Click

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Revista bimensal Abril de 2013 edição nº2

Margaret

Thatcher

1925-2013


Índice

Prefácio

Pág.3

Voz do Cidadão

Pág.4

A JP e o Distrito de Setúbal: Desafios

Pág.6

Margaret Thatcher, A história de uma vida

Pág.8

Entrevista a Tiago Loureiro, Coordenador do Gabinete de Estudos Gonçalo Begonha

Pág.16

João Lourenço e o 25 de Abril

Pág.19

Actividade Cultural Almadense

Pág.22

Propriedade Juventude Popular de Almada Director Editorial Carolina Morais Colectivo de Redação Ricardo Santos Hugo Marques Design Gráfico e Direcção Criativa Érica Inácio

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Colaboram neste número Gabinete de Estudos Gonçalo Begonha Teatro Municipal Joaquim Benite (Teatro Municipal de Almada) Academia Incrível Almadense Helder Rodrigues (Presidente da Juventude Popular do Distrito de Setúbal) João Chaves Carlos Tavares


Prefácio Nos dois meses que decorreram desde a última edição do “Click!”, muito mudou no nosso mundo: assistimos ao início de uma nova fase no Vaticano, com a eleição do Papa Francisco I; assistimos a uma reforma no Governo Português, tanto com a demissão de Miguel Relvas como com as novas condições resultantes do chumbo do Orçamento de Estado 2013 pelo Tribunal Constitucional; e, mais recentemente, assistimos à morte de Margareth Thatcher. Este último acontecimento merece alguma atenção da nossa parte visto que a “Dama de Ferro” alcançou enormes feitos enquanto Primeira-Ministra Britânica, tais como a implementação de importantes medidas económicas proteccionistas, que em muito contribuíram para melhorar os níveis de vida do povo inglês, e a luta contra os avanços comunistas, tanto a nível interno como a nível externo, contribuindo deste modo para a queda do governo soviético imperialista. É com pesar que assistimos à morte desta grande personalidade política, e por isso deixamos aqui uma palavra de homenagem e de apoio para a família de Margaret Thatcher. Este infeliz acontecimento não impediu, contudo, que o espírito da JP esmorecesse, e é com grande entusiasmo que apresentamos esta nossa 2ª edição. Pelo facto de nos encontrarmos no mês de Abril, achámos imperativo entrevistar um oficial da Marinha que viveu essa época este jornal, e no significado que esta data tem para os portugueses, e por esse facto este tema será abordado tanto nos artigos de análise como nas entrevistas. A cultura é algo que faz parte do ADN Almadense, e por isso é um tema que também adquire bastante relevância neste nosso jornal, pelo que destacamos aqui as ofertas culturais do Teatro Joaquim Benite e da Incrível Almadense. Esperemos que o “Click!” continue a cativar cada vez mais leitores, e com o apoio da Juventude Popular de Almada certamente que conseguiremos alcançar novas metas para os nossos cidadãos. Amanhã seremos mais!

Carolina Morais

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A Voz Direito de voto Na minha opinião, votar é um direito que temos pela constituição mas também é um dever, devemos então votar, porque estamos num estado democrático e para termos parte na decisão dos assuntos do nosso país, concelho e freguesia, no fundo não votar é um desrespeito a todos aqueles e aquelas que lutaram para ter este direito. Mas penso que em Portugal a classe politica no desencoraja a praticar este dever, devido á situação em que nos encontramos, mas por outro lado também temos que ver que politicos e do país e também temos que deixar de votar só porque conhecemos aquele politco na televisão, porque é mais bonito ou porque ouvimos falar dele, porque assim temos um voto de ignorância, temos que ser nós a ir á procura de informações sobre os candidatos e os seus programas e assim ter um voto responsável. João Chaves

