Unidade Básica de Saúde 3 | Santa Luzia Construindo a paisagem sob a tectônica social
Faculdade de Arquitetura e Urbanismo | Universidade de Brasília
Aluna: Juliana Resende Muro Martinez
Orientador: Jaime Gonçalves de Almeida
Banca avaliadora: Frederico Carvalho e Frederico Flósculo
Projeto de Diplomação 2
2022
Para todos os prestadores de serviço, professores e terceirizados do sistema de ensino público do Brasil. A todos que fazem parte desse projeto e que lutam por ele.
Ao ex e futuro presidente Luíz Inácio Lula da Silva, que muito fez pela melhoria e universalidade do ensino no Brasil e fortalecimento do SUS. A presidenta Dilma Rousseff que deu continuidade ao programa de expansão do ensino e saúde.
Àqueles nascidos na América Latina, orgulhosos, que somam à luta pela nosso fortalecimento e se contraprõem ao colonialismo moderno, a privatização dos recursos naturais, serviços e direitos básicos.
A todos vocês, dedico este trabalho.
Este trabalho visa, através de análises do contexto urbano e social da ocupação Santa Luzia na Estrutural, propor a construção de uma Unidade Básica de Saúde (UBS).
A Estrutural, atualmente, possui 2 UBS, contudo, elas enfrentam dificuldades no atendimento da população de Santa Luzia. O bairro está em constante crescimento e, por ser de forma não regularizada e não possuir endereço oficial, prejudica tanto as UBS da Estrutural de abranger estas áreas quanto do usuário de se encaixar no escopo de atendimento.
Outra problematica encontrada é a dificuldade de locomoção dos cidadãos de Santa Luzia até as atuais unidades de saúde. A possível solução prática para este problema é a construção de uma nova Unidade Básica de Saúde na região para os moradores.
Um dos alicerceres deste projeto é fomentar a discusão da arquitetura hospitalar, principalmente quanto aos equipamentos de saúde pública, e, deixar um pouco à Universidade de Brasília (UnB) um pouco dos meus conhecimentos e reflexões adquiridas ao longo da minha graduação.
Sumário
Embasamento teórico
Tectônica Social Territorialidade
Território e saúde Sistema único de saúde Equipamentos de Saúde Estética da Ginga Estrutural Lixão
Santa Luzia Texturas
Projeto
Ubs 3 - Santa Luzia Tabela de ambientes Diretrizes do projeto Condicionantes Modificações do terreno Planta de cobertura Planta baixa Materiais Cobertura Estrutura Fluxos
Corte Fachada Corte esquemático Conclusão Agradecimentos
Considerações finais
Referêncial Teórico
2 4 8 11 12 20 22 26 28 34 36 38 39 40 42 43 44 52 53 54 56 58 60 64 65 68 70
“Ainda que reconheçamos que as regras ecônomicas e as estruturas sociopolíticas impostas pelo modelo capitalista conformam as condições de existência, produção e reprodução do espaço construído, não podemos negar a subordinação ou alienação ou alienação dos arquitetos (ou parte deles) ao limitar sua prática profissional à minimização dos problemas latentes e crônicos ao caos urbano, distânciando-se de uma função catalisadora, política e participativa na sociedade” (Nascimento, D. M. 2007)
Tectônica Social
A teoria da tectônica é uma das formas de se entender a arquitetura. Esta discussão foi levantada em meados do século XIX por Karl Otfriend Muller, Karl Botticher e Gottfried Semper e resgatada na década de 90 por Kenneth Frampton e Gevork Hartoonian. A teoria da Tectônica pretende estreitar o discurso arquitetônicos com a cultura de construção.
Segundo Frampton (2006) a tecnônica é “relativo a construção”
O objeto tectonico sintetiza ambas as maneiras ontológicas (técnicoestrutural) e representacional (simbólico-estrutural). Foi proposto por Gorhfrier Semper uma nova maneira de ler-se e fazer-se as construções modernistas através de quatro elementos: Hearth, Moundm Roof, Enclosing Membrane.
da construção; o segundo se relaciona com o trabalho de terra, elementos horizontais inferiores que sustentam a edificação; o terceiro é um elemento que se refere a estrutura ou um plano horizontal superior (telhado/cobertura), e, por último, a envoltória da edificação, a pela ou revestimento.
