBR 10
Divulgação
Da esquerda para a direita: Jorge Tamake Jr., Dra. Gláucia Kobo Tamake e Sr. Jorge Tamake, no PRO Experience | 2022
Foto:
Marcos Celestrino autografando seu livro Essência Odontologia Sem Fronteiras no PRO Experience 2022
Homenagem REVISTA APDESPBR 11
Foto: Divulgação

Com forte espírito empreendedor Jorge arriscou alguns negócios. Foi um dos primeiros a montar uma Dental com atendimento exclusivo aos técnicos. Sr. Jorge também foi mentor de muitos técnicos que hoje se destacam na prótese dentária, como Júlio Yamanoshi, Evandro Souza e Marcos Celestrino, que iniciou seus estudos com o veterano ainda na sua adolescência (leia mais detalhes sobre a trajetória de Celestrino na entrevista das páginas 7, 8 e 10).

Gláucia relata que a trajetória do casal foi marcada por muitos desafios e conquistas e poder contar com colegas que se tornaram amigos nessa jornada foi determinante para que conseguissem transpor os obstáculos e alcançar o sucesso. “Foram muitas referências na área. Eu posso citar Siro Kiataki, um grande profissional, amigo. Tenho grandes lembranças também de Paulo Aragushigo, da família Kiyan. Foram tantos que fica difícil mencionar cada um.

Em 1989, os negócios do Sr. Jorge começaram a declinar e o casal precisou fechar a pequena fábrica. “Enfrentamos um dos períodos mais desafiadores de nossas vidas”, relembra Gláucia. O rigoroso inverno durou dois anos, até que o Sr. Jorge iniciou uma nova jornada empreendedora, desta vez, indo ao Japão e apostando no investimento da porcelana Noritake. Visionário, logo Sr. Jorge percebeu a grande oportunidade de negócio e, contando com o apoio de colegas e amigos da prótese, que confiaram no produto, em torno de cinco anos o negócio obteve êxito. Foi com esse primeiro produto trazido ao Brasil que nasceu a empresa KOTA.

sobrenomes de solteiros de Gláucia e do Sr. Jorge: ela Kobo e ele Tamake, originando a KOTA.

Gláucia revela uma curiosidade: o nome da empresa foi estudado pela numerologia e leva as iniciais dos

Ao refletir sobre a trajetória de vida do companheiro, Gláucia afirma: “Eu acredito que ele viveu muito bem a vida dele. Tenho certeza de que ele cumpriu a sua missão. E deixou um grande legado para todos nós. Daqui pra frente eu tenho que mantê-lo firme e continuar”.

Prótese Dentária. De onde viemos? Para onde estamos seguindo?

Pensar no futuro é sempre um desafio em particular neste momento. Tudo muda muito rápido e hoje nossa sociedade está mudando. Costumes, modus operandi, tudo.

Vamos dar uma olhada no nosso passado e tentar buscar algumas informações interessantes para nossa prótese dentária. Quando iniciei na prótese (por favor, vamos manter isso entre nós), montar um laboratório de prótese significava ter um forno para anéis, uma centrifuga, um jogo de muflas para prensagem e insumos básicos para laboratório. É claro, um forno para porcelana sempre foi um equipamento dispendioso.

Naquele tempo, um equipo para consultório custava muito caro, a ponto de o aluno em odontologia comprálo no primeiro ano da faculdade e seguir pagando, para recebê-lo no final do curso.

Nos dias de hoje tudo mudou. A tecnologia colocou à disposição do técnico recursos fantásticos. Hoje, um laboratório de prótese de ponta pode custar muito mais caro do que um equipo para o dentista. Muito mais caro!!!

Por que isso aconteceu? Simplesmente todas as operações laboratoriais podem ser feitas pelo modo clássico ou pelo modo digital. O modo clássico ainda é viável ser utilizado, não é impossível fazer do modo clássico só que, do ponto de vista de produtividade, a deficiência vai aparecer. O ingresso ao mundo digital cobra um alto investimento.

Nós oferecemos treinamento nas plataformas digitais de projeto e a pergunta que me fazem, cuja resposta vale um milhão de dólares é: “Entrar na era

digital é para mim?”. Veja só, não posso responder a essa pergunta. Então, me resta responder com uma pergunta que pode ajudar ao meu interlocutor.

Eu pergunto a ele: Como você se vê daqui a 5 anos? Aí, então, o interlocutor começa a pensar, pensar e pensar. É simples: na prótese temos limites para margem de lucro porque existe um limite imposto pela sociedade como um todo. Não adianta saber que na Suíça um elemento de metalocerâmica vale mil dólares. Esse valor, para nós, não faz sentido.

Em outras palavras, precisamos ser produtivos a custos favoráveis e a tecnologia propicia isso ao técnico. É claro que o investimento não é brincadeira, mas, monte uma estratégia viável e não pense em gastar, pense em investir para que, no futuro, seu negócio continue viável.

A esta altura, algumas situações acontecem. Uma delas é o interlocutor pensar “cobras e lagartos” de mim e do que eu falei. Outra é o interlocutor me perguntar: “Por onde eu começo?”.

Esse interlocutor que perguntou por onde começar, já “virou a chave”. Agora é uma questão de montar a estratégia para se tornar digital. Essa estratégia tem de considerar alguns fatos: equipamento se compra, liga e funciona, é resolutivo. O conhecimento não é assim, tem curva de aprendizado para ser percorrida. Acredite: o conhecimento é a parte principal do processo.

Tudo o que você precisar realizar, com certeza, terá alguém, um colega seu, com equipamentos e tempo ocioso que permita que você terceirize com essa pessoa. Perfeito! Então, em primeiro momento investir em equipamento não é o plano.

REVISTA APDESPBR REVISTA APDESPBR 13 12
Artigo
“ Jorge deixou um grande legado para todos nós.
Fachada da empresa KOTA
Foto:
Linha de produção da KOTA Equipamentos
Foto: Divulgação
Divulgação

Por outro lado, você precisa dominar o projeto das próteses. Este é o ponto crucial da estratégia. Uma vez dominado o projeto, o que implica em um bom computador e o programa de projeto, você estará pronto para absorver o restante do investimento. Quando se domina o projeto, o panorama muda porque cada novo equipamento adquirido será utilizado de imediato gerando redução de custo.

O técnico em prótese dentária é um empresário. Somos artistas? Sim! Somos geniais? Sim! Mas, sem a matemática financeira nada vai dar certo.

Use a terceirização até que você se sinta seguro para investimentos mais pesados.

Também me perguntam se os valores de determinadas tecnologias vão baixar. Acredite: já baixaram e bastante. Infelizmente tudo tem limite. As fresadoras já baixaram de preço, mas existe um limite porque operações mecânicas são complexas e demandam muitos servomecanismos de precisão. A partir de um certo ponto não adianta esperar por um milagre.

As impressoras, por exemplo, começaram com valor elevado, caindo a seguir para valores muito baixos. Hoje o mercado já entende que há um limite imposto pela precisão do trabalho que se quer imprimir. Não faz muito sentido usar uma impressora que resulte em retrabalho intenso ou dificuldade de acabamento. Lembre-se: uma máquina sempre estará disponível, por outro lado, o tempo não há como comprar.

No mês de março tivemos mais uma edição do IDS em Colônia, Alemanha (International Dental Show), que representa uma vitrine para o futuro no setor dental. De fato, há seis anos a impressão de zircônia não passava de uma ideia, um protótipo que não funcionava. Nesta última edição pude acompanhar impressões em zircônia.

É claro, fica difícil analisar de forma consistente. Um equipamento custando 300 mil euros e, logo ali na frente, um outro custando 30 mil dólares. É difícil julgar, são poucas as informações, vamos ter que esperar um pouco mais para conseguirmos saber qual a melhor tecnologia.

As máquinas de usinagem estão mais velozes e eficazes, mas é bom lembrar que, na mecânica, velocidade de usinagem e avanço de usinagem é fornecido pelo material que se usina. Existe um limite muito bem definido pelos tratados clássicos da mecânica e já estamos muito perto deste limite.

Um sistema que chamou atenção é uma impressora em metal (usando sinterização com laser). A impressão segue para uma segunda máquina, neste caso de usinagem, para refinar as regiões de contato com os implantes. Muito interessante porque o acabamento de acoplamentos feitos por usinagem são muito melhores quando comparados com o resultado simplesmente impresso.

Resumindo tudo. O avanço tecnológico é inevitável para que os negócios sejam viáveis, competitivos e lucrativos. Esquematize seu modelo de negócio, tendo como foco o equilíbrio financeiro. Siga em frente. Não se trata de “se”, trata-se de “como” fazer acontecer de modo menos traumático.

Siga em frente! Bons negócios!

REVISTA APDESPBR 14
Luiz Fernando Buratto é Engenheiro - TPD ASB e diretor da APDESPBR

Diretoria marca presença no evento Grandes Mestres II

No último dia 2 de junho, representantes da diretoria da APDESPBR José Henrique dos Santos (presidente), Jorge Bauer Neto (diretor financeiro) e Kenji Yokoyama (diretor científico) prestigiaram o evento Grandes Mestres II, realizado na cidade de Londrina, no Paraná.

O evento foi criado para aprofundar os conhecimentos de dentistas e estudantes de pós-graduação que têm interesse em odontologia

digital e atuam nas áreas de: clínica geral; Cirurgia; Implante; Prótese; Estética e Periodontia.

