Revista Lavoura Arrozeira - edição 462

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julho e setembro, demonstrando a fidelização de clientes internacionais. Por ser um player novo no mercado mundial, o país ainda tem que enfrentar alguns desafios, como questões de logística, e fazer o possível para superá-los. “No porto novo, estamos prestes a fazer uma obra que vai aumentar o calado e propiciar a entrada de navios com capacidade maior de cargas, o que deve dar um impulso na exportação de grãos, especialmente do arroz”, aponta Lopes. A ideia é que se qualifique o terminal da Cesa, e mais duas grandes construções de armazenamento serão dedicadas exclusivamente para o arroz, com capacidade entre 25 mil e 30 mil toneladas cada uma. “Com as novas aquisições em termos de máquinas e tecnologias, teremos redução de custo quando chega o carregamento e na hora da exportação, levando o trabalho a outro patamar”, destaca o presidente da Cesa, Márcio Pilger. As obras de adequação e qualificação do porto devem ocorrer até 2015, e até o fim de 2016 as operações já devem ser feitas no terminal dedicado exclusivamente ao cereal. Por enquanto, estão sendo usados os terminais Termasa/Tergrasa e Bianchini para que se possa escoar a safra 2014, 2015 e 2016, o que dá tempo para que as obras possam ser feitas e para a qualificação estrutural do mesmo. Para Lopes, é preciso um trabalho permanente para que se tenha este espaço no porto gaúcho. “Temos que começar a buscar soluções, para que este arroz que sai por via rodoviária venha para o porto, que é um trajeto mais curto, e vá para o norte e nordeste de navio, já que é mais barato”, explica o diretor-superintendente, destacando que este é um trabalho desafiador por se tratar de um produto em fase de fidelização e estabilização do mercado. 32

Empresas apostam em especialização Um dos resultados gerados pelas ações do Brazilian Rice até agora é que algumas companhias passaram a contar com profissionais especializados em comércio exterior. Como não havia a tradição de vender para fora do país e atender à demanda externa, ainda há desafios, tanto na questão de idioma quanto em apresentação de mercadoria, relações internacionais e questões burocráticas. “Além de participar das capacitações, as empresas estão se estruturando internamente para atender ao mercado internacional. Este processo inclui aprimoramento das capacidades e competências do pessoal interno, adaptação das empresas às normas alimentares exigidas no mercado

internacional, entre outras melhorias nos processos de produção”, explica o presidente da Abiarroz. A presença do arroz brasileiro em feiras internacionais também é consequência da maior confiança e capacitação promovida pelo programa. Em 2013, as empresas Camil e Josapar estiveram presentes na feira de Anuga, em Colônia, Alemanha, maior feira mundial de alimentos, que contou com a visita de diversas outras companhias orizícolas gaúchas. A ocasião foi vista como uma grande oportunidade de fazer contatos e de muito aprendizado para todos os envolvidos. Outra iniciativa importante para dar visibilidade ao Brasil foi o Projeto Comprador Expoarroz, que contou com a presença de 11 compradores internacionais, e a participação no Projeto Copa das Confederações. Além disso, foram realizadas missões na Nigéria, Anuga, África do Sul e

Distribuição das exportações brasileiras de arroz para os principais destinos (toneladas, base casca) 2011/2012

2012/2013

2013/2014

Venezuela

66.000

112.352

172.532

Senegal

192.783

171.556

126.349

Nicarágua

50.088

47.032

120.429

Cuba

126.421

183.005

119.413

Benim

58.555

111.220

115.179

Serra Leoa

130.978

149.059

115.088

Gâmbia

115.251

88.047

85.290

Países Baixos

51.757

27.097

63.275

Bolívia

26.477

11.556

47.279

Panamá

6.857

19.209

37.162

Total geral

2.089.569

1.469.940

1.201.065

Destinos

79

55

53

Lavoura Arrozeira No462 | Abril, maio e junho de 2014


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