20 ANOS
R E V I S T A
DA ASSOCIAÇÃO DOS MÉDICOS ESTOMATOLOGISTAS
PORTUGUESES
Ficha Técnica
Título 20 Anos da Revista da Associação dos Médicos Estomatologistas Portugueses Propriedade Associação dos Médicos Estomatologistas Portugueses
Autor Associação dos Médicos Estomatologistas Portugueses Grafismo Gonçalo Cunha Coutinho Contatos geral@estomatologiaorg
Data de Publicação 10 de outubro de 2023
LER A HISTÓRIA, CRIAR O FUTURO
DIREÇÃO EXECUTIVA EJSOFS
GONÇALO CUNHA COUTINHO, JOSÉ CUNHA COUTINHO, LUÍS FONSECA
A História da Revista AMEP encerra um pouco da história de mais de um quinto de século de uma Especialidade Médica centenária em Portugal. As mais de duas décadas da Associação de Médicos Estomatologistas Portugueses, que em boa hora fez nascer a sua Revista homónima, congrega em si todo o esforço, ambição e dedicação de todos os que, de alguma forma, ofereceram o seu esforço para a divulgação, melhoria e valorização profissional de todos os Médicos Estomatologistas Portugueses.
Ler a história desta Revista, através dos inúmeros artigos publicados ao longo dos mais de 20 anos de uma Revista feita por Estomatologistas, para Estomatologistas, é ter o privilégio de ler o trabalho de grandes nomes da Estomatologia Portuguesa, que deixaram legado e a sua marca nas diversas áreas da Especialidade.
Tanto a vintenária AMEP como a sua Revista, procuraram representar a Estomatologia a nível nacional nas últimas 2 décadas, defendendo e promovendo a especialidade, com uma perspetiva de mudança e futuro.
A actual Direcção da AMEP, atenta à evolução da especialidade, em profundo rejuvenescimento e expansão, inserida num panorama nacional e internacional complexo e dinâmico, entendeu que precisava fazer algumas mudanças. Os desafios e as oportunidades de hoje são fundamentalmente diferentes dos de ontem. Se há 111 anos a Estomatologia era pioneira e líder na formação e assistência médica da patologia oro-maxilar; actualmente, com a pressão dos diversos actores da saúde oral, da globalização, dos rápidos avanços tecnológicos e das mudanças socioeconómicas e políticas, vivemos um ambiente de incerteza e volatilidade sem precedentes Como tal, a Estomatologia precisa evoluir não só para sobreviver, mas também para moldar um futuro melhor para si própria e para as comunidades que serve
A necessidade de mudança nas especialidades médicas não é um conceito novo; ao longo da história, as sociedades científicas e as organizações médicas têm-se debatido com a necessidade de adaptação constante para fazer frente aos novos desafios da saúde humana. Esta renovação não é um acto isolado, mas um processo contínuo, é um ethos que deve permear todos os aspectos das especialidades médicas.
Tanto a vintenária AMEP como a sua Revista, procuraram representar a Estomatologia a nível nacional nas últimas 2 décadas
Tal como na evolução progressiva do âmbito assistencial da Estomatologia, no incremento da qualidade da produção científica e na intensidade da participação na academia e nas sociedades científicas, estava em falta também uma remodelação da revista científica da Associação dos Médicos Estomatologistas Portugueses Uma mudança que não fosse apenas cosmética, mas estrutural, que permitisse equiparar a revista às suas congéneres internacionais A meta será a indexação nas bases de dados bibliográficos das bibliotecas científicas mais reputadas e assim resolver um problema que vem assolando a revista, que é a decrescente contribuição dos internos e especialistas para a sua própria revista, pela falta de reconhecimento, tanto da revista como dos trabalhos nela publicados.