O primeiro termo é relacionado a necessidade de elementos de proteção ou fechamentos em volta
“Na verdade, existe a prática generalizada...de limitar o projeto ao traçado de algumas linhas, ... um testemunho gráfico das suas intenções (autor). Quando o resultado satisfaz plenamente as expectativas..., passa-se a “resolver a construção”, o que implica a elaboração de complexas pranchas de detalhe, cujo objetivo é demonstrar – e demonstrar a si próprio – que, apesar das dificuldades e absurdos do projeto, é possível construí-lo. [...] Não se pode conceber à margem de um
sistema construtivo: o arquiteto ordena materiais concretos, não linhas que são só uma simples declaração de intenções. A ideia do projeto como mera expressão gráfica de um desejo, sem a tensão positiva que a construção material introduz necessariamente na construção da forma, propicia uma arquitetura cuja falta de identidade formal é agravada por uma atectonicidade congênita” (Piñon, 2006 p. 130, 132).
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Territorialidade
“A territorialidade consiste em uma ação apropriativa de um determinado espaço por um indivíduo ou um grupo de indivíduos que desenvolvem, em relação a um objeto ou símbolo, uma relação de posse”
(Colussi; Pereira, 2016) (Coimbra e Saraiva, 2013)
4
“Nas cidades brasileiras, embora haja segregação, essas populações muitas vezes ocupam espaços contíguos, fazendo com que os territórios se constituam em áreas heterogêneas, abrigando realidades completamente distintas. “
(Colussi e Pereira, 2016)
15km
As segregações socioespaciais dificultam o entendimento da consciência social. A marginalização de bairros e cidades acarretam em maior violência urbana e saturação de postos de saúde.
Este fenômeno ocasiona em inúmeras consequências, uma delas é a propria desigualdade. As camadas mais pobres da sociedade são justamente as que gastam mais dinheiro com transporte público, com problemas de saúde, lazer limitado a longas distâncias devido a poucos equipamentos urbanos pela proximidade, escolas mais precárias, entre outros. Esses fatores, dificultam a união e luta da população por mais direitos e infraestrutura urbana.
4
Foto retirada do documentário Estrutural de Webson Dias (Youtube, 2016).
Territorio e Saúde
Para as equipes de Estratégia de Saúde da Família (ESF), as áreas consideradas de riscos são as que os moradores possuem mais chances de adoecer do que o restante da população ou em que se desenvolvem com maior gravidade ou complicação.
Segundo especialistas da área da saúde, algumas das condições que afetam o meio e as transformam em área de risco são: acesso precário a bens e serviços (tratamento de esgoto, tratamento de água, coleta de lixo); analfabetismo; consumo de drogas; desemprego; poluição e violência.
Ou seja, o contexto urbanístico e infraestrutura da cidade estão intriscicamente ligados as políticas de saúde preventiva. O território e a cidade afetam tanto a concepção arquitetônica das Unidades Básicas de Saúde quanto as logísticas das equipes de atendimento.
“Lugar de entendimento do processo de adoecimento, em que as representações sociais do processo saúde-doença envolvem as relações sociais e as significações culturais.” (Minayo, 2006)
“É o resultado de uma acumulação de situações históricas, ambientais e sociais que promovem condições particulares para a produção de doenças” (Barcellos et al, 2002)
- “Muito mais que uma extensão geométrica, apresenta um perfil demográfico, epidemiológico, administrativo, tecnológico, político, social e cultural, que o caracteriza e se expressa num território em permanente construção” (Mendes, 1993)
- “Com suas singularidades, é um espaço com limites que podem ser político-administrativos ou de ação de um grupo de atores sociais. Internamente, é relativamente homogêneo, identificado pela história de sua construção e, sobretudo, é um local de poder, uma vez que nele se exercitam e se constroem os poderes de atuação do Estado, das organizações sociais e institucionais e de sua população” (Gondim et al, 2002)
O território é produto e produtor das diferenciações socio culturais e ambientais, inclusive da saúde.
9
“O urbanismo social deve ser uma ferramenta para a inclusão social e como estratégia territorial, estética e simbólica de uma transformação física, que confira à cidade cenários dignos que dinamizam a transformação social.”
(Mauricio José Fraga Costa, 2019)
Sistama Único de Saúde (SUS)
O Sistema Único de Saúde (SUS) surgiu e vem de muita luta política e social. Nosso sistema de saúde vem de uma premissa multidisciplinar, e, a arquitetura é um dos pontos bases para sua melhoria.
