Himbe edição 2

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BOLETIM INFORMATIVO BIMENSAL | Nº 5 | NOVEMBRO 2011

Sistema de vacinação:

Província da Zambézia regista avanços significativos Pag. 03 Adultos não perdem a esperança e aprendem a ler e a escrever

Pag. 05

FDC eleita Membro dos Órgãos Directivos da ECOSOCC Pag. 08

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Editorial

São 17 anos ajudando as comunidades A FDC comemora em 2011, 17 anos de existência, numa altura em que a organização prepara-se para novas responsabilidades e novas descobertas, sobretudo no que se refere a intervenção na area do HIV. Nos finais do ano passado iniciamos, em parceria com a Universidade Johns Hopkins, o projecto PACTO que de forma sublime e integrada vai reforçar as acções tendentes a redução dos indices de infecção pelo HIV nas provincias e cidade de Maputo e Gaza. Em paralelo, abraçamos um compomisso com o Fundo Global para, durante os próximos 5 anos, coordenar a implementação do Programa em Moçambique da componente do HIV/SIDA. A nossa convicção é de que, com estas novas responsabilidades vamos uma vez mais contribuir para fazer diferença na vida de milhares de familias e comunidades moçambicanas.

17 anos é tempo suficiente para perceber o quanto já aprendemos e o quanto ainda temos por aprender. É ai onde encontramos forças, motivação e inspiração para continuar a caminhar e ajudar a construir um Moçambique melhor. Por isso, renovamos o compromisso de juntos continuarmos a facilitar o acesso à saúde, educação, água e saneamento, a procurar alternativas mais acertadas, dignas e sustentáveis de geração de renda, promover acções de advocacia para influenciar políticas, processos e procedimentos a todos os níveis.

Boa leitura Ácia Marisa Sales

FICHA TÉCNICA

Propriedade FDC | Editora Ácia Marisa Sales | Redacção Dércio Alfazema e Ámina Pais | Colaboradores Albino Francisco, Adelino Xerinda, Anabela Solomone, Leucipo Gonçalves, Marta Cumbi, Joaquim Uate, Marcela Dimene, Gina Sitoe, Joana Mahumane e Rosalina Nhantumbo | Revisão DDI | Grafismo e Maquetização ZOWONA Comunicação e Eventos Av. 25 de Setembro, Edifício Time Square, Bloco 2, nº 12504 | Tel: + 258 21 355 337 | Fax: + 258 21355 335/55 Cel: + 258 82 3283790/40 | info@fdc.org.mz | www.fdc.org.mz

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Sistema de vacinação:

Zambézia regista avanços significativos A Província da Zambézia apresenta um cenário preocupante no que diz respeito a mortalidade materno-infantil, de duzentos e cinco por mil nascimentos, aliado ao baixo índice de cobertura vacinal. Para reforçar as acções que visem inverter este cenário, a FDC está a trabalhar no sentido de renovar o sistema de frio a nível das Unidades Sanitárias dos 17 distritos da província, assim como melhorar o sistema de distribuição periódica de vacinas para evitar as constantes roturas de stock vacinal que se verificavam no passado.

Para o efeito, até ao fim do primeiro semestre do presente ano foram montadas em todos os distritos, 70 geleiras e 52 lâmpadas que funcionam a gás, formados 220 técnicos sobre a montagem, uso e manutenção dos equipamentos e de mais 38 técnicos em estratégias de mobilização social.

