TAKESEVEN

Page 1

TakeSeven nº1 - novembro 2013

www.takeseven.com.br

Especial Mestres do Renascimento - CCBB Fique por dentro da exposição que reuniu os melhores artistas do século XVI ARTISTA DO MÊS

Milla Jovovich Saiba mais sobre a atriz, modelo e cantora mais sexy da atualidade E mais: Releituras de obras pelo fotógrafo Mark Abouzeid EDIÇÃO DE LANÇAMENTO* - FILMES DA IDADE MODERNA *distribuição gratuita

boneco revista.indd 1

27/11/2013 15:05:51


boneco revista.indd 2

27/11/2013 15:05:51


EDITORIAL

A

Editorial

TakeSeven foi elaborada para os amantes da sétima arte, que além de trazer mensalmente uma lista com os melhores filmes de um determinado gênero, aborda também especiais com atores e matérias especiais relacionadas com o cinema ou os elementos que compõem um filme. Como parte de sua identidade visual, o logotipo da revista surgiu com a junção das palavras Take(tomada de cinema) e Seven(sete, fazendo referência ao cinema, considerado a sétima arte. Com relação as cores utilizadas, o Ilustração amarelo associa elegência e vivacidade as páginas da revista e o preto e branco, além de ser um contraste clássico, remete as cores das claquetes utilizadas nas tomadas dos filmes. Sobre as listas dos filmes abordados na revista, são escolhidos 5 longas metragens que se encaixem no gênero proposto naquele mês pela revista, e são feitas resenhas para situar o leitor sobre o filme e deixá-lo curioso para assistir.

Carta ao leitor

SOBRE O AUTOR

TakeSeven O melhor da sétima arte em suas mãos. Quem somos

Projeto Gráfico: Gabriel Siqueira Revisão: Gabriel Siqueira Diagramação e Design: Gabriel Siqueira Logotipo: Gabriel Siqueira Ilustrações: Gabriel Siqueira

GABRIEL SIQUEIRA - 19 ANOS ESTUDANTE DE COMUNICAÇÃO VISUAL NA ESCOLA TÉCNICA ESTADUAL CARLOS DE CAMPOS, E JOGOS DIGITAIS PELA FACULDADE DE TECNOLOGIA DE CARAPICUÍBA. APAIXONADO POR CINEMA, E PELO UNIVERSO GEEK EM GERAL, FÃ DE MÚSICA POP E JOGOS DE AÇÃO E TERROR PSICOLÓGICO. Fotografia do autor da revista

Agradecimentos

CITAÇÃO FAVORITA: “A VIDA É ASSIM, VAMOS FAZENDO, PORQUE DEUS DISSE, FAÇA POR ONDE QUE TE AJUDAREI” - INÊS BRASIL

boneco revista.indd 3

27/11/2013 15:05:51


boneco revista.indd 4

27/11/2013 15:05:52


7

8

ARTISTA DO MÊS - MILLA JOVOVICH

ESPECIAL RENASCIMENTO - CCBB

10

16

TOP 5 - FILMES DA IDADE MODERNA

RELEITURAS - MARK ABOUZEID

boneco revista.indd 5

27/11/2013 15:05:53


Sinta -se COMO UMA

OBRA DE

ARTE Rose Crush A NEW FRAGRANCE BY PACO RABANNE

boneco revista.indd 6

27/11/2013 15:05:53


MESTRES DO RENASCIMENTO CCBB

A

pós o sucesso em São Paulo, com mais de 317 mil visitantes em 79 dias, o CCBB Brasília recebe entre os dias 12 de Outubro a 5 de Janeiro de 2014 a exposição Mestres do Renascimento: Obras-primas italianas. São 57 obras de um dos mais influentes movimentos artísticos da história da humanidade. A mostra inédita apresenta um panorama do florescimento cultural dos séculos XV e XVI, que, marcado pela revalorização da cultura clássica, apresentou ao mundo mestres como Rafael, Ticiano, Tintoretto, Leonardo da Vinci e Michelangelo. São inúmeras obras de grandes mestres do Renascimento presentes na exposição, como o Cristo benedicente (Cristo abençoando), de Rafael, Morte diLucrezia (Morte de Lucrecia), de Giovanni Bazzi dito Il Sodoma, Sacra Famigliacon una santa (Sagrada Família com uma santa), de Andrea Mantegna, Annunciazione de Giovanni Bellini, dentre outras obras-primas.A exposição tem curadoria da historiadora da arte Cristina Acidini, superintendente para o Patrimônio Histórico, Artístico e Etno-antropológico e para o Museu da Cidade de Florença.

