Edição de junho

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Recorde de participação na Meia Maratona Mais de 20 mil atletas participaram na “Mais Bela Corrida do Mundo”

Especial Douro Património Mundial Entrevista com Jorge Dias P. 6 a 7

Especial Douro Património Mundial Entrevista com Jorge P.Dias 12 e 13

Vila Real Região acolheu a Cimeira Ibérica P. 8 e 9

Reportagem VivaDouro Linha do Tempo: Fique a conhecer os eventos marcantes no Douro em 2016

Resende Produção de cereja aumentou este ano P. 12

P. 6 e 7

Freixo E. Cinta P. 16 e 17

FIL homenageou Guerra Junqueiro P. 24

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2 VIVADOURO JUNHO 2017

Editorial

Administrador da Vivacidade, S.A. Economista e Docente Universitário

Registo no ICS/ERC 126635 Número de Registo Depósito Legal 391739/15 Diretor: Augusto Miguel Silva Almeida (TE-873) Redação: Salomé Ferreira (10495) Sofia Costa Departamento comercial: Ana Pinto Tel.: 910 165 994 Serafim Ribeiro Tel.: 910 600 079 Sofia Lourenço Tel.: 917 120 684 Paginação: Bruno Duque Administração e Propriedade do título: Vivacidade, Sociedade de Comunicação Social, S.A. Rua Poeta Adriano Correia de Oliveira, 197 4435-778 Baguim do Monte Administrador: José Ângelo da Costa Pinto Detentores com mais de 10% do capital social: Lógica & Ética, Lda. Sede de Redação:Rua Poeta Adriano Correia de Oliveira, 197 4435-778 Baguim do Monte Tel.: 916 894 360 / 916 538 409 Colaboradores: António Costa, António Fontainhas Fernandes, Emídio Gomes, Guilhermina Ferreira, José Penelas, Luís Alves, Manuel Cabral, Paulo Costa, Pedro Ferreira, Ricardo Caldas, Sandra Neves e Silva Fernandes. Impressão: Unipress Tiragem: 10 mil exemplares Sítio na Internet: www.vivadouro.org Facebook: www.facebook.com/ jornalvivadouro E-mail: geral@vivadouro.org Agenda: agenda@vivadouro.org

Próxima Edição 12 de julho

POSITIVO Alijó Agrelos, em Sanfins do Douro, no concelho de Alijó, teve obras de pavimentação e arruamentos.

NEGATIVO

FOTO: DR

Caros leitores, Tenho acompanhado, com muita atenção, a evolução da, infelizmente famosa, vespa dos castanheiros. Em Portugal, no ano de 2015 foram realizados cerca de 35 largadas destes insetos, em todos os locais identificados com a praga, em 2016 foram realizadas cerca de 135 largadas, havendo já alguns locais identificados como tendo lá a praga mas demasiado tarde para se poder proceder ao lançamento – isto porque há um período de tempo muito curto durante o qual se podem fazer lançamentos – e, neste ano, foram realizadas 301 lançamentos, tendo sido cobertos todos os locais que foram identificados até fevereiro deste ano e alguns dos que foram detetados mais tarde.

Em função daquilo que já se pode constatar, há um grau de infestação e de cobertura geográfica exponencial o que faz prever que, para o ano, seja preciso uma quantidade próxima das 1,000 largadas. Há diversas entidades que têm lutado contra esta praga, tendo-se procedido à formação, preparação e certificação de um conjunto alargado de técnicos para que se possa vir a combater esta praga com meios mais próximos e sem desprezar a segurança e a garantia de que o que está a ser largado é numa área em que o investimento – os parasitas são caros – se justifica e é bem aproveitado. O país todo está de parabéns por estar a conseguir fazer esta luta. Uma palavra muito especial para os Municípios do norte e do centro que estão a pagar o lançamento dos parasitas, sem os quais seria difícil haver uma coordenação financeira eficaz e que têm dito “presente” suportando os valores necessários. E uma gratidão muito forte para com os técnicos e dirigentes das direções regionais de agricultura do Norte e do Centro que têm dado todo o apoio logístico necessário. E uma palavra especial para todas as instituições, associaçõese cooperativas que são elementos da sociedade civil mas que se comportam sempre ao nível da exigência e do exemplo dado pelos municípios e pelas direções regionais.

FOTO: DR

José Ângelo Pinto

Alerte para o que está bem e denuncie o que está mal. Envie-nos as suas fotos para geral@vivadouro.org

Alijó O Comando Territorial de Vila Real, através do Núcleo de Investigação Criminal do Peso da Régua, apreendeu, em Alijó, diversos artigos furtados.

Sumário: Breves Páginas 4 e 5

“A Cimeira Ibérica de Vila Real”

Reportagem VivaDouro Páginas 6 e 7 Vila Real Páginas 8 e 9 Resende Página 12 Especial Douro Património Mundial Páginas 16 e 17 Vários Concelhos Páginas 10 e 11, 14 e 15, 18 a 27 Opinião Páginas 28, 29 e 30 Lazer Página 31

Luís Braga da Cruz Engenheiro Civil

A Cimeira Ibérica entre Portugal e Espanha escolheu Vila Real para local de encontro entre os dois governos. Se isso é um motivo de satisfação para o Douro e Trás-os-Montes, mais importante ainda é o facto da temática escolhida ser a Cooperação Transfronteiriça. A Cooperação Transfronteiriça entre Portugal e Espanha tem como grande referente a relação estruturada entre o Norte de Portugal e a Galiza, iniciada pelo Prof. Luís Valente de Oliveira, quando presidente da CCRN, mesmo antes da adesão conjunta dos dois países às comunidades europeias, em 1986, e que ganhou substância com criação da Comunidade de Trabalho Galiza/ Região Norte, em 1992. O próprio programa Interreg para a Cooperação Transfronteiriça, teve a sua génese nas propostas conjuntas da Xunta da Galiza e da CCRN, feitas aos respectivos governos, no final dos anos 80. Acabou por ser uma iniciativa europeia sobre as propostas dos dois países ibéricos. Adicionalmente, outros níveis de autoridades territoriais, também se organizaram para desenvolver acções conjuntas que atenuassem o efeito de fronteira. É de assinalar o trabalho desenvolvido ao longo de mais de 25 anos pelo Eixo Atlântico - uma associação de cidades da Galiza e do Norte de Portugal. Outras regiões com fronteira comum também criaram relações bilaterais muito interessantes. No período de 2000-2014, mais de mil entidade promoveram iniciativas de cooperação apoiadas pelo programa Interreg, correspondentes a 730 projectos, cujo investimento global rondou os 1.500 milhões de euros. Foram criados cinco AECT - Agrupamentos Europeus de Cooperação Territoriais e ainda 29 entidades vocacionadas para a cooperação transfronteiriça. Tudo isto contribuiu para que na zona da raia se adensassem as relações sociais, culturais e económicas e se atenuassem os estigmas do isolamento a que o passado as votara. Em 2002, na Cimeira de Valência, os dois países entenderam que seria útil que se adoptasse uma convenção quadro para regular este tipo de cooperação entre autoridades territoriais. Foi uma primeira tentativa visando coordenar centralmente algo que durante mais de dez anos foi fluindo de forma natural. Passados 15 anos, analisando os resultados desta convenção, podemos afirmar que os efeitos se podem considerar escassos. As soluções preconizadas de natureza institucional e administrativa, não se revelaram de gestão eficiente, justificando-se a sua revisão. Pode dizer-se que a rigidez do quadro regulador não conseguiu responder à dinâmica dos agentes fronteiriços, nem se adaptou á realidade. Até ficou mais evidente a descoordenação e a divergência das normas praticadas pelos dois países, penalizando mais uma vez as zonas de fronteira. Torna-se urgente que a revisão preconize legislação específica que contribua para o seu desenvolvimento e que seja de aplicação conjunta. Os problemas das zonas de fronteira reclamam soluções adaptadas e compatíveis, maior agilidade de decisão e a delimitação geográfica das zonas elegíveis. Esperemos que a Cimeira de Vila Real dê um novo impulso para a viabilidade económica dos territórios de fonteira e os retire da situação de “final de linha”, onde tudo tem custos acrescidos.


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Breves

EMAR recebe selo de qualidade e ambiente

Nosso Shopping, em Vila Real, com novas lojas

FOTO: DR

FOTO: DR

BurguerKing, Pans&Company e Pizza Hut, abrem portas com conceito renovado, idealizado a pensar nos visitantes do centro comercial, tendo como objetivo oferecer aos visitantes do Nosso Shopping uma nova experiência de sabores.

Município de Tarouca “empresta” funcionários à Regiefrutas A Câmara Municipal de Tarouca cedeu de forma temporária funcionários camarários à Regiefrutas — Cooperativa Agrícola do Távora/Varosa, para ajudarem na nova fase de experiência do fatiamento de kiwi.

Sabrosa defende medidas proativas para precaver as crianças O “2.º Seminário de Prevenção do Mau Trato na Infância e Juventude”, que decorreu no Espaço Miguel Torga, em S. Martinho de Anta, constituiu uma importante jornada de sensibilização, debate e afirmação dos valores fundamentais da integridade das crianças e dos jovens, nas suas várias vertentes.

“S.A. Evento DeLux” levou alunos de Lamego ao Luxemburgo

Vila Real acolheu sessão de esclarecimento sobre a publicidade e cobertura jornalística em período eleitoral A ação decorreu no Salão Nobre da Câmara de Vila Real e foi promovida pela Associação Portuguesa de Imprensa em parceria com a Associação de Rádios de Inspiração Cristã (ARIC) e a Associação de Imprensa de Inspiração Cristã (AIIC).

Sarau de Natação, em Vila Nova de Foz Côa FOTO: DR

No âmbito da Unidade Curricular Práticas e Técnicas de Secretariado II, o “S.A. Evento DeLux” levou alunos de Secretariado de Administração, da Escola Superior de Tecnologia e Gestão de Lamego, do segundo ano de licenciatura, ao Luxemburgo. A viagem consistiu principalmente na visita a pontos turísticos da cidade do Luxemburgo.

A empresa municipal EMARVR recebeu a Certificação do Sistema de Gestão Integrado de Qualidade e Ambiente, atribuído pela APCER – Associação Portuguesa de Certificação. O presidente do Conselho de Administração garante que a água teve um decréscimo na ordem dos 10 por cento para todos os consumidores.

Mesão Frio acolhe Feira do Livro FOTO: DR

Realizou-se no passado dia 27 de maio, mais um sarau de natação na piscina coberta de aprendizagem. No final de mais um ano, os alunos aproveitaram para deliciar os seus familiares com as novas competências adquiridas.

Mostra de produtos regionais Terras Altas Business

A Câmara de Mesão Frio realizou, de 26 a 28 de maio, mais uma edição da feira do livro, que decorreu no Pavilhão Multiusos Municipal. O certame estendeu-se ao longo de três dias, com iniciativas destinadas a várias faixas etárias.

Mágico finalista do “GotTalent Portugal” apresentou espetáculo em Murça FOTO: DR

Associação Douro Histórico apoiou sete postos de turismo na região

Decorreu no Hotel Quinta do Paço, em Vila Real, a 1.ª Mostra de Produtos Regionais Terras Altas Business, com a presença de 28 empresas, na sua maioria de vinhos do Douro e Porto, mas também de produtos regionais. O evento foi organizado pela Nervir Associação Empresarial.

FOTO: DR

A dinamização da oferta turística local e regional é uma das mais importantes premissas para a promoção e valorização de territórios vocacionados para o turismo, potencializando a visitação e a atratividade.

Foi no passado sábado, 3 de junho, que o Auditório Municipal de Murça recebeu um espetáculo de ilusionismo, que encerrou a época do projeto “cultura | apoio”. Em palco esteve o ilusionista e mágico Nuno Rodrigues, finalista “GotTalent Portugal” emitido pela RTP1.


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Breves

ALIJÓ.ARTES ‘17” Exposição de pintura, desenho e fotografia

Margarida Garrido expõe em Freixo de Espada à Cinta

FOTO: DR

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A pintora surrealista romântica Dina de Souza, com raízes em Alijó e Pinhão, vai expor de 17 de junho a 18 de julho, na Biblioteca Municipal de Alijó, a exposição “ALIJÓ.ARTES ‘17”, uma exposição de pintura, desenho e fotografia.A inauguração está prevista para o dia 17 de junho às 15h00. Com várias participações coletivas e individuais em Portugal e no estrangeiro, é a primeira vez que expõe em Freixo de Espada à Cinta.

Santa Marta acolhe 4ª Caminhada Noturna FOTO: DR

Vila Real e Bragança irão fazer rastreio nacional de voz Serão os primeiros distritos fora de Lisboa a receber, entre 31 de maio e 03 de junho, o rastreio nacional da voz aberto a toda a população. Os interessados podem inscrever-se no centro de saúde de Mateus de Vila Real, onde o rastreio decorre nos dias 31 de maio e 01 de junho, e no centro de saúde de Santa Maria, em Bragança, com os exames a decorreram a 02 e 03 de junho.

Rota dos Sobreiros, em Torre de Moncorvo

Realiza-se de 8 para 9 de julho, a 4ª Caminhada Noturna, em Santa Marta de Penaguião. As inscrições são obrigatórias até dia 30 de junho.

FOTO: DR

Murça e Fundação da Casa de Mateus juntos na Douro Generation A Câmara Municipal de Murça e a Fundação da Casa de Mateus agregaram-se ao projeto da Douro Generation, associação para o desenvolvimento “Douro em Movimento - Aldeias com Vida”, através do programa “Caminhos de Mateus”, um programa de atividades musicais que inclui um conjunto de concertos de música antiga e barroca.

VIII Torneio de Boccia, em Alijó

No domingo, dia 11 de junho, pelas 9h00, tem início, no Largo da Igreja, o percurso pedestre “Rota dos Sobreiros”. As inscrições estão abertas até às 12h do dia 9.

