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volume II, Março de 1989, fi cha

Santa Marta de Penaguião Oferta de alojamento cresceu em ano de pandemia

Ao longo do período pandémico, o setor do turismo foi dos mais afetados. Confinamentos, proibição de circulação entre concelhos e o receio das pessoas foram razões para um largo número de cancelamentos de reservas.

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Contudo, de acordo com diversos especialistas, o setor do turismo pode também ser dos mais rápidos a recuperar. Em regiões como o Douro existe ainda espaço para o crescimento da oferta e em Santa Marta de Penaguião este período tem registado esse aumento, tendo o concelho neste momento uma capacidade de 170 dormidas, na sua maioria em pequenas unidade de alojamento local e turismo rural. Numa viagem pelo concelho o VivaDouro foi conhecer dois exemplos de quintas que iniciaram recentemente a sua atividade, o Casal dos Capelinhos e a Casa do Salgueiral. Pedro Pinto é o responsável pela quinta Casal dos Capelinhos. A propriedade está na família há vários anos apenas dedicada ao negócio de vinho, com uma produção a rondar o milhão e meio de litros de vinho, que vende a granel. Com o passar dos anos a visão foi mudando e Pedro decidiu apostar num projeto de enoturismo, criando uma marca própria de vinhos e uma unidade de alojamento com sete quartos. “Na casa dos caseiros não havia ninguém há 12 anos, nas adegas não se fazia vinho há 20 anos… Tudo isto a degradar-se debaixo dos nossos olhos metia-nos confusão. Como gostamos de receber pessoas decidimos abraçar este projeto na área do turismo, que vai muito para lá do simples alojamento. Decidimos criar um projeto de enoturismo onde tudo estivesse interligado. Criamos a nossa marca de vinho, apesar de sermos produtores de grandes quantidades de vinho, sempre o fizemos para venda a granel, por exemplo. É um projeto envolvente, em que as pessoas ficam a conhecer quem somos, a nossa história, o que é o Douro”. Pedro conta-nos ainda que após a decisão tomada houve ainda um longo caminho a percorrer entre licenciamentos e obras, tempos que prefere deixar no passado com algum humor. “Depois foi todo um longo caminho de papeis de um lado para o outro, obras e empreiteiros… tema que me recuso falar para não entrar no vernáculo (risos). O projeto do Casal dos Capelinhos, “é um projeto relativamente pequeno, são apenas sete quartos, o que lhe confere alguma exclusividade”, pensado para “responder a uma lacuna que havia no mercado, neste concelho, que foi identificada durante o período de estudo, um espaço de enoturismo com alojamento incluído, algo diferenciado”. “Fomos trabalhando as coisas com calma, marcamos presença em diferentes plataformas de reservas de alojamento e as coisas estavam a acontecer no seu tempo até que levamos aquele “soco no estômago” em março, com o Covid, que nos obriga a fechar as portas. O primeiro impacto é negativo, o investimento é grande, há fundos envolvidos no projeto, portanto surge sempre aquela velha questão, e agora? Tínhamos a parte da viticultura, que essa não parou, era onde íamos mantendo a nossa atenção, sempre a tentar perceber o que poderíamos fazer. No final de maio chegou o desconfinamento e, se o Covid foi um “soco no estômago”, esta nova fase deu-nos uma oportunidade brutal, especialmente com o mercado nacional. Os portugueses começaram a olhar para o Douro, e aí estava, o Casal dos Capelinhos no Douro. No ano passado, em agosto, conseguimos uma taxa de ocupação de 94.8%, eu considero isto como muito positivo, nem nos meus melhores sonhos pensei conseguir uma taxa destas tão cedo”. Para Pedro Pinto, a pandemia pode também ser um período “de oportunidades”. “As alterações que a pandemia provocou permitiram-nos também afinar alguns procedimentos e formas de trabalhar. Por exemplo, não estava no plano inicial servir refeições mas foi uma alteração que a certa altura fez sentido. As pessoas vinham mas não queriam sair para ir a um restaurante, estamos a falar de maio, junho, de 2020, ainda havia muito receio e as pessoas evitavam as idas a certos locais”. “A partir de outubro de 2020 a afluência voltou a cair, pela lógica do turismo mas também muito pelas restrições que existiam na altura, como a situação de não se poder passar entre concelhos. A nossa propriedade fica exatamente na fronteira entre os concelhos de Peso da Régua e Santa Marta de Penaguião, era frequente termos a presença das autoridades à nossa porta e por essa razão tínhamos também o cuidado de avisar que poderiam ser incomodados ao chegar ao seu destino…”

Do jornalismo ao turismo

Mais próximo do coração da vila de Santa Marta de Penaguião, uma outra unidade abriu portas recentemente, a Casa do Salgueiral. Com capacidade para albergar 18 pessoas, esta unidade tem três quartos e quatro apartamentos, dois T0 e dois T2.Nos quatroapartamentos, os hóspedes gozam de total independência, podendo confecionar as suas refeições, uma vez que as cozinhas estão equipadas. Na propriedade existe também uma capela dedicada a Nossa Senhora da Piedade, junta da qual o cliente pode disfrutar de um pequeno jardim e da piscina, que foi construída num socalco de vinha, com um amplo horizonte sobre Santa Marta de Penaguião e os vinhedos em redor. Os antigos lagares deram lugar a uma sala de convívio, com jogos e televisão. “Temos uma ligação com a casa que se estende por muitas gerações, em miúdo nas férias escolares vinha sempre para aqui. Mais tarde acabei por herdá-la e nessa altura tínhamos duas opções, ou a recuperávamos ou nos desfazíamos dela, o que seria um corte muito grande. Ficando com a casa, e como hoje ter apenas as vinhas não é rentável, tínhamos que fazer algo. Este era também um sonho com alguns anos, termos este espaço para podermos viver mas também receber pessoas. No fundo o percurso de muitas destas quintas”, conta-nos José Leite Pereira, o proprietário. Homem ligado à comunicação, foi, entre outros, diretor do Jornal de Notícias durante duas décadas, José Leite Pereira, abraça agora este projeto com a mulher, Helena Mendonça, também uma mulher da comunicação com décadas de experiência profissional no jornalismo e no ensino. “Com a reforma a vida profissional muda e esta é uma ocupação que surge um pouco nesse sentido, se tivéssemos 30 anos era uma decisão mais difícil. Não viemos para aqui apenas para descansar porque ainda estamos ativos, isso é algo que esta atividade nos permite”. Os primeiros tempos têm sido conturbados, confessa o casal que foi surpreendido a meio das obras de recuperação da casa com a pandemia. Os prazos acabaram por ser todos alterados e a abertura aconteceu só este ano. “Quando começamos o projeto não havia pandemia, ela surgiu a meio das obras e logo aí levamos o primeiro choque que foi parar tudo e diversos atrasos por falta de material. Hoje em dia quem tem um negócio vive uma vida em sobressalto, nunca sabe o dia de amanhã, nunca sabemos o que vai acontecer e para o turismo isso é muito mau. Felizmente estruturamos este projeto de forma a podermos estar algum tempo sem receber ninguém. Apesar de tudo, também vemos que a pandemia acabou por ser favorável a este tipo de turismo, em que as pessoas estão mais isoladas e se sentem mais seguras”. A perspetiva de José e Helena é positiva, as mudanças provocadas pela pandemia podem trazer um novo tipo de cliente que se enquadra no seu projeto. “Há cada vez mais nómadas digitais, pessoas que gostam de ficar num espaço tranquilo durante um período de um mês ou mais, trabalhando no desenvolvimento de projetos e estudos, é um mercado muito interessante, em crescimento, e que se enquadra no nosso conceito. Para nós este primeiro ano é para adquirir experiência, por um lado é bom para nós que as coisas avancem com alguma calma para depois nos prepararmos para a avalanche que esperamos. Até agora os primeiros dias têm corrido muito bem, as pessoas têm elogiado muito quer o espaço, quer o serviço. Depois também estamos muito próximos de tudo, tranquilamente a partir daqui qualquer pessoa vai dar um passei fantás-

> Luís Machado, Presidente da Câmara Municipal de Santa Marta de Penaguião

tico”.