GIROLAMO DA BRESCIA Ritratto di gentiluomo con flauto, c. 1540 Retrato de um cavalheiro com flaut

II BRONZINO Ritratto di dama, 15251530 - Retrato de dama

Mestres do Renascimento: Obras-primas italianas é um projeto da Base7 Projetos Culturais, idealizado pela Start e com coordenação geral da Civita.

7 boneco revista.indd 7

27/11/2013 15:05:54


ARTISTA DO MÊS

MILLA JOVOVICH Saiba mais sobre a atriz que interpretou Milady De Winter em Os Três Mosqueteiros.

boneco revista.indd 8

27/11/2013 15:05:54


M

illa Jovovich, cujo verdadeiro nome é Militza Natasha Jovovich nasceu em 17 de dezembro de 1975 em Kiev na Ucrânia. É ao mesmo tempo modelo, cantora, atriz e estilista. Milla cresceu em uma família constituída por seu pai, pediatra servo, e sua mãe, uma atriz russa. Por cinco anos, moraram na Califórnia. Após o divórcio de seus pais, seguido da infidelidade de seu pai que teve um filho ilegítimo com a amante, a jovem encontrou-se obrigada a viver em Londres, onde seu pai trabalhava, e na Rússia, onde vivia a mãe. Em 1986, posou para a objetiva do fotógrafo Richard Avendon, para a campanha publicitária de produtos cosméticos da célebre Revlon. Paralelamente à vida de top model, Milla tentou a carreira de atriz aos treze anos. Em 1988, começou a gravar para a televisão as séries “Parker Lewis can’t loose” e “Married…with children” e conseguiu o papel de Samantha no drama “Toque da sedução“, seu primeiro filme. Ela emendou uma regravação do papel da célebre atriz Brooke Shields no filme “De volta à lagoa azul“, em 1991. Dois anos depois, ela apareceu em “Chaplin” de Richard Attenborough e “Jovens, loucos e rebeldes” de Richard Linklater. Ela não se tornou uma estrela, reconhecida internacionalmente até 1997 em seu papel principal em “O quinto elemento” de Luc Besson, com quem se casou em 1998. Ele ofereceu a ela um outro papel principal em 1999, em seu filme “Joana d’Arc“. Mas em junho do mesmo ano, o casal se desfaz. Famosa por esses dois papéis, ela continuou sua carreira no cinema com aparições em “O hotel de um milhão de dólares“, de Wim Wenders, em 2000 e a comédia “Zoolander” de Ben Stiller, em 2001. Ela foi escolhida também para rodar a adaptação do célebre filme do jogo “Resident Evil“, bem como suas continuações, em 2004, 2007, 2010 e 2012. Sempre no registro de ficção científica, ela fez “Ultravioleta” de Kurt Wimmer. Em 2009, ela atuou em “A trilha” de David Twohy. Ela apareceu também no thriller psicológico “Homens em fúria“, dirigido por John Curran. Atualmente, Milla é o rosto da L’Óreal para a qual apresenta a linha de gloss, com um vermelho nos lábios que foi especialmente concebido a ela e carrega seu nome, da coleção Secrets de stars, além de outros produtos da marca. Na carreira de cantora, possui dois àlbuns de estúdio e continua lançando singles paralelamente as carreiras de atriz, aonde atuará no longa “The Winter Queen” em 2014, e estilista, com sua própria grife de roupas e bolsas denominada “Marella”.

