E O DIREITO À PREGUIÇA
CASUL O
Júlia Moraes de Lima Orientação: Elane Ribeiro Peixoto Banca: Carlos Henrique Magalhães e Leandro de Souza Cruz
CASULO e o direito à preguiça
Este caderno faz parte de um conjunto de produtos para apresentação do Trabalho Final de Graduação da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de Brasília
Autora: Júlia Moraes de Lima
Orientadora: Elane Ribeiro Peixoto
Banca: Carlos Henrique Magalhães de Lima, Leandro de Sousa Cruz e Amélia Panet Brasília, 2022
1. arquitetura e urbanismo 2. utopia 3. distopia 4. megaestrutura 5. trabalho de plataforma 6. direito à preguiça

à família Moraes, pela coragem e personalidade;
à família Lima, pela determinação e foco;
ao meu pai, Augustus, por ser minha referência e exemplo;
à minha mãe, Ione, por ser minha base e essência;
ao meu irmão, João Vítor, por sempre me trazer de volta ao agora;
aos meus queridos amigos, principalmente Amanda, Nicole, Tamara, Caio, Rick e Rodrigo, pelo acolhimento e apoio; ao Vieira, Natália, Cora e Vinícius eu agradeço pelos inesqueciveis momentos;
à formation, o grupo que é um verdadeiro presente; à maquinada, por lembrar que mesmo dentro da academia a vida é muito mais que o profissional;
aos professores que me ajudaram a trilhar nessa jornada intensa, principalmente Elane, Eliel, Oscar, Carlos Henrique, Leandro, Vânia e João Pantoja;
ao CNMP, TERRACAP, BORA arquitetos, CoDA arquitetos e BLOCO arquitetos por fazerem parte da minha jornada profissional e ajudarem a moldar a minha história.
AGRADECIMENTOS
CADERNO TEÓRICO
TEMA
Este trabalho de diplomação pretende refletir sobre uma situação hipotética futura na qual o teletrabalho se torna a forma dominante de trabalho. Busca-se pensar nas transformações no âmbito urbano e arquitetônico, e a relação do trabalhador com o espaço.
Em termos projetuais, o trabalho imagina a criação de um “casulo”, uma câmara de restauração do trabalhador, que possui como público-alvo os trabalhadores de empresas de aplicativos, que tem como característica principal a informalidade, a visão pessoal de um “euempreendedor”, e a atomização. O foco do casulo é diminuir o tempo de descanso do proletariado, de modo que ele fique “restaurado” rapidamente e seja mais produtivo. Para facilitar o acesso, os casulos estariam alocados em grandes estruturas, independentes ou acopladas aos elementos urbanos existentes, como às empenas de edifícios, em locais de grande acesso e circulação.
Porém, este elemento, que em essência reforça o sentimento de atomização e intensa produtividade, questões a serem abordadas aqui, pode também ser um elemento agregador, que reacende a chama da comunidade, da coletividade e da revolta. Entretanto, no fim, um casulo é apenas um casulo, um objeto, uma estrutura, e o modo de uso, interpretação e subjetividade que este apresentar são frutos de intencionalidades e sociais e consequentemente políticas.

“O mercado torna-se o árbitro do jogo social e das forças em disputa.”
CONTEXTO HISTÓRICO ASCENSÃO NEOLIBERAL
Vivemos mudanças nas relações de trabalho de comércio e de consumo sem precedentes.
Os anos de 1970 marcam uma mudança significativa na ordem econômica dos países hegemônicos a partir da Inglaterra e dos Estados Unidos da América. Margareth Thatcher e Ronald Reagan advogam pelo fim do Estado do Bem-Estar-Social, surgido com a crise de 1929 e afirmado durante a reconstrução da Europa, depois da Segunda Guerra Mundial. O Estado do Bem-Estar-Social atuava como um mediador entre as classes proprietárias e as não proprietárias, sua ação visava a proteção dos grupos menos beneficiados, garantido direitos trabalhistas, regulando jornadas de trabalho e assistência aos trabalhadores. Thatcher e Reagan contrapunham a essa forma de estado, outro, que apostava na redução desse e na força da concorrência para reguladora do trabalho - o mercado tornou-se o árbitro do jogo social e das forças em disputa.
Aideianãoeramaisgarantirumbomempregopara todos,conformeatradiçãosocialista,masdisseminar o espírito da concorrência agressiva por intermédio deumanovaagendaeducacional,demodoque,num mercado cada vez mais concentrado, somente os mais aguerridos, os mais individualistas e os mais expedientes prevalecessem, em detrimento dos desfavorecidos em todos os quadrantes do planeta. (SEVCENKO, 2001, p. 40)
CONTEXTO HISTÓRICO
CAPITALISMO DEPENDENTE
Nos países de capitalismo dependente, como definido por Florestan Fernandes (1975), a situação se agrava. Isto se dá devido a fatores históricos e sociais que criam um problema estrutural na divisão internacional do trabalho no século XXI. O padrão de dominação externa iniciou-se no antigo sistema colonial, que se baseava na exploração ilimitada, inclusive da população autóctone, vista pelo colonizador como parte da natureza a ser explorada. (MORAES, 1994) Além disso, a submissão dessa população é um aspecto central para a exploração bem sucedida das colônias, pois o efetivo estabelecimento da produção só ocorre com a disponibilidade do trabalho, levando ao mecanismo comum de sua coerção compulsória em toda América Latina. A independência das antigas colônias transferiu para as elites locais o papel de exploração desse trabalho. Esse ponto de partida histórico ainda é hoje, em pleno século XXI, o cerne da questão, quando a economia do planeta como um todo está emaranhada. A globalização econômica prossegue a dominação externa a partir de dentro e em todos os níveis, pois mesmo os países mais avançados da América Latina não possuem condições de fazer frente aos países hegemônicos, cujo pódio é ocupado pela China, Estados Unidos e União Europeia. Aos interesses desses pontos do planeta, os setores dominantes locais se associam na exploração de um modelo de desenvolvimento predador da natureza e explorador do trabalho humano. Assim,
O fardo da acumulação de capital é carregado pelos países latino-americanos; mas seus efeitos multiplicadores mais importantes são absorvidos pelas economias centrais, que funcionam como centros dinâmicos de apropriação das maiores quotas do excedente econômico gerado.
(FERNANDES, 1975, p. 24)