Festival de Zumba em Penedono O concelho de Penedono acolheu, no passado dia 28 de maio, o Festival de Zumba. A atividade decorreu no Anfiteatro Bairro das Tapadas e foi aberto ao público.

Medalha de Mérito para Centro Cultural de Ferreirim FOTO: DR

Festival do Solstício, no município de Torre de Moncorvo A Câmara Municipal de Torre de Moncorvo assinala o fenómeno astronómico e pagão que marca o início do Verão com o Festival do Solstício, de 23 a 25 de junho. Com um conceito bastante diferente do habitual, o festival, leva ao Jardim Dr. Horácio de Sousa e ao Jardim do Museu do Ferro e da Região de Moncorvo várias iniciativas no âmbito da ciência e do ambiente.É dirigido a todas as idades e muito vocacionado para as famílias.

Foz Côa acolhe 1º Festival Literário Infantil FOTO: DR

Câmara de Lamego distingue Centro Cultural de Ferreirim com Medalha de Mérito Municipal - Grau Ouro. Esta distinção foi entregue por Francisco Lopes, presidente da autarquia, a Nuno Cardoso, presidente da instituição fundada em fevereiro de 1987, numa festa que celebrou o seu 30º aniversário e que contou com uma larga adesão popular.

Decorreu no Jardim do Complexo das Piscinas Municipais, o VIII Torneio de Boccia. Participaram neste torneio 10 equipas representantes das IPSS do Concelho, representando um total de 90 idosos. O Torneio foi realizado em parceria entre o Município de Alijó, o Conselho Local de Ação Social de Alijó (Rede Social) e as Instituições Particulares de Solidariedade Social (IPSS). Contou com o apoio da CLDS – 3g “Viver Alijó”.

Alunos da Escola de S. Pedro, de Vila Real, visitam Lar da Santa Casa No dia 25 de maio alguns alunos participaram em mais uma das várias iniciativas inseridas no Mês da Juventude promovidas pela Câmara de Vila Real. Desta vez tratou-se da atividade “Escola Solidária”, onde os alunos apresentaram aos residentes no Lar da Santa Casa da Misericórdia, em Lordelo, duas danças e um esquema de ‘step’. O objetivo foi proporcionar um momento de lazer aos utentes.

Nos dias 24, 25 e 26 de maio a Biblioteca Municipal realizou o 1.º Festival Literário Infantil, dedicado às crianças do concelho com as mais variadas atividades. A autora/contadora de histórias Milu Loureiro deu inicio ao festival com várias sessões de conto recorrendo a tapetes narrativos e livros de pano interativos.


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Reportagem VivaDouro

“A Mais Bela Corrida do Mundo” volta a bater rec A GlobalSport organizou a 12.ª edição da EDP Meia Maratona Douro Vinhateiro, no dia 28 de maio, prova que a organização classifica como “um sucesso absoluto”, tendo contado com mais de 20 mil participantes. Licínio Pimentel e Catarina Ribeiro venceram esta edição da prova. Texto e Fotos: Salomé Ferreira Sofia Costa

O relógio marcava as 10h30 da manhã e a Barragem de Bagaúste, em Peso da Régua, estava repleta de atletas quando suou o tiro de partida para a 12.ª edição da Meia Maratona do Douro Vinhateiro. Foram mais de 20 mil as pessoas que participaram nesta edição da “Mais Bela Corrida do Mundo”, números que revelam um crescimento no número de inscritos em relação à prova do ano anterior. De acordo com Paulo Costa, diretor executivo da Global Sport, para além do crescimento registado na Meia Maratona (21km) e na Mini Maratona (6km), também a Meia Maratona de 21 Km em Cadeira de Rodas contemplou um maior número de participantes, com mais de 100 atletas inscritos. Paulo Costa sublinha que esta edição da EDP Meia Maratona Douro Vinhateiro “foi um sucesso absoluto, uma manhã magnífica com o verdadeiro espirito que pretendemos trazer ao país que é celebrar

o território”. “São 12 anos na construção de um sonho que hoje é uma realidade”, afirmou o dirigente, ao relembrar que “tudo começou no Douro”. Uma vez que a Meia Maratona do Douro Vinhateiro foi a primeira prova oficial Running Wonders – Circuito de Meias Maratonas em Patrimónios Mundiais a ser realizada. “O Douro é especial não só porque é a Região Demarcada mais antiga do mundo, mas é reconhecidamente um dos cenários paisagísticos mais deslumbrantes que o planeta tem. Foi construída pelo homem, tem uma paisagem humanizada,

> Alexandra Fernandes, participante, sublinha a beleza das paisagens durienses

este reino maravilhoso, como Torga tão bem o patenteou, é-o porque, realmente, esta paisagem que é colorida com o verde das montanhas, mas ainda mais colorida com o sorriso de milhares de pessoas, transforma esta simbiose entre natureza e humanidade numa coisa única”, ressalvou Paulo Costa. A beleza ímpar das paisagens do Douro é a principal característica apontada pelos atletas que participam na prova. “Adoramos participar porque nos proporciona um fim-de-semana fantástico entre amigos a comer e a beber

muito bem e depois porque a paisagem é fantástica, nunca caminhei num sítio tão bonito como este”, afirmou Rosa Cruz, participante proveniente do Porto, enquanto parava com os colegas para “abastecerem” os copos com o néctar da região, nos famosos postos de abastecimento de Vinho do Porto que os atletas já se habituaram a encontrar durante a prova. Carlos Nunes, atleta de Viseu, costuma participar na Meia Maratona do Douro, no entanto, desta vez, optou por realizar a Mini Maratona para ter oportunidade de apreciar a paisagem de outra forma. “Normalmente quando vamos a correr temos de ir mais rápido e não conseguimos ter a perceção da beleza desta paisagem, assim desta vez decidi participar na Mini Maratona e apreciar mais a região”, confessou ao VivaDouro. Alexandra Fernandes participou pela quarta vez na Meia Maratona e sublinha que “o Douro é muito especial, as encostas do Douro são magníficas”, disse a atleta na chegada à meta. Para além da beleza da região, os atletas apontam também a “camaradagem” e o espirito de festa vivido na prova como pontos positivos da Meia Maratona do Douro. “Esta prova tem um percurso magnífico, uma organização incrível, muito público, um ambiente muito propício a quem corre e a quem caminha, acho que tem reunidas todas as condições para se fazer uma prova fantástica”, afirmou Manuel Mendes, atleta de Guimarães.

Licínio Pimentel e Catarina Ribeiro


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corde de participação com mais de 20 mil atletas

vencem a Meia Maratona do Douro Licínio Pimentel foi o atleta que venceu a Meia Maratona – Masculino, com 01:06:50. Catarina Ribeiro foi a atleta feminina que se sagrou vencedora (01:12:12) e Alexandrino Silva o vencedor na categoria de Cadeira de Rodas (00:50:17). “É sempre bom quando se ganha, mas ficar na história como um dos vencedores deste grande evento desportivo é sempre bom”, afirmou Licínio Pimentel ao VivaDouro. Apesar de em competição não ter “muita oportunidade de desfrutar da paisagem”, o atleta considera que “é muito agradável correr no Douro”, especialmente devido à “moldura humana que nos vai a acompanhar ao longo do percurso”. Catarina Ribeiro, a atleta feminina vencedora, ficou “totalmente satisfeita” com o resultado da prova, sendo que a “grande dificuldade foi mesmo a temperatura” que se fez sentir ao longo da

> Rosa Cruz participou na Mini Maratona com um grupo de amigos prova. Alexandrino Silva, vencedor na categoria de Cadeira de Rodas, não considera a prova difícil mas sim “rápida”

e com um “trajeto muito bom”. “A prova correu bem, normalmente tenho vencido todos os anos. No ano passado até fiz um recorde nacional de

46 minutos e 15 segundos. Este ano fiz 50 minutos e vim para ganhar, não vim para bater recorde, mas correu bem”, afirmou ao VivaDouro.■

> Posto de abastecimento de Vinho do Porto já é tradição na -Mais Bela Corrida do Mundo-

> Licínio Pimentel, vencedor masculino da Meia Maratona do Douro > Catarina Ribeiro venceu na categoria feminina

> Alexandrino Silva venceu a Meia Maratona em cadeira de rodas


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Vila Real

Reitores ibéricos querem ensino superior sem fronteiras Os reitores portugueses e espanhóis apresentaram, em Vila Real, uma agenda comum com cerca de 50 iniciativas que visam a criação de “um verdadeiro” espaço ibérico de ensino superior, o reforço da cooperação e da investigação. FOTO: DR

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perior e investigação entrem, pela primeira vez, na declaração final dos governos”. Salientou ainda que a agenda ibérica representa “um programa muito ambicioso de colaboração”. Por sua vez, António Cunha, presidente do Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas (CRUP), explicou que o documento está estruturado em 10 pontos e agrega cerca de 50 iniciativas. Os temas são variados e, de acordo com o também reitor da Universidade do Minho, incluem a “criação de um verdadeiro espaço ibérico de ensino superior”. “Mas também o desenvolvi-

desertificação no espaço mediterrânico, e desenvolver programas conjuntos de ensino e investigação com países do Magreb. As universidades querem unir-se com vista à criação de um observatório das interações bilaterais, ao nível da investigação, inovação e mobilidade, bem como na criação de um programa de mobilidade entre países de língua portuguesa e espanhola. Segundo Piriz elencou ainda a definição do “programa de retenção de talento” com vista à criação de emprego científico na Península Ibérica e evitar, assim, a saída de recursos humanos para outros países. O CRUP é uma entidade de coordenação do ensino universitário em Portugal e integra como membros efetivos o conjunto das universidades públicas e a Universidade Católica Portuguesa, num total de 15 instituições. O CRUE reúne um total de 76 universidades espanholas, sendo 50 delas públicas e as restantes 26 instituições de ensino privadas.■ FOTO: DR

O Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas (CRUP) e o Conselho de Reitores das Universidades Espanholas (CRUE) aprovaram e apresentaram, aos respetivos governos uma Agenda Ibérica do Conhecimento e do Ensino Superior (AICES). Esta proposta surgiu no âmbito da realização da Cimeira Luso-Espanhola de Vila Real, que foi antecedida por um plenário conjunto CRUP/CRUE, realizado na UTAD, nos dias 28 e 29 de maio. O presidente do Conselho de Reitores das Universidades Espanholas (CRUE), Segundo Piriz, afirmou à agência Lusa que se pretende que “os temas ensino su-

mento das nossas capacidades de investigação e, sobretudo, o reforço da nossa imagem, voz, força, na definição de políticas europeias”, acrescentou Isto, numa altura em que a União Europeia está já a preparar o programa de fundos após 2020. A implementação do espaço ibérico de ensino superior permitirá promover e agilizar cursos e graus conjuntos entre universidade dos dois países, possibilitará a acreditação única de projetos de ensino, a mobilidade dos estudantes, investigadores e professores e a coordenação de estratégias de cooperação na América Latina e em África. A agenda visa afirmar os dois países no espaço europeu de investigação, agilizando o acesso a infraestruturas científicas ou promovendo o acesso a publicações e dados científicos. Pretende ainda promover o empreendedorismo académico, potenciar a utilização e o estudo das línguas ibéricas, estudar as alterações climáticas e os riscos de


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Vila Real

Vila Real recebeu cimeira ibérica

A cimeira ibérica dos governos de Portugal e Espanha realizou-se nos dias 29 e 30 em Vila Real. Entre os vários assuntos debatidos foi divulgado que António Costa e Mariano Rajoy, vão trabalhar juntos nos fundos comunitários. FOTO: DR

António Costa explicou que o grupo de trabalho estudará o “pós-2020” e irá procurar assegurar a máxima eficiência e eficácia dos investimentos a efetuar. Os governos de Portugal e Espanha acordaram criar um grupo de trabalho que vai preparar uma estratégia de longo prazo para os fundos comunitários após 2020, reportando esse grupo diretamente aos respetivos chefes de executivo.