Privado e público no desenvolvimento

O crescimento da oferta em alojamento no concelho de Santa Marta de Penaguião é visto, pelo seu autarca, Luís Machado, com satisfação. “Desde que tomamos posse pela primeira vez que sempre defendemos que era necessário promover turisticamente o nosso território, desde logo porque temos uma excelente localização, próximo de Vila Real, Régua e das principais vias de acesso da região, é muito fácil chegar a Santa Marta de Penaguião. Registamos com satisfação que em Santa Marta de Penaguião há uma concertação de esforços para que este projeto tão abrangente seja um sucesso, tornando-se sustentável não só para quem cá investe mas também para quem vive cá”. O autarca afirma que a aposta numa oferta diferenciada, suportada em pequenos projetos de alojamento local, produtos únicos e a N2, “tornou o concelho atrativo”. “Notamos claramente o aumento do número de quintas com alojamento e num patamar de excelência já bastante elevado. Temos também o hotel que faz um equilíbrio entre a oferta e a procura, permitindo dar resposta a outro tipo de turismo, mais de grupos. A N2 tem também um impacto muito forte, no ano passado ultrapassamos os 75 mil visitantes na estrada e este ano o movimento é constante. Hoje a marca Santa Marta de Penaguião é conhecida em todo o mundo. Temos também a felicidade de os particulares confiarem em nós para investirem aqui, até porque acreditam que seremos cada vez mais atrativos”. Luís Machado não esquece ainda os projetos que estão neste momento em desenvolvimento e que irão aumentar a oferta turística do concelho, “o miradouro Douro Vivo, o espaço Origem Douro e o Ligação de História”. De acordo com o autarca, o futuro passa agora pela serra do Marão, “a responsável pela existência do Douro, e que ainda não está explorada, quer a nível de agricultura, quer a nível de atração turística”. ■

“Encontrei o amor onde menos esperava” novo livro de Fátima Lopes apresentado em Carrazeda de Ansiães Tua, Douro e EN2 piscam olho aos brasileiros

Os Vales do Douro e Tua e a Estrada Nacional 2 (EN2), uniram-se numa ação turística focada no mercado brasileiro, o terceiro mais importante da região. A iniciativa surgiu da Associação dos Empresários Turísticos do Douro e Trás-os-Montes (AETUR) e pretende promover o Douro e Tua através de uma das vozes mais conhecidas dos brasileiros, Fafá de Belém. Entre sexta-feira e sábado, 13 e 14 de agosto, a cantora percorreu os pontos mais emblemáticos do território. Percorreu o rio Douro num barco rabelo, visitou Miradouros do Vale do Tua, esteve no Centro Interpretativo do Vale do Tua (CIVT), Casa dos Cantoneiros e passou pelas Fisgas de Ermelo no Parque Natural do Alvão. ■

O jardim da Biblioteca Municipal de Carrazeda de Ansiães foi ontem, 12 de agosto, palco da apresentação do novo livro de Fátima Lopes. Um romance fresco e leve numa viagem de autoconhecimento e de motivação, com o Alentejo como pano de fundo. A apresentação contou com a presença da escritora, do Presidente da Câmara Municipal de Carrazeda de Ansiães, João Gonçalves, e de Luís Baião da Zen Family. No evento houve ainda um momento musical, protagonizado pelas alunas da Academia Municipal de Música e também sessão de autógrafos. ■

Sernancelhe

ESPERANÇA levou a arte às ruas de Sernancelhe

O Município de Sernancelhe organizou, de 23 de julho a 23 de agosto, a 2ª edição da Exposição Coletiva ESPERANÇA, no Centro Histórico e na Avenida das Tílias.

À semelhança do ano passado, e devido à prudência que a Covid-19 continua a exigir, a Câmara manteve em suspenso o SER+Cultura e apostou numa versão mais expositiva, de ar livre e de visitação autónoma, ainda que não tenha descurado a aposta na valorização do património, na cultura, na arte e na criatividade dos escultores do concelho e da região. O VivaDouro esteve à conversa com o vereador Armando Mateus que nos fez um balanço deste evento.

Qual o balanço final da “Esperança” deste ano?

O “Esperança” voltou a revelar-se um evento com bastante adesão. Este verão recebemos a visita de muitos dos nossos emigrantes, o que fez com que o próprio evento tivesse também muitos visitantes e muitos interessados. Associado a isso também há uma tendência que vamos verificando que é o facto de o interior ser cada vez mais um destino selecionado para férias pelos próprios portugueses. Continuamos a ver um crescendo de população que procura esta região e que aproveita para ver todas as ofertas, sejam elas o património edificado ou eventos como é o caso do “Esperança”. O novo Espaço da Castanha e do Castanheiro foi o ponto alto do evento porque para além de poderem visitar as exposições que aconteceram neste espaço, os visitantes podiam também ver outros conteúdos e provar os produtos à base de castanha, nomeadamente o Pastel de Castanha e a cerveja de castanha que foram um sucesso.

Este evento acontece pelo segundo ano consecutivo, substituindo o Ser+Cultura em tempos de pandemia. Era importante para o município manter uma oferta cultural rica?

Nós já tínhamos tomado a decisão de que este ano o Ser+Cultura, dentro obviamente das obrigações exi-

> Armando Mateus, Vereador da Cultura do Município de Sernancelhe

gidas pela DGS, seria organizado, e estava já definido um plano de contingência com testes para todos aqueles que nele participassem. Devido à situação pandémica nacional fomos obrigados a recuar e não avançamos com essa organização mas não poderíamos deixar este espaço temporal sem uma manifestação cultural, como tal decidimos organizar novamente o “Esperança”. Este formato começou como uma alternativa ao Ser+Cultura, contudo, o sucesso conseguido leva-nos a querer organizá-lo novamente nos próximos anos. É um conceito que o público aceita muito bem até porque pode fazer a visitação de forma autónoma, indo um pouco à aventura.

A aposta na cultura, num município do interior, é mais pensada para a sua população ou para a atração de visitantes?

A posição de estarmos reduzidos ao nosso espaço territorial já não existe. A CIM Douro hoje, está mais que demonstrado, é uma região unida, de valor, que trabalha vários projetos de uma forma mais global, pensando sempre como um território e não como uma localidade. A Terra da Castanha já se assumiu como um espaço territorial, todos os grandes eventos que realiza como a Festa da Castanha ou o Festival das Sopas, são todos pensados para toda uma região e uma área geograficamente alargada. Só pensando em eventos a uma escala maior é que conseguimos ser mais atrativos e cativar mais público, no entanto, esses eventos devem também ser pensados para estarem em harmonia com outro tipo de oferta que temos na região como o nosso património edificado, por exemplo.

Começando a viagem por esta “Esperança” no Posto Interativo de Turismo, que obras destacaria na edição deste ano?

Eu não quero destacar um escultor ou um fotógrafo ou qualquer outro artista em particular. Este ano, face também à experiência conseguida no ano passado, tivemos mais tempo para debater com todos os intervenientes o tema, tendências e trabalhos a serem realizados. Isso fez com que a exposição ganhasse em diversidade. Continuamos com o tema geral do pós-pandemia, o que existe como esperança para a cultura e para a arte após esta fase, estando agora num momento mais tranquilo. Uma coisa que gostava de destacar relativamente ao “Esperança” deste ano é a existência de várias exposições não só coletivas na área de espaço, mas onde vários artistas trabalharam a mesma peça. Destaco por exemplo alguns trabalhos de escultura que depois foram grafitados para ganhar um colorido diferente, bem como alguma profundidade. Foi uma exposição mais interativa entre os próprios artistas, resultando em mais diversidade e mais cor, com uma mensagem mais forte a ser transmitida ao público.

Encerrado este certame e com a situação da pandemia a melhorar, Sernancelhe prepara já outros eventos até ao final deste ano?

Sernancelhe prepara-se para realizar o seu grande evento que é a Festa da Castanha, no final de outubro. Vamos entrar numa fase de eleições e este é uma daqueles projetos que está pensado e será executado seja pelo atual executivo ou por qualquer outro. Obviamente que a linha de horizonte este ano é a Festa da Castanha e é a ela que nos iremos dedicar, avaliando as novas indicações das entidades de saúde. Será ainda um evento com algumas limitações mas que já irá permitir a visitação do público que é comum vir a este certame. ■

São João da Pesqueira

Estratégia local de habitação em S. João da Pesqueira

Foi aprovada pela Câmara Municipal a Estratégia Local de Habitação para o nosso concelho de São João da Pesqueira! Trata-se de um programa que envolve a edificação e reabilitação de imóveis habitacionais nos próximos 4 anos, visando a resolução do problema habitacional a pelo menos 65 agregados familiares (cerca de 110 pessoas). O programa tem um orçamento de € 2.350.000,00 (dois milhões e trezentos e cinquenta mil euros), apoiado a fundo perdido em cerca de 50% pelo Instituto da Habitação e Reabilitação Urbana(IHRU), sendo o restante complementado pelo município! ■

Protocolo de colaboração entre o município e o Grupo Desportivo de S. João da Pesqueira

O Municipio de S. João da Pesqueira reconhecendo a importância da atividade física e desportiva e procurando fomentar e incentivar a sua prática regular, assinou hoje com o GDP - Grupo Desportivo de S. João da Pesqueira protocolo de apoio financeiro. Com os apoios estabelecidos no presente protocolo, a instituição ficará assim mais capacitada financeiramente para o cumprimento do seu papel fundamental.■

Apoios à comunidade educativa Vales escolares, prémios de mérito e bolsas de estudo

Como habitualmente o Município abre nesta altura do ano concurso para candidaturas a Prémios de Mérito e Bolsas de Estudo aos (às) alunos (as) do concelho. Destaca-se para os (as) alunos (as) do Ensino Superior Público a disponibilização de vinte Bolsas de Estudo de Apoio Social e cinco Bolsas de Estudo por Mérito no valor total da propina do curso frequentado. Estão também a serem ultimados Vales Escolares de 30,00€ e 60,00€ para todos os (as) alunos (as) desde o Ensino Pré-Escolar até ao 12.º ano de Escolaridade para auxílio económico das famílias no início do ano letivo 2021/2022 que em breve se inicia. Para os (as) alunos (as) que concluem o Ensino Secundário com a média mais elevada existe também um Prémio de Mérito no valor de 500,00€ e este ano pela primeira vez será disponibilizado também um Prémio de Mérito de conclusão do Ensino Secundário aos (as) alunos (as) que por questões de currículo realizaram ou concluíram o Ensino Secundário numa escola fora do concelho.■

Destaque

Portugueses mais presentes no Douro

Texto e Fotos: Carlos Almeida

De acordo com números recentes do Turismo do Porto e Norte, a região lidera o ranking nacional em termos de hóspedes e isso é notório a quem circula pelo Douro. Olhando com mais atenção já não encontramos tanta diversidade de línguas como em outros tempos mas um domínio do português.

