do iCs
academia Carlos Videira recandidato à AAUM Pág. 05 Europa em debate na UMinho Pág. 03 Jornal Oficial da AAUM DIRECTOR: Vasco Leão DISTRIBUIÇÃO GRATUITA 224/ ANO 10 / SÉRIE 6 TERÇA-FEIRA, 11 NOV.14 academico.rum.pt facebook.com/jornal.academico twitter.com/jornalacademico campus Págs. 10 a 14 cultura Frankie Chavez em Braga Pág. 07
desporto Braga derrota Gil Vicente Pág. 15 ACADÉMICO
“Não temos níveis de desemprego maiores do que aqueles que existem noutras áreas”
ENTREVISTA hElENA SoUSA Presidente
EM PDF
FICHA TÉCNICA // Jornal Oficial da Associação Académica da Universidade do Minho // terça-feira, 11 novembro 2014 / N224 / Ano 10 / Série 5 // DIRECÇÃO: Vasco Leão // EDIÇÃO: Lénia Rego // REDACÇÃO: Adriana Carvalho, Adriana Couto, Alexandre Rocha , Ana Pinheiro, Ana Rita Magalhães, Bárbara Araújo, Bárbara Martins, Bruno Fernandes, Catarina Hilário, Cátia Silva, César Carvalho, Clara Ferreira, Cláudia Fernandes, Diana Silva, Dinis Gomes, Diogo Pardal, Florbela Caetano, Francisco Gonçalves, Inês Carrola, Inês Neves, Joana Videira, João Araújo, João Pereira, Norberto Valente, Pedro Ribeiro, Rute Pires, Sara Ferreira, Sara Silva, Tomás Soveral, Virgínia Pinto. // COLABORADORES: Abel Duarte, António Ferreira, Daniel Silva, Elisabete Apresentação, Elsa Moura, Lara Antunes, Paulo Sousa, Rui Portulez e Sérgio Xavier // CRONISTAS: António Paisana, Joana Arantes, Maria Aldina Marques, Paulo Reis Mourão // GRAFISMO: gen // PAGINAÇÃO: Lénia Rego // MORADA: Rua Francisco Machado Owen, 4710 Braga // E-MAIL: jornalacademico@rum.pt //TIRAGEM: 2000 exemplares // IMPRESSÃO: GráficaAmares // Depósito
Mercadoria Espiritual
Manuel Curado
Departamento de Filosofia da UMinho
O clássico das letras portuguesas João de Barros publicou em 1532 o livro com o título estranho de Mercadoria Espiritual, no original o ainda mais estranho Ropica Pnefma. Lembrei-me desta pérola da sabedoria lusitana a propósito do debate que encerrou o ciclo UM Futuro das celebrações dos 40 anos da nossa Universidade. Estiveram no Salão Nobre da Reitoria na quartafeira 29 de Outubro o Cónego José Paulo Abreu e o Doutor Joshua Ruah, em debate moderado por Ana Lúcia Curado, do ILCH, e por José Eduardo Franco, da Universidade de Lisboa. Estas quatro pessoas lembraram-me as quatro personagens da obra do Renascimento: o Tempo, a Vontade, o Entendimento e a Razão. O assunto da conversa também me pareceu maravilhosamente anómalo para uma universidade moderna. Os dois convidados, estimulados pelos moderadores, reflectiram sobre o futuro das religiões e das universidades. Foi um momento muito rico para se pensar num tema querido aos universitários: a essência e a vocação da própria ideia de Universidade. A relação entre religião e universidade não é nada evidente. Dando uma esmola à estranheza, vejamos apenas duas grandes ideias que surgiram no debate.
I. Fomos convidados a reflectir sobre a dimensão histórica das universidades públicas portuguesas. Não existem nelas cursos de Teologia ou de Ciências da Religião. Isto significa que alguém fez uma determinada escolha sobre o catálogo dos cursos públicos. Simplificando o assunto, continuamos reféns da História que,
desde a Primeira República, limitou o campo das nossas decisões. Parecenos óbvio agora que a universidade pública não se deverá ocupar destes temas. Como tudo tem um preço na vida, esta decisão histórica impôs uma ideia de universidade que deverá estar associada à Modernidade e que se deverá preocupar até com o emprego das pessoas que forma. Ficou para trás a ideia de Castália que, desde os Gregos até Hermann Hesse, vê a universidade como uma fonte de conhecimento sobre problemas fundamentais. As universidades públicas parecem por vezes uma junção de Politécnico com Agência de Emprego. Isto é preocupante para qualquer universidade. Precisamente, o que as diferencia dos politécnicos é o amor incondicional pelos problemas fundamentais, pelo conhecimento como um bem em si mesmo, independente da sua aplicação.
II. A religião lembra-nos também muitos aspectos da vida e da cultura que não têm tido lugar na universidade. Como nos recorda Wouter J. Hanegraaff, em Esotericism and the Academy: Rejected Knowledge in Western Culture (Cambridge University Press, 2014), muitos corpos de conhecimento não têm entrada na Universidade. Isto é incrível. A racionalidade que se manifestou nas universidades a partir do século XVII implicou o abandono de outras racionalidades? Isto é, para sermos como somos tivemos que pagar um preço? Somos o capim de uma guerra filosófica de modelos de racionalidade? Se a religião em geral ainda tem alguma entrada (há universidades confessionais, há pequenos cursos sobre assuntos religiosos, etc.), outros assuntos, como o esoterismo, não têm de todo entrada. Todos os universitários temem perder a sua reputação científica se mostrarem alguma estima por ele.
O século XX português é paradigmático a este respeito. Apenas vultos como Amélia Cardia e António Lobo Vilela exploraram esses temas. Tiveram ambos vidas muito difíceis. Os universitários são supostamente ricos em cultura; se isto é assim, ser-
emos pobres em quê? Como é que a nossa alegada riqueza nos está a empobrecer? Será que a razão fria e calculadora da Modernidade nos deu de facto mais conhecimento do mundo ou nos terá empobrecido a tal ponto que já não conseguimos sequer reparar na nossa pobreza cultural e espiritual?
O conceito de Natureza pode servir de exemplo para esse cálculo quase impossível. Celebramos hoje o facto de termos um horizonte cósmico de treze mil milhões de anos. É claro que isso é extraordinário, mas é necessário calcular o que perdemos. A honestidade obriga a isso. Os Antigos tinham os conceitos de Natureza, de Preternatureza e de Sobrenatureza. Nós só temos o primeiro. Em contas rápidas, o nosso mundo grande ficou inacreditavelmente mais pequeno. Perdemos dois terços da Realidade e talvez dois terços do Sentido. Estes conceitos que perdemos, e que ainda recordamos, ilustram os muitos que perdemos para sempre porque nem numa noite selvagem nos passam pelo espírito. Somos, pois, culturalmente pobres ou ricos? Quem saiba pesar estas mercadorias espirituais que decida e que, por compaixão, nos informe. Eu estou na dúvida. É difícil dar conta da riqueza do debate de ideias que aconteceu nessa quarta-feira feliz. O seu significado é vasto. Resumo deste modo o que está em causa: a universidade pública não desistiu de pensar, nem nunca desistirá de pensar, as questões fundamentais da existência humana, sejam elas teológicas, filosóficas, médicas ou físicas; além disso, não desistimos de aumentar o tamanho do céu, e lutamos todos os dias contra os que afirmam que ele é pequeno e já está todo conhecido. Os convidados, os moderadores do debate e o anfitrião, o senhor Reitor António Cunha, estão de parabéns por nos terem auxiliado a pensar sobre assuntos perenes que nos dignificam como pessoas com amor pela cultura. Brindemos, pois, aos 40 anos da UM e ao sonho de nos aproximarmos de Castália, a fonte que Apolo consagrou às Musas!
PINIÃ
FICHA TÉCNICA SEGUNDA PÁGINA
o
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legal nº 341802/12
Videira recandidato à AAUM ACADEMIA
Carlos Videira, presidente da Associação Académica da Universidade do Minho (AAUM) já anunciou que será candidato nas próximas eleições para este órgão. O anúncio foi feito durante a Reunião Geral de Alunos (RGA) que se realizou no passado dia 6, no campus de Azurém.
Carlos Videira recandidata-se assim ao terceiro mandato salientando o trabalho contínuo da AAUM ao longo de 10 anos e procura “dar continuidade ao trabalho feito e manter a boa imagem que a Associação Académica conquistou perante a comunidade estudantil e não só”. Reconhece que é necessária uma “reestruturação na Associação Académica pois o perfil dos estudantes da Universidade do Minho vai mudando e é preciso adequar as atividade a esse perfil, envolvendo a co -
munidade Braga e Guimarães”
Neste encontro ficou ainda definido que as eleições irão decorrer a 2 de dezembro.