“O fardo da acumulação de capital é carregado pelos países latino americanos, mas seus feitos multiplicadores são absorvidos pelas economias centrais.”
CONTEXTO HISTÓRICO
REVOLUÇÃO INFORMACIONAL E CAPITALISMO DE CONSUMO
Foi neste contexto de emergência de uma nova ordem mundial neoliberal que a revolução informacional foi estimulada e ganhou velocidade. Soares Neto (2012) trata do tema à luz de Lipovetsky, filósofo francês e teórico do hiperconsumo1. O autor mostra que as novas descobertas técnicas e científicas contribuíram na dinamização do capitalismo, de modo a romper com a produção e consumo tradicionais, possibilitando a produção de produtos e serviços antes inimagináveis, e em escala, variedade, sofisticação e sedução aparentemente infinitas, levando indivíduos para outros tipos de desejos e necessidades.
Quando olhamos para os indivíduos, percebemos que estes passaram a viver rodeados por objetos e situações de grande fascínio. Sempre em busca por novos produtos, novas experiências, por um consumo imediatista diante do atual panorama da sociedade e alimentados por uma economia pronta para saciá-los; os “hiper consumidores” 2passaram a agirporumaespéciedelógicadoexcesso.(SOARES NETO, 2012, p. 113)
Ainda de acordo com Neto, Lipovetsky aponta três fases do capitalismo de consumo. A primeira, compreendida entre 1880 e a Segunda Guerra Mundial, é caracterizada pela “produção em grande escala, o lucro através do volume, o marketing de massa, marcas célebres e os grandes magazines.”.(SOARES NETO, 2012, p. 5) segunda fase, de 1950 a 1970, marca a produtividade no
trabalho, aumento salarial, marketing segmentado, política de preços baixos, bem estar e consumo ordenado da família. A fase 3, por sua vez, de 1970 até os dias atuais, se caracteriza pelo hiperconsumo, motivações privadas, com os bens mercantis a serviço da pessoa e com o consumo ordenado pelo indivíduo, marketing individualizado, grandes inovações, socialização através do consumo e ampliação das relações reais e virtuais através da internet.
Nesta terceira fase, há uma necessidade exacerbada por relações imediatas, encontradas facilmente em produtos e serviços vendidos pelo mercado. A partir dos novos equipamentos e eletrônicos, os indivíduos podem construir seus próprios conceitos de espaço-tempo e ditar suas próprias rotinas. Assim, o consumo dita um estilo de vida para a sociedade, de modo que “Os indivíduos estabelecem uma lógica emotiva e subjetiva com as coisas produzidas por esse mercado, desejando objetos para viverem e não apenas por sua utilidade ou necessidade.”. (SOARES NETO, 2012, p. 7) Deste modo, percebe-se o desenvolvimento de uma “produção personalizada de massa” em que o inovacionismo supera o produtivismo anterior, o que induz ao individualismo extremado, em que “não são mais os desejos de representação social que impulsionam a espiral consumidora, mas os desejos de governo de si próprio. A mercantilização dos ‘modos de vida’ e a exacerbação dos gostos pelas novidades”. (SOARES NETO, 2012, p. 11)
1 O hiperconsumo é um termo cunhado por Lipovetsky a partir do prefixo hiper. Diz respeito ao advento da velocidade em todas as esferas da vida contemporânea com repercussão nas relações sociais. No caso do hiperconsumo, esta especificidade se dá a partir da justificativa do consumo através da busca de sensação de felicidade e prazer imediatos.
2 Os hiperconsumidores são as pessoas que praticam o hiperconsumo.
“Os indivíduos passaram a viver rodeados por obejtos e situações de grande fascínio [...]. Os hiperconsumidores passaram a agir por uma éspécie de lógica do excesso.”

As novas modalidades de trabalho, possibilitadas pela avanços das tecnologias digitais, são formas disfarçadas de manutenção da exploração e extração da mais-valia.