No contexto científico internacional, cada vez mais exigente, entrar no mundo dos motores de busca, metadatos, hiperlinks, identificadores universais, PDFs, XML, galleys, é hoje tão importante como navegar no mundo dos L-PRF, b-TCP, SMAS, SARPE, etc. No século XXI, a prerrogativa já não é apenas ser digital, é preciso estar conectado, é preciso ser-se descoberto Como sempre, não basta apenas escrever, é preciso ser-se lido
Se o objetivo principal da revista nest 20 anos foi estar virada para dentro, pa manter viva a chama destes especialist que viam incerto o futuro especialidade, agora já voltamos crescer em número, em diferenciação, certeza do caminho que querem percorrer, o foco está voltado para fo da Estomatologia Portuguesa para mundo, estamos na fase da afirmaçã Esta foi a grande linha orientadora transformação da revista, que passou p uma mudança de nome, de visual, casa digital e de equipa editorial
Assim nasce, com um nome angl saxónico, voltada para o mundo global, tendo a Europa como seu berço, e baptizada de European Journal Of Stomatology, Oral And Facial Surgery
A indexação nos motores de busca das mais conceituadas bibliotecas científicas é um processo que traz consigo um rol sem fim de exigências Desde já, todo o processo deve acontecer no universo do digital, cada passo ficando registado ao segundo com metadatos, o trabalho de bastidor exige-se cada vez mais transparente nos critérios, nos prazos e nos processos O anonimato é como deve acontecer, a ciência só passa a ter cara quando é publicada, o foco é combater factores extrínsecos que discriminem a produção científica de certos grupos ou pessoas individuais E se a tónica está em garantir que na produção científica não haja discriminação, vaise um passo mais à frente, e na verdade já é exigida a promoção! A promoção da heterogenia de autores e editores, que deverão cumprir rácios de nacionalidades e instituições para evitar a endogenia, e até já se caminha para os rácios de género.
Tudo isto obrigou a uma reorganização grande na maneira de funcionar da revista. Temos uma nova plataforma digital para gerir todo o processo editorial, desde a submissão de trabalhos, à sua revisão por pares duplamente cega, até à publicação.
A nossa equipa editorial inclui agora múltiplos elementos estrangeiros, de diversas especialidades e com currículo académico reconhecido pelos pares internacionais. O nosso diálogo deixou de ser unicamente em português, sendo preferencialmente em inglês e obrigatoriamente aberto ao resto do mundo.
Esta renovação da Revista da AMEP é igualmente um apelo aos jovens internos e recémespecialistas para partilharem o que melhor sabem e fazem Só assim avança a medicina e os cuidados dos doentes, onde quer que eles estejam Só assim a Estomatologia Portuguesa se poderá afirmar nos dias de hoje, não apenas em Portugal, mas além-fronteiras Esta é a prerrogativa dos dias que correm, e a European Journal of Stomatology, Oral and Facial Surgery é um reflexo disso
A Revista AMEP foi e será, sem dúvida, um filho pródigo e sempre muito prezado desta Associação. Embora os tempos que correm peçam mudança e mais abertura ao exterior, nunca será esquecido o legado dos muitos Editores, Coordenadores e Autores que ao longo dos últimos 20 anos, fizeram sair, de forma impressa e digital os seus atuais 21 números.
