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“Yeah?” “Tem... mais uma coisa...” Eu virei de volta, sem gostar do tom de voz dele. “Sim?” “Ele, um, ele meio que tem um pedido especial.” Eu ergui as sobrancelhas e esperei. “Você vê, uh, ele realmente gosta do, tipo, coisas malignas. Você sabe, ele acha que se ele vender a alma para o demônio – por assim dizer – então ele deve perder a virgindade para uma, eu não sei, demonia ou algo assim.” Eu juro, até o cachorro parou de latir com isso.”Você está brincando.” Hugh não respondeu. “Eu não sou uma – não. De jeito nenhum eu vou –“ “Anda, Georgina. Não é nada. Um abano. Fumaça e espelhos. Por favor? Só faça isso por mim?” Ele se tornou desejoso, sedutor. Difícil de resistir. Como eu disse, ele é bom demais no trabalho dele. “Eu realmente estou apertado... se você puder me ajudar com isso... iria significa tanto...” Eu gemi, incapaz de me recusar ao olhar patético no rosto largo. “Se alguém descobrir sobre isso –“ “Meus lábios estão selados.” Ele de fato teve a audácia de fazer um gesto de selamento. Curvada, resignada, eu abri o fecho dos meus sapatos. “O que você está fazendo?” ele perguntou. “Esses são meus Bruno Maglis favoritos. Eu não quero eles absorvidos quando eu mudar.” “Yeah, mas... você pode só transformar eles de volta.” “Eles não serão os mesmos.” “Eles serão. Você pode transformar eles no que você quiser. Isso é bobo.” “Olha,” eu exigi,” você quer ficar parado aqui discutindo sobre sapatos, ou você quer que eu vá fazer um homem do seu virgem?” Hugh fechou a boca e gesticulou em direção a casa. Eu andei pela grama, as folhas fazendo cócegas nos meus pés descalços. O pátio de trás que levava ao porão estava aberto, assim como Hugh tinha prometido. Eu entrei na casa adormecida, esperando que eles não tivessem um cachorro, me perguntando como cheguei a esse ponto na minha existência. Se ajustando a escuridão, meus olhos logo discerniram as feições de uma confortável sala de classe media: sofá, televisão, prateleira de livros. Uma escada na esquerda, e um corredor que desviava para direita. Eu virei no corredor, deixando minha aparência se transformar enquanto eu andava. A sensação era tão familiar, tão uma segunda natureza para mim, que eu nem precisava ver meu exterior para saber o que estava acontecendo.Minha estrutura pequena ficou mais alta, a magra construção ainda permanecendo magra mas tomando umas margens mais duras. Minha pele ficou pálida até uma coloração branco morto, deixando nem traços de um fraco bronzeado. O cabelo, que já dava na metade das minhas costas, ficou na mesma altura mas escureceu em um preto, e as suaves ondulações se tornaram retas e grosas. Meus seios – impressionantes até mesmo nos padrões normais – ficaram ainda maiores, rivalizando com aqueles nos quadrinhos de heroínas que esse cara tinha sem duvidas crescido lendo. Quanto a minha roupa... bem, lá se foi a fofa blusa e calça da Banana Republic. Botas altas de couro apareceram nas minhas pernas, junto com um top de couro combinando e uma saia que eu nunca poderia entrar. Asas pontudas, chifres, e um chicote completaram o pacote. “Oh Cara,” eu murmurei, acidentalmente absorvendo o efeito todo em um pequeno espelho decorativo. Eu esperei que nenhuma das demonias locais descobrissem sobre isso. Elas eram bem chiques. 5


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