Falando em conferência de imprensa no final da cimeira ibérica, o primeiro-ministro de Portugal, António Costa, referiu que esse grupo de trabalho estudará o “pós-2020” e irá procurar assegurar a máxima eficiência e eficácia dos investimentos a efetuar. “É um grupo de trabalho para o horizonte pós-2020 no quadro das novas perspetivas financeiras da União Europeia”, vincou António Costa, falando em Vila

Real, no fim da cimeira ibérica, e ladeado pelo presidente do executivo espanhol, Mariano Rajoy. Logo no arranque da sua intervenção o chefe do Governo reiterou o “objetivo muito ambicioso”, que a cimeira de Vila Real pretendeu acentuar, de utilizar a fronteira entre Portugal e Espanha “como uma linha de união entre países e povos” e não uma linha de separação. Na sua intervenção, o líder do Governo espanhol, Mariano

Rajoy destacou precisamente a criação deste grupo de trabalho que tem como objetivo definir, claramente, os projetos a desenvolver para “atuar de maneira rápida e, sobretudo, de maneira conjunta”. “Será uma coisa pensada e bem trabalhada e creio que, sem dúvida, pode ser muito útil”, frisou. Rajoy falou ainda sobre as infraestruturas e os esforços em matéria das ferrovias: “são três

corredores muito importantes e onde se vai reduzir muito o tempo para os viajantes e, ao mesmo tempo, o tempo para as mercadorias, no qual vamos ganhar também competitividade”, salientou. O presidente do Governo de Espanha elencou também a associação às comemorações dos 500 anos da viagem de circum-navegação iniciada por Fernão Magalhães, que Portugal está a preparar. A 29.ª cimeira bilateral entre Portugal e Espanha realizou-se em Vila Real, com os executivos de ambos os países a assegurarem reforço da cooperação transfronteiriça em áreas como energia, infraestruturas e ambiente. As cimeiras ibéricas são reuniões anuais bilaterais lideradas pelo chefe do Governo de Espanha e pelo primeiro-ministro de Portugal e nas quais se discutem questões de interesse para ambos os executivos e projetos de cooperação entre os dois países. Esta foi a primeira reunião do género com António Costa como chefe do Governo de Portugal, já que em 2016 não decorreu a cimeira devido à conjuntura política de Espanha, na altura com um executivo de gestão.■ FOTO: DR

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Vários Concelhos

O Turismo Criativo chega ao Norte de Portugal De uma parceria entre três Operadores Turísticos, a Douro-Wellcome, a Porto-Wellcome e a Genuine Galicia nasceu o primeiro projeto de Turismo Criativo no Norte de Portugal. FOTO: DR

cursos e outras experiências de aprendizagem que sejam características destes destinos turísticos. “Considerada uma forma emergente de fazer turismo, tanto pelo lado da oferta como pelo lado da procura, permite ao turista aprofundar o contacto e conhecimento com a cultura local,

através da participação direta em atividades culturais e criativas, na maior parte das vezes envolvendo as populações locais”, explicou a organização do projeto. O projeto encontra-se num processo de certificação na Plataforma “Creative Tourism Network”.■ FOTO: DR

A apresentação realizou-se no passado dia 3 de Junho, em Vilarelho da Raia, Chaves, no âmbito dos Caminhos do Contrabando no meio de muita ação, por entre ex-contrabandistas, ex- guardas-

-fiscais, ex -carabineiros e muitos mais. Inspirado no novo conceito internacional de Turismo Criativo, este projeto pretende proporcionar aos visitantes do Norte de

Portugal e da Galiza um conjunto de novas experiências e produtos turísticos, com o objetivo de desenvolver o potencial criativo dos participantes, através do seu envolvimento ativo em workshops,

Primeira Assembleia Municipal Infantil debateu a Educação Inclusiva

Alumni: Antigos alunos da UTAD reuniram-se este sábado Cerca de 300 ex-alunos da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD) reuniram-se no dia 3 de junho “para partilhar experiências e recordações” dos tempos em que frequentaram a academia transmontana. FOTO: DR

O Ponto de Encontro, tal como não podia deixar de ser, foi o campus da UTAD, local onde os antigos estudantes relembraram diversas memórias. António Fontainhas Fernandes, reitor da UTAD; Rui Santos, presidente da autarquia de Vila Real; e Ruben Fonseca, presidente da Associação de Antigos Alunos da

UTAD, receberam os Alumni numa sessão na Aula Magna da instituição. O convívio teve ainda direito ao ato simbólico de plantação de uma árvore no jardim Alumni, no campus da Academia, a uma visita pelo centro histórico de Vila Real e a um concerto, no largo do Município, com o grupo Red Wine.■

Teve lugar no passado dia 19 de maio, no Museu da Vila Velha, a primeira Assembleia Municipal Infantil, um projeto do Município de Vila Real que pretende incentivar o interesse, desde os primeiros anos de escolaridade, pelo exercício dos direitos e deveres de cidadania, desenvolver capacidades de intervenção cívica e política, fortalecer a capacidade de argumentação e defesa das convicções, bem como a promoção de valores, destacando a tolerância, respeito pela diferença de opinião e pela vontade da maioria. O tema debatido foi o da “Educação Inclusiva” tendo, os alunos eleitos dos 3º e 4 º anos de escolaridade, dos Agrupamentos de Escolas Diogo Cão e Morgado de Mateus e das Instituições Privadas, Colégio Moderno de S. José e Instituto Jean Piaget, num total de 47, apresentado uma proposta por escola, com medidas a implementar. As medidas propostas pelos alunos passaram pela realização de ações de sensibilização por toda a comunidade educativa, colocação de rampas de acesso, materiais didáticos específicos, construção de jardins sensoriais, pisos táteis, semáforos sonoros, colocação de quadros interativos, entre ou-

tros. Estiveram presentes nesta primeira Assembleia Municipal Infantil o Presidente da Assembleia Municipal de Vila Real e os líderes partidários que, por unanimidade, entregaram ao Presidente da Mesa duas propostas. A primeira foi no sentido de que sejam enviados os denominadores comuns de todas as propostas apresentadas para o Ministério da Educação, para o Departamento da Educação da ONU (UNESCO) e ainda para a UNICEF. Na segunda todos os Grupos Parlamentares propuseram um voto de louvor aos jovens Deputados Municipais pela sua excecional representação.■


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Vila Nova de Foz Côa

Festival do Vinho do Douro Superior levou 8 mil pessoas a Foz Côa Vila Nova de Foz Côa recebeu nos dias 19, 20 e 21 de maio a 6.ª edição do Festival do Vinho do Douro Superior. Esta edição revelou-se a “maior de sempre” em número de expositores e de visitantes. Texto e Fotos: Salomé Ferreira

A 6.ª edição do Festival do Vinho do Douro Superior foi a “maior de sempre” em número de expositores, 77 entre vinhos e sabores a somar a quatro tasquinhas, e de referências de vinhos em prova, cerca de 350. Também o número de visitantes superou o de anos anteriores, com mais de 8.000 pessoas a marcar presença neste que é já um evento de referência. Gustavo Duarte, presidente da Câmara Municipal de Vila Nova de Foz Côa, organizadora do evento, revelou ao VivaDouro que este

evento é “importante de várias maneiras”. “Desde logo na promoção do produto, mas também na promoção do concelho e da região. É também uma maneira de trazermos gente ao interior, principalmente de fora, também espanhóis e alguns estrangeiros”, acrescentou. No que toca ao ‘Concurso de Vinhos do Douro Superior 2017’ foram 153 as referências vínicas que estiveram à prova (52 brancos, 89 tintos e 12 vinhos do Porto), tendo sido criteriosamente avaliadas, “às cegas”, por 28 jurados, de

entre um painel composto por críticos, jornalistas, bloggers, escanções e representantes do comércio. A somar aos três galardões respeitantes aos “melhores”, foram também atribuídas mais 16 medalhas de ouro (4 para tintos, 10 para brancos e 2 para vinho do Porto) e 32 medalhas de ouro (10 para brancos, 19 para tintos e 3 para vinho do Porto). No total saíram vencedores 51 vinhos e, à semelhança da edição de 2016, não foram outorgadas medalhas de bronze. A sessão inaugural do certame

contou com a presença do Ministro-adjunto, Eduardo Cabrita, no recinto da Expocôa - Centro de Exposições de Vila Nova de Foz Côa. O programa oficial contemplou para além do habitual “Concurso de Vinhos do Douro Superior”, um colóquio subordinado ao tema “Um Rio de Patrimónios, da Foz à Nascente”. A coordenação foi de João Paulo Martins, crítico de vinhos do Expresso e da “Vinho - Grandes Escolhas”, e contou também com a participação do professor Bianchi de Aguiar, do

enólogo João Nicolau de Almeida, do produtor Pedro Garcias e Jorge Dias. Ao vinho juntaram-se os sabores, que estiveram presentes nos stands e em espaços de restauração do festival. Os concelhos vizinhos, como Carrazeda de Ansiães, Figueira de Castelo Rodrigo, Freixo de Espada à Cinta, Mêda, São João da Pesqueira, Torre de Moncorvo e Vila Flor marcaram também a sua presença. A animação musical esteve garantida, em especial na noite de sábado com um concerto de Tony Carreira, cuja entrada foi gratuita.■


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Resende

Milhares de pessoas visitam XVI Festival da Cereja em Resende O certame que tem como principal objetivo a promoção da cereja, realizou-se nos dias 3 e 4 de junho, no Largo da Feira, em Resende. A cereja é considerada o exlibris da região e representa a atividade agrícola que mais contribui para a sustentabilidade económica do concelho. Texto e Fotos: Sofia Costa

As condições climatéricas foram as ideais, a praga que tanto atormentou os resendenses no ano passado, foi combatida eficazmente, para o regalo dos produtores. Reunidas todas as condições, este ano, Resende apresenta no coração do município uma “produção de cerejas de quantidade e qualidade excelentes”. Manuel Garcez Trindade, presidente da Câmara Municipal de Resende, acredita que este evento “tem uma importância decisiva” na medida em que é a forma de sustento de diversas famílias do concelho. Surgiu para promover a cereja, mas o objetivo passa, também, por trazer visitantes a “inteirar-se do que Resende produz”. O presidente do município afirma que a expectativa “é grande” e espera que a feira ajude os

produtores a serem recompensados, em relação aquilo que sofreram no ano passado. A produtora Maria Alice Pereira afirma que a expectativa é “alta porque nunca houve cereja com tanta qualidade como este ano”. Participou em todas as edições e afirma que o Festival da Cereja de Resende “é importante porque é uma forma de expor o produto e fazer com que outras pessoas venham à região”. José Guedes, produtor de cereja, recorda que “o ano passado foi difícil”, mas reforça que “este ano há muita quantidade” e refere que o “objetivo é trazer para o festival um “bom produto”, para que as pessoas sejam “bem servidas”. Pela primeira vez em exposição, Alexandra Pinto, apresenta um produto diferente, a cereja

> Maria Alice Pereira participou em todas as edições do Festival

biológica. É produzida em circunstâncias especiais, como explicou ao VivaDouro, “consigo isto porque a minha propriedade está a uma quota bastante elevada, tem bastantes quebras e tenho de tirar a que está estragada, mas é importante oferecer esta cereja no mercado”. Alexandra Pinto diz que veio “com uma atitude pedagógica”, sendo que o objetivo principal é mostrar o fruto “para que os outros produtores vejam que é possível valorizar a cereja”, neste caso sem o recurso a tratamentos.

Resende aposta no enriquecimento do conhecimento dos produtores da cereja O município tem vindo a apostar em iniciativas que incidem sobre os produtores de ce-

> Alexandra Pinto, produtora de cereja biológica

reja com o objetivo de instruir os produtores de forma a que estes saibam, por exemplo, que tipo de cerejeira é que devem plantar, a melhor forma de fertilizar das terras, como é que se faz o regadio ou como é que se combatem as patologias das cerejeiras para que possam, efetivamente, potenciar a venda deste produto endógeno. “Ter-se-á de fazer um ordenamento do cultivo da cereja, para isso reavivamos uma Associação de Produtores de Cereja de Resende que estava inoperável e ligamos essa associação a um Gabinete de Desenvolvimento Rural que a Câmara Municipal criou para tratar dos assuntos agrícolas, especialmente cereja”, remata o presidente do município. Outra das iniciativas é a can-

didatura ao programa Portugal 2020, na área da promoção e comercialização da cereja. No conjunto as candidaturas valem um milhão de euros e “poderá ser uma grande ajuda”, numa região em que o produto endógeno é “o que mais contribui para a sustentabilidade económica do território”, salientao presidente do município. O intuito desta candidatura é, também, a elaboração de um manual de boas práticas no cultivo da cereja, com a colaboração da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), da maior empresa de cereja de Resende, a Cermouros, da Câmara Municipal, de uma Agência de Desenvolvimento Rural, a DOLMEN, uma consultora e a Associação de Produtores da Cereja de Resende. A UTAD é que irá desenvolver e orientar a parte científica da cereja, nomeadamente, indicando quais as qualidades de cerejeira que se adaptam melhor às diferentes quotas e, se possível, conseguir prolongar a quantidade e produção de cerejas até ao mês de julho. Resende tem, também, em foco o mercado estrangeiro, mas para isso, Manuel Garcez Trindade explica que “é necessário uniformizar as qualidades, de forma a que haja escala de produção, porque sem escala de produção não conseguimos passar à internacionalização”.■

> Manuel Garcez Trindade, presidente da Câmara


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Lamego

Vendidas dez toneladas de cereja na Montra da Cereja da Penajóia De acordo com a organização esta 7.ª edição da Montra da Cereja da Penajóia foi um “êxito comercial”, com dez toneladas de cereja vendidas ao longo do certame. Texto e Fotos: Salomé Ferreira

Marta Fonte, Expositora “As pessoas procuram muito a cereja, este ano há mais cereja, com muita qualidade”.

milhares de pessoas, incluindo muitos turistas, foram até à Av. Dr. Alfredo de Sousa, a “sala de visitas” da cidade de Lamego. Organizada pela Associação AMIJÓIA – Amigos e Produtores da Cereja da Penajóia e pela Câmara Municipal de Lamego, com o apoio de outras entidades, a 7ª Montra da Cereja da Penajóia pretendeu divulgar e oferecer momentos de prazer e degustação deste fruto. A novidade deste ano foi a apresentação pública de um gin,

marca “amicis”, produzido à base de cereja. A organização também apresentou uma caixa per-

sonalizada da cereja da Penajóia para ser utilizada por todos os produtores da zona.■ FOTO: DR

“Este ano, ainda antes da hora prevista para terminar mais uma edição, esgotaram as dez toneladas de cereja colocadas à venda durante a Montra da Cereja da Penajóia”, afirmou a organização. Os 24 produtores que participaram neste certame fazem, por isso, um “balanço muito positivo, elogiando ainda a organização pelo programa de animação cultural que foi apresentado em paralelo”. Assim, ao longo de dois dias,

Claudina Silva, Expositora “Foi a primeira vez que participei mas gostei muito”.

Leonor Pereira, Expositora “Esta Montra já faz parte de nós, é uma oportunidade de divulgarmos o produto”.