CONTEXTO HISTÓRICO
NOVO CONTEXTO TRABALHISTA
As mudanças de ordem política e econômica associadas às invenções tecnológicas de comunicações impulsionaram uma nova divisão internacional do trabalho e da produção capitalista voltada para a personalização e individualidade, buscando o consumo desenfreado e imediatista, com consequências diretas no modo de trabalhar do século XXI, como bem assinala Raposo:
A expansão das novas tecnologias a serviço do capital e uma explosão da indústria de serviços. Esse processo [...] vem repercutindo em transformações no mundo do trabalho e em novas formas de realização da lei do valor, através das distintas modalidades de trabalho digital, as quais se constituem em novas formas disfarçadas de exploração e de extração da mais-valia. (RAPOSO, 2020, p. 515)
As novas modalidades de trabalho, possibilitadas pela avanços das tecnologias digitais, são formas disfarçadas de manutenção da exploração e extração da mais-valia. Comumente denominadas de uberização1, este termo se popularizou e foi um meio de expor essas novas relações trabalhistas. Porém, com o avanço da discussão, ainda que primário, o termo plataformização do trabalho
seja mais adequado para definir este processo, por este não ser exclusivo da empresa uber, apesar de ter sido popularizado por ela. (GROHMANN, 2019) Este termo caracteriza a dependência dos trabalhadores e consumidores das plataformas digitais, flexibilizando as relações de trabalho, além de um discurso justificativo de empreendedorismo. Apesar de ainda haver algumas discordâncias com relação à definição estrita desses novos tipos de trabalho, há um consenso em afirmar que se trata de “atividades marcadas por parassubordinação tecnológica e submetidas à medição de rendimento” (GROHMANN, 2019, p. 112)
O trabalho mediado por plataformas, como foi assinalado, ocorrem não no abstrato, mas a partir de apropriações de valor, a depender tanto das características das plataformas de trabalho quanto de clivagens de gênero raça e território (VAN DOORN, 2017; RAVENELLE, 2019, apud GROHMANN, 2019), e estes elementos, apesar de estarem com uma nova roupagem, são perpetuações da lógica de exploração da mão de obra informal e barata, decorrentes do capitalismo dependente e da divisão internacional do trabalho.
1 A uberização do trabalho é denominada de forma análoga ao aplicativo de viagens uber, e altera as relações tradicionais de emprego, para o trabalho teoricamente autônomo, flexível e sem vínculo empregatício. No caso da uber, os motoristas são considerados usuários da plataforma e não seus empregados.
1. Plataformas que requerem o trabalhador em uma localização específica, como as empresas que mediam entregas de comida ou transporte de pessoas, como iFood, rappi, uber, etc;
2. Plataformas de microtrabalho ou crowdwork, caracterizadas pelo treinamento de dados para algoritmos (ou a chamada “inteligência artificial”), em troca de pequenas recompensas, como alguns centavos para a execução de tarefas simples ou vale compras. Trabalhos como os mechanical turks1, da multinacional Amazon, são extremamente valiosos na era digital, porém muito pouco valorizados, e seus empregados são explorados por empresas que perpetuam a informalização, fornacem informações assimétricas ao empregado , praticam roubo de salário e não oferecem direitos trabalhistas (DIGILABOUR, 2020);
3. Plataformas freelance, cloudwork ou de macrotrabalho, que reúnem trabalhadores que oferecem serviços de diversos tipos, como design, ilustrações, pinturas, passeio com animais, ou programação. Aqui pode-se incluir também alguns aplicativos de serviços como aplicativos de diaristas e manicures que atendem em domicílio.
Cada tipo de serviço revela diferentes relações trabalhistas e diferentes possibilidades de condições de trabalho, além de perfis de trabalhadores distintos. Obviamente não há uma uniformidade dentro de cada tipologia de trabalho, porém percebe-se as diferentes abordagens nessas relações a partir de depoimentos dos diferentes trabalhadores dessa nova era. Um documentário da BBC (2018) sobre a denominada gig economy2, em crescente proeminência nos países de capitalismo central, um designer inglês é entrevistado e fala sobre a flexibilidade do trabalho, a facilidade em equilibrar a vida pessoal e profissional e a liberdade em
ser um trabalhador autônomo. Já o documentário “Vidas entregues” (BIAR, 2019), entrevista alguns entregadores de aplicativos que mostram outra realidade: a utilização do trabalho de plataforma como último recurso devido ao desemprego, em aplicativos de entrega há uma ampla utilização de bicicletas compartilhadas, que trás mais uma burocracia ao trabalho, pelo tempo de utilização determinado pelas empresas, o baixo retorno financeiro devidos às baixas taxas de entrega, pouca transparência da empresa, taxas abusivas, risco alto do trabalho e o baixo suporte ao trabalhador, e, nas entrevistas, o desejo pelo emprego de carteira assinada.
Essa vulnerabilidade do trabalhador que fornece sua força física expõe a face fragilizada dessas relações, principalmente num país como o Brasil, em que o trabalho informal está enraizado culturalmente na sociedade. Não se pode ignorar também que pessoas à margem do trabalho é funcional para a economia, pois é um meio eficaz de diminuir o valor da força de trabalho.
É inegável afirmar também que, em consequência destas mudanças, o trabalho, consumo e comércio realizados à distância tornaram-se mais comuns e factíveis. Um fato trágico acenou para as alterações em curso. A pandemia provocada pelo vírus Sars-cov-2 em 2020 exigiu medidas de isolamento, o que deu visibilidade ao fenômeno em curso do teletrabalho e do impacto dele nas cidades, principalmente no parque imobiliário e na dinâmica de circulação nas cidades. A pandemia também agravou e acelerou o quadro de exploração do trabalho, com o aumento do desemprego – que chegou a 14,7% no primeiro trimestre de 2021, contra 12,7% no primeiro trimestre de 2020 (IBGE, 2021)–, e do trabalho informal, que chegou a 40% da população ocupada em maio de 2021. (ABDALA, 2021) Além disso, tem-se o Estado como regulador da relação capital-trabalho, atuando na informalização e flexibilização dos contratos de trabalho. No Brasil isso se evidencia no desmonte da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), favorecendo o mercado e o empresariado em detrimento dos direitos do trabalhador. Em 2021 isto se consolidou com a
1 À exemplo, temos a plataforma mechanical turks, da multinacional Amazon, de acordo com o site, é um meio de empresas e indivíduos terceirizarem seus trabalhos e processos para uma força de trabalho distribuída que pode realizá-los virtualmente. (AMAZON, 2021)
2 De acordo com o dicionário de Cambridge (acesso: 2022), a gig economy é definida pela forma de trabalho baseada em emprego temporários ou a realização de partes de um trabalho, pagas separadamente, ao invés do trabalho tradicional pago por um patrão.
Grohmann faz classificação clara dos tipos de plataformas de trabalho:Medida Provisória (MP)1 1045/21, atualmente aprovada na Câmara dos Deputados e derrubada pelo Senado Federal (CASTRO, 2021). Esta MP instituiria dois programas de incentivo ao trabalho aos jovens de até 29 anos e pessoas com mais de 55 anos, as pessoas mais atingidas pelo desemprego. Porém, na prática, esses projetos caracterizariam um ataque às leis trabalhistas. O REQUIP – Regime Especial de Trabalho Incentivado, Qualificação e Inclusão Produtiva – se caracterizava por não ter carteira assinada e possuir escassos benefícios (bolsa auxílio, vale transporte e curso de qualificação, além de não oferecer direito a recesso de trinta dias, décimo terceiro salário, adicional de férias e contribuição para o INSS. O PRIORE – Programa Primeira Oportunidade e Reinserção no Emprego –seria destinado tanto aos jovens de 18 a 29 anos quanto a pessoas com mais de 55 anos. Neste caso, não haveria vínculo formal por mais de doze meses, recebimento de apenas 50% do salário em caso de demissão antes do prazo contratual, o salário ficaria abaixo de dois salários mínimos e a empresa poderia contratar até 25% do quadro de seus funcionários neste regime. (PIOVESAN, 2021) Mascarada como um incentivo ao emprego, a MP se mostra um ataque indireto aos sindicatos, pois a negociação se daria diretamente entre empregado e empregador, e favoreceria empresas na contratação de funcionários em condições precárias. Assim, prolifera a condição dos empregos temporários que se realizam em péssimas condições estruturais e sem o devido suporte jurídico.(SOUZA, 2021) Apesar da rejeição pelo Senado da MP, utilizando principalmente a justificativa de que o Brasil já possui um alto índice de trabalho informal, e a MP fomentaria o mesmo, o desmonte das condições de trabalho é claro e se evidencia na fala do presidente Jair Bolsonaro que, em 2018, que alegou “a legislação trabalhista vai ter que se aproximar da informalidade”. (TV GLOBO, 2018)
O quadro é de uma fragilização crescente do trabalhador, dificultando a construção de uma identidade individual e coletiva, além da precarização da representação coletiva/sindical. Por último, há como consequência um
aumento no nível de adoecimento dos trabalhadores, tanto físico como mental, por exemplo depressão e suicídios.
Diante das atuais dinâmicas de trabalho, que mantêm o acúmulo de capital, mesmo com inovações tecnológicas que deveriam ser meios de emancipação, objetiva-se, com este trabalho, realizar um exercício crítico sobre como essas mudanças no modo de consumir e trabalhar podem afetar as cidades. De modo algum planejo esgotar o tema, nem seria ingênua para apresentar soluções claras. Minha intenção é propor uma crítica pensada a partir da imaginação de uma situação por um lado utópica, e, por outro lado, distópica. Para tal, é imprescindível entender como utopias e distopias são concebidas e formuladas.
1 Medida Provisória é uma norma com força de lei editada pelo Presidente da República em situações de relevância e urgência.
CONCEITO DE UTOPIA E DISTOPIA
Comecemos pela utopia. O termo cunhado por Thomas Morus (2004) em seu livro homônimo trata de uma crítica à Inglaterra de sua época a partir da oposição das características na sociedade dos utopianos. A palavra vem do grego topos, que significa lugar, já o u pode possuir dois significados: a contração da partícula eu, que significa bom, ou da partícula ou, negação. Deste modo, a palavra utopia pode adquirir dois significados distintos, de “bom lugar” ou de “lugar nenhum/ não lugar”. Atualmente o termo possui caráter impreciso e polissêmico, tendo adquirido diversos significados desde sua criação.(MERLIN; CHOAY, 2015) Inicialmente as utopias estavam completamente relacionadas ao espaço, diferentes mundos, como a própria ilha de Utopia de Thomas Morus. Porém, posteriormente ela passa a explorar a plasticidade do tempo, imaginando e tentando prever mundos futuros a partir de características do presente. No final do século XVIII, a utopia começa a ser tratada como objetivo, como formas de pensar. No século XX, a utopia é tida como manipulável pelos meios de comunicação, mas também como papel de uma função crítica. Mannhein trata a utopia como efeito de transformação sobre a ordem histórico social existentes. (CAÚLA, 2019)
Há uma linha tênue separando a utopia da distopia. Esta última nasceu como negação da primeira a partir de uma fala de John Stuart Mills, como a ideia de algo ruim demais para ser praticado. No século XX, o termo ganha força própria, e se torna “independente” da utopia. Assim, a distopia é colocada como rejeição à ideia de que o homem possa atingir a perfeição, e, deste modo, as distopias tomam o lugar das utopias críticas. Jameson (2005, apud GALDANHO, 2016) fala que a diminuição das utopias no século XX demonstra um enfraquecimento da história e a convicção de que mudanças fundamentais não são mais possíveis. Assim, a literatura e o cinema dispensam a ingenuidade da utopia, confrontando suas falhas e manchando-a abertamente com a distopia, como meio de crítica a cenários contemporâneos. (GALDANHO, 2016)
Porém, para além de ser a negação da utopia, a distopia se torna sua essência como meio de expressar visões críticas da sociedade atual e possíveis desdobramentos. Henri Lefebvre (1991, apud GALDANHO, 2016) alega que a utopia foi desacreditada, e é necessário reabilitála, como incentivo indispensável para a mudança. A distopia incita essa reabilitação, mesmo ao custo de um possível desconforto. Assim, o autor conclui que devemos explorar práticas culturais que façam uso completo da dualidade utopia/distopia como meio de obter uma visão crítica de mundo, que é muito necessária. Por último, o autor cita Frederic Jameson novamente, em que diz que o impulso utópico/distópico não se traduz em programas políticos, mas é difícil ver como qualquer ação política efetiva ou durável poderia vir a existir sem ele. (JAMESON, 2005, apud GALDANHO, 2016)
O impulso utópico/distópico não se traduz em programas políticos, mas é difícil ver como qualquer ação política efetiva ou durável poderia vir a existir sem ele.