er

9 boneco revista.indd 9

27/11/2013 15:05:54


TOP

5

FILMES DA IDADE MODERNA A TakeSeven elegeu na sua edição de lançamento os 5 melhores filmes do período historíco da Idade Moderna (séc. XV ao séc. XIII). Confira a seguir.

boneco revista.indd 10

27/11/2013 15:05:55


Carlota Joaquina Princesa do Brasil

“O tom carregado de sátira e caricatura é justificado pelo fato de que tudo é contado quase duzentos anos depois através da imaginação da menina escocesa Yolanda”

O

longa Carlota Joaquina, de Carla Camurati usa os anos da permanência da corte portuguesa no Brasil como pano de fundo para contar as desventuras amorosas e as ambições políticas frustradas da princesa Carlota de Bourbon, esposa de Don João VI. O tom carregado de sátira e caricatura é justificado pelo fato de que tudo é contado quase duzentos anos depois através da imaginação da menina escocesa Yolanda (Ludmila Dayer, que também interpreta Carlota quando criança). O retrato que o filme faz da jovem princesa espanhola Carlota é o de uma criança brilhante e de personalidade muito forte que em 1785, aos 11 anos, é mandada a Portugal para casar com o príncipe D. João de Bragança, mostrado como bobalhão, mimado e glutão. Durante a permanência no Brasil, a figura de Carlota Joaquina vai ganhando contornos cada vez mais caricaturais, a criança inteligente torna-se uma mulher ninfomaníaca, histérica, ambiciosa, invejosa, mão de vaca e homicida, desprovida de todas as qualidades que mostrava no começo do filme. A ótima atriz Marieta Severo faz o possível para extrair alguma humanidade da Carlota Joaquina que o texto do filme recria de forma grotesca. D. João é o personagem mais bem desenvolvido, no início bobo e amedrontado pelas responsabilidades que é obrigado a assumir, ele vai aprendendo a manejar as estruturas do poder e, em vários momentos, demonstra calma e sagacidade para lidar com situações políticas difíceis e afastar os amantes de sua esposa; o roteiro não deixa de mostrar o famoso desleixo que ele tinha com a aparência e a higiene, além do apetite voraz pelas frutas que encontrou em seu refúgio tropical.

11 boneco revista.indd 11

27/11/2013 15:05:55


“E Onde foi parar - D’Artagnan,“Logan Lerman”, nessa história? Bem... assim começa essa aventura fora dos padrões de um filme de mosqueteiros, mas sem perder a essência da história e de seus personagens.”

Os Três Mosqueteiros

C

analhas, cruéis, briguentos, insolentes talvez não sejam adjetivos que você tenha escutado sobre os famosos três mosqueteiros, bem como navios voadores com metralhadoras estilizadas, lança chamas e outros acessórios de série nada condizentes com a época. Culpa de Da Vinci e suas invenções que foram descobertas no subsolo do palácio real francês e logo roubada pela bela e traidora Milady de Winter, que entregou ao inescrupuloso Duque de Buckingham, “Orlando Bloom”, que levou para Inglaterra sob os olhos desatentos do jovem fashionista, brega e inseguro rei Luis XIII, que só tinhas olhos para sua rainha Ana. Nossa, que confusão! E Onde foi parar - D'Artagnan,“Logan Lerman”, nessa história? Bem... assim começa essa aventura fora dos padrões de um filme de mosqueteiros, mas sem perder a essência da história e de seus personagens. O jovem e impetuoso D'Artagnan parte em direção à Paris para se unir aos quase aposentados Athos, Aramis e Porthos. Sua fama de grande espadachim é logo reconhecida ao arrumar uma confusão com os guardas do poderoso Richelieu, que passa a tratá-lo como uma ameaça a seus planos de derrubar o rei e assumir o trono. No melhor estilo missão impossível, Milady rouba um colar da rainha na tentativa de insinuar que ela está tendo um caso com Buckingham. Influenciado por Richelieu o rei pede que a rainha exiba o colar em um baile e assim desmascará-la. Ao sentir falta, os fiéis mosqueteiros recebem a missão de resgatar o colar escondido na torre de Londres e trazê-lo à tempo para o baile. Agora serão cinco dias de espada em punho e muitos desafios pela frente neste filme que se diferencia pelo formato com que conta esse clássico, sem deixar de lado a maior missão, entreter o público com uma boa história.