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Lamego

Feira Agrícola de Lamego divulgou a Identidade do Douro O mundo rural voltou a apresentar os seus melhores produtos na segunda edição da Feira Agrícola de Lamego que se revelou “um grande êxito organizativo”. O certame realizou-se de 25 a 28 de maio e contou com a participação de mais de 180 produtores e empresas. Texto e Fotos: Salomé Ferreira

> A Caixa Agrícola Beira Douro apoiou mais uma vez a iniciativa

> Inauguração do Certame na presença de Manuel Cardoso, Diretor Regional de Agricultura e Pescas do Norte A cidade de Lamego voltou a ser o palco desta iniciativa que sob o lema “A Identidade do Douro” reuniu num único espaço os melhores vinhos, azeites, frutas, enchidos, alfaias agrícolas e muitos outros produtos não só da região do Douro mas também de outros pontos do país. Organizada pela APEDOURO - Associação Promotora de Eventos no Douro, com o apoio da Câmara Municipal, a Feira Agrícola de Lamego foi inaugurada na presença do Diretor Regional de Agricultura e Pescas do Norte, Manuel Cardoso, que fez um périplo por todos os stands da exposição. A segunda edição da Feira Agrícola de Lamego ficou mar-

cada por “dar um salto qualitativo”, em relação à edição de estreia do ano passado, “com a apresentação de conceitos e serviços inovadores, que deram uma dinâmica redobrada a um evento que já se afirmou como um espaço privilegiado de negócios e partilha de experiências”. Francisco Lopes, presidente da autarquia lamecense, revelou que tem “confiança” neste projeto, “na sua continuidade e na sua capacidade de se afirmar no futuro, numa ligação naturalmente umbilical ao município, seja quem for que estiver à frente dos seus destinos, mas sobretudo à economia local e aos nossos produtores”, afirmou na cerimónia oficial de inauguração do

certame. “É na identidade, na nossa história, nas tradições, no nosso saber fazer, que passou de geração em geração, que iremos encontrar a base para olharmos para o futuro, de forma diferente, com soluções inovadoras, mas nunca renegando as raízes. E, por isso, eu acredito que este evento irá continuar a crescer”, acrescentou o edil. Hélder Lino, presidente da APEDOURO, agradeceu aos expositores que participaram nesta segunda edição da Feira e que, de acordo com o dirigente, “são realmente a identidade do Douro e com eles pretendemos continuar a trabalhar”. Manuel Cardoso, Diretor

Regional de Agricultura e Pescas do Norte, presente na inauguração do certame, sublinhou que “sendo a segunda vez que se realiza significa que já tem uma raiz instalada no terreno e, portanto, auguro um grande futuro para a FAL”. Ao longo de quatro dias o certame contou com a visita de milhares de pessoas à “maior feira do mundo rural que decorre na região do Douro” e a participarem num intenso programa de atividades. Do cartaz de iniciativas, destacaram-se as provas de vinho comentadas e de harmonização, o I Concurso Pecuário de Raça Arouquesa, as provas de degustação e as jornadas técnicas. A Feira Agrícola deste ano também apostou na oferta de “muita animação musical” e na apresentação de uma “maior variedade de espaços”, incluindo área infantil, um pavilhão animal e zonas gastronómicas.■

Dina Bastardo, Expositora “Esta feira é importante para a cidade, veio dinamizar e trazer algum movimento que é necessário e toda a gente fica a ganhar com isso. Este segundo evento está mais dinâmico, tem mais animação”.

Emanuel Domingos, Expositor “A Feira de Lamego veio trazer ao Douro o que era preciso. Este certame permite realizar muitos contactos e parcerias”.


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Especial Douro Património Mundial

Jorge Dias: “O grande desafio para a região garantir a sustentabilidade” O VivaDouro esteve à conversa com Jorge Dias, Administrador da Gran Cruz, que nos falou acerca da evolução do território nos anos que se seguiram à classificação do Douro enquanto Património Mundial. Leia a entrevista. Texto: Salomé Ferreira Fotos: Pedro Ferreira

Em 2001 o Alto Douro Vinhateiro (ADV) foi considerado como Património Mundial da Humanidade. Cerca de 15 anos depois desta classificação qual é o retrato que faz da região neste momento? Penso que o balanço é positivo. Podia ser mais positivo, mas de qualquer forma vejo como positivo, sobretudo pela consciencialização que trouxe aos agentes económicos, às populações e aos agentes políticos da necessidade da salvaguarda do bem. Se estamos a salvaguardar um bem, estamos a contribuir para a sua sustentabilidade no futuro, portanto, estamos a assegurar o seu futuro. E, colateralmente, naturalmente, também trouxe alguma visibilidade que foi sobretudo aproveitada em termos do turismo no Douro. Que mudanças podemos registar nos últimos 15 anos, ou seja, desde o momento que o Douro foi considerado Património Mundial da UNESCO? De facto, a consciencialização das pessoas, das próprias populações, dos au-

tarcas e da generalidade dos agentes políticos na preservação do território. Cometem-se hoje, claramente, menos erros do que os que se cometeram no passado e essa, para mim, é uma das grandes maisvalias. As pessoas passaram a ter orgulho na paisagem, no seu património e passouse a dar importância à educação, às ações para as escolas e, portanto, as gerações mais novas têm já outra preparação para encararem a preservação do património. De uma maneira geral estamos melhor do que estávamos na altura.

Podemos concluir que em 2001, pelo que está a dizer, não havia a consciência das instituições, das empresas e até das próprias associações para a própria importância deste estatuto. Isso foi amadurecendo com o tempo? Sem dúvida que não havia. Eu lembro-me das lixeiras que havia ao ar livre, nas linhas de água, junto ao rio, bastava passar no rio para se verem estas lixeiras, as escombreiras de obras públicas inclusivamente. Eram as próprias autoridades públicas que não tinham, muitas vezes, essa consciência da necessidade de preservar o bem, de mitigar intrusões visuais que havia na paisagem. Seguramente que o estatuto de classificação e o orgulho que as pessoas sentiram nessa classificação, e todas as ações quer da equipa do património mundial, quer depois das sucessivas instituições e associações que se seguiram e que têm por missão alertar a sociedade ou zelar pelo cumprimento da regulamentação, naturalmente, contribuíram para a consciencialização coletiva da necessidade de preservar e salvaguardar. Quais é que são os “segredos” que estão na base do sucesso do cultivo do vinho no Douro, um dos lugares mais caros do mundo na produção de uvas? É um dos sítios mais caros, já era e continua a ser. Eu diria que, talvez, no se-

tor vitivinícola tenha sido onde este estatuto menos se repercutiu, pelo menos de uma forma direta. Se bem que na altura da candidatura nós disséssemos que a garrafa de vinho era uma coisa que qualquer visitante pudesse levar, que era um bocadinho do resultado desta paisagem cultural, mas não vemos, eu pelo menos não conheço, nenhuma casa, nenhum produtor que utilize esse estatuto nos seus vinhos. Que contribuiu para a sustentabilidade produtiva, contribuiu porque estamos a fazer hoje melhores vinhas, vinhas mais sustentáveis do que se faziam na época. Por causa do estatuto, mas também por causa de uma série de outras politicas que, entretanto, foram sendo desenvolvidas. Estamos a tratar melhor da drenagem das parcelas de vinho, não estamos a destruir linhas de água e, portanto, desse ponto de vista estamos a garantir melhor sustentabilidade para o setor vitivinícola. Agora, persistem imensos problemas porque de facto, o Douro, fruto das circunstâncias orográficas, é das regiões mais caras para produzir o vinho e se, por um lado, o vinho do Porto consegue remunerar em patamares aceitáveis esse esforço de produzir as uvas, infelizmente, nos vinhos do Douro mesmo que nos últimos anos tenhamos assistido a um aumento significativo das vendas do vinho do Douro, contudo, esse aumento ainda não se refletiu nos preços que é possível pagar à produção, fruto dos


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o é encontrar o equilíbrio que possa excedentes que temos de produção desse mesmo vinho, na região. Quando não temos uma adequação de oferta em relação à procura, quando temos um excesso de oferta dos vinhos do Douro, é evidente que para a generalidade dessas massas vínicas acabam por, infelizmente, se nivelar pelo preço mundial do vinho granel, que é, de modo algum, compensador para os produtores na medida em que está muito abaixo dos custos de produção. Há aqui um balanço muito difícil de se compreender, da conta de exploração em que a margem do vinho do Porto liberta aos viticultores acaba por ser, toda ela, absorvida pelas menos valias, pela margem negativa, pela perda que têm na venda de uvas para vinho do Douro. Esse poderá ser um desafio para o futuro, no sentido de equilibrar a balança? Esse é o primeiro desafio para a sustentabilidade da região. É muito difícil manter-se uma região que tem um produto que está, relativamente, equilibrado, que liberta alguma margem para os produtores, mas depois temos metade da produção que dá prejuízo, objetivamente. Esse é, para mim, o grande desafio para a região, encontrar aqui o equilíbrio que possa garantir a sustentabilidade, a longo prazo, da produção vitivinícola no Douro e que me parece que, nessa medida, não estará 100% assegurada. Estamos a falar aqui num problema de desequilíbrio entre a oferta e a procura e, portanto, aqui temos duas atitudes, ou nada fazer e esperar que o mercado resolva e que este crescimento da venda do vinho do Douro compense e suplante as perdas que temos assistido nas vendas do vinho do Porto, mesmo que ligeiras, e que este balanço seja positivo, contudo, esperarmos que o mercado resolva isto, temo que possa ser tarde demais e que, pelo caminho, fiquem bons vinicultores e maus vinicultores, independentemente de serem pequenos, médios ou grandes e, portanto, penso que teria de haver uma consciencialização clara da generalidade dos agentes económicos que temos de reduzir a área apta, na região, para a produção de vinhos do Porto. Acredita que os produtores têm já esta consciencialização ou a maior parte deles ainda não quer encarar o problema? Sentem o problema, seguramente, não sei se têm a plena consciencialização… Nem há nenhuma terapia milagrosa para

resolver este problema. É preciso de facto, uma reflexão coletiva e encontrar, não uma solução, mas pequenas soluções que, adicionadas, contribuam para uma solução mais acelerada do problema. Relativamente à evolução do padrão dos consumidores nestes últimos anos, considera que os portugueses são os mais consumidores do vinho do Douro? Dos vinhos do Douro são de facto a maior fatia e diga-se, em bom da verdade, que os vinhos do Douro têm ganhado notoriedade fruto, sobretudo, de um punhado de marcas e de produtores que têm feito um trabalho notável para construir essa notoriedade. Mas é evidente que persistem problemas e quando nós encontramos vinhos do Douro numa prateleira de supermercado a 1,99€ ou 2,49€, isso não é sustentável, ou seja, estes vinhos só podem estar com este preço no mercado porque estão a beneficiar da mais-valia que os seus produtores fazem no vinho do Porto. Esse é um problema, também, insidioso dos vinhos do Douro. Temo que, hoje, esses vinhos do Douro que se vendem por 1,99€, 2,49€, que se de repente tivessem que subir 0,50€ ou 1€, rapidamente também perderiam os clientes que o consomem. E no que diz respeito ao Vinho do Porto? Considera que o seu consumo tem aumentado entre os portugueses

nos últimos anos? Relativamente ao vinho do Porto, houve de facto uma evolução enorme nos últimos anos no mercado nacional, em que há 15 ou 20 anos era o 5º mercado de vendas do vinho do Porto, hoje já é o 2º e estou convicto, infelizmente, não porque os portugueses estejam a beber mais vinho do Porto, mas eu acho que é influenciado, sobretudo, pelo aumento brutal da procura turística do nosso país e que tem provocado este consumo. Relativamente a desafios, já apontou o desajuste do vinho do Porto para os vinhos do Douro, a oferta e a procura, encontra aqui novos desafios que se vão colocar rapidamente? Há muitos outros que são em continuidade, como é o caso da preservação e salvaguarda do bem. É um trabalho que não se pode baixar a guarda e que se tem de estar proactivamente a atuar. Sobretudo se houver mais pressão, se as pessoas começaram a ganhar mais dinheiro com o vinho e com o turismo haverá novos agentes que vão chegar e tentar entrar. Se aumentar a procura também é preciso estar-se muito mais atento na preservação e salvaguarda do bem. Na exploração do território, do ponto de vista turístico, ainda penso que temos passos importantes a dar, sobretudo no que respeita ao turismo fluvial, reiterando que não tenho números que possam sustentar as minhas re-

flexões, mas parece-me pouco avisado, este recente aumento anunciado para o dobro da capacidade de trânsito turístico fluvial no Douro porque é sabido o desgaste que o trânsito fluvial provoca nas margens, que é um ecossistema que é delicado e que é relativamente frágil. Apesar de o turismo fluvial contribuir bastante para a visibilidade do destino é importante que não “matemos a galinha dos ovos de ouro”. Parece-me que, mais do que duplicar a capacidade de transitabilidade, deveria ser sim, regulamentada e de alguma forma que pudesse contribuir também para o desenvolvimento de outras atividades mais sustentáveis. As pessoas que chegam a Lisboa pagam uma taxa, já se fala nisso para o Porto. E porque não para o Douro? Sobretudo onde temos uma atividade que é, acho eu, unanimemente considerada fortemente extrativa, que é o turismo fluvial e depois outras atividades muito mais amarradas ao terreno com uma escala muito mais reduzida e com problemas de afirmação. Acho que poderia haver espaço, quanto mais não seja para debate de saber como é que poderíamos encontrar aqui uma equação que permitisse encontrar mecanismos de apoio a pequenas iniciativas nas aldeias que permitissem qualificar os povoados, os pequenos negócios de aldeia e outras atividades que, no fundo, permitissem prolongar a estadia das pessoas na região que, em última análise, é o que se pretende na estruturação do projeto turístico da região.■


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Sernancelhe

Expo Desporto e Saúde promoveu a atividade física em Sernancelhe O Município de Sernancelhe organizou, nos dias 19, 20 e 21 de maio, no Expo Salão, o Expo Desporto e Saúde, evento que acontece no mês do coração e que “pretende demonstrar que um concelho do interior do país pode ser impulsionador da atividade física junto de toda a população, independentemente da idade dos participantes”. FOTO: DR

Durante três dias, o evento contou com muitos momentos distintos, destacando-se no campo da saúde a apresentação do projeto “Aldeias Humanitar” e o Encontro Científico da Saúde e do Social, ações que decorreram no Expo Salão. A Terra da Castanha protagonizou um fim-de-semana pleno de atividade desportiva, aulas de demonstração e experimentação de diferentes modalidades, Torneios, jogos tradicionais, Workshops de alimentação saudável, organizados pela ESPROSER e ACIS - Associação Comercial e Industrial de Sernancelhe, stands promocionais de desporto e saúde, tendo como principal objetivo demonstrar o contributo que o desporto representa para a saúde das pessoas, seja para mais novos seja para os séniores. No campo do desporto, e para além da possibilidade de os visitantes interagirem com os 15 ateliers temáticos, representando outras tantas insti-

tuições do concelho e da região, todos tiveram oportunidade de assistir e participar nas modalidades presentes, como boccia, Pilates, total workout, futsal, ténis de mesa, basquetebol, sueca, xadrez, matraquilhos, jogo da malha, levantamento de peso, jump training, kickboxing, cycling, desportos radicais, danças de salão e latinas, zumba, kizomba, karaté, ballet, hip hop, cross training, musculação, hidroginástica, culturismo, ginástica, entre outros. Destaque ainda para a Mega aula de Zumba “white party”, no dia 20, que juntou cerca de 300 praticantes, estimulados por oito instrutores. Referência também para a aula de hidroginástica, na Piscina Municipal, na manhã de 20 de maio, o jogo de futebol de veteranos entre o Sernancelhe e o Bustelo, no Estádio da Pedreira, e para a entrega de prémios aos vencedores dos diversos torneios realizados durante os dois dias.