Para lá de uma perceção, esta é a realidade com que os diferentes operadores do setor vão vivendo, um crescimento do turismo nacional, provocado pela pandemia, mas que se pretende manter nos próximos anos. Vítor Monteiro é proprietário de um espaço que junta a restauração, com serviço de tapas, e uma garrafeira, próximo da estação de comboios de Peso da Régua. À nossa reportagem confirma a existência de um maior número de turistas nacionais, um movimento que se iniciou no ano passado devido aos condicionalismos de viagens, mas que este ano se mantém. Apesar disso, o empresário afirma que nem tudo é positivo, comparativamente o poder de compra do turista nacional é inferior ao estrangeiro. “Estamos a trabalhar muito com turismo nacional, sobretudo pessoas de Lisboa por aquilo que conseguimos perceber. Em relação ao ano passado já se nota que vão aparecendo turistas estrangeiros, mesmo assim é ainda muito pouco comparativamente ao que estávamos habituados antes da pandemia. O que nos tem valido é o turismo nacional que, muito dele, descobriu o Douro no ano passado e ficaram surpreendidos com a beleza da região e estão a regressar este ano. O que nos dizem é que ainda há algum receio de irem para fora, preferem fazer as suas férias em Portugal. Nota-se muito a diferença económica. Se olharmos ao número de pessoas, no ano passado e este ano estamos a receber muita gente, contudo se a comparação for feita pelo valor que aqui deixam, é mais baixo relativamente ao cliente estrangeiro que tem outro poder económico. Um turista português é capaz de comprar uma garrafa de vinho pelos 15€, enquanto o americano, por exemplo, se gosta do vinho não se importa de dar 50€ pela garrafa. Com a situação da pandemia também se nota que o turista nacional tem mais cuidado em gastar dinheiro. É a realidade atual e nós tivemos que nos adaptar a ela”. O mesmo cenário é descrito por Pedro Pinto, se em 2020 os “clientes foram exclusivamente portugueses”, este ano já vão aparecendo alguns estrangeiros, contudo o mercado nacional está ainda muito forte. “Já começam a aparecer alguns estrangeiros mas há muitos condicionamentos, por exemplo, nós estávamos a trabalhar bem com o mercado alemão mas a decisão da Merkel em relação a Portugal acabou por nos afetar com uma série de cancelamentos”.

Certificados e testes, solução desagradável

As recentes imposições das autoridades e saúde relativamente ao acesso a certos locais muito utilizados por turistas, em especial na restauração e hotelaria, tem tido efeitos contraditórios. Se por um lado transmite uma maior segurança a quem presta e usufrui um serviço, por outro pode tornar-se excessivo o número de vezes que é necessários recorrer ao certifi-

Destaque

cado ou testes. “Se uma pessoa vem de fim de semana e por alguma razão ainda não tem o certificado de vacinação então, tem duas hipóteses, ou paga para fazer um daqueles testes que dá para 48 horas ou vai ter que fazer teste para entrar no hotel e em cada restaurante que vá fazer uma refeição. É demasiado e as pessoas queixam-se”, conta-nos Vítor Monteiro que afirma ainda que alguns clientes “já chegaram mesmo a ir embora porque não havia lugar na esplanada e não quiserem estar a fazer mais testes”. Contudo, como afirma Pedro Pinto, proprietário de uma unidade hoteleira, “com este sistema as pessoas acabam por sentir-se mais em segurança. Pode ser difícil aceitar numa primeira fase mas olhando aos resultados eu penso que acaba por ser bastante positivo”.

Atividades registam boa procura

No Pinhão, uma das atividades mais procuradas pelos turistas são os passeios em barco rabelo. Curtas viagens que podem demorar uma a duas horas onde o turista pode apreciar a paisagem a partir do rio. António Ramos é proprietário de uma dessas empresas de passeios turísticos. Atualmente tem uma frota de cinco embarcações e afirma nunca ter visto um ano como este. “O verão começou mal, mas gradualmente foi melhorando até chegarmos ao eterno mês de agosto, onde há gente onde não há ninguém (risos). Desde que me lembro este é o mês de agosto com mais gente aqui no Pinhão”, afirma o empresário, sublinhando que é também “notório o crescimento de turistas portugueses”, mas não só. António Ramos regista ainda um crescimento do número de emigrantes, “no ano passado não puderam vir, este ano vêm em força”. Isa Gonçalves é guia turística e chega com um grupo de turistas para um passeio enquanto entrevistamos António Ramos. “A empresa para a qual trabalho está focada no mercado internacional, é mais o cliente do tipo de serviço que prestamos, contudo passo muito tempo aqui e nota-se claramente que há cada vez mais turistas portugueses”, afirma. Na Régua, Manuel Romarigo dedica-se a atividades mais radicais, passeios de caiaque, sup, boias aquáticas, entre muitas outras. A trabalhar neste ramo há uma década, Manuel Romarigo também confirma a mudança de perfil do turista na região. “No ano passado acabamos por receber mais portugueses do que este ano, o tempo incerto que tem estado também não ajuda muito, com muito vento, acabou por levar a que cancelassem as atividades. Nota-se uma maior afluência na restauração, aí sim, têm tido sempre casa cheia o que é muito positivo para eles. Há um crescimento claro de turistas nacionais na região, especialmente vindos do sul que vêm descobrir o Douro”. Para Manuel Romarigo este fator não causa grande estranheza, “se eu que sou de cá todos os dias me encanto com esta paisagem, quem vem de fora só pode ficar completamente apaixonado”. O empresário conta ainda que, do contacto que vai tendo com os clientes, “nem todos vêm para o Douro apenas por ser mais seguro por causa do Covid, muitos já queriam conhecer a região há algum tempo mas agora surgiu a oportunidade”.

Regresso a casa

Para os emigrantes, agosto sempre foi um mês do regresso às origens, contudo, em 2020 tal não foi possível e foi-lhes pedido que não regressassem. Pedro Teixeira foi um desses emigrantes, reguense de nascimento tem passado os últimos anos em Bruxelas, cidade a partir de onde falou com o nosso jornal, sublinhando a dureza da decisão em não vir a Portugal. Em 2021 a história não se repete e Pedro está de regresso à região que o viu nascer, junto da família e dos amigos que daqui nunca saíram, algo que afirma, o fez “renascer”. “Este ano, para mim regressar a Portugal, foi honestamente renascer. Voltar ao local onde nasci e cresci era tudo aquilo que necessitava durante estes tão longos dois anos de ausência. Simplesmente poder chegar a casa,

Destaque

> Isa - guia turística

> Pedro Teixeira

> Vitor Monteiro

sentir o cheiro de casa, receber o abraço da minha progenitora, olhar para o horizonte e perceber que finalmente é real. Sim, é real , e é a única sensação que agora importa. Regressar a casa, é muito honestamente o euromilhões, que tantos comuns cidadãos sonham ganhar. Para mim este é o meu. Hoje, sinto-me um milionário, um felizardo. Estar com os meus de novo, é inexplicável”. Para Pedro Teixeira o regresso a Portugal é sempre um momento único, “é sentir outra vez o orgulho da pátria, o orgulho do dever cumprido após muitas lutas e sem dúvida de sacrifícios, para que esta viagem possa finalmente chegar. Estar aqui, é certamente o que todos desejavam há meses. Estar de volta ao pé dos nossos, é a sensação de estar mos de novo vivos”. ■

Cátia Morais e Duarte Pina – casal turista Porto

“O Douro surge nas nossas opções por ser um dos Patrimónios da Humanidade que temos em Portugal. Temos também ideia de ser uma zona mais tranquila em termos de turismo com a possibilidade de encontrarmos um turismo rural onde conseguimos ter menos contacto com outras pessoas nesta fase que estamos a atravessar. A viagem tem correspondido perfeitamente, mesmo em termos de clima com este calor mais duro do interior, nada que não se resolva com uma piscina ou uma visita a uma praia fluvial”. João Serra & Maria José Canelas – casal turista (Lisboa)

O rio Douro, e a natureza que aqui existe são sempre fatores apelativos. Não podemos dizer que tenhamos vindo para aqui por causa do Covid. No ano passado já tínhamos estado aqui pelo Douro, como gostamos imenso e fomos muito bem recebidos este ano decidimos regressar para descobrir um pouco mais sobre a região.