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32 anos


Do Cidadão Abstinência A abstinência é a privação voluntária de algo, neste caso a privação voluntária de um direito e um dever que é o de votar, eu sou uma pessoa que tem optado pelo abstinência, porque estou inconformado com os nossos politicos, os seus programas eleitorais, os seus crimes e as suas promessas que parte delas não são cumpridas. Claro que a abstinência tem as suas consequências, desta forma não estamos a ajudar a mudar o pais, não estamos a ser responsáveis e é por isso que nas próximas eleições será a primeira vez que irei votar, cada vez acho mais que votar não só deveria ser um direito mas sim um misto de duas coisas, porque deve obrigar as pessoas a serem responsaveis pela sua sociedade, logo quem se abstem abdica de intervir e de reclamar depois os seus direitos. Assim sendo, penso que é necessário cada vez mais conhecer as propostas eleitorais de partidos ou grupo de cidadãos e haver uma mudança na classe politica para depois fazer uma análise mais consciente até ao dia das eleições. Só desta forma poderemos dizer que somos verdadeiros cidadão e reenvindicar os nossos direitos e deveres! Carlos Tavares 20 anos

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A Juventude Popular e o Distrito de Setúbal: Desafios Um artigo de opinião do presidente da Juventude Popular Distrital de Setúbal, Helder Rodrigues

Tradicionalmente ‘vermelho’, o distrito de Setúbal nunca teve grandes resultados por parte dos partidos da direita parlamentar (PSD e CDS). No entanto, as últimas eleições alteraram esse panorama. Depois de Cavaco Silva ter tido um excelente resultado no distrito nas Eleições Presidenciais de 2011, tendo sido o mais votado (36,57%, mais 13,09% do que o segundo classificado, Manuel Alegre), as Legislativas 2011 trouxeram algo inédito, com o CDS a conseguir eleger dois deputados: Nuno Magalhães e João Viegas. Isto traz maior responsabilidade à JP. As dificuldades não desapareceram, mas a confiança em nós depositada obriga-nos a um maior sentido de responsabilidade. Sendo jovens, sendo diferentes, não teremos que ser necessariamente iguais ao CDS. Mas a importância do CDS, quer no distrito, quer no país, obriga-nos a estar preparados para dar resposta às pessoas, sejam jovens ou menos jovens, e não apenas lançar a ‘crítica pela crítica’. No entanto, o acentuado desgaste do governo, que se alastra para os partidos da coligação, tornanos um alvo fácil. Por isso, devemos, acima de tudo, ouvir e compreender as frustrações dos cidadãos. Há pessoas em situações dramáticas e devemos assumir, com toda a humildade, que o governo não é infalível e apresentar as nossas propostas, mesmo que divergentes. Acima de tudo, não podemos desistir. Vivemos um período histórico. Um período em que tudo não voltará a ser como antes. E temos que estar à altura do momento. Com humildade. Com responsabilidade.

Hélder Rodrigues Presidente da JP Distrital de Setúbal

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Distrital de

SetĂşbal


Onde houver discórdia, vamos traz houver o erro, vamos trazer a verd dúvidas, vamos trazer a fé. Onde h trazer a esperança. 9


zer a harmonia. Onde dade. Onde houver houver desespero, vamos


Huntingtower Road até ganhar uma bolsa para o colégio Kesteven and Grantham Girls' e detinha um currículo escolar notório, chegando a ser representante estudantil e, entre as suas atividades extracurriculares estavam o hockey, as aulas de piano, natação e recitais de poesia. Mais tarde conseguiu uma bolsa para ingressar na Universidade de Oxford, em 1943, onde se formou em Química no ano de 1947 especializando-se, no último ano, em Cristalografia de raios X sob a orientação de Dorothy Hodgkin tendo sido ainda presidente da Associação Conservadora da Universidade de Oxford. Nas eleições gerais de 1950 e 1951 foi a candidata conservadora em Dartford, um distrito eleitoral considerado de fácil vitória trabalhista (conhecido como vaga segura para os trabalhistas), ocasiões em que ela atraiu a atenção da comunicação social como a mais nova e a única candidata mulher. Porém, perdera as duas vezes para Norman Dodds, mas reduziu a vantagem trabalhista. Durante as campanhas, foi sustentada pelos seus pais e pelo seu marido, Denis Thatcher, com quem se casou em Dezembro de 1951. Denis financiou os estudos da sua esposa em advocacia, no qual se qualificou como barrister em 1953 e especializou-se em tributação. Naquele mesmo ano nasceram seus filhos gêmeos, Carol e Mark.

