A Batalha pelo Centro de São Paulo: Santa Ifigênia, Concessão Urbanística e Projeto Nova Luz

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análise do processo da concessão urbanística em são paulo

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SECOVI, parte “interessadíssima” no projeto Nova Luz, não apareceu nem “representou-se” em nenhum momento nas audiências públicas, apesar de explicitamente, em entrevistas, “proclamar-se” como responsável pela entrada da concessão urbanística na agenda pública governamental e auxiliar a Prefeitura nos estudos de viabilidade econômica do projeto. Será que ele possui outras formas de participação mais eficientes? Será que o sindicato possui quem advogue por seus interesses nesses momentos? Ou não seria nada disso, pois essas seriam reflexões com “viés ideológico esquisito”, segundo o vice-presidente do SECOVI: A crítica é sempre: “vai ter algum tipo de lucro? Ah, então não pode”. Lógico que vai ter lucro, senão ninguém vai querer fazer, ou vamos deixar a Cracolândia do jeito que está? Em minha opinião, a lei contém os princípios mínimos, necessários para que se possa fazer um projeto urbano nessa cidade. O projeto de lei acabou sendo aprovado com muita gritaria, todo mundo que tem esse viés ideológico esquisito; porque viés ideológico eu acho bom, desde que seja bom para todo mundo, bom para a cidade. Depois você escuta coisas assim: se está metido o empresariado vai ter lucro, e não pode. Bernardes, entrevista em 2010

Antes das audiências públicas, o Jornal da Tarde, no dia 3 de março de 2009, publicou uma nota que advertia sobre uma possível relação entre vereadores, financiamento de campanhas na ordem de R$ 2,65 milhões feitos pela Associação Imobiliária Brasileira (AIB) e possíveis votações de projetos de lei que favorecessem o capital imobiliário. No dia 22 de abril de 2009, em consequência do processo de votações, o prefeito Gilberto Kassab decretou e promulgou as leis da concessão urbanística e sua aplicação na área denominada Nova Luz. Atualmente, está em análise uma proposta de cassação dos mandatos de 13 vereadores e do prefeito Gilberto Kassab pelo Tribunal Superior Eleitoral, por conta da possível ilegalidade dos processos de doação de campanha pela AIB. No momento 4, aprovada a concessão urbanística, a Prefeitura iniciou a licitação para escolher o consórcio responsável pelo projeto Nova Luz. O secretário


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