Os estudantes presentes na RGA decidiram atribuir o título de Sócio
Honorário da AAUM aos Lions Clube de Braga, pela “solidariedade para com os estudantes da cidade”, a Vasco Leão pelo “trabalho desenvolvido ao longo de uma década enquanto administrador da RUM” e a Ana Rita Ribeiro pela gestão de “um dos projetos mais bem-sucedidos da asso -
Estudantes contestam financiamento
SARA SILVA sara.daniela.gs@gmail.com
Os representantes dos estudantes do Ensino Superior reuniram-se, no passado dia 4 de novembro, com os grupos parlamentares na Assembleia da República. Em discussão esteve o financiamento para as universidades patente no Orçamento de Estado para 2015, que prevê um corte de cerca de 3,2 milhões de euros nessas instituições.
“Este corte, embora seja de apenas 1,5%, não pode ser desligado de outros cortes muito mais gravosos que aconteceram em orçamentos passados” diz o presidente da Associação Académica da Universidade do Minho, Carlos Videira. “As instituições de Ensino Superior ainda sentem os seus efeitos, nomeadamente no
que diz respeito ao envelhecimento do seu corpo docente e também naquilo que tem sido o adiamento sucessivo de obras de manutenção e requalificação de infraestruturas” especifica.
Indo mais longe, as dez associações e federações académicas presentes na reunião criticam também o facto de o financiamento para as instituições de Ensino Superior continuar a ser elaborado com base em fatores históricos. “Mais uma vez, apesar das promessas do secretário de Estado, nós verificamos que o financiamento é feito tendo em conta fatores históricos e não o desempenho das instituições e aquilo que é a qualidade do ensino que é ministrado” explica o representante dos alunos da Universidade do Minho. Para além disso, durante a reunião, estas
organizações estudantis manifestaram ainda preocupação com a ação social. Segundo os estudantes, seria importante rever o regulamento de acesso às bolsas, para que estas pudessem abranger mais universitários. Mas o tema do abandono escolar no Ensino Superior também não foi deixado de fora na discussão com os grupos parlamentares. Carlos
ciação académica: o Liftoff”.
Pedro Sanches, eleito presidente da Comissão Eleitoral, deixou já alguns objetivos no sentido de aproximar os estudantes das urnas. Por isso apela à participação das listas na divulgação de todo este ato eleitoral.
Videira lembra que, em abril de 2013, a Assembleia da República aprovou, por unanimidade, a apresentação de um relatório anual relativo ao abandono escolar e que, até agora, tal ainda não foi realizado. Por esse motivo, a ocasião foi aproveitada para pedir aos grupos parlamentares que “fizessem pressão junto do governo para cumprir esta resolução”.
PÁGINA 03 // 11.NOV.14// ACADÉMICO
CATARINA OLIVEIRA catarinaa_oliveira@hotmail.com
Foto: Nuno Gonçalves
Foto: DR
ACADEMIA
PÁGINA 04 // 11.NOV.14 // ACADÉMICO
“Conservação e exposição alimentar” em Guimarães
MÓNICA LOPES moniics6@gmail.com
A TecMinho, interface da Universidade do Minho, realiza a 25 de novembro o seminário “Conservação e exposição alimentar - que futuro?”, no auditório nobre do campus de Azurém, em Guimarães. A sessão de abertura, às 9h15, prevê a presença do secretário de Estado da Alimentação e da Investigação Agroalimentar, Nuno Vieira e Brito, do presidente da Escola de Engenharia da UMinho, João Monteiro, e de um responsável da Câmara Municipal de Guimarães.
O seminário “Conservação e exposição alimentar - que futuro?” visa dar resposta a um conjunto de preocupações que estão a ser identificadas por este sector industrial, principalmente pelo lado de quem está a produzir equipamentos de exposição para as grandes superfícies e para estabelecimentos que comercializam produtos alimentares”, explica a directora de departamento de formação da TecMinho, Manuela Neves. Conta com oradores de entidades do setor, como a ASAE (Autoridade de Segurança Alimentar e Económica), a APIRAC (Associação Portuguesa da Indústria de Refrigeração e Ar Condicionado), a Sonae,
e a Tensai Indústria, a Jordão Cooling Systems, a Kantar Worldpanel, a LCI/ Bureau Veritas, a SGS e a Soguima.
“Há um conjunto vastíssimo de normas e de regras que têm que ser requisitos legais que normalmente têm que ser aplicados e vão sofrer algumas alterações a partir de 2015”. Assim, os especialistas irão debater de que forma alguns requisitos legais e normativos - quer aplicáveis aos equipamentos, quer por via das exigências de segurança alimentar que os equipamentos têm de garantir - podem influenciar a sua conceção, produção e instalação. Abordar-se-á, ainda, a temática da
eficiência energética e ecodesign, as tendências de mercado, assim como o frio e suas implicações na conservação alimentar.
O evento pretende dar resposta a preocupações identificadas a nível nacional no âmbito das tendências e requisitos atuais e futuros aplicáveis aos equipamentos de conservação e exposição alimentar.
Com um leque de temas divididos em diferentes painéis, pretende-se proporcionar a partilha de conhecimento aos fabricantes de equipamentos, instaladores, investigadores e clientes finais de todo o país.
As inscrições podem ser feitas em www.tecminho.uminho.pt.
RUM procura novas vozes
RUI PORTULEZ info@rum.pt
A RUM está à procura de "novas vozes, sangue novo, ideias novas". A RUM está à procura de renovação e interessada em estreitar as ligações que a unem à Universidade.
Os dois primeiros parágrafos podem parecer-vos redundantes, mas exprimem a vontade e a energia que a RUM está a colocar nesta nova fase. Mais do que abrir a RUM à universidade, queremos connosco os estudantes e professores que queiram juntar-se a nós e fazer diferença.
E queremos fazer diferença também na cidade, Braga e Guimarães, e por isso lançamos o repto a todos os que aqui vivem. Para nós, fazer rádio é um privilégio, e um prazer. É uma forma de partilhar, comunicar, sociabilizar, mas é acima de tudo um desafio constante.
Para fazer um programa de rádio, é preciso ouvir muita música, escolher aquela que nos interpela, recolher informação sobre ela e apreendê-la.
E depois, ter a capacidade de a relacionar com a nossa cidade, com a nossa região e com o mundo, e com
as artes em volta. Ver filmes, teatro, ler, ler muito, navegar, viajar, conversar, estar atento, informado, desperto, com vontade de fazer coisas. Não é um mero alinhamento de gosto musical, mas uma maneira de estar na vida. Na RUM fazemos escolhas todos os dias, de uma forma crítica. Refletimos sobre o que acontece e damos a nossa opinião, de cada vez que falamos ao microfone. Não nos limitamos a entreter, a fazer companhia e a servir de som de fundo. Queremos interagir com quem nos ouve, provocar, espicaçar a curiosidade, reforçar cumplicidades, lançar
novos olhares...
Porque afinal o que importa, é aquilo de que fala Cesariny na “Pastelaria”. E na RUM, já se sabe, “é mais bolos”.
Europa em debate na UMinho
PEDRO RIBEIRO
A UMinho foi a instituição escolhida para a 31ª Sessão de Seleção Nacional do Parlamento Europeu dos Jovens. Foi entre os dias 5 e 9 de novembro que cerca de quase oitenta estudantes do ensino secundário, nacionais e internacionais, agilizaram em torno da discussão de questões sobre a atualidade europeia. Henrique Vieira Mendes, head organiser do evento, destaca a “bagagem” que os participantes levam.
Iniciada na quarta-feira póstuma, 5 de novembro, os alunos tiveram a oportunidade de, nesse dia, participar em jogos e formações. Estas atividades didáticas permitiram, sobretudo, dar uma orientação para a sua participação nas iniciativas a seguirem-se até ao fim da semana. Contando com cerca de 60 alunos nacionais, ditam os números do PEJ, que 16 são estrangeiros, provenientes da Suíça, Suécia, Ucrânia, Espanha, Itália, Geórgia, Alemanha, Grécia, Reino Unido, Albânia, República Checa, Rússia, Bélgica e Irlanda. Será um júri que avaliará o desempenho dos delegados, elegendo aqueles que irão representar Portugal na próxima sessão internacional.
Na quinta-feira seguinte, o foco foi atribuído ao team building, ou seja, à construção de equipas, que, por sua vez, capacita a interação entre os participantes, assim como o conhecimento mútuo. Daqui, também é possível retirar uma finalidade que o PEJ valoriza: a educação informal e de pares. Neste dia, ocorreu, ainda, a chamada ‘Aldeia Europeia’, em que, incitando ao multiculturalismo, os alunos trocam paladares de gastronomias diferentes.