“Já montamos todo o sistema necessário para a gestão das vacinas nos 17 distritos. Neste momento a província conta com uma nova cadeia de frio assim como um novo sistema de distribuição de gás e vacinas. Disponibilizamos 4 viaturas que estão a ser uma mais valia na distribuição de vacinas. Desta forma acreditamos que estamos a criar todas as condições, não só para melhorar os indicadores de cobertura, mais também para reduzir as mortes por doenças preveníveis por vacinas” – Adelino Xerinda, gestor do Projeto na FDC. A unidade do Projecto de Apoio ao Programa Alargado de Vacinação (PAV) Zambézia esta optimista e acredita que até finais de 2013 consiguirá estabelecer um sistema eficaz de gestão e armazenamento de vacinas e que, a médio prazo, os índices de mortalidade materna infantil venham a reduzir de forma significativa. “Esperamos contribuir para que em 3 anos, 4 milhões de pessoas, sobretudo mulheres e crianças, tenham acesso a vacinas em condições mais apropriadas. Em termos de metas para a redução dos actuais índices de mortalidade, pensamos que a longo prazo e com as mães a afluir em massa as unidades sanitárias podemos reduzir para metade. É um desafio que vale a pena assumir” – avança Xerinda.

Para o efeito, o projecto tem envolvido ao máximo os parceiros de Saúde na Zambézia como forma de estabelecer uma cooperação conjunta nas actividade de mobilização social.

“As rádios comunitárias têm sido um parceiro estratégico na divulgação de mensagens sobre a saúde, mas também

trabalhamos com membros de conselhos comunitários de saúde, lideres locais, organizações da sociedade civil, igrejas, escolas e outros organismos que lidam com massas para sensibilizar as comunidades e sobretudo as mulheres em idade fértil e mulheres grávidas sobre a necessidade de recorrerem aos serviços de saúde como forma de prevenir doenças e ter o acompanhamento necessário para o bem estar de todos” – Henriques Pinto, Gestor Regional do PAV. O PAV tem como grupo alvo crianças de 0-5 anos e mulheres em idade reprodutiva. O mesmo visa desenvolver um sistema logístico eficiente e sustentável de fornecimento de equipamentos (geleiras, lâmpadas e fogões) a gás e meios de transporte para a distribuição de vacinas e outros bens hospitalares essenciais em todas as Unidades Sanitárias da província. A FDC esta a implementar o projecto em parceria com a Direcção Provincial de Saúde e conta com financiamento da Embaixada da Noruega no valor de 2.3 milhões de dólares para um período de 3 anos, contados a partir de Janeiro de 2010.

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Fundo Global deve atingir as comunidades e famílias vulneráveis Jacinto Uqueio|Director de Programas FDC

Não restam duvidas que a família representa um grupo social primário que influencia e é influenciado por outras pessoas e instituições. Daí que qualquer estratégia de intervenção que visa mudar comportamento e normas sociais deve ter um grande foco na família e na comunidade onde ela se insere.

Por esta razão, Jacinto Uqueio, Director de Programas da FDC convida os parceiros da FDC no Programa do Fundo Global para a Prevenção do HIV “a produzir resultados concretos e com impacto directo nas comunidades e famílias vulneráveis tal como está previsto na proposta do projecto”.

Segundo Uqueio, as organizações devem priorizar a componente humana e a apresentar resultados objectivos, pois “por causa do HIV/SIDA hoje assistimos situações dramáticas como crianças que são obrigadas a abandonar a escola, crianças chefes de família, desaparecimento de famílias inteiras, entre outras situações. Por isso, este projecto é a oportunidade que precisávamos para dar a nossa contribuição no sentido de inverter este cenário”.

Entre os parceiros envolvidos na implementação do programa na qualidade de sub-recipiente encontram-se a

ADPP, MONASO, Medicus do Mundo Portugal, Fórum Mulher, EcoSida e Projecto Hope, organizações com uma larga experiência de trabalho de prevenção do HIV. Estas organizações que durante os próximos anos vão estar envolvidas nas actividades, estão conscientes das responsabilidades que lhes esperam mas, mesmo assim elevam a expectativa e o sentimento de que os resultados serão positivos. “Este projecto vem complementar as actividades que temos estado a desenvolver para a prevenção do HIV na mulher e rapariga. A expectativa é de facto contribuir para a redução desta epidemia que assola o país e fazer com que as pessoas se consciencializem e adoptem comportamentos que não oferecem riscos” - Graça Samo, Directora Executiva do Fórum Mulher.

