MÚSICA DO LUGAR - Os segredos de Lisboa e Sintra

- MÚSICA DO LUGAR JULIETT SARMIENTO NIETO

Título: Música do lugar - Os segredos de Lisboa e Sintra Edição e design gráfico: Juliett Sarmiento Nieto Capa: Fragmento de mapa de Lisboa Contracapa: Fragmento de mapa de Sintra Qualquer forma de reprodução, distribuição, comunicação pública desta obra só pode ser realizada com a autorização expressa de seu titular.

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Edição digital

Aveiro, Portugal. 2021

MÚSICA DO LUGAR OS SEGREDOS DE LISBOA E SINTRA JULIETT SARMIENTO NIETO

ÍNDICE Processo

9

Azul e branco

11

A lição de dança

15

Coelho Peter

17

A Gonçalo 19 Sem pressa A Arthur

21

26

Milho na quinta

26

Recantos de encanto 26 A música do lugar

26

PROCESSO Um suporte, um corte, uma figura com alvura.

Pontos contínuos, não suspensivos, para o carvão deixar passar.

Dança o meu pulso com leveza, enquanto a cor dá vida aquela peça.

~7~

AZUL E BRANCO Branco, azul, branco, azul, azul, branco, azul, branco, branco; o padrão vai se criando.

~9~

A LIÇÃO DE DANÇA Ele tocava o violino naquela festa; ela dançava com um homem com um lindo chapéu mas com dois pés esquerdos, que só maltratavam os dela.

Ela dançava com elegância, enquanto o homem só improvisava.

~ 12 ~

O violino deixou de tocar, porque o músico fatigou-se de vê-la dançar com um homem que, nem graça, nem ritmo tinha para se movimentar.

O músico e a dama estão agora a desf rutar naquela festa municipal; os seus corpos estão perdidos no ritmo musical.

~ 13 ~

COELHO PETER Dona Margarida tinha um pequeno quintal cheio de vida; as rosas brilhavam na primavera e parecia que à Dona Margarida sorriam.

Mas, o Peter estava aqui e aí, sempre a saltar e parecia que fosse estragar aquele charmoso quintal.

~ 16 ~

Dona Margarida, estava já cansada de gritar que o coelho saísse de seu lar.

Um dia se apagaram as rosas para mais nunca brilhar.

As seguintes primaveras só foram tristeza e solidão E, o pequeno Peter não voltou a visitar aquele lugar.

Agora, a Dona Margarida se pergunta se era o pequeno Peter quem mantinha vivas as rosas do seu quintal.

~ 17 ~

A GONÇALO Aquele dia na rua, no início do verão, vi a tua silhueta e os teus olhos andorinos.

Não estava a reparar o teu jeito, mas sim o movimento das tuas mãos enquanto estavas a criar; elas eram como ondas a surfar.

~ 19 ~

~ 21 ~

SEM PRESSA Encontrei-te no meu caminho, estavas na espera, tranquilo, sem pressa.

~ 22 ~

No entanto, a caminhar encontrei umas árvores com uma sombra a me aconchegar e um vento a me acariciar.

Já de volta, vi que estavas ainda na espera, tranquilo, sem pressa.

~ 23 ~

A ARTHUR Querido Arthur: Quero te agradecer por me apresentar a Rafael e Manuel.

Amei as andorinhas na casa mas, achei estranho encontrar um rato num sapato na sala com tantos gatos na entrada.

Me encantaram os desenhos, as cerâmicas e os azulejos mas, acima de tudo conhecer ao António María.

~ 25 ~

MILHO NA QUINTA

~ 28 ~

Naquela quinta lembrei-me da mãe da Sra. Dina e seu gosto pelo milho desde que era uma menina.

Gostava que aquilo f rente a mim, fosse um cultivo real e não só um azulejo muito bem feito.

Naquele momento, relembrei da minha infância, e aqueles dias que a minha mãe usava o milho na sopa da semana.

~ 29 ~

RECANTOS DE ENCANTO Senti-me minúscula perante aquelas brancas e imponentes estruturas de trinta e três metros de altura.

As salas, os aposentos, as câmaras e pátios decorados com pintura e azulejos de encanto.

Em cada recanto notava-se o refinado gosto dos antigos habitantes deste imponente paço.

~ 31 ~

A MÚSICA DO LUGAR As ruas, os cantos, as pessoas conformam o cenário.

Verde, amarelo, branco, cinzento; todas as outras cores acompanham o concerto.

Caminhar, errar, andar e andar, a música deste lugar vai, sempre, te levar.

~ 33 ~