De seguida, 7 de novembro, sextafeira, data a reunião dos delegados, sob a forma de comissões, a sala de aula, no sentido de debaterem o tema direcionado a cada uma. O objetivo consistia em chegar a um consenso, escrevendo, com efeito, uma moção, guiada pela chair person, tendo a Mesa que rever todas as moções resultantes, criando-se o ‘Revolution Book’.
Sábado e domingo (8 e 9), realizaram-se, respetivamente, duas cerimónias, uma de abertura, outra de encerramento, com um ‘Euroconcerto’, numa vertente cultural; na primeira, destinada a gerar uma reflexão acerca da iniciativa e de agradecimentos, os oradores foram o presidente da Associação Portuguesa do PEJ, Tiago Pereira, o autarca de Braga, Ricardo Rio, o presidente do IPDJ do norte, Manuel Barros, o eurodeputado José Manuel Fernandes e Sandra Correia, da Fundação Bracara Augusta; na segunda, procedeu-se à entrega de prémios e prestações finais. No decorrer do fim de semana, debateram-se, ainda, as moções redigidas pelos delegados em auditórios, sendo uma comissão por ronda, tendo havido quatro rondas, visando ora a aprovação ora a reprovação daquelas; tudo isto tem o intuito, segundo o organizador do evento, de “simular os procedimentos do Parlamento Europeu”.
Numa entrevista ao jornal ‘Académico’, Henrique Vieira Mendes indica que, ao longo destes dias, “os alunos mostraram-se extremamente interessados”. Apesar disso, contradiz esta declaração: “não poderia dizer que estão sempre felizes, mas que vão adquirindo motivação”. Esta ideia é reforçada pelo facto de “todos
terem ideias para dar”. Mais afirma que “os jogos intimidantes são criados para que saiam da casca”. Muitas vezes, a desmotivação do corpo juvenil reside na “falta de informação”, pois, segundo o mesmo head organiser, “os jovens querem”. Continuando, reforça: “este tipo de iniciativas dá-lhes muita bagagem”. Assim o é, pois existe uma equipa de alunos que participa, uma equipa de alunos que redige jornais para os dias do evento, uma equipa de profissionais voluntários que contribuem para a organização e logística do evento.
Questionado acerca da aquisição de perspetivas para o futuro por parte dos participantes, Henrique comenta: “tentamos arranjar maneira de certificar quem passa por aqui”. Quanto ao mercado de trabalho, mais particularmente, faz referência ao desconhecimento da associação, pois “ainda não consideram esta iniciativa”, apesar de já se verificarem alguns casos. No seguimento desta explicação, aponta para a dificuldade em “conseguir conciliar a faculdade com este tipo de evento”.
Segundo informações obtidas pelo ‘Académico’, a escolha de Braga para a realização desta iniciativa deveuse, sobretudo, à condecoração do
estatuto de Capital Europeia da Juventude, em 2012. A isto encontra-se associado o ambiente multicultural e juvenil, motivado pelo fácil acesso aos estudantes estrangeiros, apoiado pela autarquia e por outras instituições juntamente com a riqueza em termos de cultura e património. Com os seus trabalhos iniciados em 1989, se bem que fundada em 1999, a Associação Portuguesa do Parlamento Europeu dos Jovens comporta, por ano, mais de 20 000 participantes, provenientes de 40 países europeus. Estando prevista a realização de uma Sessão de Seleção Nacional, anualmente, os delegados são eleitos nessas sessões para esses representarem o seu país em Sessões Internacionais. Para além disso, conta com formações e atividades juntamente com reuniões bianuais. A participação em eventos da organização do PEJ engloba também eurodeputados (50, no mínimo) e três comissários europeus, tal como se pode ler no website de representação portuguesa.
De acordo com o chefe de organização do evento, os resultados da eleição de delegados a levar à 78ª Sessão Internacional do PEJ, a ocorrer em Izmir, na Turquia, serão divulgados no próximo domingo (16).
ACADEMIA PÁGINA 05 // 11.NOV.14 // ACADÉMICO
pedroeoribeiro.96@gmail.com
Foto: Sérgio Freitas
UMinho acolhe reunião do PlI CAMPUS
REDAçãO
info@rum.pt
A Universidade do Minho (UM) acolheu nos passados dias 4 e 5 de novembro, a Reunião geral do Programa de Licenciaturas Internacionais (PLI). Ao longo destes dois dias estiveram reunidos membros de 9 universidades portuguesas e de 20 universidades brasileiras. O objectivo do PLI, que acaba de ser relançado, foi permitir uma formação de professores brasileiros em Portugal, aprofundando o conhecimento que é depois colocado em prática no Brasil.
À margem da cerimónia de abertura, Manuel Assunção, responsável pelo PLI em Portugal assinalou o facto de este programa “formar professores para a escola pública brasileira”. Numa escola pública com “estratos menos favorecidos”. Qualificando melhor esses futuros professores pretende-se ainda “contribuir para a melhor qualificação dos brasileiros”.
O programa, que estava no terceiro ano esteve um ano interrompido.
Atualmente há 270 estudantes em Portugal. Nos últimos dois anos a Universidade do Minho formou 20 desses estudantes brasileiros.
O curso de formação de professores, a que chamam de "licenciatura" começa no Brasil, decorre ao longo de dois anos em Portugal e termina depois no Brasil. Com o relança-
mento do PLI vão existir algumas alterações, entre as quais a redução para “apenas um ano” em Portugal. No entanto esta redução no período de tempo “permite trazer o dobro de estudantes com o mesmo dinheiro”. O responsável sublinha que “a experiência de trazer os brasileiros para um ambiente diferente continua”.
A cerimónia de abertura contou com a presença de António Cunha, reitor da UMinho, Gelson Fonseca Júnior, embaixador do Consulado-Geral do Brasil no Porto, Ângela Sugamosto Westphal, coordenadora de África e Europa da CAPES, Manuel Assunção, responsável pelo PLI em Portugal, e Pedro Barrias, representante do CRUP.
Mecânica assinala 25 anos
SONIA ROChA sonia.rocha.96@hotmail.com
O Departamento de Engenharia
Mecânica (DEM) celebrou os seus 25 anos de existência com uma comemoração que decorreu de 3 a 6 de novembro, no Campus de Azurém, em Guimarães.
A iniciativa teve como lema: “25 anos a criar valor” e como não poderia deixar de ser, contou com um vasto
leque de atividades como debates, investigações, exposição de protótipos, workshops, entrega de prémios entre outras.
Terça-feira, ficou assinalada pela sessão “Ciência e inovação com empresas”. Esta iniciativa dirigiu-se especialmente aos alunos de EM, até porque um licenciado nesta área tem de ter a capacidade de “gerar novas ideias que acrescentem valor ao país e às empresas” menciona o
docente Filipe Samuel Silva.
Na quarta-feira esteve em destaque “A Mecânica do Empreendedorismo”. Estimularam-se aptidões fulcrais nos alunos, para que estes possuam a competência de conseguir “gerir os conhecimentos dando origem à inovação”.
A quinta-feira foi dedicada aos desafios e oportunidades no ensino de EM. Esta sessão contou com em-
presários que apresentaram a sua perspetiva “daquilo que deve ser a engenharia mecânica no presente e no futuro”.
Estas atividades foram inquestionavelmente bastante produtivas e elucidativas para os estudantes de EM que além de comemorar as suas bodas de prata, puderam ainda reter ideias chave para o futuro que poderão ser proveitosas à fomentação do espírito empreendedor.
CAMPUS PÁGINA 06 //11.NOV.14 // ACADÉMICO
CUlTURA Português Suave com sabor nacional
CATARINA CASTRO ina.castro@outlook.pt
Frankie Chavez, vai ser o próximo convidado do Ciclo Português Suave, promovido pela Rádio Universitária do Minho (RUM) e Conselho Cultural da UMinho. O artista marcará presença no próximo dia 14 de novembro, no Salão Medieval, em Braga, onde apresentará o seu novo álbum, “Heart and Spine”.
“O objetivo do Ciclo Português Suave é levar a rádio para a rua e para os seus ouvintes, apostando numa nova música nacional. Vamos
trazer a Braga os nomes mais interessantes da atualidade nacional. Já tivemos os Throes + The Shine em Guimarães”, que, nas palavras de João Pereira – da RUM –, “deram um concerto gigante”. Quanto ao próximo convidado, João Pereira não tem dúvidas: Frankie Chaves é “um dos artistas com maior ascensão nacional”.
