APOSTILA CONSTRUINDO A SAÚDE 2011.2

Page 1

2011.2

Construindo a SaĂşde

Liga AcadĂŞmica de Geriatria e Gerontologia de Pernambuco E-mail: laggerpe@gmail.com Blog: lagerpe.blogspot.com

1


Mensagem SER IDOSO É... Ser idoso é... Carregar um pacote de vida percorrida e histórias para se contar... Ser idoso é... Despir-se de rebuscamento e impregnar se com a simplicidade, Se impregnar-se tendo o dom da vida como o seu maior privilégio. Ser idoso é... Ser ranzinza, às vezes, por conta de marcas indeléveis, retratando a aridez de seu caminho percorrido. Ser idoso é... Ter a transparência por meio do olhar, sorrateiramente expressando o mais profundo da essência humana: a alma! Ser idoso é... Por muitos, esquecido, abandonado, incerto de ser acariciado por alguém o qual retribua a dádiva, um dia, recebida. Ser idoso é... Estar esgotado fisicamente, porém, dotado de sonhos e esperança para conduzir a vida ainda mais além. Ser idoso é... Deter a capacidade extraordinária de contar histórias, transmitir um pouco do seu legado, esvaziar-se de tristezas e frustrações, buscando alguém para ouvi se buscando ouví-lo ou apenas confortá-lo com um gesto de amor. Ser idoso é... Alguém, como eu e você, dotado de falhas, virtudes, sonhos e, em sua grande maioria, disposto a viver a vida em sua plenitude!

Hugo O. D. M. Gomes

2


Boas Vindas

Nós da Liga Acadêmica de Geriatria e Gerontologia de Pernambuco – LAGERPE - na busca de expandir e aprofundar o conhecimento sobre geriatria e gerontologia, apresentamos a apostila do curso construindo a saúde 2011.2. Esta tem como objetivo ser um suporte para fixar e armazenar de maneira mais eficaz os temas abordados ao decorrer do curso, sendo elaborada através do material produzido pelos acadêmicos que compõem a LAGERPE e com ao apoio dos orientadores da liga. A apostila tem como metas impulsionar e motivar os alunos do curso Construindo a Saúde para que busquem mais informações e conhecimentos, além dos oferecidos durante as aulas, tendo a oportunidade de demonstrar a potencialidade que todos possuímos independente de nossas restrições e aprimorar a participação social dos idosos, tornando-se indivíduos emancipados socialmente. Nós da LAGERPE desejamos que tenham um excelente aproveitamento durante o transcorrer do curso.

Camila Rafaela Lima de Andrade Nathalia Leite de C.Tôrres (Coordenação Lagerpe)

Educadores da saúde Adriana Carvalho- Nutrição Camila Andrade- Fisioterapia Carolina Borges- Medicina Edmar Rodrigues- Fisioterapia Izabelle Ferreira- Enfermagem Jéssica Pernambuco- Fisioterapia Letícia Guedes- Fisioterapia Mayara Campêlo - Fisioterapia Nathalia Leite- Terapia Ocupacional

3


Calendário de Aulas

Construindo a Saúde AULAS DA UNATI - 2011.2

Data

Educadores

Apresentação do curso/ Alterações do Envelhecimento Osteoartrose

12/08

Letícia Guedes

19/08

Camila Andrade

Automedicação/Polifarmácia e suas conseqüências para o idoso Mal de Parkinson

26/08

Isabelle Ferreira

02/09

Edmar Rodrigues

Osteoporose

09/09

Edmar Rodrigues

Hipertensão Arterial

16/09

Mayara Campêlo

Exercício Físico na Terceira Idade

23/09

Jéssica Pernambuco

Prevenção de Quedas

30/09

Mayara Campêlo

Envelhecimento e Sexualidade

07/10

Adriana Carvalho

Fisioterapia na Incontinência Urinária

14/10

Letícia Guedes

Mal de Alzheimer

21/10

Thiago Gonçalves

Cognição no Envelhecimento

04/11

Nathalia Leite

Saúde Bucal

11/11

Isabelle Ferreira

Nutrição no Processo do Envelhecimento

18/11

Adriana Carvalho

Acidente Vascular Encefálico (AVE)

25/11

Jéssica Pernambuco

Nutrição na Diabetes

02/12

Thiago Gonçalves

Saúde Mental/ Depressão

09/12

Carolina Borges

Envelhecimento Ativo: uma política de saúde/ Encerramento

16/12

Nathalia Leite

4


_________________________________________________________________Sumário

AULA 1 - Processo do Envelhecimento e suas Alterações................................................6 AULA 2 – Osteoartrose...........................................................................................................9 AULA 3 – Automedicação/Polifarmácia e suas conseqüências para o idoso..................13 AULA 4 – Doença de Parkinson............................................................................................15 AULA 5 – Osteoporose..........................................................................................................18 AULA 6 – Hipertenção Arterial..............................................................................................21 AULA 7 – Exercício Físico na Terceira Idade.......................................................................27 AULA 8 – Prevenção de Quedas...........................................................................................29 AULA 9 – Envelhecimento e Sexualidade............................................................................36 AULA 10 – Fisioterapia na Incontinência Urinária...............................................................38 AULA 11 – Doença de Alzheimer...........................................................................................42 AULA 12 – Cognição no Envelhecimento.............................................................................45 AULA 13 – Saúde Bucal..........................................................................................................51 AULA 14 - Nutrição no Processo do Envelhecimento.........................................................54 AULA 15 - Acidente Vascular Encefálico (AVE)....................................................................56 AULA 16 - Nutrição na Diabetes............................................................................................60 AULA 17 – Saúde Mental na Terceira Idade /Depressão.....................................................62 AULA 18 – Envelhecimento Ativo: uma política de saúde...................................................67 Referências..............................................................................................................................74

5


Processo de Envelhecimento e suas Alterações Por: Letícia Guedes

Introdução Processo em que ocorre modificações morfológicas, funcionais e psicológicas que levam a perda da capacidade de adaptação do indivíduo ao meio ambiente, ocasionando uma maior vulnerabilidade ao processo patológico que pode levar a morte. Senilidade X Senescência Senescência é o envelhecimento normal do indivíduo sadio, é um período em que ocorre um declínio físico e mental de forma lenta e gradual.Ocorre em alguns indivíduos a partir dos 50 a 60 anos. Senilidade é o envelhecimento patológico, período em que o declínio físico é mais acentuado e acompanhado pela desorganização mental. Ocorre perda da capacidade de memorizar,prestar atenção,não consegue se orientar,fala sem sentido,vai limitando sua vida ao leito e perde o controle de urinar e defecar. No envelhecimento normal ocorrem mudanças como:alterações anatômicas,orgânicas, no sistema esquelético,muscular,respiratório,nervoso,renal,urinário e imune. Alterações Anatômicas e Orgânicas

Peso Estatura Face

A partir dos 40 anos, a estatura diminui cerca de 1 centímetro por década.Isso se deve pela diminuição dos arcos dos pés,aumento da curvatura da coluna vertebral e diminuição dos discos entre as vértebras.Os diâmetros das caixas torácica e do crânio tendem a aumentar com o envelhecimento.Há também o crescimento do nariz e das orelhas dando a conformação típica facial do idoso. As alterações orgânicas consistem na diminuição da quantidade de água no nosso corpo, do potássio total,consumo de O2 ,peso e volume dos órgãos e do conteúdo mineral ósseo.

Alterações do Sistema Músculo Esquelético O sistema músculo esquelético serve para movimentação, locomoção e deslocamento do ser humano. Os músculos, tendões, ligamentos, articulações e os ossos fazem parte desse sistema. Com o envelhecimento do sistema músculo esquelético haverá a redução da massa muscular, alterações ósseas (osteoporose), desgastes dos ossos (artrose), traumas, fraturas e alterações anatômicas.

6


O padrão da marcha do idoso difere da do adulto dentre outros fatores, pelo menor comprimento dos passos, pela menor extensão dos joelhos, por menor força na flexão plantar dos tornozelos e por menor velocidade dos passos. Implicações para os idosos: Afeta nas atividades de vida diária (AVDs) impedindo que se movimentem sozinhos pela dificuldade de movimentar as articulações; Fraqueza Muscular; Lentidão dos movimentos; Cansaço; Encurtamento Muscular. Fisioterapia: Alongamento; Fortalecimento; Treino de marcha. Sistema Respiratório    

Diminuição da elasticidade do tecido pulmonar; Aumento do número de glândulas secretoras e da camada de muco; Diafragma apresenta a mesma massa muscular que indivíduos mais jovens; Redução do reflexo da tosse, diminuindo o processo de eliminação das secreções e que se acumula nos pulmões. Implicações para os idosos: Cansaço; Maior risco de pneumonia e pigarro constante. Fisioterapia: Fortalecer musculatura respiratória; Exercícios aeróbicos. Sistema Nervoso

   

Condução nervosa diminuída Menor sensibilidade cutânea, térmica e tátil Fluxo de sangue do cérebro alterado Visão- Perda da nitidez das cores, aumento da sensibilidade a luz, perda da capacidade de adaptação noturna, diminuição da acuidade visual(capacidade de perceber a forma e o contorno dos objetos).  Audição-Diminuição da acuidade auditiva principalmente para sons graves, maior acumulo de cera no ouvido pela alteração da função glandular,alteração vascular aletra a audição e vertigens e zumbidos.

7


Implicações para os idosos: Diminuição da capacidade cognitiva e de atenção Alterações na sensibilidade Aumento do risco de quedas Fraqueza muscular Lentidão dos movimentos,diminuição da capacidade de gerar movimentos rápidos e alternados Fisioterapia: Fortalecimento Treino de marcha Coordenação Propriocepção Sistema Urinário  Fraqueza da musculatura do esfíncter e do assoalho pélvico;  Aumento das contrações das bexigas. Implicações para os idosos: Incontinência; Infecções urinárias; Câncer de próstata. Fisioterapia: Conscientização do corpo; Exercícios específicos; Cones vaginais. Sistema Imune  Diminuição da capacidade das células se multiplicarem para defesa do nosso corpo;  Aumento da produção de anticorpos imune  iminuição da função imune  Risco de infecção e câncer Implicações para os idosos: Gripes e resfriados; Maior risco e menor controle de infecções; Maior probabilidade de doenças auto imunes.

8


Osteoartrose Por: Camila Andrade

Introdução A osteoartrose, também chamada de osteoartrite, processo degenerativo articular, etc. É a doença que mais acomete os indivíduos a partir da 4ª década da vida, estimando-se que ocorra em até 90 % da população adulta. A osteoartrose é uma doença das articulações que atinge principalmente as cartilagens articulares, resultando de um processo anormal entre a destruição cartilaginosa e a reparação da mesma.

A função básica da cartilagem articular é a de diminuir o atrito entre duas superfícies ósseas quando estas executam qualquer tipo de movimento, funcionando como mecanismo de absorção de choque quando submetido à forças de pressões (como no caso do quadril, joelho, tornozelo e pé), ou de tração, como no caso dos membros superiores. Para que este movimento de atrito entre dois ossos seja diminuído, outras estruturas também fazem parte da articulação, desempenhando papéis específicos como no caso do líquido sinovial, que lubrifica as articulações e, dos ligamentos, que ajudam a manter unidas e estáveis as articulações. A osteoartrose pode afetar uma articulação ou várias articulações, sendo as mais freqüentes aquelas que acontecem nos pés, joelhos, quadril, coluna vertebral e mãos.

9

60% a 90%

•>65 anos

25% a 30%

•45 a 64 anos

< 5%

•15 a 44 anos


É caracterizada por dor, rigidez e perda da mobilidade causada por uma perda progressiva da cartilagem articular que é acompanhada por uma inadequada recuperação da cartilagem articular, remodelação óssea subcondral e, em muitas circunstâncias, a formação de osteófitos - o famoso bico de papagaio. A causa é freqüentemente desconhecida e não há cura para ela, porém o diagnóstico precoce e o tratamento podem minimizar os sintomas e ajudar os pacientes a terem uma vida ativa. "É uma conseqüência inevitável da idade".

O rápido e indolor movimento necessário para as atividades diárias, a recreação e trabalho resultam da ação dos músculos através das articulações. Mesmo atividades aparentemente simples como girar uma maçaneta requer um movimento controlado e eficiente de mais de vinte articulações. Em muitas articulações, as forças geradas pelas contrações musculares são importantes no entendimento do desgaste articular. O comportamento elástico da cartilagem, dos meniscos e do osso subcondral ajuda a distribuir as cargas compressivas, mas este mecanismo pode rapidamente vir a falhar se os músculos não absorverem a maioria das pressões compressivas aplicadas às articulações, contribuindo para a degeneração articular. Se a pessoa se submeter a cargas maiores do que as atividades diárias normais, principalmente se envolvida com impacto repetitivo ou torção, pode aumentar ainda mais o risco.

Quais os fatores de riscos para a osteoartrose? São apontados dois grandes grupos: a suscetibilidade individual e os fatores mecânicos.

10


A Osteoartrose Nodal é que mais preocupa as mulheres, em uma determinada fase da vida. Frases como:"Minha mão está horrível!", "Meus dedos estão entortando!", "Meus anéis não servem mais!", são bastante comuns.

___________________________________________________________________ Diagnóstico Pelo exame clínico minucioso, pela radiografia simples, embora nem sempre a apresentação clínica da doença corresponda aos sinais radiográficos, a tomografia computadorizada e a ressonância magnética não são necessários para se estabelecer o diagnóstico.

___

Sinais de alerta da Osteoartrose

• Dor constante ou intermitente numa articulação; • Rigidez ao levantar-se, pela manhã; • Articulação inchada ou dolorida; • Ruído que indica fricção de um osso contra o outro.

_______________________ • Nem sempre a dor está presente; •Nem todas as pessoas com osteoartrose sentem dor – somente um terço das pessoas com diagnóstico de osteoartrose pelo raio-X apresentam dor ou outros sintomas; • Os sinais de inflamação (articulação quente, vermelha e dolorida) não são comuns na Osteoartrose.

11

_________________

Importante saber!


____________________________________________________________________Tratamento

Medidas simples como a redução de atividades físicas que produzam impactos mantendo-se ou melhorando-se a força muscular e a utilização de analgésicos moderados ou antiinflamatórios são indicados.

O Tratamento fisioterapêutico tem uma contribuição fundamental no tratamento, auxiliando a princípio na diminuição da dor. O fisioterapeuta irá orientar o paciente com osteoporose quanto ao uso de dispositivos para auxílio e suporte nas atividades, como bengalas, andadores e calçados que diminuam o impacto ao solo, com o objetivo de reduzir as sobrecargas dolorosas na articulação afetada. A fisioterapia também dispõe de exercícios na água, a hidroterapia, que diminui a dor e melhora a função física do paciente. O fisioterapeuta deverá orientar o paciente para fazer alongamentos em casa, para melhorar sua amplitude de movimento, prejudicada pela rigidez da articulação. Nos casos de estágios muito avançados, quando nem o medicamento nem a fisioterapia são suficientes para diminuir a dor, é necessária a intervenção cirúrgica.

ANOTAÇÕES

12


Automedicação/Polifarmácia e suas consequências para o idoso

Por: Izabelle Ferreira

Introdução Segundo dados da Associação Brasileira das indústrias farmacêuticas (Abifarma), todo ano cerca de 20 mil pessoas morrem no país vítimas da automedicação. Por conviverem com problemas crônicos de saúde, os idosos utilizam com uma maior frequência os serviços de saúde e são consumidores de um grande número de medicamentos, que, embora sejam necessários em muitas ocasiões, quando utilizados de forma indevida podem trazer sérias complicações para a saúde do indivíduo.

Acredita-se que devido aos inegáveis ganhos terapêuticos obtidos com o uso dos produtos farmacêuticos, eles passam a se utilizados de forma indiscriminada e irracional, seguindo uma lógica de mercado. Esses medicamentos, quase sempre, são alvo de medidas que estimulam o consumo¸ entre outras¸ descontos promoções tendo o idoso como público alvo. Esta prática pode ser danosa, uma vez que estimula o uso de medicamentos, aumentando as possibilidades de intoxicações e reações adversas. É muito comum também as pessoas seguirem as famosas “receitinhas” que deram certo com um vizinho ou um conhecido. Essa atitude pode ser perigosa, pois você pode estar fazendo uso de um remédio contra-indicado para o seu caso. Saber dos efeitos adversos dos medicamentos, muitas vezes, é mais importante que seus efeitos benéficos. Cada pessoa reage de uma forma a um determinado medicamento. O que é bom para o seu amigo pode não ser para você.

