Boletim Juventude ás Ruas BH - nº5

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e/ou contratação imediata dos trabalhadores terceirizados, sem necessidade de concurso nas instituições públicas! Defendemos que todos os funcionários do Estado, incluindo-se, é claro, os do parlamento burguês, não ganhem mais que um operário médio. Basta de privilégios a esses parasitas! Que as verbas hoje gastas com os burocratas sejam revertidas em investimentos que beneficiem todos.

Ademais disso, o governo do PT, para manter sua governabilidade e os privilégios materiais dos seus burocratas, firma alianças com setores conservadores, ainda que para isso precise rifar os direitos das mulheres e dos não-heterossexuais. Por trás de um discurso demagógico, se esconde a conivência com projetos reacionários, como a “Cura Gay” e o “Estatuto do Nascituro”, que visam atacar o direito das mulheres a decidir sobre os próprios corpos – o que se expressa principalmente na criminalização do aborto – e o direito dos não-heterossexuais a autodeterminar sua sexualidade. No marco dessas alianças espúrias, vêm também os ataques aos direitos dos negros, dos indígenas, dos sem-terra, etc. A violência policial, os assassinatos nos morros, aglomerados e favelas, e as UPPs são políticas deste Estado racista, no qual a opressão e a discriminação à população negra são institucionalizadas. A isso tudo respondemos exigindo que as mulheres tenham o direito sobre seus corpos. Aborto legal, seguro e gratuito para todas! Abaixo o Estatuto do Nascituro! Exigindo que os nãoheterossexuais tenham a liberdade da sua sexualidade. Fora Feliciano da CDHM! Abaixo a “Cura Gay”! Exigimos também o fim do genocídio da população negra perpetrado pelas polícias e governos. Pelo fim das UPPs! Pela investigação, independente da polícia e do Estado, dos

“autos-de-resistência” e da violência policial! Pela dissolução das polícias e de todo o aparato repressivo do Estado burguês! A partir da dura repressão policial às primeiras manifestações de junho, as marchas foram se colocando contra a violência do Estado. Os setores mais radicalizados sofreram ainda mais com a violência da PM de Anastasia/PSDB e da Força Nacional de Segurança de Dilma/PT. Milhares ficaram feridos, centenas foram presos (inclusive com casos de tortura) e pelo menos quatro pessoas morreram. Desde o início levantamos a bandeira do fim da repressão às manifestações e da libertação de todos os presos políticos dos protestos, e pelo fim dos processos jurídicos contra estes. Nos colocamos contra este Estado, que carrega muitas semelhanças com aquele oriundo do golpe de 64; nos colocamos contra a violência sobre todos que se levantam para contestar a ordem que lhes é imposta. Somos pela punição dos colaboradores civis e militares da ditadura de ontem que continuam hoje reprimindo e assassinando aqueles que lutam, como parte da luta contra o aparato repressivo do Estado burguês e pelo fim da polícia. Nesse sentido construímos em Belo Horizonte um ato contra a repressão e em homenagem aos dois jovens que morreram fugindo das bombas e armas que eram usadas para dispersar as manifestações. No dia 11 de julho, a classe trabalhadora, ainda que freada em sua radicalidade pelas atuais direções sindicais – em sua maioria pelegas e governistas – saiu às ruas com algumas de suas demandas. É fundamental que todos os setores explorados e oprimidos se unam à classe operária, pois, pelo seu papel insubstituível na produção, essa é a única que pode forçar os governos e capitalistas a atender todas nossas demandas. Tendo isso em mente, nós organizamos uma panfletagem em frente à Mannesman (agora chamada Vallourec) chamando os trabalhadores a se organizarem para lutar pelos seus direitos e pelos direitos de toda a população, a lutarem contra a repressão unidos a todos os setores oprimidos. Buscamos concretizar, assim, uma aliança operário-estudantil que faça frente aos interesses dos capitalistas e de seus governos.


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