“António Zambujo e Márcia”, “White Haus” e “Sequin”. Estes são apenas alguns dos nomes que já passaram por esta primeira parte do Ciclo Português Suave, que terá continuidade
no próximo ano. Noiserv, que já atuou em Braga no ano passado, também irá apresentar
o seu novo disco, também no Salão Medieval, no dia 13 de dezembro. A entrada nos concertos é livre.
laborinho lúcio no livros com RUM
CATARINA CASTRO ina.castro@outlook.pt
António Laborinho Lúcio é o próximo convidado do Ciclo Livros com RUM, promovido pela Rádio Universitária do Minho em parceria com o Conselho Cultural da UMinho. Será mais uma conversa para ouvir, a 11 de novembro, no Salão Nobre da Reitoria, no Largo do Paço, em Braga. O programa radiofónico “Livros com RUM” celebra, este ano, o seu oitavo aniversário. Nesta edição, a iniciativa pôde contar com a presença de dois autores portugueses de excelência, Patrícia Portela e Manuel Jorge Marmelo.
“A ideia, aproveitando os 25 anos da rádio, é trazer escritores que são importantes, no entendimento da
equipa Livros com RUM”, para que o “público tenha acesso direto ao programa e interaja com os diversos escritores”, refere António Ferreira.
Manuela Gonzaga, considerada uma autora “muito interessante” pelo colaborador da RUM, passará também pelo Salão Nobre, no dia 2 de dezembro, revelando “o mundo visto pelos olhos e pelo entendimento de uma mulher”.
Álvaro Magalhães, “um dos grandes autores da literatura portuguesa”, estará em Braga, no dia 16 de dezembro.
O Salão Nobre da Reitoria estará aberto ao público nos dias mencionados.
CULTURA PÁGINA 07 // 11.NOV.14 // ACADÉMICO
Foto: DR
Foto: DR
CULTURA
PÁGINA 08 // 11.NOV.14 // ACADÉMICO
Biblioteca em exposição
ISABELA PEREIRA
isapereiiraa@hotmail.com
Decorre, desde o passado dia 6 de novembro até ao próximo dia 5 de dezembro, uma exposição sobre a Biblioteca Pública de Braga, uma iniciativa levada a cabo pela Universidade do Minho e pela Associação Portuguesa de Geógrafos.
A Biblioteca Pública de Braga foi fundada no ano de 1841 e, posteriormente, em 1975, foi integrada na Universidade do Minho. Apesar de continuarem a partilhar os mesmos espaços, as duas instituições autonomizaram-se, sendo hoje unidades que integram o Conselho Cultural da Universidade.
Detentora de um valioso património bibliográfico, a Biblioteca é hoje erudita e patrimonial, procurada em especial por estudantes, professores universitários e investigadores das mais diversas áreas.
Na cerimónia de inauguração António Cunha, Reitor da UMinho, de -
stacou a importância da Biblioteca Pública de Braga, definindo-a como “um marco importante para todos
que aqui passam”. A exposição patente na Galeria do Largo do Paço, pretende mostrar
a evolução histórica da Biblioteca, apresentando as transformações que sofreu durante décadas.
Desenho no Nogueira da Silva
CATARINA CASTRO ina.castro@outlook.pt
O Museu Nogueira da Silva acolhe até 28 de maio a segunda edição do curso livre de desenho, intitulado “Do desenho de observação ao olhar sobre o quotidiano”.
“O curso iniciou com o módulo de representação de objetos, começando por objetos mais geométricos, mais simples. Haverá também uma incidência sobre objetos mais complexos, objetos orgânicos. Depois haverá ainda um módulo de figura humana, um módulo de desenho de espaço”, explicou em entrevista ao jornal Académico Daniel Silvestre, responsável pela iniciativa.
O curso, como refere ainda o professor da Universidade do Minho “concluirá, tal como no ano passado, com uma saída para a rua, onde os participantes do curso irão desenhar
durante o dia inteiro”.
Os participantes poderão contar com uma sessão semanal, a decorrer às quintas-feiras, das 18 às 21 horas. O curso, “direcionado para quem ai nda não teve uma experiência com o desenho”, tem o custo de 40 euros.
Esta é a segunda edição do curso mi nistrado pelo docente de desenho da Escola de Arquitetura da Univer sidade do Minho.
Decorre no Museu Nogueira da Silva, em Braga. Da autoria do Ar quitecto Rodrigues Lima, o museu possui um jardim e está instalado no centro da cidade, o que possibilita a disponibilização de espaços para ac tividades culturais complementares ao Museu como a Galeria da Univer sidade onde se realizam exposições temporárias.
Foto: Isabela Pereira
Já toca o Jazz na cidade Berço
Está em andamento mais uma edição do ‘Guimarães Jazz’. Com atuações nos dias 6, 7 e 8 de novembro, tendo continuidade esta semana, este cartaz, refere o diretor artístico do festival, Ivo Martins, “procura identificar-se através de projetos diferentes”.
Como referenciado, anteriormente, pelo ‘Académico’, a expetativa mostrava-se positiva, afirmando um “cartaz de excelência”, donde já deram concerto, até à data, David Murray Infinity Quartet (dia 6), James Carter Organ Trio (7), Arián Oropeza Trio e Theo Bleckmann: ‘Hello Earth! The music of Kate Bush’ (8), músicos do ESMAE mais ‘Projeto Guimarães Jazz/ Porta Jazz’ (9).
Restam, então, os dias 12, com a presença de Reut Regev, Taylor Ho Bynum, Adam Lane, Igal Foni, 13, com o único intérprete repetido do ano póstumo, Uri Cane, igualmente em trio, 14, com o saxofonista de renome Lee Konitz (inserido num Quartet) e, finalmente, 15, com a Trondheim Jazz Orchestra, Eirik Hegdal & Joshua Redman, num só; todos estes decorrerão no Grande Auditório do Centro Cultural de Vila Flor.
Relativamente ao local dos concertos, o ‘Guimarães Jazz’ alargou-
se por dois dias (8, pelas 17:00, e 9, pelas 22:00) para a Black Box da Plataforma das Artes e da Criatividade.
Neste sentido, é de relembrar as palavras de Ivo Martins: “onde há construção, há invenção, há uma pro -
cura de atingir novas coisas, ideias, tentamos preparar o ano e lançar o próximo”.
Além disso, aponta, “é pensado para as pessoas que gostam de jazz e para aquelas que possam vir a gos-
tar”.
Os bilhetes ainda se encontram à venda para os próximos concertos, cujo preço corresponde ora a 10 ora a 20 euros, sem desconto, consoante o espetáculo, ora a 17,50 ora a 7,50 euros, com desconto.
CULTURA PÁGINA
ACADÉMICO
09 // 11.NOV.14 //
PEDRO RIBEIRO pedroeoribeiro.96 @hotmail.com
Foto:DR
ENTREVISTA hElENA SoUSA
ANA RITA MAGALhãES
anarita-magalhaes@hotmail.com
LÉNIA REGO
lenia.rego@rum.pt
Helena Sousa é Professora Catedrática do Departamento de Ciências da Comunicação e Membro da Comissão Diretiva do Centro de Estudos de Comunicação e Sociedade (CECS) da Universidade do Minho. Tendo iniciado a sua carreira jornalística no “Jornal de Notícias” em 1988, foi posteriormente docente na City University, Londres, e tem lecionado na Universidade do Minho onde desempenhou também os cargos de Diretora da Licenciatura em Comunicação Social, Diretora do Departamento Ciências da Comunicação, Presidente do Conselho de Cursos de Ciências Sociais e Vice-Presidente do Instituto de Ciências Sociais. Atualmente é presidente deste instituto.
É a primeira mulher a presidir o Instituto de Ciências Sociais da Universidade do Minho. Tem sido um desafio?
Sim, tem sido um desafio. Não me parece é que o desafio seja mais ou menos particular por ser mulher, mas é, de facto, um desafio e tem sido gratificante. Tem sido um desafio exigente.
O que já conseguiu concretizar desde o início do mandato?