O envelhecimento humano provoca modificações no corpo como conseqüência de mudanças durante todo o processo evolutivo: alterações cardiovasculares, metabólicas, respiratórias, na pele, no sistema digestivo, ósseo neurológico, geniturinário e muscular. No entanto o poder de percepção dessas alterações não se altera fundamentalmente com a idade. Essas modificações orgânicas fisiológicas alteram a farmacocinética (absorção, distribuição, metabolismo e excreção) e a farmacodinâmica (local, mecanismo de ação, relação entre dose e efeito e variação da resposta) das drogas. A absorção do medicamento sendo mais lenta torna a eliminação das substâncias também lentificada, por isso as doses de medicamentos devem ser adequadas a cada pessoa e doença. Um dos maiores perigos da automedicação em idosos é que no caso de múltiplas doenças, a pessoa pode ainda sofrer reações adversas provocadas por vários medicamentos. Por exemplo, 13


o excesso de remédios de pressão pode provocar aumento do ácido úrico sanguíneo e como conseqüência cálculo renal e reumatismo (gota úrica). Entre os riscos da automedicação estão: mascaramento de uma doença grave no início, criação de resistência a bactérias, associação de remédios caseiros como chás que podem interferir nas substâncias do remédio indicado, pois não se sabem quais são os componentes da planta. A orientação é simples: não se automedique e só faça isso mediante orientação de um médico e nunca busque práticas alternativas como medicamentos ditos naturais em propagandas de TV que não tenham comprovação científica. Segundo pesquisa realizada pela Secretaria Especial da Terceira Idade do Rio de Janeiro, das 2.019 pessoas entrevistadas, acima de 60 anos, 44% delas admitiram que usam medicamentos sem prescrição médica. De acordo com Antônio José Carneiro, professor adjunto e doutor da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, os analgésicos, os antiinflamatórios e os antigripais são os medicamentos mais usados indevidamente pelos idosos. Porém, ele ressalta que mesmo os remédios aparentemente inofensivos podem causar complicações. No caso dos analgésicos, cujo princípio ativo é o ácido acetilsalicílico, o uso indiscriminado pode causar lesão aguda na mucosa gástrica e é contra-indicado em pacientes que já tiveram úlceras. Também possui ação anticoagulante que pode provocar sangramento e hemorragias internas. Já os antiinflamatórios podem causar descompasso no quadro daqueles que têm problemas cardíacos e renais, além do aumento de pressão arterial. Os antigripais também podem aumentar além da pressão arterial a intra-ocular e os batimentos cardíacos. Alguns deles também possuem substâncias que podem afetar a próstata, gerando a retenção urinária.

Plantas medicinais O uso milenar de plantas medicinais mostrou, ao longo dos anos, que determinadas plantas apresentam substâncias potencialmente perigosas. Do ponto de vista científico, pesquisas já mostraram que muitas delas possuem substâncias potencialmente agressivas e, por esta razão, devem ser utilizadas com cuidado, respeitando seus efeitos toxicológicos. Portanto sempre consulte o médico antes qualquer coisa e durante a consulta o informe de todos os medicamentos que faz uso, como também se for o caso dos remédios caseiros.

“Segundo dados da Associação Brasileira das indústrias farmacêuticas (Abifarma), todo ano cerca de 20 mil pessoas morrem no país vítimas da automedicação.” “Cada pessoa reage de uma forma a um determinado medicamento. O que é bom para o seu amigo pode não ser para você.”

14


Doença de Parkinson Por: Edmar Rodrigues

Introdução A doença de Parkinson compreende um grupo de distúrbios caracterizados por tremor e perturbação dos movimentos voluntários, automáticos, da postura e do equilíbrio. É caracterizada por uma desordem progressiva do movimento devido à disfunção dos neurônios secretores de dopamina. Ela foi descrita pela primeira vez por James Parkinson, em 1817; sua patologia foi definida cerca de 100 anos depois, e o tratamento sofreu uma revolução nos anos 60, com a introdução do fármaco levodopa. Como ocorre a doença Ocorre devido à morte de células produtoras de dopamina na substância negra compacta, (sendo a dopamina uma substância química e uma das aminas neurotransmissoras que transmitem impulsos de um neurônio para o próximo, através de sinapse), uma das funções da dopamina é a estabilização dos movimentos, com o decréscimo dos níveis da mesma ocorrem alterações dos mesmos. Apesar da identificação da patologia a causa da morte celular não é conhecida. A morte das células ocorre muito antes de os sinais clínicos da doença de Parkinson se evidenciarem; cerca de 80% das células produtoras de dopamina morrem antes que venham aparecer os sinais da doença. Etiologia e Epidemiologia A causa da doença de Parkinson não é conhecida, sendo por tanto uma doença idiopática, e o tratamento é, portanto paliativo e sintomático. A doença de Parkinson é mais comum em países desenvolvidos, pois estes possuem um maior número de pessoas idosas. Com o envelhecimento da população aumenta cada vez mais o número de casos no mundo todo. Em geral ocorre em pessoas com idade superior aos 50 anos, antes dos 20 anos é rara, mais pode acontecer – Parkinsonismo Juvenil. Há uma prevalência de 1 a 3% da população com idade superior a 65 anos e possui uma incidência de 20 por 100.000 habitantes/ano. Sendo também mais freqüente nos homens. Sinais e Sintomas Característicos  Rigidez: resistência maior ao movimento devido à contração ativa do músculo.  Bradicinesia: forma lenta de realizar os movimentos, devido ao menor controle dos mesmos.  Tremor em repouso: movimento das mãos como se se usando o polegar para rolar uma pílula ao longo das pontas dos dedos (tremor de rolar pílulas). Está presente em 70% dos casos.  Acinesia: perda parcial ou total do movimento.

15


Postura, Equilíbrio e Marcha A anormalidade postural é comum, na posição ortostática, há uma ligeira flexão em todas as articulações, levando a uma “postura simiesca’’, com os joelhos e quadris um pouco flexionados, os ombros arqueados e a cabeça para frente. Os braços podem ficar flexionados através do tronco. A postura anormal pode ser voluntariamente corrigida, mais isso é temporário e requer esforço e concentração consideráveis.

Em posição ortostática, os Parkinsonianos têm a tendência característica de tombar para frente. São incapazes de realizar os movimentos compensatórios para readquirir equilíbrio e, assim, caem facilmente. Quando começam a caminhar, há dificuldades para desviar o centro de gravidade de um pé para o outro, de modo que seus passos tornam-se curtos e cambaleantes. Movimentos Voluntários e Automáticos Todos os movimentos são reduzidos quanto à amplitude e à velocidade. A fala torna-se mais suave e lenta, o tamanho da escrita tende a diminuir depois de algumas palavras, ficam lentas e cada vez mais desalinhadas, os movimentos repetitivos como mexer líquidos com a colher ficam bastante afetados. Movimentos automáticos ficam reduzidos ou perdidos na doença de Parkinson, o paciente raramente pisca e pode ter rosto inexpressivo, quando anda o parkinsoniano não balança os braços, deixando-os pendentes. Os movimentos antes de sua execução devem ser planejados, passo a passo. A deglutição automática fica deteriorada, de modo que o parkinsoniano tende a babar involuntariamente, a tosse como resposta reflexa tornase deficitária, havendo risco de infecção respiratória. Sinais e Sintomas Psicológicos  Depressão: identificada em 32% dos casos, e responsável por agravar os problemas motores, de sono, alimentares e de dores.  Déficits Cognitivos: de memória, compreensão.  Transtornos de humor e de ansiedade.  Insônia Parkinsonismo O termo Parkinsonismo designa distúrbios que causam sinais observados na doença de Parkinson e compreendem distúrbios de etiologia tóxica, infecciosa ou traumática. O

16


Parkinsonismo é, com frequência, um efeito colateral de drogas que tratam psicoses ou problemas digestivos. Drogas que bloqueiam os receptores para dopamina no sistema nervoso central podem causar o Parkinsonismo como as: fenotiazinas, tioxantina, etc. Como Diagnosticar O diagnóstico tem fundamentos clínicos que envolvem o reconhecimento de sinais e sintomas físicos característicos, além de uma anamnese. O diagnóstico pode ser divido em 3 etapas:  Possível: se uma das características estiver presente: tremor, rigidez ou bradicinesia  Provável: se duas características estiverem presentes ou se uma delas for assimétrica  Definitivo: Se três das características estiverem presentes, ou se duas características estiverem presentes sendo uma delas assimétrica. Obs: As causas de Parkinsonismo devem ser excluídas antes de se fazer o diagnóstico da doença de Parkinson. Tratamento Como a doença de Parkinson envolve a perda de células produtoras de dopamina na substância negra, uma farmacoterapia de reposição de dopamina (L-dopa) é inicialmente eficaz na redução dos sinais da doença. Entretanto, a tolerância à L- dopa, os efeitos colaterais (incluindo alucinações, delírios, psicose) e a progressão da doença, com envolvimento de outras células e outros neurotransmissores limitam a eficácia da terapia à base de L –dopa. Tratamento Fisioterapêutico O tratamento fisioterapêutico atua em todas as fases do Parkinson, para melhorar as forças musculares, coordenação motora e equilíbrio. O paciente com Parkinson, geralmente está sujeito a infecções respiratórias, que ocorrem mais com os pacientes acamados. Nestes casos a fisioterapia atua na manutenção da higiene brônquica, estímulo à tosse, exercícios respiratórios reexpansivos. Em casos mais graves, em que há comprometimento da musculatura respiratória, é indicado o tratamento com aparelhos de ventilação mecânica e respiradores mecânicos não invasivos, visando à otimização da ventilação pulmonar, com consequente melhora do desconforto respiratório. ANOTAÇÕES

17


Osteoporose Por: Edmar Rodrigues

Introdução Osteoporose, que significa osso poroso, é uma doença resultante da perda gradual da substância óssea que ocorre naturalmente com o envelhecimento, em todos os indivíduos. Isso produz fragilidade do osso e aumenta o risco de fraturas, especialmente do quadril, coluna e punho. Afeta principalmente mulheres pós – menopausa.

Como ocorre a doença Durante a vida, os ossos são constantemente formados e reabsorvidos, ou seja, o osso velho é removido e um novo osso é adicionado ao esqueleto. Na infância e adolescência, a adição ocorre mais rapidamente do que a reabsorção e, como resultado, os ossos ficam maiores, mais pesados e mais densos. A formação permanece mais rápida do que a reabsorção até que o pico de massa óssea (máxima densidade e força do osso) é alcançado, por volta dos 30 a 35 anos. A massa óssea é maior no homem do que na mulher e também é maior na raça negra. Depois dos 30 – 35 anos, a reabsorção óssea lentamente começa a exceder a formação. Para a mulher, a perda óssea é muito maior durante os cinco anos seguintes à menopausa, porque a ação protetora do hormônio estrógeno diminui, porém persiste nos anos seguintes. O homem também perde osso, mas numa taxa muito menor. Após os 70 anos existe outra forma de osteoporose que acomete tanto homens quanto mulheres, a osteoporose senil, própria do envelhecimento. A osteoporose é um fator de risco para fraturas assim como a hipertensão é risco para infarto do miocárdio ou derrame cerebral: se o osso é mais fraco, um trauma mínimo ou uma queda pode causar uma fratura ou colapso vertebral.

18


Epidemiologia A osteoporose afeta uma grande quantidade de pessoas e a prevalência aumenta com a idade da população. Existem 5,5 milhões de pessoas acometidas no Brasil; nos Estados Unidos atualmente existem 10 milhões de indivíduos com a doença e mais de 18 milhões têm massa óssea baixa (osteopenia); 80% dos acometidos são mulheres. Segundo a Organização Mundial de Saúde, um terço das mulheres brancas acima de 65 anos são portadoras de osteoporose. Tipos de Osteoporose  Tipo I – pós – menopausa;  Tipo II – Senil;  Secundária ao uso de medicamentos. Fatores de Risco         

Sexo feminino; Menopausa precoce; Idade avançada; Raça branca e amarela; Tabagismo; Alcoolismo; Baixa exposição solar; Dieta pobre em cálcio; Uso de medicamentos como: corticosteróides, heparina, anticoagulantes. Sintomas

A osteoporose é uma doença silenciosa, não apresentando sintomas até que aconteçam as fraturas ósseas. Os ossos que se quebram com maior facilidade são as vértebras, fêmur, costelas e ossos do punho. Como conseqüência das fraturas vertebrais, pode ocorrer diminuição da altura e alterações na postura, que determinam dores nas costas e deformidades da coluna como a corcunda. Algumas pessoas queixam-se de dores nas articulações.

19


Diagnóstico Se apresentar fatores de risco para o desenvolvimento de osteoporose, deve procurar o médico que fará o exame físico, que pode ser normal ou demonstrar, por exemplo, deformidades da coluna vertebral. O exame complementar atualmente solicitado para avaliar a osteoporose é a densitometria óssea. É um exame relativamente simples, com baixa exposição a radiação, e que não provoca dor ou desconforto.

Tratamento Existem vários medicamentos que podem ser empregados no tratamento da osteoporose. Podemos citar o uso da reposição hormonal, bifosfonatos, suplementos contendo cálcio, vitamina D e calcitocina. No tratamento com medicamentos a atuação se faz sobre a reabsorção óssea; a maioria dos agentes terapêuticos são anti-reabsortivos.  Cálcio: Aquisição do máximo de massa óssea e manutenção da saúde do osso; a principal fonte de cálcio na dieta é o leite e seus derivados.  Vitamina D: Favorece a formação e facilita a absorção intestinal do cálcio.  Exercícios: Fortalecem os músculos para que estes atuem sobre os ossos. Prevenção Como ainda não existe uma maneira eficaz de se reconstruir o esqueleto, a estratégia fundamental é a prevenção da osteoporose. Deve-se ter uma boa alimentação, particularmente ingestão adequada de cálcio e vitamina D.Deve-se procurar ter um estilo de vida saudável, evitando o álcool e fumo e praticando exercícios físicos. Atualidades Chegou ao Brasil, o primeiro de uma nova classe de medicamentos contra a osteoporose, o Fórteo. Ele é o único remédio capaz de estimular a formação óssea. O problema está no custo e na forma de administração do novo produto (o Fórteo só funciona como injeção). Alem disso, 28 dias de tratamento com Fórteo devem custar entre R$ 1.700 e 2.300 reais. Com os outros, os gastos não passam de 150 reais.

20


Hipertensão Arterial Por: Mayara Campêlo

_______________

Introdução

Nos últimos anos, ficou bem claro que a Hipertensão Arterial (HA) é um dos mais importantes fatores cardiovasculares conhecidos. No Brasil, por exemplo, quando se analisa a mortalidade dependente da HA, o acidente vascular cerebral aparece em primeiro lugar e a coronariopatia em segundo. Seguramente 60% da população com mais de 60 anos é hipertensa. Em geral, os homens apresentam maiores taxas hipertensivas relacionadas à idade do que as mulheres até os 60 anos. Depois da meia idade, as variações da pressão sistólica estão tão ou mais elevadas no sexo feminino do que no sexo masculino, devido a um aumento mais pronunciado da pressão sistólica das mulheres relacionado à idade. Até os 50 anos, a pressão diastólica é a mais importante, mas após essa idade, a pressão sistólica merece mais atenção como indicador prognóstico e a pressão de pulso ou pressão diferencial tem valor prognóstico idêntico à pressão sistólica Não é novidade para ninguém o fato da prevalência de hipertensão estar correlacionada com o excesso de peso, maior consumo de sal e ingestão exagerada de bebida alcoólica. Todavia, apesar de todos os estudos e campanhas educacionais em prol da prevenção e tratamento desse mal, não é difícil encontrar pessoas que tenham ou conheçam de perto a Hipertensão Arterial. Sabendo disso e tendo em vista que o controle dos níveis pressóricos é um dos mais delicados e complexos mecanismos que conhecemos desenvolvemos esse capítulo com o intuito de expor os assuntos pertinentes ao tema abordado e esclarecer suas dúvidas Ótima leitura e um excelente estudo! ______________

Conceito

A Pressão Arterial é definida por dois Níveis: a SISTÓLICA, que é o nível máximo no momento de ejeção (quando o coração se contrai para mandar sangue para o corpo) e a DIASTÓLICA, que é o nível mínimo no momento de fechamento da válvula aórtica (agora o coração está se enchendo de sangue). A Hipertensão Arterial ou Pressão Alta, como é mais conhecida, é a elevação da pressão arterial acima de um limite escolhido. Sendo assim, definiuse a Hipertensão como uma pressão sistólica média de no mínimo 140 mmHg e/ou uma pressão diastólica média de no mínimo 90 mmHg, baseadas em três mensurações da pressão arterial. Esses valores foram estabelecidos porque se verificou que acima deles há risco de comprometimento de órgãos-alvo!

Lembrar: PA= DC x RP[

21


____________

Fatores de risco

Rigidez da Aorta e dos grandes vasos Anotações:

_______________

O coração

Órgão muscular oco que se localiza no meio do peito, sob o osso esterno, ligeiramente deslocado para a esquerda. Em uma pessoa adulta, tem o tamanho aproximado de um punho fechado e pesa cerca de 400 gramas. Ele possui, como é possível ver na figura abaixo, 4 CAMARAS CARDÍACAS: 2 átrios (superiormente) e 2 ventrículos (inferiormente). O coração contrai e relaxa 70 vezes por minutos, em média. Ao se contrair gera uma pressão que vai impulsionar o sangue do ventrículo esquerdo para o corpo e do corpo até o átrio direito. Vejam:

Aumento do DC

22


Imagine uma pessoa de frente para você. Esse seria o interior do coração dela!