12 boneco revista.indd 12

27/11/2013 15:05:56


Casanova

“O conquistador era mal visto pela sociedade, até mesmo por um escritor que era a oposição frente aos regimes da sociedade da época, tinha conceitos críticos sobre a inquisição e a igreja católica”

E

m meados da Inquisição, Casanova, saia pelos conventos conquistando as pobres freiras e inocentes garotas de família a espera de um bom partido, seduzindo-as com seu belo corpo, carisma e encanto, fazendo com que muitos boatos sobre pactos demoníacos, bruxaria, e feitiçaria caíssem em cima do figurão. O conquistador era mal visto pela sociedade, até mesmo por um escritor que era a oposição frente aos regimes da sociedade da época, tinha conceitos críticos sobre a inquisição e a igreja católica e apesar de manter um pseudônimo masculino secretamente era uma mulher. O filme Casanova, traz muitos temas interessantes para serem trabalhados e vistos, apesar de estar muito longe de ser uma superprodução, o roteiro é padrão e algumas falas dos personagens valem o filme inteiro. Temos a total dominação da igreja católica em plena inquisição, onde todos ainda eram mortos em praça pública e julgados em nome de Deus, apesar de estar já no fim dessa época negra da igreja, onde o controle do povo através das suas missas e medos populares estava caindo e muitas pessoas já ousavam contestar as ordens e a palavra da igreja. Os mais corajosos iam em praça pública e aqueles que ainda temiam pela sua vida, faziam fanzines voltados exclusivamente para o povo reprimido na época, que seriam as mulheres. Tais produtos, eram vendidos em lugares específicos, fazendo assim com que as autoridades cristãs não chegassem até eles. Algumas figuras femininas começavam a procurar seu lugar na sociedade que era totalmente machista, onde a mulher devia ser educada sim, porém dentro de casa onde seu marido e nesse caso seu opressor pudesse estar em constante observação para que ela não pensasse demais e acabasse questionando valores que a sociedade tinha naquele momento. A ciência começava a vencer as crenças de bruxaria e a sociedade feminina se fazia mais presente, mesmo que travestida de masculina frente à massa. Bom filme, ele explorou não só o ar conquistador de Casanova, mais também todos os elementos que a sociedade Européia estava vivendo naquele momento.

13 boneco revista.indd 13

27/11/2013 15:05:56


Maria Antonieta

T

“Em sua própria realidade, ela se torna exuberante e para o povo, a rainha da dívida. Até sua queda em Versailles.”

A

os 15 anos, a austríca Maria-Antonieta casou-se com o príncipe da França, Louis XVI. Um casamento que levaria á sua coroação como rainha da França, aos 19 anos de idade. Sufocada pela tradição e pelas expectátivas das pessoas em cima dela, Maria-Antonieta decide viver sua vida e esquecer do resto. Em sua própria realidade, ela se torna exuberante e para o povo, a rainha da dívida. Até sua queda em Versailles. Sofia Coppola, a brilhante visionária que nos revelou á inocência das virgens suicídas no subúrbio americano e que nos levou a Tóquio para presenciarmos uma belíssima história de solidão e amizade, tem aqui o seu mais ambicioso projeto. Sutil e absorvente, é um retrato único e deslumbrante sobre uma jovem incompreendida e perdida em um mundo completamente desconhecido. Coppola abraça as raízes da personagem e valoriza principalmente quem ela foi e não tanto o que ela fez. Revelando Maria-Antonieta com crueza e uma densidade invejável.Como a maioria das biográfias, aqui, não poderia faltar uma boa atriz e em Kirsten Dunst, Coppola acha a atriz perfeita. Longe de ser soberba, Dunst sempre foi boa atriz, mas com Maria-Antonieta mergulha literalmente na exuberância e no delírio da personagem, passando por suas dores, suas felicidades e suas tragédias, como também suas conquistas. Uma atuação admirável. Ainda temos um bom elenco como estrutura. Extremamente bem fotografado, com belíssimos cenários e direção de arte encantadora, o