“Esta é a maior honra que pode ser concedida a qualquer cidadão de uma democracia. Eu sei muito bem as responsabilidades que me aguardam, ao entrar na casa número 10. E entrarei sem cessar a confiança que o povo britânico colocou em mim e em tudo o que eu acredito. E gostaria de lembrá-los de algumas palavras para este momento: “Onde houver discórdia, que eu leve a união. Onde houver erro, que eu leve a verdade. Onde existe dúvidas, que eu leve a fé. E onde houver desespero, que eu leve a esperança”” Estas foram as primeiras palavras dirigidas à emprensa que Margaret Thatcher fez como Primeira Ministra do Reino Unido.

Mais tarde naquele ano, foi derrotada quando disputou a selecção como candidata para a eleição extraordinária de Orpington de 1955, ocorrida devido à morte do ocupante da cadeira parlamentar. Depois, começou a procurar um distrito com eleitorado que historicamente elege um conservador e foi escolhida como candidata para Finchley em Abril de 1958. Aí, foi eleita como membro do parlamento depois de uma dura campanha nas eleições de 1959.

Margaret Hilda Roberts Thatcher nasceu no dia 13 de Outubro de 1925 em Grantham, condado de Lincolnshire, no seio de uma família modesta de classe média. La passou a sua infância, onde o seu pai era dono de duas mercearias e activo na política local, chegando a ser vereador e presidente da câmara de Grantham entre 1945-46, perdendo a sua posição como vereador em 1952 após o Partido Trabalhista ganhar a sua primeira maioria.

Em Outubro de 1961 Thatcher ganhou visibilidade ao ocupar o cargo de Secretária de Estado do Ministério de Pensões e Segurança Social no governo de Harold Macmillan. Após os conservadores perderam a eleição de 1964, tornou-se porta11

Margaret frequentou o colégio

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protestos do Partido Trabalhista e da imprensa, levando ao apelido de "Margaret Thatcher, Milk Snatcher", algo como "Margaret Thatcher, Sequestradora de Leite". Thatcher escreveu na sua autobiografia: "Aprendi uma lição valiosa [nesta experiência]. Eu tinha incorrido no máximo de ódio político pelo mínimo de benefício político."

-voz sobre “Terra e Habitação”, posição na qual defendeu a política do seu partido de permitir que os inquilinos comprassem a sua council house (moradia social). Transferiu-se para a equipa de HM Treasury (responsável pelas finanças públicas) e, como porta-voz desse órgão opôs-se à política dos trabalhistas, dos preços obrigatórios e controlo das renda, argumentando que isso iria produzir efeitos contrários aos previstos e distorcer a ecónomia.

O período de Thatcher no ministério foi marcado por propostas de muitas autoridades locais de educação para fechar as grammar schools (escolas tradicionais focadas em ensino mais restrito) e adoptar escolas abrangentes. Embora estivesse comprometida com um sistema de educação com camadas de grammar schools modernas, e determinada a preservar as grammar schools, durante o seu mandato como ministra da Educação ela recusou apenas 326 de 3.612 propostas para as escolas se tornarem abrangentes. A

No ano de 1967, foi seleccionada pela Embaixada dos Estados Unidos em Londres para participar no Programa de Líderes Visitantes Internacionais (então chamado de Programa de Líderes Estrangeiros), um programa de intercâmbio profissional que lhe deu a oportunidade de passar cerca de seis semanas visitando várias cidades e figuras políticas dos Estados Unidos, bem como instituições como o Fundo Monetário Internacional. Pouco antes das eleições gerais de 1970, foi promovida no gabinete paralelo a porta-voz dos Transportes e, posteriormente, da Educação. O Partido Conservador, sob Edward Heath, ganhou as eleições de 1970 e Thatcher foi então nomeada Ministra da Educação e Ciência. Durante os primeiros meses no cargo, atraiu as atenções do público devido às tentativas do governo para cortar na despesa. Thatcher deu prioridade às necessidades académicas das escolas, e impôs cortes sobre o sistema público de ensino, resultando na eliminação do leite grátis para estudantes dos 7 aos 11 anos por considerar que poucas crianças sofreriam se as escolas cobrassem pelo leite oferecido. Contudo, concordou em proporcionar às crianças mais novas um terço de um copo diariamente, para fins nutricionais. Tal decisão provocou uma tempestade de

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proporção de alunos que frequentavam as escolas abrangentes aumentou, consequentemente, de 32 para 62 %.