A FDC já assinou um acordo com Fundo Global para gerir a componente do HIV/Sida orçado em cerca de 35 milhões de dólares americanos para um período de 5 anos. O mesmo vai abranger todo o país através de sub-recipientes e organizações locais ao nível provincial e distrital.

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Em Matutuine: Adultos não perdem a esperança e aprendem a ler e a escrever Na machamba, na associação, em casa de um dos membros ou até mesmo num local improvisado, mulheres, jovens e homens adultos que nunca perderam a esperança dão exemplo de que há sempre tempo para aprender. São cerca de 200 membros das comunidades de Hindane e Mungazine, no distrito de Matutuine, que participam desde Janeiro deste ano no programa de alfabetização de adultos.

Destes, 145 estão em Mungazine e 55 em Hindane sendo que 158 são mulheres e 42 homens, distribuídos do primeiro ao terceiro nível. “Neste momento já foram criados 5 centros de alfabetização e que contam com igual numero de alfabetizadores. No iniciou tivemos alguns problemas com a distribuição dos manuais que não foram suficientes, mas o distrito prontificou-se em resolver o problema” – Elvira Matsinhe, Oficial de Monitoria e Capacitação da FDC. Para facilitar a deslocação dos alfabetizadores, a FDC disponibilizou quatro motos e entregou recentemente material escolar diverso entre cadernos, esferográficas, caixas de papel, quadros portáteis, entre outros.

De referir que esta actividade insere-se no programa de fortalecimento da educação nas zonas rurais levado a cabo pela FDC em vários distritos do país. Em Matutuine, as mesmas inserem-se no Projecto Integrado de Matutuine que está a ser implementado em parceria com a Fundação Habitáfrica e conta com financiamento da Cooperação Espanhola.

Programa de Educação para a Rapariga:

Beneficiárias das bolsas no ensino superior dão nota positiva O acesso ao ensino superior em Moçambique continua difícil.

Dados mais recentes do Ministério da Educação indicam que as Universidades cobrem apenas 20% da demanda. Entre as que ficam de fora, muitas são raparigas sem possibilidades de continuar por falta de recursos.

Neste contexto, a FDC através do Programa de Educação para a Rapariga, uma iniciativa que implementa desde 1999, tem facilitado o acesso ao ensino a estudantes que, se dependessem do rendimento financeiro famíliar, não teriam a oportunidade de um dia frequentar o ensino superior.

As beneficiárias dão nota positiva ao programa e contam a sua história. “Sou órfã de Pai e a minha Mãe cuida da machamba. Ela, com seus rendimentos, não tem condições para suportar os meus estudos e dos meus irmãos que já se encontravam a frequentar o ensino superior. Quando ouvi falar do programa de bolsas da FDC, concorri, fui admitida e agora estou a frequentar o 1º ano na Escola Superior de Jornalismo, tranquilamente graças a esta bolsa” – Antónia Moiane, 18 anos, proveniente de Chokwe, província de Gaza.

A conclusão do curso em tempo real é agora o principal desafio das bolseiras para que possam regressar as suas zonas de

origem prontas para fazer a diferença. “Depois de terminar o curso pretendo trabalhar no distrito, porque as dificuldades que lá existem em termos de meios, me ajudarão a ser mais criativa e a consolidar mais os conhecimentos adquiridos na escola. Nos grandes hospitais temos sempre especialistas disponíveis para apoiar em caso de dificuldades. No distrito é diferente, tens que procurar e encontrar solução para os problemas apresentados pelos pacientes e isto obriga a ler e investigar mais” – Maura Jussub, 26 anos, natural da Beira, frequentando o 5º ano de medicina, na UEM. Até ao momento, o programa já beneficiou mais de 130 estudantes de todos os cantos do país, tendo a maior parte concluído com sucesso a formação nas universidades em Moçambique, África do Sul, Portugal e Brasil, estando neste momento a contribuir com o seu saber em várias instituições nacionais. Actualmente, 20 encontram-se a frequentar cursos de antropologia, direito, medicina, administração de empresas, contabilidade financeira e bancária, relações internacionais, estatística e relações publicas em Moçambique e Portugal.