Se a evolução e melhoria de vida estão ligados à saúde, nossas edificações de prestação de serviços à saúde devem acompanhar as mudanças e refletir sobre a concepção arquitetônica, implantação, ambiente e a cultura ao redor.
Assim como as tecnologias e os saberes vêm melhorando, é necessário atualizar e repensar a forma de projetar edifícios de saúde. A atenção Primária à Saúde (APS) é uma das principais inovações tecnológicas do século XX que, através de muitas lutas sociais, vem crescendo e ampliando a construção dos sistemas universais
públicos de saúde.
Diante à grande desigualdade social, econômica e política no Brasil, é preciso promover uma reforma nas práticas de saúde, utilizando a arquitetura como instrumento utilizando a arquitetura como instrumento e ferramenta para acompanhar e formentar tal prática.
Atrelado a Atenção básica, seu funcionamento constitui de uma construção coletiva, articulada, pela construção dos sistemas universais e públicos de saúde.
Este sistema reformulou alguns conceitos da saúde e alterou as lógica de políticas. É um sistema que ocasiona em uma melhoria e eficiência no sistema de saúde, desopilando a atenção especializada e de urgência.
A Atenção primária é responsável por uma medicina preventiva, através de uma
abordagem integral. As equipes vem aprimorando os saberes de prática de clínica e a educação em saúde para a população.
O sistema privado de saúde se mantem pela lógica de mercantilização da saúde, negando o acesso de grande parte da população que não possui estrutura financeira, e focando de forma pautada as necessidades de saúde.
É possível notar-se a abrangência do SUS na cidade, principalmente na prevenção de epidemias, através das equipes de Vigilância Sanitária que visa promoção da saúde por meio de proteção e cuidado a exposição a riscos.
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Equipamentos de Saúde
UBS 5 do Riacho Fundo II | Brasil
Arquitetos: Saboia+Ruiz Arquitetos
Área : 2150 m²
Ano: 2021
Local: Riacho Fundo - DF
Redesenho da planta e corte da UBS 5 do Riacho fundo em Brasília (Autoral,
2022). 12
Percurso
(Foto: Leonardo Finotti)
Hospital
Tambacounda | Senegal Arquitetos: Manuel Herz Architects Área :3000 m² Ano : 2021 Redesenho da planta e corte do Hospital Tambacounda, Senegal (Autoral, 2022). 14
(Foto: Iwan
Baan)
Iluminação
Rede Sarah | Brasil
Centro de Reabilitação Infantil
Arquitetos: João Filgueira Lima (Lelé)
Ano: 2003
Local: Lago Norte - DF
Redesenho da planta, corte e vista do Centro de Reabilitação Infantil, Brasília (Autoral, 2022).
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(Foto: Nelson Kon) Shed
Hospital do Aparelho Locomotor Sarah
Arquitetos: João Filgueira Lima (Lelé)
Ano: 1994
Local: Salvador - BA
Redesenho da planta e corte do Hospital do Aparelho Locomotor Sarah, Salvador (Autoral,
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(Foto: Nelson Kon) Composição
Estética da Ginga
Observando o processo de ocupação da Santa Luzia percebemos as análises levantadas pela Paola Berenstein Jacques no livro Estética da ginga e não referenciá-las.
O processo de ocupação da região, visualmente, segue os preceitos levantados de fragmentação, labirinto e rizoma, e, todos afetam a questão de implantação de equipamentos urbanos naquela região.
Tais conceitos buscam decifrar e racionalizar o dispositivo arquitetônico e urbanístico das ocupações que muitas vezes são desconhecidos pelos próprios arquitetos e urbanistas.
O caráter de fragmentação da região é marcado pela heterogenia de materiais, dos quais podemos observar telhas, lonas, tapume, madeira e grades que configuram
FRAGMENTO
O caráter de fragmentação da região é marcado pela heterogenia de materiais, dos quais podemos observar telhas, lonas, tapume, madeira e grades que configuram o espaço. Ao longo do tempo, as casas de restos de materiais vão perdendo espaço para as de alvenaria, todavia permanecem fragmentátarias pois quase nunca são terminadas. O resultado é uma paisagem inesperada, sua lógica de fragmento é ligada ao acaso, improviso, ao efêmero.