Margaret adoptou medidas muito duras e impopulares durante o seu primeiro mandato que provocou fortes agitações populares como, mais privatizações das empresas (reduzindo o peso da máquina do Estado), maior dureza com os sindicatos (onde nunca teve uma boa relação com os mesmo) e a diminuição das rendas. Durante o seu governo conseguiu reduzir a inflação e melhorar a cotação da libra esterlina, o que aumentou as importações, visto que o sector nacional (sem intervenções para depreciar o câmbio - tornando produtos estrangeiros artificialmente mais caros) perdera a falsa competitividade que aparentava ter devido ao proteccionismo económico. Disto resultou uma diminuição da produção industrial inglesa, com o consequente incremento do desemprego, triplicado desde a subida de Thatcher ao poder. Proliferaram também as quebras de empresas e bancos. A economia britânica passou por um desagradável - mas importante - momento de reorganização: houve quebra de

Durante este periodo, Thatcher foi a um programa de televisão onde um jovem a questionou se ela gostaria que uma mulher fosse Primeira Ministra ao qual Thatcher responde: “Eu acho que não vou ver uma mulher no poder”. Seis anos depois, ela própria mudava a história tornando-se a primeira mulher Primeira Ministra do Reino Unido e a primeira mulher chefe de governo em todo o mundo ocidental. Porém, foi durante líder da oposição que ganhou a alcunha de “Dama de Ferro”, alcunha colocada pelo jornal soviético Krasnaya Zvezda (Estrela Vermelha) após esta ter afirmado durante um discurso: “Os russos estão empenhados em dominar o mundo e estão rapidamente adquirindo os meios para se tornarem a mais poderosa nação imperial que o mundo já viu. Os homens do Politburo soviético não têm que se preocupar com o fluxo e refluxo da opinião pública. Colocam as armas antes da manteiga, enquanto nós colocamos quase tudo antes das armas.” Segundo Sandra Passarinho, correspondente da TV Globo em Londres entre 1974 e 1980 “Ela era uma mudança para o bem e para o mal pois fez emergir várias contradições sociais, socioeconómicas e do choque entre elas surgiu uma economia mais revigorada. Ela era uma força nova dentro do conservadorismo britânico (…) podia ser a face menos humana no partido mas tinha um lado que beneficiava a produtividade do país, beneficiava uma mentalidade de crescimento de “vamos trabalhar” de modernismo. Sem a menor dúvida que foi um sopro de crescimento (…)”

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empreendimentos que mantinham-se devido a privilégios do governo - directa ( através de subsídios, tarifas de importação ou reservas de mercado ) ou indirectamente ( através de, por exemplo, depreciação cambial para agradar o sector da exportação nacional ). Elaborou um programa rigoroso para inverter a crise da economia britânica mediante a redução da intervenção do estado e a implementação de um programa de privatização. Também reduziu os serviços sociais e, reduzindo o poder dos Conselhos de Salários (Wage Councils), praticamente aboliu o salário mínimo - que o seu governo via como um estorvo às prerrogativas de administração. Estudou a renegociação para a participação do Reino Unido na CEE, onde esta demonstrava alguma desconfiança e imensas dúvidas em relação ao euro. Em plena Câmara dos Comuns, Thatcher enfatizou que “não estaríamos preparados para ter uma moeda única imposta a nós, nem para abandonar o uso da libra estrelina como moeda”. No mesmo discurso esta afirmou que talvez o Partido Trabalhista concordasse