A Expo Desporto e Saúde foi uma organização do Município de Sernancelhe, no Expo Salão, contando com a colaboração da Casa do Benfica de Sernancelhe, Núcleo Desportivo e

Aldeia de Macieira organizou caminhada com cerca de quatro centenas de participantes

Cultural da Vila da Ponte, Associação Recreativa de Aldeia de Santo Estêvão e Bombeiros Voluntários de Sernancelhe.

No dia 21 de maio, o Expo Desporto foi ao encontro da natureza, com a caminhada de Macieira, iniciativa que contou com cerca de quatro

centenas de participantes. Em apenas quatro edições, aquela comunidade, conhecida como a Pérola da Zebreira e a terra do granito, juntou mais de quatro centenas de participantes para uma caminhada de 8,5 quilómetros, numa iniciativa que “acontece graças ao envolvimento de toda a comunidade, a colaboração do Município de Sernancelhe e da União de Freguesias de Ferreirim e Macieira e de várias empresas da região”. Tendo como sede a antiga Escola Primária, o percurso de Macieira é distinto dos demais pelo facto de decorrer sempre a mais de 800 metros de altitude, mostrando a todos os participantes paisagens de rara beleza, cursos de água únicos e a rusticidade do seu casario. Por outro lado, caminhar em

FOTO: DR

FOTO: DR

Macieira é também contactar com as gentes, com os usos e costumes e com a tradição, no fundo participar em experiências: coser no forno o pão que será servido no almoço, provar os biscoitos criados pelos professores e alunos da Escola Profissional de Sernancelhe, degustar o caldo verde em potes de ferro, a carne acabada de grelhar, o vinho das encostas que pendem já para o Douro, entre tantos outros momentos que agradam sobremaneira aos visitantes. Este ano, e pela primeira vez, o evento integrou o cartaz da Expo Deporto e Saúde.■


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Moimenta da Beira e Bertrand reeditam obra “Homem da Nave”, de Aquilino Ribeiro

Moimenta da Beira|Sernancelhe

No passado dia 27 de maio, no Senhor da Aflição, em Soutosa, Moimenta da Beira decorreu a apresentação da reedição de mais uma obra de Aquilo Ribeiro, precisamente no dia em que se assinalavam 54 anos da morte do escritor. No local, estiveram mais de duzentas pessoas presentes. Texto e Fotos: Sofia Costa

> Na foto, Eduardo Boavida, Aquilino Machado, José Eduardo Ferreira, Henrique Monteiro e Álvaro Domingues O Município de Moimenta da Beira e a Bertrand estabeleceram uma parceria para a reedição de mais uma obra de Aquilino Ribeiro, “Homem da Nave”. Na apresentação da obra estive-

ram presentes, no painel de discurso, José Eduardo Ferreira, presidente da Câmara Municipal de Moimenta da Beira, Eduardo Boavida, em representação da Bertrand, Aquilino Machado, neto do escritor, Álvaro

Domingues, prefaciador do livro, professor e geógrafo e, por fim, Henrique Monteiro, jornalista e escritor. A reedição dos livros do mestre, como é carinhosamente tratado por todos os se referem a Aquilino Ribei-

ro, surge numa estratégia delineada pelos três concelhos das Terras do Demo: Moimenta da Beira, Sernancelhe e Vila Nova de Paiva. O que irá levar “a que constantemente as obras do mestre sejam reeditadas, uma por cada um dos municípios”, como refere José Eduardo Ferreira. Em setembro do ano passado, já tinha sido reeditada a obra do mestre Aquilino Ribeiro “Cinco Réis de Gente”, em Sernancelhe. O objetivo deste feito passa por dar notoriedade às obras de Aquilino Ribeiro e, consequentemente às Terras do Demo. Para o autarca de Moimenta da Beira a obra “é especialmente simbólica,porque faz com que, ainda hoje, nos consigamos rever muito

nas descrições que o mestre faz.” “O mestre conseguiu, antecipadamente, prever um conjunto de circunstâncias nas quais estamos hoje, que fazem com que sejamos obrigados a socorrer-nos do mestre e da obra para valorizar o território”, afirma José Eduardo Ferreira. Em simultâneo com o lançamento da reedição do “Homem da Nave”, foi também um vinho da Cooperativa Agrícola do Távora chamado “Terras do Demo - Touriga Nacional”. Inicialmente, irão para as bancas uma tiragem de cinco mil exemplares, no entanto o município de Moimenta da Beira tem o compromisso de não deixar esgotar a obra de Aquilino Ribeiro.■

“Aldeias Humanitar” leva afetos e cuidados à população do interior do país

O projeto Aldeias Humanitar foi apresentado no dia 19 de maio em Sernancelhe. Considerado pioneiro em Portugal, pretende prestar cuidados de saúde no domicílio e recebe o Alto patrocínio do Presidente da República. Texto e Fotos: Salomé Ferreira

Combater o isolamento, lutar por soluções que revertam a tendência aguda de desertificação, levar afetos e cuidados aos que mais precisam no seu domicílio, são estes os principais objetivos do projeto Aldeias Humanitar, um novo conceito de intervenção em saúde e social para Portugal que

tem como concelhos piloto Sernancelhe e Penedono. O projeto da Rede Social de Saúde tem a Santa Casa da Misericórdia de Sernancelhe como instituição âncora e conta com duas Unidades de Proximidade Humanitar, uma de intervenção comunitária e outra de intervenção

domiciliária. As Unidades de proximidade Humanitar são estruturas de recursos materiais e viaturas, que estão preparadas para levar equipas multidisciplinares de cuidadores em saúde e sociais. “Enquanto cidadão fico muito orgulhoso, a minha homenagem vai para estes autarcas pela abertura que demonstraram; pela frontalidade com que abordam as questões; pela proximidade com que ajudam os munícipes e quando tomam decisões pensam em cada um como um singular, com os seus problemas particulares e não como um todo”, afirmou Domingos Nascimento, da direção do projeto, na apresentação pública. Carlos Silva, presidente da Câmara Municipal de Sernancelhe,

revelou ter a “certeza que o projeto Aldeias Humanitar vai de encontro às ambições e desejos de uma população que está afastada dos grandes centros urbanos. Esta é uma forma, também, de coesão territorial, principalmente estes de baixa densidade populacional”. O edil de Penedono, Carlos Esteves Carvalho, defende o projeto como “um grande passo que territórios pequenos pretendem dar”, acrescentando ainda que “as populações dos territórios de baixa densidade têm as mesmas necessidades que nos grandes centros urbanos”. “É importante proporcionar às pessoas qualidade de vida e isso deve ser uma tarefa de todos, não só das entidades de saúde ou

de apoio social, ninguém se pode demitir. Porque estamos a falar do que é mais caro para um autarca: as pessoas”, disse o autarca. Mário Pinto, assessor do Presidente da República para a área da saúde, refere que este é um “projeto que responde a uma das recomendações da Organização Mundial de Saúde (OMS) que é tratar os nossos doentes no domicílio”. “Desejamos criar condições em todo o país para que possamos cuidar de doentes que reúnam as condições em suas casas. É o local onde todas as pessoas se sentem mais confortáveis, onde as pessoas se sentem seguras rodeadas da família mesmo que estejam numa situação mais vulnerável”, concluiu Mário Pinto.■


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Moimenta da Beira

VII Jornadas da Cidadania, em Moimenta da Beira, foram “um sucesso” O Auditório Municipal Padre Bento da Guia, em Moimenta da Beira, acolheu nos dias 18 e 19 de maio a sétima edição das Jornadas da Cidadania. Entre os diversos intervenientes, esteve presente o ministro Adjunto do Governo da República Portuguesa, Eduardo Cabrita. Texto e Fotos: Sofia Costa

> Mesa de Debate do terceiro painel. Na Foto à esquerda José Eduardo Ferreira, Eduardo Cabrita, Vasco Ribeiro e António Fontaínhas Fernandes Durante dois dias, o concelho de Moimenta da Beira, sob o mote “Rumos de Mudança” albergou mais uma edição das Jornadas da Cidadania. Os temas debatidos este ano aludiram aos direitos e proteção das crianças e jovens, ao envelhecimento e qualidade de vida em contexto institucional, terminando na discussão sobre os desafios e oportunidades no interior do país. O presidente do município, José Eduardo Ferreira, faz um balanço “muito positivo” e refere ainda que ao longo dos anos “as jornadas têm sido um sucesso”, feito que se deve, essencialmente, à“qualidade dos palestrantes”. Para José Eduardo Ferreira,

o “nível” destas jornadas já justificam que elas “sejam regionais”. “Passaram por aqui pessoas de vários concelhos que aproveitam para usufruir do conhecimento e é assim que tem de ser, hoje os concelhos não trabalham isoladamente, nem podem trabalhar apenas para si próprios”. As intervenções do terceiro e último painel, moderado por Vasco Ribeiro, professor e investigador da Faculdade de Letras da Universidade do Porto, t i v e ram na mesa de debate o ministro Adjunto, Eduardo Cabrita, o reitor da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, António Fontaínhas Fernandes e o presidente da Câmara Municipal de

> Encerramento das VII Jornadas da Cidadania

Moimenta da Beira, José Eduardo Ferreira. A discussão debruçou-se sobre os desafios e oportunidades no Interior do país. Sobre esta temática, o presidente do município acredita que um dos caminhos será a continuidade na aposta nos produtos endógenos como “a maçã, o espumante (que este ano vai chegar às 1,3 milhões de garrafas), a paisagem e a sua biodiversidade e monumentalidade e o conjunto das pessoas que constituem a força que é a população do concelho e da região”. António Fontaínhas Fernandes, considera que é essencial estabelecer uma estratégia “que faça deslocar o fluxo turístico que

corre para o Porto, também para as regiões vinhateiras do Douro e Távora-Varosa, implementando aqui o conceito do enoturismo” Por fim, o ministro Adjunto, Eduardo Cabrita afirma que “o governo está a fazer o trabalho de casa, e não encara o interior do país como territó-

rio sem meios e sem iniciativa”. Falou sobre a importância dos atores locais e considerou que o Interior“tem genuinamente qualidades empreendedoras”. O programa encerrou com a atuação do Coro da Universidade Sénior Infante D. Henrique (UNISE) e com um Demo de Honra.■

> Atuação do Coro da Universidade Sénior Infante D. Henrique (UNISE)


VIVADOURO JUNHO 2017 21

Tarouca

Tarouca debateu a sustentabilidade do território no primeiro Congresso de Cidadania Política em movimento

A Assembleia Municipal de Tarouca realizou, no passado dia 27 de maio, o primeiro Congresso de Cidadania Política em “movimento do mundo”. Esta iniciativa é organizada pelos diversos grupos políticos com assento na Assembleia Municipal de Tarouca e teve como tema central a desertificação e a sustentabilidade do território. Texto e Fotos: Salomé Ferreira

Distinguido dos demais congressos pela forma “inovadora” com que foi organizado, o Congresso de Cidadania Política convidou os participantes a sentirem o território através de uma caminhada pelo “Caminho dos Monges” – iniciativa da Junta de Freguesia de S. João de Tarouca. Ouvir, olhar, tocar, saborear e cheirar os contextos do território através das paisagens, monumentos, História e da natureza, foi esse o convite que a organização fez aos mais de 600 participantes no primeiro congresso em movimento. “É difícil arranjar palavras para descrever aquilo que se sente quando desta forma inovadora se consegue interagir e pensar algo estruturante para a nossa região”, confessou ao VivaDouro Domingos Nascimento, presidente da Assembleia

Municipal de Tarouca. Ao longo do percurso os participantes foram desafiados a dar sugestões para a sustentabilidade do território através das redes sociais e da escrita das ideias num caderno fornecido pela organização no início da caminhada. “Temos de nos adaptar às novas dinâmicas da vida. As pessoas fizeram-nos chegar, através de várias formas de comunicação, aquilo que pensavam. A forma tradicional em que fecham as pessoas numa sala a discutir está ultrapassada, penso que está aqui uma grande fórmula para os novos congressos do futuro”, acrescentou Domingos Nascimento. De acordo com o presidente da Assembleia Municipal de Tarouca os objetivos deste primeiro Congresso de Cidadania Política em movimento foram “absolutamente cumpri-

dos” tendo ainda deixado explicita a vontade de voltar a realizar o Congresso neste modelo no futuro. “Foi mais um passo para a mudança na forma de fazer e estar na política. Deste dia, fica a obra humana e abriram-se novos caminhos para o desenvolvimento do Vale da Varosa e da região”, concluiu Domingos Nascimento. Para além das várias forças políticas com assento na Assembleia Municipal de Tarouca, o Congresso contou ainda com a participação ativa do Executivo Municipal. Valdemar Pereira, presidente da autarquia, reafirmou a importância de “caminhar pela cidadania e pela paz”. Carlos Carvalho, presidente da Câmara Municipal de Tabuaço, também marcou presença na iniciativa.■

Palmira Charrel, participante

Elsa Queirós, participante

“É uma boa iniciativa, devia ser feita mais vezes”.

