Jornal Z Norte - 297ª Edição (10/07/2015)

Sorocaba H

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0 de Julho de 2015

Prefeitura tem quinze dias para prestar esclarecimento

sobre construção de casas

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Sorocaba | 10 de Julho de 2015 | Nº - Ano 10 www.jornalznorte.com.br - Distribuição GRATUITA

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Uma segunda chance

MINICRACOLÂNDIAS A radiografia do Crack em Sorocaba

Págs. 07 à 09

Sustentabilidade

Relatório de sustentabilidade coloca Leroy Merlin de Sorocaba como referência para o segmento

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LEGISLATIVO

www.jornalznorte.com.br Sorocaba, 10 de Julho de 2015

Editorial

Apenas uma chance...

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xperiência é o nome que nós damos aos nossos próprios erros. Essa é uma célebre frase do também célebre escritor e poeta britânico Oscar Wilde.

Há razão para as palavras de Oscar, mas há também algumas considerações que devemos fazer em torno do tema.

Há um limite, uma dimensão para o erro? Onde, quando e com quem podemos errar?

Quando levamos o tema para o mundo das drogas, fica ainda mais complicado. Como aceitar o erro sobre algo que todo mundo sabe que vai dar errado?

Mais aí, temos uma nova questão: todo mundo, vírgula. É justo generalizar sem conhecer os passos que cada um dá?

Afinal, a única vida que conhecemos é a nossa própria, ou talvez nem isso.

Essa edição do Z Norte traz uma reportagem especial sobre o consumo de crack. Mais que isso, traz histórias que muitas vezes fingimos não ver, ou ao menos ignoramos por conveniência.

Ter resposta pronta para tudo nem sempre é sinal de inteligência. E você, está pronto para dar uma segunda chance?

Equipe Jornal Z Norte

EXPEDIENTE www.jornalznorte.com.br

A Voz da Zona Norte!

EDIÇÃO SEMANAL A.A. Alves Editora ME - CNPJ: 11.391.242/0001-70 Avenida Itavuvu, 1541 - Jd. Maria Antônia Prado Cep: 18076-005 Sorocaba/SP

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Substitutivo do Projeto de lei que trata dos Conselhos Tutelares de Sorocaba é aprovado com emendas Marcel Scinocca marcel@jornalznorte.com.br

O

projeto de lei de autoria do Executivo que trata de Política de Proteção Integral da Criança e do Adolescente foi votado na tarde desta terça-feira (7) durante Sessão Extraordinária. Trata-se de um substitutivo apresentado no mesmo dia.

Entre as mudanças propostas na segunda redação estavam o corte de 20% sobre o adicional nos salários dos conselheiros e plantão nos finais de semana. O aumento de vinte para trinta conselheiros foi mantido na nova redação.

As principais alterações dizem respeito ao processo de escolha dos Conselheiros Tutelares. Também houve a criação de seis Conselhos Tutelares, com cinco membros cada, passando de um total de vinte para trinta conselheiros.

Pelo projeto aprovado e que aguarda até quarta-feira (8) a sanção do Prefeito Antonio Carlos Pannunzio, a escolha dos membros do Conselho Tutelar ocorrerá em data unificada em todo o território nacional a cada quatro anos, no primeiro domingo do mês de outubro do ano subsequente ao da eleição presidencial.

Na justificativa do projeto, o Executivo alegou que o objetivo era adequar as disposições Municipais com as determinações do Estatuto da Criança e do Adolescente decorrentes das alterações promovidas pela Lei nº 12.696, de 25 de Julho de 2012, bem como alinhar a legislação local com as resoluções do Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente – CONANDA, notadamente a Resolução nº 170, de 10 de Dezembro de 2014. “É um grande avanço para Sorocaba.

Logicamente que nós estamos aqui vivenciando uma regulamentação federal, já que o município de Sorocaba está se readequando em função dos prazos estabelecidos por lei. Nós entendemos que

o projeto é bom e que veio trazer para Sorocaba o que Sorocaba precisa”, destaca o vereador. Dini, que é presidente da

Comissão dos Direitos da Criança e do Adolescente, foi o único vereador a apresentar emendas ao projeto.

Redução da maioridade O vereador Hélio Godoy (PSD) usou a tribuna para convidar os presentes na sessão de terça-feira (7) para uma audiência pública que discutirá os 25 anos do ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente) e para defender uma moção de repúdio com relação ao tema. Porém, os vereadores se aprofundaram no tema, chegando ao ponto de discutir sobre a maioridade penal. “Para a crueldade, eu sou a favor da pena máxima”, defendeu Neusa Maldonado (PSDB).

Opção Para o vereador pastor Apolo (PSB) tudo é uma questão de opção. “Eles (os infratores) fizeram uma opção. A gente não pode culpar o Estado”, justificou.“Se ele fez a opção, ele sabe o que ele está fazendo”, acrescentou. “Não coloque a mão em mim ou você vai se f****”, afirmou sobre o que

Presidente Manga Claudio Gervino Gonçalves, o Claudio do Sorocaba I (PR) precisou se ausentar da presidência por alguns instantes. Rodrigo Manga (PP) assumiu a função e na saída não deixou por menos. “Estou encerrando a minha participação. Se os senhores gostaram da minha participação eu me coloco a disposição dos senhores vereadores para 2016”, afirmou o vereador, arrancando risos de todos os presentes.

segundo ele, seria a estratégia usada pelos adolescentes.

Alice Contrário a redução, Carlos Leite (PT) também entrou no debate. “Queremos reduzir os crimes cometidos por eles?

Queremos! Mas não através da redução da maioridade penal”, destacou o petista.

“Isso é Alice no país das maravilhas. Não podemos discutir utopia. A solução não está aí. Precisamos abrir a questão, abrir o leque. Temos que dar o pontapé inicial”, disparou Fernando Dini (PMDB). “Estamos em um país carente de políticas públicas”, rebateu Godoy.

Fotos: Marcel Scinocca / Jornal Z Norte

Rápidas

LEGISLATIVO

#somostodosMaju E falando no presidente, indignado com fúria racista sofrido na semana passada pela jornalista Maria Júlia Coutinho, a Maju, Claudio fez uso da tribuna e desabafou. “O lugar que entra um branquinho, eu também entro”, disse.” “Estou na presidência pelo voto dos nossos colegas, que não olharam a cor na hora de escolher”, comentou. “É uma vergonha isso no nosso país. Somos todos Maju”, terminou.