Eu diria que sozinha não tenho conseguido nada. Agora com os meus colegas, a trabalhar de um modo colaborativo, julgo que temos conseguido bastantes concretizações. Repare que, no último ano, o Instituto de Ciências Sociais alterou-se profundamente em termos da sua estrutura de investigação. Há um ano tínhamos três unidades de investigação e, neste momento temos cinco, com articulações diferentes ao nível de outras escolas da Universidade do Minho e com outras Universidades. Portanto, eu diria que houve uma quase total reestruturação da investigação. Foi um pro -
Presidente do ICS
cesso difícil e exigente que obrigou a uma reflexão profunda por parte da escola. Esse processo correu bem, julgo que correu bastante bem. Neste momento, todos os centros de investigação do ICS passaram à segunda fase da avaliação da FCT. Portanto, nada garantido, é verdade. Todos os centros estão na segunda fase dessa avaliação. Esse aspeto é bastante positivo, gostava de realçar. Em termos de ensino, também temos feito um trabalho de reflexão sobre os projetos de ensino. O ICS tem cinco licenciaturas, tem treze mestrados, sete doutoramentos. Temos estado a repensar os programas que temos e a procurar desenvolver projetos novos. Há um projeto de licenciatura em articulação com a Escola de Direito e de Psicologia. É uma licenciatura em Criminologia e foi aprovada pela A3ES. O ICS tem um papel também relevante nessa licenciatura. Temos já aprovada uma nova licenciatura na área da Proteção Civil e Gestão do Território. Trata-se de uma licenciatura que resulta de um esforço de articulação
entre o Instituto de Ciências Sociais, essencialmente o Departamento de Geografia e a Escola de Engenharia. Portanto, é uma licenciatura a meias, proposta por duas escolas. Trata-se também de uma licenciatura que foi muito bem recebida pelas entidades ligadas à proteção civil. Contamos com o apoio de muitas entidades, com as Câmaras Municipais, das estruturas nacionais de Proteção Civil. Estamos bastante otimistas relativamente a este projeto. São projetos que nos entusiasmam e nos quais acreditamos. Agora, há outros projetos que estão em andamento. Um deles é também uma licenciatura com a Escola de Psicologia na área da Comunicação e do Comportamento Humano. Portanto, as Ciências da Comunicação com a Psicologia. Há ainda outros projetos que também temos, mas na fase um pouco mais embrionada. Estão a ser trabalhados, nomeadamente na área do Turismo. Temos um conjunto de possibilidades que nos parecem muito interessantes.
Para quando essas licenciaturas?
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A Licenciatura em Criminologia foi aprovada pela A3ES, portanto, partimos do princípio que está pronta para avançar. Essa licenciatura foi proposta pela Escola de Direito e Psicologia mas o Departamento de Sociologia do ICS tem um papel também relevante nessa licenciatura. A Licenciatura de Proteção Civil foi aprovada na Universidade do Minho, desse ponto de vista está resolvida. Ainda tem um processo de aceitação pela agência de acreditação.
Uma das ideias que defendia era o contributo das Ciências Sociais para ultrapassar a atual crise. Considera que isso ainda é possível?
Sim, tem que ser possível. Essa questão articula-se com outra dimensão do nosso trabalho que é a relação com a comunidade. A ligação entre a Universidade do Minho, o Instituto de Ciências Sociais e as comunidades que serve. É evidente que ao nível dos novos centros de investigação, dos departamentos e dos projetos de ensino, temos articulações muito fortes, algumas muito antigas, outras mais recentes com associações culturais, com associações que apoiam menores, com os municípios. Temos um conjunto amplo de articulações, seja numa lógica de investigação, investigação/ação ou mesmo de prestação de serviços de um modo mais concreto de consultadoria. Portanto, há um caminho que já vem de trás, mas que se tem consolidado e aprofundado. Digamos que todos os centros de investigação têm uma relação muito forte com a comunidade. Isso tem sido uma marca e acho que só pode ajudar.
Ao falarmos de crise, temos também que falar de desemprego. O ICS engloba os departamentos de Comunicação, Geografia, Sociologia e História. São áreas onde há um elevado índice de desemprego. Acha que é algo que é possível contornar, ou as empresas não apostam nestas áreas?
Não temos níveis de desemprego maiores do que aqueles que existem noutras áreas. Pode haver uma perceção social do desemprego. Nós reparamos que, em algumas áreas, os alunos conseguem encontrar com relativa facilidade, em termos comparativos, conseguem encontrar espaço. É evidente que o desemprego é uma tragédia social. Se 35% da população jovem está desempregada, isso irá também refletir-
se nos alunos que são destas áreas. Mas eu gostava de desfazer esse equívoco de que os alunos de Sociologia, Comunicação e Geografia têm níveis de desemprego maiores do que aqueles que existem nas outras áreas das Ciências ditas exatas ou puras. Porque isso, genericamente não corresponde à realidade, basta trabalhar os dados e percebemos que isso não acontece. Isso talvez tenha a ver com o facto de os nossos estudantes terem um conjunto de competências transversais que lhes permite uma maior flexibilidade e uma maior adaptação às transformações no mercado. Percebemos isso quando os alunos são muito dotados e quando arriscam e vão encontrando o seu espaço. Mas não é fácil, não vale a pena estarmos a dar a ideia que todos conseguem emprego imediatamente. É difícil, é verdade, mas tem sido possível. Uma das soluções poderá ser a emigração. Os jovens estão preparados para isso?
As pessoas são muito diferentes e têm escolhas muito diversas. Se as pessoas querem sair do país, se querem ter essa experiência, se entendem que é enriquecedora, se percebem isso como uma oportunidade, acho ótimo. Se isso não corresponde aos seus desejos nem ao modo de vida que sonham, é pés-
simo. Para mim, aquilo que é mais importante que os recém-licenciados tenham condições para poderem escolher, para poderem fazer o seu caminho com qualidade e procurando seguir os seus desejos para que tenham uma vida com qualidade e, acima de tudo, que consigam realizar os seus sonhos.
Hoje em dia fala-se muito de empreendedorismo como forma de ultrapassar a crise. Os jovens licenciados nas áreas ministradas no ICS estão a apostar no seu próprio futuro?
A palavra empreendedorismo pode querer dizer muitas coisas. Julgo que os alunos que escolhem os cursos do ICS saem bem preparados nas várias áreas, porque têm um corpo docente exigente, rigoroso que não permite que terminem os seus cursos sem uma preparação forte e sem uma consciência das exigências do mercado de trabalho. Estão preparados para arriscar, para desenvolver os seus próprios projetos. Essa preparação é sempre algo em construção, não é algo que esteja permanentemente resolvido. É algo que eles próprios têm que continuar a trabalhar em preparação com os seus docentes, os seus colegas e estruturas da cidade que existam ou com outras estruturas. Não faltam, felizmente programas de apoio
aos jovens que querem arriscar e que querem entrar no mercado de trabalho, criando o seu próprio emprego. Não é fácil, é bom também que as pessoas tenham consciência disso, mas é possível e tem sido possível. Há alunos que têm hoje empresas e que estão no mercado de trabalho com as suas empresas e de modo vigoroso, com eles próprios a criar emprego. Isso existe, é possível. Digamos que não há uma capacidade de competência que a Universidade sozinha sem meios consiga transmitir ao recém-licenciado ou ao aluno. É algo que resulta do esforço combinado de muitas estruturas e também do próprio esforço do aluno que se empenhar para que essa aventura seja possível.
Apesar de todo o receio que há e com a diminuição das entradas no ensino superior, os cursos do ICS continuam a ser procurados?
O ICS, a esse nível, continua bem. Não temos tido dificuldade em termos de recrutamento de alunos. Temos algumas licenciaturas que conseguem ter notas mínimas bastante elevadas. Isso para nós é importante porque recrutarmos bons alunos é da maior importância, como é evidente. Eu diria que desse ponto de vista, estamos um pouco em contraciclo. Nós sabemos que há uma tentativa de desvalorização das
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Foto: Lénia Rego
ENTREVISTA
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Ciências Sociais e das Humanidades por parte de algumas estruturas sociais, mas os jovens continuam a percecionar estas áreas como sendo áreas de oportunidade, áreas relevantes para a sua formação, para o desenvolvimento de competências para o seu futuro.
Por falar em médias, as médias de entrada continuam a ser das mais elevadas a nível nacional?
Elas não são as mais elevadas. São elevadas. Em Comunicação a nota mínima está muito próxima do 16, em Sociologia andará à volta dos 13. Digamos que em termos comparativos, não estamos mal de modo nenhum, mas é preciso perceber que essas notas também estão muito ligadas às áreas geográficas. Sabemos que Lisboa tem uma produção demográfica muito maior, o que de algum modo condiciona essas classificações, mas continuamos a ter um grupo bastante elevado de alunos que procura os nossos cursos em primeira escolha o que é muito importante e dá reconhecimento do trabalho que vamos fazendo.
E em relação a pós-graduações... Há mais interesse?
As pós-graduações não são todas iguais. Há pós-graduações que, de facto, preenchem os números na sua totalidade e continuam a ter muito apelo. Há outras que têm um pouco mais de dificuldade. Essa é uma zona em que nós continuamos a dar muita importância porque é necessário ir revendo e procurando aquilo que interessa às pessoas e ao mercado. Não estamos fora dele nem de modo nenhum ignoramos as exigências do mercado. Eu diria
A primeira mulher na presidência do ICS
a pós-graduação também continua no quadro geral bastante bem, mas precisamos de uma atenção particular à pós-graduação porque temos uma oferta bastante dilata e é preciso garantir que todos esses projetos viáveis ou então é preciso encontrar outros ou reformular os que temos. Esse trabalho está a ser feito na sequência da avaliação da A3ES, que faz avaliações periódicas
dos projetos de ensino, licenciaturas, mestrados e doutoramentos. Neste momento, temos tido um conjunto de projetos de ensino que foram avaliados e as avaliações correram muito bem, mas como sempre há sugestões e há aspetos que queremos rever e remodelar. Temos sempre que procurar melhorar e é isso que estamos a tentar fazer. Há uma perceção social que há cada vez mais alunos em doutoramento. Corresponde à realidade?