Nesse processo de envio e recebimento de sangue a pressão do sistema vascular tem que ser mantida dentro de limites muitos precisos, pois a corrente sanguínea deve chegar aos tecidos com os níveis pressóricos adequados de modo que as trocas ao nível dos capilares seja realizada corretamente. Quando, por diversas razões, a resistência ao fluxo sanguíneo (Resistência Vascular Periférica – RVP) aumenta teremos o aumento da pressão sanguínea e todas as suas consequências. ______________

Sinais e sintomas

Sinais: alterações do organismo de uma pessoa que podem ser percebidas através do exame médico ou medidas em exames complementares. Não é necessário que o paciente relate o sinal, pois outra pessoa pode identificá-lo. É uma característica objetiva da doença.

SINAIS

Sintoma Elevação da Pressão Arterial s: alterações do organismo relatadas pelo próprio paciente, de acordo com sua percepção de sua saúde. Apenas a pessoa consegue identificá-los, não sendo possível outra pessoa diagnosticar. É uma característica subjetiva, pois depende da interpretação do próprio paciente.

23


SINTOMAS CEFALÉIA TONTURA MAL ESTAR PALPITAÇÃO NICTÚRIA EPISTAXE

______

______________

_Diagnóstico

A avaliação da Pressão Arterial (PA) é geralmente baseada na média de duas ou mais leituras obtidas a cada duas ou mais visitas. Ela não deve ser diagnosticada com base em apenas uma única mensuração, a não ser que a Pressão Sistólica seja, maior que 210 mmHg ou a pressão diastólica seja maior que 120 mmHg. Recomenda-se que a aferição da PA seja realizada com o paciente sentado, com o braço desnudo e apoiado sobre um suporte que possa mantê-lo ao nível do coração. O procedimento deve ser realizado preferencialmente após 5 minutos de repouso e de 01h a 01h30min após alimentar-se, fumar e ingerir álcool ou cafeína.

______________

Classificação

A Hipertensão pode ser primária, resultado da interação genética e distúrbios ambientais, com desenvolvimento mais lento; ou secundária, decorrente de outra doença ou anormalidade.. Ou seja: a primária não ocorre por um fator X (você pode ouvir o termo “idiopática”) e sim porque o corpo do indivíduo já tem uma tendência a desenvolver a doença, tendência essa muitas vezes favorecida pelos hábitos que a pessoa adota- o chamado estilo de vida. Já a hipertensão secundária se desenvolve porque alguma coisa está acontecendo com o organismo, e dá para saber o que é! (ex.: problema nos rins, gravidez, tumores, etc.).

24


SAIBA MAIS: Pseudo-hipertensão: Pacientes mais idosos apresentam falsas leituras, com valores elevados, no esfigmomanometro, devido à complacência reduzida da parede arterial e ao excessivo enrijecimento dos vasos. Essa condição é comumente denominada de pseudo-hipertensão. Hipertensão por jaleco-branco: Nesse caso encontramos leituras elevadas no momento em que os pacientes são assistidos por profissionais da área médica trajando jaleco (também chamado de bata), mas as leituras tornam-se normais quando a aferição é feita fora do consultório ou em casa. ______________

Tratamento

O tratamento pode ser feito só com (1) medidas não-farmacológicas, traduzidas em modificação do estilo de vida, ou por essas modificações mais a (2) terapia medicamentosa. A decisão terapêutica varia de paciente para paciente e baseia-se nos diversos níveis pressóricos e nas complicações possíveis. Nunca é demais lembrar que todo e qualquer tratamento DEVE seguir a orientação do profissional adequado.

(1) Medidas não-farmacológicas

25

(2) Terapia medicamentosa


_________________________________________________________________Complicações A hipertensão arterial sistêmica é uma doença crônica de origem multifatorial que, quando não tratada e controlada adequadamente, pode levar a complicações: No sistema nervoso central podem ocorrer infartos, hemorragia e encefalopatia hipertensiva. No coração, pode ocorrer cardiopatia isquêmica (angina), insuficiência cardíaca, aumento do coração e, em alguns casos, morte súbita. Nos pacientes com insuficiência renal crônica associada sem ocorre nefroesclerose, No sistema vascular, pode ocorrer entupimentos e obstruções das artérias carótidas, aneurisma de aorta e doença vascular periférica dos membros inferiores. No sistema visual, há retinopatia que reduz muito a visão dos pacientes.

A hipertensão arterial ou pressão alta é um fator de risco muito traiçoeiro. Ataca silenciosamente, levando geralmente o paciente a sentir de imediato as consequências!

ANOTAÇÕES

26


Exercício Físico na Terceira Idade Por: Jessica Pernambuco

Introdução O processo de envelhecimento é caracterizado, como perda progressiva das funções em todos os aspectos do ser humano. Para que essas perdas surjam de maneira mais lenta é possível obter grandes resultados com a prática de exercícios físicos. A aceitação da velhice é essencial para melhorar a qualidade de vida. O ser humano na idade adulta não encontra tempo para fazer exercícios e nem para o lazer, com isso vários fatores negativos vão se acumulando e conseqüentemente serão manifestados na velhice. _______

O envelhecimento

O envelhecimento é tipicamente acompanhado por alterações fisiológicas progressivas, e por um aumento na prevalência de doenças, o que resulta em mudanças significativas em sua vida, levando-o até mesmo ao isolamento. Esse quadro de alterações pode resultar em perda de função, que sem intervenção adequada e em tempo hábil causa a institucionalização precoce dos idosos. É visto que, dentre as alterações relacionadas com a idade estão a instabilidade postural, a perda de força, diminuição da capacidade funcional, da flexibilidade e declínio da memória e do entendimento, que determinam no idoso certo grau de dependência, tendo relação direta com a perda de autonomia e dificuldade de realizar as atividades de vida diária, interferindo negativamente na sua qualidade de vida. _____

Exercício Físico no Idoso

Exercício físico é qualquer atividade física que mantém ou aumenta a aptidão física em geral e tem o objetivo de alcançar a saúde e também a recreação. A razão da prática de exercícios inclui: o reforço da musculatura e do sistema cardiovascular; o aperfeiçoamento das habilidades atléticas; a perda de peso e/ou a manutenção de alguma parte do corpo. Para muitos médicos e especialistas, exercícios físicos realizados de forma regular ou frequente estimulam o sistema imunológico, ajudam a prevenir doenças (como cardiopatia, doenças cardiovasculares, diabetes tipo 2, etc.) moderam o colesterol, ajudam a prevenir a obesidade, e outras coisas. Além disso, melhoram a saúde mental e ajudam a prevenir a depressão. Os exercícios físicos constituem uma medida eficaz para minimizar os efeitos das alterações fisiológicas decorrentes do processo de envelhecimento. Um idoso frágil e descondicionado, com limitações de força, equilíbrio e resistência, encontra dificuldades para realizar as mais simples atividades da vida diária como banhar-se e vestir-se; além de estar mais susceptível a quedas que podem resultar em fraturas e conseqüente imobilidade. Muitos dos déficits que vem com o avanço da idade são reversíveis, podendo o idoso melhorar esses problemas, com atuação do exercício físico em sua rotina diária. Muitas vezes, os idosos que sofrem de dores crônicas evitam os exercícios, com medo de que os sintomas piorem. Entretanto, um novo estudo indica que a prática de atividades físicas pode ser benéfica para pessoas com problemas musculoesqueléticos, ajudando a reduzir a dor e a melhorar a capacidade funcional e a qualidade de vida desses pacientes.

27


___

_ Benefícios do exercício físico no idoso

Alguns dos benefícios que o exercício físico traz: Melhora da velocidade de andar; Melhora do equilíbrio; Contribuição na manutenção e/ou aumento da densidade óssea; Ajuda no controle da diabetes, artrites, doença cardíaca; Melhora da ingestão alimentar; Diminuição da depressão. Uma das principais causas de acidentes e de incapacidade na terceira idade é a queda que geralmente acontece por anormalidades do equilíbrio, fraqueza muscular, desordens visuais, anormalidades do passo, doença cardiovascular, alteração cognitiva e consumo de alguns medicamentos. O exercício contribui na prevenção das quedas através de diferentes mecanismos: 1- Fortalece os músculos das pernas e costas. 2- Melhora os reflexos. 4- Melhora a velocidade de andar. 5- Aumenta a flexibilidade. 6- Mantém o peso corporal. 7- Melhora a mobilidade. 8- Diminui o risco de doença cardiovascular. Segundo dados científicos a participação em um programa de exercício leva à redução de 25% nos casos de doenças cardiovasculares, 10% nos casos de acidente vascular cerebral, doença respiratória crônica e distúrbios mentais. Talvez o mais importante seja o fato que reduz de 30% para 10% o número de indivíduos incapazes de cuidar de si mesmos, além de desempenhar papel fundamental para facilitar a adaptação a aposentadoria.

28


Idoso Frágil

Dificuldade para realizar tarefas simples do diadia

Quedas

Imobilidade

Alguns fatores são reversíveis, onde o exercício físico pode melhorar.

ANOTAÇÕES

29


Quedas Por: Mayara Câmpelo

_____________________________________________________________________Introdução Apesar de todo o avanço tecnológico e dos programas e campanhas de prevenção, os acidentes na terceira idade ainda são responsáveis pela morte de milhares de idosos anualmente. Pode-se citar como exemplos de acidentes fatais: as tragédias automobilísticas, as queimaduras, o envenenamento, a asfixia e AS QUEDAS Além da elevada taxa de mortalidade os acidentes, como as quedas, podem representar um marco na deterioração global no estado de saúde de um idoso, afetando imensuravelmente a sua qualidade de vida. As lesões acidentais que reduzem a mobilidade e a capacidade funcional podem dar início a uma série de consequências que podem acabar levando à morte devido a outras doenças. A incidência de quedas tende a ser como é de se esperar, proporcional à idade do individuo. Somada a este fato está a constatação de que aqueles que já passaram por um episódio de queda, em geral, sofrem recorrência. Por se tratar de uma evidência não menos importante, citamos que juntamente à morbimortalidade associada às quedas, existe outro fator que afeta adversamente a qualidade de vida do idoso. O MEDO de sofrer uma queda pode ocasionar uma restrição das atividades, tanto dentro quanto fora do ambiente doméstico, imposta pelo próprio idoso ou por seu cuidador. Acrescenta-se ainda que as famílias frequentemente citam episódios recorrentes de quedas como motivo para a admissão em lares de assistência. As quedas e as consequentes lesões resultantes constituem um problema de saúde pública e de grande impacto social enfrentado hoje por todos os países em que ocorre expressivo envelhecimento populacional. As restrições e internações decorrentes desse acidente afetam, indiscutivelmente, a autoconfiança e a dignidade do idoso. Portanto, este assunto requer muito de nossa atenção. Se a queda já fez ou faz parte da sua rotina, não se acanhe e seja bem-vindo a bordo.

Ótima leitura e um excelente estudo!

_______________ Conceito A definição de queda varia conforme o autor, mas segundo um conceito abrangente sobre “Quedas em idosos”, pode-se dizer que “queda é o deslocamento não intencional do corpo para um nível inferior à posição inicial com incapacidade de correção em tempo hábil, determinado por circunstâncias multifatoriais comprometendo a estabilidade.” 30


________________

Fatores de risco

As quedas resultam de uma complexa interação de fatores. De maneira geral, podemos classificar tais fatores nas seguintes categorias:(1)fatores instrísecos, que englobam mútiplas doenças e incapacidades sobrepostas às alterações fisiológicas da idade; (2)fatores extrínsecos,que compreendem características ambientais, na grande maioria das vezes modificáveis, que de uma forma ou de outra deixam os idosos mais vulneráveis às quedas. Além destes, observou-se que, aparentemente, as pessoas mais inativas e as mais ativas são as que têm maior risco decair, possivelmente pela fragilidade das primeiras e pelo grau de exposição ao risco das demais.Partindo-se desse ponto, portanto, ainda podemos falar em fatores comportamentais. (1) fatores instrísecos Idade Sexo feminino Alterações da propriocepção, diminuição dos reflexos sensitivos e motores Instabilidade postural Distúrbios da marcha e equilíbrio Condição clínica ( alterações cardiológicas, doenças cerebrovasculares) Hipotensão postural Sedentarismo Doenças osteoarticulares Declínio cognitivo Deficiência nutricional Estado psicológico Medicamentos

31


(2) fatores extrínsecos Irregularidade na superfície do solo Pouca iluminação Falta de barras de apoio Assentos sanitários baixos Prateleiras muito altas Escadas Pisos irregulares e/ou escorregadios Animais em casa Móveis em lugares inadequados Fios elétricos expostos Tapetes Degraus Banheiras

________________________________________________________________Fique por dentro!!

A estabilidade do corpo depende da recepção adequada de informações de componentes sensoriais, cognitivos, integrativos centrais e musculoesqueléticos, de forma altamente integrada. O efeito cumulativo de alterações relacionadas a idade, doenças e meio ambiente inadequado parecem predispor à queda.

__________________________________________________________________

Diagnóstico

As quedas são normalmente sub-relatadas nos idosos e isso é preocupante já que a vergonha, na verdade, não deveria estar no episódio de queda e sim na omissão de algo que ocorre bastante na terceira idade (e tem tratamento!). De qualquer forma, sabendo desta realidade, nós, estudantes e profissionais, devemos incluir perguntas sobre quedas como parte 32


da rotina e vocês, idosos, precisam responder adequadamente nossos questionamentos para que ambos os lados obtenham os resultados desejados. _______________

Classificação

A tentativa de planejar uma classificação uniforme para as causas das quedas nos idosos mostra-se uma tarefa difícil. As interações dos indivíduos idosos, das atividades e dos fatores ambientais podem variar de acordo com cada episódio. Desta forma, consideramos aqui na sua apostila a classificação etiológica das quedas. E o que quer dizer isso? Significa que consideraremos as quedas por causas intrínsecas e as quedas por causas extrínsecas (ver fatores de risco). _______________

Complicações

Tanto as próprias fraturas e suas sequelas quanto o medo de cair, podem levar à imobilidade e, com isto piorar a circulação (levando a tromboses), dificultar a respiração (resultando em pneumonias), e também facilitar a osteoporose com piora do condicionamento físico. Sendo assim, ocorre maior dificuldade para levantar-se sem auxílio e o idoso passa a ter a sua independência diminuída, com déficit ou paralisação no que se refere às suas Atividades de Vida Diárias e também maior probabilidade para a emersão de problemas psicológicos, só para citar exemplos. Trauma é a quinta causa de mortalidade na faixa etária maior que 65 anos, sendo a queda responsável por 70% das mortes acidentais em pessoas acima de 75 anos. Observa-se que muitas quedas necessitam de cirurgia e que quase metade das mortes segue-se a uma fratura de fêmur.

Fraturas mais comuns:

Fêmur

Úmero

Rádio

Costelas

Pelve

33


____________________________________________________________________Observação

______________

Tratamento

É comprovado que a intervenção sobre múltiplos fatores resulta em uma significativa redução do risco de quedas em idosos. Essa diminuição do risco é a consequência de um programa de tratamento envolvendo, por exemplo, treinamento de equilíbrio, força muscular, exercícios físicos, revisão de medicamentos e modificação ambiental. Ou seja, é justamente a análise global e individualizada do idoso por diferentes profissionais que parece surtir os melhores efeitos sobre o risco de quedas na terceira idade.

34


ANOTAÇÕES

35


Envelhecimento e sexualidade

Por: Adriana do N Carvalho

Introdução Envelhecer não significa enfraquecer, ficar triste ou assexuado. Entretanto, em nossa cultura, diversos mitos e atitudes sociais são atribuídos às pessoas com idade avançada, principalmente os relacionados à sexualidade,dificultando a manifestação desta área em suas vidas. O exercício da prática sexual, a menopausa, a disfunção eréctil, a rotina ou a falta de parceiros são fatores para o não exercício da mesma. A cultura, religião e a educação também influenciam na sexualidade. Para compreender a problemática da sexualidade nos adultos maduros e idosos (após os 50 anos de idade), é preciso levar em conta os fatores básicos que afetam o comportamento e a resposta sexual em qualquer idade: Saúde física; Preconceitos sociais; Autoestima; Conhecimento sobre sexualidade; Status conjugal. No momento histórico que estamos vivendo, observamos modificações profundas nos fenômenos sociais. A tendência demográfica atual no sentido do envelhecimento da população demanda que os conhecimentos sobre o funcionamento fisiológico e psicológico desta faixa etária sejam pesquisados. A feminilização no envelhecimento e algumas implicações na sexualidade Em função de menor mortalidade feminina, constata-se, pois, uma feminização no envelhecimento do segmento idoso. Verifica-se, também, que no envelhecimento reduz-se a proporção de mulheres casadas e há um aumento de viúvas. As idosas de hoje foram educadas num código de sexualidade ainda muito rígido. Submeteram-se a padrões de sexualidade claros ou implícitos quanto à regulamentação das relações sexuais indesejáveis – entre camadas sociais, raças ou faixas etárias diferentes. _____________________________________________________________Mudanças na Mulher • Secreção Vaginal - a velocidade da lubrificação e a qualidade produzida diminuem em nítido grau. • A vagina perde a capacidade de expansão do comprimento e da largura transcervical. • Os lábios menores perdem deposito do tecido adiposo, a proporção que os níveis hormonais diminuem, altera-se também a capacidade elástica destes tecidos.

