TFG - Urbanismo Saudável

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nais. O autor reitera a localização periférica – social e territorialmente, das áreas de loteamentos. Hoje, a cidade se apresenta dividida em uma forma clara de segregação socioespacial ou fragmentação, para uma porção central e sul onde estão as classes sociais de maior renda e uma periferia a Norte, Leste e parte do Oeste onde estão situadas as populações mais pobres, em espaços por vezes desprovidos de infraestrutura, com um limitado acesso à cidade, pouca disponibilidade de serviços e recursos, como é apontado por Sobarzo Miño (2004) e Silva (2005). É necessário, porém, citar o fato já explicitado no capítulo 2 de que a cidade atual já não é concentrada em uma divisão centro-periferia – que determinava a estruturação urbana até os anos 1980. Para o contexto de Presidente Prudente, considera-se também o conceito da autossegregação e da fragmentação urbana, onde há uma polarização no tecido urbano entre espaços de ricos e pobres, “, “[...] a herança colonial de uma tortuosa relação entre o público e o privado vai se manifestar em toda a história prudentina. O espaço urbano assim produzido se apresenta hoje desigual e segregado” (SOBARZO MIÑO, 2004, p. 51). A autossegregação acontece com o aumento de loteamentos fechados às margens da cidade. A segregação ocorre então em dois processos distintos: o primeiro, onde ocorre voluntariamente para as classes mais altas, define também transformações na estrutura da cidade, alterando a distribuição de grupos sociais, funções, e uso do espaço, a centralidade é então segmentada; e o segundo, onde as classes mais baixas são “colocadas” em áreas alheias ao tecido urbano consolidado e privadas de seu direito à cidade (SPOSITO, GOES, 2013). Atualmente constata-se que os loteamentos fechados estão mais integrados à malha urbana, porém, em conjunto aos bairros populares, ambos incitam a evolução de uma cidade mais fragmentada (SPOSITO, GOES, 2013). A diferenciação se dá no fato de que a construção de espaços residenciais fechados, segundos as autoras, incentivou a valorização das áreas ao seu redor, estimulando uma nova divisão do espaço, onde a expressão periferia já não se refere aos bairros com moradores de menor renda, como abordado também por Rolnik (2010), no capítulo 3. Além disso, segundo Sposito e Goes (2013), com a dispersão do que se define como o centro, os locais de serviço e por consequente empregos também se tornam dispersos, muitas vezes dificultando o acesso e mobilidade àqueles que o necessitam. 52


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