Sim, o número de doutorandos tem vindo a crescer se olharmos para o número de doutorandos que havia há 20 anos ou mesmo há 10 anos. Nota-se o crescimento. Aquilo que tem acontecido mais recentemente é uma redução do número de bolsas atribuídas pela FCT. Essa é uma dificuldade com a qual nos deparamos. Temos muitos alunos a fazer doutoramentos, o ICS no seu todo tem mais de 700 alunos em doutoramento o que é bastante significativo. Mas a redução das bolsas é algo que nos preocupa bastante. O ICS tem também um projeto de doutoramento financiado pela FCT que é um doutoramento em Estudos da Comunicação. É um consórcio na-
cional que é liderado pela Universidade do Minho, pelo ICS e mais concretamente pelo Centro de Estudos de Comunicação e Sociedade (CECS). Esse projeto é um projeto desafiador porque se trata de um consórcio nacional, é um projeto ao qual procuraremos responder da melhor forma possível. É um projeto que está a avançar, na totalidade são sete projetos de doutoramento que, considerando a nossa escala e o facto de sermos 80 docentes nesta casa, trata-se de grandes desafios aos quais tentamos responder. Porquê esta escolha dos estudantes? Será uma forma de fugirem ao desemprego e de tentarem outras saídas?
As pessoas fazem doutoramentos por razões muito diversas. Nós temos muitos alunos de doutoramento que estão empregados. Há um grupo que tenta melhorar a sua formação, são pessoas já muito qualificadas e experientes mas que querem melhorar a sua formação. Depois há, de facto um grupo de alunos ou um conjunto de alunos que fazem o doutoramento na sequência das suas graduações ante -
Foto: Lénia Rego
Foto: Lénia Rego
riores. Portanto, da licenciatura, do mestrado e fazem a seguir o seu doutoramento. Algumas pessoas podem optar pelo doutoramento porque é difícil a entrada no mercado de trabalho. É possível que haja casos desses, mas as situações são muito diversas e acho que, ao tentar generalizar, correria o risco de estar a distorcer.
Uma das grandes apostas da reitoria tem sido a internacionalização. É também uma aposta do ICS?
O ICS tem procurado internacionalizar os seus projetos de ensino. Aliás, ao longo da pós-graduação, isso já é muito sentido. Ao nível da graduação notamos menos, embora tenhamos muitos projetos de intercâmbio e alunos em intercâmbio, mas é mais ao nível da pós-graduação que sentimos que há muito caminho pela frente, mas muito já tem sido feito. Temos muitos programas de doutoramento com cerca de 30% de alunos estrangeiros, o que é bastante considerável, essencialmente alunos do Brasil, Cabo Verde, Angola, Moçambique. Temos conseguido atrair alunos de outras geografias essencialmente do espaço de língua portuguesa e também alguns de língua castelhana, espanhola. Temos muitos alunos da América Latina e sobretudo de espaços de língua portuguesa.
Apostar em aulas bilingues poderia ser uma opção?
Nós trabalhamos com os alunos a partir das competências linguísticas que eles têm. Mesmo ao nível da licenciatura, recebemos muitos alunos Erasmus, por exemplo, e com esses alunos trabalhamos com a língua que for mais prática, normalmente a língua franca é o Inglês. Muitas vezes os alunos são de outros países mas é essa a língua que se utiliza mais. Acho que o mais importante é responder à necessidade concreta de cada aluno concreto. Neste momento não temos formações que sejam lecionadas em língua inglesa porque isso não faz sentido para o grupo de alunos que temos à frente. Não faria sentido termos 70 alunos a falar português e um a falar inglês e estarmos a dar a aula em inglês. Naturalmente trabalhamos com os alunos que precisam de apoio noutras línguas, numa lógica mais tutorial, de acompanhamento semanal, de preparação dos materiais, mas isso é o que já se faz há bastante tempo. Temos bastante experiência, tem
sido bastante fácil, temos de ter abertura e nos adaptar às necessidades concretas de cada aluno. Cada aluno tem a sua exigência, é sempre um desafio particular.
Este ano a UMinho recebeu alunos com o estatuto de estudantes internacionais. Algum ingressou no ICS? Não. Não temos ainda alunos chamados alunos internacionais ou ao abrigo desta nova legislação, embora o departamento de História esteja envolvido, lecionando uma unidade curricular de História a alunos que vieram para outras escolas. Estamos envolvidos no processo, temos colaborado inclusivamente na preparação do chamado ano zero. Mas não temos ainda alunos ao abrigo da nova legislação.
Em relação à investigação. De que falamos, quando falamos de investigação em Ciências Sociais?
Temos de falar de cinco centros diferentes com lógicas disciplinares teóricas bastante diversas, embora se articulem e se cruzem. Portanto, temos o CRIA UMinho que é um centro ligado à Antropologia que foi constituído recentemente. Existia já o CRIA Nacional e o ICS passou agora a ter um sub unidade orgânica que faz parte dessa rede mais vasta. Passamos a ter o centro de investigação em Antropologia no ICS. Depois temos o CICS UMinho que é o Centro de Investigação em Ciências Sociais que agrega essencialmente os nossos colegas de Sociologia e que também se articula com uma rede
mais vasta, com um centro que tem vários polos, na Universidade Nova de Lisboa e noutras partes do país. São vários polos, é essencialmente um Centro de Investigação em Ciências Sociais, mas que no ICS agrega os nossos colegas da Sociologia. Depois temos o CEGOT um Centro de Investigação em Geografia. O CEGOT é composto por três polos: Universidade de Coimbra, Universidade do Porto e Universidade do Minho. Já existia enquanto estrutura de investigação na Universidade do Porto e na Universidade de Coimbra, mas não estava ainda formalizado no ICS esse polo autónomo e passou a existir. A História e a Arqueologia estão envolvidas num projeto que me parece também muito relevante que é um projeto com a Escola de Arquitetura. Criaram um centro, o Lab2 PT, e esse centro agrega um conjunto de áreas científicas. É um centro transdisciplinar e articula a Arqueologia, a Estética, as Artes Pessoas, a História. Há também dois elementos da Geografia e dois da Geologia, é um projeto transdisciplinar. Estas quatro unidades de investigação são novas na sua configuração e correspondem à grande alteração na estrutura de investigação, que já tinha referido. Mantém-se o Centro de Estudos de Comunicação e Sociedade (CECS) que já existia há mais de uma década e que se reforçou neste processo de avaliação, no sentido em que passou a ter 56 membros integrados. Portanto, cresceu, agregou outros
membros de outras áreas disciplinares, mas continua a ser um centro de investigação na área da Comunicação. Temos estes cinco centros e cada um tem a sua vocação no quadro das suas disciplinas, dos seus objetivos e da sua missão. Mas diria que todos eles estão muito preocupados com o desenvolvimento do território em que nos inserimos, estão todos preocupados em apoiar o desenvolvimento das comunidades, no sentido de as fazer crescer, dinamizar. Digamos que não há nenhum centro destes que mencionei que esteja exclusivamente voltado para dentro, para a investigação científica, no sentido mais clássico. Temos, de facto, que produzir e aplicar internacionalmente e ao mais alto nível e isso continua a ser feito e será intensificado, mas todos estes centros têm uma vocação de articulação com a comunidade. Queremos ser úteis à sociedade e acho que estes centros do ICS têm essa dimensão muito trabalhada e julgo que vai ser aprofundada.
A investigação tem sido uma aposta do ICS...
Eu diria que não há alternativa. A investigação tem mesmo que ser uma aposta profundíssima. O ensino é impensável sem a investigação de qualidade. Mais do que uma aposta, eu diria que é estruturante. É o pilar estruturante de tudo o que fazemos, porque depois projeta-se no ensino e na relação que temos com a comunidade. Sem investigação não se
ENTREVISTA
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Foto: Lénia Rego
ENTREVISTA
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Tive sempre muitas tarefas de gestão. Tenho gostado muito de estar na Universidade do Minho e numa escola que me recebeu muito bem e com a qual me sinto muito identificada. Só tenho vontade de investigar um pouco mais. O que gostaria de ver concretizado no ICS até final do mandato?