36


• Os ovários diminuem progressivamente de tamanho. • O útero regride ao seu tamanho pré-pubere. • O endométrio e a mucosa do colo uterino se atrofiam. • O revestimento da parede vaginal se torna muito fina e atrófica. • A atividade secretória das glândulas de Bartholin é reduzida e a carência endócrina tem influência sobre a capacidade e o desempenho sexual. ____________________________________________________________Mudanças no Homem • O entumescimento do pénis é retardado, a ereção pode tornar-se flácida. • A elevação testicular e a engurgitacão são mínimas. • É necessário mais tempo para alcançar o orgasmo, que é de menor duração. • Diminuição do número de ereções noturnas e involuntárias. • Prolongamento do período refratário. • Retardamento da ejaculação. • Redução do liquido pré-ejaculatório. A sexualidade na velhice é um tema negligenciado pela medicina, pouco conhecido e menos entendido pela sociedade, pelos próprios idosos e profissionais de saúde. Assim, depois de conhecermos a sexualidade em todas as idades, podemos garantir que a questão de idade é um simples detalhe, e o que é visto como problema é a tal da sexualidade que envolve normas, valores, heranças, atitudes e comportamentos.

ANOTAÇÕES

37


Fisioterapia na Incontinência Urinária Por: Letícia Guedes

Introdução

É um evento comum do envelhecimento que se caracteriza pela perda involuntária de urina causando um problema social ou higiênico. O isolamento, a depressão, vergonha faz parte do quadro clínico das pessoas que sofrem com a incontinência urinária comprometendo o convívio social e causando transtornos a eles e os familiares. Predispõe a infecções perineais, genitais, do trato urinário, interrompe o sono e predispõe a queda causando constrangimento, depressão e risco de institucionalização. Muitas pessoas que tem o problema não procuram ajuda por vergonha ou por achar que é conseqüência normal do envelhecimento e que não existe tratamento. Mas existe sim tratamento para cada tipo de caso. As principais causas da incontinência são: infecções urinárias, efeitos colaterais de medicamentos, fraqueza dos músculos da região pélvica, obstrução da uretra por aumento da próstata, conseqüência de algumas cirurgias.

Incidência

Aumenta com a idade e é maior entre as mulheres do que entre os homens. Afeta 30% dos idosos da comunidade e 50% dos internados em asilos. Anatomia

Para manter a continência, em qualquer idade, é necessário que todo o sistema urinário esteja funcionando bem para estocar e eliminar a urina. Para melhor entender a incontinência urinária, é importante saber como funciona o sistema urinário e como nós controlamos a micção. A urina é formada por água e resíduos removidos do nosso corpo pelos rins. A urina é excretada pelos rins desce por um par de tubos, chamado ureter, até chegar à bexiga. A bexiga é um reservatório parecido com um balão que vai armazenar urina. Assim como um balão, a bexiga é elástica,podendo ser enchida e esvaziada.Na maioria das pessoas existe completo controle sobre esse armazenamento e esvaziamento,ou seja,a pessoa permite um enchimento de aproximadamente 400ml e depois esvazia a bexiga em um local adequado,sem que ocorra perdas. A urina é eliminada pela bexiga por um outro canal chamado uretra.

38


Para esvaziar a bexiga é necessário uma coordenação entre os músculos da bexiga e os músculos que fecham a uretra (como se fosse uma torneira).Estes músculos são chamados de esfíncteres e estão localizados na base da bexiga.Quando o esfíncter relaxa,ele libera a passagem de urina e ao mesmo tempo o músculo da bexiga contrai,expulsando a urina para fora da bexiga.Quando terminar de urinar os esfíncteres se fecham e a bexiga para de contrair. Caso não haja esse sincronismo de todo esse processo a micção se torna comprometida e levando ao problema de incontinência.

Classificação  Incontinência Urinária de Urgência Ocorre quando o paciente sente urgência em esvaziar a bexiga, mas não dá tempo de chegar ao banheiro, chegando a perder urina em quantidades moderadas a grandes. Tipo mais comum em pacientes idosos de ambos os sexos. Associada a hiperatividade do músculo detrusor. Os cálculos, os tumores o aumento da próstata, a doença de Parkinson, a demência e os tumores cerebrais são as causas mais frequentes. Quadro Clínico - Urgência para ir ao banheiro, frequência, Noctúria (necessidade de levantar a noite para ir ao banheiro), sensibilidade ao frio, infecções do trato urinário de repetição.  Incontinência de Esforço Perda involuntária de pequenas quantidades de urina, durante esforços com o abdômen tais como tossir, sorrir, levantar pesos, correr, pular. É o tipo mais comum em mulheres jovens e o segundo mais comum em mulheres idosas devido à fraqueza do assoalho pélvico que acontece pelo envelhecimento, multiparidade ou trauma cirúrgico. No homem ocorre após cirurgia de próstata radical ou após radioterapia. Quadro Clínico- Perda de urina aos pequenos, médios ou grandes esforços, os sintomas pioram progressivamente  Incontinência por Transbordamento Ocorre quando a bexiga não é esvaziada por longos períodos, ficando muito cheia que a urina simplesmente transborda.Isso pode acontecer quando há uma diminuição da sensibilidade da bexiga onde você não percebe que a bexiga esta cheia devido a uma fraqueza do músculo da bexiga ou alguma obstrução na uretra que dificulta o esvaziamento normal. A principal causa é o aumento da próstata ou a obstrução da uretra com isso sendo mais comum nos homens.  Incontinência Funcional Está relacionada à incapacidade do paciente em atingir o banheiro a tempo de evitar a perda de urina seja por limitações físicas, déficit cognitivo, limitações ambientais (iluminação inadequada, banheiro de difícil acesso) e idosos hospitalizados que não são prontamente atendidos podem tornar-se com o tempo incontinentes.

39


 Incontinência Mista É quando o paciente possui mais de um tipo de incontinência. Apresenta sintomas da incontinência urinaria de esforço e de urgência. _

Tratamento

Deve-se procurar um profissional especializado onde ele fará uma avaliação clinica através da historia do paciente, realizar o exame físico, análise da urina, exames complementares para ver o tratamento mais adequado para seu caso. O objetivo do tratamento pode não ser o de curar a doença, mas sim o de melhorar, prevenir suas complicações e consequentemente fornecer conforto e melhora da qualidade de vida ao paciente. As formas de tratamento variam para cada caso podendo variar desde mudança nos hábitos, fisioterapia, medicamentos ou até cirurgias. 1. Terapia comportamental e tratamentos conservadores: São orientações em relação ao funcionamento do sistema urinário e sugestões de mudanças comportamentais no hábito urinário como a não ingestão de líquido antes de dormir e tomar mais líquido durante o dia, fazer um diário miccional que ajuda o paciente a registrar os sintomas urinários, a quantidade de urina eliminada e a quantidade de líquido ingerido, reduzir o consumo de café e chá, bebidas alcoólicas e refrigerantes. 2. Medicamentos: Através de prescrição do médico e do tipo de incontinência que possui. 3. Cirurgias Depende do grau de incontinência e de outros fatores como riscos pela idade, problemas vasculares entre outros. E às vezes se a cirurgia pode até piorar o problema por isso só em ultimo caso deve-se fazer cirurgia e depois de consultar o medico e até ouvir a opinião de outros médicos para ver a necessidade

Fisioterapia Conscientização Perineal- O treinamento muscular deve ser iniciado com a conscientização da contração do assoalho pélvico. O paciente deve perceber a diferença de uma contração lenta para suporte dos órgãos como a bexiga e a uretra e da contração rápida para quando houver necessidade de ir ao banheiro ajudar a segurar a urina. Exercícios- A bola promove um retorno de imediato para o paciente, pois promove equilíbrio e correção postural.O benefício desses exercícios na bola é a forma sincrônica de trabalhar assoalho pélvico,abdômen,coluna e diafragma(respiração).

40


Sondas - Os aparelhos possuem sondas vaginais ou anais que tem como função fazer com que o paciente aprenda a contrair a musculatura podendo ser observado pelo paciente através do aparelho e observar o quanto de melhora ele esta tendo. Exercício de Kegel- São exercícios para contrair a musculatura da pelve. Podem ser realizados no dia a dia,durante atividades cotidianas como tomar banho,afazeres domésticos,no transito,assistindo TV,etc. Na posição sentada e com as mãos apoiadas na coxa realizar 4 series de 4 repetições 1- Respira lenta e profundamente; 2- Contrai os músculos da pelve 4 vezes e descansa 1 segundo entre cada contração;

3- Após 4 contrações descansa por 30 segundos; 4- Repetir a serie de 4 contrações por mais 3 vezes.

Cones Vaginais- São compostos normalmente por 5 ou 6 cones que variam de peso de 20 a 100 gramas. Serve para contrair corretamente a musculatura da pelve evitando que o abdômen seja contraído e fortalecimento dessa região durante os exercícios.

41


Alzheimer Por: Thiago Gonçalves

Introdução

O Alzheimer é a causa mais comum da grave e progressiva perda de memória recente e perda da habilidade de pensar em pessoas de meia idade e idosas. Foi Alois Alzheimer (1865 -1915), patologista alemão quem descreveu, em 1906, pela primeira vez essa demência ao acompanhar uma paciente de 51 anos. É causa mais frequente de demência no idoso e sua prevalência aumenta exponencialmente entre 65-69 anos. Ocorre em cerca de 1% da população entre 65-69 anos, em 15-20% após os 80 anos e em 40-50% após os 95 anos. O Alzheimer predomina em mulheres de idade mais avançada sendo um dos maiores problemas médicos e sociais da atualidade.

O que acontece com o Cérebro? Em algum período da doença, as células nervosas na parte do cérebro que controla a memória, o raciocínio e a capacidade de julgamento ficam danificadas, interrompendo-se assim as mensagens(sinapses) entre as células nervosas(neurônios). As mensagens são passadas por agentes químicos ou neurotransmissores. Faltaria um neurotransmissor especifico (acetilcolina) nos portadores do Mal de Alzheimer. Ocorre um encolhimento (atrofia) do córtex cerebral diminuindo a área de superfície cerebral. As alterações que ocorrem nas células nervosas, sinais da doença, são denominadas placas neuríticas ou emaranhados fibrilares.

Causas Sabemos que o Alzheimer torna-se mais comum com o aumento da idade, mas não se sabe que fatores desencadeiam as alterações que ocorrem no tecido cerebral. Essas alterações estão relacionadas ao envelhecimento, mas não fazem parte do processo normal do envelhecimento. Considera-se que o genes desempenham seu papel no desenvolvimento da maioria dos casos de Alzheimer. Essa doença, certamente não é infecciosa e nem é causado pelo pouco ou muito uso do cérebro.

Estágios da Doença Estágio Inicial: O primeiro estágio é, freqüentemente e incorretamente, rotulado pelos profissionais, parentes e amigos como “velhice” ou como parte integrante do processo de envelhecimento. Por ser a instauração da doença gradual, é difícil determinar exatamente quando começa. A pessoa pode: Apresentar dificuldade de linguagem; Ter perda significativa da memória (memória recente);

42


Ficar desorientada no tempo; Demonstra dificuldade em tomar decisões; Falta de iniciativa e motivação; Sinais de agressividade e depressão; Perda de interesse por hobbies e atividades.

Estágio Intermediário: Os problemas tornam-se mais evidentes e restritivos. O paciente tem dificuldade com tarefas diárias e: Pode não ser capaz de viver independente; É incapaz de cozinhar, fazer limpezas ou compras; Precisa de assistência para fazer a higiene pessoal, incluindo ir ao banheiro, tomar banho e lavar o rosto; Precisa de ajuda para se vestir; Tem cada vez mais dificuldade com a fala; Apresenta comportamentos anormais, como agressividade; Pode apresentar alucinações.

Estágio Avançado: Este estágio é de total inatividade e total dependência. A pessoa pode: Ter dificuldade de comer Não reconhecer parentes, amigos e objetos familiares; Ter dificuldade para entender e interpretar eventos; Ser incapaz de se localizar em volta da casa; Sofre incontinência urinária e intestinal; Ficar confinada a uma cadeira de rodas ou cama.

Esquecimento benigno(normal) O esquecimento benigno (normal) faz parte do processo de envelhecimento que começa na meia idade. O esquecimento normal é diferente no Alzheimer nos seguintes aspectos;

43


ESQUECIMENTO NORMAL

ALZHEIMER

Quando se esquece um nome, geralmente ele é lembrado mais tarde

Esquece da pessoa cujo nome estava tentando lembrar

Quando perde objetos, refazendo o percurso

Não se lembra onde esteve com o objeto pela última vez

sabe

Esquecimento de parte dos acontecimento como um todo

como

fatos,

encontrá-lo,

mas

não

o

Esquece totalmente acontecimentos recentes

O esquecimento envolve fatos de anos atrás muito mais do que os recentes

Geralmente esquece o que aconteceu há alguns minutos atrás

Repetem aos amigos histórias que já foram contadas muitas vezes

Repetem a mesma pergunta inúmeras vezes na mesma hora para a mesma pessoa

Tratamento O tratamento visa minimizar os sintomas, proteger o sistema nervoso e retardar o máximo possível a evolução da doença. Os inibidores da acetilcolinesterase, atuam inibindo a enzima responsável pela degradação da acetilcolina que é produzida e liberada por algumas áreas do cérebro. A deficiência de acetilcolina é considerada um dos principais fatores da doença de Alzheimer, mas não é o único evento bioquímico/fisiopatológico que ocorre. Como a depressão e ansiedade são um problema constante no Alzheimer é comum que os médicos prescrevam antidepressivos, como sertralina (Zoloft) e o citalopram (Cipramil). Os medicamentos antipsicóticos, como o haloperidol (Haldol), têm sido utilizados no intuito de facilitar os cuidados com o paciente, especialmente reduzindo as alucinações, a agressividade e distúrbios de humor. Cuidadores Conforme a doença avança aumentam as dificuldades para os familiares que se vêem tendo que cuidar, acompanhar e ajudar no tratamento de um familiar que não mais reconhece as pessoas e depende a maior parte do tempo do auxílio de alguém, até para realizar suas necessidades fisiológicas mais básicas. Os cuidadores são fundamentais para o tratamento do idoso com Alzheimer no ambiente domiciliar, mas nem todos os familiares estão preparados física e psicologicamente para conviver e cuidar de alguém que não os reconhece nem valoriza seus esforços. Por isso é importante o acesso às informações sobre a patologia e apoio psicossocial aos cuidadores. E o cuidador de paciente com Alzheimer frequentemente tem que lidar com irritabilidade, agressividade, mudanças de humor e de comportamento. É recomendado a participação do cuidador em programas de cuidado ao idoso com Alzheimer para esclarecer dúvidas sobre a doença, acompanhar o tratamento, dar apoio psicológico e social para atenuar o esgotamento e o estresse gerados pela convivência com uma pessoa que a cada dia vai precisar de mais cuidado e atenção no ambiente domiciliar.