URBANO
CONTEXTO
RELAÇÃO TACEISA-PLANO PILOTO
O Plano Piloto possui uma função simbólica muito forte no contexto da arte, arquitetura e urbanismo modernos brasileiros. Brasília seria uma utopia urbana, representando uma nova nação no centro do Brasil. A ideia de uma cidade nova, moderna, que se tornaria capital do país e, consequentemente, centro das grandes decisões políticas é sincrônica de um projeto desenvolvimentista nacional dos anos 50. Além disso, um plano urbanístico modernista que seus idealizadores acreditavam concretizar1, apoiado em uma cidade “nascida do zero”, completamente planejada por profissionais experientes, era convincente. Os discursos a favor da cidade incluíam até mesmo os componentes místicos, os sonhos de Dom Bosco2 e os dos inconfidentes e a idealização dos republicanos, o Plano Piloto se legitimava no imaginário brasileiro.
Porém, há uma dicotomia entre o plano e a realidade e isto se confirma nas falhas que começam a surgir no planejamento urbano, destoando da ordem social imaginada, que geralmente assume-se que são consequências de sabotagens externas aos Planos e não de falhas inerentes a ele. (HOLSTON, 1989)
Primeiramente, é necessário compreender que, até 1958, havia planos de ocupação do entorno do Plano Piloto, inspirados nos planos das cidades-jardins inglesas, mas nenhum planejamento concreto. As cidades jardins de Howard (1902) buscavam a independência da cidade central, de modo a desafogar e higienizar o centro, porém com dignidade e qualidade de vida para o proletariado, principalmente, da indústria. Com isso, buscava-se criar cidades com administração própria e com empregos e lazer próximos às habitações, além do uso de certos mecanismos para diminuir o custo da terra (HOWARD, 1902) . No DF, os planos para construção dessas cidades estavam previstos para 10 anos após a inauguração de Brasília (DERNTL, 2020), porém existia um requisito
social burocrático para habitar o Plano Piloto, sem ele, não havia permissão oficial para obter moradia. Desta forma, os assentamentos ilegais se multiplicaram desde a época da construção, pois havia diversas regras a serem cumpridas para habitar nos acampamentos oficiais da Novacap e das empresas privadas envolvidas na construção da capital, como controle rigoroso de acesso para evitar a entrada de familiares e impedir a criação de raízes por parte dos chamados “candangos”, além dos regimes de trabalho intensos, favorecidos pela falta de direitos e representação coletiva.
Em 1958, houve a necessidade de retirada da população dos assentamentos ilegais. A retórica foi muito importante nesse período para legitimar as ações, inicialmente colocando os candangos e pioneiros como peças chave na construção da nova capital e, posteriormente, substituindo sua importância pelos reais ocupantes da cidade, revelando que os trabalhadores nunca tiveram local reservado a eles (HOLSTON, 1989). A permanência desses residentes era assegurada de duas formas: regularizando o assentamento no local de origem, como ocorreu com a Cidade Livre, posteriormente denominada de Núcleo Bandeirante, ou o assentamento era realocado para outro local, geralmente distante, como aconteceu com Taguatinga (HOLSTON, 1989).
Não havia consenso em como as cidades-satélites deveriam ser desenhadas. Os loteamentos foram adaptados de traçados de cidades-rurais esboçados anteriormente. Essa estratégia aliada ao fato desses desenhos serem feitos às pressas como uma necessidade urgente e responsiva, ao invés de preventiva, leva a bairros caracterizados por uma sequência de lotes unifamiliares, espaços livres externos negligenciados, além de possuírem infraestruturas deficientes (DERNTL, 2020).
1 A ideia de uma igualdade social não é referenciada claramente no memorial do Plano Piloto de Lucio Costa, há apenas referências às proximidades ou possibilidades de escalões inferiores de administração morarem relativamente próximo aos superiores. É importante também ressaltar que o proletariado foi, desde o início, centrifugado para as periferias precárias, como será abordado mais adiante.
2 Referência ao clássico sonho místico da cidade no Planalto Central onde “jorraria o leite e o mel”.
Holanda (2016) defende o conceito de modernismo periférico no desenho de Taguatinga, Ceilândia e outras cidades satélites.
As cidades-satélites foram projetadas por técnicos do governo do Distrito Federal como planos globais ou grandes áreas que se adicionavam a outras, conforme a necessidade de abrigar populações removidas de favelas. Seguiam as regras do Modernismo, ainda que empobrecidas: malha hierarquizada, com poucos eixos de acesso; grande quantidade de superfície viária; setorização funcional; áreas públicas residuais. (HOLANDA, 2016, p. 8)
Desta forma, essas cidades herdaram as questões problemáticas do modernismo clássico, sem suas qualidades expressivas. Percebe-se um superdimensionamento das vias de circulação, prevalecendo a locomoção por veículos individuais, preferência por locais de passagem acima dos locais de permanência, descontinuidades físicas, espaços cegos etc.
O projeto a ser apresentado não possui um terreno específico, e é propositalmente projetado para ser inserido em qualquer espaço, sem considerar o contexto urbano e o impacto social que possa gerar. Porém, o histórico de planejamento urbano do DF, as tensões territoriais e sua tangência com as relações trabalhistas revelam espaço com um local adequado para a caracterização do projeto e suas possíveis apropriações.
“O modernismo periférico seguia as regras do modernismo clássico, ainda que empobrecido.”
A CIDADE DE PLATAFORMA

