Júnior buffoni

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primeira pessoa que o menino trouxe para minha vida, mesmo ele vindo só algum tempo depois. Ana nos apresentou sua amiga. Não disse seu nome, me deixando curioso e apatetado com sua presença. Ela subitamente sentou-se entre nós no sofá e colocou o pote de pipocas em seu colo. Um perfume almiscarado invadiu tudo, me deixando hipnótico. Abobalhado, na verdade. – Qual seu nome? – Perguntou me olhando. – Klaus Senti meu rosto arder e, mesmo estando sentado, minhas pernas tremiam. – Bonito seu nome, soa forte. Conheço um Klaus, mas é alemão. – Sim, Klaus é o nome do meu avô, ele é alemão – respondi raspando os polegares. – Legal! Prazer! Meu nome é Kelly Verônica, mas todo mundo me chama de Verônica. Finalmente soube seu nome. Levei a mão ao encontro da dela, senti seu calor e senti o calor brotar dentro de mim. Procurava desviar meu olhar dopar de esmeraldas que ela tinha como olhos, tentava interação, mas o acanhamento me torturava. Verônica parecia confortável e segura. Sentou cruzando as pernas, deixando à mostra parte das coxas. Insistia em manter a conversa: – Você mora no prédio? – Sim, no décimo segundo – respondi me esforçando pra não gaguejar, fitando o chão arregalado. Renato esboçou um sorriso debochado pela maneira apalermada que respondi. – Você faz o que? Qual é a sua idade? – Faço colegial, e... tenho quinze anos – respondi erguendo indeciso os olhos do chão. – Quinze aninhos? Parece ter mais! – Disse isso com um olhar morteiro. Seguiram outras perguntas, descobri que ela tinha vinte e cinco anos e morava sozinha. Até que elas saíram da sala. Isso me deu um conforto. Não me incomodava sua presença em si, mas fiquei sem jeito, ela parecia forçar intimidade e eu era tímido. Sua presença acelerava o meu coração e tremulava as minhas pernas. Tudo em poucos instantes, com poucas palavras. Renato não conteve o riso ao comentar meu comportamento. Disse que elas poderiam estar rindo de mim naquele momento. Eu sabia que havia ficado mexido com a presença de Verônica. Mas até então a via apenas como uma presença feminina notável. – Vamos dormir aqui Renato. Não tem problema? – Gritou Ana do quarto. – Não! Você está aqui pra isso. Pouco tempo depois nos preparávamos para dormir. Ainda estávamos na cozinha, tomando leite, quando desinibida Verônica surgiu com uma camisola curta e transparente. Ela se aproximou de mim e fechou o último


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