Ricardo Afonso e Andreia Pereira – casal turista Guimarães

“Está a ser uma visita fantástica. Passamos aqui pelo Douro em viagem para Bragança, aproveitamos o bom tempo para fazer este desvio. É uma zona muito bonita, já tínhamos passado por aqui em outras ocasiões mas desta vez decidimos fazer uma paragem e explorar um pouco. Apesar da época do ano é uma zona onde não temos encontrado muita gente, sentimo-nos perfeitamente seguros mesmo tendo uma criança como é o nosso caso, e nota-se que as pessoas têm cuidado, vê-se muita gente a usar máscara o que é sempre positivo”.

Sabrosa

Lançamento da primeira pedra do “Mercado dos Produtos Durienses” aconteceu com presença da Ministra da Coesão Territorial

A Cerimónia de lançamento da primeira pedra do futuro Mercado dos Produtos Durienses em Sabrosa contou com a presença da ministra da Coesão Territorial, Ana Abrunhosa. O evento decorreu em Paços, no edifício da antiga Escola Primária, futuro Centro de Apoio ao Pedestrianismo, e no local de construção deste pavilhão multidisciplinar. No momento, o presidente da Câmara Municipal de Sabrosa, Domingos Carvas, agradeceu a presença e todo o trabalho que tem vindo a ser realizado pela ministra da coesão territorial no território duriense e na concretização de projetos como este, afirmando também que este é um projeto “há muito ambicionado e necessário no território sabrosense, que, com esta infraestrutura, se verá dotado de um espaço condigno para a realização de eventos de várias índoles e que servirá para a promoção do nosso território e dos nossos produtos”. No mesmo sentido foi o discurso da ministra Ana Abrunhosa, que relevou a importância da concretização destes projetos e do trabalho que tem vindo a ser desenvolvido localmente. A construção do “Mercado dos Produtos do Douro” permitirá a realização de eventos de promoção do território, dos seus produtos e de eventos de índole cultural e desportiva. Será um espaço vocacionado para a realização de um Mercado regular de produtos Durienses, abrangendo ainda atividades promocionais, como feiras temáticas, organização de colóquios e/ou eventos que, com estas atividades estejam relacionados, em articulação estreita com todos os agentes e entidades que operam quer no seu concelho, quer em concelhos adjacentes. Localizado no “antigo campo de futebol de Paços”, junto a uma das entradas da vila de Sabrosa e da Zona Industrial, este pavilhão terá uma área total, aproximada, de 1100 metros quadrados, e será dotado de todas as condições infraestruturais necessárias à boa realização de eventos diversos. Para além do seu caráter multidisciplinar e multiusos, foi ainda considerado dotar este equipamento de uma valência adequada à prática desportiva, permitindo a prática de todas as modalidades desportivas de pavilhão (de interior). Prevê-se uma capacidade na zona de bancada para 200 espectadores sentados. Este Projeto tem um investimento total de 1.489.659,22 Euros e a conclusão desta obra está prevista para o verão de 2022. ■

Assinado Protocolo para funcionamento da 2.ª EIP dos Bombeiros Voluntários de Provesende

Foi assinado no passado dia 8 de agosto, o Protocolo que permitirá a criação e regulamentação das condições de contratação e funcionamento da segunda Equipa de Intervenção Permanente - EIP dos Bombeiros Voluntários de Provesende. A cerimónia aconteceu no Quartel dos Bombeiros e contou com a presença do Presidente da Câmara Municipal de Sabrosa, Domingos Carvas, do Presidente da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Provesende, Manuel Peixoto dos Santos, do restante Executivo municipal, do comando e de vários elementos daquele corpo de bombeiros. Na ocasião o Presidente da Câmara Municipal destacou a importância da existência destas equipas, “com operacionais preparados e capazes de atuar em diversas situações, destacando-se as questões relacionadas com as áreas da saúde e da proteção civil”. Destacou ainda o facto dos Bombeiros Voluntários de Provesende passarem a dispor de duas EIP, sendo isso “motivo de orgulho e reconhecimento pelo papel mobilizador que, em circunstâncias difíceis, se tem vindo a verificar na Corporação.” Por outro lado, o Presidente da Direção da AHBVP agradeceu todo o empenho do executivo municipal para a concretização com sucesso deste processo, salientando o apoio que a Associação sempre teve por parte da Câmara Municipal, fazendo votos para que a equipa esteja o mais breve possível operacional no terreno. As EIP são compostas por cinco elementos e visam assegurar, em permanência, o socorro às populações, designadamente no combate a incêndios; socorro às populações em caso de incêndios, inundações, desabamentos, abalroamentos e em todos os acidentes ou catástrofes; socorro a náufragos; socorro complementar, em segunda intervenção, desencarceramento ou apoio a sinistrados no âmbito da urgência pré-hospitalar, não podendo substituir-se aos acordos com a autoridade nacional de emergência médica; minimização de riscos em situações de previsão ou ocorrência de acidente grave; colaboração em outras atividades de proteção civil, no âmbito do exercício das funções específicas que são cometidas aos corpos de bombeiros. ■

Novo Centro de Proteção Civil recebe luz verde

O Aeródromo Municipal de Vila Real recebeu, no passado dia 16 de Agosto, a cerimónia de assinatura da consignação da obra para a criação do novo Centro de Proteção Civil de Vila Real, num projeto resultante de uma parceria entre a autarquia e o Ministério da Administração Interna.

Esta tão necessária intervenção recebe assim luz verde para arrancar, propondo-se a melhorar as instalações do Aeródromo Municipal de Vila Real, há tanto votado ao abandono. O projeto promoverá variadíssimas alterações na infraestrutura, criando condições de alojamento condigno para elementos dos GIPS da GNR ali instalados, melhorando as condições de acolhimento de visitantes e passageiros, concebendo ainda um espaço destinado ao Comando Distrital de Operações de Socorro (CDOS) de Vila Real e ao Comando Regional Norte da ANEPC. Depois do primeiro concurso ficar deserto e de atrasos causados pelas alterações na lei orgânica da proteção civil, inicia-se assim a empreitada que terá o valor total de cerca de 3 milhões de euros, dos quais 1,5 milhões de euros serão provenientes de fundos comunitários, 385 mil euros investidos pelo Ministério da Administração Interna e cerca de 1 milhão de euros suportados pela autarquia, entre arranjos exteriores e reparação da pista de aterragem. O prazo estimado para a conclusão dos trabalhos é de 560 dias. O concelho de Vila Real, situado geograficamente no centro da região Norte e que pela sua importância lidera o desenvolvimento de toda a região do Douro, procura assim valorizar o seu Aeródromo Municipal que, possuindo há vários anos ligações aéreas regionais e também operações aéreas de proteção civil, tem uma infraestrutura aeronáutica completamente desajustada às necessidades e desafios que se colocam ao concelho de Vila Real e a toda a região. ■

Inaugurada Exposição Mercadoria Humana - Fotografia e Artes Plásticas

O Município de Alijó assinalou o Dia Mundial contra o Tráfico de Seres Humanos, que se celebrou no passado dia 30 de julho, com a inauguração da Exposição Mercadoria Humana - Fotografia e Artes Plásticas, no âmbito do Projeto Mercadoria Humana Norte - Projeto de Sensibilização em Tráfico de Seres Humanos. A exposição, promovida em parceria com a organização Saúde em Português, ficará patente na Biblioteca Municipal de Alijó, até 31 de agosto, podendo ser visitada de forma gratuita, de segunda a sexta-feira, das 9h00 às 12h30 e das 14h00 às 17h30. A exposição é constituída por fotografias da autoria de Pedro Medeiros e manequins criados por alunos da Escola Universitária das Artes de Coimbra. Depois de uma visita à exposição,

Alijó

teve lugar uma ação de sensibilização sobre Tráfico de Seres Humanos. Este projeto tem como objetivo sensibilizar a comunidade para a realidade do Tráfico de Seres Humanos que tem sofrido um aumento exponencial, sobretudo para fins de exploração sexual e laboral. ■

