Book final cepihs 2 25 09 2012

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Carlos d’Abreu e Emilio Rivas Calvo

anti-natalistas dos chamados neo-maltusianos que se desenvolveram em Espanha a partir da propaganda realizada sobre o seu amigo Paul Robin, impulsionador da Liga de Regeneração Humana, ao qual pediu alguns artigos para La Huelga General29. Uma outra publicação denominada Revista Blanca, era dirigida ao campesinato andaluz, sector muito próximo ao anarquismo. Para além de Tierra y Libertad30 que, juntamente com a intelectualizada Revista Blanca marcaram um antes e um depois nos anos de fim de século. Graças ao apoio económico de Ferrer passou de semanal a diária a partir do primeiro de Agosto de 190331. 3 – Segundo acto – Paris

As duas tentativas de assassinato que sofreu Alfonso XIII, uma em Paris no ano de 1905 e outra em Madrid no de 1906, não foram ao tempo plenamente esclarecidas pela justiça. Os primeiros indícios de que o rei pudesse sofrer um atentado durante a sua viagem a Paris, recebera-os a embaixada espanhola quase um ano antes. Julio Sannois, colaborador e informador da polícia francesa, deu conta dos primeiros sinais, apontando vários anarquistas residentes em Paris, entre eles Pedro Vallina que, segundo as indagações policiais, fazia parte de uma vasta conspiração. Supôs-se que havia recebido uma importante soma de dinheiro para fabricar explosivos em Barcelona. Homem solitário e perigoso, nada mais ambicionava que o triunfo da anarquia. As investigações davam conta de que importantes chefes republicanos, como Lerroux e Estévanez32, estavam ao corrente do complot – pois ao que parece ambos conheciam de antemão os pormenores – e estavam dispostos a aproveitá-lo para desencadear um movimento republicano33.

Dolors Marín, Anarquistas. Un siglo de movimiento libertario en España, op. cit., p. 235. Periódico anarquista fundado em 1888, cuja publicação continua hoje em dia, por parte da Federación Anarquista Ibérica (www.nodo50.org/tierraylibertad). 31 Dolors Marín, Anarquistas. Un siglo de movimiento libertario en España, op. cit., p. 198. 32 Nicolás Estévanez foi ministro durante a Primeira República. 33 Juan Avilés Farré, Francisco Ferrer y Guardia. Pedagogo, anarquista y mártir, op. cit., p. 162. 29 30

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