


Quem chega a Itaúna, seja pelo trevo de Santanense, pelo da Silva Jardim ou pelo Morro do Engenho, geralmente encontra estilhaços de lanternas e vidros, placas de sinalização amassadas ou marcas em muros e barras de contenção. Os sinais mostram que constantemente ocorrem acidentes nesses locais, e sejam eles de pequeno ou grande porte, a justificativa é o tráfego intenso e a ausência de iluminação.
Principal via de acesso a quem vem de Divinópolis, o trevo de Santanense, além de ser bastante estreito, não apresenta qualquer tipo de iluminação para quem quer entrar no bairro. Quase sempre, os veículos que fazem o contorno na rotatória avançam para atravessar a rodovia e causam acidentes. Neste local, a falta de visibilidade é outro problema grave e as ocorrências tendem a aumentar com a implementação do Novo Distrito Industrial, próximo à Fazendinha, uma vez que o empreendimento vai aumentar de forma considerável o trânsito de veículos pesados.
A promessa do DER é que serão feitas melhorias no trecho, com intervenções, principalmente no trecho desde a Fundição Corradi, passando pela entrada de Santanense, da Fazendinha, da Curtidora Itaúna, até próximo à empresa Intercast. A expectativa é que seja feito o alargamento da via e a construção de uma nova ponte, além
de intervenções no trevo.
Trevo principal sem iluminação há 11 anos
Em janeiro de 2012, 82 postes e uma linha de distribuição foram retirados do trevo principal de Itaúna pela Cemig a pedido da concessionária AB Nascentes, para a duplicação da MG-050. A obra foi concluída em setembro de 2014, mas passados 11 anos, o trevo continua na escuridão, gerando grandes riscos de acidentes e nenhuma das partes envolvidas assume o custo da reinstalação dos postes.
O trecho é de grande movimento uma vez que dá
acesso à Universidade de Itaúna e é caminho obrigatório para quem quer acessar a BR 262 ou ir para Pará de Minas. Também é um desafio para para quem utiliza os pontos de ônibus no acostamento da rodovia.
Os problemas começam logo após a Silva Jardim e muitos acidentes deixam marcas nas barras de proteção e no muro de arrimo da rodovia, indicando que quem sai do município enfrenta dificuldades para acessar a 050 e acaba colidindo com as barreiras pela ausência de iluminação. Desde 2019, a prefeitura tem tentado a reinstalação das luminárias junto ao Departamento de Edificações e Estra-
das de Rodagem do Estado, no entanto, até agora não houve avanço nas negociações. A iluminação também foi solicitada à Nascentes das Gerais, detentora da concessão da rodovia, mas a mesma alegou que a parceria público privada que mantém com o Governo não prevê serviços de iluminação urbana.
Indagada sobre a responsabilidade de reinstalar os postes, a concessionária citou o artigo 30, inciso V, da Constituição que determina que a competência é do município.
Em uma reportagem há alguns anos, o Jornal S’PASSO
apurou que os postes retirados à época da duplicação pela Concessionária foram acondicionados provisoriamente na Secretaria de Infraestrutura, durante a administração do Prefeito Osmando Pereira. Porém, recentemente, a reportagem procurou o setor de iluminação pública, da prefeitura que informou que os equipamentos não estão na Secretaria de Infraestrutura ou tampouco em nenhum imóvel ou loteamento do município.
Em entrevista mais recente ao S´Passo, o ex-gerente de iluminação pública da administração do ex-prefeito Osmando, Giovane Vilela, afirmou que os postes foram
Recentemente inaugurado, o trevo de acesso à MG-431, no Morro do Engenho custou R$ 5,7 milhões ao Estado e tem uma extensão de 1,4 quilômetro. A obra intermediada pelo deputado Gustavo Mitre tem quatro acessos e dois retornos e sempre foi uma das principais demandas da cidade. Porém, moradores do Morro do Engenho apontam alguns problemas que precisam ser resolvidos.
Nas redes sociais muita gente tem reclamado sobre a ausência de iluminação e problemas na captação pluvial, que ficou comprometida com as últimas chuvas. Em nota, a assessoria do deputado Gustavo Mitre informou que “de acordo com a construtora e o DER, a colocação de luminárias é de responsabilidade da prefeitura”.
Quanto aos problemas com a captação pluvial, a nota afirmou desconhecer qualquer ocorrência de alagamentos no novo acesso e se prontificou a entrar em contato com a empreiteira responsável pela obra para “questionar quanto aos eventuais problemas na captação pluvial realizada no trecho”.
A empresa AB Nascentes das Gerais, responsável pela manutenção das rodovias que dão acesso a Itaúna, respondeu à reportagem do Jornal S’PASSO sobre o deslizamento da encosta às margens da alça de acesso ao município, sentido Belo Horizonte, ocorrida na semana passada. A concessionária esclareceu que o local da entrada da cidade, com acesso pela rua Silva Jardim, está, neste momento, com as pistas liberadas, operando nos dois sentidos sem interdições.
Segundo a empresa, foi feita a limpeza de terra proveniente do talude no mesmo trecho que foi afetado no início de 2022 em razão do grande volume de chuvas.
Agora, um ano depois, uma nova intervenção aconteceu porque o talude não suportou as chuvas mais intensas. “A reconstrução foi necessária e contou com
estudos elaborados por profissionais especializados em questões geotécnicas. Sobre os recentes deslizamentos, estamos realizando novos estudos para esclarecer as causas, entretanto, as fortes chuvas contribuíram para o novo escorregamento”, respondeu a empresa.
Sobre a obra realizada próximo ao km 80 da rodovia MG050, no pedágio em Itaúna, a Nascentes informou que para a recuperação do talude junto à praça de pedágio foi necessária a abertura de pista em profundidade aproximada de 15 metros, retirada do material saturado devido as chuvas e recomposição com aterro com material granular. Esta ação previne novos acúmulos de água que saturem o trecho. Os investimentos no local foram da ordem de R$ 6,7 milhões aproximadamente.
A Gasmig comercializou ano passado um total aproximado de 1 bilhão de metros cúbicos de gás natural, equivalentes a aproximadamente 2,7 milhões de metros cúbicos por dia, para o mercado. Em 2022, a carteira de clientes residenciais e comerciais atendidos pela Companhia atingiu a marca de 82.108 consumidores, representando uma expansão de 16,2% em relação ao ano anterior.
