Patrimônio Esquecido

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PATRIMÔNIO ESQUECIDO

Os abandonos do Centro recifense

PATRIMÔNIO ESQUECIDO

Os abandonos do Centro recifense

Fernanda Nogueira

Este fotolivro, Patrimônio esquecido: os abandonos do centro recifense , foi realizado pela aluna Fernanda Nogueira Evelyn Soares como Trabalho de Conclusão de Curso em Jornalismo, sob orientação da professora Ms. Adriana Dória Matos e design gráfico de Jota Bosco. Sua defesa ocorreu na Universidade Católica de Pernambuco, no dia 10 de dezembro de 2024, tendo como componentes da banca de avaliação o professor Dario Brito, o fotógrafo e videomaker Vinícius Rodrigues e a orientadora Adriana Dória Matos.

O fotolivro Patrimônio esquecido: os abandonos do centro recifense apresenta uma coletânea fotográfica dos imóveis abandonados no centro do Recife. O trabalho investiga o estado de deterioração desses espaços e seu impacto na paisagem urbana e na memória coletiva da cidade. Com um olhar sensível sobre as estruturas desmoronadas, este fotolivro também proprõe reflexões sobre o abandono e preservação dos patrimônios arquitetônicos urbanos.

“Para mim, a fotografia é uma arte de observação. É encontrar algo interessante em um lugar-comum. Descobri que não tem relação com as coisas que você vê, mas tudo a ver com a maneira que as vê.”

Elliott Erwitt_

Nas ruas do Recife, onde o sol brilha intensamente e as cores da vida pulsante dançam nas fachadas, há um sussurro melancólico que ecoa entre os imóveis abandonados. Cada parede descascada, cada janela quebrada, é uma lembrança de histórias vividas que agora permanecem em silêncio, como fantasmas de um passado vibrante. Os casarões, com suas janelas fechadas e telhados desmoronando, parecem guardar segredos de famílias que um dia riram, choraram e viveram intensamente. O vento que passa entre as frestas traz consigo fragmentos de risos e lamentos, enquanto a vegetação toma conta, como se a natureza tentasse reivindicar o que um dia foi dela. As sombras alongam, criando uma atmosfera nostálgica, onde a beleza e a decadência se entrelaçam em um triste balé. Caminhar por essas ruas é folhear um álbum de fotografias empoeiradas, em que cada imóvel é uma página que conta história de amor, esperança e, eventualmente, abandono. As paredes, agora cobertas de grafites e musgos, falam em murmúrios de um tempo em que eram adornadas por sorrisos e encontros.

Mas, hoje, o que resta é a solidão, e a cidade parece esquecer essas relíquias do passado.

A nostalgia é palpável, e a tristeza se torna quase tangível, como se cada imóvel abandonado fosse um símbolo de sonhos desfeitos e promessas não cumpridas.

No entanto, entre a decadência ainda há uma beleza singular. Cada rachadura e cada desgaste trazem consigo a história de uma resistência silenciosa. São vestígios de um Recife que, embora marcado pelo tempo, continua a existir em suas memórias. Assim, os imóveis abandonados se tornam metáforas da fragilidade da vida e da passagem do tempo. Eles nos convidam a refletir sobre o que foi perdido e o que ainda pode ser resgatado.

Em meio à melancolia, há um apelo por renovação e esperança, um convite para que possamos olhar além do abandono e enxergar as possibilidades de recomeço. O Recife, com sua essência resiliente, ainda guarda muitos segredos que esperam para ser revelados, mesmo entre as sombras de seu passado esquecido.

“A tarefa não é tanto ver aquilo que ninguem viu ainda, mas pensar o que ninguém ainda pensou sobre aquilo que todo mundo vê.”

Arthur Schopenhauer_

“Entre as ruínas sempre poderá nascer uma flor. A felicidade cresce e frutifica quando acreditamos no amor.”

Roque Schneider_

Agradecimentos_

Agradeço primeiramente a Deus, que me concedeu serenidade e força para trilhar este caminho e concluir este trabalho. Sem sua luz, nada seria possível.

Aos meus pais, Ana e Fernando, dedico este trabalho, como expressão de gratidão pelo amor incondicional e incentivo constante que moldaram cada passo desta jornada significativa.

Aos meus professores, mestres que iluminaram essa jornada acadêmica, sou grata pelos ensinamentos, incentivos e por acreditarem em meu potencial. Em especial, à minha orientadora, Adriana Dória Matos, meu eterno reconhecimento pela sua sabedoria, competência e paciência, que foram fundamentais para a realização deste sonho.

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