44


Cognição no Envelhecimento Por: Nathalia Leite

Introdução A manutenção da eficácia cognitiva no envelhecer constitui-se em uma condição diferencial de qualidade de vida e de preservação da autonomia. Embora possa ser frequente a observação de declínio cognitivo entre idosos, não podemos concluir que isso seja inevitável ou inerente ao processo de envelhecimento. É necessário abordar esta questão sob uma perspectiva dinâmica em que se considere a ação de intrincados e numerosos fatores que atuam na vida do homem. O desenvolvimento da inteligência humana ocorre ao longo de todo o curso de vida sob a ação de fatores genéticos e epigenéticos. Implica em ganhos e perdas, preponderando os ganhos na infância e as perdas na velhice. O processo é multifuncional e multidirecional, de tal forma que as diferentes funções/ capacidades evoluem em ritmos e direções muito próprios, fazendo com que as diferenças individuais tendam a se ampliar com o avançar da idade. No envelhecimento saudável, apesar de existirem mudanças tais como a diminuição na velocidade de processamento das informações, o esperado é que a mente permaneça apta à aprendizagem, mantendo-se capaz de se adaptar aos estímulos. Contudo, ainda não temos sido capazes de proporcionar um envelhecimento saudável à maior parte da população. As mudanças biológicas associadas ao envelhecimento tornam o indivíduo mais frágil e, assim, propenso a doenças que podem atuar direta ou indiretamente, comprometendo suas capacidades cognitivas. Por outro lado, um número cada vez maior de idosos no mundo expressa vitalidade cognitiva, dentre estes alguns centenários que se tornam exemplos de que é possível manter um alto padrão de desempenho. Essas observações propiciam uma perspectiva de prevenção, ao sugerir que o declínio cognitivo possa ser evitado mesmo em idade avançada. Um grande número de pesquisas na década de 1990 analisou a influência de variáveis relacionadas ao estilo de vida e condições de saúde sobre o desempenho cognitivo. Nos últimos anos, têm sido identificados fatores de risco para declínio cognitivo potencialmente reversíveis.(Estes achados se somam às produções no campo da Psicologia do Envelhecimento e às descobertas em Neurociência e fornecem uma sólida base conceitual para o desenvolvimento de intervenções de otimização cognitiva para idosos. ______________________________________________________A Memória no envelhecimento A memória é uma complexa função mental que proporciona ao ser humano uma capacidade extraordinária de adaptação ao meio ambiente. Somos o que somos, em grande parte, em razão da expressão de nossa memória celular − genética −, aliada às aprendizagens advindas dos diferentes momentos de nossas vidas, conscientes e não conscientes, que se encontram arquivadas em nossos sistemas de memória. A perspectiva de perda de memória é, portanto, algo assustador, já que traz em si o temor à perda da própria identidade. Quando associada ao processo de envelhecimento, período em que se espera maior vulnerabilidade física e maior risco de comprometimento da autonomia, essa perspectiva pode ser devastadora.São esperadas mudanças sutis na cognição no envelhecimento saudável. Porém, a memória apresenta peculiaridades que a torna mais suscetível à ação de fatores que promovem sua ineficácia. A partir dos 40 anos 45


podem ser observadas pequenas mudanças na memória que tendem a se ampliar com o tempo. O modo com que o indivíduo lida com essa questão − interpretações, encaminhamentos −, suas condições de saúde e seu estilo de vida interferem sobremaneira na evolução de seu desempenho. Por outro lado, existe uma capacidade cognitiva de reserva que pode ser mobilizada para a manutenção ou aprimoramento do desempenho mnêmico e global em qualquer etapa do curso de vida. Contudo, essa capacidade de reserva ou plasticidade cognitiva é menor quanto maior a idade e encontra-se marcadamente comprometida nos processos neurodegenerativos. Esta observação tem sido utilizada como um parâmetro de avaliação, diagnóstico e prognóstico de transtornos cognitivos. O trabalho de otimização cognitiva ao mobilizar as capacidades de reserva oferece condições especiais para se inferir a plasticidade cognitiva, por exemplo, ao observar a aprendizagem de uma lista de palavras a partir do uso de mnemotécnicas. ________________________________________________Normalidade e transtornos cognitivos O conceito de cognição normal é pouco preciso, havendo várias possíveis definições. Destacam-se, no entanto, dois grupos de idosos que são classificados como normais. O primeiro é formado por indivíduos hígidos que vivenciam o que denominamos envelhecimento bem-sucedido. Um número ainda pequeno de idosos compõe este grupo e apresenta resultados semelhantes aos adultos jovens nos testes neuropsicológicos. O segundo é o grupo do típico idoso, constituído por indivíduos que apresentam comorbidades, e obtêm nos testes um desempenho de até 1dp inferior à média do adulto jovem. O termo AAMI - age-associated memory impairment (prejuízo cognitivo associado ao envelhecimento) é utilizado para denominar as mudanças ocorridas na cognição no envelhecimento normal. A compreensão dos transtornos cognitivos que afetam os idosos é considerada hoje uma prioridade nas pesquisas nesse campo. Estudos têm demonstrado que indivíduos portadores de prejuízo cognitivo leve MCI - mild cognitive impairment –apresentam maior risco de evoluir para demência. Desse modo, há grande interesse no desenvolvimento de intervenções de caráter preventivo para esse grupo.

__ ___________________________________________________Declínio Cognitivo Leve (DCL)

A cognição envolve todo o funcionamento mental como as habilidades de pensar, de perceber, de lembrar, de sentir, de raciocinar e de responder aos estímulos externos. Embora ocorram mudanças no desempenho cognitivo em alguns domínios com o envelhecimento, esses prejuízos não chegam a afetar a vida cotidiana dos idosos e seus familiares. Para um grande número de idosos as capacidades cognitivas permanecem preservadas embora se torne mais difícil armazenar e recuperar informações. Existe grande variabilidade intra e inter-individual no funcionamento cognitivo na terceira idade sendo possível o declínio em áreas diferentes e até mesmo o aperfeiçoamento em outras. 46


O declínio cognitivo leve (DCL) ou comprometimento cognitivo leve (CCL) trata-se de um declínio cognitivo maior do que o esperado para idade e escolaridade do indivíduo, mas que não interfere notavelmente nas atividades de vida diária. Pessoas com DCL podem permanecer estáveis ou voltar à normalidade ao longo do tempo, mas mais da metade progride para uma demência dentro de cinco anos. Sendo esta condição um estado de risco para demência, sua identificação pode levar a uma prevenção secundária pelo controle dos fatores de risco associados. ____________________________________Fatores associados ao declínio cognitivo em idosos O risco de desenvolvimento de declínio cognitivo tem sido associado a fatores intrínsecos e extrínsecos ao indivíduo. Têm-se destacado na literatura fatores tais como a baixa escolaridade, idade avançada, hipertensão arterial, história de acidente vascular encefálico, predominância em mulheres, associação com incapacidade funcional, comorbidades, pouco contato social, atividade intelectual pobre, tabagismo, viver sozinho, sedentarismo e saúde percebida negativamente. A depressão também se constitui em fator de risco, podendo preceder o desenvolvimento da demência ou coexistir com a doença. Estudos atuais têm demonstrado relações entre o estilo de vida e a capacidade cognitiva. Ao que parece certos estilos de vida têm potencial para proteger os idosos do declínio cognitivo. Os elementos mais estudados incluem o engajamento social, as redes sociais e o envolvimento em atividades mentais, de lazer e físicas. Foi investigado se a diversidade de opções de atividades de lazer contribuía nas habilidades cognitivas de idosos, os resultados indicaram Declínio cognitivo leve em idosos: fatores associados, avaliação e intervenção uma contribuição independente das atividades de lazer na predição do desempenho cognitivo, isto é, quanto mais atividades de lazer melhor o desempenho dos idosos em habilidades como a linguagem, a memória e a atenção.

____________________________________________________________________Demências A Demência não é apenas um tipo de doença, ela é considerada uma síndrome, ou seja, é um grupo de sinais físicos e sintomas que a pessoa apresenta, estando presente em várias doenças diferentes. Assim, como uma síndrome a Demência apresenta três características principais.

47


Características principais da Síndrome Demencial

Prejuízo da memória. Os problemas de memória podem ser desde um simples esquecimento leve até um prejuízo severo a ponto de não se recordar da própria identidade.

Problemas de comportamento. Normalmente se caracteriza por agitação, insônia, choro fácil, comportamentos inadequados, perda da inibição social normal, alterações de personalidade. Perda das habilidades. São as habilidades adquiridas durante a vida, tais como, organizar os compromissos, dirigir, vestir a roupa, cuidar da vida financeira, cozinhar, etc.

Os sintomas iniciais de Demência variam, mas a perda de memória em curto prazo costuma ser a característica principal ou única a ser trazida a atenção do médico na primeira consulta. Ainda assim, nem todos os problemas cognitivos nos idosos são devidos a Demência. Perguntas cuidadosas aos pacientes e aos familiares podem ajudar a determinar a natureza do comprometimento cognitivo e a estreitar o diagnóstico. Os sintomas mais comuns que aparecem nas Demências são: 1- Déficit de memória 2- Dificuldades de executar tarefas domésticas 3 - Problema com o vocabulário 4 - Desorientação no tempo e espaço 5 - Incapacidade de julgar situações 6- Problemas com o raciocínio abstrato 7- Colocar objetos em lugares equivocados 8- Alterações de humor de comportamento 9- Alterações de personalidade 10- Perda da iniciativa – passividade

48


Existem muitas doenças ou alterações orgânicas capazes de levar a um quadro demencial. Muitas dessas causas relacionadas à Demência são reversíveis, principalmente o uso prolongado de alguns medicamentos, como por exemplo, drogas usadas para hipertensão arterial, diuréticos, alguns hipnóticos. A depressão também pode esta associada à Demência (veja em Depressão no Idoso). Muitas vezes, diferenciar a Demência da depressão é uma tarefa difícil e que apresenta muitos obstáculos. Outras doenças relacionadas com a Demência são: doenças Vasculares do sistema nervoso central - SNC,doenças infecciosas, hipotireoidismo, deficiência de vitamina B12, Síndrome de Wernic-Korsacov, sífilis e HIV no SNC, doenças degenerativas do SNC, etc. ____________________________________________________________Tipos de Demências Doença de Alzheimer (DA) A Doença de Alzheimer (DA) é o tipo mais comum de Demência. As pessoas com algum tipo de prejuízo cognitivo representam 5-10% da população com 65 anos ou mais, e entre esses, mais de 50% dos casos são devidos a Doença de Alzheimer Demência Vascular A Demência Vascular é a segunda causa mais comum de Demência . Ela tende a apresentar um início um tanto mais precoce que a Doença de Alzheimer e, ao contrário da Doença de Alzheimer, os homens são mais freqüentemente afetados que as mulheres.O início da Demência Vascular é tipicamente súbito, seguido por um curso flutuante e gradativo, caracterizado por rápidas alterações no funcionamento, ao invés de uma progressão lenta. O curso, entretanto, pode ser altamente variável, e um início insidioso com declínio gradual também é encontrado. Demência Fronto-Temporal (DFT) A Demência Fronto-Temporal (DFT) apresenta um quadro clínico de deterioração mental progressiva com afasia grave (veja) e distúrbios comportamentais associados a degeneração (atrofia) temporal esquerda ou Fronto-Temporal. Sua evolução é rápida, em geral, deteriora em um ano mas, por vezes, chegando a 5-10 anos.Esse tipo de Demência é as vezes chamada de Complexo de Pick, e é caracterizada por atrofia do cérebro nas regiões frontal e temporal. Foram descritas várias patologias de base necessárias ao desenvolvimento desse tipo de Demência: Demência com Corpos de Lewy A Demência com Corpos de Lewy (DCL) ou doença difusa com corpos de Lewy, é cada vez mais reconhecida como uma causa freqüente da Demência no idoso. O quadro clínico típico de apresentação é de uma Demência flutuante, com déficits proeminentes de atenção, tarefas executivas frontais e habilidades visio-espaciais. Portanto, o perfil cognitivo tem tantas características frontais, quanto subcorticiais

49


____________________________________________________________Otimização Cognitiva A otimização cognitiva se baseia na concepção da teoria de curso de vida da psicologia do envelhecimento e comporta a noção de potencialidades e limites. Visa à conquista de uma renovada condição de equilíbrio entre perdas e ganhos para a manutenção da eficácia cognitiva. O trabalho desenvolvido na Oficina da Memória possui uma abordagem teórico-vivencial que prioriza a assimilação de conhecimentos metacognitivos e relativos a cuidados de saúde, além da estimulação de funções mentais, tais como a cognição, o afeto, a criatividade e a motivação. A otimização cognitiva se dá a partir dos mecanismos de Seleção, Otimização, Compensação e Automatização; da aquisição de conhecimentos metacognitivos; da construção de novas estratégias cognitivas e da melhoria das condições de saúde. Existem cursos e eventos com formatações distintas, definidas a partir do perfil dos participantes (nível de escolaridade; condições de saúde; status cognitivo; interesses, etc.). A Otimização Cognitiva, ao intervir a partir de uma abordagem multifatorial, vem se revelando como um caminho de prevenção e adiamento do declínio em atividades críticas do cotidiano, favorecendo a manutenção da autonomia e conquista de melhor qualidade de vida no envelhecimento.

ANOTAÇÕES

50


Saúde Bucal Por: Izabelle Ferreira

___Introdução Até mesmo quem escova e usa fio dental regularmente, pode ter alguns problemas específicos. Muitas pessoas na terceira idade usam dentaduras, tomam remédios e podem ter outros problemas de saúde no geral, interferindo assim, no corpo como um todo. A população idosa muitas vezes é acometida por diversos problemas bucais, como a xerotomia (boca seca),cáries de raiz,problemas nas pontes/próteses totais, doenças periodentais, lesões da mucosa bucal (candidíases,leucoplasias,etc).Então, é necessários cuidados e orientações específicas quanto a sua saúde bucal. Fatores de risco → Algumas enfermidades preexistentes do paciente idoso apresentam conseqüências bucais, para as quais se devem ficar atento. Dentre essas doenças podem-se citar a Artrite, o Diabetes e a Doença de Parkinson.

Muitos pacientes submetidos à terapia de câncer apresentam-se mal nutridos, com cicatrização alterada, perda da capacidade gustativa, diminuição da resistência às infecções, além de redução do fluxo salivar, o que pode provocar mucosites. Os pacientes com artrite apresentam perda da habilidade manual necessária para uma completa higiene bucal, e os diabéticos tem alta prevalência de xerostomia (boca seca), candidíase, cáries múltiplas e doença periodental. Assim como a artrite, a Doença de Parkinson afeta a capacidade do paciente de realizar uma completa higiene bucal. Devido a redução da quantidade de saliva, surge a famosa xerostomia (boca seca), a qual é comum em quem toma muitos medicamentos. No caso daqueles pacientes que sofreram radioterapia anticancerígena de cabeça e pescoço, uma diminuição do fluxo salivar ainda maior é observada e pode criar às cáries de radiação com uma exposição muito grande na região da raiz do dente, e por isto, é importante a participação dos dentistas antes dos tratamentos iniciarem. A “boca seca” também pode ser a causa de um aumento dos problemas na gengiva. O idoso deve consultar um dentista para que avalie sua condição bucal, e no caso da “boca seca”, sejam recomendados produtos que promovam bem estar, como por exemplo, a saliva artificial para lubrificação da boca durante e após as refeições. No caso seja constatada a diminuição da quantidade de saliva devido o efeito colateral dos medicamentos, o uso de limpador de língua, uma vez ao dia, ajuda a trazer de volta o gosto de certos alimentos que foi perdido com a xerostomia.

51


As cáries e os problemas com a raiz dos dentes são mais comuns em pessoas da terceira idade. Na boca existem bactérias que ficam juntas e formam a chamada “Placa bacteriana”. A “placa bacteriana” é uma película transparente que se forma sobre a superfície dos dentes e ao redor da linha das gengivas. Ela é composta por uma colônia de bactérias que decompõe o açúcar e os restos alimentares acumulados, produzindo ácidos que atacam os dentes e a gengiva. Por isso é importante escovar com um creme dental todos os dias e não deixar de ir ao dentista. Com o passar do tempo é normal haver retração gengival que expõe áreas do dente que não estão protegidas pelo esmalte dental. Estas áreas podem ser particularmente doloridas quando atingidas por alimentos e bebidas muito quentes ou frias. Nos casos mais severos, pode ocorrer sensibilidade com relação ao ar frio e a alimentos e líquidos doces ou amargos. Se seus dentes estiverem muito sensíveis, tente usar um creme dental apropriado. Se o problema persistir, consulte o dentista, já que esta sensibilidade pode indicar a existência de um problema mais sério, como por exemplo, cárie ou dente fraturado

As dentaduras tornam mais fáceis à vida de muitas pessoas da terceira idade, mas exigem cuidados especiais. Durante certo período de tempo, sua prótese precisará ser reajustada, refeita ou recolocada devido ao desgaste normal. Recolocar significa fazer uma nova base, mantendo os dentes existentes na prótese, também com o passar do tempo, sua boca muda naturalmente. Estas mudanças fazem com que sua prótese fique solta dificultando a mastigação e irritando a gengiva. Algumas dicas para cuidar de sua prótese: → Quando manusear sua prótese, coloque-a sobre uma toalha dobrada ou um recipiente fechado com água. As próteses são delicadas, e podem se quebrar se sofrerem uma queda; → Não deixe sua prótese secar. Coloque-a em uma solução de limpeza própria para próteses ou em água pura quando não estiver usando. Nunca use água quente, pois esta pode deformá-la; → Não dormir com a prótese, pois proporciona um relaxamento dos tecidos de suporte; → Escove sua prótese diariamente para remover resíduos de alimentos e a placa bacteriana, e evitar que fique manchada; → Escove suas gengivas, língua e palato todas as manhãs com uma escova de cerdas macias antes de colocar a prótese. Isto estimula a circulação em seus tecidos e ajuda a remover a placa; → Se tiver dentadura mas também tiver outros dentes, deve-se usar uma escova para dentadura e outra para os dentes naturais; → Visite seu dentista pelos menos uma vez por ano para uma avaliação. 52


ANOTAÇÕES

53


Nutrição no Processo de Envelhecimento Por: Adriana Carvalho

_____________________________

Introdução

Os números cada vez maiores de idosos e pessoas mais velhas, especialmente nas sociedades ocidentais, representam desafios para aqueles que se preocupam com o seu bemestar físico e emocional. É importante uma compreensão do papel da nutrição tanto precoce como tardia no retardamento ou modulação do processo de envelhecimento e na promoção do estado nutricional adequado para o idoso. ______________________________________________Fatores que afetam o estado nutricional Os idosos são uma população mais diversificada do que qualquer outro grupo etário e assim estão mais sujeitas ao risco de deficiência nutricional em situações de estresse ou problemas de assistência à saúde, pois os indivíduos têm capacidades e funcionamento amplamente variados. Um declínio na função dos órgãos normalmente acompanha o envelhecimento, especialmente nos mais idosos (com idade acima de 80 anos).

processo

de

Recomendação de ingestão diária de energia

Idosos –25 a 30 Kcal/Kg de peso/Dia

Dietas ricas em proteína podem ser menos bem digeridas e absorvidas no idoso. A ingestão diária recomendada de proteína é de aproximadamente 1g/ Kg de peso/ Dia. A associação Americana de Cardiologia e a Sociedade Americana do Câncer, entre outros, recomendam que os carboidratos da dieta constituam de 55 a 60% de calorias, com um aumento na proporção de carboidratos complexos para açúcares simples. É amplamente admitido que uma prudente dieta com 30% ou menos de calorias na forma de gordura (menos de 10% de ácidos graxos saturados, 10 a 15% monoinsaturados e não mais que 10% poliinsaturados). Estudos recentes demonstram que o aumento do consumo de fibra dietética correlacionase com taxas diminuídas de doenças cardíacas e certos tipos de câncer. Fibra também é incluída no regime para tratamento de uma variedade de doenças que afetam particularmente os idosos – constipação intestinal, hemorróidas, diverliculose, hérnia hiatal, varizes, diabetes mellitos, hiperlipiodemia e obesidade. Recomenda-se cerca de 25g/dia de fibra alimentar.