O convite aos gestores da APDESPBR foi feito pelo Dr. Henrique Nakamá, cirurgião dentista, presidente da SBO Digital, entidade voltada à odontologia digital, parceira da APDESPBR. “Acreditamos que a participação da nossa diretoria, entre outras ações, em qualquer evento da nossa área deve ser constante e efetiva para que possamos

contribuir com o reposicionamento da nossa entidade”, afirma Kenji Yokoyama, diretor científico da APDESPBR

Kenji ressaltou, ainda, que o setor reconhece a importância da abordagem técnica nos assuntos relacionados ao fluxo digital que envolvam próteses odontológicas e por isso tem sido cada vez mais necessária a atuação do técnico compondo a grade de eventos relacionados à odontologia digital.

CURSO PRÓTESE TOTAL Acrilização pelo sistema STG

Ministradora: Sacha Zwicker, TPD

Informe-se!

Informações e inscrições: 11 94465-1294

INTEGRAÇÃO AO FLUXO DIGITAL

Introdução ao software CAD, nomenclaturas e conceitos do trabalho virtual

Ministrador: Felipe Higa, TPD pelo SENAC

28 e 29 de julho de 2023

Em prol da APDESPBR, muitas ações se mostraram promissoras e em breve devem se consumar, tais como:

• Descontos para os sócios da entidade no quadro social da SBO Digital e vice-versa.

• Participação do Dr. Henrique Nakamá em palestras promovidas pela APDESPBR.

• Participação na grade científica do Dr. Paulo Kano, no 18º CIPRO.

• Estreitamento nas relações entre as entidades bem como a de professores renomados que estiveram no evento.

Carga horária: 16 horas

Informações e inscrições: 11 94465-1294

CURSO PRÁTICO PRESENCIAL SIMPLIFICANDO PRENSAGENS

Ministradora: Aguinelo Delgado, TPD

3, 4 e 5 de agosto de 2023

Das 8h30 às 18h30

Informações e inscrições: 11 94465-1294 (falar com Cíntia Meca)

Realização: Labordental e APDESPBR | Apoio: SHOFU

REVISTA APDESPBR 16
Aconteceu Cursos
Foto: Divulgação Foto: Divulgação
Diretoria da APDESPBR no evento Grandes Mestres II Da esquerda para a direita Jorge Bauer, José Henrique dos Santos, Dr. Henrique Nakamá, Kenji Yokoyama

DESENHO, ANATOMIA

Ministradora: Dayse Prado, TPD

Módulo 1 – Dentes Posteriores

25 e 26 de agosto de 2023

Das 8h às 18h

Módulo 2 – Dentes Anteriores – Harmonização e personalização dos sorrisos

29 e 30 de setembro de 2023

Das 8h às 18h

Informações e inscrições: 11 94465-1294

ESTRUTURAS PARA PPR SEM SEGREDOS

Planejamento | Reprodução | Ceroplastia

Ministrador: José Antonio Gonçalves, TPD

1 e 2 de setembro de 2023

Informações e inscrições: 11 94465-1294

Novidades e muitos planos para o Científico da APDESPBR

O legado deixado por Marcos Celestrino no Departamento Científico da APDESPBR impulsiona e incentiva a equipe a dar seguimento à qualidade conquistada nos últimos anos. “Um dos maiores desafios está em honrar a labuta do Mestre Marcos Celestrino, que sempre conduziu esse departamento de maneira eficiente. Inovação, ciência, generosidade, parcerias, consciência profissional foram virtudes pautadas e ofertadas a toda a comunidade odontológica. Vamos dar continuidade ao trabalho desse ícone. Aqui cabe meu respeito e minha homenagem a esse profissional e, por que não dizer, meu ídolo!”, diz Kenji Yokoyama, diretor científico da APDESPBR

DESENHAR, IMPRIMIR, MAQUIAR

Andrea Son, TPD/CD

Carla de Castro, TPD

Ministradoras: 1 e 2 de dezembro de 2023

Das 8h às 12h

Informações e inscrições: 11 94465-1294

Como entidade associativa, a APDESPBR segue com as ofertas de cursos, mas quer ir além nessa nova etapa. Nos planos estão a criação de grupos de estudos, apoio a segmentos técnicos e palestras. “Olhar para atividades conjuntas com entidades coirmãs nos anima”, diz Kenji. Além disso, o diretor garante que empresas que ainda não são parceiras da APDESPBR, por qualquer que seja o motivo, estão sendo procuradas e ouvidas: “Enxergamos as parcerias com muita atenção e respeito, pois todo o segmento pode e tem condições de contribuir. Estrategicamente não posso revelar ainda as novidades que estão por vir, porque ainda é tudo muito incipiente. Estamos reaprendendo, acompanhando e criando ferramentas para um departamento ainda mais dinâmico e prestativo”, diz Kenji.

REVISTA APDESPBR REVISTA APDESPBR 19 18
Cursos Caderno científico
Equipe Magic Space - Pro Experience 2022. Sentados da esquerda para a direita, a diretoria da APDESPBR: José Henrique dos Santos, Toshio Uehara, Jorge Bauer Neto e Kenji Yokoyama Da esquerda para a direita Marcos Celestrino, Toshio Uehara, Evandro Souza, José Pereira Flores, José Henrique dos Santos e Kenji Yokoyama. Homenagem ao Professor José Pereira Flores no Up To Date - Pro Experience 2022 Foto: Divulgação Foto: Divulgação

Fato é que, em qualquer que seja a área, uma retomada pós pandemia exige adequação de cenário. No departamento científico, a diretoria da APDESPBR está ciente de que deverá recompor a equipe de monitores, reavaliar a estrutura dos laboratórios, entender e buscar estratégias de divulgação para os cursos, contatar professores, empresas e patrocínios. A lista é grande. “São tarefas que demandam dedicação, networking velocidade nas ações e estarmos conectados aos outros departamentos da entidade. Assim, poderemos colaborar mutuamente”, explica Kenji, que lamenta a saída de uma das figuras mais icônicas da Associação. “A aposentadoria do professor Munenobu Oshiro nos deixou um gap no que tange quanto à sua imagem e colaboração que ele nos emprestava. Quem sabe de quem falo, sabe muito bem da profundidade e seriedade com que descrevo. Meu respeito e minha homenagem também a esse grande mestre.”

Facilidade econômica e APDESPBR Business

A retomada é para todos e, pensando nisso, a APDESPBR oferta valores de fato acessíveis, não só nas inscrições dos cursos, mas também com programas para entrada no quadro social da entidade. “Realmente, os as-

pectos econômico, político e social nessa retomada se mostraram para muitos um cenário de pós-guerra”, avalia Kenji, que segue otimista com os próximos passos: “Estamos ansiosos e entusiasmados. As atividades que consagramos no último congresso terão um olhar ainda mais carinhoso. Falo do Magic Space e do Up to Date. Mas outras ações estarão programadas para atender e surpreender do acadêmico ao profissional mais experiente. Sem falar da participação também das empresas que sempre foram parceiras”.

Os planos são muitos, mas o foco atual está voltado para o APDESPBR Business (leia mais nas páginas 40 e 41).

“Não tem o tamanho e o formato de um congresso, também não é o antigo CURSÃO, muito menos o EBPO! Tratase de uma proposta inovadora, onde trabalharemos também o lado da gestão. A grade científica foi formatada por indicação das empresas patrocinadoras e ratificada por nós. A entidade tem ainda o orgulho de poder contar com o aceite dos convites da K2Go e UNICAD para palestras. Implementar gestão e estudar modelo de negócio são ferramentas imprescindíveis. Na exposição comercial, as empresas também estarão ofertando seus produtos e serviços. E o melhor é que a inscrição para o APDESPBR Business é gratuita!”, conclui Kenji.

REVISTA APDESPBR 20
Ministradores do Digital Face To FacePRO Experience 2022. Da esquerda para direita: Thiago Kempen, Kenji Yokoyama, Ricardo Tanaka, Tito Petri e Sabrina Henn Foto: Divulgação

É praticamente impossível apontar alguém que não tenha sofrido qualquer consequência com a chegada da pandemia causada pelo vírus da Covid 19. O isolamento, que já era realidade em outros países, no Brasil aconteceu em março de 2020, mesmo mês no qual foi publicada a edição de número 212 da “Apdesp Informa”. De lá pra cá tivemos um hiato de três anos.

Depois desse intervalo, a revista volta renovada e pronta para um novo ciclo, assim com a bela fênix – ave mitológica que simboliza o renascimento, os ciclos da vida e a esperança. E é com a marca dessa esperança que a publicação segue com a determinação de continuar sendo uma referência de conteúdo na área da prótese dentária. Afinal, são 40 anos de his-

A Força da Fênix Com coragem e esperança anunciamos um novo ciclo

tória. “É emocionante participar efetivamente da volta da revista. Conheci todos os exemplares. O Brasil inteiro ficava esperando. Estou emocionado com essa nova jornada”, diz o senhor Munenobu Oshiro, mestre reconhecido por TDPs da velha guarda e também pelos novos profissionais da prótese dentária – ele é uma sumidade para seus alunos.

exemplo da fênix, também soube se reformular para a era digital na profissão. “Em 2008 já começamos a alertar os alunos, porque estava claro que o técnico precisaria de iniciação na área digital. Digo por mim mesmo, que tive dificuldade, mas se ficar com a cabeça antiga o mercado fica pequeno pra você. E também não adianta ser um excelente cadista e não conhecer anatomia e a cerâmica que vai colocar no computador”, ensina.

APDESPBR crescerão

Munenobu Oshiro

Professor do Senac SP por 30 anos, Oshiro assumiu a coordenação dos cursos técnicos de aperfeiçoamento na APDESPBR entre 2011 e 2019 e, a

Com 53 anos de profissão e 70 de idade, o professor formado como cirurgião dentista e TPD acompanhou a evolução também na formação dos cursos. “A transição teve de ser lenta e gradual, mas quem fica parado é pego pelo rolo compressor da vida natural”, alerta o experiente profissional que só deixou de ir a um dos congressos da APDESPBR e ensinou o que sabe a praticamente toda a diretoria da entidade: “Sempre falei com o coração. Fui o professor mais feliz do mundo, mais de 100 turmas formadas. Meu agradecimento e gratidão. É muita emoção participar desse momento de retorno da revista”.