Coro Fernando Dini, mais uma vez, fez coro aos

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protestos do presidente da Casa. “Não podemos nos calar diante de uma atrocidade dessa. Concordo em gênero, número e grau”, disse Dini, elogiando a atitude do colega.

Decoro Membros da Comissão de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara Municipal de Sorocaba reuniram-se na tarde desta terçafeira, 7, para analisar um ofício protocolado na semana passada no Legislativo, pela Associação da Parada do Orgulho GLBT (APOGLBT), sugerindo ter havido quebra de decoro por parte do vereador José Crespo (DEM). No Facebook, Crespo descreveu os gays como anormais.

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Parte integrante da edição nº 297 do Jornal Z Norte

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Prefeitura tem quinze dias para prestar esclarecimento sobre

construção de casas do Sorocaba H pendente de melhores esclarecimentos acerca da exigência editalícia de prova de regularidade perante a Fazenda Estadual, referente a todos os tributos (ICMS, ICM, IPVA, ITCMD, ITBI, AIR), e perante a Fazenda Municipal, referente a tributos imobiliários, extrapolando as previsões do artigo 29 da Lei de Licitações, contrariando o entendimento jurisprudencial desta Corte”, diz o relator em despacho assinado no início do mês e publicado na imprensa oficial no inicio desta semana.

A ATJ (Assessoria Técnico-Jurídica) do TCE e a SDG (Secretaria Diretoria Geral), órgão de fiscalização interna do tribunal, já se manifestaram pela irregularidade

do processo licitatório responsável pela contratação de quatro empresas que construíram as residências localizadas próximos ao bairro Habiteto.

A Prefeitura de Sorocaba já apresentou diversas justificativas nos trâmites do processo, na maior parte deles houve a manifestação pela irregularidade da matéria.

O processo ainda não foi julgado e o prazo para as justificativas se encerra no dia 16 de julho. As possíveis irregularidades foram apontadas pela Unidade Regional de Fiscalização de Sorocaba. Quase R$ 11 milhões foram gastos na obra pela CDHU (Companhia de Desenvolvimento Habitacional Urbano de São Paulo).

A Prefeitura de Sorocaba não comentou o despacho do Tribunal de Contas.

Fotos: Arquivo PMS

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TCE (Tribunal de Contas do Estado de São Paulo) deu prazo de quinze dias para que a Prefeitura apresente esclarecimento ou adote providências necessárias sobre temas que envolvem o processo licitatório para a construção de quase quinhentas casas do Sorocaba H, residencial entregue em 2009, cuja construção foi supervisionada pela municipalidade.

Conforme o conselheiro Dimas Eduardo Ramalho, relator do processo no TCE, a Prefeitura deve esclarecer questões relativas a exigências contidas no edital e que, teoricamente, contrariam a lei de licitações. “Verifico haver uma questão

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Relatório de sustentabilidade coloca Leroy Merlin de Sorocaba como referência para o segmento Marcel Scinocca marcel@jornalznorte.com.br

Adevilson Prates, diretor da unidade Sorocaba apresenta o Relatório de Sustentabilidade da rede

empresa, um comitê de sustentabilidade focado em multiplicar e desenvolver ações ligadas ao tema.

“Quando cheguei na Leroy, fui surpreendido positivamente com a forma de tratar o tema, vi que sustentabilidade aqui não é só um modismo, algo pontual, mas algo que esta na composição do DNA da empresa.”destaca Entre as implantações estabelecidas na loja está o econômetro, que é um sistema que mede a economia de energia, a quantidade de resíduos reciclados e compara para o cliente, o quanto esta economia contribui para o meio ambiente, também quantas residências essa economia equivale. Durante o último ano, a economia daria para abastecer em torno de 1.7 mil casas pelo mesmo período. O público, consumidor da loja ou não, pode participar de maneira direta através dos processos de reciclagem. Um dos meios é através da Casa Ecológica, que fica no estacionamento da loja.

Sobre o relatório O relatório de 2014 foi elaborado de acordo com as diretrizes da Global Reporting Initiative (GRI) e compreende o período de atividades no Brasil de janeiro a dezembro.

Fotos: Marcel Scinocca / Jornal Z Norte

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naugurada na cidade há pouco mais de três anos, a Leroy Merlin de Sorocaba é referência em sustentabilidade para toda a região, a maior do Brasil no segmento de home Center. Os treinamentos constantes, as práticas sustentáveis e o sucesso no envolvimento da comunidade são amostras dos resultados positivos conquistados pela filial Sorocaba. As informações estão no primeiro Relatório de Sustentabilidade da rede francesa.

Adevilson Cesar Barbosa Prates, diretor da loja Sorocaba e que coordenada mais de duzentos colaboradores de forma direta, explica que a unidade segue rigorosamente os padrões e parâmetros estabelecidos pela empresa e que constam no Relatório de Sustentabilidade de 2014, divulgado pela rede no início do mês. O documento pioneiro no setor é uma referência para todo o empresariado.

“O que foi elaborado é um modelo de relatório internacional que a cada dois anos a Leroy irá divulgar. Esse é o primeiro, é uma inovação, porque é a primeira empresa de home center a fazer um lançamento desse tipo no Brasil. É algo muito novo”, explica.“Nós tomamos o cuidado de realmente ter a certificação de cada ação sustentável, que aqui é comprovada, acompanhada e certificada por uma auditoria externa”, lembra.

De acordo com Prates, “a questão da sustentabilidade não é algo que fica somente internamente. As iniciativas envolvem todo o contexto, incluindo clientes,fornecedores, comunidade, colaboradores e cuidados com nosso meio ambiente. Vai muito além do processo de compra e venda”, diz. “O mercado vai precisar de empresas que se envolvam não somente no eixo onde elas atuam, não apenas no que está dentro de seus muros”, fala.

A questão da sustentabilidade da loja de Sorocaba começou já com a construção do prédio. Quando olhamos nossos custos de construção, são um pouco mais caros, porém a importância de avaliar o retorno do capital investido a médio prazo é fundamental para construção do nosso modelo, nossa operação utiliza menos recursos naturais,a exemplo do baixo consumo água, energia,entre outros viabilizando este investimento.