54


O equilíbrio hídrico é tão importante no idoso quanto em outros grupos etários. Contudo, merece atenção particular porque desidratação muitas vezes passa não ser reconhecida no idoso. Na ausência de problemas clínicos graves, o consumo de 30ml/kg/dia ou 1ml/kcal/dia. Vitaminas

Recomendação

Tiamina (B1)

1,2mg/dia/homem e 1,0mg/dia/mulher

Riboflavina (B2)

1,4mg/dia/homem e 1,2mg/dia/mulher

Ácido ascórbico (vit. C)

60mg/dia

Niacina (B5)

15mg/dia/homem e 13mg/dia/mulher

Vitamina B6

2mg

Folato (ácido fólico)

200microgramas/homem

e

180

mulher Vitamina B12

2microgramas

Vitamina D

10 microgramas (51 a 70 anos) e 15 para acima dos 70 anos

Vitamina A

1255 microgramas para maiores de 51 anos

Vitamina E

10mg/homem e 8mg/mulher

Vitamina K

80

microgramas/homem

e

65

microgramas/mulher

________________________________________________________Interação drogas-nutrientes Os nutrientes podem afetar a ação das drogas ao alterarem a digestão, absorção, distribuição, metabolismo e/ou excreção da droga. As drogas podem afetar o estado nutricional de diversas maneiras: efeitos sobre a ingestão de alimento, alteração da absorção de nutrientes, alteração do metabolismo e excreção de nutrientes. ________________________________________________Álcool e o estado nutricional do idoso O álcool é a droga mais comum usada pela população geral. Em grandes quantidades tomadas cronicamente, o estado nutricional global é adversamente afetado, incluindo apetite reduzido e absorção, metabolismo e excreção prejudicados de nutrientes.

55


Acidente Vascular Encefálico (AVE) Por: Jéssica Pernambuco

Introdução Conhecido popularmente como "derrame cerebral", o Acidente Vascular Encefálico é a terceira causa de morte em vários países do mundo e a principal causa de incapacitação física e mental. O cérebro possui um mecanismo que depende do fluxo sanguíneo adequado.

___________________________________________________________________Tipos de AVE Acidente vascular isquêmico ou infarto cerebral: Responsável por 80% dos casos de AVE. Esse entupimento dos vasos cerebrais pode ocorrer devido a uma trombose (formação de placas numa artéria principal do cérebro) ou embolia (quando um trombo ou uma placa de gordura originária de outra parte do corpo se solta e pela rede sanguínea chega aos vasos cerebrais). Ataques isquêmicos transitórios: como o próprio nome indica, corresponde a obstruções temporárias do sangue a uma determinada área do cérebro. Geralmente, originada do acúmulo de plaquetas agregadas em placas nas paredes dos vasos ou formação de coágulos no coração. Tem duração de poucos minutos e deve servir de alerta para que o paciente procure assistência médica imediatamente, pois nesses casos o risco de um AVE é iminente. Acidente vascular hemorrágico: o rompimento dos vasos sanguíneos se dá na maioria das vezes no interior do cérebro, a denominada hemorragia intracerebral. Em outros casos, ocorre a hemorragia subaracnóide, o sangramento entre o cérebro e a aracnóide (uma das membranas que compõe a meninge). Como conseqüência imediata, há o aumento da pressão intracraniana, que pode resultar em maior dificuldade para a chegada de sangue em outras áreas não afetadas e agravar a lesão. Esse subtipo de AVE é mais grave e tem altos índices de mortalidade. Fatores de Risco A maioria dos fatores de risco para AVE são passíveis de intervenção, portanto é possível se fazer um tratamento preventivo. A chamada prevenção primária. Entre os fatores de risco que podem ser modificados destacam-se: Hipertensão; Gênero; Diabetes; Tabagismo; Consumo freqüente de álcool e drogas; Estresse; Colesterol elevado; Doenças cardiovasculares, sobretudo as que produzem arritmias; Sedentarismo; 56


Doenças hematológicas. Anticonceptivos orais (“pílula”) Pessoas com mais de 55 anos possuem maior propensão a desenvolver o AVE. Características genéticas, como pertencer a raça negra, e história familiar de doenças cardiovasculares também aumentam a chance de AVE. Esses indivíduos portanto devem ter mais atenção e fazer avaliações médicas mais frequentes. Sinais e Sintomas Comum aos dois tipos: Dor de cabeça muito forte, de instalação súbita, sobretudo se acompanhada de vômitos. Fraqueza ou dormência na face, nos braços ou nas pernas, geralmente afetado um dos lados do corpo; Paralisia (dificuldade ou incapacidade de movimentação); Perda súbita da fala ou dificuldade para se comunicar e compreender o que se diz; Perda da visão ou dificuldade para enxergar com um ou ambos os olhos. AVE isquêmico: Tontura; Perda de equilíbrio ou de coordenação; Alterações na memória e da capacidade de planejar as atividades diárias, bem como a negligência. Neste caso, o paciente ignora objetos colocados no lado afetado, tendendo a desviar a atenção visual e auditiva para o lado normal, em detrimento do afetado. AVE hemorrágico: O que faço se tiver um AVE?

Náuseas; Dirigir-se com urgência ao Vômito, serviço de emergência do Confusão mental e, até mesmo, perda de consciência; hospital mais próximo para Sonolência; um diagnóstico completo e tratamento; Alterações nos batimentos cardíacos e freqüência respiratória; Eventualmente convulsões. Diagnóstico Exame Físico: O médico avalia o doente pedindo a este para realizar três tarefas: A primeira é sorrir para observar se alguma das faces está paralisada. Pede também para levantar os braços ao mesmo tempo e mantê-los. Se algum descair um pouco também pode ser sinal de AVE. Na terceira pede para este repetir uma frase. Se o doente não consegue pode ser outro indício de AVE.

57


______________________________________________________Exames Complementares Exames de imagem do crânio (cérebro), tomografia computadorizada, ressonância nuclear magnética, angiografia cerebral ;outros exames: ultrassonografia das artérias carótidas e vertebrais, etc. ___

Prevenção

- Mantenha a pressão arterial sob controle; - Evite o consumo de sal em excesso; - Modere a ingestão de bebidas alcoólicas; - Não fume; - Controle o peso; - Tenha uma alimentação saudável: evite gorduras e frituras, coma bastante frutas, verduras e fibras; - Pratique exercícios físicos regularmente; - Evite o estresse: faça atividades relaxantes como uma caminhada ao ar livre, conversar com amigos, passear com o cachorro. Tratamento Um importante avanço no tratamento do acidente vascular cerebral isquêmico foi o desenvolvimento de novas terapias capazes de dissolver o coágulo, como os trombolíticos, e restaurar o fluxo sangüíneo para o cérebro. Alguns tratamentos funcionam melhor se administrados até três horas após o início dos sintomas. O tratamento da hemorragia cerebral tambem é mais eficiente quando o paciente tem atendimento nas primeiras horas. Infelizmente, a maioria dos pacientes não chega ao hospital em tempo de receber essas formas de terapias. De qualquer modo, todo paciente deve ser encaminhado ao hospital o mais rapidamente possível, para receber tratamento apropriado. No AVE isquémico é administrado medicamentos trombolíticos para desfazer o coágulo sanguíneo e reverter ao máximo possível a isquémia. No hemorrágico se a hemorragia for pequena o organismo absorve o sangue. Se for extensa esta pode ser drenada, consoante o local onde se encontra. Em outros casos devido à quantidade de sangue e localização, não se pode atuar. ___________________________________________________________________Reabilitação O processo de reabilitação muitas vezes começa no próprio hospital, afim de que o paciente se adeque mais facilmente a sua nova situação e restabeleça sua mobilidade, 58


habilidades funcionais e independência física e psíquica. Esse processo ocorre quando a pressão arterial, o pulso e a respiração estabilizam, muitas vezes um ou dois dias após o episódio de Acidente Vascular Cerebral. Evitar: Espasticidade, rigidez nos músculos que pode provocar deformações que impedem o paciente de executar alguns movimentos. Essas deformidades formam-se quando o paciente permanece em posturas erradas devido à dificuldade de movimento. Outro aspecto de considerável importância, é a reintegração no indivíduo no convívio social, seja por meio de leves passeios, compras em lojas ou quaisquer atividades comuns à rotina normal do paciente. Essa orientação é fornecida pelo Terapeuta Ocupacional outro profissional muito importante na reabilitação do paciente.

ANOTAÇÕES

59


Nutrição na Diabetes Por: Thiago Gonçalves

Doença - O Diabetes Mellitus é um grupo de doenças metabólicas caracterizadas por níveis elevados de glicose no sangue (hiperglicemia) decorrentes dos defeitos na secreção e/ou na ação da insulina. As principais fontes dessa glicose são a absorção do alimento ingerido no trato gastrintestinal (GI) e a formação de glicose pelo fígado a partir das substâncias alimentares. - A insulina, um hormônio produzido pelo pâncreas, controla o nível de glicose ao regular a produção e o armazenamento de glicose. No estado diabético, as células podem parar de responder à insulina ou o pâncreas pode parar totalmente de produzi-la, isso leva à hiperglicemia, a qual pode resultar em complicações metabólicas agudas, como a cetoacidose diabética e a síndrome não-cetótica hiperosmolar hiperglicêmicas. - Os efeitos da hiperglicemia a longo prazo contribuem para a complicações macrovasculares (doença da artéria coronária, doença vascular cerebral e doença vascular periférica), complicações microvasculares crônicas (doença renal e ocular) e complicações neuropáticas (doença dos nervos). - Tipos de Diabetes Diabetes Gestacional: É a alteração das taxas de açúcar no sangue que aparece ou é detectada pela primeira vez na gravidez. Pode persistir ou desaparecer depois do parto. Diabetes Tipo 1 (Dependente de insulina): O diabetes Tipo 1 (DM1) é uma doença autoimune caracterizada pela destruição das células beta produtoras de insulina. Diabetes Tipo 2 (Dependente ou não de insulina): O problema está na incapacidade de absorção das células musculares e adiposas. Por muitas razões, suas células não conseguem metabolizar a glicose suficiente da corrente sangüínea. Esta é uma anomalia chamada de "resistência Insulínica". Há uma grande relação com a obesidade e o sedentarismo. Considerações Gerontológicas - Os níveis sanguíneos de glicose elevados parecem estar relacionados com a idade e ocorrem em homens e mulheres em todo mundo. Os níveis sanguíneos de glicose elevados comumente aparecem na quinta década de vida e aumentam em frequência com a idade crescente. Aproximadamente 10% a 30% das pessoas idosas apresentam hiperglicemia relacionada com a idade. Não se sabe o que provoca as alterações no metabolismo dos carboidratos relacionados com a idade. As possibilidades incluem: Dieta ruim Inatividade Física Diminuição da massa corporal magra na qual o carboidrato ingerido pode ser armazenado Secreção alterada de insulina Aumento no tecido adiposo, o que aumenta resistência a insulina.

60


Tratamento do Diabetes A principal meta do tratamento do diabetes consiste em normalizar a atividade de insulina e os níveis sanguíneos de glicose para reduzir o desenvolvimento de complicações vasculares e neuropáticas. Existem 5 componentes do tratamento do Diabetes. Exercício: o exercício diminui o nível de glicose no sangue ao aumentar a captação de glicose pelos músculos corpóreos e melhora a utilização de insulina. Monitoração: a automonitoração da glicemia frequente possibilita que as pessoas com diabetes ajustem o regime de tratamento para obter o controle ideal da glicose sanguínea. Terapia Farmacológica: na ausência de insulina adequada é essencial a terapia farmacológica. Terapia Nutricional: será abordado adiante. Educação: para aprender a equilibrar os múltiplos fatores citados acima.

Tratamento Nutricional - Nutrição, dieta e controle do peso constituem a base do tratamento do diabetes, o objetivo mais importante no tratamento dietético e nutricional do Diabetes é o controle da ingestão calórica total para atingir ou manter um peso corporal razoável e controlar os níveis sanguíneos de glicose. - RECOMENDAÇÕES GERAIS: Distribuir os alimentos em 5 a 6 refeições; Preferir os alimentos ricos em fibras como: verduras e legumes crus, frutas com casca e bagaço; Não deixar de fazer nenhuma refeição; Usar alimentos assados, cozidos ou grelhados; Evitar frituras; Mastigar bem os alimentos; Usar produtos dietéticos com cautela e sob orientação; Ler atentamente os rótulos dos produtos industrializados, verificando se contém açúcar (sacarose, glicose); Beber bastante água durante o dia (cerca de 8 copos /dia).

61


Saúde Mental/Depressão Por: Carolina Borges

Introdução Saúde Mental pode ser entendida como o equilíbrio psíquico que resulta da interação da pessoa com a realidade. Essa realidade é o meio circundante que permite à pessoa desenvolver suas potencialidades humanas, o que está estreitamente associado à capacidade de satisfação das suas necessidades. Daí podemos destacar um conceito fundamental, o da autonomia funcional, que é a capacidade que tem a pessoa de satisfazer suas próprias necessidades e de interagir com o meio ambiente de forma autônoma, ou seja, a capacidade da pessoa ser independente para realizar suas necessidades. Portanto, a pessoa idosa, ao tomar consciência dessa fase da vida que está vivendo, com todas as dificuldades e possibilidades que a envolve, e, consequentemente, a progressiva perda da autonomia funcional, pode ter dificuldades para manter esse equilíbrio com o meio ambiente. Aliado a isso, vivendo mais tempo as pessoas estão mais vulneráveis perante as dificuldades que vão surgindo e podem experimentar certas perdas tanto no campo afetivo (por exemplo, amigos que morrem, outros que ficam mais limitados para se locomoverem e consequentemente se encontrarem) como no cognitivo (por exemplo, no que diz respeito a reter novas informações). Nessa fase da vida, a pessoa necessita encontrar meios ou caminhos para se realizar. Também tem que desenvolver estratégias para se adaptar ao novo ritmo de vida, mudanças provenientes do contexto familiar, social e laboral e aproveitar suas habilidades e capacidades para poder lidar com as novas situações. Quando isso não ocorre, os idosos podem apresentar sintomas depressivos por não conseguirem superar as dificuldades existentes e não se adaptarem ao novo estilo de vida. Os sintomas depressivos estão entre as principais queixas dos idosos, seja na assistência ambulatorial, hospitalar, domiciliar ou em instituição de longa permanência. Além de frequentes, esses sintomas se relacionam a uma série de prejuízos a essa população, como perda de capacidade funcional, das interações sociais e do desempenho cognitivo. A depressão é um problema médico grave e altamente prevalente na população geriátrica, estando entre as principais doenças mentais que atingem os idosos. Tem sido apontada como um problema de saúde pública que afeta um em cada seis idosos tratados na atenção básica.

Depressão: conceitos Define-se depressão como um conjunto de alterações comportamentais, emocionais e de pensamento, com alterações de humor, redução do interesse pelas coisas, queda de energia e/ou desânimo e anedonia (insensibilidade aos eventos prazerosos e hipersensibilidade aos eventos desprazerosos).

62


A depressão é, principalmente entre os idosos, uma doença com importantes repercussões sociais e individuais, devido ao fato de afetar não somente o convívio social, impossibilitando uma rotina de vida satisfatória, mas também pelas suas repercussões clínicas importantes. A depressão leva ao isolamento social e está relacionada a uma maior mortalidade e diminuição da qualidade de vida e da auto-estima, principalmente em idosos. Além disso, o idoso muito comumente é portador de diversas doenças crônicas relacionadas a manifestações depressivas como, por exemplo, doença cerebrovascular e doença reumatóide. A melhora dos sintomas depressivos está relacionada a uma melhora da qualidade de vida dos idosos. O acúmulo de perda física (de funcionalidade ou saúde), com simultaneamente a perda de uma pessoa querida, perda de um papel social (aposentadoria), perda dos atrativos sexuais, da força e da autonomia, de uma posição socioeconômica, perda da cognição para entender essas emoções, pode ser determinante de uma resposta depressiva. O idoso tem menos capacidade de se adaptar a estresses emocionais e de suportar enfermidades do que o jovem. Essa perda de adaptação emocional poderia decorrer de um conjunto de fatores como menor capacidade cognitiva, falta de expectativa de futuro, acúmulo de diversas perdas simultâneas exaurindo a capacidade de fazer frente a estressores, presença simultânea de dor junto com a enfermidade, desamparo fantasiado ou real simultâneo com a enfermidade, diminuição dos recursos econômicos nesta fase da vida, medo da morte.