Será intenção sempre desta nova Revista, manter o vínculo à Associação, à Revista e à Especialidade que lhe deu origem
Revista da Associação dos Médicos Estomatologistas Portugueses
ALEGORIA À GÉNESE DA REVISTA DA AMEP
MANUEL FALCÃO
Apresentada, aceite e institucionalizada a Associação dos Médicos Estomatologistas Portugueses enceta desde os primeiros instantes da sua génese um labor permanente e sucessivamente revestido de entusiasmo Reúne os seus corpos diretivos, presencialmente, na primeira quarta-feira de cada mês, e mantém uma permanente ligação entre todos os membros por via eletrónica Assim, e atuando de modo colegial, elabora propostas e programas, discute, decide e dá tudo a conhecimento, com grande brevidade Realizadas, a I Reunião Científica e a sessão eleitoral para os Órgãos Diretivos, em 22 e 23 de junho de 2002, o seu lema que nunca foi invocado, pode ser “é preciso que se faça; é necessário que se conheça”
O êxito da I Reunião Científica Anual, empolga, inspira e responsabiliza Fez-se a chamada dos Estomatologistas Responderam mais de cento e vinte. Viveram confraternização, executou-se um programa científico com temas da especialidade, discutiu-se o presente e o futuro da especialidade. As mais de cento e vinte presenças já constituíam, por si, um excelente meio difusor de notícias sobre o evento. Mas, entendeu-se que não era suficiente. Era justo que se desse a conhecer, em primeira mão a todos os estomatologistas e, também, a todo o universo médico, o mérito das comunicações apresentadas e que se tributasse gratidão aos apresentadores e participantes. Sobra para os Órgãos Diretivos a responsabilidade de não desperdiçar este acervo científico e abrir caminho para a valorização do que o futuro propiciasse. É espontânea a exclamação: – Temos que publicar uma revista! Na mesma hora é apontada a data da distribuição, do número um, para o último sábado de novembro, na I Reunião Estatutária. E, agora!
A primeira constatação da realidade é que não há capital. A segunda é uma decisão quixotesca, “os Sócios não pagam quotas, também não vão pagar a Revista”!
No dia seguinte começa uma entusiástica e ininterrupta maratona de cinco meses com as férias pelo meio Nome, fácil, Revista da Associação dos Médicos Estomatologistas Portugueses; Órgãos Sociais da Revista, fácil, os Membros dos Órgãos Sociais da AMEP comprometem-se pessoalmente em fazerem parte e a convidar colegas para uma composição fidedigna; Obrigações de direito e administrativas, fácil, o Presidente da Direção da AMEP, tem um advogado amigo, Dr Albano Costa, que trata, pro bono, da parte burocrática; Capa, o Presidente lembra-se que uma das filhas do Dr Albano, a Dra Emília Costa, é professora de design, e que o encargo é debitado na fatura do Pai; Para a formatação e impressão encarrega-se o Secretário, que tem um amigo na área, que pode apresentar um orçamento convidativo. Aqui chegados emerge o ditado da porca e do rabo. Espalham-se abordagens à indústria farmacêutica. Do conjunto de muitas indisponibilidades com as mais diversas justificações, a BIAL, esboça sinais de abertura. Foi um não mais largar a mão. Consegue-se o patrocínio da emissão por quatro anos de três números anuais. No, entretanto, e crentes que o objetivo seria atingido, executa-se um trabalho de sapa, junto dos apresentadores das comunicações, para que preparassem a sua comunicação, dentro das normas exigidas para publicação. Nesta fase instalou-se alguma ansiedade. A impressão impunha prazos, o tempo não esticava. Era escassa a experiência de publicação, entre os signatários dos temas apresentados. As revisões e provas sucediam-se.
Instalou-se um vaivém, do Presidente e do Secretário, para a gráfica. A sete dias da Reunião Estatutária, era possível cumprir a promessa. A gráfica faz a entrega de 500 exemplares com o n.º 1. Uf! Habemos Revista da Associação dos Médicos Estomatologistas Portugueses.
Revista da Associação dos Médicos Estomatologistas Portugueses
20 ANOS DA REVISTA AMEP
RUI MOREIRA
Com a fundação da AMEP, nasceu intrinsecamente interligada a Revista AMEP. A primeira edição foi no final de 2002. O compromisso era dar oportunidade aos especialistas e internos de publicarem numa edição revista por pares conferindo uma legitimidade aos artigos publicados A Especialidade precisava de voltar à produção científica, mostrar números e dar cartas nesta vertente que foi muito descurada nos anos precedentes Especialmente dar oportunidade aos internos de produzirem os números mínimos para adicionar ao currículo exigido pelo internato Este último desiderato foi sempre uma luta difícil de travar, onde existia a possibilidade de os júris de exame final variarem a posição em relação à revista Havendo quem desconsiderasse os seus artigos, apesar de revistas por pares, era uma revista não indexada, seguindo as estritas regras do internato
Fui editor chefe desta revista (2012-2016) e senti, dado o contexto referido, muita dificuldade em motivar os colegas e internos a publicar na revista. Foi uma luta difícil ao que se adicionou a falta de verbas para a edição em papel. Posteriormente, este obstáculo foi ultrapassado com as edições seguintes virtuais, a partir de 2017.