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LABIRINTO RIZOMA
Em relação ao labirinto, as ocupações vão acontecendo de forma organica e não planejada, é um espaço com pouca norteabilidade causando um efeito labiríntico para os que vem de fora. Para os moradores, percorrer os tragetos originaria um gingado próprio.
A junção desses dois efeitos, inerentes entre sí, precede o rizoma. Efeito que, assim como o mato, não possui espaço delimitado, seu horizonte é sempre incerto e mutável. Este processo não responde a um modelo formal ou sistemático, possui multiplicidade e ruptura assignificante.
O trabalho do arquitetourbanista neste meio possui um propósito de organizar fluxos, promover melhorias e traduzir o desejo dos habitantes.Ilustração das vias em Santa Luzia (Autoral, 2022). Ilustração de Santa Luzia (Autoral, 2022).
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Estrutural
História
No início de Brasília, algumas pessoas enxergavam no lixão da Estrutural como uma fonte de renda, iniciando, assim, o processo da ocupação da área que é conhecida hoje como a Vila Estrutural.
Desde os primórdios da ocupação, a região é palco de resistência e luta por parte dos moradores. Houveram várias tentativas do governo do Distrito Federal de expulsa-las da área sob vários pretextos, como segurança nacional, operação de drogas, dentre outras. Atualmente, a região conta com mais de 30 mil habitantes.
Ao longo deste tempo, além da tentativa de desapropriação, houve, também, um embate quanto a regularização da area, movida pelo interesse de pessoas políticas que utilizavam a regularização da Vila Estrutual como palco, pauta e moeda de troca para se elegerem.
Oa candidato a governador do DF no ano de 1998, Cristovam Buarque prometia a regularização da área e o candidato conhecido como Roriz dizia que iria distribuir lotes. Essa promessa fomentou ainda mais a vinda de mais pessoas à região, e também a venda de lote por parte de grileiros.
Até hoje vemos que a política de exclusão ainda ocorre, os moradores contam com uma infraestrutura urbana precária, principalmente nas partes mais periféricas da cidade. Faltam
equipamentos de saúde, escolas e moradia digna. Portanto estas pessoas ainda lutam pelo seus direitos a cidade e o acesso à terra.
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“ Para o capital, a cidade e a classe trabalhadora interessam como fonte de lucro. Para os trabalhadores a cidade é o mundo onde devem procurar desenvolver suas potencialidades coletivas. Entre os dois mundos existe um mundo de diferenças. É um mundo de antagonismos”
(KOWARICK, 1979. p.53)
Estrutural
Saúde
Fonte: Codeplan, 2018
Fonte: Codeplan, 2018
negaram ter acesso a plano de saúde 42,5% recebem até 1 salário mínimo
com a saúde que não existiriam com a PEC 241 em R$ bilhões
SAÚDE DIFERENÇA
42,3% recebem de 1 a 2 salários mínimos
14,2% recebem de 2 a 5 salários mínimos
8,7% tem acesso a plano de saúde não declarado
Despesas no ano correspondente Fonte: Orçamento Brasil e IBGE
Despesas caso a PEC 241 estivesse em vigor
Diante aos dados levantados pela Codeplan em 2018 e o gráfico orçamentário do Brasil, caso a PEC 241 estivesse vigente nos anos ilustrados, podemos observar que a política de congelamento do teto de gastos do SUS é uma política genocida da população marginalizada e dependente da saúde pública.
91,3%
67,8 59,4 2006
290,8 2007 2008 20092 010 2011 2012015201220134 59,1 58,4 59 58,6 58,4 58,58,65758,28 73,7 76,4 84,5 85,6 93,8 98,4 98,9 94,6 102,6 Gastos
População da
e
Aterro Sanitário
O lixão da Estrutural foi inaugurado em 1960, e teve suas atividades encerradas em 2018. Contudo, motivada por uma ação do Ministério Público, recebeu uma determinação para seu fechamento da Justiça do DF em 2007 e sendo efetivada uma década depois.
Foi considerado o segundo maior do mundo em operações, e o maior da américa latina. E, atualmente recebe cerca de 6 mil toneladas de resíduo da construção civil por dia.
O fechamento do lixão impacta a região das mais variadas formas. Por um lado, é muito bom em termos ambientais, e por outro, afeta negativamente a economia local e renda das famílias.
