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Um “Billy Elliot” brasileiro em Londres Como o garoto do filme, Thiago Soares saiu de um lugar pobre para triunfar na maior companhia britânica de dança JULIANA RESENDE, DE LONDRES
THIAGO SOARES
Carreira – Thiago freqüentou o Centro de Dança Rio e entrou para o Ballet Theatro Municipal carioca em 1998. Desde 2002, integra o Royal Ballet de Londres, onde se tornou solista Prêmios – Recebeu, em 1998, uma medalha de prata na Competição Internacional de Dança de Paris. Em 2002, foi medalha de ouro no Concurso Internacional de Dança de Moscou e ganhou o prêmio de melhor bailarino clássico revelação do Reino Unido em 2004
Thiago Soares está no olho do furacão e rodopia sem parar. Às vezes fica tonto entre um espetáculo e outro, mas aproveita para dar suas piruetas, mais e mais aplaudidas. Esse brasileiro de 26 anos passou os últimos cinco anos onde qualquer bailarino gostaria: no Royal Ballet, da tradicional Royal Opera House de Londres, do qual é um dos solistas principais. Nada mal para quem começou a dançar por acaso, aos 16, valendo-se da habilidade em break e da formação em uma escola de circo na periferia do Rio de Janeiro. “Se estivesse em Hollywood, me sentiria como o Antonio Banderas”, diz o moço de Vila Isabel, agora morador de Covent Garden, sem falsa modéstia. “Tenho os papéis que combinam comigo e são quase todos principais.” Ele começou no Royal Ballet “por baixo”, como gosta de lembrar. Foi selecionado em audição, e não convidado como a outra estrela brasileira da companhia, a também carioca Roberta Marquez. A trajetória lembra a do protagonista de Billy Elliot (2000), que salta pelas ruas de uma cidadezinha inglesa até passar em um teste do Royal Ballet. A oportunidade de Thiago veio em 2004, quando a diretora Monica Mason o convidou para substituir Jonathan Core, doente, no papel de Onegin – um dos mais disputados da dança clássica. A performance do então desconhecido Thiago Soares arrancou elogios da crítica. Ismene Brown, do Daily Telegraph, escreveu: “Um raro artista que está contagiando toda a companhia. O progresso de Thiago Soares em papéis principais mostra que ele tem um acentuado quê de ator, além de técnica excepcional. Soares dá piruetas como um demônio e com uma precisão que encheu meus olhos de lágrimas emocionadas”. Naquele ano, ele ganhou o Critics’ Circle Dance Awards de bailarino clássico revelação do Reino Unido, concedido pela associação de críticos de dança britânicos. “Fiquei perplexa quando vi a notícia na internet e nenhuma linha na imprensa brasileira sobre a conquista inédita de um bailarino brasileiro no exterior”, comenta em seu blog a ex-primeira-bailarina do Balé Guaíra (Curitiba) e ex-solista do Balé da Ópera Estatal de Munique Eliana Caminada, hoje professora de História da Dança e Técnica de Balé Clássico, no Centro Universitário da Cidade, no Rio. Ela conheceu Thiago em 2002, num ensaio no Festival de Dança de Joinville: “Não precisei ver mais nada para saber que estava diante de um grande bailarino. Sua expressão facial misteriosa, determinada – obstinada, eu diria – e aquele entusiasmo... O nariz pronunciado me fez pensar: ‘Deve funcionar bem no palco’”. Mandy Kent, do site ballet.co.uk, afirma que o nariz deu um toque “resplandecente” à Irmã Feia interpretada por Thiago Soares em Cinderella. Naquele tempo, nem só de príncipes ele vivia. “Tenho feito de tudo”, afirma. O Critics’ Circle Dance Awards foi seu terceiro prêmio internacional. Em 1998, ganhou medalha de prata na Competição Internacional de Dança de Paris – que lhe deu a chance
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15/05/2012 12:14