filme nos transporta, Coppola nos envolve e entramos no mundo, na época e na realidade da rainha como intrusos, observadores e inquietantes. Viajamos ainda mais quando a trilha de Coppola ganha pompa. Canções contemporâneas dos anos 80 são aperitivos especialmente deliciosos. Enquanto sentimos o visual podemos ouvir o paraíso. Ao mesmo tempo que o visual se demonstra refinado e audaz, a música, sempre no lugar certo, se revela ousada e única. Todos componentes formando cenas lindíssimas e cativantes, sofisticadas, com figurino impecável e tudo conduzido com imensa maestria, incluindo maquiagem irretocável. O filme brilha e nunca decepciona. É um épico de emoções e audacidades, um paraíso de diversões e sentimentos. É ao mesmo tempo irresistível e prazeroso, único e efetivo. É um delírio e você viaja, você se entretem e você se emociona. Coppola dirige cada diálogo com significância e trata cada personagem com uma elegância extraordinária. No final da projeção, sente-se que conheceu Maria-Antonieta, idependente de ser certo ou não, você conheceu esta pessoa e compreendeu ela. Coppola sabe exibir esses valores, sabe transmitir á audiência com brilhantismo e entrega um trabalho verdadeiramente lindo.

14 boneco revista.indd 14

27/11/2013 15:05:56


Elizabeth The Golden Age “No filme, ela esta incumbida da tarefa de trocar correspondências entre sua senhora e um corsário que a pouco chegara do novo mundo.”

A

mbientado no ano de 1585, a primeira cena se passa na corte espanhola, com Felipe II a planejar a destituição de Elizabeth em favor de sua filha, Isabel. O que chama a atenção para este ponto é que a Infanta deveria ser muito mais velha do que a criança que a interpretou, pois naquele período ela tinha quase 20 anos (o rei ainda tinha mais dois filhos vivos em 1585: Catherine Michelle e o futuro Felipe III de Espanha). Na sequência esta Mary Stuart, encarcerada, com seus planos de usurpar o trono da Inglaterra. No que condiz a esse aspecto, o filme peca em não revelar o motivo pelo qual ela se encontra em tais condições. Em linhas gerais, Mary teve de recorrer à ajuda de sua prima por temer que uma turba de revoltosos a atacassem devido ao fato de seu terceiro marido, o Conde de Bothwell, ter iniciado uma batalha contra o revolucionário Murray e perdido. Atendendo aos pedidos de Mary Stuart, a soberana providenciou o encarceramento da mesma. Quanto a Elizabeth, parece que seu transtorno com relação ao casamento não se alterou desde o último filme. Ela ainda é incomodada por pedidos feitos por vários príncipes europeus, ao passo que tenta persuadir seu povo a acreditar na sua fertilidade. Entretanto, a Rainha completava 52 anos de idade naquele período e muitos dos pretendentes que se apresentaram a ela, o fizeram bem antes daquela data. Um exemplo é Eryck da Suécia, que fez sua proposta de casamento a Elizabeth quando ela tinha 27 anos, mas quando estava a caminho da Inglaterra em 1560, recebera a notícia do falecimento de seu pai e acabou desistindo da proposta.

Ao lado da Rainha esta Bess Throckmorton, sua dama de companhia preferida. No filme, ela esta incumbida da tarefa de trocar correspondências entre sua senhora e um corsário que a pouco chegara do novo mundo. Seu nome era Walter Raleigh.No que diz respeito à atitude Raleigh, a primeira cena em que aparece, ele cria um verdadeiro susto na corte ao retirar seu casaco para que Elizabeth não pisasse em uma poça d’água. Na realidade, isto nunca teria acontecido, uma vez que sua majestade, a rainha da Inglaterra, sempre mantinha à sua volta um círculo de soldados que não deixariam Walter chegar tão perto dela. O mais provável é que ele teria solicitado uma audiência com a monarca para notificar-la da conquista da primeira colônia inglesa na América do Norte, acabando por despertar o interesse dela. Afinal, por mais que Elizabeth fosse uma mulher erudita, ela nunca conhecera outros lugares que não fossem dentro da Inglaterra. Desse modo, não é de espantar que aquele desbravador, que navegou por mares desconhecidos, chamaria sua atenção. Elizabeth fora uma rainha bem mais tolerante que sua irmã, Mary, que ordenou a execução de quase três centenas de protestantes. Mas às vezes era preciso usar a sentença de morte como forma de alertar á população qual seria o destino do indivíduo que ferisse a lei.

