Casamentos da sociedade 2 de 2 tara pammi,andie brock

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Espirrando um jato de areia, o carro parou em frente às tendas e Zayed desceu, endireitando os ombros e olhando ao redor. Um homem alto saiu da tenda maior. Nadia conteve a respiração, fascinada enquanto espiava pela janela salpicada de areia do carro o encontro dos dois bonitos irmãos. Por um instante se entreolharam, ambos altos e orgulhosos, com poucos passos separando-os na distância, mas um oceano de desconfiança e incerteza proveniente dos erros do pai deles ainda separando-os. Com um nó na garganta, Nadia observou enquanto Zayed estendeu a mão para o irmão. Uma onda inexplicável de orgulho a dominou diante do gesto nobre. Silenciosamente apanhou-se rezando para que Azeed aceitasse o aperto de mão da reconciliação. Mas ela não precisava ter se preocupado. Pois não apenas Azeed pegou a mão do irmão nas suas, mas lhe deu um abraço apertado. Nadia enxugou rapidamente uma lágrima que escorreu por seu rosto. Os dois irmãos se soltaram do abraço e olharam na sua direção. Zayed adiantou-se para abrir a porta e ajudar Nadia a sair. – Azeed, deixe-me apresentar-lhe a minha esposa, Nadia. Nadia, meu irmão, Azeed. A apresentação formal pareceu se encaixar, enquanto os três estavam solenemente sob o brilho alaranjado do pôr do sol no deserto. Minha esposa. Por um segundo, Nadia ateve essas palavras ao seu coração. Ali, longe do palácio, não era uma sheika protegida, paparicada. Era apenas a esposa de Zayed. Mas era esposa apenas no papel, de qualquer modo. Não podia esquecer. Para ser dispensada tão logo fosse seguro fazê-lo. – É um prazer conhecê-la. – Azeed pegou-lhe a mão e curvou a cabeça. Usando o turbante tradicional, parecia à vontade no deserto. – Bem-vinda à minha humilde morada. – Conforme ele ergueu os olhos, Nadia ficou aturdida com a semelhança entre os dois irmãos, mas os traços de Azeed eram mais acentuados, mais duros. – Tenho certeza de que deve estar bastante cansada e com fome após a sua longa jornada. Se quiser usar as instalações para se lavar, uma refeição vai estar pronta para você logo. Apesar de humilde, o pequeno acampamento tinha tudo que era necessário para uma vida confortável no deserto. Nadia podia entender por que Azeed abrira mão de sua vida complicada em favor daquela. Zayed e Azeed estavam sentados em tapetes diante da tenda principal com velas acesas, conversando mansamente, mas conforme ela se aproximou, ambos se levantaram. – Venha se reunir a nós. – Azeed moveu-se para o lado para que Nadia pudesse se sentar numa das almofadas entre os dois. – Vamos comer. – Ele fez um gesto para a disposição de pratos no tapete em frente e começou a passá-los. – Temos muito a conversar, mas primeiro vocês precisam se alimentar. Aceitando a mão de Zayed, Nadia sentou-se, empenhando-se ao máximo para ignorar a corrente eletrizante que o toque lhe provocou. Mas, sentada nos tapetes tribais entre os dois homens fortes, começou a relaxar. Não soubera que Azeed a aceitaria. Entrara em pânico quando Zayed lhe informara que partilhara o segredo com o irmão, o de que ela era formalmente a princesa Nadia de Harith. Mas Azeed parecia não lhe querer nenhum mal, e ela ficou aliviada em não ter de fingir que era outra pessoa.


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