E mesmo com o inevitável desaquecimento em algumas áreas, os estudos e os TPDs seguiram evoluindo. “Assim como ela [a fênix] renasce das cinzas, a odontologia tem se renovado e se aprimorado constantemente.

As pessoas têm investido tanto para sua evolução pessoal quanto profissional. E tal como o mundo continua a girar, os profissionais não pararam de buscar novas soluções para seus problemas e novas técnicas para se diferenciarem dos demais. Isso tudo, impulsionados pela busca por melhores resultados e pela aplicação de tecnologias inovadoras. Igualmente à fênix, tenho certeza de que, tanto a odontologia, como a revista APDESPBR

Dr. Paulo Kano, mestre em implantodontia e presidente da SBODigita

crescerão com uma força extraordinária e brilharão para todos”, diz Dr. Paulo Kano, dentista, técnico em prótese dentária e mestre em implantodontia.

No começo era só um jornal de 8 página

Nossa revista nasceu tímida, no início dos anos de 1980, e foi tomando forma, ganhando credibilidade e respeito entre os TPDs. “A primeira edição foi publicada em 1983 como

REVISTA APDESPBR REVISTA APDESPBR 23 22
Capa 1983 1989 1990 1993
1983 1989 1990 1993
Algumas edições que marcaram os 40 anos dos informativos da APDESPBR
“ É muita emoção participar desse momento de retorno da revista
“ Igualmente à fênix, tenho certeza de que, tanto a odontologia, como a revista
com uma força extraordinária e brilharão para todos
Oshiro ao lado de Kenji, um de seus alunos e atual diretor científico da APDESPBR Foto: Divulgação Foto: Divulgação

‘Jornal do Protético’. Era um jornal de 8 páginas, impresso em preto e branco”, conta Sarita Coraçari, técnica em prótese dentária e jornalista.

Por ter participado ativamente da “APDESP Informa” por 15 anos até a fatídica edição em março de 2020, Sarita tem ótimas lembranças: “A revista impressa sempre foi muito querida pela comunidade, todos aguardavam ansiosos pela sua chegada. Era muito diversificada, atrativa e informativa. Lançamentos de novos produtos, congressos, tudo o que acontecia na área. Quando havia uma dúvida em algum trabalho, logo alguém respondia: ‘pega a ‘Apdesp Informa’ que tem”, relembra Sarita, que atualmente coordena a sala de treinamento da Dental Ita.

Saber que essa volta era esperada por tantas queridas pessoas nos dá ainda mais energia para seguirmos adiante compartilhando conhecimentos, discutindo os melhores caminhos para os TPDs, divulgando o desenvolvimento da profissão e acompanhando o crescimento dos profissionais.

“A revista da APDESPBR desempenha um papel essencial ao disseminar in-

formações, pesquisas e experiências relevantes, mantendo os profissionais atualizados e inspirados. Por meio dessas iniciativas, a APDESPBR fortalece a categoria e impulsiona a contínua evolução da área, a busca por inovações, melhorias e práticas atualizadas na odontologia, contribuindo para a valorização do profissional TPD”, diz Dr. Paulo Kano, presidente de honra da SBODigital (Sociedade Brasileira de Odontologia Digital) e diretor do Instituto Paulo Kano.

Olha a fênix novamente!

Contratos revistos, cursos parados, laboratórios da APDESPBR fechados, todo mundo em casa. Não foi fácil para ninguém. A APDESPBR retoma as atividades mais forte, mas sabendo que ainda há muito por fazer. “Tivemos muitas dificuldades. Em março de 2022 profissionalizamos a gestão com o Camilo de Lelis Arnaldi, que nos ajudou com contratos e com o financeiro. Ainda estamos nos reorganizando, mas o Congresso em 2022 nos acendeu a esperança. Contamos com a expertise de Lucia Abdala, sócia-fundadora da TrioXP, agência de eventos parceira da APDESPBR, e também com a divulgação realizada pela Tierno Press Comunicação, agência de comunicação contratada para a asses-

soria do evento e atual responsável pela revista, para que o PRO Experience acontecesse. Alguns, até mesmo membros da diretoria, estavam incertos com o cenário, mas conseguimos realizar o Congresso (leia mais nas páginas 28 e 29). Agora temos a volta da revista e o planejamento do próximo Congresso em 2024”, diz José Henrique dos Santos, presidente da APDESPBR

Seguindo na lista das novidades dessa retomada, teremos o APDESPBR

Business, nos dias 18 e 19 agosto (leia mais nas páginas 40 e 41). “Vendemos todos os espaços e teremos 20 empresas no evento, além das palestras”, diz esperançoso José Henrique, que comemora os convites que a entidade recebeu para participar de eventos em Londrina e Balneário Camboriú recentemente. “E também voltamos a receber escolas e empresas na sede da APDESPBR ”, conclui.

REVISTA APDESPBR REVISTA APDESPBR 25 24
Agora temos a volta da revista e o planejamento do próximo Congresso em 2024
José Henrique dos Santos
A revista impressa sempre foi muito querida pela comunidade, todos aguardavam ansiosos pela sua chegada
1997 2013 2001 2020 2023 2010
Sarita Coraçari
José Henrique dos Santos (de terno cinza) ao lado de Rodolfo Alba Jr., da Conexão Sistemas de Prótese, no congresso em 2022 Foto: Divulgação

Firmar parcerias pode ser a chave do seu negócio

investimento em máquinas, será preciso também investir em insumos, ferramentas e manutenções futuras. Tudo isso precisa ser bem calculado para não comprometer o seu fluxo. E aí volto a dizer que as parcerias podem ser a chave de sucesso para o seu negócio”.

Outro ponto fundamental na visão de Gabriel é que os departamentos de marketing, financeiro, administrativo precisam conversar entre si. Além disso, é vital que essa empresa mantenha técnicos qualificados e comprometidos na equipe de colaboradores. “Existe uma facilidade maior para desenvolvimento com o digital nos dias de hoje, mas o conhecimento deste profissional analógico é importantíssimo. O jovem colaborador não pode deixar de buscar conhecimento nas literatu-

ras, nos cursos de aperfeiçoamento, precisa buscar conhecimento sobre anatomia, materiais, oclusão, entre tantas outras coisas importantes que antecedem esse mundo em que vivemos hoje, que é altamente tecnológico”, enumera Gabriel, que participa ativamente na APDESPBR onde encontrou seu propósito: “Contribuir com a classe e com pessoas, ver tantos profissionais serem beneficiados com o nosso trabalho não tem preço. Precisamos deixar claro que a importância da APDESPBR sempre foi e sempre será maior do que imaginamos. É por isso que todos nós, os técnicos em prótese dentária, precisamos ter a consciência de que uma classe sem uma associação representativa à frente de todos os órgãos competentes fica mais difícil. A APDESPBR faz parte da vida de cada técnico, mesmo sem ele saber ou imaginar.“

Os mais de 20 anos de laboratório deram a Gabriel Aranha a experiência como técnico em prótese dentária, mas foi sua visão de futuro que o fez dar o primeiro passo para fundar o Attitude Smile “Eu tinha conhecimento e expertise e a certeza que nos dias atuais não poderia ingressar no mercado empreendedor com um laboratório de prótese realizando tudo de forma convencional e analógica. Não estava preparado financeiramente, por conta disso não tive de cara um laboratório estruturado tecnologicamente com fresadora, scanner impressora nem, software então logo busquei parcerias que deram muito certo”, conta ele, que inseriu o Attitude Smile no mundo tecnológico da prótese dentária, em 2017.

Em menos de um ano em parceria com a Unicad (central de usinagem para laboratório), o negócio começou a deslanchar. Sim, “o negócio”. Isso

porque muitos profissionais, antes do avanço do mundo digital na área da prótese dentária, viam o laboratório com outros olhos. “A tecnologia não só mudou a forma de confecção interna das próteses no laboratório, mas trouxe também uma remodela-

gem de visão de negócio para o mercado. Ter um laboratório hoje requer uma visão empreendedora. É necessário deixar de lado apegos e egos e olhar para a empresa como negócio a ser estruturado, envolvendo as áreastécnica, administrativa, mídia social, branding, financeiro, RH. Isso levará a empresa a sentir a pressão de alavancagem e evitará problemas” , opina Gabriel.

O técnico em prótese dentária e empresário alerta para os altos valores dos equipamentos de CAD/ CAM. “Para investir muitas vezes 200, 300 mil reais hoje é necessário avaliar bem a sua demanda de serviços.

Mesmo que esse investimento dê autonomia sobre o negócio, é preciso pensar bem e pessoas preparadas vão ajudar muito nesse processo para não ter falsa ilusão de que está progredindo”, diz Gabriel, que ressalta a questão financeira: “Depois de feito

REVISTA APDESPBR 26
Para manter seu laboratório em ascensão, Gabriel Aranha aposta em parcerias no mercado da prótese dentária
Quem tem laboratório hoje precisa ter visão empreendedora, olhar para a empresa como negócio, isso levará a um crescimento exponencial e evitará amarras. Recomendo investir em parcerias. Elas podem alavancar o seu negócio.
Decolando
As parcerias nos dias atuais com avanços tecnológicos podem ser a chave do seu negócio Foto: Divulgação Foto: Divulgação

PRO Experience marca a retomada da APDESPBR no pós-pandemia

O encontro mais aguardado pelo setor da prótese dentária teve um significado especial no ano de 2022, período marcado pela retomada dos eventos presenciais após o isolamento necessário para o controle da Covid-19.