momento 1 da W3 momento 2 da W3 momento 3 da W3


A cidade dominada pelo trabalho de plataforma evolui (ou involui) junto com essas novas dinâmicas sociais. Aqui, apresenta-se algumas possíveis mudanças no espaço urbano, contexto para a inserção do objeto deste trabalho.

No que tange as fachadas dos edifícios, aqui usa-se o conceito de Jane Jacobs (2011) de “olhos para a rua”, onde se tem a presenla de pessoas vigiando voluntariamente e inconscientemente a rua, garantindo segurança e prazer na cidade.
Ao lado, apresentan-se este conceito a partir de 3 momentos da avenida W3, no Plano Piloto:
1 - no primeiro momento, os primeiros anos da avenida, que possuía diversas lojas com fachadas ativas, viradas para a rua, que convidava os transeuntes para as calçadas, e acabava por incluir diversas atividades.
2- um segundo momento, já mais contemporâneo, influenciado tanto pela conformação que a avenida foi tomando com os anos, que diminuiu o número de fachadas ativas, diminuindo consequentemente o trânsito de pessoas na rua, quanto por outros fatores, como a pandemia de sars-cov-2 e o aumento expressivo do comércio online, que diminui a necessidade de lojas físicas, consequentemente diminuindo o número de fachadas ativas na cidade.

3- o terceiro momento diz respeito à cidade de plataforma, em que os comércios tradicionais são substituídos por centros de apoio ao trabalho de plataforma, seja pelas ghost kitchens, ou cozinhas fantasmas, cozinhas industriais alugadas para diversos restaurantes com o objetivo de servir exclusivamente a deliverys, principalmente por meio de aplicativos de entrega, e centros de distribuição de lojas e comércios, incluindo compras de mercado e farmárcia, verdadeiros galpões para facilitar e agilizar a entrega de produtos. Aqui, temos a completa “morte da rua” pois esta serve apenas para circulação rápida com a função apenas de entrega de produtos para consumo.

A CIDADE DE PLATAFORMA
marginal
via EPTG no contexto contemporâneo
canteiro central
faixa de ônibus ciclovia
faixa de ônibus
pista pista
canteiro canteiro
marginal
Com relação às vias, traz-se como exemplo a EPTG, via importante de ligação do Plano Piloto com Ceilândia. No contexto contemporâneo, a via EPTG consiste em faixa especial de ônibus, uma ciclovia no canteiro central, e faixas marginais de acesso às cidades ao longo da via. Esta via é muito utilizada, principalmente para o trabalho durante a semana, passando cerca de 60 mil veículos por dia na mesma. (SECUNHO, 2021)

pista para trabalhadores de plataforma
faixa de circulação pessoal faixa de circulação pessoal
ciclovia
pista para trabalhadores de plataforma
canteiro canteiro
marginal
marginal via EPTG na cidade de plataforma
Na cidade de plataforma, a via ganha outros contornos:para facilitar o trânsito, devido ao principal uso da circulação ser por motoristas e pilotos de aplicativos de plataforma, já que os outros trabalhadores fazem amplo uso do home office.
As duas vias princiais servem exclusivamente aos trabalhadores de plataformas, seja pelo uso de motos ou carros. As faixas especiais de ônibus passam a ser de uso individual e pessoal, o canteiro central e tomado pela ciclovia, para os ciclistas de aplicativos.
Com esta representação, busca-se compreender minimamente o contexto de circulação extrema e permanência e lazer mínimos que as cidades de plataforma vão ganhando.