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Em Vilankulo:

Comunidades satisfeitas com as actividades da FDC

Durante uma visita efectuada recentemente pela PCA da FDC, Graça Machel, às actividades que a organização está a desenvolver no distrito de Vilankulo, na Provincia de Inhambane, membros das comunidades beneficiárias manifestaram o seu agrado pelas actividades até aqui realizadas.

“Estamos muito satisfeitos porque agora temos moagem e furos de água em Mangalisse. Antes acordavamos 4 horas caminhávamos durante 3 horas para ir a lagoa tomar banho e levar só 20 litros de água por dia. As crianças tinham que ir tomar banho na lagoa, era muito difícil mesmo” - Adelia Francisco, residente na comunidade de Mangalisse.

Salas de aulas, casas para professores, latrinas melhoradas entre outras infra-estruturas construídas pela FDC, com participação da comunidade, está a mudar o dia-a-dia dos membros da comunidade que hoje comemoram novas conquistas. “Agora as crianças tomam banho aqui em casa e têm tempo para ir para escola estudar.

As mamãs têm tempo para ir a machamba e cozinhar. Antes caminhávamos 12 km para ir a vila moer milho, mexoeira e feijão.

Agora com apoio da mamã Graça estamos muito satisfeitos porque terminou o sofrimento” – Sandra Pedro.

Para a sustentabilidade das actividades implementadas, a FDC aposta na capacitação e envolvimento da comunidade.

“As comunidades são os nossos principais parceiros pois tem participado activamente em todas as actividades de construção de infraestruturas e na gestão das mesmas. Ficamos satisfeitos porque elas agora pedem mais fontes de água, mais apoio para a construção de infra-estruturas de saneamento, entre outras. Isto significa que eles acreditam na nossa parceria e estão a dar o devido valor” – Narciso Matos, Director Executivo da FDC. A FDC encontra-se a desenvolver actividades em Vilankulo, desde 2003, na área de água e saneamento onde construiu 15 furos de água, capacitou um grupo de 24 pessoas, da comunidade de Mangalissa, no fabrico de lajes para as latrinas melhoradas, apoiou as comunidades na geração de renda, adquiriu duas moageiras, sendo uma alocada a comunidade de Mungondzi e outra na comunidade de Mangalissa e apoio as associações de avicultores e de pesca. Estas actividades são desenvolvidas nas comunidades de Mangalissa, Chibuene, Chiroxe, Caxane, Mungondzi, Chigamane, 19 de Outubro, Minkadjuine, Chiane 1 e 2, e Mahunguane, beneficiando um universo de cerca de 9000 famílias.

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Para grupos mais vulneráveis:

Orçamento do Estado ainda é discriminatório Se o Orçamento do Estado (OE) fosse um bolo, cada fatia representaria diferentes programas e políticas públicas a serem implementadas pelo governo anualmente.

Mas a decisão de como cortar estas fatias não é neutra.

Eventualmente, algumas fatias acabam sendo mais generosas do que outras. E estas decisões têm implicações directas nas vidas das pessoas, principalmente dos grupos que vivem em situação de vulnerabilidade.

Os Informes Orçamentais de 2011, produzidos pela Fundação para o Desenvolvimento da Comunidade (FDC) e o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), visam estimular a participação pública e compreensão destas decisões sob a perspectiva de alocações orçamentais.

“

O OE deve ser visto como um instrumento estratégico de mitigação destas disparidades, aumentando o investimento em áreas menos favorecidas.”

Os informes são baseados no OE de 2011 antes de sua revisão pela Assembleia da República em Maio, que aprovou o aumento do envelope total de recursos de US$ 4.4 para US$ 4.7 mil milhões. Esta alteração não afectou muito o orçamento agregado dos sectores sociais – objecto principal de análise dos informes. O aumento tinha em vista despesas ‘extraordinárias’ (ex. subsídios, cesta básica, etc) para a amortização do impacto da crise internacional dos preços do petróleo e de produtos alimentares, principalmente nas camadas mais vulneráveis.