O PRO Experience, 17º Congresso da APDESPBR reuniu cerca de nove mil participantes em 1440 horas de programação, nos dias 29 e 30 de setembro e 1º de outubro de 2022, no Pavilhão Amarelo do Expo Center Norte, na capital paulista.

Formato mais interativo

O presidente da APDESPBR José Henrique dos Santos conta que o evento voltou com uma característica mais interativa, sem deixar de preservar seu nível de excelência, sendo o maior do

Brasil e até da América Latina. “Diferentemente das outras edições, neste Congresso nós utilizamos o espaço da própria feira para disseminarmos conhecimentos, assim como já fazem as empresas”, conta.

Trilhas do Conhecimento

De acordo com o diretor científico à época do congresso, Marcos Celestrino, o evento foi marcado pela criatividade. “Um dos diferenciais da grade científica foi o Up To Date, com 5 trilhas do conhecimento, sendo que cada uma teve um apresentador que trouxe seus convidados. Tivemos 12 masters palestrantes de renome, nacionais e internacionais”, comenta.

sobre “Magic Space - Micro Estratificação em Dissilicato de Lítio”; Cristiano Soares, sobre “Estratégias para otimizar e personalizar a confecção de laminados cerâmicos feldspáticos”; Eric Padovani, sobre “Naturalidade em Gengivas Cerâmicas”; Frederico Gomes e Keuler Ferreira Rangel, sobre “Sistema Keaguide para Casos Totais- Implantodontia guiada pela prótese”; Darlos Soares, Thiago Kempen, Marcos Kogut, Francis Lima e Flávio Lima, sobre “Gestão – A última fronteira”; Ana Lídia Ferreira, Carla de Castro, Tininha Gomes, Priscila Rizzi e Renata Vano, sobre “Anatomia- As divas da prótese”.

Participação Jovem

O PRO Experience foi fonte de conhecimento também para os jovens estudantes da área que estiveram presentes no evento, graças ao apoio de escolas de formação. “É muito forte nosso incentivo aos estudantes para irem aos eventos da APDESPBR porque a gente sabe da importância para os alunos que estão ingressando nesse mercado de trabalho ter a ideia da extensão, da importância da nossa profissão. Eles ficam encantados com o tamanho dos eventos, dos expositores, das pa-

lestras, das novidades e técnicas novas”, ressaltou Gizeli Gonçalves Acorci, do Senac-SP e diretora da APDESPBR

Geração de negócios

Além de fomentar a educação continuada e a troca de conhecimentos para o aperfeiçoamento da profissão, o Congresso oferece oportunidades de geração de negócios e de novas parcerias firmadas entre os participantes.

As últimas tendências em prótese dentária foram apresentadas por diversos especialistas no PRO Experience Entre eles, Rodrigo Monsano, que falou

REVISTA APDESPBR REVISTA APDESPBR 29 28
Muito bom poder voltar para as feiras, porque nossos clientes são nossos amigos.
Especial Congresso
Foi essa a relação que meu pai, o fundador, sempre nos ensinou
Formato interativo: o espaço da Feira foi usado para disseminar conhecimento O evento contou com cerca de 9 mil visitantes José Henrique dos Santos, ao lado de diretores e apoiadores da entidade na abertura do evento Vorlei de Oliveira, da Talmax
“ Decidimos em cima da hora vir para o Congresso e valeu a pena, porque o resultado foi muito positivo
Jorge Tamake Jr, da KOTA Lançamentos
Foto: Carol Soares/Divulgação Foto: Carol Soares/Divulgação Foto: Carol Soares/Divulgação

Muitas pessoas ficaram sem atendimento, ficaram esperando. São nessas horas que seu coração diz que precisava fazer mais. Mas vamos voltar nessas cidades”, diz cheia de esperança.

rante, eles acompanham a entrega das próteses: “Neste ano, até o mês de maio, entregamos 374 [entre totais e PPR]”, comemora ela (no quadro abaixo estão os números da ONG até o fechamento desta edição).

Vidas transformadas por 1 sorriso

Ajudar a recuperar a autoestima que desapareceu com os dentes, ver a reconquista do sorriso sincero e do olhar cheio de esperança no semblante das pessoas. Esse é o trabalho da ONG Por 1 Sorriso, criada em 2016. “Viramos uma máquina quando ficamos só dentro de um laboratório, mas quando participo dessas ações eu paro e penso em como consigo impactar a vida de pessoas, fazê-las sorrir, comer melhor. Nós podemos mudar a vida delas completamente. É surreal”, declara Liziane Azevedo, técnica em prótese dentária e membro da equipe da ONG, há pouco mais de um ano.

Liziane conheceu o trabalho da ONG após aceitar o convite feito pela amiga e também TPD Érica Leite. “Às

vezes eu me perguntava pra que estudar tanto. É pra isso! É um dom que a gente tem. Pra que guardar esse dom só pra gente?”, diz a profissional com quatro especializações pelo Senac (ortodontia, ortopedia funcional do maxilar, prótese total e prótese sobre implante).

A ONG trabalha com empresas terceirizadas que prestam serviços administrativos diversos e conta com a participação de voluntários para colocar em prática todas as ações pelo Brasil. “Sou a única protética fixa na equipe. Se cada protético doasse uma semana do seu trabalho seria suficiente para atendermos todos os inscritos nas ações.”

O trabalho voluntário e o contato

mais próximo com o público ainda aparecem como uma novidade na cultura dos TPDs. “O dentista, quando estuda, tem contato com as pessoas, que são os pacientes, mas o protético não. É um trabalho muito solitário”, diz Liziane, que mora em Piracicaba, interior de São Paulo. “Nosso ponto de encontro geralmente é em São Paulo e a cada ação temos de seis a oito coordenadores mais os voluntários”, explica a TPD.

A

união

faz a força

Normalmente a ação acontece de terça a domingo e a convocação é feita nas redes socias. “A maioria que se voluntaria atualmente é amigo. São sementes que vamos plantando. Ou eu perco o amigo de vez ou consigo

plantar essa sementinha. Mas parece estar dando certo. Não posso dizer que é cem por cento, mas a maioria participa e volta para uma próxima ação”, conta Liziane.

Apesar da divulgação nas redes e dos convites mais direcionados, em uma recente ação da ONG Liziane era a única TPD. “Normalmente vou com 3 ou 4 voluntários e fazemos até 60 próteses. Desta vez eram duas cidades. Em uma eu fiz 13 e na outra 16.

A expectativa é redobrada quando o assunto é atendimento digital. A Por 1 Sorriso já possui fresadora, scanner e impressora e está na fase de treinamento dos profissionais. Além disso, Liziane fala sobre uma ação especial para o mês de agosto, na qual pretende alcançar 200 próteses em quatro dias. “A ideia é levarmos 20 protéticos. Alguns nomes importantes já confirmaram e isso pode incentivar novos voluntários.”

Nesses atendimentos, Liziane conta que a realidade é muito diferente do dia a dia normal de um TPD. Além de protesistas e protéticos trabalharem juntos nesse laboratório itine-

Como funcionam essas ações

Normalmente a Secretaria Municipal de Saúde de determinada cidade entra em contato com a ONG e solicita o atendimento. Se a cidade tiver a infraestrutura necessária para receber o laboratório itinerante, ela entra na fila e aguarda a vez. O município, em questão, faz uma pré-triagem para levantar o número de adultos e crianças e quais serão os possíveis casos atendidos. Liziane explica que o envolvimento da Secretaria da Saúde local é essencial porque a prefeitura faz o acompanhamento dos atendimentos para possíveis acertos e ajustes nessas próteses.

Faça uma doação | Seja um voluntário | Seja um parceiro

Números da ONG

+80 ações em 3 países e 12 estados

+20.000 pessoas impactadas

+12.000 atendimentos odontológicos

+50.300 procedimentos odontológicos

+7.300 atendimentos médicos

+700 procedimentos médicos

+2.200 voluntários

+1.300 sorrisos solidários

REVISTA APDESPBR REVISTA APDESPBR 31 30
É pra isso que a gente estuda. Claro que todo mundo precisa trabalhar, mas penso que precisamos retribuir para o universo tudo o que recebemos.
Da esquerda para a direita: Dra. Fabiana Wilken, a paciente de última hora A.C.S., a TPD Liziane Azevedo e a dra. Vivian Fonseca
Acesse o site Por 1 Sorriso
Ações sociais Foto: Divulgação Foto: Divulgação

Histórias que emocionam e fazem cada esforço valer a pena

Dissilicato de lítio e zircônia: a evolução na era digital

Pedido de casamento

“Em Marmelópolis (MG), atendemos um jovem de 23 anos com vários problemas de saúde bucal [incluindo frenectomia lingual]. Além disso, ele sofreu um acidente e perdeu todos os dentes superiores. Dos quatro dias de ação, três ele ficou anestesiado. Salvamos o que deu pra salvar e ele saiu feliz da vida. O sonho dele era pedir a namorada em casamento. Quando voltamos à cidade para fazer o ajuste, ele contou que ela aceitou se casar. Ele estava radiante e com sua autoestima lá em cima.”

Língua nos dentes

“Nas nossas ações, os pacientes não participam do processo. Eles só veem o resultado no final, é diferente de quando atendemos no consultório. Então eles precisam confiar na gente, no nosso bom gosto, no que vamos fazer. Lembro de um paciente, de 42 anos, que chorou quando colocamos o molde [ainda na cera!] na boca dele. Ele simplesmente tinha esquecido qual era a sensação de ter dentes na boca. Ele passava a língua nos dentes e chorava. Essas coisas a gente não esquece.”