Nos três primeiros trimestres de 2022, a Companhia também alcançou importantes marcos financeiros nos: faturamento bruto de R$3,3 bilhões; patrimônio líquido de R$1,2 bilhão;
lucro líquido de R$284,4 milhões e uma margem bruta de 19,22%, e investimentos no montante estimado de R$ 53 milhões,
demonstrando
mente
Comemorando os dados, a Companhia anunciou também que as obras da ampliação do Sistema de Distribuição do Gás da Gasmig em cerca de 300 km estão previstas para iniciarem ainda este ano. A implantação do projeto se dará em etapas, com início previsto para o 2º semestre deste ano e duração estimada de 24 meses.
Aprovado em 2022, o Projeto Centro-Oeste contará com investimentos de aproximadamente R$780 milhões, atendendo à demanda por gás natural dos municípios de Itaúna, Juatuba, Mateus Leme, Betim, Sarzedo, São Joaquim de Bicas, Igarapé e Divinópo-
lis, com a expectativa de volume distribuído de aproximadamente 238 mil m3/dia. Os municípios beneficiados pelo projeto representam 10% do PIB Industrial de Minas Gerais e 7% do PIB Total do Estado. A população dos municípios diretamente impactados é de aproximadamente 1 milhão de habitantes, que correspondem a cerca de 5% da população do Estado. Ano passado, a Gasmig protocolou os estudos necessários para a Licenciamento Ambiental do empreendimento, conclui a elaboração de projetos e realizou a contratação dos tubos necessários para a construção do gasoduto da Linha Tronco.
Recentemente circularam na cidade rumores de que o Espaço Dona Regina, a moderna casa de shows instalada no Boulevard Lago Sul, fecharia as portas e teria o mesmo destino de outros ambientes de espetáculos no país, ou seja, seria transformado num templo evangélico. Depois, as notícias, ainda desencontradas, que chegaram à reportagem eram de que o Dona Regina estaria em transação de permuta do espaço com a Igreja Batista Betel e, também com a Igreja Universal, ambas na avenida Jove Soares. Os pastores Silvalino José de Souza e Kaio Guimarães, da Igreja Betel, negaram as informações.
O Jornal S’PASSO apurou que na verdade a troca de prédios está sendo negociado entre o Dona Regina e a Igreja Batista Central, na mesma Jove Soares, no centro de Itaúna. O proprietário da casa de shows, Geraldo Gabriel, o Gibi, confirmou que existiu uma negociação com a Igreja Batista para a permuta dos imóveis, mas que a mesma foi interrompida pois não se chegou a um acordo.
“Nada de concreto neste sentido, nem estamos mais em contato com eles. Não temos mais negociação, pois a troca é inviável devido a diferença de valores e, trocar um por outro, não é meu interesse”, resumiu. Gibi não quis entrar em detalhes sobre as conversas para a mudança da igreja e a casa de shows.
O pastor Itamar Chinasso, da Igreja Batista Central, em resposta ao Jornal S’PASSO, afirmou que ele é a pessoa
menos indicada para falar do assunto, mas que Gibi poderia dar essas declarações, pois é ele o maior interessado. A Imobiliária Solar é que estaria intermediando o negócio, revelou o pastor Itamar. No entanto, ele explicou que ainda estão em negociação.
“Até onde eu entendo, a negociação está em stand by agora. Falta ajuste de valores.
Fiz a proposta e estou aguardando o retorno. Talvez o Gibi queira ouvir outras propostas e colocar algumas coisas nesse sentido para que apareçam outros interessados. Tenho interesse em adquirir, mas não estou desesperado com isso, temos nosso patrimônio, estamos aguardando e negociando, somente com a Solar”, esclareceu.
O Jornal S’PASSO tentou obter mais informações junto à imobiliária Solar. Depois de algumas ligações foi sugerido que encaminhássemos a demanda por escrito, com as questões solicitadas, que haveria o retorno. Até o fechamento da matéria não obtivemos êxito.
“Dívidas serão equacionadas até o final deste ano e há projetos de refor ma para que sede volte a receber recuperandos do semiaberto”, assegura direção da unidade masculina
Recentemente o Jornal S’PASSO trouxe reportagem sobre a decisão do juiz Adelmo Bragança de Queiroz, da Comarca de Itaúna, de por fim ao regime semiaberto externo da Associação de Proteção e Assistência aos Condenados, em razão de problemas estruturais da entidade. Também em edição recente, o Jornal falou dos problemas decorrentes da morosidade para o projeto da construção da APAC juvenil na cidade, que há anos permanece em compasso de espera, sem um sinal de quando poderá ser concretizado.
A APAC de Itaúna, pioneira em Minas Gerais, nasceu de um projeto de 1972 da cidade de São José dos Campos e, foi neste município paulista, no presídio Humaitá, que um grupo de voluntários cristãos, sob a liderança do advogado e jornalista Mário Ottoboni, materializou esse modelo de sistema prisional totalmente novo, que tinha a ideia de evangelizar e dar apoio moral aos presos. A vontade de atuar para minimizar os efeitos do mundo do crime, das drogas e das prisões, proporcionou a criação de uma experiência revolucionária com a sigla que significa Amando o Próximo Amarás a Cristo.
Em Itaúna, a APAC masculina, foi construída nos anos de 1980, através da Pastoral Carcerária da Paróquia de Sant’Anna. Depois da criação da Unidade masculina, vieram a APAC feminina e um projeto que nunca saiu do papel de uma unidade prisional para os jovens.
Desde a sua criação, a APAC tem sido referência para outras cidades, até mesmo fora do país, a despeito das críticas e dos constantes combates de algumas autoridades ao método de presídio sem guardas e com melhores condições para minimizar a situação carcerária e o cumprimento das penas.
No final do ano passado o juiz da Vara Criminal de Execuções Penais da Comarca de Itaúna, Adelmo Bragança de Queiroz, determinou a extinção do regime semiaberto externo da APAC masculina e decidiu que os recuperandos cumprissem as penas em prisão domiciliar.