Esta preocupação é válida. Mais da metade da população Moçambicana vive abaixo da linha de pobreza, com US$ 0.50 por dia. Mas as medidas adoptadas têm um carácter reactivo de curto prazo e algumas delas já nem serão mais implementadas, como é o caso da cesta básica.

Por outro lado, os programas existentes de protecção social, cujo objectivo principal é exactamente a minimização de riscos e vulnerabilidades, recebem apenas 0.05 por cento do

OE total (ou menos de um quarto da compensação paga às gasolineiras pelos prejuízos de 2010!). Ainda que orçamento e o número de beneficiários do Programa de Subsídio de Alimentos (PSA) – o mais antigo programa de protecção social de África - tenham aumentado ao longo dos anos, o valor da transferência é o mesmo desde 2008. Com o impacto da inflação, o valor real das transferências diminuiu em cerca de 26 por cento. E as alocações per capita destes programas são menores nas províncias mais pobres do país.

As disparidades nas alocações regionais são também observadas em outros sectores sociais. A despesa do Sector da Educação em Nampula é apenas US$ 15 por pessoa. Em Maputo Cidade, este valor sobe para US$ 37 por pessoa. No entanto, a taxa de frequência no ensino primário em Nampula é a mais baixa do país (73.6 por cento). Maputo Cidade tem a taxa mais alta (96 por cento).

Da mesma forma, o Sector da Saúde gasta cerca de US$ 8 por pessoa em Maputo Cidade comparado à apenas US$ 4 na Zambézia. Ainda que o número do pessoal de serviço de saúde tenha aumentado nas províncias mais populosas, a taxa de mortalidade infanto-juvenil na Zambézia é a maior do país.

O OE deve ser visto como um instrumento estratégico de mitigação destas disparidades, aumentando o investimento em áreas menos favorecidas. Se o objectivo de médio e longo prazo do governo é a redução da pobreza e o crescimento económico inclusivo, é necessário uma abordagem de distribuição de recursos mais estratégica. Uma distribuição que não abandone as ‘zambézias’ da vida. Mas que priorizem as regiões que, por diversas razões, não estão a usufruir dos benefícios do alto desempenho económico do país como um todo.

Neste sentido, é necessário a adopção de critérios para uma afectação territorial equitativa destes recursos. Estes critérios deveriam ser baseados nas taxas de incidência da pobreza e indicadores de capital humano nas diferentes províncias. O governo adopta critérios semelhantes para a afectação da despesa de investimento para os distritos (os “7 milhões”).

Mas esta abordagem deve ser expandida para assegurar que as oportunidades de acesso aos serviços básicos sejam um direito de todas as crianças Moçambicanas, em todas as províncias, sem excepção.

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FDC eleita membro dos Órgãos Directivos da ECOSOCC Reunida recentemente em Nairobi, Quénia, na sua 4ª Assembleia Geral, o Conselho Económico, Social e Cultural da União Africana (ECOSOCC), elegeu a FDC para membro do “Standing Committee” e Chefe do Comité dos Assuntos Sociais. Com esta eleição a FDC fica responsável por coordenar a integração das preocupações e contribuições dos cidadãos da África nos planos e programas da União Africana, através do posicionamento da sociedade civil africana A ECOSOCC é uma plataforma da sociedade civil, criada pelos chefes de estados membros da União Africana, com o mandato de aconselhar a União sobre questões relacionadas com o desenvolvimento da África.

Fazem parte desta plataforma organizações não governamentais, grupos sociais e profissionais africanos, incluindo os da diáspora.

Em Moçambique fazem parte deste mecanismo internacional a FDC e a Rede da Criança.