O caçulinha de Brazópolis

“Atendemos um menino de 5 anos. Ele só tinha dois molares e um canino. Nessa idade, normalmente a criança tem uns dez dentes. A mãe e os três irmãos dele são autistas, ele perdeu os dentes por conta de cáries de mamadeira, era uma realidade nada fácil. Foi a primeira prótese infantil que fiz em uma ação. Ficou uma gracinha, com os dentes separadinhos! Quando ele se viu no espelho, os olhos dele brilhavam. Ele abraçou o dentista e depois se agarrou nas minhas pernas. A felicidade dele foi a coisa mais linda de se ver. É pra isso que a gente estuda. Claro que todo mundo precisa trabalhar, mas penso que precisamos retribuir para o universo tudo o que recebemos.”

A estreia de um sorriso

“A dona M. J. S. foi atendida na companhia do filho adulto. Ela tem 86 e ele devia ter mais de 50 anos. Fizemos a prótese total dela e acredite, ele nunca tinha visto a mãe com dentes. Imagina a emoção dos dois? É surreal poder ver a vida dessas pessoas se transformando.”

A hora do espelho

“Dona A. S. teve perda óssea e viu seus dentes indo embora. Depois de 4 anos ou mais recuperou o sorriso e a autoestima. Ela ficou muito emocionada quando se olhou no espelho. Nessas horas a equipe toda se emociona.”

Atendimento de última hora

“A A. C. S. ficou horas esperando por um encaixe. Não queria nem comer o lanche oferecido pela prefeitura porque achava que só teria direito se passasse primeiro pela triagem. Conversaram com ela e finalmente ela aceitou comer. Era visível que estava com fome. Ela não sorria. Mãe solteira, história de relacionamento abusivo, viveu muita coisa ruim e perdeu os dentes da frente. Não tinha condições de pagar pela prótese e a filha estava grávida. Mas deu certo. Ela foi a última a ser atendida e entregamos a prótese àww ela. Quando estávamos desmontando tudo, ela pegou uma vassoura e começou a nos ajudar. Foi o jeito que ela encontrou de agradecer. Ela saiu varrendo todo o ginásio junto com os voluntários. E até hoje ela sempre me envia um oi pelo WhatsApp.”

Das poucas certezas que temos na vida é a de que a humanidade segue em constante evolução. No mercado de prótese dentária podemos ter uma outra convicção: o digital veio para ficar (somar) e essa transformação nos últimos anos apresentou muitas boas evoluções. “Atualmente já temos a possibilidade de imprimir a zircônia¹. No último IDS (International Dental Show) foi demonstrado também a possibilidade de impressão do dissilicato de lítio², que é uma vitrocerâmica. Eu acredito que as grandes novidades são a evolução dos materiais e os métodos de obtenção. E, sem dúvida, a tendência é migrar para o processo de manufatura aditiva, conhecido também como impressão 3D. Não que o processo de fresagem [ou subtrativo] deixará de existir, mas haverá um desenvolvimento muito grande no processo de obtenção por meio de uma técnica aditiva [impressão 3D]”, diz o dentista Dr. Guilherme Saavedra, professor de odontologia na UNESP (Universidade Estadual Paulista),

professor visitante da Universidade de medicina dentária da Universidade de Lisboa e técnico em prótese dentária.

Dr. Saavedra relembra que as cerâmicas, quando surgiram, possuíam muita matriz vítrea e pouca matriz cristalina em sua composição e, por isso, quebravam com muita facilidade. Com isso, os fabricantes começaram a incorporar cristais para que ficassem mais resistentes. Porém, isso fez com que ficassem mais opacas e, assim, deixassem de ser estéticas.

Para o professor, o dissilicato de lítio foi um divisor de águas porque era uma cerâmica com boa resistência, boa estética e ainda podia ser colada (ácido sensível). “Ele acabou ten-

do uma aplicabilidade para dentes anteriores e também posteriores. Uma cerâmica mais vítrea funciona bem em região anterior, mas em dentes posteriores geralmente lasca ou quebra com a carga mastigatória do paciente”, diz ele.

Quando as zircônias surgiram, apesar de mais resistentes, eram muito opacas. “Chamamos de metal branco, um material policristalino que não tem vidro na sua composição e não era estético. Hoje já pode-

mos usar cerâmicas policristalinas com quantidade maior de estabilizadores que a 3Y-TZP, como a 4-YTZP e a 5-YTZP, que são zircônias multicamadas e mais translúcidas”, explica Dr. Saavedra, acrescentando que a zircônia tem uma grande limitação: “por ser um material ácido resistente (pois não apresenta vidro na composição), para cimentar a zircônia temos de usar um protocolo bem definido, como a presença de monômero fosfatado no cimento e preparos dentais melhores executados. De um modo geral é um material muito duro/rígido. Tem que tomar muito cuidado para fazer uma boca inteira”.

Apesar desse entrave, Dr. Saavedra afirma que a zircônia é o material do futuro pelo excelente custo-benefício relacionado às propriedades biomecânicas e físico-químicas, além da biocompatibilidade e facilidade do processo de obtenção.

“Se eu quiser desgastar uma zircônia para um processo subtrativo, ela estará na fase pré-sinterizada

REVISTA APDESPBR REVISTA APDESPBR 33 32
“Acredito que a zircônia é o material do futuro e veio pra ficar.
Da esquerda para a direita o antes e depois de M. J. S., A. C. S. e A. S. Dr. Guilherme Saavedra é dentista e professor de odontologia
Evoluções
Elemento em zircônia
na prótese
Fotos: Divulgação Foto: Divulgação Foto: Divulgação

[como um pó de gesso], então, não há tanto desgaste de broca e é mais rápido. No caso do dissilicato, que é um material mais rígido na fase pré-cristalizada, preciso usar mais a broca, o motor da minha máquina. Acredito que o excelente custobenefício da zircônia em relação aos outros materiais faz com que seja um material que veio pra ficar.”

Dr. Saavedra acredita que as zircônias, que já fazem sucesso, agora terão um caminho muito longo. E o dissilicato de lítio vai continuar por ser um material muito versátil. “E

o método de obtenção não será só pelo meio de usinagem. O método 3D vai abranger esses dois materiais. Principalmente a impressão 3D com o conceito de multicamadas, multicolorido, no qual vamos conseguir mimetizar a cor do dente no processo de impressão. Vamos imprimir com um conceito chamado gradiente funcional. Por mais que o material seja muito rígido, talvez a gente consiga minimizar isso criando pequenos poros no interior desse material pra amortecer [a mordida]. O objetivo é criar um gradiente funcional.”

1.Zircônia (cerâmica cristalina) Quanto mais ítrio maior translucidez e menor resistência

3Y-TZP – maior resistência mecânica e mais opacidade

5Y-TZP – mais translúcida e menor r esistência mecânica processo de sinterização – pode contrair de 16 a 25%

3 x mais resistência mecânica que o dissilicato de lítio

2.Dissilicato de lítio (vitrocerâmica) processo de cristalização – não tem contração ideal trabalhar na fase pré-cristalização (na cor roxa)

tem matriz vítrea e cristalina não é indicado para próteses muito extensas

Outros materiais com potencial evolutivo

Na opinião do professor Dr.Saavedra, os polímeros reforçados por cerâmica e alguns tipos de cerômeros marcam presença na lista de materiais com grande potencial de desenvolvimento. “Esses materiais não precisam ir para o forno. Já têm a cor final do dente. Você escolhe a cor e coloca na máquina para desgastar. No caso de um conceito de trabalho com mais agilidade, esses polímeros reforçados

por cerâmicas, ou cerâmicas inteligentes como muitos falam, têm uma grande vantagem na agilidade do processo. Eles também têm algumas propriedades biomecânicas favoráveis, como o módulo elástico, que é muito semelhante às características de um dente.” Apesar de natural, Dr. Saavedra diz que esses materiais ainda não têm uma estética que se assemelha aos materiais cerâmicos.

Impressão 3D = menor desperdício e baixo custo

UNESP (Universidade de São Paulo).

Para Saavedra, que também trabalha em seu consultório como dentista e TPD, a principal ideia hoje é simplificar os processos de produção para tornar os resultados mais previsíveis, aumentar o êxito e depender cada vez menos da operação do ser humano. Seguindo nesse caminho, ele destaca dois processos: a impressão 3D e a fresagem. “A grande vantagem da impressão 3D é a economia e a diminuição de desperdício de material, além de se conseguir uma confecção de morfologias complexas em um tempo muito menor”, enfatiza.

“O que a gente percebe é que as propriedades mecânicas e ópticas têm melhorado muito. Principalmente as ópticas”, afirma Guilherme Saavedra, professor de odontologia na

A confecção das próteses totais também está no radar: “Hoje é possível imprimir a base da dentadura com cor de gengiva para depois colar

os dentes nessa base. Existem em presas que já estão fazendo um dis co de polímero (PMMA) para usina gem que tem a cor da gengiva e a cor do dente no mesmo disco. Por que se faz isso? Porque o objetivo dessas tecnologias é diminuir a quantidade de etapas. Com menos etapas temos maior chance de acertar”, explica Saavedra. “O desenvolvimento desses novos materiais nos dá um resultado final mais previsível. Resultados muito personalizados ainda vão depender de bons profissionais e vão exigir um esforço maior, claro. Porém estes profissionais serão raridades em um futuro próximo. Mas a tendência é que a odontologia e a área de prótese em geral migrem para esses processos mais simplificados e padronizados”, conclui.