Dentre as justificativas alegadas para a decisão o fato de que o prédio da APAC masculina, construído na metade da década de 1980, apresenta problemas estruturais sérios,
com infiltração em alguns cômodos, além de instalações estruturais elétricas, hidráulicas e sanitárias em estado precário. Foram denunciados problemas de infiltração no teto e paredes, mofo, falta de circulação de ar e risco de incêndio, sem que haja sistema de proteção para esse tipo de problema.
Além disso, o próprio sistema tem se mostrado falho com possibilidades de inserção de drogas, aparelhos celulares e a facilidade do contato entre os recuperandos e o público externo.
A notícia repercutiu em toda região trazendo à tona novas discussões sobre a metodologia da APAC e sua eficácia na recuperação dos condenados em crimes diversos. O Jornal S’PASSO ouviu essa semana o presidente da instituição, o advogado Peter Gabriel Gonçalves Andrade, que revela a situação da entidade e o que levou o juiz da Vara Criminal de Execuções Penais da Comarca de Itaúna a tomar essas medidas de suspensão do regime semiaberto externo.
Para o dirigente da APAC, a decisão do magistrado foi tomada depois de muitos estudos e reflexões, e em comum acordo com a atual diretoria. “A medida foi pensada durante meses a fim de que fossem preservados os ditames legais, às necessidades da entidade e a manutenção da segurança pública da cidade, para que nenhum recuperando que não estivesse apto para o convívio social fosse colocado em liberdade, não havendo motivos para uma insurgência da APAC masculina contra a bem
articulada decisão proferida”, revela Peter Gabriel.
De acordo com o advogado, a diretoria atual assumiu um trabalho iniciado pelo presidente anterior, Bruno Parreiras, que encontrou a instituição em grave crise financeira iniciada em meados de 2015. “Para se ter uma ideia, foram quitados, conforme consta da decisão judicial, mais de um milhão e meio de reais em dívidas. Agora podemos dizer que até o final desse ano todas as pendências estarão equacionadas graças a um choque de gestão implantado”, promete.
Segundo o dirigente, aliados à modificação de metodologias de gestão, foram reformados o complexo administrativo, o setor educacional com salas de aulas e laboratório de informática, criação de novas oficinas profissionalizantes, além de outras melhorias e adequações previstas para os próximos meses.
A reportagem questionou como a APAC sobrevive financeiramente hoje e quais são os recursos disponibilizados. Peter explica que além de um convênio com o Estado, que garante recursos financeiros para a manutenção da maior parte do custeio da instituição, ela também recebe doa -
ções diversas, através de parcerias e de recursos advindos dos produtos produzidos nas oficinas internas, como na fábrica de blocos, de churrasqueiras pré-moldadas, de tijolos ecológicos, produção de hóstias, padaria, marcenaria, horta, horto de mudas e oficina de paletes. Há também parcerias com empresas locais, nas quais os recuperandos estão inseridos em inúmeras atividades. “Enquanto um preso convencional custa em média R$ 3.500 mensais para os cofres públicos, na APAC o custo per capita do recuperando não ultrapassa R$ 1.300 por mês”, pontua.
O Jornal S’PASSO recebeu denúncias de familiares de recuperandos de que a APAC seria um lugar vulnerável do ponto de vista da segurança, ou seja, um “barril de pólvora”, com base em comprovada interferência externa, depois de alguns eventos negativos que ocorreram ali, como a inserção de drogas, álcool e aparelhos celulares. Também é apontado o aumento de reincidência de condenados que utilizam os benefícios do regime semiaberto externo, contrariando o ‘Método APAC’ e sua proposta ressocializadora. Outro fato que não pode ser descartado foi o tiroteio que ocorreu recentemente na porta da instituição.
Sobre a questão da segurança, o presidente da entidade afirma que é, via de regra, bastante adequada e
atende tanto aos requisitos da metodologia quanto aqueles exigidos pelo Poder Judiciário. “As vulnerabilidades eventualmente apontadas poderiam ser atribuídas ao extinto regime semiaberto com direito ao trabalho externo e, justamente por atenção a esses fatos. A necessidade de melhorias estruturais daquele setor, bem como de uma evolução do posicionamento jurisprudencial na Comarca, é que a decisão foi tomada pelo Poder Judiciário”, esclarece.
O diretor da unidade salienta ainda que todos os recuperandos liberados no final de dezembro, depois da suspensão do regime semiaberto, já se achavam em franco convívio social e passaram por avaliação de uma comissão técnica de classificação que os considerou aptos para a ressocialização.
“Deve-se registrar também que o regime semiaberto continua a ser empregado na Apac Masculina e somente aqueles que apresentarem proposta idônea de trabalho externo é que serão contemplados com a prisão domiciliar e passarão por rigoroso processo de fiscalização do cumprimento das condições estabelecidas pelo magistrado, sob pena de revogação imediata do benefício.
O mesmo procedimento já ocorre em grande parte das comarcas vizinhas que adotaram medidas semelhantes àquelas decididas em Itaúna”, afirma.
A APAC masculina de Itaúna em seus ‘anos dourados’, na década de 1980, foi referência para todas as APACs do país, e há quem diga que hoje vive um período de decadência e, até um pouco de descrédito. O presidente da unidade foi questionado a que ou a quem a diretoria atribui os problemas relatados por familiares e pelo próprio juiz na sentença do dia 14 de dezembro. Peter afirma que qualquer ideia de decadência atribuída a APAC de Itaúna, se algum dia existiu, deve ser vista como “algo raro, momentâneo e que já faz parte de um passado infeliz, onde a instituição sofreu com atrasos nos repasses de recursos, dificuldades enfrentadas por gestões anteriores, atreladas à pandemia e que foram fundamentais para uma crise financeira “que, conforme já foi dito, nos parece superadas em grande parte”.
Ainda sobre o problema apontado e que gerou a decisão judicial sobre a instituição, o dirigente da APAC esclarece que os problemas são provenientes do aumento da criminalidade em todo o país e, também, a mudança considerável do perfil do recuperando. “Tudo isso gera necessidade de adequações gerenciais, profissionalização dos colaboradores, da gestão e da constante reformulação da estrutura predial, apoio da comunidade e do Estado. São todos esses elementos que nossa diretoria e o corpo de funcionários, aliados ao Juiz de Direito da Comarca, estamos buscando implementar”, explica.