15 boneco revista.indd 15

27/11/2013 15:05:56


FOTÓGRAFO

MARK ABOUZEID

“O NOVO NOVO MUNDO”

M

ark Abouzeid é um artista e um ‘extracomunitário’ em Florença, na Itália. Extracomunitario é como são chamadas as pessoas que vivem na Itália, mas não são nascidas no país nem em nenhum dos outros países da União Europeia. No entanto, não foi exatamente isso que responderam na escola à filha de 8 anos de Mark. A ela disseram que um extracomunitário é alguém que vai à Itália para roubar empregos dos italianos. A onda de xenofobia encontrada em muitas pessoas e regiões da Europa não é assunto novo e o exemplo de preconceito trazido pela filha do artista foi a inspiração para que ele resolvesse provocar a sociedade italiana para mostrar o importante papel que os imigrantes possuem no país atualmente. “O Novo Novo Mundo” é o nome da série de fotografias que retratam imigrantes da Itália em poses e roupas semelhantes às das pinturas renascentistas florentinas. A seleção dos modelos, segundo Mark, não foi pelo visual: o artista realizou uma busca pela cidade de Florença para encontrar imigrantes que contribuíram positivamente para o local. Um dos exemplos retratados é o estadunidense Dre Love, que, segundo Mark, é responsável pela integração de música, ritmo e moda entre Florença e Nova York, sua cidade de origem. No “Novo Novo Mundo”, Dre tomou o lugar de um mecenas renascentista. Mark também entrou na brincadeira e se representou como Américo Vespúcio, já que ele foi um explorador do Pólo Norte em 2009. As imagens foram feitas com uma equipe que procurou, sem photoshop, caracterizar os personagens e planos de fundo de forma a obter um resultado bastante parecido com o original, mas sem rigores excessivos. O que Mark realmente queria, e conseguiu, foi colocar os ‘extracomunitari’ oriundos de diversos países inseridos, de fato, nas representações tradicionais italianas. “A Itália sem os estrangeiros, sem turismo, estaria morta. Estas são as pessoas que fazem nossa cidade. Elas pertecem ao nosso país, pertencem às nossas histórias. E também à nossa arte.” O Velho Mundo ganhou novos personagens.

16 boneco revista.indd 16

27/11/2013 15:05:57


Na esquerda: Lorenzo il Magnifico, por Agnolo di Cosimo detto il Bronzino. Na direita: Dre Love, de Nova Iorque, EUA.

Na esquerda: Américo Vespúcio, de Cristofano dell’Altissimo. Na direita: Mark Abouzeid, de Nova Jersey, EUA.

Na esquerda: Elisabetta Gonzaga (1471-1526), de Raffaello Sanzio. Na direita: Maki Tanabe, do Japão.

Na esquerda: Caterina de Medici (1519 -1589), de Dell’Altissimo Cristofano. Na direita: Romina Diaz of Manila, das Filipinas.

Acompanhe o trabalho do fotógrafo: facebook.com/mark.abouzeid

Na esquerda: Giorgiaura Battiferri, de Agnolo di Cosimo detto il Bronzino. Na direita: Sarah Teddy, dos EUA.

17 boneco revista.indd 17

27/11/2013 15:05:57


boneco revista.indd 18

27/11/2013 15:05:58


boneco revista.indd 19

27/11/2013 15:05:58


NÃO PERCA NA PRÓXIMA EDIÇÃO DA

TakeSeven

FILMES DE APOCALIPSE ZUMBI!

boneco revista.indd 20

27/11/2013 15:05:58


Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.