com uma moeda única e abolição da libra estrelina “Talvez, sendo totalmente incompetente em questões monetárias, estaria muito encantado e entregaria a responsabilidade total ao Banco Central, como fez com o FMI. O facto é que o Partido Trabalhista não tem competência com relação ao dinheiro e à economia (…) Qual é o ponto de tentar-se eleger ao parlamento só para entregar a libra estrelina e os poderes desta casa para a Europa?”. Em 2010, Peter Oborne escreveu no Telegraph que Thatcher sabia que a moeda única devastaria a Europa. Esta previu que a Alemanha se irritaria com a necessidade de uma maior inflação, e os países mais pobres se tornariam menos competitivos e precisariam de socorro que não seria obtido facilmente. Em 1979, acusou a política soviética de Leonid Brejnev, aproveitando-se da ocupação soviética no Afeganistão, argumentando que a política de distensão era um meio de esconder o modo como a União Soviética feria os direitos humanos. Thatcher foi rebatida e Brejnev acabou por destacar as profundas medidas liberais implementadas por Thatcher na sua gestão e os países que ainda eram colónias britânicas, vistas pelo líder soviético como desumanas. Como consequência, a União Soviética jamais voltaria a tentar a aproximação com o Reino Unido, cujas relações com a Rússia ainda são instáveis, mesmo após a desintegração da URSS. Durante 1982, Thatcher interveio energicamente na Guerra das Malvinas, o que foi um pretexto de ataque para a oposição socialista e a União Soviética. A sua atitude foi muito bem vista pela opinião pública britânica, o que permitiu a Thatcher, nesse mesmo ano, obter a vitória eleitoral, apesar da recessão e do desemprego, desta vez com a maioria mais folgada conseguida por um candidato

desde 1935.

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Em Outubro de 1984 , durante um congresso do seu partido, que se celebrava no hotel Brighton, aconteceu um atentado a bomba, colocada por um grupo de republicanos irlandeses, atentado do qual saiu ilesa. Como chefe de governo continuou a sua política liberal, a privatização de empresas do estado, da educação e meios de ajuda social, a luta contra o desemprego e a limitação das greves e durante o ano de 1987 ganhou de novo as eleições, mas, nessa ocasião, por uma margem bem menor. Thatcher recusou a união social e política do Reino Unido com a Europa e criou um imposto regressivo (impostos regressivos são concebidos de forma a que os habitantes de rendas mais baixas paguem proporcionalmente mais que os de rendas mais altas), o poll tax, do qual sofreu uma violenta e vitoriosa resistência popular que a levou a perder o apoio de seu próprio partido, não lhe restando outra alternativa para além da demissão. Sucedeulhe John Major, que indicou Michael Heseltine como Secretário do Meio Ambiente, dando-lhe a incumbência de desmantelar o poll tax. Em 1992, Margaret Thatcher deixou a Câmara dos Comuns, ganhando lugar na Câmara dos Lordes como Baronesa Thatcher de Kesteven. Por volta de 2000, começou a apresentar sinais de demência. Segundo sua filha, Carol, a ex-primeira ministra confundiu a Guerra das Malvinas com o conflito na Bósnia durante uma conversa. No ano de 2002, Thatcher foi aconselhada por seus médicos a não mais falar em público. No seu livro, publicado em 4 de Setembro de 2008, Carol conta que sua mãe sofria de importantes lapsos de memória desde 2001. Além disso, Thatcher apresenta problemas cognitivos ligados a uma demência vascular instalada após vários acidentes vasculares cerebrais.

A Baronesa Margaret Hilda Roberts Thatcher morreu enquanto dormia no dia 8 de Abril de 2013 na sequência de um acidente vascular cerebral.

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“O nosso opositor, o Presidente da Comissão, Delors disse numa conferência de imprensa no outro dia que ele queria que o Parlamento Europeu fosse o corpo democrático da comunidade. Ele queria que a Comissão fosse o Executivo e queria que o Conselho de Ministros fosse o Senado. Não! Não! Não!” “Alguns socialistas parecem acreditar que as pessoas deveriam ser números num computador do governo. Nós acreditamos que deveriam ser indivíduos. Todos somos desiguais. Ninguém, graças a Deus, é igual a outro, apesar de os socialistas pretenderem tanto em demonstrar o contrário. Também acreditamos que todos têm o direito de serem desiguais. Para nós, todo o ser-humano é igualmente importante”

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Entrevista a

Tiago Loureiro Após ser entrevistado pelo jornal “click”, Tiago Loureiro fala-nos sobre os 17 principais desafios do Gabinete de Estudos Gonçalo Begonha e outros temas da actualidade


Como Coordenador do Gabinete de Estudos Gonçalo Begonha, quais as principais funções que desempenha?