Esta plataforma tem como objectivos promover o diálogo sobre os assuntos relacionados com o futuro de África, estabelecer parcerias entre os governos africanos e todos os segmentos da sociedade civil, promover a participação da sociedade civil na implementação de políticas e programas da União Africana e apoiar políticas e programas que visam a promoção da paz e segurança em África, com vista a alcançar o desenvolvimento e a integração do continente.

No Dia Internacional da Mulher Rural:

500 mulheres marcharam na Manhiça

Sob o lema “Mulher Rural o garante da Segurança Alimentar”, cerca de 500 mulheres rurais de todo país desfilaram no dia 15 de Outubro, no distrito da Manhiça, Província de Maputo ostentando alguns instrumentos de trabalho, dísticos e cartazes, com mensagens referentes aos desafios que enfrentam para fazer face ao dia-a-dia e melhor contribuir para a produção de alimentos

Artur Chindandali, administrador do distrito de Manhiça, enfatizou a necessidade de facilitação do acesso ao DUAT e recursos para as mulheres, tendo apontado a participação das mulheres nos conselhos consultivos distritais e no acesso aos 7 milhões como algumas alternativas para contornar o cenário tido como pouco aceitável para as mulheres rurais.

Na ocasião, apontaram o difícil acesso ao documento que confere o Direito de uso e Aproveitamento da Terra (DUAT), conhecimento, mercado justo e recursos financeiros como obstáculos que precisam superar. “A falta de informação, constrangimentos culturais e o facto do processo para aceder ao DUAT ser complicado, moroso e oneroso para a maioria das mulheres rurais, acaba limitando a participação deste grupo de mulheres no processo de produção de alimento e no processo de desenvolvimento” – Marta Cumbi, FDC.

Para além da marcha onde também participaram representantes de Organizações da Sociedade Civil, governo do distrito de Manhiça e a comunicação social, o dia foi marcado por actividades culturais, discursos, desfile das mulheres rurais e exposição e venda de produtos.

Os baixos índices de desenvolvimento humano resultantes do fraco acesso aos serviços sociais básicos, recursos e oportunidades também foram apontados como sendo o reflexo da marginalização da mulher rural nos processos de tomada de decisão e nos programas de desenvolvimento.

A comemoração foi coordenado pelo Fórum Moçambicano das Mulheres Rurais (FOMMUR), criado em 2008, como espaço de debate, partilha de experiências e advocacia para as mulheres rurais que em Moçambique representa 70% da população feminina. O FOMMUR Congrega mulheres de todo o país e tem como impulsionadores, para além das associações de mulheres rurais, a FDC, o Fórum Mulher, a MUGEDE, o FORCOM, a Oxfam GB e a Action Aid.

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PACTO arranca com diálogos comunitários sobre género e HIV

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Graça Machel distinguida com prémio África Umoja 2011

Flash News

Liderança e activismo sobre direitos e bem-estar da criança, da mulher e protecção do meio ambiente são algumas das razões que levaram os organizadores do Festival Umoja a distinguir Graça Machel, Presidente da FDC com o prémio África Umoja 2011.

O prémio que consiste numa peça artesanal em madeira, com uma gravação do símbolo do festival, foi entregue pela Embaixadora da Noruega, Tove Wesrberg, no decurso da VIª edição do mega festival África Umoja, que teve lugar recentemente em Maputo e que contou com a actuação de artistas da SADC e da Noruega.

180 pares formados recentemente no âmbito do PACTO (Prevenção Activa e Comunicação para Todos), uma iniciativa conjunta da FDC e Johns Hopkins University (JHU), nas províncias e cidade de Maputo e Gaza, iniciaram recentemente com diálogos comunitários.

A iniciativa é parte da ferramenta denominada Tchova-Tchova, que consiste na criação de pequenos grupos comunitários onde com base em algumas experiências reais e de mudança de comportamento, vão reflectir sobre questões de género e HIV.

Na ocasião, Narciso Matos, Director Executivo da FDC, que recebeu o prémio em representação da premiada, disse que “Graça Machel agradece a honra e o facto da celebração da luta pelos direitos e protecção da criança, da mulher e do meio ambiente, e dedica o prémio a todas as crianças e mulheres, e a todos quanto lutam pelos seus direitos e pela protecção do meio ambiente”.

