IAN 02 - Amante Eterno

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Adaga Negra 02

água. Não sou o que estava esperando, não é mesmo? - Pensou ela. Enquanto o silêncio se prolongava, claramente ele procurava uma desculpa o suficientemente boa para sair correndo. Meu Deus, como Bela tinha podido humilhá-la dessa maneira?

Rhage deixou de respirar e só observou a humana. Oh, era linda. Nada do que havia esperado, mas encantada, entretanto. Sua pele era pálida e suave, como o fino papel de marfim. Os ossos de seu rosto eram igualmente delicados, seu queixo um arco cheio de graça percorria desde suas orelhas até seu queixo, suas bochechas altas tinham um rubor natural. Seu pescoço era longo e delgado, como suas mãos e provavelmente suas pernas. Seu cabelo castanho escuro estava recolhido para trás em um rabo-de-cavalo. Ela não usava maquiagem, ele não podia detectar nenhum perfume, e a única jóia que usava era um par de brincos de pérolas diminutos. Seu suéter esbranquiçado era grande e solto, e estava disposto a apostar que suas calças também eram folgadas. Não havia absolutamente nada que o avisasse sobre seu desejo de ser cortejada. Ela não era como as mulheres com as quais ele saía. E ela prendia sua atenção como uma banda de marcha. - Olá, Mary. - Disse ele suavemente. Ele esperava que ela olhasse para cima, porque ele não tinha podido ver seus olhos. E não podia esperar para ouvir sua voz outra vez. As duas palavras que lhe havia dito tinham sido tranqüilas e não eram suficientes. Esticou sua mão, sentindo um comichão por tocá-la. - Sou Hal. Ela deixou a mão dele balançar entre eles quando tentou alcançar sua bolsa e começou a procurar a saída do reservado. Ele se plantou em seu caminho. - Aonde você vai? - Olhe tudo bem. Não direi a Bela. Vamos só fingir que jantamos. Rhage fechou seus olhos e excluindo o ruído de fundo de modo que pôde absorver o som de sua voz. Seu corpo revolto e calmo retesou-se um pouco. E em seguida ele se deu conta do que ela havia dito. - Por que vamos mentir? Vamos jantar juntos. Seus lábios se apertaram, mas ao menos agora ela deixou de fugir. Quando ele teve certeza de que ela não ia escapar, ele se sentou e tratou de colocar suas pernas sob a mesa. Quando ela o olhou, colocou os joelhos a seu redor. Querido Deus. Seus olhos não combinavam com o jeito terno de sua voz. Pertenciam a um guerreiro. De um cinza metalizado, rodeados por pestanas da cor de seu cabelo, eram graves, sérios, recordavam os homens que haviam lutado e tinham sobrevivido à batalha. Eram assombrosamente formosos em sua força. Sua voz tremia. - Sou 50 (gíria policial) e agora vou jantar com você. Os olhos flamejaram e depois se estreitaram. - Sempre trabalhaste para a caridade? -Desculpe? 50


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