No próprio parecer, o Juiz, afirma que o retorno do sistema de prisão semiaberta externa poderá acontecer na entidade a partir de mudanças estruturais da instituição e depois de reforma do prédio. Sobre a reforma da unidade, o presidente afirma que “existem projetos de realização de ampla reforma na APAC Masculina e a busca por uma nova sede da APAC Feminina. Do ponto de vista estrutural, nosso compromisso é deixar a instituição pronta para atender às necessidades e anseios tanto da comunidade, quanto da Justiça itaunense”, conclui.
Em balanço das atividades de 2022 da Polícia Militar, o comandante major Alexsandro César de Souza falou ao Jornal S’PASSO e afirmou que 2022 foi repleto de significativas mudanças para a corporação, a começar pela elevação da antiga 51ª Cia PM, que pertencia ao 23º BPM de Divinópolis, para a categoria de 9ª Cia PM IND. “Assim, novos desafios e novas missões nos foram apresentadas e foram executadas com entusiasmo e dedicação pelos servidores militares da PMMG”, pontuou. Para o comandante, há muito que agradecer pelo saldo positivo, ao batalhão, aos cidadãos e aos parceiros, pois “apesar de doenças e lesões decorrentes do serviço não houve nenhuma situação mais complicada ou de maior gravidade envolvendo os militares lotados na cidade”.
Major Alexsandro destaca que houve um equilíbrio entre o efetivo policial que serve a Itaúna e Itatiaiuçu com os militares que saíram para a aposentadoria, os que deixaram as atividades para participarem de cursos, as transferências e aqueles que chegaram, recém formados e alguns militares que voltaram reconvocados. “Isso reflete em melhoria da capacidade de resposta pela Unidade. Destacamos ainda a cessão de servidores civis para funções administrativas pela Prefeitura, liberando policiais para atividade operacional. Essas parcerias são muito importantes para o bom resultado do nosso trabalho e ajudaram significativamente a dar suporte aos projetos de segurança pública, dentre os quais destacamos as campanhas sociais de arrecadação de agasalhos e brinquedos para crianças carentes; palestras
educativas sobre trânsito e de prevenção ao uso de drogas”. O comandante ressaltou ainda a formatura do Proerd, Programa Educacional de Resistência às Drogas e à Violência, nos dois semestres, atendendo crianças em Itaúna e em Itatiaiuçu, totalizando 21.345 alunos, desde o início da atividade.
No balanço das atividades de 2022 a Polícia Militar destaca o fortalecimento do Cinturão Rural Setorizado, digitalizado e monitorado, com capacitação e emprego de militares da Patrulha Rural, além da instalação de novas redes protetivas, para aumentar a sensação de segurança, reduzir a criminalidade e estreitar laços com a comunidade do campo.
Para o major, a ação da PM é mais positiva devido às diversas parcerias com entidades que atuam na comunidade em vários setores. “Aqui se faz necessário valorizar as prefeituras, que nos
apoiaram, por meio de convênios, possibilitando a manutenção dos aquartelamentos e principalmente dos serviços prestados à população. Nesse sentido, destacamos que tanto em Itaúna, quanto em Itatiaiuçu há previsão de aquisição de novas viaturas e equipamentos, o que contribuirá para melhoria das condições de trabalho da tropa. De igual forma, por meio das diversas Secretarias Municipais buscamos qualificar a nossa tropa e atuar de forma conjunta, com protocolos bem delineados, tendo como objetivo principal servir e proteger o nosso povo. De igual forma, o Poder Judiciário nos atendeu com repasse de recurso financeiro para execução de projeto de melhoria logística de nossa frota, bem como nas demandas específicas e pontuais.
O Ministério Público, o CONSEP, o Corpo de Bambeiros, o SAMU, o SAAE, o CDE, Sindimei e a Polícia Civil, foram parceiros em diversas ações rotineiras e no atendimento de demandas comunitárias diversas, dentro de suas esferas de competência”, destaca.
O comandante Alexsandro César esclarece ainda o grande número de operações realizadas em Itaúna e Itatiaiuçu foi possível graças ao apoio de militares do Curso de Formação da PMMG, evidenciando resultados positivos para a 9ª Cia Ind. e agregando conhecimento para os militares em formação. Houve ainda empenho constante de militares da 7ª Cia Ind da Polícia Estadual, em recobrimento operacional a nossa Unidade. “Assim, nosso agradecimento ao coronel Wemerson, Cmt da 7ª Região, que tem nos orientado e dedicado atenção especial para as questões da Unidade, hipotecando recursos humanos e inclusive cedendo duas viaturas novas, em frota locada, que tem sido de grande importância para execução de nossas atividades.
O destaque maior neste balanço da PM é para o efetivo da Unidade, “o maior patrimô-
nio que são os valorosos militares, homens e mulheres abnegados e vocacionados. Suas atividades resultaram em diversas prisões, apreensões e atuações em ocorrências de destaque que ganharam repercussão positiva para toda população, “demonstrando comprometimento, profissionalismo e aumentando assim a sensação de segurança da sociedade dos municípios atendidos”.
Por fim, o comandante falou à reportagem pontuando sua preocupação acerca do alto número de acidentes de trânsito na área de atuação da unidade, com mais de quatro registros/dia. “Há real necessidade de envolvimento da comunidade na observância das leis e diretrizes, bem como na mudança comportamental para fazer parte da solução do problema. Tais acidentes afetam sobremaneira o SAMU, o Corpo de Bombeiros e principalmente o nosso Hospital. Além de causar danos mate -
riais e prejuízos aos sonhos de nossos jovens e nossas famílias”, salienta.
O major Alexsandro César de Souza agradece os veículos de imprensa “que nos apoiaram ao longo do ano, para difusão de conhecimento e esclarecimentos à população local e aos visitantes”. Por fim, ele destaca a importância do uso do Disque Denúncia Unificado – DDU 181. “Trata-se de importante ferramenta que resultou em mais de 50 pessoas/apreendidas, apreensão de drogas e armas de fogo, com a participação direta da população no repasse de informações de qualidade. O nosso principal compromisso para o ano de 2023 é executar com afinco a nossa missão institucional: promover a polícia ostensiva e a preservação da ordem pública, valorizando pessoas, contribuindo para a garantia de um ambiente seguro para se viver, trabalhar e empreender em Minas Gerais”, afirmou.