Gostaria de relembrar que este movimento de publicação em revista de artigos elaborados pelos colegas e internos de especialidade associado aos eventos científicos organizados pela AMEP veio trazer um novo elan à especialidade com a motivação dos internos para esta vertente.
A evolução desta Revista e a sua metamorfose em European Journal of Stomatology, Oral and Facial Surgery vem, por fim, dar resposta e fornecer a possibilidade aos especialistas e internos de estomatologia publicarem numa revista indexada com revisores internacionais.
Quero agradecer a todos os editores chefes da revista, nomeadamente o Dr. Manuel Falcão (20022008), Dr. José Lopes da Fonseca (2009-2011), Dra. Catarina Fraga (2017-2019) e Dr Luís Fonseca (2020-2022) por todo o empenho dedicado à causa Tenho também de agradecer ao Prof Dr David Ângelo, ao aceitar o enorme desafio de liderar a nova revista internacional Quero por último relembrar aos jovens internos de especialidade que a EJSOFS é um veiculo novo de publicação de artigos científicos da AMEP, logicamente com um grau de exigência superior, mas mais recompensante Nunca desistam de publicar
European Journal of Stomatology, Oral and Facial Surgery
“I have a dream...”
THE EUROPEAN JOURNAL OF STOMATOLOGY, ORAL AND FACIAL SURGERY: BRIDGING THE PAST AND FORGING THE FUTURE
DAVID FAUSTINO ÂNGELO
These iconic words, spoken by Martin Luther King Jr., echo through history as a beacon of hope and inspiration Today, as we embark on a transformative journey with the rebirth of our journal, The European Journal of Stomatology, Oral and Facial Surgery, we too hold a dream - a dream of a vibrant future for Stomatology in Portugal, rooted in the wisdom of the past
Honoring Our Legacy
With over a century of history, Stomatology in Portugal has stood as a testament to the dedication and excellence of its practitioners
From the inception of “Journal da Estomatologia” in 1953, under the visionary leadership of Dr José Dias, to the recent “Revista da Associação dos Médicos Estomatologistas Portugueses,” we pay tribute to the generations of stomatologists who have paved the way.
Bridging the Divide
However, in this journey, we must acknowledge the gaps that have emerged. A divide between real surgical activity and basic dental practice, between high standards in research and poor investigation, and between excellence and mediocrity. To ensure the respect and growth of our specialty, we must bridge these divides.
The Three Pillars
The pillars of our specialty rest on three fundamental principles: clinical knowledge, scientific activity, and technical skills. To elevate our field, we must empower the next generation in these pillars. Not through coercion but through mentorship and support. We must create an environment where young minds can thrive ethically and morally.
Our Noble Purpose
Our journal’s role is noble: to serve not only the advancement of knowledge but also the improvement of patient care We aim to provide a platform for solid research, clinical discourse, and the nurturing of fresh ideas We should correct our flaws, and in doing so, elevate stomatology to new heights
A Humble Commitment
In closing, let us remain humble in our commitment We are medical doctors, academics, stewards of knowledge, and examples of ethical practice As we set forth on this new path, let our words inspire and our actions transform Together, we will advance the boundaries of Stomatology, forging a future that is both honorable and bright
“I have a dream that one day, this journal will stand as a beacon of knowledge and a testament to the unity of purpose in Stomatology.”
With sincerity and dedication,
David Faustino Ângelo Editor-in-Chief
The European Journal of Stomatology, Oral and Facial Surgery