As duas primeiras imagens são modelos em dissilicato na fase pré-cristalização; na terceira é o trabalho final após cristalização e maquiagem

REVISTA APDESPBR REVISTA APDESPBR 35 34
Prótese total fresada - tecnologia Ivotion (Ivoclar) Da esquerda para a direita três modelos feitos em zircônia Foto: Divulgação Foto: Divulgação
Foto: Divulgação Foto: Divulgação Foto: Divulgação Foto: Divulgação Foto: Divulgação

Fiscalização e ética na busca da excelência profissional

Assim como todo profissional, aqueles que atuam com a saúde bucal devem estar devidamente registrados pelo órgão que regula a profissão, neste caso, o CRO (Conselho Regional de Odontologia). Embora esta inscrição seja uma exigência para o exercício da profissão, estima-se que boa parte dos técnicos em prótese dentária não esteja em dia com o órgão regulador, conforme informam Marcelo Tanaka Costa, presidente da Câmara Técnica do CRO, e Joel Pfeifer, Secretário da Câmara Técnica do CRO.

“Infelizmente estamos lutando sozinhos. Necessitamos de abasteci-

mento de irregularidades para apresentarmos ao Colegiado para que sejam tomadas as medidas de fiscalização”, desabafa Pfeifer. “Só será possível cobrarmos um indivíduo que não esteja trabalhando dentro das normas corretas da profissão se tivermos acesso ao seu registro, assim como acontece, por exemplo, com um médico que foge à ética em sua profissão. Neste caso, ele certamente terá o seu CRM cassado”, compara Marcelo Tanaka.

Na opinião dos gestores da Câmara Técnica do CRO, estar em dia com a inscrição deve ser premissa básica

para quem deseja atuar na área da odontologia, sejam dentistas ou técnicos. “No caso dos técnicos, a exigência tem que partir do cirurgião dentista, o qual só deveria aceitar trabalhar com profissionais devidamente credenciados pelo Conselho”, adverte Tanaka.

O Secretário da Câmara Técnica ressalta que o registro deveria ser feito no auge da formação. “Um dos anseios que a nossa Câmara Técnica tem é que o indivíduo que se forme nas escolas de prótese já receba o seu número de CRO no ato da formatura”, diz Joel Pfeifer.

A história do scanner intraoral começou há mais de quatro décadas, na Suíça, mas só chegou ao Brasil no início dos anos 2000. “O primeiro scanner chegou ao Brasil com os irmãos De Luca e Newton Cardoso. O primeiro sistema utilizado foi o CEREC. Em 2010 o CEREC havia distribuído 22 scanners pelo país”, relembra André Dias Vieira, dentista, técnico em prótese dentária e analista de suporte técnico na Talmax - produtos para prótese odontológica.

Na opinião de André, a grande evolução ocorreu na última década, quando os scanners deram um salto na qualidade de imagens 3D e também em relação ao software e hardware utilizados nos processos. Para

o especialista, essa precisão dos trabalhos proporciona confiança no profissional e uma entrega de qualidade aos clientes. Segundo André, “há scanner intraoral fabricado no Brasil e esse mercado nacional está apenas iniciando e procurando o seu espaço no desenvolvimento de produtos para o fluxo digital.

Para utilização no dia a dia, André entende que a indicação do scanner intraoral está voltada para o profissional dentista e explica: “O protético pode usar o intraoral como scan service e também escanear modelos, sendo que para modelos o software do intraoral é um pouco mais trabalhoso, pois para escanear troquéis separados o usuário precisará abrir duas ordens de serviço”.

Mesmo com a gama de variedade oferecida pelo mercado atualmente, André acredita nas mudanças. “Quando falamos de tecnologia, sempre dá para pensarmos em evolução. Penso que podemos melhorar tanto em hardware, quanto em software Em relação aos hardwares,

REVISTA APDESPBR REVISTA APDESPBR 37 36
O escaneamento digital evoluiu muito nos últimos anos e deve avançar ainda mais
Quando falamos de tecnologia, sempre dá para pensarmos em evolução.
CRO Atualizações
Atualmente a Talmax utiliza o modelo Aoralscan 3, da Shining Foto: Divulgação

podem ser realizados upgrades das câmeras/projetores, e novos designs podem deixar os scanners mais ergonômicos [menores e mais leves]. Já com os softwares, os fabricantes podem melhorar a integração de novas ferramentas para agilizar o processo e melhorar o atendimento ou novos tipos de arquivos. Sempre tem o que aprimorar. Hoje temos o STL, OBJ e PLY, mas quem sabe o que pode vir no futuro para aperfeiçoar ainda mais os escaneamentos?”, conclui.

Você sabia?

O primeiro scanner intraoral foi criado nos anos 1980, na Suíça, pelo professor Werner Mormann e pelo engenheiro elétrico Marco Brandes Tini.

Principais vantagens do scanner intraoral

• Conforto do paciente.

• Economia no material de moldagem.

• Tempo diminuído na moldagem (22 minutos no modo tradicional vs 7 minutos com o scanner).

• Mais qualidade no resultado final.

• Eliminação dos modelos de gesso no consultório.

• Eliminação de envio dos trabalhos para o laboratório.

• Tecnologia a favor do marketing: o cliente gosta de ser atendido com tecnologia avançada e acaba fazendo a propaganda boca a boca

Na hora da escolha

É preciso pesquisar antes de adquirir um scanner intraoral. Veja aqui 12 importantes itens para serem analisados antes da compra:

1 - Velocidade

2 - Distância focal (profundidade)

3 - Acurácia (precisão)

4 - Assistência I. A (inteligência artificial)

5 - Registro de cor

6 - Detecção de cárie

7 - Peso e ergonomia

8 - Antiembaçante

9 - Sistema aberto ou fechado

10 - Nuvem (para armazenamento de arquivos)

11 - Notebook integrado

12 - Suporte técnico da empresa

REVISTA APDESPBR 38
André Dias, analista de suporte técnico na Talmax Foto: Divulgação Foto: Divulgação

APDESPBR promove encontro de relacionamento para profissionais da prótese dentária

Conectar os profissionais do universo da prótese dentária com as empresas visando ampliar suas redes de relacionamento. Com esse propósito, a APDESPBR promoverá nos dias 18 e 19 de agosto deste ano o evento APDESPBR Business

O encontro será gratuito, realizado no Centro de Convenções Frei Caneca, em São Paulo, e oferecerá uma programação com foco em gestão, negócios e prática, tendo como objetivo fortalecer a valorização dos técnicos no mercado da odontologia.

Com formato intimista, prático e dinâmico, os profissionais terão a oportunidade de levar suas dúvidas às empresas, trocar experiências, conhecer novidades na prática, além de prestigiar a grade científica elaborada pelos patrocinadores, em conjunto com o Departamento Científico da

APDESPBR, com a presença de mais de 12 palestrantes renomados.

A área de exposição contará com a participação de empresas que deverão apresentar o que há de mais moderno em prótese dentária, com equipamentos; cerâmicas odontoló-

gicas; resinas diversas, instrumentos e demais insumos.

A primeira edição do APDESPBR Business antecederá o próximo Congresso da APDESPBR, principal evento da entidade, que será realizado em 2024.

“Estamos muito felizes e ansiosos com a realização deste encontro. Os eventos promovidos pela APDESPBR proporcionam interação entre os profissionais da área, da indústria e do comércio, e dos formadores de opinião. Pessoas que vêm de diversas regiões do país para absorver novas técnicas e conhecer novos materiais e equipamentos. Essa é a expectativa

que temos também em relação ao APDESPBR Business”, ressalta Jorge Bauer Neto, diretor financeiro da APDESPBR

Bauer acrescenta que o encontro deverá atrair um público ainda maior dos eventos anteriores, contando com a participação de profissionais de diferentes estados. “Será uma grande oportunidade de reencontrar colegas

e conhecer novos profissionais, projetos de cursos, firmarmos parcerias e terceirizações. Agradecemos a todos os participantes que sempre estão presentes prestigiando e confiando no trabalho que é realizado e contamos com a presença daqueles que ainda não tiveram a oportunidade de participar dos nossos encontros. O sucesso já é uma certeza”, comemora.

Credenciamento: www.apdespbrbusiness.com.br

Perfil do público

O evento é destinado a:

• Técnicos em prótese dentária

• Cirurgiões dentistas

• Gestores de laboratórios odontológicos

• Acadêmicos

Serviço

Evento APDESPBR Business

Data: 18 e 19 de Agosto de 2023

Local: Centro de Convenções Frei Caneca – São Paulo | SP

Acompanhe as novidades nas redes sociais:

APDESPBR - Associação dos TPD’s Brasil apdespbr

REVISTA APDESPBR REVISTA APDESPBR 41 40
“ Será uma grande oportunidade de reencontrar colegas e conhecer novos profissionais, proporcionando um rico networking a todos.
20 expositores deverão participar com o que há de mais moderno no setor Jorge Bauer Neto - Diretor Financeiro da APDESPBR
Vem aí
Foto: Divulgação Foto: Divulgação

Mercado digital: temos de encarar a modernidade

Mas a cereja do bolo pode estar na terceira base desse tripé: “A previsibilidade para mim é a maior vantagem. Geralmente quem realiza o diagnóstico no laboratório não é a mesma pessoa que aplica a cerâmica e, por ser uma técnica mais pessoal,

podemos dizer até artística, cada um assina com a sua particularidade. Isso pode causar grandes diferenças entre prova de mockup e peça final. No digital entregamos exatamente o que o paciente aprovou durante a prova dos planejamentos. É muito mais previsí-

Marketing é a alma do negócio

Além de a utilização de equipamentos digitais aumentar a qualidade na confecção de próteses e dispositivos, dar mais conforto ao paciente e profissionais da área, pode ser também um grande aliado no marketing da sua empresa. “Imagine que o paciente vai ao dentista X que trabalha com molde e depois

vai ao dentista Y que na primeira consulta usa o scanner e o paciente vê o seu sorriso no monitor”, exemplifica Sabrine, salientando que ver o antes e o depois no monitor faz total diferença no processo e o paciente consegue ver como vai ficar.