O Jornal S’Passo fez um levantamento dos dados estatísticos relacionados à criminalidade em Itaúna com base nos números fornecidos pela Secretaria de Segurança Pública de Minas Gerais. O levantamento é o balanço das ocorrências registradas pela PM em Itaúna, antes, 51ª Cia PM, que pertencia ao 23º BPM.
A Corporação foi elevada à categoria de 9ª Cia PM IND em fevereiro do ano passado, quando modificou sua estrutura na cidade com aumento de efetivo e equipamentos que permitiram ações mais dinâmicas e pontuais no combate ao crime. De acordo com o comandante major Alexsandro César de Souza, mais uma
vez, o tráfico de drogas foi um dos destaques nas ocorrências diárias da cidade, bem como de todo o país. O levantamento das ocorrências contempla o período compreendido entre janeiro e novembro de 2022, uma vez que os registrados em dezembro ainda não disponibilizados.
Em 2021 foram registrados 153 crimes violentos em Itaúna; em 2022 a PM registrou 172, um aumento de 12,41%. As vítimas de homicídio em 2021 foram 14; e em 2022, um aumento de 57,14%, elevou os números desse tipo de crime para 22.
A PM registrou 1.147 crimes de natureza diversa em 2021 e 1.335 em 2022, com aumento de 16,39%. Nos registros de 2021 foram
portanto, 4,23%. Também foi
veículos roubados e furtados em Itaúna. Em 2021 foram roubados 28 veículos e 36 em 2022, sendo 28,57% a mais. Já os registros de veículos furtados no município foram: 56, em 2021 e 107, em 2022. O aumento de veículos furtados foi de 91,07%. Os números da PM para os alvos de furtos são de 498 em 2021; e 563 em 2022 e apontam crescimento de 13,05% de um ano para o outro. Com relação à violência doméstica houve uma queda de 8,95% nos números registrados pela Polícia Militar. Em 2021 foram 670 casos; e em 2022, 610. Foi registrado apenas um caso de feminicídio no município.
São boatos sem fundamento as informações que circulam na cidade de que a tradicional Cia. Tecidos Santanense teria sido vendida para dois grupos empresariais de Itaúna, a Indústria Minas Rey e a Incomfral. Pessoas ligadas às duas empresas negaram a existência do negócio. Depois que a empresa tirou da cidade o setor de fiação, não há interesse de compra de outros empreendimentos industriais. Essa é a informação passada ao Jornal S’PASSO por um empresário local. Um funcionário da Cia. Santanense também contesta qualquer notícia da venda da empresa do grupo Coteminas e revela que há uns quatro meses este assunto veio à tona e que o empresário
padrões e os tecidos da moda vinham da França: para os homens, ternos pesados e sóbrios; para as mulheres, os vestidos de passeio ganhavam enfeites drapeados nos quadris. Em setembro de 1895 a Santanense iniciava as atividades com 120 funcionários e uma produção mensal de 40 mil metros em 32 teares. “Independência” foi o nome dado ao primeiro tecido saído dos teares da Santanense. A produção constituía-se de chitas e morins para abastecer um mercado crescente de novos assalariados pós-escravatura. Esse é o período da substituição do trabalho escravo pelo trabalho assalariado, do desenvolvimento do mercado, da rápida expansão das estradas de ferro, do desenvolvimento através da cultura do café e da aparição das indústrias.
porte. Interessados podem se inscrever, gratuitamente, até o dia 31 de janeiro.
Nesta edição, serão 150 vagas que irão contemplar a regional na modalidade ALI Transformação Digital, que visa identificar possíveis soluções digitais para atender demandas específicas das empresas. Nessa modalidade, os participantes contam com um subsídio do Sebrae Minas de até R$ 2.000,00 para a aquisi-
ção de ferramentas e soluções inovadoras.
Durante seis meses, a empresa será acompanhada por um Agente Local de Inovação (ALI), do Sebrae Minas, que identifica necessidades e aponta soluções adequadas para cada negócio. Podem aderir ao programa empreendimentos que tenham faturamento anual de até R$ 4,8 milhões, dos setores de indústria, comércio ou serviços.
Iniciativa atenderá micro e pequenas empresas dos setores de indústria, comércio ou serviços. Inscrições vão até o dia 31 de janeiro Estão abertas as inscrições para a nova edição do Programa ALI, nos municípios de Itaúna, Divinópolis, Formiga, Bom Jesus da Penha, Muzambinho, Nova Resende, Passos e Santo Antônio do Monte, no Centro-Oeste e Sudoeste de Minas Gerais. O objetivo é aumentar a produtividade e levar inovação e transformação digital para dentro de micro e pequenas empresas e empresas de pequeno
Estão abertas as inscrições para o Programa de Estágio 2023 da Cemig e, ao todo, serão oferecidas 100 vagas, distribuídas entre nível superior e nível médio técnico. Os interessados podem se inscrever até o dia 26, no site da Agência de Integração Empresa Escola.
O início do estágio está previsto para o mês de abril, com encerramento em dezembro. A carga horária é de quatro horas diárias, de segunda a sexta-feira, totalizando 20 horas semanais. Os candidatos selecionados receberão bolsa de complementação escolar, nos valores de 1,2 salário mínimo para estudan-
tes de nível superior e um salário mínimo para os de nível técnico, com direito a vale-transporte. As vagas serão distribuídas entre os municípios de Belo Horizonte, Ipatinga, Juiz de Fora, Lavras, Montes Claros, Passos, Pouso Alegre, Sete Lagoas, Uberaba e Uberlândia.
A seleção dos candidatos será realizada em três etapas. A primeira será eliminatória e consistirá na aplicação de prova online, composta por questões referentes aos conteúdos de Português, Conhecimentos Gerais e Atualidades. A segunda etapa será classificatória e consistirá na escolha do candidato à
vaga de seu interesse e, em seguida, envio e análise do Histórico Escolar.