"Sons no verão" levam fadista Cassandra Cunha à Avenida Marginal do Pinhão

A jovem fadista Cassandra Cunha, vencedora do concurso EDP Tanto Fado, atuou na Avenida Marginal, no Pinhão, no passado sábado, no âmbito da iniciativa “Sons no verão”, que está a levar espetáculos ao ar livre a todas as freguesias do Concelho de Alijó. No próximo sábado, dia 28 de agosto, será a vez do Jardim da Carranca, em Sanfins do Douro, receber Isabelle Furtado. Também até ao próximo dia 27, continua a digressão da peça de teatro de rua “Entre Pedras e Pedros” que vai passar por várias freguesias do Concelho de Alijó. Trata-se de uma criação coletiva a partir de contos tradicionais e conta com a participação de Joana S. Ferrajão e Mara Correia, com encenação de Ángel Fragua. Estes espetáculos inserem-se numa programação ao ar livre, descentralizada e responsável, para todos os públicos. Todos os espetáculos têm início às 18h30, são gratuitos e têm uma lotação limitada de 100 lugares sentados. É obrigatório o levantamento de bilhete no local do evento para controlo de entradas, de modo a garantir o respeito pelos circuitos de segurança. Ao apostar na descentralização destes eventos, o “Sons no Verão” pretende levar a cultura a todos, fazendo chegar a todos uma oferta segura e responsável, num ano em que as festas e romarias estão proibidas até ao final do verão. O Município de Alijó apela ao cumprimento rigoroso de todas as normas da Direção Geral da Saúde durante os eventos, nomeadamente o distanciamento físico e a etiqueta respiratória. O uso de máscara é obrigatório. A peça “Entre Pedras e Pedros” vai passar pelas seguintes localidades: 23 agosto - Jardim da Junta de Freguesia, Carlão; 24 agosto - Junto à Casa do Povo, Pegarinhos; 25 agosto - Largo do Chafariz, Castedo do Douro; 26 agosto - Largo da Fonte, Vilarinho de Cotas; 27 agosto - Jardim das Laranjeiras, São Mamede de Ribatua. ■

Vilar de Maçada recebeu “Sons no Verão” com Carla Silva e Cristiano Ramos

Carla Silva e Cristiano Ramos atuaram junto à Igreja Matriz de Vilar de Maçada no passado sábado, 31 de julho, no âmbito da iniciativa “Sons no verão” que está a levar eventos culturais a todas as freguesias do Concelho. No próximo sábado, dia 7 de agosto, terá lugar o XII Festival Internacional “Acordeão em Espetáculo” no Anfiteatro das Piscinas Municipais de Alijó. O “Sons no Verão” tem como objetivo levar a cultura a todos, fazendo-lhe chegar uma oferta segura e responsável, num ano em que as festas e romarias estão proibidas até ao final do verão. Todos os espetáculos são gratuitos e têm uma lotação limitada de 100 lugares sentados, sendo obrigatório o levantamento de bilhete no local do evento para controlo de entradas, de modo a garantir o respeito pelos circuitos de segurança. O Município de Alijó apela ao cumprimento rigoroso de todas as normas da Direção Geral da Saúde durante os eventos, nomeadamente o distanciamento físico e a etiqueta respiratória. O uso de máscara é obrigatório. ■

Lamego CCDR-N aprova construção da nova UCSP Lamego

A candidatura para a construção da nova Unidade de Cuidados de Saúde Primários de Lamego (UCSP Lamego), submetida pela Câmara Municipal, foi este mês aprovada pela CCDR-Norte.

A obra tem início previsto para 2022, representa um investimento de 3 milhões e 900 mil euros e vai reunir num único edifício, vários serviços e valências que atualmente se encontram dispersos pela cidade. Dotada de uma área bruta de construção de 4305,10m2, a nova UCSP Lamego vai distribuir-se por um edifício de 4 pisos onde ficarão instaladas as unidades que anteriormente se encontravam inseridas em diferentes imóveis, desajustados à realidade e distantes uns dos outros, nomeadamente: a UCSP Lamego, USF Almedina, a Unidade de Saúde Pública e o Centro de Diagnóstico Pneumológico; a USF Douro Vitae, a URAP Douro Sul e a UCC Lamego; e a equipa de Tratamento de Lamego/ CRI/DICAD. A edificação desta Unidade de Cuidados de Saúde Primários representa um investimento no valor de 3 milhões e 900 mil euros e vem dar resposta às necessidades e anseios dos cerca de 25 mil habitantes do município - melhor acesso, humanização e qualidade nos serviços de saúde, ao mesmo tempo prevê a redução dos constrangimentos relacionados com mobilidade condicionada, idosos, grávidas e crianças. A construção desta unidade está inserida no âmbito do Plano Operacional Regional do Norte (POR Norte), resultando de um contrato programa com a Administração Regional de Saúde do Norte (ARS-Norte). A conceção do projeto de edificação tem a assinatura do arquiteto Daniel Jorge do Couto. ■

Pinturas ajudam a resgatar memórias no Lar da Misericórdia de Lamego

Numa parceria inédita, cinco pintores que desenvolvem o seu trabalho em Lamego estão a ajudar a resgatar a memória afetiva dos idosos do Lar da Santa Casa da Misericórdia, ocupando um lugar de destaque na nova sala de estar da instituição, o local onde os idosos passam a maior parte do tempo.

A iniciativa “Memórias de Lamego” nasceu de um desafio lançado pelo projeto de cidadania “#lamegoeuacredito”, desenvolvido por Ricardo Pereira, junto de vários artistas locais ou que têm ateliê instalado neste concelho para ajudar os idosos a reviver, através da arte, experiências guardadas na memória. Aldina Alegre, Adelaide Brilhante, João da Fonseca Fernandes, Joaquim Correia e Óscar Rodrigues são os artistas que doaram algumas obras. Em declarações à nossa reportagem, Ricardo Pereira afirma que a ideia foi “criar um baú de memórias no Lar da Santa Casa da Misericórdia de Lamego para libertar do esquecimento recordações antigas dos idosos, ao poderem reviver, através da arte, experiências guardadas na sua memória. Os utentes desta instituição passam a maior parte do seu tempo na sala de estar da instituição e, por causa da pandemia, as visitas ao exterior ainda são muito condicionadas”. A este desafio também se juntou a maior e mais antiga instituição de solidariedade social de Lamego, a Santa Casa da Misericórdia. “Quero agradecer publicamente a todos aqueles que, com o seu altruísmo e espírito solidário, ajudaram a concretizar esta iniciativa louvável, em prol dos nossos idosos”, afirma o Provedor António Carreira. Todas as composições artísticas expostas perpetuam a riqueza patrimonial e paisagística da cidade de Lamego e do Douro, como é o caso do Bairro do Castelo e da Igreja Catedral, ou fixam no tempo as manifestações religiosas e culturais que moldam a identidade deste território, como é o caso da Procissão de Triunfo e do Entrudo de Lazarim. “A iniciativa “Memórias de Lamego” teve o grande mérito de desafiar vários pintores naturais de Lamego ou que têm aqui o seu ateliê para trabalharem em rede em prol de um objetivo comum. Um desafio ao qual responderam prontamente quando foram desafiados a oferecer obras da sua autoria para os idosos revivem, através da arte, experiências guardadas na memória. É um excelente exemplo que mostra que a sociedade civil está sempre aberta a colaborar. A recetividade dos idosos também foi muita boa! As pinturas despertaram a sua curiosidade e motivou de imediato a partilha de muitas recordações antigas, por exemplo, o ambiente que antigamente era vivido nas ruas da cidade ou as primeiras idas, em criança, às Festas em Honra de Nossa Senhora dos Remédios. Além disso, o ambiente da sala de estar também se tornou mais acolhedor”, afirma Ricardo Pereira que lembra ainda que o projeto continua disponível “à doação de mais obras que venham enriquecer ainda mais este projeto”. ■

Região Gins durienses galardoados em certame internacional

Três gins da Cobalto foram galardoados na World Spirits Trophy, uma das maiores e mais conceituadas competições internacionais para este segmento de bebidas.

De acordo com os responsáveis pela empresa este “é um passo bastante grande para uma pequena empresa de destilados Portuguesa. Estes prémios mundiais vão dar visibilidade ao mundo dos destilados portugueses e a uma região conhecida pelas suas características vitivinícolas, que neste momento está a passar por uma crise turística dada a pandemia”. O World Spirits Trophy é uma das maiores e mais distintas competições internacionais no sector de Wine & Spirits. O que torna esta competição diferente é o processo minucioso de escolha do painel de 92 juízes, composto pelos principais compradores da indústria, entre os quais podemos encontrar importadores, distribuidores, retalhistas e sommeliers. O Co-17 e o The Wizard Gold ganharam a Medalha de Ouro na categoria de Best Spirit. O The Wizard Blue ganhou a Medalha de Prata na mesma categoria. “O processo de avaliação, nesta competição, consiste numa “blind taste” onde os juízes pontuam o candidato com base em três atributos: Qualidade, Valor e Embalagem. As pontuações de cada parte são somadas para fornecer a pontuação final e atribuir os prémios individuais”, explicam Edgar Rocha e Miguel Guedes. O reconhecimento mundial que esta competição proporciona coloca a Empresa Cobalto numa posição de destaque a nível mundial, juntamente com gins de empresas multinacionais. A Cobalto dá assim mais um grande passo ao colocar a região do Douro nos mapas do mundo. ■

Mundial de enduro vai passar pela Régua

A cidade de Peso da Régua será palco da segunda etapa do Campeonato Mundial de Enduro de 2022, uma prova que movimenta centenas de pessoas.