“Foi uma experiência muito boa” .

Agostinha Assunção, participante “Deviam pensar na recuperação do Vale do Varosa através da agricultura e começar a incentivar as pessoas para pensar no coletivo, pelo bem da região”.

Ilídio Soares, participante “Conseguimos ao longo da caminhada integrar-nos naquilo que era o objetivo, analisar as potencialidades do território e as belezas naturais que temos. Na minha perspetiva foi um evento muito interessante”.


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Tarouca|Tabuaço

Santa Casa da Misericórdia de Tarouca debateu a importância do combate às infeções

A Santa Casa da Misericórdia de Tarouca realizou, no passado dia 26 de maio, o Seminário “Combate às infeções – Partilha de experiências”. Este evento, organizado pelo Grupo Coordenador Local PPCIRA da Unidade de Cuidados Continuados de Convalescença, justificou-se pela necessidade da partilha entre instituições e entidades na busca de respostas especializadas e adequadas a esta temática. Texto e Fotos: Salomé Ferreira

Destinado não só a profissionais e estudantes mas também à comunidade em geral, o evento pretendeu alertar para a importância da prevenção das infeções, com a realização de gestos tão pequenos como a

higiene das mãos. Considerando que este é um tema “urgente” para ser discutido, Manuela Lima, Coordenadora do Grupo Coordenador Local PPCIRA, explicou ao VivaDouro que o “objeti-

vo fundamental do congresso é contribuir para a diminuição de infeções associadas aos cuidados de saúde. O nosso objetivo é promover a saúde e não provocar infeções”, afirmou. Para além disso, a enfermeira

Município de Tabuaço assina contrato de financiamento do fundo ambiental

FOTO: DR

O Município de Tabuaço organizou em conjunto com o Centro de Promoção Social e a Unidade de Saúde de Tabuaço, o dia de comemoração do mês do coração. Foram também parceiros o Lar da Santa Casa da Misericórdia de Tabuaço e o Agrupamento de Escolas de Tabuaço. Alimentação saudável. Participaram cerca de 120 pessoas nesta atividade.■ FOTO: DR

A cerimónia contou ainda com a presença do Secretário de Estado das Autarquias Locais, Carlos Miguel e do Secretário de Estado Adjunto e do Ambiente, José Mendes.

A assinatura deste contrato de financiamento surge da candidatura submetida pelo Município de Tabuaço ao Fundo Ambiental, a qual visa apoiar a substituição de veículos urbanos ambientais por veículos elétricos destinados à mesma utilização, contribuindo para a redução de emissões de gases com efeito de estufa e, simultaneamente, contribuir para a redução de emissões poluentes e ruído em meio urbano. O objetivo é a aquisição de viatura de mercadorias de 5 lugares, 100% elétrica, para apoio a serviços ambientais e de 2 pontos de carregamento de veículos elétricos. Durante a cerimónia foram assinados os 117 contratos estabelecidos com os Municípios, Freguesias e Entidades Públicas que procederam à candidatura.■

Tabuaço comemorou o mês do coração

FOTO: DR

O Vice-presidente da Câmara Municipal de Tabuaço, José Carlos Silva, assinou no passado dia 23 de maio, em cerimónia pública, na presença do ministro do ambiente, João Pedro Matos Fernandes, em Porto de Mós, o Contrato de Financiamento de Aquisição de Viaturas Elétricas de Serviços Urbanos Ambientais.

lembrou também a importância da realização deste tipo de congressos em territórios do interior. “No interior temos poucos encontros para debater estes temas, geralmente realizam-se mais nos grandes centros, na

região ainda há pouca abertura a estas temáticas e temos também de fazer sentir que o interior é importante e que já há muito trabalho realizado na área”, acrescentou Manuela Lima. Albertina Cardoso, Presidente do Conselho de Administração da UCC de Convalescença, reforça ainda a “importância de levar este tema à comunidade e sensibilizar os cidadãos para a prática de uma vida saudável de forma a diminuir esta problemática que é um flagelo do século XXI”, afirmou ao VivaDouro. O Seminário “Combate às Infeções – Partilha de Experiências”, realizado no Auditório Adácio Pestana em Tarouca, contou com a plateia repleta de participantes de várias faixas etárias.■

Com o intuito de promover a saúde do coração e prevenir a doença cardiovascular foram feitas atividades assentes nos 3 pilares da vida saudável: Rastreios de saúde (tensão arterial, pulso, IMC, Peso, Perímetro abdominal e glicemia); Exercício Físico (aula de hidroginástica e danças de roda) e


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Sernancelhe

A Lapa e Aquilino Ribeiro, dois símbolos de Sernancelhe, juntos na IX Feira Aquiliniana, dias 17 e 18 de junho Nos dias 17 e 18 de junho, na Lapa, o Município de Sernancelhe vai recriar, com rigor histórico e etnográfico, as romarias da Lapa do tempo de Aquilino Ribeiro, proporcionando aos milhares de visitantes um “regresso” ao passado, uma “viagem” pela identidade das nossas terras e das nossas gentes. FOTO: DR

A Feira Aquiliniana é um evento temático com selo de qualidade da Escola Profissional de Sernancelhe, cujos formadores e alunos preparam, ao longo do ano, a sua participação no evento de forma ativa, recriando profissões, trajes, rituais, atividades e personagens, e procura o equilíbrio entre o sentido religioso e a questão profana do comércio, das tascas, dos comes e bebes, momentos que têm como inspiração a obra literária do escritor natural da freguesia de Carregal. Assumindo o objetivo cimeiro de ser um tributo a Mestre Aquilino e à Lapa, o certame decorrerá no terreiro do Santuário, envolto pelo conjunto patrimonial constituído pela Igreja, Colégio, Pelourinho, Casa da Câmara e o casario tradicional daquela pequena comunidade pertencente à Freguesia de Quintela, Sernancelhe, enaltecendo a vertente religiosa sempre presente na Lapa, a fé e a lenda que

comprovam os mais de 500 anos de história de uma localidade criada pelos Jesuítas. A Feira contará com representações cénicas dos hábitos e costumes tradicionais por grupos etnográficos e de teatro, animação de rua e dramatização de excertos das obras de Aquilino Ribeiro, atuações de ranchos folclóricos e grupos de concertinas e fado à desgarrada e uma mostra permanente de artesanato e de produtos regionais, sempre enquadrados no ambiente quere cria a Lapa de finais do século XIX, início do século XX. A Lapa e Aquilino Ribeiro são duas marcas incontornáveis de Sernancelhe. Com mais de cinco séculos, a Lapa é reconhecida como um dos principais centros de romagem em Portugal, mantendo até hoje um sentido religioso notável; Aquilino é um dos mais reconhecidos escritores portugueses do século XX, que mereceu honras de Panteão Nacional, em 2007.■

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Freixo de Espada à Cinta

Freixo de Espada à Cinta celebrou obra de Guerra Junqueiro O Freixo Festival Internacional de Literatura (FFIL), decorreu entre os dias 1 e 3 de junho, em Freixo de Espada à Cinta, e pretendeu debater a Literatura, num tributo ao poeta freixiense Guerra Junqueiro, à sua vida e obra, entre os séculos XIX e XXI.

poesia. Ele trouxe a realidade e coisas mais infames da sociedade da época”, frisou. “A organização do FFIL está de parabéns porque em boa hora relançou Guerra Junqueiro e todo a sua obra”, enfatizou. O poeta Manuel Alegre, destacou ainda que é tempo de Guerra Junqueiro voltar as escolas, ao ensino e as livrarias. “Guerra Junqueiro é uma figura cimeira da poesia e da literatura portuguesa e não pode estar nas prateleiras, nem fora do ensino ou do convívio com a sua obra”, enfatizou. Manuel Alegre disse ter uma escrita “muito diferente” da de Guerra Junqueiro, mas que se identifica com o poeta freixenista na luta pelos ideais de liberdade, como fez durante o período da ditadura. “Identifico-me com Junqueiro porque a sua poesia dominante é Portugal e a minha também”, disse.

Maria do Céu Quintas, presidente da autarquia de Freixo de Espada à Cinta, afirma que “é um prémio muito merecido”, uma vez que “assim como Guerra Junqueiro, também Manuel Alegre é um poeta da liberdade”, disse. Segundo a edil o evento pretendeu “promover a vila através da cultura”, a partir de Guerra Junqueiro. “Assim como ele foi de Freixo para o

Mundo nós também estamos a tentar fazer a mesma coisa”, explicou ao VivaDouro. A presidente faz um balanço positivo da iniciativa que contou com vários participantes ao longo dos três dias.“ O festival e o prémio literário Guerra Junqueiro são para continuar”, garantiu a autarca. O programa incluiu conferências, entrevistas, exposições, lança-

FOTO: DR

Durante os três dias do festival destaque para a entrega do primeiro Prémio Literário Guerra Junqueiro a Manuel Alegre e para a reivindicação de que a obra do poeta de Freixo de Espada à Cinta possa regressar aos programas escolares e fazer parte do plano nacional de leitura. Manuel Alegre mostrou-se “honrado” com atribuição do primeiro prémio literário Guerra Junqueiro, instituído pelo Freixo Festival Internacional de Literatura (FFIL), garantindo que foi felicitado por pessoas de diversos países. O escritor disse à agência Lusa que Guerra Junqueiro (1850-1923) é uma grande figura da literatura portuguesa, tendo sido o poeta mais popular do seu tempo. “Junqueiro trouxe à poesia portuguesa temas interditos no seu tempo, tais como a pobreza, a nudez, a prostituição, ou seja, aquelas coisas que eram para ficar fora da

mentos e apresentações de livros, entre outras atividades e contou com a presença de cerca de 100 alunos de escolas de localidades por onde Guerra Junqueiro passou como Salamanca, Macedo de Cavaleiros, Viana do Castelo e da Suíça, para além da de Freixo, que apresentaram vários trabalhos. A Feira do Livro contou com Leonor Mexia, Isabel Alçada e José Fanha, como figuras centrais. Destaque ainda para o lançamento de um livro de poemas de Tsegay Mehari, natural da Eritreia, refugiado na Suécia. Trata-se de uma edição traduzida do original, que relata a vida de um preso, jornalista de profissão, acusado de escrever poemas de amor pelo seu país, pela sua família e pela natureza. O FFIL encerrou a bordo de um barco, entre as arribas do Douro Internacional, que o poeta tantas vezes percorreu, e onde colheu inspiração com leituras dos poemas de Guerra Junqueiro.■

> Manuel Alegre foi galordoado com o Prémio Literário Guerra Junqueiro FOTO: DR


VIVADOURO JUNHO 2017 25

Torre de Moncorvo

Centro para estudo da fauna local do Baixo Sabor custou 2 milhões de euros O Centro de Interpretação Ambiental e Recuperação Animal (CIARA), situado na aldeia de Felgar, concelho de Torre de Moncorvo, foi inaugurado no passado dia 12 de maio na presença de Célia Ramos, secretária de Estado do Ordenamento do Território e da Conservação da Natureza. Texto: Salomé Ferreira FOTO: DR

> Nuno Gonçalves na inauguração do CIARA O CIARA foi construído ao abrigo do programa de compensação pela construção da barragem do Sabor e custou 2 milhões de euros. Desta forma, o território abrangido pela albufeira da barragem do Baixo Sabor, no distrito de Bragança, fica dotado de uma estrutura que pretende “organizar e promover a cultura científica, tecnológica e a difusão do conhecimento do território”, tal como explicou Nuno Gonçalves, presidente da Associação de Municípios do Baixo Sabor (AMBS). A AMBS é composta pelos municípios de Torre de Moncorvo, Alfândega da Fé, Mogadouro e Macedo

de Cavaleiros. Nuno Gonçalves, também autarca de Torre de Moncorvo considera, no entanto, que o CIARA “só será um verdadeiro centro de recuperação ambiental e animal se for geograficamente alargado ao parque de Montesinho, ao Douro Internacional ou ao Parque Regional do Tua, em que os técnicos da UTAD e do IPB poderão desenvolver os seus conhecimentos”. O edil acredita que esta infraestrutura tem ainda potencialidades no desenvolvimento do território, “o centro vai contribuir para a preservação e desenvolvimento da biodiver-

sidade do território transmontano”, afirmou aos jornalistas. Nuno Gonçalves revelou ainda que outra das componentes estratégicas do CIARA passa por conjugar o trabalho com os agrupamentos de escolas, onde será fundamental levar o conhecimento tecnológico e das boas práticas ambientais até aos mais jovens. “Já estamos a fazer com alunos do 9º ano, que têm disciplinas que podem interagir com este centro”, explicou o edil de Torre de Moncorvo. Célia Ramos, secretária de Estado do Ordenamento do Território e da Conservação da Natureza, pre-

sente na inauguração da infraestrutura, salientou a importância do Plano de Ordenamento do Baixo Sabor para proteger os recursos naturais da região. “Este Plano de Ordenamento constitui-se como um novo instrumento de gestão do território, que tem um caráter especial e será também uma salvaguarda dos recursos naturais. Esperamos que a partir daqui se possam delinear os constrangimentos e a forma de proteger a natureza”. Célia Ramos vê o CIARA como uma estrutura capaz de “atrair um tipo de turismo não massificado,

dada a sensibilidade ambiental desta região”, disse aos jornalistas. “Temos aqui um elemento singular que pode ajudar a projetar esta região e outras. É importante ter visitação que permita a sua rentabilidade. “O silêncio, a luz das estrelas, as águas calmas, a fauna e flora são algumas das mais-valias deste território tão especial”, realçou esta responsável, afirmou a governante. O novo centro ambiental vai permitir a recolha, tratamento e estudo da fauna existente neste território transmontano e vai ter uma componente científica e veterinária, a assegurar pela Universidade de Trás -os Montes e Alto Douro e pelo Instituto Politécnico de Bragança, contando com pareceria institucional da EDP. “Estamos na exploração do empreendimento, agora devem ser os municípios e as instituições de ensino a unirem-se na gestão da infraestrutura, de forma a darem seguimento ao projeto, que a EDP apoia anualmente com 100 mil euros”, afirmou António Costa, administrador da EDP, ma inauguração do CIARA. O CIARA está equipado com dormitórios, casas de banho e cozinha, permitindo hospedar os estudantes desta área que queiram fazer mestrado e doutoramento o tempo que necessitem para desenvolver as suas teses.■ FOTO: DR