Atualmente temos em cada unidade da

Este material mostra como a empresa desenvolveu, ao longo do ano, suas ações nos seguintes eixos prioritários: melhorar a relação com os clientes e fornecedores, usar de forma racional a energia e outros recursos naturais e investir no desenvolvimento profissional de seus colaboradores. Uma empresa não pode se ver como única dentro de um contexto e diante disso sabe que necessita dialogar, situar e propor iniciativas que tenham como mola mestra a manutenção do negócio com baixo impacto em seu meio. Foi assim que a Matriz de Materialidade foi concebida, identificando as necessidades dos diversos atores que interagem com o negócio.

Todos os 7.500 colaboradores da Leroy Merlin, que chegou ao Brasil em 1998 e possui 33 lojas, participaram da elaboração do relatório.

Sobre a Leroy Merlin A Leroy Merlin é líder pelo sétimo ano consecutivo no setor de Varejo da Construção Civil, conforme o Ranking Nacional das Lojas de Material de Construção realizado, anualmente, pela equipe de Redação da Grau 10 Editora, que edita a Revista Anamaco. A empresa foi eleita entre as três mais sustentáveis pelo “Prêmio Os Mais Importantes do Varejo”, realizado pela Revista Novarejo nos anos de 2012, 2013 e 2014, e sua sede está entre os 10 prédios mais sustentáveis pelo site Exame.

Ainda em 2013 e 2014, a Leroy Merlin foi premiada entre as 70 melhores empresas para se trabalhar no país, de acordo com a pesquisa anual divulgada pelo Great Place to Work® Brasil em parceria com a Revista Época.

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Uma segunda chance Marcel Scinocca

marcel@jornalznorte.com.br

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Fotos: Marcel Scinocca / Jornal Z Norte

les são como fantasmas. Próximos de uma das mais movimentadas avenidas de Sorocaba – a Ipanema – se tornam invisíveis aos olhos de milhares de pessoas que transitam pela via, a pé, de carro ou de ônibus. Mas como “the walking dead” sociais, eles geram medo quando vagam e perambulam, hora em busca de comida, hora em busca de uns trocados que financie o vício coletivo.

Alguns, inclusive, não fazem questão de esconder que pedem para fomentar a dependência.

Para chegar ao local onde o grupo se concentra, não há numeral. Apesar de vago demais para decifrar o vazio, a porta é o relento.

Há, sim, duas referências irônicas – em um terreno entre uma loja de materiais de construção e uma Casa do Cidadão. Não se pode chamar de lar, porque ali não se pode viver, ou não se deve viver. Mas eles vivem, embora desconstruídos da realidade convencional.

O ponto de consumo de crack, as chamadas “minicracolândias”, é um dos quase cinquenta catalogados na cidade.

Não é plausível tratá-los como heróis – essa não é a intenção. Entretanto, não se pode nomeá-los apenas como bandidos sem ao menos saber suas razões. Desesperada, uma mulher chora de maneira copiosa. Emocionada, e de maneira, às vezes, irracional, ela diz não acreditar mais em Deus. Instantes depois, alterna a reação e agradece pelo convite feito

para que ela fosse à uma igreja. Ao seu lado, desolado, um homem se cala diante do óbvio.

Ela perdeu a vontade de viver após a morte da filha no ano passado, vítima de câncer. Ele, por vezes nitidamente arrependido, se desiludiu da família após inúmeras brigas com o irmão caçula. “Depois que Deus levou a minha filha, eu fiquei revoltada”, diz a mulher.“Eu não minto. Eu tenho vergonha. Achei que ia morrer antes dela, mas foi assim. Fazia dois meses que ela tinha comprado um carro novo. E ela foi embora”, argumenta aos prantos. “Não quero saber de nada. Quero ficar na rua. Nada pra mim tá bom”, continua a mulher que residia em Ubatuba. “Eu quero minha menina que criei com amor e carinho”, diz.

Ao lado deles, um pequeno amontoado de lixo. Garrafas de bebidas, caixa de fósforos, roupas velhas, marmitas e sapatos compõem a cenografia do ambiente que ninguém vê.

Eles não se importam mais com isso. Aliás, eles não se importam com quase nada. Afinal, o que há mais para se perder? “A gente apanha muito. Não sei onde está a minha dignidade. A polícia chega e não pergunta nada.

Só batem”, lembra A. L. S, de 33 anos, que já cumpriu pena por tráfico em 2007. “Já paguei o que devia”, justifica A., que tem um filho de quatro anos. “Sinto saudades, mas nem sempre posso ver ele”, se emociona.

Uma marmita de isopor ao chão denuncia que naquele dia, uma cinzenta quarta-feira,

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teve refeição para o grupo. A troca de cachimbos, porém, é mais intensa e evidencia que a fissura será saciada num ato que pode ser associado a uma espécie de suicídio vagaroso e compartilhado. Mas nem sempre foi assim.

“Eu trabalhava, sempre trabalhei, mas larguei tudo”, conta a mulher que perdeu a filha. “Faz quatro anos que moro na rua. Sou pintor.

Também trabalhava e tudo”, explica A.

Na saída, as lágrimas

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visita do vereador Rodrigo Manga (PPS) a uma nova “minicracolândias” de Sorocaba terminou de maneira inesperada. Duas mulheres correm desesperadas em direção ao grupo. Aos prantos, abraçam Manga e os funcionários de uma clínica que trata dependentes. “Você veio me buscar para internar?”, questiona C. D, de 29 anos. “Eu estou aqui há seis dias. Minha família deve tá triste comigo”, emenda D.F.F.B, de 38 anos. “Eu quero, eu preciso. Perdi marido, perdi casa, perdi a guarda dos meus filhos.

Não tenho mais o que perder”, enfatiza.

Ambas são mães, ambas têm família. Da mesma forma, estavam fora de casa devido ao vício. “Só quero ser uma pessoa normal e ter meus filhos de volta”, termina uma delas.

A última pedra – orientadas sobre como deveriam proceder para o regresso para a clinica, já que as duas já tentaram recuperação interiormente, uma delas não esconde o último desejo antes de ser conduzida. “Só quero uma pedra. Depois só o tratamento”, finaliza.