As provas de motociclismo na cidade duriense são já uma realidade há alguns anos com a passagem do Campeonato Nacional de Enduro, contudo, em 2022 o protagonismo da região vai disparar ao receber a segunda etapa do Campeonato Mundial. Filipe Sampaio é o responsável pela organização, o piloto reguense conta à nossa reportagem que o convite para esta organização surgiu por parte da federação após uma série de avaliações positivas como uma das melhores provas do calendário nacional, uma novidade também bem acolhida pela autarquia local. “Temos uma equipa de trabalho que já há alguns anos organiza o Campeonato Nacional de Enduro aqui na cidade da Régua. Depois de várias avaliações muito positivas que fomos tendo a federação convidou-nos a avançar para uma candidatura para recebermos aqui o Campeonato do Mundo da modalidade. O município de Peso da Régua aceitou de bom grado esta candidatura e tem dado todo o apoio necessário à mesma”. Para Filipe Sampaio as expectativas são altas e existe desde já uma certeza, será um momento único para a região, até pelo número de pessoas que este evento mobiliza. “As expectativas são muito altas, organizar o nacional já é duro, o mundial é outro patamar, temos que lidar com a FIM e a FPM. Vêm pilotos um pouco de todo o mundo, desde americanos e australianos passando obviamente por muitos europeus. É uma estrutura que, só com as equipas de fábrica, conta com cerca de 600 pessoas que estarão na Régua ao longo de quase uma semana. Para a região vai ser muito bom e esperamos que na altura já possamos ter público a assistir porque temos a certeza que virá gente de todo o país para assistir a esta prova”. Reguense e piloto, Filipe Sampaio afirma estar “orgulhoso de poder organizar esta prova, ajudando a levar o nome da cidade e do Douro além fronteiras”. O calendário do mundial ainda não é oficial, contudo a prova deverá realizar-se entre os meses de abril e maio de 2022. Ainda este ano, no primeiro fim de semana de outubro, a cidade de Peso da Régua será ponto de paragem para a caravana do Campeonato Nacional de Enduro. ■

Vinho do Porto ganha duas novas menções

Região

Conselho Interprofissional do IVDP aprovou duas novas menções nos vinhos do Porto da categoria especial Indicação de Idade

O vinho do Porto vai ter duas novas menções nas categorias especiais, o Porto Tawny 50 anos ou o Branco 50 anos, e o Very Very Old Tawny Port, reservado para os vinhos com mais de 80 anos. A decisão foi já tomada em sede do Conselho Interprofissional do Instituto dos Vinhos do Douro e Porto (IVDP) e deverá, em breve, ser publicada em Diário da República. As duas menções são o resultado de seis meses de trabalho entre os representantes da produção, do comércio e os serviços técnicos do próprio IVDP, que procuraram adaptar e atualizar o regulamento 242/2010 que estabelece o regime aplicável à proteção e apresentação das denominações de origem Porto e Douro e da indicação geográfica Duriense. As categorias especiais são as que mais têm crescido nos últimos anos, mesmo em contexto de crise, sendo especialmente valorizadas em alguns mercados, como os Estados Unidos, o Canadá, o Reino Unido ou a Bélgica, entre outros, pelo que as empresas de vinho do Porto têm vindo, nos últimos anos, a procurar apostar crescentemente nestes vinhos de maior valor acrescentado. E há muito que o setor vinha mostrando interesse em ter uma menção Tawny 50 Anos a juntar às já existentes. Além disso, é criada uma outra categoria para vinhos muito velhos, que terão sempre, no mínimo, mais de 80 anos. Serão vinhos com um envelhecimento absolutamente distintivo, e que passarão a chamar-se Very Very Old Tawny Port. Correspondem a alguns lançamentos raros que têm sido feitos nas últimos anos, em edições exclusivas, como o Taylor’s Scion, o primeiro de todos, em 2008, um Porto com 150 anos, ou mais recentemente, os 1866 Vallado Adelaide Tributa Porto, Carvalhas Memórias do Séc XIX Porto, Quinta do Crasto Honore Porto ou o Graham’s Ne Oublie. Tudo vinhos vendidos a mais de 2500 euros a garrafa, tendo alguns chegado mesmo acima dos seis mil euros. "As empresas têm feito um enorme esforço para reativar vendas. As ações de promoção coletiva do IVDP ainda não começaram, devido às grandes exigências que o instituto tem no seu estatuto, em termos de contratação pública, mas vão começar agora. E as empresas estão a procurar reinventar-se para saírem do declínio de 2020", explica a diretora executiva da Associação das Empresas de Vinho do Porto (AEVP), Isabel Marrana. Recorde-se que o vinho do Porto foi altamente penalizado com a pandemia, quer no mercado nacional, com a falta de turistas e onde as quebras chegar a 40%, quer nas exportações, com uma queda de 4%. ■

Idosos do Concelho de Murça mais seguros e cada vez menos isolados

O Município de Murça encontra-se a desenvolver um projeto piloto de inovação social e animação territorial de inclusão ativa junto da população sénior.

O projeto, “Abordagens Integradas para a Inclusão Ativa”, em que o município de Murça é líder da candidatura, é realizado em parceria com os municípios de Tabuaço e S. João da Pesqueira e com as IPSS - Centros Sociais e Paroquiais de Castanheiro do Sul e Trevões. A iniciativa consiste na implementação de um processo que permita à população sénior do Concelho, ver melhorada a sua segurança e diminuídas as situações de potencial risco, ao mesmo tempo que é promovida a autonomia pessoal de cada um deles, de forma a poderem dar respostas mais rápidas às dificuldades com que se deparam nos seus quotidianos. A Autarquia de Murça, com a implementação desta medida, proporciona, numa primeira fase, a 20 idosos do concelho que se encontram a viver sozinhos, a possibilidade de ficarem “ligados” a uma rede de proximidade, que é formada pelos familiares mais diretos e pelos técnicos da ação social do Município, e ainda em articulação com as forças de segurança (GNR), com os diversos parceiros sociais e com os grupos de voluntariado da comunidade. Este projeto inovador oferece também, soluções tecnológicas criadas para responder às necessidades de conforto e segurança. A instalação em cada habitação de um sistema de domótica, permite minimizar ou até, ultrapassar algumas dificuldades com que as pessoas idosas se deparam diariamente. Por exemplo, a iluminação de cada divisão da casa passa a ser controlada automaticamente de acordo com as necessidades do utilizador, possibilitando que se evitem acidentes em divisões da casa que tinham, anteriormente, menos luz. A iluminação é ativada através do movimento da pessoa pela casa. Este sistema permite também, que se detetem mudanças de temperatura, permitindo uma resposta de emergência em casos de acidentes como incêndios associados a fontes de ignição que, por esquecimento, foram deixadas ligadas. A autonomia do idoso é basilar na implementação deste projeto, uma vez que será este a definir os próprios objetivos e formas de os alcançar, de acordo com as suas competências pessoais, servindo a rede criada pela Autarquia como guia e suporte. Esta abordagem integrada é uma resposta intermunicipal e comunitária ao envelhecimento da população, realidade cada vez mais patente na sociedade, a que o Município de Murça tem procurado dar resposta, através de medidas que sirvam para dar maior proteção e qualidade de vida aos Seniores. ■

Domingos Nascimento

Presidente da Agência Social do Douro

Douro é diversidade!

Na agricultura e nos produtos. Na cultura e nas marcas do passado. Um território largo e rico. Dezanove municípios com grandes potencialidades. Muito diversas mas igualmente relevantes. Uma comunidade que tem ensaiado a unidade. De propósitos e de trabalho conjunto. A diversidade enriquece-nos. Alarga horizontes. Da diversidade vamos certamente parti r para a cada vez maior unidade. Nesta altura do debate democráti co em cada Município, importa falar da região e da visão de cada um no contexto dos compromissos comuns. Da diversidade de produtos e oportunidades. Precisamos discuti r a marca que deixa todos desconfortáveis, a deserti fi cação humana. Precisamos de falar das políti cas comuns de fi xação de pessoas. Das soluções de humanização num território envelhecido. Importa abordar as políti cas de imigração que tão importante seria para a região. O Douro foi criado pela força de muitos Homens e Mulheres de muitos lados. Somos uma grande diversidade também na nossa origem. O Douro pode ser um exemplo de abertura a pessoas de outras geografi as. Saibamos abrir a porta, de forma estruturada e humanizada, a seres humanos que podem fazer do Douro a sua casa. O Douro da vinha, dos vinhos tão diversos, da maçã, da castanha, do azeite e da amêndoa, da horti cultura. O Douro da excelência. Seja também o Douro das pessoas. Da diversidade. Da multi culturalidade. Da felicidade. Da Humanidade!

