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PRÉ-HISTÓRIA

TOMO X

tra-se gravada numa fraga de granito uma inscultura do feitio da figura junta (80), segundo informações de João Batista Martins, escriturário da Câmara Municipal de Bragança, em serviço de visitação da fronteira. O povo chama-lhe Relógio de Sol. Ver tomo IX, pág. 641, onde mencionamos outras insculturas da mesma serra. Nozedo de Cima – No termo desta povoação, no sítio chamado Quinta, há cinco covinhas, malguicas, como lhe chama o povo (fossetas), gravadas numa fraga, segundo nos informa o amigo Padre Firmino Augusto Martins, pelo tipo das que damos da fraga de Travanca, pouco distante desta, no tomo IX, pág. 661. Samil – Cem metros a sul do Castrilhão, termo de Samil, concelho de Bragança, há gravada numa fraga a pegada da Senhora e próximo da vertente ocidental do mesmo Castrilhão há outra pegada incisa na fraga chamada do Salvage (1899). Como mostrámos por forma incontestável no tomo IX, págs. 581 e seguintes, baseando-nos no documento do Vimioso, a maior parte das chamadas estações de insculturas rupestres são apenas marcas divisórias dos termos de povoações ou de antigas tribos, em que o juiz, o mordomo, o chefe do povo ou da tribo, o representante da autoridade, em suma, o regedor ou presidente da junta de freguesia ou paroquial, como hoje dizemos, autenticou com a sigla própria, que costumava usar, a vistoria solene feita às marras do termo, acompanhado de seus administrados, a fim de verificar se estavam nos seus lugares ou foram mudadas por vizinhos rapaces. Em testemunho de confirmação, acrescentamos às siglas apontadas no tomo IX, pág. 605, mais as seguintes: No Museu de Bragança há três livros manuscritos dos séculos XVI e XVII, com capas de pergaminho destinados à «Metida do dinheiro na arca dos órfãos». Este o título de um desses livros e o do outro é: «Despesa dos órfãos da comarca de Bragança». Cada órfão ou grupo de órfãos irmãos tinha termo especial, onde o magistrado judicial consignava o dinheiro que lhe pertencia, assinando esse termo bem como os interessados curadores dos órfãos, e muitos destes, talvez por não saberem escrever, assinavam de cruz ou por siglas, de que damos desenho das mais interessantes. No livro que começa em 1545 e vai até 1582 notamos as que inserimos na página seguinte. (1899) LOPO, Albino, O Arqueólogo Português, tomo V, p. 16.

MEMÓRIAS ARQUEOLÓGICO-HISTÓRICAS DO DISTRITO DE BRAGANÇA


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