Vencer é possível, garante terapeuta

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ão é novidade que a dependência causa efeitos devastadores para o usuário e para a sua família. “Demora para se perceber. Pode levar anos. Há uma inversão de valores muito grande. Perde-se até o amor próprio”, explica o terapeuta especializado em dependência química Robson B. de Jesus. Vencer a dependência química não é uma tarefa que todos os viciados desejam enfrentar, mas há relatos bem sucedidos. “O primeiro passo é muito difícil de ser dado, especialmente no caso do crak que domina a pessoa de tal maneira que elas parecem estar fora do ar. Ela se esquece de si”, acrescenta. “Em muitos casos, ela está sob efeito. Enquanto houver possibilidade de uso, ou seja, enquanto ele tiver acesso a droga, fica difícil. E na hora que ela não vê meio de conseguir o entorpecente é o melhor momento de

oferecer ajuda. A droga anula a vontade de viver e as suas perspectivas”, explica o profissional que atua na Clinica Terapêutica Novo Horizonte.

“Fuzilar, julgar e recriminar é mais fácil.

Ajudar e estender as mãos é mais difícil. É preciso levar para o lado solidário. Existe uma maneira, há caminho, há solução”, garante. A certeza, não por acaso, é de vivência. Robson foi usuário de drogas por quase vinte anos. Plenamente recuperado, reconduziu sua vida, voltou para ao convívio familiar e hoje dá apoio para que pessoas que precisam de ajuda se livrem do vício. “Ao contrário do que muitos pensam, são seres humanos precisando de ajuda.

Hoje, ao invés de fazer parte disso, eu venho resgatar essas almas que estão perdidas e precisam dessa ajuda”, termina Robson.

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Frente de enfrentamento será uma das pontes para solução do problema Marcel Scinocca marcel@jornalznorte.com.br

Sorocaba terá um grupo de enfrentamento com relação aos problemas relacionados com drogas na cidade. “Essa é a realidade que nós temos em Sorocaba. Quando a gente fala que vai trazer um hospital, a gente vai ajudar as pessoas que não tem força para sair das drogas. Quando tivermos o hospital aqui, vamos suprir essa demanda. A pessoa tem o direito de sair do vício”, diz o vereador Rodrigo Manga, que tem o combate ao vicio como uma de suas bandeiras.

Conforme o vereador, a ideia da frente de enfrentamento veio de uma audiência pública realizada para tratar do tema. O evento ocorreu no final do mês passado.

Conforme ele, Polícia Militar, Polícia Civil, Guarda Municipal, representantes de entidade e igrejas, e da Saúde e de Desenvolvimento Social participaram da reunião e também são favoráveis a consolidação do grupo. “Para que a gente vença esse problema tão grave que afeta a nossa cidade, precisamos da união de todos”, salienta.

Conforme o vereador, dentro de quarenta e cinco dias o grupo já deverá estar funcionando.“É uma ação jamais vista na cidade Sorocaba. Há casos em que as pessoas largaram tudo para viver em função do crack. Precisamos mudar isso”, comenta.

Uma lei municipal, de autoria de Manga, prevê a internação compulsória. De acordo com Manga, a iniciativa vem ao encontro das

necessidades da cidade. “Essa lei é muito importante. A lei será usada em casos em que o especialista da Secretaria de Saúde detecte

que a pessoa precise de ajuda e ela não aceita essa ajuda”, garante. “Essa lei está caminhando junto com a formação desse grupo de enfren-

tamento. Muita gente será beneficiada. É um passo muito importante na questão da dependência química”, termina.

Mapa das “minicracolândias” define pontos críticos na cidade

A

Comissão de Dependentes Químicos da Câmara de Sorocaba mapeou os locais onde a há o consumo coletivo de crack na cidade. As áreas chamadas de “micracolândias” somam quase cinquenta pontos.

Dos vinte e cinco principais pontos, oito deles estão localizados na Zona Norte. Maria Antonia Prado, Laranjeiras, Jardim Hungarês e Vila Helena estão entre os locais.

MINICRACOLÂNDIAS 1 – Cabeceira do campo de futebol da Rua Mário Soave, altura do número 923, Jd. São Marcos; 2 – Mata ao lado da escola Rafael Orsi Filho, na Rua Orsini Diniz Camargo, cruzamento com a José Crespo Filho, Jd. São Marcos; 3 - Quiosque ao lado do Clube do Idoso, na Avenida Juvenal de Campos, Bairro Pinheiros;

4 - Em frente à estação elevatória do SAAE 4, Ponte Dante Sola, no lado esquerdo, sentido Centro; 5 – Linha Férrea, na Rua Marquês de Itu, Barcelona 6 - Praça da Igreja, na Rua Raposo Tavares, altura do número 153, Vila Assis; 7 - Linha férrea no início da Rua Caetano Bernardi, debaixo das árvores, Jardim Zulmira; 8 - Árvore em frente à Ossel da Vila Assis; 9 - Praça Pedro Nunes (Mata na frente), Jd. Zulmira; 10 – Bica d’água do Paineiras/Laranjeiras, atrás da nova quadra do Laranjeiras; 11 – Rua Ulisses Guimarães, atrás da escola Antonio Cordeiro, no Laranjeiras; 12 – Fundos do CDHU Júlio de Mesquita, atrás das garagens do prédio 86, fundos do CAC G3; 13 - Final da Rua Dante Gatuso, Jd. Zulmira; 14 - Rua Profª Ana Maria Rita Moraes Coelho, Próximo à segunda passarela Rod Raposo Tavares (Vl. Sabiá, Vl. Zacarias)

15 - Linha Férrea Barcelona (Av. Paraguai, entre as Ruas Bolívia e João Tomé de Souza) 16 - Rua Prof° Armando Rizzo (Atrás do Sabe Tudo Jd. Hungarês) 17 - Rua Carlos Smith, Jd. Maria Antonia Prado (Olaria abandonada, atrás do Banco Santander Av. Itavuvu) 18 - Rua Américo Figueiredo (entre a Rua João Batista Machado e Av. Domingos Martins Vieira) 19 - Proximidades da E.E. Prof° Rafael Orsi Filho, Conj. Hab. Júlio de Mesquita Filho (Ruas Vinte, Av. Prof Flavio Fazano, Rua Nicolau Tibecheriny) 20 - Linha Férrea Jd. Nova Esperança 21 - Pontilhão Av. Humberto De Campos (Prédio Abandonado) 23 - Rua José Belo, Próximo à E.M. Prof.