Os mandatos nunca se esgotam. Há sempre aspetos que gostaríamos de ver concretizados e nem sempre os conseguimos materializar. Mas há outros que concretizamos, sem esperar.
Para mim o mais importante é garantir que estas transições ocorrem do melhor modo. Estamos com uma escola que tem quatro Centros de Investigação que foram restruturados. É muito importante que se consolidem. O Centro de Estudos de Comunicação e Sociedade também tem desafios novos, porque entraram colegas de outras áreas científicas que têm que articular o seu trabalho com as Ciências da Comunicação.
trabalha.
E em relação à componente mais prática do curso de Ciências da Comunicação... para quando o Centro Multimédia?
Nós temos um laboratório multimédia, salas equipadas para procurar responder às necessidades mais imediatas dos estudantes. Mas é evidente que não é isso que ambicionamos. A reitoria está empenhada em apoiar uma candidatura que permita a concretização do Centro Multimédia, nas instalações da atual escola do Instituto de Educação. Têm sido feito alguns progressos, mas ainda não conseguimos concretizar essa ambição.
Mas já há verbas garantidas?
Não, mas há um compromisso. Estmos a trabalhar no sentido de garantir as verbas.
E como vai funcionar? Vai contar com o apoio de entidades externas, ou será algo mais interno?
O modelo de gestão não está definido. O ICS terá um papel relevante. É importante o apoio do Gabinete de Apoio ao Ensino, que também irá trabalhar neste espaço.
Uma das dificuldades que parece ser transversal a todos os institutos é a questão da contratação. Como é que o ICS tem conseguido superar as limitações nas contratações? Não temos superado. Esse problema existe. Os funcionários conseguem
milagres para o trabalho que é feito. O ICS está em Gualtar e Azurém. Tem cinco licenciaturas, 13 mestrados e sete doutoramentos. Temos 16 funcionários, dois dos quais ligados a projetos de investigação, não fazem trabalho administrativo.
Todos gostaríamos de ter mais docentes. São dificuldades com as quais nos deparamos, mas procuramos trabalhar no sentido de fazer com que os alunos sintam o menos possível o impacto das dificuldades. Com os sucessivos cortes impostos pelo Governo, como sobrevive o ICS?
O ICS sobrevive essencialmente com verbas próprias. Temos que encontrar modos de conseguir verbas através dos projetos de ensino. Não há alternativas. Não estamos à espera do Orçamento do Estado para tirar fotocópias ou para comprar uma máquina de fotocópias. Isso já não existe. Também sabemos que é difícil para a reitoria funcionar com os recursos que são transferidos do Ministério.
A investigação tem sido sacrificada com estes cortes?
Não. Tem-se procurado compensar com alternativas, procurando diversificar as fontes de financiamento. Os investigadores é que têm sido sacrificados. Têm que fazer um esforço duplo ou triplo para conseguirem manter as suas investigações.
Passando para questões um pouco mais pessoais: quem é a Helena Sousa?
Somos de algum modo aquilo que os outros pensam de nós. Não seria a melhor pessoa para me descrever. Mas sou uma pessoa normal. Neste momento exerço estas funções, tenho esta tarefa, estou ao serviço dos meus colegas, dos funcionários, da comunidade, da universidade. Mas isto é muito transitório. Sou mãe, sou filha, sou mulher, sou muitas coisas. Somos os livros que lemos, os sítios que conhecemos. Somos muitas coisas.
O seu percurso profissional foi bastante diversificado...
Foi um percurso que me deu muita alegria. Acho que tive o privilégio de nunca ter feito nada de que não gostasse. Tive sorte. Pode haver trabalho, competência, mas também é preciso ter alguma sorte.
Acabei a minha licenciatura numa altura em que era fácil arranjar emprego. Fui jornalista no Jornal de Notícias, fui para Londres estudar algo que articulasse a Comunicação e a Política. Fiz o meu mestrado, o meu doutoramento em Política da Comunicação. Em 1996 entrei na universidade, através de um convite do professor Aníbal Alves. Já tinha leccionado durante dois anos em Londres e tinha gostado da experiência.
Têm grandes desafios de articulação com os novos programas de investigação como o Horizonte 2020 e outros. Estamos a preparar candidaturas. Parece-me importante que os projetos de ensino se consolidem e melhorem.
Temos depois que procurar expandir e consolidar as relações com a comunidade.
Não podemos esquecer um aspecto que eu referia no meu programa, que é a qualidade de vida das pessoas aqui no ICS. Era e é um grande desafio, porque sentimos que a qualidade de vida dos docentes e dos funcionários corre o risco de piorar, considerando o aumento das exigências que parece ser sistemático. Cada vez temos que realizar mais tarefas e parece que somos cada vez menos para as tarefas que temos que desempenhar. Os membros do ICS não são só investigadores, professores ou funcionários. São pessoas que devem viver uma vida com qualidade, cuidar das pessoas que lhe são queridas, desenvolver as suas relações afetivas. E não é trabalhando horas a fio, não tendo tempo para o descanso e para o lazer, que isso é possível. Essa dimensão para mim é muito importante. Temos que viver de um modo equilibrado. Temos que estar tranquilos com aquilo que fazemos. A vida não é só trabalho. Para trabalharmos bem, temos que ter uma vida com qualidade nas outras dimensões.
Foto: Lénia Rego
DESPoRTo Braga derrota Gil Vicente
DIOGO PARDAL diogopardal@hotmail.com
O SC Braga venceu no sábado, dia 8, o aflito Gil Vicente por 2-0, em jogo a contar para a 10ª jornada da Primeira Liga de futebol.
A partida iniciou-se com o Braga a não jogar um grande futebol, remetendo-se ao suficiente, vivendo muito da criatividade de Pardo e Rafa ou das bolas paradas de Tiago Gomes.
A formação gilista raramente ia à baliza de Matheus e mesmo quando ia, demonstrava evidentes sinais de timidez.
O momento do jogo deu-se à passagem do minuto 34, quando Luís Martins viu o segundo cartão amarelo e o respetivo vermelho, deixando o Gil Vicente reduzido a dez unidades.
Se até então o Braga estava por cima no jogo, a partir da expulsão assumiu totalmente as despesas da partida e foi em busca do golo, com grande destaque para Adriano Facchini na baliza visitante, principal responsável pelo empate que se verificava ao intervalo.
A história da etapa complementar foi semelhante à do primeiro tempo,
e Sérgio Conceição ia dando ordens aos seus jogadores para pressionarem a saída de bola dos gilistas na tentativa de ganhar os três pontos diante dos seus adeptos.
Adriano ia mantendo a baliza a salvo e o tão procurado golo só chegou a oito minutos do apito final, na sequência de um pontapé de canto.
Aderlan Santos fez um primeiro cabeceamento e Pardo, na recarga, empurrou o esférico para dentro da baliza, para explosão de alegria nas bancadas. O Gil naturalmente foi-se abaixo e volvidos apenas dois minutos consentiu novo golo da equipa da casa, desta feita pelo recém-entrado Pedro Santos.
ofertas de emprego
ENFERMEIROS M/F |FRANÇA | SUL DE LONDRES | IRLANDA
PERFIL:
- Licenciatura em Enfermagem
- Requisitos específicos de acordo com o país (Língua, especialidade, tempo de serviço)
COMERCIAL EMPRESARIAL | M/F| BRAGA
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- Gosto pela área comercial;
- Capacidade de comunicação;
- Capacidade de resistência ao stress;
- Carta de condução;
- Disponibilidade total e imediata.
DESIGNER GRÁFICO M/F | AMARES |
PERFIL:
- Licenciatura em Design ou Marketing
- Conhecimentos de inglês
- Sem experiência anterior requerida
- Contrato trabalho 12 meses
O jogo terminou com uma vitória natural mas muito sofrida do SC Braga por 2-0, fruto mais uma vez da grande exibição do guardião da formação de Barcelos.
Na próxima jornada o SC Braga desloca-se ao reduto do penúltimo classificado Penafiel, em jogo a ser realizado no dia 29, pelas 18 horas.
www.aaum.pt/gip gip@aaum.pt
ADVISOR | M/F | BRAGA
PERFIL:
- Mínimo 12.º ano (factor não eliminatório)
- Bons conhecimentos em Francês e/ ou Inglês
- Disponibilidade para trabalhar por turnos
DESPORTO PÁGINA 15 // 11.NOV.14// ACADÉMICO
Foto: Miguel Vidal
ESN MINho – RECRUTAMENTo Estamos à tua espera!