Todos os estudantes aprovados na prova online deverão se candidatar a uma das vagas disponíveis. Nesse momento, deverá ser informada a média escolar. Já a terceira etapa será eliminatória, com realização de entrevistas técnicas por gestores da Cemig.
A lista completa de cursos, a relação curso/cidade e demais especificações podem ser conferidas no site da Agiel. Dúvidas ou esclarecimentos em relação ao processo seletivo, serão respondidos exclusivamente pelo e-mail cemig2023@agiel.com.br.
abre 150 vagas gratuitas para o Programa ALI-Transformação Digital
de ser injusto o que algumas
Na semana passada, o Jornal S`PASSO noticiou que a Polícia Civil está investigando a agente de viagens Míriam Santos, da empresa “Miriam Tur”, que comercializa pacotes de viagens em Itaúna, Divinópolis, Betim e outras cidade da região. A investigação começou a ser feita depois de diversas denúncias de clientes que se sentiram lesados após o cancelamento de uma excursão para o Réveillon em Copacabana.
À Polícia Civil, os denunciantes afirmaram que adquiriram pacotes de excursão, mas no dia do embarque, a agente de turismo, que é dona do empreendimento, desapareceu e o passeio não aconteceu. Segundo os clientes, algum tempo depois, a agente retornou informando que o ônibus teria apresentado problemas. “O ônibus estragou, deu pane na parte elétrica, estava até abastecido, mas infelizmente teremos que adiar”, disse a proprietária aos denunciantes.
Após grande repercussão do fato, Míriam esteve em alguns veículos de comunicação, inclusive na redação do Jornal S`PASSO, com seu advogado. Na ocasião, a empresária apresentou diversos recibos comprovando que já realizou a maioria dos depósitos aos clientes que não puderam viajar no Réveillon.
A agente de viagens revelou ainda que havia contratado dois ônibus para a viagem ao Rio de Janeiro, no entanto, um estragou e ela teve que cancelar a viagem de última hora. “As pessoas que tiveram as viagens canceladas ficaram revoltadas e foram mesmo assim para o ponto de encontro onde estava outro ônibus. No local entraram no veículo e não quiseram sair. Quando o ônibus chegou em Divi-
nópolis para pegar o restante do pessoal, houve uma grande confusão, alguns foram no veículo, mas outros foram ressarcidos, inclusive com o pagamento de passagem de volta para Itaúna”.
Em nota nas redes sociais, a empresa Miriam Tur confirmou que já prestou depoimento à Polícia Civil e apresentou os comprovantes de pagamentos aos clientes que não realizaram a viagem no final do ano. “Conforme dito em depoimento, ao fretarmos ou alugarmos uma hospedagem, fazemos pré-pagamentos e este valor não é devolvido em caso de cancelamento. Porém, em momento
algum tivemos ou teremos a intenção de dar golpes ou praticar algo intencional. Estamos em contato constante com todos os nossos clientes e o reembolso está sendo feito semanal e gradativamente, e nenhum dos nossos clientes ficará no prejuízo”, diz nota.
Míriam revelou à reportagem que tem sido vítima de constantes ameaças após o ocorrido, e que além da exposição de sua pessoa está sofrendo intimidação e até ameaça de morte. Em um dos prints
apresentados ao Jornal S`PASSO, um dos clientes que havia encomendado o pacote no final do ano e teve a viagem cancelada, ameaçou fazer disparos de arma de fogo contra a residência de Míriam e sua família.
De acordo com o advogado da agente de viagens, boletins de ocorrência já foram registrados e a pessoa que fez a ameaça será chamada para depoimento e será acionada na justiça.
“Além de ser injusto o que algumas pessoas vêm fazendo comigo nas redes sociais, me chamando de golpista e expondo minhas fotos e de
familiares, agora eu tenho sido alvo de ameaças. Um dos clientes chegou até a falar que iria atirar contra minha casa se eu não o ressarcisse pelos prejuízos que ele disse ter.”, revela Míriam Santos Ainda de acordo com a empresária, o rapaz que a ameaçou quer receber diárias e valores que vão além do pacote pago e inclusive pagamentos de uber e outras despesas que não estavam previstas na viagem. “O dano financeiro a gente está ressarcindo, mas é impossível pagar a vontade que a pessoa tinha de fazer determinada viagem no final do ano”, explica.
“Além
pessoas vêm fazendo comigo nas redes sociais, me chamando de golpista, agora eu tenho sido alvo de ameaças. Um dos clientes falou que iria atirar contra minha casa”
Recentemente o Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais, o Sind-UTE, realizou uma manifestação em frente à cidade administrativa de Belo Horizonte, com paralisação total das atividades, no momento em que ocorria audiência pública para discutir as diretrizes do Fundo de Desenvolvimento da Educação Básica.
O FUNDEB é um fundo ao qual é destinado parte da arrecadação de impostos estaduais e municipais e o governo federal também faz um aporte anual, chamado de complementação, que em 2023 será de 17%, o equivalente a cerca de R$ 40 bilhões. O fundo é composto por recursos destinados exclusivamente à valorização da educação e de profissionais da área, nos níveis estadual e municipal e, quando o montante não é gasto integralmente dentro do ano fiscal corrente, as sobras devem ser repartidas igualitariamente entre os profissionais que estão em efetivo exercício.
No findar do ano de 2021 o governador Romeu Zema (NOVO), depois de muita pressão de profissionais da educação, na Assembleia Legislativa e nas redes sociais, anunciou o rateio das sobras, destinando valor dobrado ao corpo funcional das escolas vencedoras do ‘Prêmio Escola Transformação’. Para esta última finalidade reservou a quantia de R$ 56 milhões.
De acordo com o Sind-UTE de Itaúna, o Governador Zema declarou mais de uma vez que não houve sobras do FUNDEB em 2022 e que, portanto, não pagou e nem pagará o abono.
“Entendemos que essa sinalização foi feita pelo governador porque ele gastou os recursos com a má aquisição de equipamento e mobília para as escolas, simplesmente para não repassar as sobras aos profissionais da educação”, escreveu o sindicato em nota encaminhada à categoria.