Paulo Fernando Nóbrega Tortello, Parque das Laranjeiras 24 - Rua Serafim de Souza (Atrás da cabeceira da pista Aeroporto de Sorocaba), Vila Helena

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Estrutura da rede municipal atende mais de 14 mil, afirma Prefeitura Marcel Scinocca marcel@jornalznorte.com.br

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a SES (Secretaria da Saúde de Sorocaba), o atendimento é realizado inicialmente nas UBSs (Unidades Básicas de Saúde) e, conforme a complexidade do caso, os pacientes são encaminhados para os CAPS AD III, que atendem 24 horas por dia e possuem atendimento com equipe especializada.

Já a Sedes (Secretaria de Desenvolvimento Social) informa que instituiu, em outubro de 2013, a Coordenadoria de Políticas Sobre Drogas, órgão responsável por articular e acompanhar as ações relacionadas à problemática do uso de drogas no município, dentre os quais o Programa “Crack é Possível Vencer”, do Governo Federal, já em funcionamento, e o “Programa Recomeço”, do Governo Estadual, que ainda não foi implantado devido à dificuldade de encontrar entidades com o perfil exigido para que os convênios sejam firmados.

“Além destas duas frentes, a Sedes também realiza ações municipais como o Projeto “Sorocaba Integra”, que acaba de ser concluído e que por um ano atuou em oito bairros na perspectiva do Tratamento Comunitário; além do Projeto “Fortalecendo os Nós”, em parceria com a UFSCar (Universidade Federal de São Carlos – campus Sorocaba), que visa o aperfeiçoamento e o fortalecimento das redes de atenção ao uso de drogas”, afirma a municipalidade.

A Secretaria de Desenvolvimento Social ainda apoia, incentiva e acompanha as ações desenvolvidas pelo Centro Regional de Referência Brasileiro de Formação Permanente (CRR) - aprovadas pela Secretaria Nacional de Política sobre Drogas (SENAD) como parte do Plano Integrado de Enfrentamento ao Crack e Outras Drogas - de responsabilidade da UFSCar, com a qual a secretaria tem permanente parceria. A secretaria também possui duas equipes que garantem a cobertura de toda a cidade, das 8h às 22h, todos os dias da semana, inclusive aos finais de semana, realizando cerca de trezentas abordagens mensais às pessoas em ‘Situação de Rua’, entre as quais muitos usuários de drogas. Estes recebem informações a respeito dos serviços ofertados pela rede socioassistencial.

Por meio do Programa Crack é Possível Vencer, hoje a cidade conta, ainda, com um quadro efetivo de GCMs devidamente capacitados para uma abordagem mais humanizada e que seja capaz de distinguir o usuário do traficante, fazendo os devidos encaminhamentos conforme a especificidade que o atendido requer.

Além disso, Sorocaba possui o Centro POP (Centro de Referência para a População em Situação de Rua), que é um dos principais equipamentos disponíveis para atendimento da população em situação de rua. O local oferece serviço especializado, com atendimentos

psicossociais, atividades de convivência, bem como auxílio na busca da promoção e resgate de vínculos familiares. A unidade também faz a articulação com a rede de serviços de saúde, educação, habitação, emprego, jurídico, entre outros, auxiliando, inclusive, com orientações sobre documentação civil e demais encaminhamentos necessários.

O serviço foi criado e planejado de forma a acolher, acompanhar e buscar meios de resgatar e devolver a dignidade de cidadãos que, por motivos diversos, encontram-se em situação de rua. O Centro POP está localizado na Avenida Comendador Pereira Inácio, 763, no Centro, próximo à Rodoviária de Sorocaba. “No entanto, vale lembrar que esta, nem nenhuma secretaria de nenhum outro município que trabalhe dentro do SUAS (Sistema Único da Assistência Social), possui instrumentos constitucionais, lícitos e humanizados, para obrigar as pessoas a quererem um novo rumo em suas vidas. Não cabe a esta secretaria tutelar o ânimo individual. Cabe à Sedes garantir que aqueles que queiram uma nova perspectiva de vida sejam atendidos, que suas demandas sejam identificadas, acolhidas, e que ele receba um atendimento técnico digno e ético, seja pela Saúde ou pela Assistência Social”, ressalta.

Ainda conforme a Prefeitura, o protocolo da GCM (Guarda Civil Municipal) é de orientação, sendo indicado à pessoa os caminhos

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possíveis para que busque ajuda, caso esta esteja interessado em abandonar o vício. Mas se há indicio de tráfico, a tratativa PE outra. “Em casos que envolvam tráfico de entorpecente, entretanto, a situação é outra e os guardas municipais, após apreensão, encaminham os envolvidos a uma delegacia de polícia para que sejam adotadas as medidas legais cabíveis. No caso de adultos, estes, após enquadro no crime de tráfico de entorpecentes, são encaminhados ao Centro de Detenção; no caso e menores, estes também são enquadrados em ato infracional, os pais são chamados para ciência da situação e, após isso, são liberados aos responsáveis. Os menores devem se apresentar à Justiça quando solicitado.”

Secretária de Segurança Pública A Secretaria da Segurança Pública do Estado de São Paulo garante que a repressão ao tráfico do entorpecente é feito de maneira ostensiva. “O combate ao tráfico de drogas na região de Sorocaba resultou, nos cinco primeiros meses de 2015, no aumento de 10,4% na apreensão de crack na região do Deinter 7 (Sorocaba), com 36,4 quilos de crack apreendidos contra 33,01 quilos no mesmo período do ano passado”, diz a pasta. “A SSP esclarece, no entanto, que o consumo de crack é um problema de saúde pública e, por isso, a PM dá suporte aos agentes sociais e de saúde que fazem o atendimento aos usuários de drogas.”

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CLÁUDIO SOROCABA I

“Tenho compromisso com a cidade que me acolheu” O presidente da Câmara Municipal de Sorocaba afirma que a participação popular é um dos pilares de sua gestão à frente do Legislativo sorocabano Helena, perto do aeroporto, numa rua que até hoje não tem asfalto”, lembra o vereador, que, logo depois, trouxe o restante da família para Sorocaba.

Trabalho braçal – Cláudio Sorocaba I trabalhou seis meses numa empresa que fabricava lajotas e recorda que o serviço era pesado: “A gente carregava fios e postes nas costas. Ajudei a construir a linha que vai de Brigadeiro Tobias até Mairinque. Nos locais onde o caminhão não conseguia entrar, tinha que carregar os postes na mão”. Permaneceu cerca de quatro anos na empresa, tendo saído quando dois amigos morreram em acidentes de trabalho. “Larguei esse serviço a pedido da minha mãe, que ficava muito preocupada com os riscos de acidente”, conta o vereador, que ainda sente a morte da mãe, aos 97 anos, no ano passado. “Lembro muito dela, desde a roça, carpindo. Foi difícil acompanhar o sofrimento dela nos últimos dias. Mas foi uma mulher muito forte, um exemplo para toda a família”, emociona-se.