Quais os projectos que mais se orgulha de ter desenvolvido neste âmbito, e quais as vantagens que deles derivaram?

R: O Gabinete de Estudos Gonçalo Begonha tem sob sua responsabilidade a formação política e ideológica dos militantes da Juventude Popular. A mim, cabe-me a tarefa de coordenar e desenvolver o trabalho que permite cumprir essa missão da melhor maneira. Tenho uma equipa de seis elementos a trabalhar directamente comigo e que têm feito um trabalho excepcional a todos os níveis. Temos também contado com a colaboração de outros militantes da Juventude Popular, que em muito facilitam e engrandecem o nosso trabalho.

R: Não me lembro de um único projecto que este Gabinete de Estudos tenha desenvolvido que não me tenha deixado orgulhoso. Desde a publicação de traduções e documentos originais, os cadernos e documentários sobre o 25 de Novembro e a vida e obra de Amaro da Costa, até à criação muito bem sucedida do ‘popcom’, passando por outros acontecimentos de relevo. No entanto, há naturalmente um momento que destaco pela sua importância, envergadura e utilidade para os militantes: as Universidades JP, realizadas em Vila Real. Para além de tudo isto, orgulha-me especialmente ser acompanhado por uma equipa de enorme qualidade e disponibilidade, que têm permitido que a ‘marca’ Gabinete de Estudos Gonçalo Begonha seja hoje uma realidade incontornável no universo JP e das juventudes partidárias em Portugal. Como curiosidade, dou um exemplo dessa situação: no final do ano passado, uma publicação destinada a jovens estudantes de Direito, numa peça sobre associações juvenis, considerou o Gabinete de Estudos Gonçalo Begonha um case study no mundo das ‘jotas’. Isso deixa-me, naturalmente, orgulhoso.

Qual a sua área de estudos/emprego, e em que medida isso auxilia o seu desempenho no Gabinete de Estudos? R: A minha área de estudo está ligada à Gestão de Recursos Humanos, o que me confere algumas competências de liderança e organização de trabalho e de tempo, que julgo têm sido úteis no desempenho destas funções. Já trabalhei na área da formação profissional que, não sendo exactamente o mesmo que formação política, encontra alguns pontos em comum. Quais os principais desafios que instituição enfrenta neste momento?

Considera que a juventude portuguesa se encontra cada vez mais desligada dos fenómenos políticos nacionais? Porquê?

esta

R: Não. Discordo absolutamente dessa ideia. Creio até que os jovens têm sentido que são os mais prejudicados pelas más decisões políticas dos últimos anos e que devem, por isso,

R: Os desafios que a Juventude Popular enfrenta enquanto instituição partidária parecem-me em tudo parecidos com os problemas de outras organizações semelhantes: a crescente descrença das pessoas nos partidos e nos políticos. Para responder a esse desafio, julgo que a JP deve fazer uso daquilo que se tem transformado numa das suas imagens de marca: a convicção. Devemos continuar a ser a juventude partidária que menos cede ao apelo dos lugares e da política fácil, mantendo a nossa acção assente num conjunto de convicções e ideias e uma postura de inflexibilidade perante as mesmas. Noutra perspectiva, a JP tem ainda um outro grande desafio que é fazer passar o seu contributo para ajudar o país a ultrapassar a crise actual ao mesmo tempo que o ajuda a superar a sua principal causa: o modelo socialista em que temos vivido.

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envolver-se decisivamente nos fenómenos políticos. O que me parece é que o monopólio dos partidos na forma das pessoas, nomeadamente os jovens, fazerem política acabou. Hoje, os jovens não limitam a sua intervenção política à filiação num partido ou numa ‘jota’, mas fazem-no também aproveitando as redes sociais, os blogs e outras plataformas que há uns anos atrás não existiam.

para Passos Coelho a austeridade ainda passa muito por elevar a carga fiscal e absorver boa parte da riqueza gerada pelos indivíduos e pelas empresas, para mim a palavra austeridade deveria aplicar-se essencialmente ao Estado, obrigando-o a fazer uma dieta rigorosa porque está demasiado gordo, obrigando-o a deixar de estar em todos os sectores da sociedade, gastando o que tem e o que não tem à custa dos impostos dos contribuintes actuais e futuros. Essa seria a verdadeira austeridade virtuosa. Não necessariamente pacífica, mas virtuosa. Estou certo que o dia do triunfo da virtude da liberdade sobre a ideia da inevitabilidade do socialismo será o primeiro dia de um caminho melhor para o país.