Este, soma-se a uma dezena de prémios que mamã Graça, como é carinhosamente tratada, tem recebido pelo mundo a fora em reconhecimento do activismo em prol de causas sociais e politicas.

“Com os diálogos comunitários esperamos neste ano atingir cerca de 30 mil pessoas com histórias de vida e experiências de famílias que abandonaram comportamento de risco e que hoje levam uma vida mais segura e saudável. Estas histórias foram documentadas em 11 episódios que vão servir de base para estimular os diálogos a serem moderados pelos pares de facilitadores” - Joaquim Uate, gestor da FDC. Cada par vai trabalhar com 4 grupos comunitários que durante dois meses e meio, vão discutir e reflectir ao nível de bairros, aldeias e localidades, sobre comportamentos de risco associados a estilos e formas de vida que concorrem para a infecção do HIV.

PCA da Synergos inteira-se das actividades da FDC Numa visita de cortesia, Peggy Dulany, PCA da Synergos, uma organização sem fins lucrativos dedicada a busca de soluções efectivas, sustentáveis e de base local para a redução da pobreza no mundo, visitou recentemente a FDC, onde teve a oportunidade de acompanhar as actividades que a Fundação tem estado a implementar em prol do desenvolvimento da comunidade.

Na ocasião, Dulany foi informada que os membros da Assembleia Geral da FDC, a elegeram como membro honorário da organização, a par de Nelson Mandela, outro menbro honorário da FDC.

Para além das actividades em curso, Peggy inteirou-se dos desafios da implementação do Plano Estratégico 2009/14 e do programa de reestruturação que se encontra na fase final.

“A Synergos, e muito em particular a Senhora Peggy, está muito ligada a história da FDC desde a sua criação. Por isso nos sentimos muito honrados com a sua visita. A Synergos é um parceiro estratégico da FDC. Apoia na divulgação das actividades, na busca de financiamento e na promoção da imagem da nossa organização “ – Eunica Adriano, membro da Direcção Executiva da FDC.

“Participei desde o inicio na criação da Fundação e tenho constatado que ela cresceu muito e tem estado a fazer um grande trabalho nas comunidades. Percebo que nos últimos anos temos tido poucos contactos. Por isso sempre que posso venho para cá.” - Peggy Dulany.

Instituto Synergos foi criado em 1986 para facilitar as relações entre movimentos populares, líderes e dirigentes políticos ou de negócios, para que possam desenvolver relacionamentos de longo prazo e criar novos caminhos para superar a pobreza.

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A FDC pode contar com o pouco que sei para continuar a lutar pela melhoria de vida das famílias vulneráveis.

Aproveito o espaço para pedir aos colegas que continuem a contribuir positivamente porque as comunidades precisam de cada um de nós.

Bayete!!

Quando entrei na FDC não sabia usar computador. Mas encontrei um ambiente muito favorável e hoje até comprei o meu proprio computador. Aqui na FDC não há descriminação e meu desejo é que este espirito de partilha de informação e de experiências continue para melhor servirmos a comunidade.

Alberto Limpuane Zango, nascido aos 21 de Dezembro de 1969, natural de Inhambane casado e pai de dois filhos. Não dispensa uma boa xiguinha de cacana. É Técnico Médio Agro-pecuário, formado pelo Instituto Agrário de Boane, encontra-se a frequentar o curso de Ciências Sociais pela Universidade Aberta de Portugal. Trabalha na FDC a 3 anos como supervisor de extensão no Projecto Integrado de Matutuine.

Gina Alfiado Sitoe, nascida aos 18 de Abril de 1977, natural de Maputo, casada. Não resiste a um peixe grelhado com legumes.

Fez mestrado em Saúde Pública pela Universidade Eduardo Mondlane. Gininha como é chamada carinhosamente pelos colegas, trabalha na FDC a 5 anos na Direcção de Programas, na área de criança.

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