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Ilustração da relação do tamanho do lixão equivalente a área de 15 edifícios do Congresso Nacional (Autoral, 2022).
Ilustração da relação do tamanho do lixão equivalente a área de 280 quadras de futebol (Autoral, 2022).
27
Santa Luzia
Foto retirada do documentário Estrutural de Webson Dias (Youtube,
“É impossível esperar que uma sociedade como a nossa, radicalmente desigual e autoritária, baseada em relações de privilégio e arbitrariedade, possa produzir cidades que não tenham essas características.”
(Maricato, 2001, p. 51)
Equipamentos Urbanos | Santa Luzia
O chão
Foto retirada do documentário Estrutural de Webson Dias (Youtube, 2016)
O céu
Foto
retirada do documentário Estrutural de Webson Dias (Youtube, 2016)
Texturas 34
Foto tirada pela autora, acervo pessoal. (Julho, 2022)
Foto tirada pela autora, acervo pessoal. (Julho, 2022)
Projeto
Ubs
Cada ESF trabalha com uma população de até quatro mil pessoas, utilizando da premissa da interdisciplinaridade, portanto o espaço físico deve ser projetado prevendo espaços versáteis para poder atender diferentes profissionais e atividades. Além de atendimentos na própria UBS, deve ser considerado atividades como consultas, visitas e procedimentos domiciliares.
É importante também analisar o perfil epidemológico da região para um programa de necessidades mais direcionado a população.
Tabela de ambientes
Recepção/Arquivo de prontuários Espera
Administração e gerência
Sala de reuniões e educação em saúde Almoxarifado
Consultório com sanitário Consultório Salade Vacina
Sala de curativo/procedimento Sala de nebulização
Farmácia (sala de armaz. de medicamentos) Equipo odontológico Escovário
Área de compressor Sanitário para usuário Sanitário para deficiente Banheiro para funcionários Copa/cozinha
Número de equipes implantadas e a cobertura populacional
Abriga 3 Equipes de Saúde da Família*
Depósito de materiais de limpeza
Sala de recep.lavagem e descontaminação Sala de esterilização
Sala de utilidades (apoio à esterilização)
Abrigo de resíduos sólidos Depósito de lixo
Atende até 12 mil pessoas
Sala para ACS
1 para 45 pessoas 1 1 1 2 3 1 1 1 1 3 1 1 2 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1
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Diretrizes do projeto
“Arquitetura do necessário”
Sintonizar o edifício com a paisagem
Exaltar os saberes da arquitetura popular brasileira Espaço que promova a saúde
Áreas de praça pública e lazer
Um edifício que cumpra seu papel social no local respeitando todas as exigências bioclimáticas.
Compreender o meio físico e cultural do local, a onde se insere, valorização das visuais do terreno.
Buscar utilizar materiais e técnicas que condizem com nossos terrirótio.
Além da função do próprio edifício hospitalar, que o espaço físico auxilie no processo de bem-estar.
Ambiente de encontro e lazer para a população.
200m100m50m200m 100m 50m 0 39
Rodovia existente próximo ao terreno
Condicionantes do terreno
Parque da Cidade Estrutural
Solístico de verão
Solístico de inverno
Vento predominante
N
41
Área designada para uso administrativo de Santa Luzia
Área designada para uso comercial
Área designada para a construção da UBS de Santa Luzia
Materiais
Respeitando as normas da RDC 50/2002
Granilite polido Grama
(Consultórios, corredores, área molhada e etc.)
Carpete
(Auditório)
Tinta epóxi cor clara
Revestimento vinílico
Marmore natural
(Área verde externa) (Área externa)
Piso e rodapé Forro Parede Iluminação
Forro removível Forro acústico
Placa acústica cor clara
(Consultórios, corredores, áreas gerais e etc.) (Auditório) (Fachada externa)(Áreas molhadas)
Laminado Melamínico
Spot de LED redondo
Perfil de LED
(Consultórios, corredores, área molhada e etc.) (Auditório) (Luz branca) (Luz branca)
52
Cobertura
Telha
Telha térmica
Ponto
sanduíche feita em aço.