Após deixar a empresa de lajotas, Cláudio Sorocaba I passou a vender enxovais e essa experiência como vendedor o levou a montar uma mercearia no Bairro Nova Sorocaba e, posteriormente, no Conjunto Júlio de Mesquita, onde conquistou sua casa própria. “O bairro tinha carência de tudo e a associação de moradores era inoperante”, relembra.

Resolveu disputar o comando da associação e foi eleito com 600 votos, tornando-se um líder comunitário respeitado. “Costumo dizer que foi meu verdadeiro batismo eleitoral”, ressalta. Essa experiência o estimulou a

“Hoje atendo pessoas de todas as regiões da cidade. Vem o pessoal do Cajuru, Éden, Bairro dos Morros e muita gente da Zona Norte”, diz Cláudio

Residência onde o vereador atende a população no bairro Júlio de Mesquita.

O atendimento à população é feito todas as quartas-feiras, no bairro Júlio de Mesquita e dezenas de pessoas comparecem ao local.

Fotos: Fernando Araujo / Jornal Z Norte

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o cabo da enxada para a cadeira de presidente de uma das Casas Legislativas mais importantes do Estado de São Paulo. Assim pode ser sintetizada a trajetória do vereador Gervino Cláudio Gonçalves, mais conhecido como Cláudio Sorocaba I (PR). Eleito presidente da Câmara Municipal de Sorocaba para o exercício de 2014 e reeleito para o exercício de 2015, o vereador comanda uma das mais efervescentes legislaturas da história da Casa, tendo presidido a votação de projetos essenciais para a cidade, como o Plano Diretor e o Plano Municipal de Educação, sempre buscando garantir uma ampla participação da sociedade nessas discussões.

“Procuro fazer do respeito à lei, do diálogo com os vereadores e da efetiva participação da sociedade os pilares da minha gestão à frente da Câmara”, garante Cláudio Sorocaba I, que se inspira em suas raízes para interagir com a população, sobretudo a mais carente, de onde veio. Filho dos lavradores João Gonçalves Filho e Etelvina Vieira de Miranda, ele nasceu em Ivaiporã, no interior do Paraná, e começou a trabalhar desde criança. Aos 17 anos, ficou órfão de pai e se tornou arrimo de família, sustentando a mãe e as duas irmãs com o duro trabalho na roça.

Em 1984, decidiu tentar a sorte em Sorocaba, onde já morava uma de suas irmãs. “Mandei uma carta para saber se poderia morar com ela.

Ela disse que sim. Então vendi um milho, que quase não deu para pagar as contas, fiz uma comprinha para a minha mãe, coloquei duas trocas de roupa na mala e embarquei num ônibus da Viação Garcia. Vim morar na Vila

Presidente da Câmara Municipal, vereador Gervino Cláudio Gonçalves, mais conhecido como Cláudio Sorocaba I (PR)

disputar uma vaga na Câmara Municipal em 2000. “Faltaram somente 46 votos para que eu fosse eleito. Aprendi muito e continuei trabalhando”, conta.

Canal da cidadania – Em 2004 foi eleito vereador pela primeira vez. Reeleito em 2008, já está no terceiro mandato consecutivo, tendo recebido 4.435 votos na eleição de 2012. Na Câmara, integrou comissões permanentes da Casa, foi vice-presidente três vezes e ocupou interinamente a presidência em abril de 2010. Hoje, como presidente do Legislativo, uma das suas ações de que mais se orgulha é a contratação de jovens aprendizes com deficiência intelectual para trabalhar na Câmara.“Essa medida tem servido de modelo para outras cidades”, observa.

Cláudio Sorocaba I é autor da Lei 7.506/2005, que prioriza os filhos de pessoas com deficiência nas creches e escolas públicas, e da Lei 7.533/2005, que obriga a Prefeitura a fornecer medicamentos nas unidades de saúde que funcionam 24 horas. Também é de sua autoria a Lei 7.998/2006, que obriga as empresas funerárias que atuam no município a fornecer caixão mortuário, transporte gratuito, velório e uma coroa de flores às pessoas reconhecidamente pobres e sem recursos para pagar esses custos. Além disso, é autor de centenas de indicações e requerimentos solicitando melhorias em diversos bairros da cidade.

A mais nova empreitada de Cláudio Sorocaba I como presidente da Câmara é a implantação da TV Legislativa, aberta e com sinal digital, que já está em fase de licitação.

“Com essa TV pública, todos os sorocabanos poderão acompanhar os trabalhos da Câmara Municipal sem precisar pagar TV por assinatura. E também vão ter acesso aos

trabalhos do Congresso Nacional e da Assembleia Legislativa, podendo acompanhar o trabalho de seus deputados e senadores”, explica Cláudio Sorocaba I, acrescentando que a Câmara também terá, no futuro, um canal de Rádio FM. Diálogo com a população – Para Cláudio Sorocaba I, “o político, depois de eleito, não pode sumir do meio do povo”. O vereador ressalta que nunca deixou de atender a população em sua residência e que, nas quartas-feiras, atende das 9 às 17 horas. “No começo, eu atendia moradores do Julio de Mesquita, Ipiranga, Santa Bárbara, Montreal e Tropical. Hoje atendo pessoas de todas as regiões da cidade. Vem o pessoal do Cajuru, Éden, Bairro dos Morros e muita gente da Zona Norte”, enumera. As demandas, segundo ele, são as mais variadas, mas creche, posto de saúde e melhoria no atendimento médico se destacam. “Com as Casas do Cidadão, houve certa redução no número de atendimentos por parte de vereadores. Mas isso é muito bom: as pessoas se tornaram mais independentes”, ressalta.

Claudio Sorocaba I se colocou como précandidato a prefeito pelo PR e não esconde sua vontade de administrar a cidade. “Quando estava no cabo da enxada no interior do Paraná eu jamais poderia imaginar que seria presidente da Câmara de Sorocaba. Vontade de servir a população como prefeito eu tenho e, com a experiência que adquiri estou preparado para isso, mas só quem pode decidir isso, abaixo de Deus, é o povo. O que posso ressaltar é que sempre tive e sempre terei um compromisso com essa cidade que me acolheu tão bem”, conclui, enfatizando que o verdadeiro papel do político é se colocar a serviço da população.