O que lhe parece que possa ser feito, a nível das diferentes concelhias da juventude popular, para cativar as pessoas a lutar pelo desenvolvimento do país? R: Acreditar que a política se faz mais com ideias e convicções do que com promessas e palavras bonitas, e transmitir isso às pessoas que tão necessitadas estão de motivos para acreditar nos políticos. Na política valoriza-se muito o show off em vez do conteúdo e a quantidade em prejuízo da qualidade. A Juventude Popular tem de continuar a afirmarse pela qualidade do conteúdo da sua mensagem, mantendo uma cultura e uma postura que lhe são reconhecidas, e que foram construidas muito à custa das excelentes estruturas concelhias que tem.

Parece-lhe que o CDS está a desempenhar um bom papel como partido da coligação? Se não, em que sentido poderia melhorar? R: Julgo que o CDS desempenha no governo uma missão de sacrifício em nome dos interesses do país. Se o resultado vai ser bom ou mau só o futuro dirá. Creio, no entanto, que quer pelas limitações impostas pelo Memorando da Troika, quer pelo facto de o CDS ser o parceiro de coligação mais pequeno, o partido tem desenvolvido um trabalho interessante e mantido uma postura altamente responsável, mesmo nos momentos mais delicados.

Pretende investir numa carreira a longo prazo na política? Se sim, quais as áreas de actuação que mais lhe interessam?

Aproximamo-nos da celebração do 25 de Abril, e cada vez mais a opinião pública tende a estabelecer paralelismos entre o Estado Novo e as condições que se vivem hoje-em-dia. O que pensa deste tipo de mentalidade e o que significa para si esta data?

R: Neste momento não tenho essa pretensão. Acho a actividade política e partidária algo muito nobre quando feita ao serviço de convicções firmes e de forma honesta. É essa a postura que tenho e que me permite retirar muito gozo e satisfação da minha actividade na JP. Contudo, há outras prioridade que tenho para a minha vida, nomeadamente a nível profissional. No entanto, se nos lembrarmos que, há uns anos, o próprio Paulo Portas disse que nunca seria ministro, chegamos à conclusão que o melhor é não chegar a conclusões tão definitivas sobre um futuro que não conhecemos. Se pudesse ocupar, neste momento, a posição de primeiro-ministro, o que faria de diferente para melhorar o nível de vida da população, à luz das condições impostas pelo Memorando da Troika? R: A maior diferença estaria no significado que cada um de nós dá à palavra ‘austeridade’, já que ambos a vemos como inevitável. Mas se

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R: Julgo que essas comparações são despropositadas e perigosas. Despropositadas porque não se podem comparar épocas distintas e regimes que pouco têm a ver um com o outro; perigosas porque, em última análise, podem passar a ideia de que viver em democracia ou num regime autoritário é a mesma coisa. Creio que o 25 de Abril de 1974 foi um dia mais importante do que o ano e meio que se lhe seguiu e em que o terror habitou as ruas do nosso país e menos importante do que o 25 de Novembro de 1975 que conseguiu, definitivamente, impôr a democracia e a liberdade em Portugal.


Entrevista a

João Lourenço Ex-Oficial da Marinha Portuguesa

João de Matos Lourenço como Sargento da Marinha


João de Matos Loureiro, Ex-Oficial da Marinha Portuguesa agora aposentado com 81 anos de idade, aceitou fazer esta entrevista partilhando a sua história. Qual o cargo que ocupava na Marinha Portuguesa? R: Ocupei vários cargos ao longo da minha carreira, mas terminei-a como Chefe de Secretarias de Apoio ao Comando da Unidade.