onde as águas pluviais descem Calhas 7% 5%
Galvalume Legenda Inclinação 53
Estrutura
Perfil tipo VS - Viga Soldada
Pilar Viga
54
Conexões
55
Fluxos
Risco de contaminação
Área de consultórios e atendimento
Área de descontaminação e expurgo
Baixo risco de contaminação
Atendimento
Área de apoio/funcionários
Recepção e triagem
Fluxo
Percurso de pessoas com maior risco de contágio
Percurso de materiais de limpeza e materiais contaminantes
Percurso de pessoas com baixo risco de contágio
Percurso de funcionários
56
Saída de emergência
57
Det. 02 Det. 01 Det. 01 - Bate maca Det. 02 - Saída de emergência Det. 03
Det. 02 Det. 04 Det. 03 - Conexão da viga Det. 04 - Esquadria +6.00m +4.00m Corte BB
Fachadas
Det. 01 - Cobogó com preenchimento
Cobogó feito em concreto com preenchimento para propiciar mais privacidade aos consultórios
Caixa de água
Balcão da farmácia
Acesso principal
Cobogó (Cobogó det.01)
0 5 15
Vista A
60
Volumentria do auditório
Caixa de água
Entrada principal
0 5 15
Vista B
Acesso dos funcionários
Vista A Vista B
61
Fachadas
Det. 02 - Cobogó vazado Cobogó feito em concreto.
Caixa de água Cobogó (Cobogó det.02)
Brises Auditório
62
0 5 15 Vista D Caixa de água
Vista
C Vista D Cobogó (Cobogó det.01) Acesso principal 63
Corte esquemático
Efeito de sucção Vento predominante 0 2 5 10
64
Conclusões
Tabela de ambientes Administrativo
Recepção/ espera
Sala de prontuários Administração e gerência Sala de reuniões e educação em saúde Sala ACS
Almoxarifado Banheiro para funcionários Copa/cozinha Farmácia
10% de circulação
Total
Atendimento Clínico
Consultório
Sala de procedimentos
Sala de vacinas
Sala para coleta Sala de nebulização Sala de curativo Consultório psicólogo
126,20m² 19,50m² 21,65m² 14,30m²
16m² 9,30m² 40,85m² 46,75m² 41,70m² 33,60m² 340m²
146m² 33,90m² 39m² 12,85m² 17,85m² 25,88m² 34,25m²
65
Atendimento Clínico
Considerações finais
10% de circulação
Total 31m² 340,70m²
Atendimento Odontológico
Consultório odontológico
Escovário
Área para compressor e bomba
10% de circulação
55,5m² 12,30m²
Santa Luzia é uma região que carece de equipamentos públicos. Em uma região administrativa, como a Estrutural, que 91,30% dependem do serviço público de saúde, sua construção é mais que necessária, é um direito.
Apoio
Total Banheiros
Área de serviço Central de material e esterilização Depósito de lixo Abrigo de resíduos sólidos (expurgo)
10% de circulação
Total
Educacional
Auditório
Total
Área total do projeto
2m² 6,98m² 76,78m² 63,95m² 6,25m² 34m² 13,95m² 13,95m² 13,21m² 145,31m² 122,15m² 122,15m² 1.890m²
A construção de uma UBS em Santa Luzia afetaria positivamente na qualidade de vida da região, contudo, sem que reformas na infraestrutura urbana na cidade, sua função seria apenas paliativa. É necessário um planejamento de esgoto e requalificação urbana, para que tanto a cidade quanto a UBS cumpram uma função de saúde preventiva.
Agradecimentos
Somos moldados por todas as pessoas e lugares que conhecemos. Diante da infinidade de conexões que fazemos ao longo da vida, agradeço a todos que de alguma forma fizeram parte desta trajetória. E aqui, cito o nome de alguns:
A minha mãe Celsa Regina, ao meu pai Fernando Muro e minha irmã Fernanda Muro que sempre me apoiaram, ensinaram e deram muita força ao longo da vida. Simplesmente os agradeço e dedico a tudo.
A abuela Matilde, por todos seus incentivos e conversas. Te prometi uma festa de formatura para dançarmos juntas a noite inteira, contudo não terei festa e a senhora não está mais aqui nesta vida, mas a ti te dedico minha graduação. A minha avó Ana, que me foi uma segunda casa e suporte com amor e afeto em meio a pandemia. Ao abuelo Arthuro e avô João por todo carinho e amor que
me deram, por mais que de forma breve.