Unidade de Saúde Pública do ACES Douro I

Ana Luísa Santos, Emília Sarmento, Helena Pereira Enfermeiras Especialistas em Enfermagem Comunitária Unidade de Saúde Pública do ACeS Douro I

Água é Vida

Segundo a Nova Roda dos Alimentos, a água não se encontra inserida em nenhum grupo não se encontra inserida em nenhum grupo individualizado, mas sim de forma destacaindividualizado, mas sim de forma destacada no centro da mesma e ainda está repreda no centro da mesma e ainda está representada em todos os grupos, pois para além sentada em todos os grupos, pois para além de ser um dos consti tuintes de cada género de ser um dos consti tuintes de cada género alimentí cio é também muitas vezes necesalimentí cio é também muitas vezes necessária na confeção dos mesmos. Sendo esta sária na confeção dos mesmos. Sendo esta imprescindível à vida é fundamental que seja imprescindível à vida é fundamental que seja ingerida diariamente. A água é fundamental para manter o equiA água é fundamental para manter o equilíbrio do organismo e ainda tem como funlíbrio do organismo e ainda tem como funções: ser componente essencial do sangue, ções: ser componente essencial do sangue, linfa e de todas as secreções corporais, interlinfa e de todas as secreções corporais, intervir nos processos de digestão, absorção, mevir nos processos de digestão, absorção, metabolismo e excreção do organismo; regular tabolismo e excreção do organismo; regular a temperatura do corpo; ajudar a controlar e a temperatura do corpo; ajudar a controlar e melhorar o peso e ainda contribuir para uma melhorar o peso e ainda contribuir para uma pele e cabelos mais bonitos. O facto de beber água em quanti dade insuO facto de beber água em quanti dade insufi ciente pode trazer consequências graves fi ciente pode trazer consequências graves para saúde como dor de cabeça e difi culdapara saúde como dor de cabeça e difi culdades de concentração e memória. Chegando a des de concentração e memória. Chegando a um ponto de desidratação podemos mesmo um ponto de desidratação podemos mesmo alcançar um estado de desorientação, lesões alcançar um estado de desorientação, lesões musculares, problemas renais e urinários, musculares, problemas renais e urinários, convulsões e até mesmo choque. Em últi mo convulsões e até mesmo choque. Em últi mo caso e se a situação não for tratada e reverti caso e se a situação não for tratada e reverti da pode mesmo levar à morte. São diversos os fatores que infl uenciam as São diversos os fatores que infl uenciam as necessidades de água diárias, nomeadamennecessidades de água diárias, nomeadamente a idade, a gravidez e lactação, a ati vidade fí sica, o ti po de alimentação, o clima e as perdas aumentadas que podem ocorrer derivadas de vómitos, náuseas, entre outros. No entanto também perdemos líquidos através da urina, fezes, transpiração e respiração e quando estas excedem a quanti dade de líquidos ingeridos pode ocorrer desidratação celular. A quanti dade de líquidos recomendada por dia é de 1,5 a 2 litros (DGS, 2014), pelo que devemos ter o cuidado de ingerir pelo menos esta quanti dade diariamente. Embora existam vários ti pos de líquidos, como sumos, refrigerantes, chás, ti sana e bebidas alcoólicas, ao escolher uma bebida devemos sempre dar preferência à água. Quando queremos uma bebida que não seja água, por se tratar por exemplo de uma ocasião especial, devemos ter em atenção o rótulo e escolher bebidas com menores teores de açúcar e aditi vos. Ler o rótulo pode não ser uma tarefa muito fácil, mas existem estratégias simples que nos podem ajudar. Em relação ao açúcar é possível, e facilitador, estabelecer relação com a medida de uma colher de chá. Por exemplo, uma colher de chá de açúcar corresponde a 6 gramas de açúcar, ou seja, se consumirmos uma lata de refrigerante que tem na sua composição 30 gramas de açúcar, signifi ca que vamos efeti vamente ingerir uma quanti dade de açúcar equivalente a 5 colheres de chá de açúcar. É fundamental que façamos escolhas conscientes e acertadas no que diz respeito ao líquido com que vamos hidratar o nosso organismo, mas tendo sempre presente que a melhor escolha é sempre a água! A sensação de sede é a forma de o organismo nos manifestar a sua necessidade de água. Muitas vezes não lhe damos atenção e ao longo da vida vamo-la perdendo, pelo que é fundamental criar o hábito de beber água ao longo do dia. Beba água nas quanti dades recomendadas, com ou sem sede! E tenha especial atenção se ti ver crianças e idosos a seu cargo, eles são especialmente vulneráveis à desidratação!

Moimenta da Beira PLANALTO festival regressa para coabitar o presente e desafiar o futuro

De 30 de agosto a 4 de setembro, o PLANALTO – Festival das Artes regressa à vila de Moimenta da Beira numa edição que propõe um manifesto para coabitar o presente e uma reflexão profunda e construtiva sobre como vamos querer ocupar os lugares do futuro.

Depois de um arranque muito positivo, em 2019, o festival de artes que acontece em plena beira alta, continua o seu percurso pela democratização e o acesso à cultura num território de baixa densidade, este ano com selo do Alto Patrocínio do Presidente da República. São seis dias de uma programação intensa que se equilibra entre a difusão de artistas emergentes e a apresentação de alguns dos mais conceituados artistas nacionais nas áreas da Dança, do Teatro, da Música, do Cinema, das Artes Visuais e da Performance. Num programa que inclui ainda, workshops, conversas, aulas, caminhadas culturais, projetos de mediação cultural e de ecologia. “É um programa multidisciplinar que não se centra apenas numa lógica de apresentar uma programação artística e cultural. Queremos sentir o pulso de quem aqui vive, e deixar que essas pulsações alimentem o caminho com que vamos desenhar o futuro deste projeto”, conta Luís André Sá, diretor artístico e de programação. Numa edição que reclama a iminência como um estado de movimento e uma condição de resistência para uma política cultural preocupada, interventiva, participada e que regenere a essência humana, coloca-se ênfase nas políticas culturais, sociais, ambientais, de identidade e igualdade para um novo mundo construído em conjunto. “Tanto queremos proporcionar a fruição e o acesso a uma programação cultural de elevada qualidade, como pensar em intervenções específicas, muitas vezes até de cariz social, em que sabemos que estamos a dar um contributo claro à comunidade e do qual o próprio festival poderá beneficiar muito no futuro. Isto porque, para nós, só faz sentido se for para fazer com as pessoas”, acrescenta. Inserido numa região demograficamente banhada pelos rios Távora, Varosa e Paiva, o PLANALTO – Festival das Artes assume, em 2021, nova vida com a estreia de dois novos programas. O Neblina – programa de participação artística e de mediação cultural e o Programa de Arte Pública. Será através destes dois programas que o festival continuará a desenvolver pontes de diálogo com organismos locais, regionais, nacionais e internacionais, assim como, na criação de um roteiro a médio prazo que crie um museu a céu aberto em coabitação com a paisagem. Ao todo, serão 31 propostas que se desenvolvem sobre uma curadoria em torno do encontro, da sustentabilidade e da paisagem. Um programa que envolve públicos e participantes dos 3 aos 89 anos, criando diálogos intergeracionais que ativem a participação de toda a comunidade. Sobre as expectativas para esta edição, que acontecerá ainda em contexto pandémico, Luís André Sá, partilha que "Em 2019, o PLANALTO foi um grande momento da Cultura em Moimenta da Beira. Essa é uma boa memória que queremos manter e continuar, em 2021. Tenho a certeza que será uma bolsa de oxigénio para todo o público que estará connosco neste reencontro que queremos seguro e bonito”. Esta edição leva a Moimenta da Beira mais de três dezenas de atividades com entrada livre, sujeita à lotação dos espaços e ao levantamento de bilhete ou inscrição prévia. A programação completa pode ser consultada em www. planaltofestival.pt. ■

“Metamorfoses Improváveis” para descobrir na UTAD

Vila Real

Até ao final do mês, a mostra “Metamorfoses Improváveis” está patente na Galeria de Exposições da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD). Entre a escultura e a pintura, são mais de duas dezenas de obras da autoria de Márcio Silva.

As esculturas nasceram da recriação artística de raízes e troncos recolhidos na Natureza. Depois das madeiras serem devidamente tratadas, Márcio Silva explorou as texturas e as diferentes formas das raízes de castanheiro, freixo, oliveira, medronheiro, carvalho e amieiro. Algumas peças são também um legado da memória coletiva. É o caso das sulipas que pertenciam à antiga linha de comboio do Corgo, que ligava Vila Real a Chaves, e que foram, agora, transformadas em luminárias de interior. Natural de Fortunho (concelho de Vila Real) Márcio Silva aproveitou o que sobrou de um incêndio no apeadeiro da sua aldeia para, através do seu olhar artístico, criar uma obra de arte que desafia a criatividade de quem vê. “Metamorfoses Improváveis” inclui ainda uma mostra de pinturas singulares, inspiradas na observação ao microscópio de várias rochas com que Márcio Silva, também colaborador do Laboratório de Geologia da UTAD, trabalha diariamente. Com entrada gratuita, “Metamorfoses Improváveis” pode ser visitada até ao dia 31 de agosto, de segunda a sexta-feira, entre as 10 e as 17 horas, na Galeria de Exposições situada no edifício da biblioteca da UTAD.