Completando o texto, o sindicato reitera que a equação é simples: O repasse do FUNDEB simplesmente pode não ser feito por “pirraça e má vontade do governador”.
Sônia Maria Fonseca, que é professora efetiva da rede estadual, militante do Sind-UTE e presidente do PT de Itaúna,
disse à reportagem que a distribuição dos recursos do FUNDEB em Minas Gerais configura-se em uma anomalia na transparência dos gastos com recursos públicos. “O governador Romeu Zema oculta a destinação total dos recursos e nega o saldo da conta do FUNDEB, que deve ser apurado em 31 de dezembro de cada ano fiscal. No ano passado, por exemplo, foram compradas macas para as escolas, o que é um contrassenso, haja vista que nem um analgésico pode ser dado a um aluno e as instituições escolares não dispõem de ambulatórios”, denuncia.
Ainda segundo a professora, as escolas estão abarrotadas e amontoadas de mobília, que em sua maior parte, não comportam no seu espaço físico. Além do mais a comunidade escolar não é consultada sobre as suas reais necessidades com relação a equipamentos e material de apoio. “Por trás desta sanha em gastar recursos do FUNDEB está o projeto de privatização de escolas, há a possibilidade de transformá-las em organizações sociais (OS) aos cuidados da iniciativa privada”, revela.
As receitas do Fundeb de 2023 foram publicadas recen -
temente no Diário Oficial da União. De acordo com a Portaria divulgada, a previsão da receita total do Fundo para este ano é de R$ 263,2 bilhões. Do valor total da receita estimada, R$ 224,9 bilhões totalizam as contribuições dos Estados, Distrito Federal e Municípios, e a alocação dos recursos da complementação da União será realizada em três modalidades: Cerca de R$ 22,5 bilhões serão referentes a 10% do total da contribuição dos entes federados ao FUNDEB, recursos correspondentes à complementação-VAAF (Valor Aluno Ano FUNDEB) da União, alocados por Estado, beneficiando, em 2023, 11 Estados e todos os seus Municípios: Alagoas, Amazonas, Bahia, Ceará, Maranhão, Pará, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro e Rio Grande do Norte.
Já R$ 14 bilhões, que correspondem a 6,25% do total da contribuição dos entes federados ao FUNDEB, são recursos correspondentes à complementação-VAAT (Valor Aluno Ano Total). O cálculo do VAAT de cada rede de ensino considera, além dos recursos do FUNDEB, todas as receitas disponíveis vinculadas à Manutenção e Desenvolvimento do Ensino (MDE). Os recursos são alocados por rede de ensino e, em 2023, beneficiarão 2.036
Municípios de 25 Estados. Em 2023 nenhuma rede estadual será contemplada com a complementação-VAAT da União ao FUNDEB, assim como o Distrito Federal e nenhum Município do Estado de Rondônia.
A quantia de R$ 1,6 bilhão referente a 0,75% da contribuição dos Estados, Distrito Federal e Municípios aos 27 fundos estaduais, recursos correspondentes à complementação-VAAR da União ao Fundeb, será distribuída pela primeira vez neste exercício de 2023, beneficiando 1.923 redes de ensino, sendo 1.908 municipais, 14 estaduais e a rede de ensino do Distrito Federal.
Em publicação recente, a Confederação Nacional de Municípios (CNM) afirmou que Minas Gerais tem uma estimativa de receita para 2023 que representa a quantia de R$ 22.350.778.722,39. Já o valor estimado de Itaúna seria de R$ 39.080.825,17.
Outra pontuação da CNM mostrou que o Estado de Minas Gerais foi inabilitado por não atender à condicionalidade IV, relativa à aprovação de Lei estadual do ICMS-Educação – as redes municipais de Minas também ficaram impossibilitadas de concorrer a receber os recursos federais da complementação-VAAR.
No final do ano passado o secretário de Educação de Minas Gerais, Igor Alvarenga, disse que os municípios mineiros não deixarão de receber recursos estaduais do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais de Educação, o FUNDEB. Ele contestou o cálculo apresentado pela Associação Mineira de Municípios (AMM), que afirmou em ofício que as prefeituras deixarão de receber R$ 1,1 bilhão, pois a legislação estadual não foi atualizada para seguir as regras do novo FUNDEB, que começa a valer em 2023.
Segundo o secretário, o valor correto que as prefeituras não poderão receber em 2023 é de R$ 160 milhões. A verba é referente a complementação do Valor Aluno Ano por Resultados (VAAR) paga pelo governo federal.
“É importante esclarecer que esses valores não têm relação com os recursos estaduais do FUNDEB de Minas Gerais. A complementação VAAR é um valor adicional pago diretamente pela União nas contas dos entes”, disse Igor Alvarenga, por meio de nota da Secretaria Estadual de Educação.
As novas regras do Fundeb
determinam que parte dessa complementação será repassada para os municípios de acordo com os resultados educacionais, intitulada complementação VAAR. Atualmente, o governo de Minas repassa 25% do que arrecada com o ICMS para os municípios. O cálculo de quanto cada prefeitura recebe leva em conta uma série de fatores, mas 2% do total deve ser transferido com base no critério Educação, que se baseia no número de matrículas em relação à capacidade de atendimento da rede municipal de ensino de cada cidade.
Para que as prefeituras mineiras tenham acesso à complementação VAAR do governo federal, Minas Gerais teria que ter aumentado a alíquota do ICMS Educacional de 2% para 10% e a mudança do critério de distribuição para melhoria na aprendizagem.
Em ofício enviado ao governo Zema e à ALMG, a AMM cobrou a aprovação do aumento do ICMS Educação de 10% e a mudança para o critério de melhoria na aprendizagem.
“Importante ressaltar que os municípios mineiros deixam de receber o valor de R$ 1.130.568.433,00 em 2023 por não ter alterado a legislação, trazendo insegurança jurídica aos municípios na oportunidade de melhorias na educação mineira assolada por severos índices de evasão e perda na aprendizagem”, diz a entidade no documento.
Segundo o secretário estadual de Educação, o R$ 1,1 bilhão citado pela AMM é apenas o valor do critério Educação que seria redistribuído com o aumento da alíquota de 2% para 10%, e não à complementação VAAR.