Causas e Fatores de risco para depressão As causas de depressão podem ser divididas em: - Biológica: perda de neurônio, diminuição de neurotransmissores e genética - Psicossociais: diminuição da renda, modificações no papel social, luto, perda de parentes e amigos, doenças físicas incapacitantes e/ou dolorosas, aposentadoria, perda do status social, solidão e abandono, mudança de ambiente, internações em clínicas, afastamento de filhos e netos, diminuição da capacidade física e mental, dificuldade de mobilização, perda da acuidade visual e auditiva, ambiente externo hostil e confinamento. - Polipatologias: outras doenças associadas - Polifarmacologia: uso de vários medicamentos A depressão está associada a inúmeros fatores, sendo que os mais indentificados e que aumentam o risco são: sexo feminino, idade avançada, viuvez, baixo nível de escolaridade, problemas financeiros, aposentadoria e perda de papéis sociais, condições de moradia (violência, trânsito, saneamento, transporte), suporte social (pouco ou nenhum contato com amigos, vizinhos ou familiares), eventos de vida estressores (perda de parceiro, doenças incapacitantes, perda da capacidade cognitiva e institucionalização), modificações no arranjo familiar (por exemplo, o casamento dos filhos) histórico psiquiátrico prévio, comorbidades psiquiátricas (ansiedade), personalidade, distúrbios do sono (insônia ou hipersônia), presença de doenças crônicas (pressão alta, artrose, diabetes, doença cardíaca, doenças pulmonares), maior número de sintomas de dor, abuso de álcool e uso de medicamentos. 63


A depressão e a doença física estão relacionadas, sendo necessária essa observação no tratamento do idoso, e isso ocorre devido a uma redução das reservas funcionais, às alterações no mecanismo de equilíbrio e nos diversos sistemas orgânicos, além de um grande número de medicamentos utilizados, que deixam o idoso vulnerável frente à depressão. A ocorrência de enfermidades neurológicas evidentes ou subclínicas, como Parkinson, doença cerebrovascular, demência de todos os tipos bem como enfermidades clínicas como alterações da tireóide e hipovitaminoses e anemia têm sido implicadas como determinante biofisiológico de depressão. Alguns fármacos como anti-hipertensivos, antiparkinsonianos e benzodiazepínicos podem contribuir para uma síndrome do humor

Sintomas de depressão Os principais sintomas de depressao são: humor depressivo, irritabilidade desproporcional, anedonia, apatia, desinteresse, desmotivação, diminuição da auto-estima e da autoconfiança, tristeza, vazio, insegurança, sentimentos de culpa, falta de vontade ou cansaço excessivo, lentificação do pensamento e do discurso, falta de concentração, indecisão, queixas de falta de memória, agitação, avaliações negativas acerca de si mesmo, do mundo e do futuro, aumento desproporcional das preocupações, aumento ou diminuição do apetite, diminuição da libido, sintomas físicos difusos e alterações do sono.

Diagnóstico e tratamento da depressão O diagnóstico da depressão se baseia na história clínica, nos antecendentes afetivos pessoais e familiares, bem como no julgamento de elementos sociopsicológicos associados. Se no mínimo cinco dos seguintes sintomas estiverem presentes durante o período de duas semanas, o idoso provavelmente será portador da doença: 1.Humor deprimido na maior parte do dia; 2. Acentuada diminuição do interesse ou prazer em todas ou quase todas as atividades na maior parte do dia; 3. Perda ou ganho significativo de peso sem estar em dieta (mais do que 5% do peso corporal em um mês) ou diminuição ou aumento do apetite; 4. Insônia ou hiperinsônia; 5. Agitação ou retardo psicomotor; 6. Fadiga ou perda de energia; 7. Sentimentos de inutilidade ou culpa excessiva ou inadequada; 8. Capacidade diminuída de pensar ou concentrar-se, ou indecisão; 64


9. Pensamentos de morte recorrentes (não apenas medo de morrer), ideação suicida recorrente sem um plano específico, tentativa de suicídio ou plano específico para cometer suicídio; O tratamento é realizado com medicamentos antidepressivos e psicoterapia. É importante lembrar que, hoje em dia constitui um papel chave no tratamento da depressão, a educação do idoso em relação à importância da prática de exercícios regulares e das técnicas de redução do estresse, como relaxamento, meditação e ioga. A literatura médica tem publicado uma série de artigos que demostram efeitos dos exercícios físicos na depressão e sintomas depressivos. Estudos realizados na Universidade de Vermont, nos Estados Unidos, comprovaram que a euforia proporcionada pelas endorfinas durante a atividade física perdura 12 horas, ou seja, praticar exercícios também melhora o humor dos indivíduos. Os autores sugerem atividades aeróbicas com duração de 30 minutos e frequência de quarto vezes por semana. A caminhada e a corrida são os exercícios mais prescritos para idosos deprimidos.

Como prevenir a depressão e ter uma boa saúde mental O grau de flexibilidade, de ajustamento, de adaptação, inter-relacionado com o suporte social, posição econômica, trajetória de vida e o próprio conceito de si mesmo vão delinear distintas formas de envelhecer. Considerar o processo de envelhecimento como um processo de desenvolvimento, que exige aprendizagem , adaptação, participação e, eventualmente, ajuda, é encarar a vida de forma construtiva, fazendo face aos problemas que vão surgindo, preservando e promovendo a autonomia possível, não somando apenas as perdas e as dimensões de capacidade físicas ou intelectuais, mas dinamizando ao máximo os aspectos positivos. É preciso que o idoso seja estimulado a promover as capacidades existentes, a promover o autocuidado, a auto-estima e a relação com os outros. As habilidades cognitivas, tais como estar atento, pensar e recordar, assim como vários aspectos de personalidade e comportamento (humor, motivação e estilo de enfrentamento), exercem importantes papéis na determinação de como uma pessoa se adapta às alterações físicas que acompanham o envelhecimento e as mudanças nos papéis sociais e expectativas que tipificam a idade avançada. Uma das formas de retenção por mais tempo das habilidades de abstração, atenção e memória é dedicar-se a tarefas que exijam guardar informações como fazer palavras cruzadas, estudar outros idiomas, repassar aos familiares e amigos notícias que assistiu ou ouviu na imprensa, não perder o vínculo com amigos, participar de eventos sociais, estar em contato com outras pessoas, ou seja, estar atento ao que se passa a sua volta. Pesquisas revelam que atividades físicas e sociais têm efeitos preventivos e terapêuticos sobre as reações ao estresse e doenças. O papel dos familiares é estimular e facilitar que estes exercícios possam ser executados. Os grupos de convivência, realizados em centros comunitários, paróquias, associações e clubes, vêm tendo cada vez mais adesão e têm sido uma boa alternativa para pessoas de todas as classes sociais. Desenvolvem-se várias atividades como ginástica, dança, yoga, oficinas de

65


artesanato, organizam-se passeios turísticos, promovem bailes, caminhadas ou simplesmente reúnem-se para conversar, trocar idéias. Pessoas que frequentam esses grupos sentem-se mais felizes, pois muitas vezes se veêm capazes de realizar algo que nunca fizeram. Essas atividades fora do ambiente familiar, compartilhadas por pessoas de uma mesma geração, facilitam as emergências de experiências comuns e maior aproximação inter-pessoal. É importante para o idoso mater laços afetivos não só com a família, mas também com a comunidade, com seus semelhantes, para evitar a perda da vivência social que levaria ao isolamento. O lazer nessa idade é fundamental para prevenir estados depressivos, ampliar rede de comunicação, elevar auto-estima na medida em que promovem um senso de valorização pessoal, auxilia a reitengração do idoso à sociedade, pois ele se sente fazendo parte de um grupo. Aumenta o senso de auto-eficácia, importante para ajudar o idoso a manejar situações de perdas pessoais e financeiras, comuns nessa faixa etária. A pessoa idosa precisa acreditar em si própria, redescobrir sua identidade e assumir-se com as alterações inerentes a sua faixa etária, aceitando as perdas da velhice, mas percebendose com possibilidades de continuar integrada ao seu contexto, com condições de produtividade social e de desenvolver novos interesses e oportunidades de continuar aprendendo e experimentando situações novas. Sentindo-se aceita, amada, compreendida em suas limitações e anseios, terá maior motivação para superar dificuldades de ordem financeira, física, emocional e cognitiva e para encontrar alternativas em si própria e no meio, que a levem a manifestar sua capcidade de atualização para a manutenção de seus propósitos de vida. Mesmo que as condições externas não lhe sejam favoráveis, há recursos internos que podem ser potencializados para esse fim.

ANOTAÇÕES

66


Envelhecimento Ativo: Uma Política de Saúde Por: Nathalia Leite

Introdução Um em cada 10 habitantes do planeta já tem mais de 60 anos. Quase 40% pessoas com 80 anos e mais. Em 2050, prevê-se que o número de pessoas com 100 anos e em pleno vigor físico e mental será surpreendente. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no Brasil, até 2020 a população idosa irá compor um contingente estimado em 31,8 milhões de pessoas. Esse segmento populacional, ao crescer 15 vezes no período entre 1950 e 2020 (em contraste com a população total que terá crescido apenas cinco vezes), situará no Brasil como o sexto país do mundo em termos de massa de idosos. As profundas transformações no âmbito político-social, geradas pela mudança no perfil etário da nossa população, trazem muitos desafios para a sociedade, onde tudo deve ser repensado, com a perspectiva de uma revisão do papel social e da imagem do idoso, criando condições para libertá-lo do preconceito e da marginalização resgatando sua dignidade, propiciando-lhe boa qualidade de vida e convertendo as suas reivindicações em conquistas que possam preparar o caminho para um futuro melhor para todas as idades. Esta perspectiva constitui referência da PNI Política Nacional do Idoso, ao ter como uma de suas principais diretrizes a promoção do envelhecimento saudável, para a qual são previstas ações integradas nas diversas áreas sociais. A referida política é considerada um exemplo dentre as experiências atuais de promoção da saúde no Brasil. Promover o envelhecimento saudável é tarefa complexa que envolve a conquista de uma boa qualidade de vida e o amplo acesso a serviços que possibilitem lidar bem com as questões do envelhecimento. Sendo assim o termo saúde refere-se ao bem-estar físico, mental e social, como definido pela OMS Organização Mundial de Saúde. Por isso, em um projeto de envelhecimento ativo, as políticas e programas que promovem saúde mental e relações sociais são tão importantes quanto àquelas que melhoram as condições de saúde. A promoção da saúde, como vem sendo entendida nos últimos 20-25 anos, representa uma estratégia promissora para se enfrentar os múltiplos problemas de saúde que afetam as populações humanas. Partindo de uma concepção ampla do processo saúde-doença e de seus determinantes, propõe a articulação de saberes técnicos e populares e a mobilização de recursos institucionais e comunitários, públicos e privados para seu enfretamento e resolução. O fato de a avaliação de qualidade de vida depender de valores e ideais mutantes no tempo e no espaço faz com que seja expressa com desejo, prazer, ou satisfação em relação às condições disponíveis para a adaptação das pessoas e grupos sociais. O que quer dizer, evidentemente, não é que a passagem do tempo, em si mesma, seja uma causa do envelhecimento, mas que as mudanças que caracterizam o envelhecimento dos pontos de vista físico, psicológico e social são referenciadas à passagem do tempo individual e social. Marcar o tempo, ou seja, registrar os eventos da vida individual ou social, segundo um critério convencionado é, aliás, um indicador poderoso do grau de desenvolvimento dos indivíduos e dos grupos humanos. Em segundo lugar, a dificuldade com a definição do termo velhice diz respeito à natureza própria desse fenômeno que sabemos é multidimensional e multidirecional, isto é, relativo a aspectos físicos, sociais e psicológicos do organismo, cujo processo de degeneração começa em diferentes momentos da vida. 67


O Envelhecimento ativo é o processo de otimização das oportunidades de saúde, participação, e de segurança, com o objetivo de melhorar a qualidade de vida à medida que as pessoas ficam mais velhas. O envelhecimento ativo aplica-se tanto a indivíduos quanto a grupos populacionais. Permite que as pessoas percebam o seu potencial para o bem-estar físico, social e mental ao longo do curso da vida, e que essas pessoas participem da sociedade de acordo com suas necessidades, desejos e capacidades: ao mesmo tempo, propicia proteção, segurança e cuidados adequados, quando necessários. A palavra ativo refere-se à participação contínua nas questões sociais, econômicas culturais, espirituais e civis, e não somente à capacidade de estar fisicamente ativo ou de fazer parte da força de trabalho. As pessoas mais velhas que se aposentam e aquelas que apresentam alguma doença ou vivem com alguma necessidade especial podem continuar a contribuir ativamente para seus familiares, companheiros, comunidades e países. O objetivo do envelhecimento ativo é aumentar a expectativa de uma vida saudável e a qualidade de vida para todas as pessoas que estão envelhecendo, inclusive as que são frágeis, fisicamente incapacitadas e que requerem cuidados. Manter a autonomia e independência durante o processo de envelhecimento é uma meta fundamental para indivíduos e governantes. Além disto, o envelhecimento ocorre dentro de um contexto que envolve outras pessoas – amigos, colegas de trabalho, vizinhos e membros da família. Esta é a razão pela qual interdependência e solidariedade entre gerações (uma via de mão-dupla, com indivíduos jovens e velhos, onde se dá e se recebe) são princípios relevantes para o envelhecimento ativo. Expectativa de vida saudável é uma expressão usada como sinônimo de expectativa de vida sem incapacidades físicas. Enquanto a expectativa de vida ao nascer permanece uma medida importante do envelhecimento da população, o tempo de vida que as pessoas podem esperar viver sem precisar de cuidados especiais é extremamente importante para uma população em processo de envelhecimento. _____________________________Principais doenças crônicas que afetam os idosos Doenças cardiovasculares (tais como doença coronariana); Hipertensão; Derrame; Diabetes; Câncer; Doença de Alzheimer; Doença pulmonar obstrutiva crônica; Doenças músculo-esqueléticas (como artrite e osteoporose); Doenças mentais (principalmente demência e depressão); Cegueira e diminuição da visão. Conforme os indivíduos envelhecem, as doenças não-transmissíveis (DNTs) transformam-se nas principais causas de morbidade, incapacidade e mortalidade em todas as regiões do mundo, inclusive nos países em desenvolvimento. As DNTs, enfermidades típicas da 3ª idade, são caras para os indivíduos, as famílias e o Estado. Mas muitas DNTs podem ser evitadas, ou pelo menos 68


adiadas. Não prevenir ou controlar as DNTs de forma apropriada irá resultar em enormes custos humanos e sociais, que irão absorver uma quantidade desproporcional de recursos que poderiam ter sido destinados a problemas de saúde de outras faixas etárias. ________________________________________Fatores determinantes do envelhecimento ativo A saúde e a qualidade de vida dos idosos, mais que em outros grupos etários, sofrem a influência de múltiplos fatores físicos, psicológicos, sociais e culturais. Assim, avaliar e promover a saúde do idoso significa considerar variáveis de distintos campos do saber, numa atuação interdisciplinar e multidimensional. O envelhecimento ativo depende de uma diversidade de fatores determinantes que envolvem indivíduos, famílias e países. A compreensão das evidências que temos sobre esses fatores irá nos auxiliar a elaborar políticas e programas que obtenham êxito nessa área. Qualidade de vida na velhice é uma avaliação multidimensional referenciada a critérios sócio normativos e intrapessoais, a respeito das relações atuais, passadas e prospectivas entre o individuo maduro ou idoso e o seu ambiente. A qualidade de vida na velhice dependente de muitos elementos em interação constante ao longo da vida do individuo. Isto é, depende das condições físicas, ambiente, das condições oferecidas pela sociedade, relativas à renda, saúde, educação formal e informal: da existência de redes de relações de amizade e de parentesco, do grau de urbanização e das condições de trabalho; das condições biológicas propiciadas pela genética, pela maturação, pelo estilo de vida e pelo ambiente físico. A cultura é um fator determinante transversal dentro da estrutura para compreender o envelhecimento ativo. A cultura que abrange todas as pessoas e populações modela nossa forma de envelhecer, pois influencia todos os outros fatores determinantes do envelhecimento ativo. Os valores culturais e as tradições determinam muito como uma sociedade encara as pessoas idosas e o processo de envelhecimento. Quando as sociedades atribuem sintomas de doença ao processo de envelhecimento, ela tem menor probabilidade de oferecer serviços de prevenção, detecção precoce e tratamento apropriado. A cultura é um fator chave para que a convivência com as gerações mais novas na mesma residência seja ou não o estilo de vida preferido. Para promover o envelhecimento ativo, os sistemas de saúde necessitam ter uma perspectiva de curso de vida que vise à promoção da saúde, prevenção de doenças e acesso eqüitativo a cuidado primário e de longo prazo de qualidade. Os serviços sociais e de saúde precisam ser integrados, coordenados e eficazes em termos de custos. Não pode haver discriminação de idade na provisão de serviços e os provedores destes devem tratar as pessoas de todas as idades com dignidade e respeito. A promoção da saúde é o processo que permite às pessoas controlar e melhorar sua saúde. A prevenção de doenças abrange a prevenção e o tratamento de enfermidades especialmente comuns aos indivíduos à medida que envelhecem, por exemplo: a vacinação de idosos contra gripe proporciona uma economia de 30 a 60 dólares em tratamento por cada dólar gasto em vacinas. Os serviços de saúde mental, que desempenham um papel crucial no envelhecimento ativo, deveriam ser uma parte integral na assistência em longo prazo. Deve-se dar uma atenção especial aos sub-diagnósticos de doença mental (especialmente depressão) e às taxas de suicídio entre idosos. Fatores psicológicos que são adquiridos ao longo do curso da vida têm uma grande influência no modo como as pessoas envelhecem. A auto-eficiência (a crença na capacidade de exercer controle sobre sua própria vida) está relacionada às escolhas pessoais de