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Parte integrante da edição nº 297 do Jornal Z Norte

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Com nova lei, creches de Sorocaba terão equipe médica para saúde preventiva Marcel Scinocca marcel@jornalznorte.com.br

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projeto de lei de autoria do vereador Anselmo Neto (PP) que prevê a presença de médicos em creches municipais de Sorocaba foi aprovado em segunda votação durante a Sessão Ordinária desta terça-feira (7).

De acordo com o projeto, que estava engavetado desde 2011, a lei institui o programa “Médico na Creche”, que deverá contar com um pediatra, uma enfermeira e uma técnica em enfermagem que prestará atendimento de avaliação ponderal (peso e altura), nutricional, atualização de vacinas, além dos profissionais passarem orientações preventivas (de diversas doenças) aos monitores das creches que poderão posteriormente repassar aos pais. Os profissionais seriam do atual quadro de funcionários da Secretaria Municipal da Saúde. Ainda de acordo com o projeto, “os atendimentos deverão acontecer mensal-

mente e programados em datas específicas, devendo ser comunicados com antecedência para a direção da creche a ser visitada, bem como para a comunidade no site da Prefeitura Municipal”.

“O nosso projeto “Médico na Creche” seria uma equipe de médicos da Secretaria da Saúde visitando as creches uma vez por mês fazendo uma medicina preventiva. Eles vão prestar atendimento de avaliação. Não é que vai tratar as crianças nas creches. As crianças vão continuar sendo tratadas nos postos de saúde”, destaca Anselmo. A equipe, conforme a lei, é composta por pediatra, enfermeira e técnico de enfermagem. Atualmente as escolas são divididas por setores e as crianças são encaminhadas para atendimentos em UBSs conforme as necessidades.

O projeto chegou a sair de pauta, inclusive, para oitiva do Prefeito Antonio Carlos Pannunzio. Como resposta, o vereador recebeu da Prefeitura a informação de que o já existe um

programa chamado “Saúde na Escola”. O autor da iniciativa comentou os resultados da oitiva e também falou sobre o projeto ter sido aprovado sem discussão. “Eu acredito que ele vai vetar o projeto. A falta de discussão na Câmara é consequência dessa cultura atual, dessa política da Prefeitura de vetar todos os projetos. Os colegas vereadores pensam que não há necessidade de se discutir se será vetado, mesmo. Os vereadores estão desestimulados em discutir”, termina.

LDO Também foi aprovado em definitivo nesta terça-feira, 7, durante a 41ª sessão ordinária da Câmara Municipal de Sorocaba, o Projeto de Lei n° 84/2015, de autoria do Executivo, que traça as diretrizes orçamentárias para o exercício de 2016.

A Lei de Diretrizes Orçamentária (LDO) estabelece as diretrizes para a Lei Orçamentária Anual (LOA) e projeta para o próximo ano

um total de receitas e despesas praticamente iguais no valor de R$ 2,856 bilhões. Durante as duas votações que precederam, o projeto recebeu dezenas de emendas parlamentares, sendo que três delas, de autoria dos vereadores Marinho Marte (PPS), Izídio de Brito (PT) e Helio Godoy (PSD), foram aprovadas e incluídas no corpo da lei.

Trabalho escravo Outro projeto de lei aprovado durante a Sessão foi o que permite ou obriga o município a cassar o alvará ou licença de funcionamento de empresas que estejam envolvidas em crimes relacionados às situações de trabalho escravo ou análogo a situação de escravidão. “São algumas empreiteiras que usam haitianos para a mão de obra. Há casos que a pessoa trabalha pela comida e pela moradia.

Necessitamos que as empresas sejam punidas de maneira rigorosa com relação a esse crime”, destaca Carlos Leite.

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Profissionais da Educação

aprendem sobre cuidados com a saúde A

té o próximo dia 15, cerca de 1.200 Auxiliares de Educação, Agentes Infantis e Agentes Maternais participam de uma jornada de formação em atenção e cuidados com a saúde. Os encontros começaram nesta semana, na Escola Municipal “Duljara Fernandes de Oliveira”, no Jardim Santo Amaro, e seguirão entre os dias 13, 14 e 15.

Resultado da parceria entre a Secretaria da Educação (Sedu), por meio do programa Escola Saudável, com as Secretarias da Saúde (SES) e da Administração (Sead), o evento visa dar informações aos profissionais acerca das práticas diárias na lida com as crianças, de modo que os esforços físicos não causem lesões e, ainda, ajudem no combate ao cansaço vocal.

Com o apoio de Fonoaudiólogo, de Terapeutas Ocupacionais e de Técnicos de Segurança do Trabalho, os participantes estão recebendo noções, também, de primeiros socorros. As orientações visam preparar os servi-

dores para atendimentos emergenciais até a chegada de socorro.

Segundo o gestor do programa Escola Saudável, Luís Gustavo Maganhato, a iniciativa objetiva promover a saúde do servidor, mas, também, das crianças que são assistidas nas unidades de ensino. Sob os dois aspectos, é importante que o funcionário esteja familiarizado com as técnicas básicas de cuidados.

Desde como se sentar, mantendo a postura ereta, abaixar para pegar uma criança no colo, até o exercício vocal para aliviar a tensão das cordas, os servidores da Educação têm respondido mais eficazmente às necessidades, quando surgem. A capacitação teve início em fevereiro e começou pelos professores de Educação Física, passando, ainda, pelos Inspetores de Aluno. “Quanto mais pessoas treinadas nas escolas, menores as chances de agravamento de possíveis ocorrências”, justificou Gustavo Maganhato.

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ituado na Avenida Comendador Pereira Inácio, próximo à Rodoviária de Sorocaba, o Centro de Referência Especializado para População em Situação de Rua, também conhecido por Centro POP, é um dos principais equipamentos públicos municipais disponíveis para atendimento da população em situação de rua na cidade. Em média, entre cinquenta e sessenta pessoas são atendidas diariamente na unidade mantida pela Prefeitura de Sorocaba.