Se não gostar de algo, pode falar na hora. “É um investimento que traz

O que são os planning centers?

vel, pois utilizaremos a mesma forma de dente em todas as etapas do processo”, defende Sabrine, que atua no desenvolvimento e conferência de projetos CAD, além de ministrar cursos e mentorias para técnicos e dentistas dentro e fora do Brasil.

“Foguete não dá ré” – não foi à toa que essa expressão caiu no gosto popular. Afinal, quem conhece e trabalha com a odontologia digital não vai querer voltar para o analógico. São muitos os benefícios alcançados com as novas possibilidades de atendimento. Sabrine Henn, técnica em pró-

tese dentária formada pelo Instituto Pró - Universidade Canoense (IPUC)

– Canoas / RS, destaca apenas benefícios: “Gosto de citar os três pilares que, para mim, refletem as maiores vantagens do uso do fluxo digital na rotina clínica e laboratorial, que são conforto, agilidade e previsibilidade”.

Para a sócia-fundadora do SH Planning Center o conforto alcançado por clínicos e pacientes é indiscutível. “Escanear em vez de moldar é mais agradável para ambos. O procedimento é limpo, rápido e eficaz quando realizado de maneira adequada. A agilidade é outro fator importante. Se compararmos o processo analógico com o digital, vamos ver que o novo fluxo se torna muito mais rápido e assertivo”, diz Sabrine. E isso significa mais tempo disponível para ser usado da forma que o profissional preferir. “Ter um sistema que me traz mais agilidade, previsibilidade e menos erros me permite ter mais tempo com a minha família ou mais tempo para fazer mais trabalhos e tirar o máximo desses equipamentos. É uma escolha”, encoraja Sabrine.

Integrante do grupo “Top5” da Amann Girrbach (um dos 5 profissionais mais qualificados do mercado de prótese dentária projetada em CAD/CAM no Brasil), Sabrine diz que a realidade digital com planning centers é recente. “Há dois anos não existiam as centrais de planejamento. Hoje desenvolvemos em software CAD todo tipo de prótese que dá pra fazer dentro do digital. O meu mundo é o digital. O meu laboratório é um computador, um mouse e uma dongle [licença original de software exocad]”, conta ela, que não faz a parte final, mas orienta os clientes no processo de scaneamento.

Há dez anos no mercado digital, Sabrine diz que é comum profissionais optarem pelo sistema híbrido, podendo moldar e scanear o mode-

um retorno muito grande em todos os aspectos. Parte técnica, parte de marketing, previsibilidade, segurança. Quando estiver tudo pronto esse paciente não vai dizer que não gostou. Não tem como ele não gostar porque ele já vai ter se visto. E não haverá retrabalho se a gente seguir o protocolo certinho.”

lo de gesso em laboratório parceiro.

“Ele pode ter a vantagem do digital mesmo sem ter feito a aquisição de um scanner e uma impressora. Conseguimos adaptar esse fluxo para

que ele siga com a clínica sem fazer um investimento inicial alto. Eu voto para que todo mundo terceirize desenhos nos planning centers [risos]. Não somente porque eu tenho um, mas porque o cadista tem uma curva de aprendizado. Tem que ser um técnico que entenda de prótese e de desenho. É um nicho de mercado e utilizar o serviço de um profissional já qualificado e não ter de pagar anuidade de software pode ser vantajoso para o laboratório, que vai receber o arquivo e finalizar. Por isso é preciso estudar qual o tipo de negócio para ver se isso se enquadra dentro do que se busca, do que se quer oferecer para os clientes, conclui Sabrine, que também ministra aulas em cursos de CAD/CAM no Senac Tiradentes, APDESPBR e Eco Academy

REVISTA APDESPBR REVISTA APDESPBR 43 42
“ Ter um sistema que me traz mais agilidade, previsibilidade e menos erros me permite ter mais tempo com a minha família ou mais tempo para fazer mais trabalhos e tirar o máximo desses equipamentos. É uma escolha.
Em seu laboratório, Sabrine trabalha com um computador, um mouse e uma dongle
Odontologia digital
Sabrine Henn é sócia-fundadora do SH Planning Center e auxilia profissionais com o planejamento no atendimento e serviço de prótese dentária Foto: arquivo pessoal Foto: arquivo pessoal

Compromisso sério com a sustentabilidade do planeta

Portanto, separá-los é fundamental para que seja dado o encaminhamento correto a cada um deles. Outro conceito que deve ser colocado em prática, em atendimento aos requisitos legais, é a responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida do produto envolvendo os fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes, consumidores e os titulares dos serviços públicos de limpeza urbana pelo manejo dos resíduos sólidos e minimizar seu volume, bem como dos rejeitos gerados”, conclui Silva Berlinck.

com responsabilidade”, destaca Silvia, e acrescenta: “Contratar uma consultoria para elaborar e implementar o PGRSS é de fundamental importância. É necessário um conjunto de procedimentos de gestão, planejados e implementados a partir de bases científicas e técnicas, normativas e legais, com o objetivo de minimizar a produção de resíduos e proporcionar, aos resíduos gerados, um encaminhamento seguro, de forma eficiente, vi-

sando a proteção dos colaboradores, a preservação da saúde, dos recursos naturais e do meio ambiente”.

Silvia também ressalta que o pri meiro passo para garantir um descar te adequado dos materiais é conhe cer todos os tipos de resíduos e sua classificação. Depois disso é definir e estruturar o descarte. “Cada resíduo gerado oferece um tipo de risco e requer uma destinação diferenciada.

*Para conhecer mais a Sorriso Sustentável https://sorrisosustentavel.eco.br/

**Para conhecer mais o projeto Curacycle https://curacycle.com.br/

A PNRS (Política Nacional de Resíduos Sólidos) existe há mais de uma década e o PGRSS (Plano de Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde) segue sendo um tema importante dentro da área da prótese dentária. A APDESPBR apoia o descarte correto e amplia a divulgação sobre o tema e os desafios que o cercam.

Segundo Silvia Berlinck, CEO e fundadora da startup Sorriso Sustentável Soluções Ambientais*, laboratórios de prótese e clínicas dentárias são geradores de Resíduos de Serviços de Saúde e fazer o descarte correto, seguindo as orientações da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e CONAMA (Conselho Nacional do Meio Ambiente) evita não somente as multas. “São resíduos com características diferenciadas que demandam cuidados especiais. Além do risco de contaminação em pessoas

que tenham contato com esses materiais, eles também são prejudiciais ao meio ambiente”, alerta Silvia.

No dia a dia, Silvia presta consultoria na área e esclarece que o PGRSS visa não apenas a preservação da qualidade do meio ambiente, mas também a recuperação da qualidade de áreas já degradadas. “Conforme a legislação ambiental vigente, todos os estabelecimentos de saúde geradores de Resíduos de Serviços de Saúde devem elaborar e implantar o PGRSS, atendendo aos critérios técnicos, legislação sanitária e ambiental, normas locais, os serviços de limpeza urbana e contemplando todas as etapas do manejo de RSS, desde a segregação até a disposição final.”

Fazer o descarte correto é um grande passo, mas é preciso também observar as empresas com as quais

trabalhamos. A logística reversa, definida na Lei Federal 12.305/2010, define a PNRS como o conjunto de ações e procedimentos que viabilizam a coleta, armazenagem, e retorno dos materiais ao ciclo produtivo, seja para reaproveitamento (reuso ou reciclagem), seja para descarte ambientalmente adequado. “Como exemplo, aqui no Brasil temos a Curaprox Brasil, uma empresa ambientalmente responsável ao criar a Curacycle** , o projeto da Curaprox, que conta com o apoio e a parceria dos cirurgiões-dentistas em todo o Brasil. São profissionais que dedicam tempo e amor para trazer saúde para todos os brasileiros e, agora, estão engajados neste projeto, com pontos de coleta de escovas dentais usadas, frascos de cremes dentais, interdentais e mordedores, de qualquer marca, descartando-os adequadamente nas caixas coletoras, praticando sustentabilidade

Objetivos principais do PGRSS

• Introduzir um sistema de gerenciamento efetivo e legalizado dos RSS;

• Priorizar os temas de consumo responsável e sustentável, não geração, reaproveitamento, combate ao desperdício e redução de resíduos em todas as iniciativas;

• Estabelecer as diretrizes necessárias para a implementação do PGRSS, visando o correto gerenciamento dos RSS gerados durante as atividades laborais;

• Assegurar que os procedimentos da geração à disposição final dos rejeitos estejam em conformidades com as legislações, resoluções e normas definidas pelos órgãos legais;

• Preservar a saúde e segurança dos colaboradores e clientes, reduzindo os passivos ambientais;

• Propor medidas para a não geração, redução e reutilização dos resíduos passíveis de serem reutilizados;

• Definir medidas preventivas e efetivas da biossegurança para diminuição dos riscos à saúde pública, proteção dos trabalhadores e a preservação do meio ambiente;

• Minimizar os impactos ambientais e promover melhorias no saneamento, visando a saúde e qualidade de vida das pessoas.

Fonte: Sorriso Sustentável Soluções Ambientais

REVISTA APDESPBR REVISTA APDESPBR 45 44 Sustentabilidade na prótese
Palestra na APDESPbr com parcerias: Sorriso Sustentável, APDESP e SOBOTA
Foto: Divulgação Foto: Shutterstock

Disseram para ela pilotar um fogão, mas ela escolheu o forno de prótese dentária

No início da década de 1980, o mercado da prótese dentária não recebia as mulheres de braços abertos. Shirley Kayaki Assaoka escutou muito desaforo até conseguir seu primeiro estágio. Mas, ao contrário do que podemos imaginar, as frases “você deveria pilotar fogão” e “vai molhar a barriga no tanque” serviram como um impulsionador na carreira daquela jovem. Hoje, Shirley é professora e profissional reconhecida como precursora no que diz respeito à prótese dentária.

