Tomo ix 1 310

Page 75

MUSEU REGIONAL DE BRAGANÇA

53 TOMO IX

Hübner (100) e Leite de Vasconcelos (101) reproduziram a inscrição da seguinte forma: BANDV E CORN ELIVS O CVLATV SVSL M que, a não ser na pontuação e disposição das letras nas últimas duas linhas, concorda com a lição dada por Cardoso Borges e pelo autor do Santuário Mariano, primeiros que a viram e publicaram. Diz ela: Cornélio Oculato cumpriu de boa vontade a promessa feita à deusa Bandua que bem a merecia. Bandue Cornelius Oculatus V(otum) S(olvit) L(ibens) M(erito) [29]. Bandua parece ser nome céltico, diz Vasconcelos (102) e acrescenta: «No Boletim de la Academia Real de Historia, XXI, 146-147, publica o Rev. Fidel Fita uma inscrição encontrada perto de Orgaz (Toledo) em que se lê: Bandu/e. it. Vic/iesi. ex/voto.Ti/o mac. pos/, que ele interpreta por Bandue It(obrico) Viciesi ex voto Tiomace pos(uit). Como porém o Rev. Fita não tem absoluta confiança no texto, pois diz “si la inscrición está bien copiada”, será melhor esperarmos por um texto definitivo para fazermos obra por ele» (103). Cuevillas e Bousa Brey (104) apontam uma lápide publicada em 1928 (105), onde se lê Bandua Calaico (?), aparecida na «eirexa de Mixós, Verin. Ourense», e outra onde se lê Bandue, aparecida em «Eiras, San Amaro, Ourense». Como não se sabe onde pára a lápide da Bandua, sem resultado procurada por Pinheiro (106) em Cova de Lua, lembramos, dado o seu grande valor, que, como atrás declara Cardoso Borges, este a trouxe para a sua casa em Bragança onde deve estar. Se algum bragançano zeloso da glória da sua (100) Hübner – Corpus..., I, n° 2.498. (101) VASCONCELOS, J. L. de – Religiões da Lusitânia, vol. 2, p. 337. (102) Ibidem, p. 66. (103) Ibidem, p. 388. A inscrição já fora dada por HÜBNER – Ephemeris Epigraphica..., vol. 8, n° 179. (104) CUEVILLAS, Florentino L., e BOUZA BREY, Fermin – Os Oestrimnios, os Saefes e a Ofiolatria en Galiza. «Arquivos do Seminario de Estudos Galegos», vol. 2 (1929), p. 95. (105) BOUZA BREY, F., FONTES, M., e OXEA, J. R. F. – A eirexa de Santa Maria de Mixos e as suas aras romanas. «Arquivos do Seminario de Estudos Galegos» (1928). (106) PINHEIRO, José Henriques – Estudo da estrada militar romana de Braga a Astorga, e Revista de Guimarães, vol. 5, p. 86-87.

MEMÓRIAS ARQUEOLÓGICO-HISTÓRICAS DO DISTRITO DE BRAGANÇA


Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.