A CIDADE DE PLATAFORMA
Com a diminuição da sensação de segurança e menor necessidade de sair de casa para qualquer atividade, a sociabilidade e uso da espaço urbano como local de permanência e lazer diminui, gerando consequências físicas e psicológicas.
Entre este sintomas, temos:

ansiedade social
agorafobia

A CIDADE DE PLATAFORMA
depressão

sedentarismo

A CIDADE DE PLATAFORMA
Com a evolução da cidade de plataforma pelo tecido urbano contemporâneo, o medo e de vivenciar o espaço urbano diminui, e a necessidade do mesmo aparentemente diminui. Assim, tem-se uma necessidade de mudar o espaço residencial, para que este se torne mais fuido e flexível, abrangendo mais atividades e transições entre elas, diminuindo a necessidade pelo espaço urbano
planta de apartamento de 1927 (VILLA, 2006)
planta de apartamento contemporânea


planta de apartamento da cidade de plataforma, dividido por atividades gerais mutáveis ao longo da planta, sem o engessamento de paredes das plantas tradicionais.

CADERNO DE PROJETO
INTRODUÇÃO
A nova dinâmica das cidades se dá pela necessidade de inovação constante do capital, além de uma separação clara entre os que fazem e não fazem parte do sistema. A compreensão dessas dinâmicas, neste trabalho, se dará a partir da análise das diversas escalas dessa exploração, além de possibilidades de resistência a partir da união dos trabalhadores, pelo poder popular e a solidariedade da comunidade.
A partir do projeto de lei 358/21, em tramitação na Câmara dos Deputados, que trata das condições de trabalho mínimas que as empresas de aplicativos de entrega e serviços devem fornecer aos trabalhadores: pontos de apoio e de descanso, adicional de risco, equipamentos de proteção individual e seguro de vida coletivo (SOUZA, 2021). Pensando na escala individual do trabalhador atomizado, especula-se a criação de cápsulas de regeneração destes trabalhadores, que estariam espalhadas pela cidade, nos pontos de grande circulação dos trabalhadores, e ancoradas nas edificações em grandes estruturas, ou em estruturas autônomas. Estas cápsulas têm a função de regenerar o corpo do trabalhador em pouco tempo de modo que este produza mais e com menos tempo de descanso. Porém, por mais que esta solução indique um paliativo para o trabalhador, haveria evidências de suas desvantagens para o corpo humano fatigado a médio e longo prazo.

REFERÊNCIAS
CASULO REFERÊNCIA CONCEITUAL
Como referência conceitual para estas cápsulas, utilizase os casulos, um elemento simples, minimalista e versátil. Além disso, o casulo representa, aqui, a individualidade e atomização do trabalhador, que, ao invés de representar a mutação para um ser mais evoluído, representa a fragilização e submissão dos trabalhadores às condições das grandes empresas e aos subempregos.


REFERÊNCIAS
CUSHICLE
| SUITALOON MARK
WEBBMark Webb é um dos grandes nomes que integraram o Archigram, grupo britânico dos anos 60 que fez diversas propostas utópicas radicais, influenciados pela arte pop, as revistas em quadrinhos e as novas relações entre sujeito e cidade. As escalas gigantescas que o grupo trabalhava permitiam especulações radicais no modo de habitar na cidade, ao mesmo tempo que as dotava de um alto grau de fantasia que as tornava relevantes no panorama arquitetônico.
Mark Webb foi uma figura de exceção no Archigram, pois, sem reduzir a intensidade especuliativa das propostas, utlizava uma escala bem mais modesta, humanizando os avanços tecnológicos com a domesticidade dos próprios usuários.

Tanto o cushicle, uma proposta mais teórica, quanto o suitaloon, o projeto, tratam de uma cápsula habitacional.
O suitaloon consiste num traje que satisfaz todas as necessidades básicas de sobrevivência em um entorno urbano, que se infla criando uma câmara habitacional. Este traje é uma versão extrema de uma residência mínima.
ao mesmo tempo, os projetos compreendiam a mudança de paradigma do mundo pós-guerra para uma sociedades mais integrada e transparente.
Há a permissão de um isolamento seletivo (ao inflar e desinflar a bolha) se convertendo em um ser autônomo socialmente, mas dependente da tecnologia disponível, mas, ao mesmo tempo, o plástivo transparente com que se protege do exterior o projeta como um ser transparente frente ao mesmo.
(HIDDEN ARCHITECTURE, 2017, tradução da autora)
REFERÊNCIAS
THE FUN PALACE CEDRIC PRICE
O projeto de Price, idealizado pela diretora de teatro Joan Littlewood, tinha como conceito principal a potencialização do espaço em que fosse incorporado, prezando pela flexibilização máxima e o oferecimento de diversos serviços e atividades de acordo com a criatividade dos usuários. a ideia de Joan partia da contrução de um laboratório de divertimento. Para Price, o uso correto de novas tecnologias permitiria que o público tivesse controle sobre seu ambiente, e como resultado se teria um edifício responsivo às necessidades e atividades pretendidas pelos visitantes.
O projeto se conforma a partir de um kit de partes: malha tridimensional . escadas radiais . passarelas portáteis guindastes
O projeto se caracteriza pela utilização desses elementos a partir de um ciclo contínuo de ordem <> desordem <> organização, criando um brinquedoquepermiteaosusuáriosusaroedifíciocomomesmograudeimediatez pessoal significativa que são forçados normalmente a reservar para limitados tipos de prazeres tradicionais. (ALMEIDA, 2006)
O projeto utiliza estruturas metálicas, com os serviçoes de manutenção realizados por guindastes que percorrem o edifício, montando e desmontando peças pré-fabricadas, como um jogo: paredes, plataformas, assoalhos, escadas, módulos de cômodos e coberturas, tudo é “alvo” modificável pelos guindastes.
Para Price, o tempo é a quarta dimensão espacial.