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26 VIVADOURO JUNHO 2017

Vários Concelhos

Município de Penedono promoveu dia especial para os mais pequenos Para assinalar o Dia Mundial da Criança, o Município de Penedono promoveu uma iniciativa especial que reuniu várias dezenas de crianças e jovens do concelho para um conjunto de atividades que decorreram ao longo do dia 1 de junho no Complexo de Piscinas Municipais. FOTO: DR

Neste Dia especialmente dedicado aos mais novos houve atividades para todos os gostos: insufláveis, mascotes e pinturas faciais para os mais pequenos, para os mais crescidos não faltaram as

ações mais radicais como o tiro com arco, escalada e corridas de karts. E como a música não podia faltar, houve ainda espaço para divertidos momentos de karaoke. O Presidente da Câmara Mu-

pecial em ambiente de festa, num espaço muito agradável ao ar livre onde podem dar asas à imaginação e gastar energias. É muito gratificante conviver com estes jovens que representam o futuro, e contribuir para que tenham boas memórias da sua infância e juven-

tude”. Num dia diferente em que a Escola foi substituída por uma tarde de muita brincadeira e animação, a iniciativa contou com o apoio do Agrupamento de Escola de Penedono, e culminou com uma simbólica largada de balões.■

nicipal de Penedono, Carlos Esteves, marcou presença no evento afirmando que “para a autarquia é muito importante dinamizar este tipo de iniciativas que proporcionam às nossas crianças um dia es-

Santa Marta de Penaguião recebe 3ª Rampa

O município acolheu, no passado dia 19 de maio, mais uma edição da Feira de Emprego, Empreendedorismo, Qualificação, Formação e Orientação Escolar.

Realiza-se nos dias 17 e 18 de junho a 3ª Rampa Santa Marta, prova que conta para o Campeonato Nacional de Montanha da Valvoline. O evento é organizado pelo CAR e Município de Santa Marta de Penaguião.

O principal objetivo deste certame é a promoção do contacto direto entre as empresas, a população ativa e os estudantes, como forma inverter o fenómeno do despovoamento e do desemprego.

Organizado pelo Gabinete de Inserção Profissional e o Contrato Local de Desenvolvimento Social 3G Porta D’ouro, com o apoio da Câmara Municipal, o evento realizou-se na Avenida Conselheiro Alpoim.■

FOTO: DR

FOTO: DR

Mesão Frio acolhe VII Feira de Emprego

Rui Ramalho, líder do campeonato já está inscrito na 3ª Rampa. Domingos Fernandes, piloto do Douro, foi o primeiro a formalizar a inscrição. A apresentação da prova decorreu no

passado dia 2, no Salão Nobre dos Paços do Concelho. As inscrições encerram sexta-feira, no dia 9 de junho.■


VIVADOURO JUNHO 2017 27

Vários Concelhos

O maior Evento Gratuito de Desenvolvimento Pessoal e Profissional do País ocorre no final deste mês em Gondomar O Multiusos de Gondomar vai receber no dia 27 de junho o Dia do Cliente Samsys, a sexta edição desta iniciativa, que visa levar a debate temas como motivação, liderança, linguagem corporal, neuromarketing, entre outros, durante um dia inteiro verdadeiramente inspirador. A Cidade Europeia do Desporto irá receber entre as 9 horas e as 18h30, pela primeira vez, no Pavilhão de Multiusos, 1500 Empresários de vários setores de atividade, provindos de todo o país, que vão assistir ao maior evento de Desenvolvimento Pessoal e Profissional gratuito em Portugal. A empresa organizadora do evento é aSamsys, Consultora especialista no setor das Tecnologias de Informação e Comunicação, nascida em Gondomar e atualmente sediada no concelho de Valongo. Criou uma Academia com o mesmo nome, para dar resposta ao forte sentido de responsabilidade social, como objetivo de ajudar as empresas nacionais a crescer em matérias que vão para além das

soluções tecnológicas. Neste contexto, para além de tertúlias e formações, surge a mais impactante iniciativa da marca, o Dia do Cliente, na qual a Academia Samsysfaz questão de proporcionar gratuitamente um evento de partilha de conhecimento e experiências por parte de oradores reconhecidos. Desde 2012, esta empresa já partilhou com mais de 2500 pessoas experiências e conhecimentos que acreditam estar a levar valor à comunidade em que se inserem, dando o seu contributo para ajudar todos a crescer, seja profissionalmente, seja a nível humano. Em 2012 os oradores foram Paulo de Vilhena e Pedro Pinheiro, em 2013 Flávio Gart, Carlos Pereira da Cruz, Pedro Caramez

e João Catalão, que exploraram o tema “Ideias que ajudam a Crescer”, em 2014 participaram Nuno Fontes, Carla Carvalho Dias, Adelino Cunha e Jorge Sequeira para perceber porque é que “O Tempo é Agora” e em 2015 com a pergunta “Já Sonhou Hoje” como lema, a Samsys teve oportunidade de assistir às palestras de Paulo de Vilhena, João Catalão e Paulo Ferreira. Finalmente, em 2016 com o tema do “Do Sonho à Ação”, o evento contou com cerca de 1000 participantes, que atentamente assistiram às palestras de José de Almeida, António Sacavém e Miguel Gonçalves. Para este ano estão confirmadas novas presenças, designadamente de alguns dos maiores especialistas de coaching e moti-

vadores nacionais e internacionais, nas áreas de liderança, gestão, inteligência emocional, linguagem corporal e neurociência, formando um painel imperdível, comJoão Catalão, Nuno Fontes, Paulo Moreira, Alexandre Monteiro, Jamil Albuquerque e Fernando Rodrigues, aos quais se vão juntar 5 CEO’s de empresas de renome nacional. O evento deste ano trouxe mais uma novidade: da parte da manhã estão previstas palestras com 2 oradores convidados que vão falar de temas que são escolhidos pelos participantes. No momento de inscrição, as pessoas poderão escolher 4 temas que tenham particular interesse e os 4 mais votados serão abordados no primeiro painel. No Segundo Painel, João Catalão e

Mesão Frio transforma escola primária em “lar inovador” para idosos

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Foi inaugurado em Barqueiros, pela Misericórdia de Mesão Frio, um espaço residencial e centro de dia, que tem capacidade para 20 utentes, que introduz um “conceito inovador” de pequenos apartamentos que proporcionam mais privacidade aos idosos. O investimento é na ordem dos 670 mil euros. FOTO: DR

O provedor da Santa Casa da Misericórdia de Mesão Frio, Alberto Pereira, disse à agência Lusa que estas respostas sociais visam proporcionar melhores condições de vida à população mais idosa. Para tal, a entidade adquiriu o edifício da antiga escola primária de Barqueiros,

que adaptou para acolher a estrutura residencial para idosos e centro de dia. Alberto Pereira afirmou que com este projeto se introduziu um “conceito novo”, que se refere a uma estrutura que é composta por seis pequenos apartamentos, cada um com duas camas, equipamento de cozinha e casa de banho, podendo acolher casais de idosos e dando-lhes mais privacidade. “Com este conceito podemos manter os casais juntos, com privacidade, como se estivessem em casa, mas, ao mesmo tempo, podendo usufruir de todos os serviços disponibilizados por um lar”, salientou. Este equipamento social criou nove postos de trabalho, mas segundo o responsável, será necessário reforçar o número de funcionários.■

Nuno Fontes entrevistam 5 CEO’s. Para tornar a experiência inesquecível, o evento contempla ainda várias atuações de artistas de áreas de dança, música, ilusionismo e desporto, que vão garantir a reposição de energia, nos momentos de coffee breake de almoço, onde se prevê bastante networking. Para além do alargamento do horário desta edição, também o número de empresas que viram nesta iniciativa uma oportunidade para ganharem visibilidade aumentou exponencialmente comparando com as edições anteriores, já que para este evento, este ano contamos com o apoio de mais de 50 empresas. A inscrição é gratuita, contudo obrigatória, em samsys.pt.■

* Formação reconhecida pelo Ministro da Agricultura, Florestas e Desenvolvimento Rural


Economia Social em progresso

Eduardo Graça Presidente da Direcção da CASES

A Economia Social tem vindo a ganhar lugar na agenda europeia como o comprova o recente encontro

de Madrid no qual onze governos de países da União Europeia subescreveram uma declaração com relevante significado. Os países foram os seguintes: Espanha, Luxemburgo, Portugal, Grécia, Itália, Roménia, Eslovénia, Malta, Bulgária, Suécia eChipre. Em representação de Portugal esteve presente o Senhor Ministro do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Viera da Silva. A Declaração de Madrid é um marco da Economia Social europeia nos nossos dias, porque nela se preconiza, por exemplo, o fomento da participação “da Economia Social nas atividades educativas, formativas e de capacitação profissional que visem a aquisição de competências e a aprendizagem ao longo da vida, e que se deve estudar a possibilidade de promover e incluir o modelo de empreender assente na Economia Social, nos currículos dos diferentes planos de estudo, nas diferentes etapas edu-

cativas.”. Na declaração de Madrid é ainda solicitada à Comissão Europeia “que inclua no seu plano de trabalho para 2018, um Plano de Ação Europeu 2018-2020, devidamente financiado, que promova as empresas de Economia Social na Europa e fomente a inovação social. Este plano de ação deveria abordar o desenvolvimento económico e social e a coesão social de todos os cidadãos, com especial ênfase nos grupos desfavorecidos e vulneráveis, e deveria incluir – através de ações específicas sistemáticas - todos os atores que operam na Economia Social.”. Tratam-se de boas notícias às quais Portugal, a nível de Governo, se associa, estando em curso um debate alargado e aprofundado, a nível nacional, no âmbito do Congresso Nacional da Economia Social, envolvendo todos os seus atores associativos. Não é mais possível manter a

Economia Social numa posição subalterna, apesar da sua consagração constitucional, e legal, não tanto por força de declarações formais, sempre bem-vindas, mas pela importância do setor na economia e na sociedade portuguesa. É bom relembrar que a Economia Social em Portugal, no seu conjunto, é constituída por mais de 61.000 entidades, representando 3% do VAB nacional e 6,1% do emprego remunerado total nacional, constituindo-se como um dos mais relevantes setores criadores de emprego, mesmo sem levar em conta o contributo do voluntariado. Até ao final do presente ano, no âmbito dos trabalhos do Congresso, e seus resultados, e de um conjunto de iniciativas em curso, de que destacamos a próxima entrada em vigor da “cooperativa na hora”, aguardamos a concretização de muitos progressos estruturantes para a Economia Social.

O Douro sabe bem.


VIVADOURO JUNHO 2017 29

Opinião

A Aposta no Turismo do Douro Foi com agrado que vi em agenda,

A ligação ferroviária entre os dois

O Futuro convoca as regiões para

cia, em que o turismo assume um papel

no Fórum Parlamentar Luso-Espanhol,

países teria, indubitavelmente, um im-

uma leitura das tendências e identificação

central, estão a emergir novas atividades

a aposta na linha férrea do Douro, in-

pacto positivo no turismo em ambos

dos desafios, que passam por desenhar

e serviços que, combinando elementos

fraestrutura fundamental para a dina-

os lados da fronteira. Na atualidade, o

estratégias que reforcem a conetividade

culturais, criativos e de entretenimento,

mização da Região, sobretudo na pro-

turista é mais exigente e informado so-

física e virtual, a aposta numa cultura

envolvem os consumidores. Pelo que o

moção do turismo. A Cimeira Ibérica

bre os destinos e os produtos da oferta

empreendedora e na produção de conhe-

futuro do Douro convoca à criação de

Luso-Espanhola colocou, também, algu-

turística. Os mercados turísticos são

cimento envolvendo a sua transferência

roteiros diferenciadores que envolvam os

ma esperança na agenda dos territórios

mais competitivos, forçando os forne-

para as empresas que valorizem os seus

dois lados da fronteira. O Futuro passa

transfronteiriços. As conhecidas vulne-

cedores a inovar e a desenvolver novos

recursos endógenos. Esta leitura exige

ainda pela promoção do património ma-

rabilidades socioeconómicas e défices

conceitos e ofertas. O turismo é, cada

também preservar a sua identidade e

terial e imaterial, bem como pelo incenti-

António Fontainhas Fernandes

de competitividade dos territórios de

vez mais, uma experiência social com-

manter uma “assinatura” constituída por

vo da preservação dos recursos patrimo-

fronteira de Portugal e de Espanha re-

plexa de interação entre o viajante e o

um núcleo de competências consolida-

niais. Deste modo, é possível contribuir

clamam uma estratégia de ação conjunta

destino, um processo de aprendizagem

do resultante do seu próprio percurso.

para a afirmação desta região como um

Reitor da UTAD

comum e concertada entre os dois lados.

e de descoberta do outro e de si próprio.