Formada em Ciências Físicas e Biológicas, em 1968 Shirley começou a lecionar Matemática, Ciências e Biologia para jovens alunos. Depois de formada também no curso técnico em prótese dentária, seguiu ministrando aulas no Ensino Médio, fez estágio, montou laboratório e, em 1986, tornou-se a primeira professora no curso técnico de prótese dentária do Senac, em São Paulo. “A equipe era formada por 14 homens e eu. Tivemos uma professora dentista por um período curto, mas eu era a única técnica na época. Hoje, a equipe é formada em sua maioria por mulheres”, comemora Shirley, que bateu de frente com muitos profissionais para ter seu valor reconhecido. “Adoro um desafio!”, diz ela.

Como professora técnica há 36 anos e a pouco mais de 40 nesse mercado, Shirley não pensa em parar de lecionar. Atualmente trabalha com duas turmas em Feira de Santana (BA) em curso de formação, e para outra turma em São Paulo, em um curso de especialização do Senac. “Se a gente tem saúde, não dá para parar de trabalhar e ficar em casa fazendo crochê”, diz ela, que até o início da pandemia, em 2021, também mantinha um espaço de terapia holística em São Paulo. “Mas agora parei. Estou só com as aulas para ter também um tempo livre.”

Por mais profissionais conscientes

Shirley é autora do livro “Prótese Dentária - Princípios Fundamentais e Técnicas Laboratoriais”

“Estamos na 4ª edição e, a cada nova, atualizamos os dados. A primeira edição teve 180 páginas e a atual tem 280”, explica a professora, que aposta na venda de 10 mil livros até o momento. “É uma obra completa e várias escolas a indicam.”

Conhecedora dos males que uma prótese dentária mal feita pode causar à saúde, a professora tem um sentimento positivo sobre tudo o que passou até agora e pelo trabalho que desenvolveu. “Como técnica, tenho o sentimento de devolver a saúde ao ser humano. Não é só beleza. É saúde também!”. E como mentora, o desejo de Shirley é seguir orientando seus pupilos. “Quero orientar, direcionar e conscientizar estudantes de que o

financeiro importa, mas não só pelo dinheiro. O técnico em prótese dentária é um profissional que cuida de um ser humano. E é muito gratificante formar profissionais conscientes.”

E podemos apostar nessa conquista, já que na lista dos ex-alunos de Shirley temos, entre tantos, José Henrique dos Santos e Kenji Yokoyama, atuais presidente e diretor administrativo / científico da APDESPBR respectivamente.

REVISTA APDESPBR REVISTA APDESPBR 47 46
“ Adoro um desafio! Como técnica, tenho o sentimento de devolver a saúde ao ser humano. Não é só beleza. É saúde também!
Shirley na bancada do curso para TPDs no Senac SP
Mulheres na prótese
Shirley Kayaki Assaoka é professora técnica há 36 anos e autora do livro “Prótese Dentária – Princípios Fundamentais e Técnicas Laboratoriais”
Foto: Divulgação
Foto: Divulgação

Especialistas lançam dicionário técnico em LIBRAS

Ela é técnica em prótese dentária, formada pelo Senac, há 40 anos, psicóloga há 30, e há 20 anos é cirurgiã dentista, pós-graduada em psicobiofísica pela USP e possui pós-graduação em Medicina Preventiva pela UNIFESP. Ministra aulas de prótese dentária há 30 anos.

Com esse extenso currículo, Myrna Lea Gerevini Perera segue sua caminhada, sempre se atualizando e transformando vidas por meio do seu conhecimento.

Foi seu aluno e atual colega de profissão, Gilberto de Azevedo Marques que a inspirou buscar formação em LIBRAS e, desde que participou do primeiro projeto com a comunidade surda, encantou-se. Sua jornada como voluntária do Instituto Santa Terezinha, um colégio especial para surdos, acaba de completar 25 anos.

Juntos, Myrna e Gilberto criaram o primeiro curso de prótese dentária em LIBRAS. Myrna conta que receberam muito apoio da APDESPBR e do CRO para darem início aos cursos.

Recentemente, lançaram o primeiro dicionário técnico para a odontologia e prótese dentária, na Língua Brasileira de Sinais. A primeira edição publicada foi concedida à APDESPBR. “Este dicionário de caráter técnico-científico foi idealizado como resultado de nossa experiência, fruto de muito trabalho realizado com surdos. De forma natural os sinais foram aparecendo e, sem que percebêssemos, eles já estavam fazendo parte de nossas aulas”, comenta Myrna.

A especialista ressalta que nesta primeira edição foram publicados alguns dos principais sinais em LIBRAS. “Esse é apenas o primeiro passo para uma realidade profissional que está se ampliando a cada dia em todos os setores de trabalho. Com certeza ficamos felizes por sermos os primeiros profissionais de prótese dentária a realizar tal intento e, assim então poderemos ofertar a esta comunidade o nosso trabalho”, afirma.

Myrna reitera que seu encantamento neste trabalho com os surdos

só aumenta a cada dia, especialmente por poder aliar seu conhecimento na prótese dentária com a língua dos sinais e, sobre suas preferências no exercício da profissão, confessa: “Sou uma dentista com sangue protético. Sou apaixonada por prótese dentária”.

A especialista não se cansa de buscar caminhos para oferecer atualizações para a classe e já adianta: para o mês de agosto, está montando um curso preparatório para o ensino técnico em prótese dentária para ouvintes e surdos. O curso irá começar no dia 19 de agosto, aos sábados, das 8 às 12 horas, no Instituto Santa Terezinha, Bosque da Saúde, em São Paulo, com duração de aproximadamente quatro meses. As inscrições podem ser feitas por telefone: 11 5581-1928. “A ideia é que as pessoas conheçam um pouco mais sobre a prótese dentária: o que é a profissão, os materiais e equipamentos utilizados e, de repente, podem ver despertado o interesse pela profissão, além de avaliarem se possuem interesse em atuar no laboratório”, diz.

REVISTA APDESPBR REVISTA APDESPBR 49 48 Inclusão na prótese
Foto: Arquivo pessoal Foto: Arquivo pessoal Myrna aos lado da jovem Daniele e do padre Wílson, ambos surdos. Durante a celebração da missa de Encontro de Surdos

Vacinas: controle real das doenças virais

de problemas de saneamento básico trouxe uma série de epidemias, como a febre amarela e a varíola, comprometendo a saúde da população do Rio de Janeiro, que era a capital do país.

Considerada uma importante forma de imunização ativa, a vacina garante que, quando o agente causador da doença infecta o corpo dessa pessoa, ela já esteja preparada para responder de maneira rápida, antes mesmo do surgimento dos sintomas da doença.

Hoje em dia, são raros ou até mesmo inexistentes os casos de pessoas com doenças infecciosas como difteria, sarampo, caxumba, coqueluche, poliomielite, rotavírus, rubéola e tétano. Isso só foi possível graças ao sucesso das imunizações em massa.

Recentemente, as vacinas para o combate do Covid-19 dividiram opiniões e, diante de tantos mitos que surgiram, a Organização Mundial da Saúde atestou por diversas vezes a segurança e a eficácia dos imunizantes. O órgão também reforça que todos os imunizantes passam por um rigoroso processo de testes, incluin-

do ensaios clínicos capazes de identificar qualquer tipo de problema ou insegurança com as substâncias.

“Vacinas protegem, salvam vidas e seguir o calendário vacinal recomendado em cada faixa etária é fundamental para se viver com mais saúde”, ressalta Dr. José Roberto Pegler, alergista e imunologista pela USP.

Revolta

da vacina

A primeira vacina na história da humanidade foi criada em 1796 pelo médico inglês Edward Jenner. O vírus a ser combatido era o da varíola, uma doença extremamente grave que causa febre alta, dores de cabeça e no corpo, lesões na pele e morte.

No século XVIII, no Brasil, a vacinação chegou a ser obrigatória, porém não havia nenhum controle ou punição para quem não cumprisse a norma. Já em 1904, o surgimento

Para sanar o problema, o médico sanitarista Oswaldo Cruz impôs a criação da chamada Lei da Vacina Obrigatória, medida esta que gerou protestos e confrontos entre a população e as forças da polícia e do exército. A Revolta da Vacina durou de 10 a 16 de novembro daquele ano, quando o governo revogou a obrigatoriedade da vacina. A polícia prendeu pessoas que estavam envolvidas nos movimentos de revolta e também muitos transeuntes que estavam pelas ruas do Rio de Janeiro.

Recomendações

Dr. José Roberto Pegler indica três cuidados para seguir antes de se vacinar:

Mantenha-se informado(a): Procure fontes confiáveis de informação, como autoridades de saúde locais e Sociedades Brasileiras de Pediatria ou de Imunizações.

Converse com um profissional de saúde: Antes de receber a vacina, é sempre recomendável conversar com um profissional de saúde para esclarecer suas dúvidas.

Siga as orientações pós-vacinação: Após receber a vacina, é importante seguir as orientações pós-vacinação fornecidas pelo profissional de saúde ou autoridades de saúde.

REVISTA APDESPBR 50 Saúde em Foco
Fontes: Biblioteca Virtual em Saúde do Ministério da Saúde; Associação Brasileira de Alergia e Imunopatologia; Clínica Croce.
Foto: Shutterstock

Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.