Régua GNR, The Gift e Samuel Úria no regresso do Douro Rock

O Douro Rock regressa à Régua dias 11 e 12 de Setembro numa versão adaptada aos tempos que vivemos. A partir da Alameda dos Capitães, zona exterior do AUDIR – Auditório da Régua, o festival recebe os GNR, The Gift, Três Tristes Tigres, Samuel Úria, NEEV e Cassete Pirata.

Do azul da margem do rio, o festival muda-se para uma zona verde no centro da cidade da Régua de forma a tornar possível a realização do Douro Rock durante a pandemia. Com lugares marcados e cumprindo as normas da DGS, o festival apresenta-se em 2021 numa versão 2.0, mas onde a música portuguesa continua a estar no centro de todas as atenções. No primeiro dia de festival, 11 de Setembro, a noite encerra com The Gift que trazem a “Tour Verão” à Régua, onde vão revisitar os grandes momentos dos últimos 25 anos, com a ajuda de cenografia e iluminação pensados para o momento. Antes, o palco é de Samuel Úria e o seu mais recente álbum de originais, “Canções do Pós-Guerra”. Um disco confessional que tem o propósito de conduzir o público numa viagem à criatividade do músico e compositor. Os Cassete Pirata – de João Firmino, Margarida Campelo, Joana Espadinha, António Quintino e João Pinheiro – abrem o festival com o álbum de estreia, “A Montra”. Dia 12, comemoram-se os 40 anos de carreira dos GNR. A preparar um concerto especial, Rui Reininho, Jorge Romão e Tóli César Machado trazem de volta as canções de sempre e o rock ao Rio Douro. Quem também regressa aos palcos são os Três Tristes Tigres. Depois de um hiato de 22 anos, Ana Deus e Alexandre Soares editaram “Mínima Luz”, entre o experimentalismo e a pop menos óbvia. A noite abre com NEEV, o mais votado pelo público no Festival da Canção 2021 com o tema “Dancing in the Stars”. O músico e compositor vai apresentar o álbum de estreia “Philosotry”, produzido pelo reputado Larry Klein. Os bilhetes – diários e passes para os dois dias – estão à venda nos locais habituais e on-line. Promovido pelo Município da Régua e a Aplausos e Silêncios, o Douro Rock realizou-se pela primeira vez em 2016, sendo esta a 5ª edição do festival. ■

António Fontaínhas Fernandes

Professor Universitário

Tendências demográfi cas

Os resultados preliminares dos últi mos Censos divulgados pelo Insti tuto Nacional de Estatí sti ca mostram que em Portugal vivem menos 214 mil pessoas do que há dez anos, o que signifi ca uma redução de 2%. O esvaziamento demográfi co e o envelhecimento da população é um tema que merece ser debati do no próximo período eleitoral autárquico. Os resultados mostram ainda, por um lado, que na últi ma década o País perdeu população na maioria dos municípios. Efeti vamente dos 308 municípios portugueses, 257 registaram diminuição de população, enquanto que apenas 51 registaram um aumento. Por outro lado, verifi ca-se que a população se concentra ainda mais no eixo litoral, em especial na Área Metropolitana de Lisboa e no Algarve. Contrariar a tendência de diminuição de população exige políti cas sociais, mas também estratégias locais. O Fundão é um exemplo de um município do interior que apostou na atração de empresas tecnológicas e na valorização dos recursos endógenos, atraindo e fi xando população. Indubitavelmente, promover a fi xação da população nos territórios do interior do país, caso do Douro, exige entre outras medidas atrair investi mentos e potenciar as medidas aprovadas no ano passado num Conselho de Ministros realizado simbolicamente em Bragança. As medidas incluíam incenti vos aos funcionários públicos que decidam ir trabalhar para o interior, apoios fi nanceiros para os trabalhadores de PMEs que se mudem para estes territórios ou incenti var as empresas a investi r, nomeadamente em parceria com insti tuições de ensino superior. De igual modo, é vital desenhar estratégias de arti culação do poder regional com as empresas e o sistema cientí fi co, na lógica seguida nas regiões europeias mais desenvolvidas de criar ecossistemas regionais de inovação. Esta estratégia, obrigatoriamente, também deve atender a uma lógica de coesão territorial, de forma a dar resposta aos desafi os de um país regionalmente mais equilibrado e coeso. Dito isto, o debate autárquico deve inscrever nas prioridades políti cas a questão da demografi a e do modelo de desenvolvimento que se pretende para os territórios. Combater a tendência de diminuição demográfi ca deve ser uma prioridade para os responsáveis políti cos, consti tuído um tema transversal a toda a sociedade.

Município já tem disponível plataforma com bicicletas elétricas

No âmbito do Projeto Raia Norte, já está disponível em Torre de Moncorvo, junto do parque coberto, uma plataforma com oito bicicletas elétricas, para usufruição dos visitantes e da população local. Para dar um passeio numa destas bicicletas amigas do ambiente, é necessário inscrever-se na aplicação Raia Norte e destrancar a bicicleta fazendo scan do QRcode. No final basta prender a bicicleta na doca com o respetivo cadeado. O aluguer das bicicletas possui vários tarifários, sendo que o base tem um custo de 2€ por cada 120 minutos. No futuro, o projeto Raia Norte contempla ainda a implementação de duas áreas de serviço no concelho de Torre de Moncorvo, uma em Carviçais e outra na Cardanha. ■

Câmara Municipal apoia criadores de gado

O Município de Torre de Moncorvo apoia os criadores de gado com um valor anual de 2,30€ por animal, destinado ao pagamento anual da quota de criadores do concelho de Torre de Moncorvo, a suportar uma vacina e uma ação de desparasitação, por animal da exploração declarado ao Ministério da Agricultura /IFAP. Os criadores para beneficiarem deste apoio devem ser associados do Agrupamento de Defesa Sanitária de Torre de Moncorvo/Organização de Produtores de Torre de Moncorvo (ADS/OPP) e ser residentes no concelho de Torre de Moncorvo. A autarquia efetua o pagamento diretamente ao criador, após este entregar nos serviços municipais, o comprovativo do pagamento da quota anual de 2021 ao ADS/OPP de Torre de Moncorvo e o comprovativo do Ministério da

Monumento aos Escritores nasce no Parque Verde Engº Aires Ferreira

Torre de Moncorvo

O Parque Verde Eng.º Aires Ferreira dispõe de um Monumento aos Escritores, onde estão representados 3 grandes escritores Miguel Torga, José Saramago e Jorge Luís Borges. O monumento é da autoria Hélder de Carvalho, escultor de Carrazeda de Ansiães. O autor explicou que este projeto surgiu de um pedido do município para que “de algum modo procurasse simbolizar três figuras que tenham escrito ou de algum modo estão relacionadas com Torre de Moncorvo, uns porque escreveram sobre ela ou porque na família tem ascendência e, portanto, foi nessa base que surgiram estes três personagens, Miguel Torga, Saramago e Jorge Luís Borges. Esse foi o ponto de partida para o projeto que agora vamos apreciar.” Na visita ao monumento esteve também presente a Diretora Regional de Cultura do Norte, Laura Castro, que referiu que “a Câmara Municipal está de parabéns, acho que é um trabalho interessantíssimo até pelo enquadramento, tem uma série de componentes arquitetónicos que serão espaços de exposição, portanto é um lugar cultural por excelência e ter uma obra de arte pública aqui implantada é muitíssimo interessante. É um trabalho que tem uma ligação muito grande ao território e isso é talvez das características mais importantes da arte pública, mas ao mesmo tempo não se esgota no território porque estamos a falar de vultos da cultura universal.” Relativamente ao trabalho do escultor adiantou que tem a “singularidade de permitir que as pessoas entrem dentro da obra, circulem e isso é muito interessante.” Estas três esculturas, que estão nesta obra, têm um lado de retrato e de identificação das personagens, que é complementada por pequenos textos. É uma obra bastante abrangente do ponto de vista das suas linguagens, deixando depois alguns componentes, nomeadamente o corpo das personagens mais indiferenciado”, explicou Laura Castro. Na Casa de Chá, situada também no Parque Verde Eng.º Aires Ferreira, está patente a exposição “A Ideia, o Mestre e a Obra”, que faz uma retrospetiva de todo o projeto e também sobre o criador das esculturas que compõem este monumento. Os interessados em visitar a exposição devem dirigir-se à Loja Interativa de Turismo. ■ Agricultura com o efetivo da exploração. A autarquia implementou esta medida de forma a compensar os criadores de ovinos, caprinos e bovinos pelas perdas causadas devido ao baixo do preço do leite e pela diminuição da venda de borregos e cabritos, devido à pandemia e consequente cancelamento das festas tradicionais e do fim de semana gastronómico do borrego da churra da terra quente, verificando-se nestes últimos dois anos uma quebra de 80% na venda de borregos e cabritos. Com este apoio assegura-se ainda que todos os animais sejam vacinados e desparasitados prevenindo-se o aparecimento de doenças infeciosas e parasitárias, combatendo as zoonoses nomeadamente a brucelose que é um grave problema para a saúde pública. ■

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