A ESN Minho, já com três anos de existência, faz parte de uma associação sem fins lucrativos – a Erasmus Student Network. Esta tem como principais objetivos integrar os alunos ao abrigo do programa Erasmus – estudantes internacionais – nos seus novos países e promover a mobilidade. Atuando a nível internacional, nacional e local, a ESN baseia-se no lema “Students helping Students”, sendo constituída por um grupo de voluntários representada em 37 países europeus, contando com 463 secções locais e 15 mil membros, a ESN procura garantir uma experiência inesquecível a todos que se aventuram num programa de mobilidade.
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Junta-te a nós!
ESN MINho – RECRUITMENT We’re waiting for you!
ESN Minho, with already three years of existence, is part of a nonprofit organization - Erasmus Student Network. As main objectives, it presents the integration of students under the Erasmus program - International students - in their new countries and the promotion of mobility. Working at international, national and local level, ESN is based on the motto "Students helping Students", being formed by a group of volunteers represented in 37 European countries, with 463 local branches and 15 000 members, ESN seeks to ensure an unique experience for all who adventure in a mobility program.
ESN Minho is looking for young dynamic and motivated people to help create memorable moments in the lives of these students. If you have
any availability, join us and mark the passage of these people in our towns - Braga and Guimarães, organizing the various activities that make their passage unforgettable. So, already interested?
If you want to support the integration of these students in our culture, experience Erasmus in your own town, meet people from all around the world, participate in the organization of activities by ESN Minho, and more ...
Join us!
Soon we will schedule briefing sessions. Stay tuned and come be part of this multicultural family.
Site: http://www.esnminho.org/satellite/ Página Facebook: https://www.facebook.com/esnminho?fref=ts
Em breve vamos marcar sessões de esclarecimento.
Fica atento e vem fazer parte desta família multicultural.
TECNoloGIA E INoVAÇÃo
liftoff, gabinete do empreendedor da AAUM
Rede de Percepção e Gestão de Negócios
Estão abertas as candidaturas para projetos de empreendedorismo na Rede de Percepção e Gestão de Negócios (RPGN), para a região Norte.
Estão disponíveis várias modalidades destacando-se as seguintes: Ação 2 | Eixo de atuação 1 - Concurso de ideias e projetos.
Se tens entre 16 e 30 anos e queres entrar num concurso de ideias que te permite apresentar soluções inovadoras em contexto empresarial, associativo ou de uma IPSS, com apoio de um facilitador
Cohitec
Ação 2 | Eixo de atuação 3 - Apoio à criação de empresas
Se tens entre os 18 e os 30 anos e uma ideia empresarial definida, apresenta a tua proposta.
Ação 3 | Outros projetos sustentáveis
Se tens entre os 18 e os 30 anos e queres desenvolver um projeto sustentável no espaço associativo jovem ou ser um facilitador ao empreendedorismo.
Se precisares de apoio na elaboração da tua candidatura contactanos através de liftoff@aaum.pt.
O Programa COHiTEC é uma ação de formação em comercialização de tecnologias, que visa apoiar a valorização do conhecimento produzido em instituições nacionais de I&D.
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Semana do Empreendedorismo
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Agenda
Workshop Marca a diferença: cria o teu vídeo CV
11 de novembro
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Workshop How I met my tema 12 de novembro
Take and Share – 12 de novembro
Candidaturas ao Concurso de Ideias de Empreendedorismo Social
19 de novembro
Candidaturas ao prémio Sonae Media Art
28 de novembro
TECNOLOGIA E INOVAÇÃO PÁGINA 17 // 11.NOV.14 // ACADÉMICO
RUM BoX
TOP RUM - 45/ 2014
07 NOV
1 - CADEIRA ELÉCTRICA - O teu fim
2 - TRICKY - Nicotine love
3 - B FACHADA - Já o tempo se habitua
4 - XINOBI
Mom and dad
5 - ALT-J
Hunger of the pine
6 - ANGEL OLSEN
Hi-five
7 - LEGENDARY TIGERMAN
Do come home
8 - GLASS ANIMALS
Pools
9 - INTERPOL
All the rage back home
10 - DIABO NA CRUZ
Ganhar o dia
11 - JUNGLE
Time
12 - MY SAD CAPTAINS
Goodbye
CD RUM
13 - BECK
Blue moon
14 - DRUMS, THE I can’t pretend
15 - ELEPHANT STONE
Living for something
16 - LYKKE LI No rest for the wicked
17 - NEW PORNOGRAPHERS, THE Backstairs
18 - PERFUME GENIUS
Queen
19 - BATIDA Pobre e rico
20 - THOM YORKE
A brain in a bottle
Post It – 10 a 14 de Novembro
CORONA – Jã Não És O Meu Dealer
POND – Elvis’ Flaming Star
ARIEL PINK – Put Your Number In My Phone
AGENDA CUlTURAl
BRAGA
MÚSICA
Frankie Chavez
(Ciclo de Concertos Português Suave)
14 de novembro – 22h00
Salão Medieval da Reitoria da Universidade do Minho
Bonnie “Prince” Billy
15 de novembro – 22h30
GNRation
“World Drums”
Grupo de percussão da equipa Espiral
16 de novembro – 18h00
Teatro Circo
TEATRO
“Desaparecidos”
Companhia de Teatro de Braga
11 a 15 de novembro – 21h30
Theatro Circo
GUIMARÃES
MÚSICA
Guimarães Jazz
Até 15 de novembro
Vários Locais
Erlend Øye e “Legao”
ELISABETE APRESENTAçãO elisabete.apresentacao@rum.pt
O cantor e compositor norueguês Erlend Øye está de regresso aos discos. Conhecido pelos projectos Kings of Convenience (onde faz dupla com Eirik Glambek Bøe ) e Whitest Boy Alive (uma sonoridade mais electrónica, mais dançável), o músico acaba de lançar o seu segundo disco a solo com o título “Legao”, sucessor de “Unrest” de 2003. Erlend Øye vive na Sicília, em Itália, desde 2012, por isso não é de estranhar que este disco vá buscar inspirações à música italiana dos anos 60. “Legao” foi gravado em Reiquiavique, capital da Islândia, nos estúdios da banda reggae Hjálmar, que também participa no disco. Este novo álbum foi lançado mais uma vez com o selo da Bubble Records. Erlend Øye já iniciou a sua digressão para apresentar
este novo registo e vai passar por vários países, nomeadamente Chile, Croácia, Itália e México. Para já, Portugal não faz parte da lista de países a serem visitados, mas o músico tem uma ligação especial com os portugueses, por isso não é de admirar que seja convidado a vir apresentar “Legao” a terras lusas. Para saber mais informações sobre o disco ou o músico podem visitar a sua página de facebook. Fica o convite para escutar cinco temas de “Legao” em mais um Cd Rum de 10 a 14 de novembro.
BARCELOS
TEATRO
“Pequenas Certezas”
Teatro Sarabela
15 de novembro - 21h30
Teatro Gil Vicente
FAMALICÃO
DANÇA
“Romeu e Julieta, Encontro Desencontro”
Benvindo Fonseca
14 de novembro – 21h30
Casa das Artes
PONTE DE LIMA
MÚSICA
A Naifa – 22h00
14 de novembro
Teatro Diogo Bernardes
lEITURA EM DIA
Para ouvir de segunda a sexta (9:35/14:35/17:45) na RUM ou em podcast: podcast.rum.pt.
Um espaço de António Ferreira e Sérgio Xavier.
10/11 - Mimi e o Grande Robô Malvado, de Valerie Thomas & Korky Paul (ed. Gradiva).
Pensou - se que a criatividade da dupla mais emblemática do imaginário infantil tinha os dias contados; puro engano: esta é, tão só, a mais imaginativa das estórias da Mimi e do gato Rogério, uma obra - prima de puro génio.
11/11 - Dizer Adeus, de Laura Ferreira dos Santos (ed. Cavalo de Ferro). Uma longa carta de despedida, feita de memórias, dor, os percursos de crescimento, cumplicidades, afectos, em que tudo desaba perante a morte; um longo monólogo pungente.
12/11 - Anatomia da Melancolia, de Robert Merton (ed.Quetzal).
Um dos clássicos da literatura e cultura inglesas, de linguagem apurada, numa tradução cuidada, com digressões à volta da solidão e do ensimesmamento; leitura fundamental.
13/11 - O Exército Iluminado, de David Toscana (ed.Parsifal).
Um dos grandes nomes da actual literatura mexicana e o eterno tema da humilhação nacional praticada pelo grande vizinho do norte, E.U.A., trauma nunca resolvido e ultrapassado. Escrita luminosa.
14/11 - Preto, História de Uma Cor, de Michel Pastoureau (ed.Orfeu Negro).
Ao contrário do que é habitual e prática no ensaísmo francês, as famosas excursões ilegíveis ao supremo disparate, de que são exemplos maiores Deleuze, Nancy e afins, temos aqui um estudo notável sobre uma cor "inexistente". Obrigatório.