REFERÊNCIAS
FUJIMOTOO projeto usa o conceito de casa de árvore, o espaço compreende 21 níves de piso individuais, em diversas alturas diferentes, para satisfazer o desejo dos clientes de viver como nômades na própria casa.
A casa pode ser um único cômodo e diversos cômodos ao mesmo tempo. Os diversos níveis permitem uma variedade de atividades de diferentes escalas, desde individuais, de casal, ou em grupo.
Cada nível é conectado por uma variedade de escadas e pisos intermediários fixos e móveis. O mobiliário se adequa a esse movimento e flexibilidade, permitindo diversas funções, como circulação, trabalho e descanso.
A estrutura em steel frame branco é viabilizada pelos pequenos vãos, que é complementado pelo piso de madeira. Cortinas permitem divisões temporárias e mostra a preocupação com a privacidade e separação.

De acordo com Fujimoto
A estrutura em steel frame branco por si só não apresenta nenhuma semelhança à árvore. Porém a vida vivida e os momentos experimentados neste espaço é a adaptação contemporânea da riqueza já experimentadapelosantecessoresdotempoem que se habitavem árvores. Tal é uma existência entre cidade, arquitetura, mobiliário e corpo, e também entre natureza e artificialidade. (ARCHDAILY, 2012, tradução da autora)
REFERÊNCIAS

O pavilhão de Fujimoto utiliza uma estrutura treliçada que cria um formato irregular, de modo que proteja os visitantes do clima e permaneça como parte da paisagem. Os terraços escalonados fornecem assentos integrados a estrutura. O projeto fornece um espaço social multiuso e flexível, de modo que os visitantes criam sua própria experiência no edifício. Seja participando de um evento ou simplesmente passeando no parque, cada pessoa é convidada a encontrar seu espaço singular favorito dentro e ao redor do pavilhão.


REFERÊNCIAS
INSTALAÇÃO SAVA
OPENACT ARCHITECTURE
| SARA PALOMARO projeto tem o objetivo de revitalizar e ativar a paisagem às margens do rio Sava. O projeto tem como objetivo se desdobrar em outros projetos temporários ao longo dos anos, pela impossibilidade de se fazer construções fixas ás margens do rio.
A proposta da instalação consiste em programa efêmeros transformando estas áreas em espaços públicos habitáveis.
Os nove pavilhões utlizam sistemas de andaimes que permite sua reutilização. Cada pavilhão possui um pregrama específico, mas que é coeso e interdependente dos demais, propondo novos usos ao longo da extensão do centro de Zagrebe, na Croácia.
Entre junho e setembro, as estruturas fornecem diversas atrações culturais e atividades esportivas. Em outtubro, com o início das cheias do rio Sava, as estruturas são desmontadas e armazenadas para aguardar a chegada do próximo verão. Dessa forma, o projeto vai se desdobrando e assumindo novos programas e formas através dos anos.
Por fim,
A proposta da instalação Sava procura explorar todo o potencial desta imensa e vasta paisagem através de pequenas intervenções pontuais e de pequena escala, resultando em um impacto mínimo no terreno natural a medida que podem ser desmontadas e reutilizadas ao longo dos anos, propondo uma solução dinâmica e adaptável a periodicidade dos ciclos do rio.
(ARCHDAILY, 2020)

REFERÊNCIAS
CAMPUS DE BELVAL INESSA HANSCH ARCHITECTE
O campus da Universidade de Luxemburgo utiliza os destroços de peças de aço de antigas fábricas. Seus espaços públicos não são muito convidativos para atividades.
O projeto se apropria do espaço de forma tridimensional, para utilizar o máximo possível do mesmo. A estrutura aberta e transparente cria mirantes e encoraja o tráfego de pedestres.
Mirantes, passarelas, arcadas, escadas e alcovas oferecem uma ampla gama de situações para vivenciar o interior dessas estruturas. Expostos ao clima,longitudinalmente criam mezaninos vazios, semiabertos, de diversas qualidades e usos. (ARCHDAILY, 2021)

A estrutura em metal branco forma módulos de 3,6 X 3,6 X 3,0 de altura. Essa proporção cria um dupla relação de escala: a do corpo humano e a do espaço habitável. Já o piso em concreto traz a materialidade do espaço.



LOCALIZAÇÃO

Como exposto anteriormente, o projeto é flexível e adaptável para qualquer localização, sem levar em conta o sítio nem o entorno, como um elemento estranho, não convidado, que se adapta (ou atrapalha), mas se destaca do entorno. A única exigência é que seja implantado em grandes centros, locais de garnde movimentação de de trabalhadores, para que seja de fácil acesso a estes e justifique o investimento e implantação.
A título de exemplificação da implantação, utilização e possíveis desdobramentos da estruturas, utilizouse locais no Distrito Federal. A localização não é por acaso, o território nasceu a partir de um sonho, mas sua implantação expõe diversos embates e crises ao longo de pouco mais de 60 anos de história. (ver seção “Relação Taceisa - Plano Piloto”).
Os locais escolhidos foram:
. Praça do Relógio - Taguatinga Estação de metrô Águas Claras - Águas Claras Setor Comercial Sul - Plano Piloto
. Rodoviária - Plano Piloto
Estes locais foram escolhidos pelo seu caráter central e de grande circulação de pessoas, com a possibilidade de expor os conflitos e tensões no espaço a partir de uma estrutura promovida para exploração da mais valia.
RODOVIÁRIA
SETOR COMERCIAL
AGUAS CLARAS
Mapa esquemático com a localização das implantações de exemplo

MÓDULOS
À DIREITA: encaixes em aço com sistema macho-fêmea parafusados aos pilares e vigas permitindo a flexibilidade do sistema. O último desenho se refere ao encaixe da peça de contraventamento, de acordo com a necessidade.
ACIMA: módulo estrutural básico com três contraventamentos. As posições e número de contraventamentos por módulo se dá de acordo com a distibuição dos módulos na estrutura.





Os módulos são compostos por estruturas de aço na cor branca, com dimensões de 2,6m X 2,6m X 2,6m. os encaixes entre os pilares são parafusados de modo a garantir rapidez na montagem e flexibilidade de uso dessas estruturas. O piso e os guarda corpos são em chapa expandida, garantindo a permeabilidade da intervenção.

