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REVOLUÇÃO DE 1820

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Martins, foram fuzilados por uma força de milicianos de Bragança sete liberais condenados por uma Comissão Mista de magistrados civis e militares que o Governo de D. Miguel tinha em Viseu. Igualmente no dia 30 do mesmo mês e ano, depois de prévia condenação da citada Comissão Mista, a mesma força de milicianos de Bragança fuzilou no Terreiro de Santa Catarina mais seis liberais (382). Sobre o assassinato de dois filhos do bravo general Manuel Jorge Gomes de Sepúlveda, em 27 de Julho de 1833, por idênticos crimes de liberais, ver o que dizemos no capítulo sobre a Nobreza Bragançana ao tratar de António Correia de Castro Sepúlveda, 1º visconde de Ervedosa. Não deixa de ser curiosa a implantação do sistema constitucional em Bragança em 1834, ao terminar a sangrenta guerra fratricida que tantas vítimas causou. Eis como Colen a refere: «Em Bragança estava havia seis anos debaixo de prisão, mas com honras militares, Jorge d’Avilez, brigadeiro liberal. Um dia consentiram-lhe ir de passeio com o major Gouveia, miguelista, até à Fonte da Seara, adiante da Quinta do Almoxerife. Os dois passeantes são de repente rodeados por oito caçadores. Quatro vinham a cavalo. Um deles apeia-se. Avilez cavalga enquanto os outros seguram o major, e parte a galope direito a Espanha, ao povo de Alcanices. O oficial realista entra em Bragança a dar parte do sucesso, quando ele era já irremediável, apesar de muitos toques a rebate e muitas prisões dos que não foram prontos em comparecer. Jorge d’Avilez não perdeu o seu tempo: em Alcanices organiza forças e entra com elas em Portugal para tirar o seu desforço. A 18 de Abril de 1834 estava com os seus soldados na própria cidade onde catorze dias antes era prisioneiro» (383). É de advertir que Jorge de Avilez Juzarte de Sousa Tavares, general, 1º visconde de Reguengo e 1º conde de Avilez, não esteve seis anos nas prisões de Bragança, como dá a antender Colen, para onde apenas veio em Junho de 1833 das cadeias do Porto. Havia sido

(382) Ibidem, artigo «Vizeu», p. 1785. (383) C HAGAS , Pinheiro; C OLEN, Barbosa — História de Portugal, popular ilustrada, vol. 9, p. 462. Ver sobre o assunto o que escrevemos ao tratar do Bispo de Bragança, D. José da Silva Rebelo.

MEMÓRIAS ARQUEOLÓGICO-HISTÓRICAS DO DISTRITO DE BRAGANÇA


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