Quanto tempo ocupou essas funções? R: Ocupei esse último cargo durante cerca de 5 anos, sendo que cumpri 33 anos de serviço pela Marinha. João de Matos Lourenço como Oficial da Marinha

Quais as tarefas que desempenhava no seu dia-adia?

O século XX ficou marcado pelas crescentes inovações tecnológicas em diversas áreas. Como é que esses progressos foram recebidos na Marinha, e em que medida facilitou o seu trabalho?

R: Certificava-me de que todos os sectores estavam a funcionar bem, e colaborava nas escalas de serviço e vigilância que sempre existem numa unidade militar.

R: Foi mais ou menos a partir da data em que me aposentei que a inovação tecnológica mais se fez sentir, portanto o meu trabalho foi-se mantendo estável, sem as facilidades das novas tecnologias. No seu trabalho, em que medida notava uma maior intervenção do regime salazarista? R: O regime salazarista existiu até 25 de Abril de 1974, e a intervenção era total. Quando alguém falava contra o governo ou outras personagens envolvidas no mesmo, a PIDE intervinha logo e punha ordem.

Participou em missões directamente orientadas por responsáveis do Estado Novo? R: Não, pelo menos nunca me deram essa informação. Alguma vez trabalhou no âmbito dos movimentos de contestação à política ultramarina, nos territórios portugueses da Índia e da África? Equipa que foi buscar um novo submarino a França (João de Matos Lourenço é o que está mais à esquerda, em pé)

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Passei por todos os territórios portugueses da Índia e África mas nunca integrei movimentos de contestação.


A que nível esteve envolvido na questão da descolonização de África/guerra colonial? R: Estive embarcado num navio de guerra prestando apoio às populações ribeirinhas, tanto no mar como nas margens do rio Zaire.

1961 foi um ano marcado pelo assalto do paquete Santa Maria por um comando oposicionista, encabeçado por Henrique Galvão, e ainda o ano da ocupação, pela União Indiana, dos domínios portugueses na Índia. O que nos pode contar relativamente ao desempenho da Marinha Portuguesa nestas ocasiões? R: Em relação ao assalto ao paquete Santa Maria, a Marinha Portuguesa reagiu enviando navios em sua perseguição. No que diz respeito à ocupação dos domínios portugueses na Índia, é de realçar a reacção e o ataque às forças indianas pelo navio de guerra Afonso de Albuquerque. A Marinha Portuguesa teve algum tipo de colaboração com a PIDE? Se sim, de que modo? R: Eu não tive conhecimento de que tal tivesse acontecido, mas num regime como o que existia na altura isso seria quase normal.

Recepção do novo submarino que chegava de França (João de Matos Lourenço é o que está mais à esquerda)

Em que medida este regime opressivo afectou a sua carreira? E a sua vida pessoal? R: Regimes desta natureza afectam sempre, duma maneira ou de outra, 95% da população, no entanto tive a sorte de sempre me ter conseguido manter alheio a esses efeitos, tanto na minha carreira como na minha vida familiar.

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Actividade

Cultural

Almadense 23



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Programação Incrível Almadense

Dia 7 com

Matinés dançantes,

animação de

todos os domingos, das

“Sons Infinitos”

15h às 19h, no Salão de Festas da Incrível Almadense Dia 14 Baile da Primavera da Junta de Freguesia de

Dia 14 de Abril, pelas 16h, no Auditório Fernando Lopes Graça – Fórum Romeu Correia – A Banda Filarmónica da

Dia 21 com

Incrível Almadense apresenta o seu

animação de

concerto de Primavera, interpretando

Almada (informações junto da JFA)

“Duo Objectivo”

conhecidos temas como "Lord of the Rings", "Tim-Tim e os prisioneiros do sol" e "Riverdance", dando este ano especial importância a bandas sonoras de filmes e grande musicais.

Dia 25 de Abril a Incrível participará nas comemorações da

Dia 28 com

efeméride, desfilando

animação de

com a sua Banda

“Ludgero”

Filarmónica pelas ruas de Almada.

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Juventude Popular de Almada Cuidamos do teu Futuro!

juvealmada.secretariado@gmail.com 29


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