69


comportamento durante o processo de envelhecimento e à preparação para a aposentadoria. Saber superar adversidades determina o nível de adaptação a mudanças, como a aposentadoria, e a crises do processo de envelhecimento (privação e o surgimento de doenças). Homens e mulheres que se preparam para a velhice e se adaptam a mudanças fazem um melhor ajuste em sua vida depois de 60 anos. A maioria das pessoas ficam bem humorada à medida que envelhece e, em geral, os idosos não diferem muito dos jovens no que se refere capacidade de solucionar problemas. O lazer é o conjunto de ocupações as quais o indivíduo pode entregar-se de livre vontade, seja para repousar, seja para divertir-se, recrear-se, e entreter-se, ou ainda, para sua informação ou formação desinteressada, sua participação social voluntária ou livre capacidade criadora após se livrar ou desembaraçar das obrigações profissionais, familiares e sociais, reunindo as três funções do lazer: descanso; divertimento, recreação e entretenimento; desenvolvimento pessoal. O bem-estar psicológico reflete na avaliação pessoal sobre as três áreas precedentes,da capacidade do individuo para adaptar-se às perdas e de sua capacidade de recuperar-se de eventos estressantes do curso de vida individual e social, tais como desemprego, doenças, desastres, motes em família, violência urbana, crises econômicas, guerras e da sua capacidade para assimilar informações positivas sobre si mesmo. _____________________________________Fatores comportamentais determinantes Adoção de estilos de vida saudáveis e a participação ativa no cuidado da própria saúde são importantes em todos os estágios da vida. Um dos mitos do envelhecimento é que é tarde demais para se adotar esses estilos nos últimos anos de vida. Pelo contrário, o envolvimento em atividades físicas adequadas, alimentação saudável, a abstinência do fumo e do álcool, e fazer uso de medicamentos sabiamente podem prevenir doenças e o declínio funcional, aumentar a longevidade e a qualidade de vida do individuo. A participação em atividades físicas regulares e moderadas pode retardar declínios funcionais, além de diminuir o aparecimento de doenças crônicas em idosos saudáveis e doentes crônicos. Por exemplo, uma atividade física regular e moderada reduz o risco de morte por problemas cardíacos em 20 a 25% em pessoas com doenças do coração diagnosticadas. Também pode reduzir substancialmente a gravidade de deficiências associadas à cardiopatia e outras doenças crônicas. Os problemas de alimentação em todas as idades incluem tanto a desnutrição (mais frequente, mas não exclusivamente, nos países menos desenvolvidos) como o consumo excessivo de caloria. Nos idosos, a desnutrição pode ser causada pelo acesso limitado a alimentos, dificuldades sócio-econômicas, falta de informação e conhecimento sobre nutrição, escolhas erradas de alimento (alimentos ricos em gordura, por exemplo), doenças e uso de medicamentos, perda de dentes, isolamento social, deficiências cognitivas ou físicas que inibem a capacidade de comprar comida e prepará-la, situações de emergência e falta de atividade física. A promoção da saúde oral e programas de prevenção de cáries, para estimular as pessoas a manterem seus dentes naturais, precisam começar ainda cedo e continuar ao longo da vida. Devido à dor e pior qualidade de vida associadas aos problemas de saúde oral são necessários serviços básicos de tratamento dental e também serviços especializados como os de prótese.

70


_____________________________Fatores relacionados ao ambientes físico e social Ambientes físicos adequados à idade podem representar a diferença entre a independência e a dependência para todos os indivíduos, mas especialmente para aqueles em processo de envelhecimento. Moradia e vizinhança seguras e apropriadas são essenciais para o bem estar do jovem e do idoso. Pra este, a localização, incluindo a proximidade de membros da família, serviços e transporte podem significar a diferença entre uma interação social positiva e o isolamento. A queda de pessoas idosas é uma causa crescente de lesões, custos de tratamento e morte. Os obstáculos dos ambientes que aumentam os riscos de queda incluem pouca iluminação, pisos irregulares ou escorregadios e a falta de corrimão para apoio. Estas quedas ocorrem freqüentemente no ambiente da casa e podem ser evitadas. As conseqüências das lesões sofridas em uma idade mais avançada são mais graves do que entre pessoas mais jovens. Pra lesões da mesma gravidade, os idosos experimentam mais incapacidade, período de internação mais longo, extensos períodos de reabilitação, maior risco de dependência posterior e de morte. Pode-se prevenir a grande maioria das lesões; entretanto, a percepção tradicional de que sejam acidentes, resultou em uma negligencia histórica nessa área de saúde pública. Água limpa, ar limpo e acesso à alimentação segura são particularmente importantes para a maioria dos grupos populacionais vulneráveis, ou seja, crianças, idosos e aqueles com doença crônica e sistema imunológico comprometido. O apoio social a oportunidades de educação, aprendizagem permanente, paz, proteção contra a violência e maus tratos são fatores essenciais do ambiente social que estimulam a saúde, participação e segurança, à medida que as pessoas envelhecem. Solidão, isolamento social, analfabetismo e falta de educação, maus-tratos e exposição a situações de conflito aumentam muito os riscos de deficiências e morte precoce. Violência e maus-tratos contra o idoso: Os idosos frágeis ou que vivam sozinhos podem se sentir particularmente vulneráveis a crimes como furto ou agressão. Uma forma bastante comum de violência (especialmente contra mulheres) é o abuso do idoso, cometido por membros da família ou acompanhantes formais bem conhecidos da vitima. Os maus-tratos contra idosos ocorrem em famílias de todos os níveis econômicos. Sua escalada aumenta com mais frequência em sociedades que experimentam problemas econômicos e desorganização social quando a taxa de crime e exploração tende a crescer. Educação e alfabetização: Os baixos níveis de instrução e o analfabetismo estão associados a maiores riscos de deficiência e morte durante o processo de envelhecimento, assim como os altos índices de desemprego. A educação em idade mais jovem, combinada com oportunidades de aprendizado permanente, pode ajudar as pessoas a desenvolverem as habilidades e a confiança que precisam para se adaptar e permanecer independentes à medida que envelhecem. Como os mais jovens, os cidadãos mais velhos necessitam de treinamento em novas tecnologias, especialmente na agricultura e comunicação eletrônica.O aprendizado individual, mais prática e ajustes físicos (como o uso de caracteres impressos maiores) podem compensar a diminuição na acuidade visual, na audição e na memória de curto 71


prazo. Os idosos podem e devem permanecer criativos e flexíveis, e o aprendizado entre gerações preenche a lacuna entre as diferenças de idade. __________________________________________Fatores econômicos determinantes Três aspectos do ambiente econômico têm um efeito particularmente relevante sobre o envelhecimento ativo: a renda, o trabalho e a proteção social. Renda: As políticas de envelhecimento ativo precisam se cruzar com projetos mais amplos para reduzir a pobreza em todas as idades. Os pobres de todas as idades apresentam um risco maior de doenças e deficiências e os idosos estão particularmente vulneráveis. Muitos idosos, especialmente as mulheres vivem sozinhos ou em áreas rurais sem renda certa ou suficiente. Estes fatores afetam seriamente seu acesso a alimentos nutritivos, moradia adequada e cuidados de saúde Proteção social: Em todo o mundo, as famílias providenciam a maior parte do auxilio para idosos que precisam de ajuda. Contudo, à medida que as sociedades se desenvolvem e a tradição de convivência entre as gerações no mesmo ambiente começa a mudar, os países são cada vez mais chamados a desenvolverem mecanismos que dêem proteção social a idosos incapazes de ganhar a vida e que estejam sozinhos e vulneráveis. Nos paises em desenvolvimento os idosos que precisam de assistência tendem a confiar na ajuda da família, em transferências de serviços informais e em economias pessoais. Há pouquíssimos programas de serviço social nesses locais e, em alguns casos, redistribui-se a renda para minorias da população menos carentes. Trabalho: Em todo o mundo, se mais pessoas pudessem ter o quanto antes em sua vida, oportunidades de trabalho digno (com remuneração adequada, em ambientes apropriados, e protegidos contra riscos), iriam chegar à velhice ainda capazes de participar da foca de trabalho. Assim, toda a sociedade se beneficia. Em todas as partes do mundo, há um aumento do reconhecimento da necessidade de se apoiar à contribuição ativa e produtiva que idosos podem dar e fazem no trabalho formal, informal, nas atividades não-remuneradas em casa e em ocupações voluntárias. ________________________________Programas e políticas de envelhecimento ativo A Política Nacional do Idoso objetiva-se a criar condições para promover a longevidade com qualidade de vida, colocando em prática ações voltadas, não apenas para os que estão velhos, mas também para aqueles que vão envelhecer, bem como lista as competências das várias áreas e seus respectivos órgãos. A implantação dessa lei estimulou a articulação dos ministérios setoriais para o lançamento, em 1997, de um plano de ação governamental para Integração da Política Nacional do Idoso. São nove os órgãos que compõem este Plano: Ministérios da Previdência e Assistência Social, da Educação, da Justiça, Cultura, do Trabalho e Emprego, da Saúde, do Esporte e Turismo, Transporte, Planejamento e Orçamento e Gestão. Uma abordagem de envelhecimento ativo para o desenvolvimento de políticas e programas tem o potencial de reunir muitos dos desafios inerentes ao envelhecimento individual e populacional. Quando políticas sociais de saúde, mercado de trabalho, emprego e educação apoiarem o envelhecimento ativo, teremos provavelmente: Menos mortes prematuras em estágios da vida altamente produtivos; A percepção do estado de saúde pelo próprio idoso tem sido considerada um bom marcador de risco de mortalidade, independentemente da carga objetiva de morbidade;

72


Menos deficiências associadas às doenças crônicas na Terceira Idade; Mais pessoas com uma melhor qualidade de vida à medida que envelhecem; À medida que envelhecem, mais indivíduos participando ativamente nos aspectos sociais, culturais, econômicos e políticos da sociedade, em atividades remuneradas ou não, e na vida doméstica, familiar e comunitária; Menos gastos com tratamentos médicos e serviços de assistência médica. Nesse contexto, com o objetivo de produzir material informativo e suporte técnico à mobilização da sociedade para a promoção da saúde, a Secretaria de Vigilância em Saúde reproduziu o documento “Envelhecimento Saudável – Uma Política de Saúde”, elaborado pela Unidade de Envelhecimento e Curso de Vida da Organização Mundial de Saúde (OMS) como contribuição para a Segunda Assembléia Mundial das Nações Unidas sobre Envelhecimento realizada em abril de 2002, em Madri, Espanha. Portanto a saúde deve ser vista a partir de uma perspectiva ampla, resultado de um trabalho intersetorial e transdisciplinar de promoção de modos de vida saudável em todas as idades. Cabe aos profissionais da saúde liderar os desafios do envelhecimento saudável para que os idosos sejam um recurso cada vez mais valioso para suas famílias, comunidades e para o país

ANOTAÇÕES

73


____________________________________________________________________Referências Bibliografia ANDRADE, M. A. de; SILVA, M. V.S. da; FREITAS, O. de. Assistência farmacêutica como estratégia para uso racional de medicamentos em idosos, 7ª Ed...25, n.1 2009.Farmacologia,Penildon Silva. BRUNER E SUDDARTH. Tratado de enfermagem médico-cirúrgico, 10º edição, Guanabara koogan, 2005. CAYTON, H. et al. Tudo sobre doença de alzheimer: respostas as suas dúvidas. Ed. Andrei. CUPPARI, Lilian. Guia de Nutrição – Nutrição Clínica do Adulto. p. 61.

FREITAS, E. V. de. Tratado de geriatria e gerontologia. 2. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006. liv, [34], 1573 p. ISBN 8527711990 (enc.). GWYTHER, Lisa P. Cuidados com portadores da doença de alzheimer: um manual para cuidadores e casas especializadas. LUNA, R.L; SABRA, A. Medicina da família - Saúde do adulto e do idoso. Ed. Guanabara, 2006. LUNDY-EKMAN, L. Neurociência: fundamentos para a reabilitação. Rio de Janeiro: Elsevier, 2004. 477p. ISBN 8535213651 (broch.) MARQUES, A. P.; Kondo, A. A fisioterapia na osteoartrose: uma revisäo da literatura. Rev. bras. reumatol;38(2):83-90, mar.-abr. 1998. NERI, A. L. ; Yassuda, M. S. ; Cachioni, M. , Velhice bem-sucedida: aspectos afetivos e cognitivos, Campinas, Ed. Papirus, 2004, ISBN 8530807359, 224pg NETO, A. C. , Psiquiatria Para Estudantes de Medicina, Porto Alegre, Ed.EDIPUCRS, 2003, ISBN 8574303704, 944 pg. Programa Geron, Entendendo as queixas do idoso, Porto Alegre, Ed. EDIPUCRS, 2003, ISBN 8574303976, 526 pg PERRACINI, M. R. ;Fló,C. M. Funcionalidade e Envelhecimento.Fisioterapia: Teoria e Prática Clínica.São Paulo:Guanabara Koogan,2009 RABELO,D. F.Revista Mineira de Ciências da Saúde.Declínio cognitivo leve em idosos: fatores associados, avaliação e intervenção. ano 1, n. 1, Minas: UNIPAM, (1): 56-68, 2009. REICHEL, W. Guanabara,2001.

Assistência ao idoso - Aspectos Clínicos do envelhecimento. n.5.Ed.

RFO, v. 13, n. 2, p. 82-86, maio/agosto 2008. 82. Odontogeriatria – a saúde bucal na terceira idade 74


SCHWANKE, C.H.A., Atualizações em geriatria e gerontologia, v.1: abordagens multidimensionais e interdisciplinares, Porto Alegre, Ed. EDIPUCRS, 2008, ISBN 8574308064, 175 pg SHYLS. Tratado de Nutrição Moderna na Saúde e na Doença. p. 931-941. Sociedade Brasileira de diabetes Disponível em STOKES, Maria. Neurologia fisioterapeutas. São Paulo: Premier, 2000. xiv, 402 p. ISBN 8586067237 (broch.).

para

Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia. Associação Médica Brasileira e Conselho Federal de Medicina. Quedas em idosos: Prevenção, 2008. TERRA, N. L. , Doenças Geriátricas e Exercícios Físicos, Porto Alegre, Ed. EDIPUCRS, 2010, ISBN 853970012, 188 pg TERRA, N. L. ; Dornelles, B. , Envelhecimento bem-sucedido, 2ed, Porto Alegre, Ed. EDIPUCRS, 2002, ISBN 8574303089, 530 pg. Sites: http://apps.einstein.br/revista/arquivos/PDF/746-Einstein%20Suplemento%20v6n1%20pS7-12.pdf http://artigosedownloads.blogspot.com/2010/08/o-envelhecer-diferenca-entre.html http://boasaude.uol.com.br/lib/ShowDoc.cfm?LibDocID=3683&ReturnCatID=1777 http://www.brevesdesaude.com.br/ed01/incontinencia.htm http:/www.cuidardeidosos.com.br http:/www.colgate.com.br http://direitodoidoso.braslink.com/10/saude018.htm http://www.efdeportes.com/efd76/mulheres.htm http://www.enkyo.org.br/SaudeNaoTemIdade/Envelhecimento_locomotor%20%20Dr%20David.pdf http://fisiodoula.blogspot.com/2009/03/exercicios-de-kegel.html http:/www.gineco.com.br/osteopor.htm http://www.google.com.br/imgres?imgurl=http://img.mercadolivre.com.br/ http://www.incontinencia.med.br/ http:/www.medicinageriatrica.com.br http://nutricao.diabetes.org.br/livros-e-manuais http://www.oficinadamemoria.com/producoes/pa003.asp http:/www.oglobo.com/saude/terceiraidade http://www.osteoartrose.com.br/os_entenda.php http:/www.osteo.com.br http:/www.osteoporose.med.br http://www.perineo.net/conteudo/cones-vaginais.php http://www.psiqweb.med.br/site/?area=NO/LerNoticia&idNoticia=115 http://pt.wikipedia.org/wiki/Mal_de_Alzheimer http://www.publisaude.com.br/portal/artigos/enfermagem/promocao-do-envelhecimentosaudavel.html http://www.revistamedicaanacosta.com.br/12%282%29/artigo_4.htm

75


76


Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.