Na atual economia da experiên-

destino de turismo inovador e distintivo.

A Região Demarcada do Douro – antecipar o futuro

Manuel de Novaes Cabral Presidente do Instituto dos Vinhos do Douro e do Porto, I.P. (IVDP)

O Vinho do Porto foi, ao longo

cidade-região, não apenas pelo rio Dou-

significativamente sobretudo nesta dé-

tura, do ambiente e do ordenamento

dos tempos, o mais importante produto

ro, como pela economia e pela cultura.

cada, fruto de um crescente empenho

do território e, é claro, com os serviços

da Região Demarcada do Douro, de-

Em 2016, o Vinho do Porto

das empresas e das entidades públicas.

tutelados pelo Ministério da Agricul-

finindo muito do que é a sua cultura e

representou um valor de 377 milhões

Por seu lado, as categorias especiais têm

tura com responsabilidades na RDD.

quase tudo da economia do território.

de Euros. Os vinhos DOC Douro, por

evoluído muito positivamente também

O que fazemos hoje é resulta-

Gerações e gerações partiram ardua-

sua vez, têm vindo a crescer consecu-

nesta década, ultrapassando já e de for-

do da visão, do trabalho e da paixão de

mente as rochas que compunham as

tivamente desde há cerca de 10 anos,

ma sustentada os 20% em quantidade

muitas pessoas. Desde logo, de todos

montanhas xistosas, armando os imensos

ultrapassando já um terço do valor do

e os 40% em valor de comercialização.

aqueles que descobriram as potenciali-

patamares que definem grande parte do

Vinho do Porto. O total do volume de

Se muito tem sido feito, im-

dades vitivinícolas deste território, desde

seu carácter e criando as condições mais

negócios dos vinhos da RDD atingiu os

porta afirmar que muito há a fazer.

a antiguidade aos monges de Cister, mas

propícias para o cultivo da vinha. É esta,

536 milhões de Euros, num crescimen-

A RDD orgulha-se da sua histó-

também das gerações e gerações de tra-

a vinha, que marca a identidade deste

to de 5% em relação ao ano anterior.

ria, mas gosta de afirmar a sua moderni-

balhadores que desbravaram arduamente

território, hoje muito bem aproveitada

O Vinho do Porto, não obstan-

dade, quer na vinha, quer no vinho, quer

as montanhas para as transformar nestes

para outra actividade económica que

te uma grande concentração em alguns

no marketing, quer no serviço. Os nossos

“jardins suspensos” (Jaime Cortesão)

tem vindo, também ela, a ganhar raí-

mercados, é comercializado em mais de

vinhos têm uma notoriedade internacio-

que hoje nos maravilham, daqueles que

zes cada vez mais profundas: o turismo.

120 países, ao passo que os DOC Douro já

nal enorme, da qual a Região pode e deve

todos os dias trabalharam e trabalham

Um rio civilizacional, uma paisa-

ultrapassam a centena de mercados-país.

tirar partido. Por isso, há hoje condições

nas terras, nas empresas,nas instituições

gem humanizada deslumbrante e a vinha

Importa ainda referir que o Vi-

ímpares em termos institucionais para

às novas gerações que se dedicam e que

e o vinho identitários são, com as pessoas

nho do Porto continua a ter uma rele-

alavancar estas vantagens competitivas

investem neste território – território este

que cá vivem e trabalham, os elementos

vante quota de exportação, ultrapassando

– com uma Universidade mais centrada

que teve e tem esta impressionante ca-

primeiros que caracterizam a RDD, li-

os 80% da sua comercialização, apesar

no território, com as autarquias, com a

pacidade de apaixonar aqueles que nele

gada natural e historicamente ao Porto,

de o mercado nacional estar a crescer

Missão Douro, com os serviços da cul-

metem as mãos e aqueles que o visitam!

Incentivo à cooperação ibérica e transfronteiriça

Ricardo Magalhães Vice-Presidente da CCDR-N

Escrevo por ocasião do fecho da

promoção do Douro/Duero. É reco-

ambiente, à ciência e à cultura. Des-

ciativas de cooperação transfronteiriça.

29ª Cimeira Ibérica que se realizou em

nhecida a determinação dos agentes e

taco, em particular, o compromisso

Confiança máxima no projeto europeu!

pleno Alto Douro Vinhateiro e só me

de atores dos dois lados da fronteira de

conjunto dos dois países para com o

É certo que desta cimeira não saíram

apraz contornar o provérbio para afir-

promover e concertar a região duriense

projeto europeu e o reconhecimen-

adjudicações de grandes obras infraes-

mar que de Espanha deveremos aguar-

para um conjunto de projetos comuns.

to de que uma União Europeia forte e

truturais ou avultados investimentos em

dar por bons ventos e bons casamentos.

A cimeira refletiu a união e a proximi-

unida é a chave para a competitividade

obras públicas. O momento é, ainda, o de

A cooperação transfronteiriça foi o foco

dade entre portugueses e espanhóis.

deste continente e a estabilidade da di-

fazer o caminho crítico, muito centrado

deste encontro ao mais alto nível, que

Foi com especial regozijo que as-

mensão social. Projetos esses que não

na identificação de oportunidades de

serviu para reforçar os laços históricos

sistimos aos momentos protocolares

são platónicos. Antes pelo contrário. A

financiamento, e quando chegar o mo-

entre os povos da Península Ibérica.

que tiveram como pano de fundo o

solução passará por um maior enten-

mento seremos os primeiros a recordar,

A escolha do local da cimeira, com

Douro Património Mundial. Se há

dimento entre os países do sul e pelo

por exemplo, no papel catalisador da

os primeiros cumprimentos a decor-

palco que devia ser escolhido para as-

reforço da sua voz na família europeia.

Linha do Douro. Há que relevar o papel

rerem em Vega Terrón e a comitiva a

sinalar parcerias e sinergias, é o ter-

A este respeito, destaco a criação,

do rio como eixo de desenvolvimento e

deslocar-se para Vila Real via rio Dou-

ritório que tem selo da UNESCO.

em boa hora, de um grupo de trabalho

valorizar o potencial da linha ferroviária.

ro, começou por ser, simbolicamente,

Ao todo foram 8 os acordos assi-

que deverá preparar e apresentar uma

Só assim conseguiremos que o projeto

uma analogia e um elogio ao trabalho

nados que cobriram diferentes áreas

estratégia conjunta para a captação de

do Douro Património Mundial se afirme

conjunto que se tem desenvolvido na

do conhecimento, desde a energia, ao

fundos do pós 2020 em matéria de ini-

como um destino turístico de excelência.


30 VIVADOURO JUNHO 2017

Opinião

A desertificação humana... É nosso principal problema!

Domingos Nascimento

Todos os problemas são problemas, mas há alguns que provocam ainda muitos mais problemas. O efeito depressivo que a falta de pessoas tem nos territórios deve ser ponderado e tomadas medidas urgentes. A região caminha para o desaparecimento humano? O trabalho dos Municípios não é já suficiente e é muitas vezes inglório porque não é acompanhado por políticas adequadas dos governos centrais! Para além do trabalho em rede, criando-se uma comunidade apoiada e motivada, teremos que exigir medidas suplementares que promovam fixação de empre-

sas e fomentem a empregabilidade. São vários os exemplos de Municípios que tudo fazem na região para atrair investimento multiplicador. Há casos de sucesso, mas ainda assim insuficientes. Só a instalação de grandes estruturas empresariais poderiam mexer estruturalmente com o emprego e consequentemente com a contenção da fuga de gente para outras regiões do país e estrangeiro, ou atrair pessoas para a região. Para ambicionarmos algo do género , precisamos de uma estratégia conjunta e encontrar-se um critério que defina a localização mais adequada, independente-

mente do concelho. As características do território do Douro Sul, o facto de termos um aeroporto de referência, um porto de grande capacidade, ferrovia a caminho da Europa bem perto, e rede viária razoavelmente organizada, permitirá demonstrar as vantagens de instalar nesta região investimento de relevo. Já se estão a perguntar a que Aeroporto me refiro, mas claramente todos sabemos a resposta. O Aeroporto Francisco Sá Carneiro está a cerca de hora e meia, e, como as distâncias se medem em tempo, o aeroporto fica já ali. A diferenciação pelas intangíbilidades notáveis e notórias, as características climáticas e geo-

gráficas, a monumentalidade, a gastronomia e os contextos humanos em geral, serão, havendo uma estratégia conjunta adequada e objetivada, grandes argumentos. Há, por tudo isto, e a par do excelente trabalho já realizado pelos Municípios e Instituições, a necessidade de fixarmos um objetivo claro de atrairmos investimento relevante e impactante para o Douro Sul. Agir é a solução e partirmos, a uma só voz, para o mundo à procura desse investimento. Se acharmos que é difícil, então nunca acontecerá! Douro Sul - a cidade que se impõem, tem futuro!

Visão mais clara – Lentes Oftálmicas com tratamento anti-reflexo

Vasco Forjaz Optometrista (Ótica Oliveiras Multiopticas Lamego, Peso da Régua, S. João da Pesqueira e Albergaria a Velha)

na condução em estradas molhadas, no escuro mas, também, na interação pessoal pois vê-se os reflexos da própria face refletida nas lentes ou mesmo nas lentes de com quem se fala. A perceçãovisual é imperturbada, os óculos são mais atraentes com o tratamento anti-reflexo para além de melhorar a nitidez. A qualidadede um tratamento anti-reflexo é conseguida por vários fatores: O primeiro é o númerode camadas, diretamente proporcional à capacidade dediminuir o reflexo. O segundo são os cuidados naprodução, para garantir durabilidade ao tratamento.O número de camadas revela a eficiência dotratamento. Portanto, um anti-reflexo de cincocamadas será melhor do que um de três, assim comoum de sete será melhor do que um de cinco e um denove melhor do que um de sete. É difícil determinarprecisamente o número exato de camadas de anti-reflexo, porém, é possível, ao confrontardois tratamentos, descobrir o que tem maior númerode camadas, ou seja, o que é mais eficiente na reduçãodos reflexos. Observando ambos sob uma lâmpadae determinar aquele que reflete mais luz – este é o querecebeu um número menor de cama-

das. Os fabricantes líderes mundiais todos eles trabalham os tratamentos anti reflexo para um melhor rendimento visual quando em trabalho visual com écrans, assim investigam sobre a melhor tonalidade que reduza a fadiga, existindo já evidências que o azul é a melhor tonalidade para lentes oftálmicas. Um estudo recente provou que o tratamento nas lentes oftálmicas com coloração podem atuar sobre as cefaleias. A publicação desse trabalho descreve que a normalativação cortical por imagens de determinadas frequências espaciais sugere uma base neurológica para um efeito terapêutico destas lentes em reduzir enxaque-

cas por hiperactivação visuo cortical. Outro tratamento nas lentes oftálmicas é o das lentes polarizadas em que também por deposição de materiais sobre a lente se consegue que a luz incidente dispersa não atravesse a lente, apenas alcançando o globo ocular a que vem com a orientação correta da fonte luminosa que aproduziu. A retina recebe a luz com a orientação e intensidade ideais para uma visão perfeita e rica em contraste. Para um melhor esclarecimento poderá sempre vir a uma das nossas ópticas (MultiOpticas-Óptica Oliveiras), onde teremos todo o gosto em demonstrar as vantagens dos tratamentos. FOTO: DR

O que é o Anti-Reflexo? É um tratamento ao qual as lentes oftálmicas sãosubmetidas para eliminar reflexos indesejáveis,trazendo vantagens não apenas estéticas para osusuários de óculos, mas ganhos para a visão, pois o tratamento aumenta o contraste do que se vê. Alémdisso, ainda tem os benefícios da camadahidrofóbica. O anti-reflexo pode ser utilizado emtodos os tipos de lentes: mineral, orgânica, altoíndice, policarbonato e fotossensíveis. Um benefício importante do tratamento anti-reflexo é a camada que repeleágua, a hidrofóbica, e que é aplicada por último. Seuobjetivo é repelir a água e facilitar a limpeza das lentesque origina que as lentes anti-reflexo nãoretenhampingos de água, propiciando conforto em dias chuvosos,além de tornar impercetível o embaçamento. O anti-reflexo é uma camada óptica formada por camadasmuito finas, cada uma com espessura à volta de 80 nanômetros, cujaunidade equivale à milionésima parte do milímetro. As lentes que não dispõem de revestimento anti-reflexo têm uma desvantagem pois produzem reflexos visíveis de luz que podem causar problemas visuais. Estes reflexos de luz são particularmente problemáticos


VIVADOURO JUNHO 2017 31

Lazer RECEITA CULINÁRIA VIVADOURO

Sudoku VivaDouro

Piada de bolso: Um homem pergunta a um taxista:

Escola de Hotelaria e turismo do Douro - Lamego

- Quanto me leva daqui à estação de comboios?

LOMBO AO VINHO E ALHO

- 5 euros!!

1 kg de lombo de porco 2 copos de vinho branco 3 laranjas 1 folha de louro 3 dentes de alho 2 cravos da índia 2 colheres (sopa) de manteiga Sal, pimenta, manjerona, alecrim, segurelha e tomilho à gosto

- E as malas? - As malas vão de graça, diz o taxista. - Então leve-me as malas que eu vou lá ter.

- Lelo Libras

Preparação: Cortar a carne em cubos e colocar a marinar com vinho, sal, pimenta, cravos, ervas e alho. Deixar de molho durante 24 horas em recipiente fechado dentro da geladeira. No dia seguinte retirar a carne da marinada e dourar na manteiga, acrescentando depois o caldo da marinada. Cozinhar em fogo brando até o líquido secar. Depois de cozida, servir a carne rodeada de fatias finas de laranja.durante 30 a 40 min a 200º. Sirva com uma batata assada e legumes salteados

Desafio VivaDouro

solução

solução:46


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