No que tange os módulos, há quatro tipos:
1. Módulo de circulação vertical: escada de dois lances com piso e guarda-corpo em chapa expandida;



2. Módulo de circulação horizontal: possui número e posições de contraventamentos livre, de acordo com a necessidade e montagem;
3. Módulo de bicicletas: considerando que grande parte dos trabalhadores de plataforma utilizam as bicicletas como meio de locomoção;
4. Módulo de casulo: espaço com as cápsulas de regeneração dos trabalhadores. 1





escada com pisos e guarda-corpo em chapa expandida
estrutura principal em aço branco contraventamentos com cabos rígidos
Isométrica explodida




contraventamentos com cabos rígidos estrutura principal em aço branco piso em chapa expandida sistema de apoio dos pisos em aço branco
Isométrica explodida





contraventamentos com cabos rígidos bicicletário em aço branco estrutura principal em aço branco piso em chapa expandida sistema de apoio dos pisos em aço branco Isométrica explodida

MÓDULOS




contraventamento com cabos rígidos vedação em policarbonato alveolar fosco
LEDs coloridos para iluminação e indicação de uso das poltronas: verde é poltrona livre, e as outras cores indica o nível de regeneração e tempo faltante apoios e trilhos de movimentação das poltronas poltronas em plástico e acolchoadas

vedação em policarbonato alveolar fosco estrutura lateral circular com seção em L de apoio a vedação lateral e aos trilhos
estrutura principal em aço branco piso em chapa expandida sistema de apoio dos pisos em aço branco Isométrica explodida
CASULO
O casulo funciona como um regenerador para os trabalhadores de plataforma. Ao se sentar em uma das poltronas o dispositivo se ativa, a poltrona desliza pelo trilho, ficando em posição deitada, de descanso, e um visor desce, cobrindo o rosto do usuário e emitindo uma série de estímulos visuais, sonoros e químicos, restaurando-o

rapidamente e diminuindo o tempo de sono diário em até 6h. Tem-se assim um ganho de produtividade, tempo de serviço, e diminuição nos deslocamentos, pois os casulos es~toa localizados em locais de grandes circulação nos grandes centros, assim os trabalhadores não precisam voltar para casa para descansarem!
1m 0.5m
Corte lateral do casulo. A imagem da esquerda mostra a poltrona na posição vertical, já a da direita mostra a posição horizontal, com o visor aparente, quando o usuário se deita na cadeira.
Como referência, foi utilizado a tecnologia PSiO, um óculos com mp3 acoplado que emite luzes em diferentes frequências e em sincronia com músicas relaxantes.

A terapia de luz sincronizada com as músicas promete melhorar a insônia e sonos não reparadores, sendo um substituto para remédios. Além disso, o produto pretende auxiliar em sintomas de depressão sazonal e em processos de meditação.
Óculos PSiO. Fonte: <https://www. psiostore.com/en/socialNetworks/ c11/custom/>. Acesso. 2/04/2022.

Imagens do casulo em uso, em vista superior e perspectiva.

1m 0.5m

MODELOS DE MONTAGEM

Os módulos são elementos extremamente versáteis e que permitem uma infinidade de encaixes e montagens. Logo, para facilitar a implantação, recomenda-se a utilização de “modelos de montagem”, a junção dos elementos de acordo com a sua utilização (vertical, horizontal, plana, em linha, em cruz, etc), permitindo a repetição desse modelo por toda a extensão do território,
com peuqenas variações de acordo com a necessidade.
Aqui há a demonstração de dois tipos de modelos de montagem, para exemplificação de seu uso.
Estes modelos serão usados posteriormente nas implatanções nos territórios escolhidos.

MODELOS DE MONTAGEM
MODELO DE MONTAGEM: HORIZONTAL

Acima: perspectiva da vista do observador de exemplo de montagem horizontal Abaixo: vista lateral À direita: planta baixa

2,5m

MODELOS DE MONTAGEM
MODELO DE MONTAGEM: VERTICAL

2,5m 2,5m
À esquerda: perspectiva de vista do observador de exemplo de montagem vertical Acima, da esquerda para a direita: vista frontal, vista lateral e planta baixa da montagem


2,5m

IMPLANTAÇÃO
A implantação se dá de forma livre, se adaptando-se verticalmente ou horizontalmente de acordo com o terreno.
Nos terrenos escolhidos, temos duas implantações verticais, no Setor Comercial Sul e na Praça do Relógio, que levam finalmente a uma horizontalidade nas alturas, e duas implantações horizontais, na rodoviária do Plano Piloto, que se vale da abertura central no buraco do tatu, e na praça ao lado da estação Águas Claras, que se utiliza da horizontalidade como contraponto a verticalidade excessiva do entorno.
Por serem elementos extremamente versáteis e que permite uma infinidade de implantações, recomendase a utilização de “modelos de montagem”, a junção dos elementos de acordo com a sua utilização (vertical, horizontal, plana, em linha, em cruz, etc), permitindo a repetição desse modelo por toda a extensão do território. Os modelos de montagem apresentados anteriormente serviram de base para a implantação nos terrenos apresentados, com as devidas alterações para compatibilizção
IMPLANTAÇÃO PRAÇA DO RELÓGIO
Mapas de localização


bb
aa

superior

Vista aa

20m





IMPLANTAÇÃO
Mapas de localização


Planta de situação aa bb


Vista aa

bb





IMPLANTAÇÃO








Vista em perspectiva

IMPLANTAÇÃO
Mapas de localização



Vista aa

20m




Vista em perspectiva

DE POSSIBILIDADES
CADERNO
CONSEQUÊNCIAS
Toda ação possui uma reação. Fisicamente, a privação de sono pode trazer impactos sérios para a saúde física e mental, mesmo que maquiada por energéticos, remédios, ou com cápsulas regeneração.
Descrevo aqui as possíveis consequências gerados pelos casulos a médio/longo prazo.

falhas de memória

queda na imunidade
CONSEQUÊNCIAS
risco de doenças cardiovasculares

depressão e ansiedade

CONSEQUÊNCIAS
risco de acidentes


aumento do uso de álcool e outras drogas
POSSIBILIDADES
utilização do espaço para atividades de lazer e direito à preguiça

Novos espaços urbanos também abrem espaço para novas possibilidades, novos contatos, novos usos, e nem sempre, ou melhor, quase nunca o uso definido em projeto é seguido a risca, principalmente em estruturas que são alheias ao entorno em que se insere.

utilização do espaço para atividades de lazer e direito à preguiça


utilização do espaço para atividades de lazer e direito à preguiça


utilização do espaço para protestos e contra a estrutura e as condições de trabalho


a possível obsolecência da estrutura, se tornando um elefante branco como vários outros edifícios da cidade.


NO FIM, UM CASULO É APENAS UM CASULO
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