Vinculado à Secretaria de Desenvolvimento Social (Sedes), o Centro POP oferece serviço especializado com atendimento psicossocial, atividades de convivência, oficinas, exibição de filmes, palestras, atividades físicas, bem como auxílio na busca da promoção e resgate de vínculos familiares. Além disso, a unidade faz a articulação com a rede de serviços. Assim, se uma pessoa precisa de algum atendimento de saúde, educação, habitação, emprego, jurídico, entre outros, é feito o encaminhamento necessário. No Centro POP, os funcionários auxiliam, inclusive, na emissão de documentos e na elaboração de currículos.

O serviço foi planejado e criado de forma a acolher, acompanhar e buscar meios de resgatar e devolver a dignidade de cidadãos que, por motivos diversos, se encontram em situação de rua. A equipe do Centro POP é formada por agentes sociais, assistentes sociais, psicólogo e terapeuta ocupacional, que prestam aproximadamente 650 atendimentos mensais.

A população em situação de rua chega à unidade através das Abordagens Sociais realizadas diariamente pelas ruas da cidade.

“Aos poucos, estas pessoas vão se aproximando das nossas equipes até que um dia que elas aparecem aqui. Algumas saem da situação de rua e arrumam emprego, outras não”, explica Cristina Rosas, coordenadora do Centro POP. Além de todas as atividades realizadas no Centro POP, os usuários ainda podem descansar, tomar banho, lavar roupa e se alimentar. De acordo com a Secretaria de Desenvolvimento Social, por mês, em média, são oferecidos oitocentos cafés da manhã, 850 almoços e novecentas atividades de higiene pessoal. No local, eles também recebem roupas e cobertores, que são doados ao Centro POP. Outro serviço oferecido é o programa de recâmbio através da identificação de vínculo familiar e/ou social com outra localidade, que garante a passagem para aqueles que queiram seguir viagem de retorno. Cerca de 170 pessoas são beneficiadas mensalmente, em especial aqueles que são chamados de “trecheiros”.

Aprovação do serviço De acordo com Cristina Rosas, coordenadora do Centro POP, a grande maioria dos usuários do espaço é do sexo masculino, com idade entre 18 e 39 anos de idade. Porém, o número de mulheres vem aumentando. “De dois anos pra cá, a proporção aumentou. An-

Foto: Secom/PMS

Sorocaba tem espaço exclusivo para o atendimento de pessoas em situação de rua

tes tínhamos uma mulher a cada dez pessoas, hoje são três a cada dez”, comenta.

Para a convivência no espaço existem regras básicas aos usuários. Eles não podem permanecer na área de convivência da unidade quando estiver em estado alterado de consciência, seja por álcool ou outras drogas; todos devem colocar seus pertences num armário devidamente identificado com crachá; não podem xingar outros usuários ou funcionários; não podem ficar sem camisa; e casais não podem entrar juntos no banheiro.

Um dos usuários do Centro POP é Rubens Antonio de Carvalho, de 61 anos, do município de Barretos. Ele está há um mês na cidade para fazer uma cirurgia no Hospital Oftalmológico de Sorocaba. Rubens é cego do olho direito e tem apenas 30% da visão do olho esquerdo em função de um derrame.

“Agora vou passar por consulta para, então, ser encaminhado para a cirurgia. Vim pra cá

Cantinho Leve

porque o hospital daqui é o melhor que existe e é do SUS. A melhor coisa do mundo é poder enxergar e eu quero isto de volta”, comentou.

Rubens também elogiou o equipamento da rede socioassistencial de Sorocaba. “Aqui é bom demais. Estou dormindo no SOS, mas já me garantiram que vou ter um lugar para ficar na Casa André Luiz uma semana antes da cirurgia e quinze dias depois da cirurgia para a minha recuperação”, contou. “Aqui descanso, tomo banho, me alimento. Todo mundo me ajuda muito”, finalizou.

O Centro POP está localizado na Avenida Comendador Pereira Inácio, 763, no Centro, próximo à Rodoviária de Sorocaba. As pessoas que quiserem comunicar algum caso envolvendo a população de rua da cidade podem ligar para a equipe da Abordagem Social no telefone 199 (GCM) ou no (15) 3202.5069 (Centro POP).

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GCM apresenta balanço de atuação no primeiro semestre de 2015

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om o encerramento do primeiro semestre de 2015, a Guarda Civil Municipal (GCM) já registrou um número de apreensões de drogas equivalente a cerca de 64% de todas as apreensões no ano passado inteiro. Para o prefeito Antonio Carlos Pannunzio, o resultado positivo obtido no semestre é fruto da maior eficiência no trabalho da GCM, que teve melhoria de equipamentos oferecidos à corporação.

Em 2014, as ações da GCM culminaram com 45.569 porções de entorpecentes retiradas de circulação. De janeiro a junho deste ano, já foram 29.257. Do volume de drogas apreendidas, foram 18.518 porções de cocaína, 7.452 de crack e 3.287 de maconha.

Os números fazem parte do Indicador de Atividades que a Guarda Municipal emite mensalmente e que traz, ainda, registros de atendimentos à população nas mais diversas situações, como combate ao uso do cerol, localização de veículos furtados, travessia de escolares ou apoio ao Samu, por exemplo.

Neste semestre, os agentes da GCM já atenderam a quarenta casos de pichação.

Houve uma queda de 23 casos no primeiro trimestre (janeiro a março) para dezessete ocorrências entre os meses de abril, maio e

junho.

Em plena vigência da campanha “Cerol, não empine essa ideia”, a Guarda Municipal também fez 58 operações que resultaram na apreensão de 78 latas de linha cortante e 85 pipas contendo o mesmo material. Em abordagens por atitude suspeita, os guardas averiguaram e liberaram 1.824 pessoas.

Detiveram 323 adultos – 59% do total de 547 de 2014, e 163 menores em ato infracional, cerca de 37% do número do ano passado, quando foram detidos 441.

O gráfico produzido pela GCM ainda aponta que os veículos recuperados somam 73, um índice de 94% relacionandose as apreensões de 2014, quando as ações resultaram em 78 carros retomados após furto ou busca e apreensão. Além desses, também foram apreendidos 77 veículos em decorrência de irregularidades.

Com uma atuação comunitária e de proteção cidadã, a GCM também participa de ações integradas com outros agentes de segurança.

No período foram 101 atuações do gênero. Além disso, auxilia na travessia de estudantes (2.447 vezes), e apoia o trabalho de organismos públicos como o Samu (504 oportunidades).

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