A todos tios e tias, primos e primas da família Resende, agradeço todo o suporte e incentivo, todas as risadas e descontrações. A Ana Paula que me acompanhou de perto no desenvolver deste projeto e muito me ajudou para a entrada na UnB. A Ana Verônica, a “mais médica” da família, que auxiliou e me deu suporte para a escolha deste tema. Ao João Victor por testar minha paciência.
Aos tios e tias, primos e primas da família Muro. Todos momentos são propícios as nossas declarações, portanto os deixo meu “feliz ano novo” e “amo vocês”, palavras tão presentes em nossas reuniões.
viagens e os vários momentos de alegria e descontrações. Obrigada Fernanda, por todo companheirismo, veganices e escuta.
A Malú Nakamura, por toda impaciencia e sacudida. O Rafael Botelho por todas as ligações que me acordavam em meio a madrugada apenas para me fazer rir. A Lana Cristina por toda a oportunidade de escalada e todas as vivências que tivemos que nos permitiu crescimento. A Ananda Dantas, Isabela Ewerton, Daniel Zaiden, Lucas Cavalcante, por todo carinho.
As minhas amigas Dara Rattes e Fernanda Meneses, que me acompanham a tantos anos da minha vida. Obrigada Dara, por todas as escutas acolhedoras, conselhos, força,
Aos meus amigos mais recentes, David Viegas por toda paciência e conversas. A Rosângela Dias, por todo carinho e acolhimento. A Carol Marcial, por sua leveza e forma de levar a vida, além de muita escalada. A Letícia Lis, por sua sensibilidade e inspiração. Ao Tiago Alencar por todas as “segs”.
Aos meus amigos da fau, Alexandre Duarte, Eduardo Ancrin, Geovana Veloso e Laila Beatriz por todo suporte, descontrações e força para a continuidade da minha graduação. Ao CASAS e seus membros, por me darem a oportunidade de ter um olhar mais crítico sobre a atuação dos arquitetos-urbanistas.
Em especial ao professor e orientador Dr. Jaime Golçalves por me indicar um caminho a seguir e compartilhar seu conhecimento para a construção e aperfeiçoamento deste trabalho. Por todo seu extenso conhecimento e paciência. À professora Dra. Luciana Sabóia, por acreditar em mim e me dar toda a força e incentivo para o desenvolvimento de uma área que eu gosto muito.
Ao professor Ivan do Valle pela oportunidade de ensino e pesquisa sobre o Zanine Caldas e madeira. À professora Dra. Elane Peixoto por toda ajuda, orientação
e disponibilidade para me ajudar a desenvolver este trabalho com toda a paciência e atenção, além de ensinar e compartilhar seu conhecimento com carinho. Ao professor Luis Alejandro Peña por toda paciência e conhecimento em estrutura que ajudou na minha graduação. Agradeço ao professor Dr. Frederico Flósculo por compartilhar seu tempo e seu vasto conhecimento em arquitetura hospitalar . Ao professor Frederico Carvalho por aceitar a compor a banca e avaliar este trabalho.
E por fim, agradeço a UnB e ao sistema gratuito de ensino superior do Brasil, a todos os professores, servidores e terceirizados que acompanharam a rotina dos estudantes durante toda a graduação. A pesquisa e extensão desenvolvida dentro da universidade é publica, do povo e para todos que a buscam.
A educação tem que ser universal, inclusiva e libertadora.
Referência bibliográfica
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LELÉ, João Filgueiras Lima. Arquitetura: Uma experiência na área de saúde. [S. l.]: Romano Guerra Editora, 2012. 336 p.
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LIMA, Nísia Trindade; GERSCHMAN, Silvia; SUÁREZ, Julio Manuel; EDLER, Flavio Coelho. Saúde e democracia: História e perspectivas do SUS. 20. ed. [S. l.]: Editora Fiocruz, 2005. 504 p.
MENDONÇA, Maria Helena Magalhães de; MATTA, Gustavo Corrêa; GONDIM , Roberta; GIOVANELLA, Ligia (org.). Atenção primária à saúde no Brasil: Conceitos, práticas e pesquisa. [S. l.]: Editora Fiocruz, 2018. 610 p.
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A ABORDAGEM TECTÔNICA NO ENSINO DE PROJETO:
UMA ANÁLISE A PARTIR DE EXPERIÊNCIAS ACADÊMICAS NA
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