Super interessante nº 207

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Macho ou fêmea? “Como transporta ovos, é certamente uma fêmea”, dirá a maioria dos leitores. Recorde-se que, na natureza, nem tudo é aquilo que parece. Este é um bom exemplo disso: estamos perante um macho de sapo-parteiro, que deve o seu nome ao peculiar hábito de cuidar dos ovos até à sua eclosão. Assim, este pai extremoso, após fecundar os ovos, que podem ser oriundos de várias fêmeas, enrola-os nas suas patas traseiras e transporta-os consigo durante um ou dois meses, até os depositar na água para eclodirem. Nas noites estivais, os machos cortejam as fêmeas através de assobios monossilábicos que se repetem horas a io (cuidado, não se deixe enganar, pois o mocho-pequeno-d’orelhas assobia da mesma forma). Em Portugal, existem duas espécies: o sapo-parteiro-comum (Alytes obstetricans), na imagem, e o sapo-parteiro-ibérico (A. cisternasii). Embora possam coexistir em alguns lugares, o comum surge essencialmente na metade norte do país, enquanto o ibérico se distribui principalmente pela metade sul e ao longo da fronteira até à zona de Bragança. Estes são sapos de tamanho pequeno, que raramente ultrapassam 5 cm de comprimento, com hábitos noturnos ou crepusculares. Foto: Jorge Nunes.

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