“O valor de R$1,1 bilhão citado não é recurso oriundo do FUNDEB e sim corresponde a potencial parcela do ICMS arrecadado a ser repassado pelo estado aos municípios pelo critério Educação”, afirmou Igor Alvarenga.
“Até a aprovação da nova lei estadual, os municípios continuarão recebendo os recursos do ICMS de acordo com os critérios previstos na atual lei estadual, chamada de Robin Hood, que continua em vigor. Não há perdas para os municípios”, concluiu.
“Por trás desta sanha em gastar recursos do fundo está o projeto de privatização de escolas e a possibilidade de transformá-las em organizações sociais aos cuidados da iniciativa privada”, afirma professora militante do sindicato
Mal o ano começa e já começam as reclamações do serviço de transporte coletivo em Itaúna. Os usuários do serviço da empresa ViaSul ainda não se acostumaram com os preços exorbitantes da tarifa de R$ 5,00 e tampouco com a qualidade do transporte, por causa das condições ruins dos ônibus, horários irregulares e excesso de passageiros nos pontos de embarque e desembarque e nos veículos.
Esta semana, vários leitores do Jornal S’PASSO reclamaram que a empresa diminuiu ônibus durante vários horários fazendo com que as pessoas se atrasem para os seus
compromissos, algumas até estão perdendo o dia de trabalho. Algumas linhas cortaram quatro horários durante o dia, outras reduziram pela metade a oferta de veículos. As maiores reclamações são do transporte aos domingos e feriados e nos horários noturnos, quando as pessoas estão voltando do trabalho e das festas.
A gerente de Transportes e Trânsito da Prefeitura de Itaúna, Cíntia Valadares, explicou ao Jornal S’PASSO que realmente houve alterações na dinâmica diária do serviço e q]ue a justificativa da ViaSul é que no período de férias escolares há uma redução
Um acidente fatal na manhã desta sexta-feira tirou a vida da condutora de um veículo, na MG 050 sentido Belo Horizonte, próximo à entrada de Itaúna onde se formou um grande congestionamento. As causas do acidente ainda não foram informadas pela Polícia Rodoviária, mas o que se sabe até o
momento e através de fotos compartilhadas nas redes sociais é que o carro de passeio foi atingido por uma carreta, ficando completamente destruído. Ao chegar no local do acidente o SAMU que foi acionado pouco depois das 8 da manhã, já encontrou a condutora presa às ferragens e sem vida.
Os 22 municípios que estão às margens do Sistema MG-050/BR-491/BR-265 receberam da AB Nascentes das Gerais, o repasse de mais de R$ 8,7 milhões referente ao Imposto Sobre Serviço de Qualquer Natureza, que incide sob o valor das tarifas nas praças de pedágio.
Repassado mensalmente, o valor total é dividido entre as
cidades proporcionalmente, conforme a participação de limite territorial, ou seja, de acordo com a quilometragem voltada para a rodovia, nos termos da legislação vigente. Os recursos destinados contribuem para a melhoria e o desenvolvimento socioeconômico dos municípios.
São contempladas com o repasse as cidades de Juatuba,
Mateus Leme, Itaúna, Igaratinga, Carmo do Cajuru, São Gonçalo do Pará, Divinópolis, São Sebastião do Oeste, Pedra do Indaiá, Formiga, Pains, Córrego Fundo, Pimenta, Piumhi, Capitólio, São João Batista do Glória, Alpinópolis, Passos, Itaú de Minas, Pratápolis, Fortaleza de Minas e São Sebastião do Paraíso.
Em todos estes municípios, os recursos garantidos pelo
pagamento deste tributo são administrados pelas próprias gestões municipais e contribuem para melhorar a qualidade de vida dos moradores de cada um deles. A Concessionária iniciou os repasses de ISSQN no ano de 2008 e, no acumulado até 2022, já foram destinados mais de R$ 72 milhões, aos 22 municípios no eixo do Sistema MG-050.
Dois veículos, um ônibus de fretamento da empresa Transgregório e um veículo Fiat, colidiram na MG050, sentido Itaúna/Belo Horizonte. A colisão aconteceu próximo à entrada para o bairro Santanense.
Os bombeiros foram acionados para socorrer as vítimas que eram funcionários que estavam
sendo levados para uma empresa em Mateus Leme. O motorista do veículo Fiat, de 37 anos, estava preso às ferragens e no ônibus haviam outras duas vítimas que estavam conscientes e orientadas.
O suporte de socorro aéreo chegou a ser acionado, mas foi dispensado no decorrer do atendimento.
Policiais foram acionados para atender uma ocorrência de acidente na Avenida Lenhita, no bairro Padre Eustáquio.
Um homem de 47 anos caiu de uma motocicleta Honda CG, cor preta que pilotava e já estava sendo assistido por equipe do Corpo de Bombeiros quando os
militares chegaram. A vítima apresentava sinais de ter fraturado o braço direito, recebeu no local os primeiros socorros e foi encaminhada ao Hospital. O homem informou ter perdido o controle da moto em razão da chuva e da pista molhada caindo próximo à linha férrea.
Fundada há mais de 100 anos por meio da benemerência do empresário coronel Manoel Gonçalves de Sousa Moreira, a Casa de Caridade, que leva o seu nome e que é mantido por uma fundação, pela primeira vez em sua história está implementando o plantão pediátrico, iniciado no dia 9 de janeiro.
A implementação do novo serviço atende a um pré-requisito de complexidade para que o hospital possa estar no nível de atenção na rede de urgência e emergência do Estado.
O atendimento aos menores está sendo realizado no pronto socorro, nas dependências do Hospital Manoel Gonçalves e está em fase de estruturação, para, inicialmente, cerca de 10 crianças por dia. De acordo com o secretário municipal de Saúde, Fernando Meira de Faria, o investimento é feito pela Pre-
desafogando um pouco o plantão clínico e dando mais celeridade na resolução dos casos. Como é um serviço recente, a tendência é ter um número crescente de crianças atendidas, mas a média diária é de dez crianças no atendimento oficial do plantão”, pontua o secretário Fernando Meira.
O Hospital Manoel Gonçalves também foi reconhecido esta semana, pela empresa Terra Consultoria e Análises Ambientais, com o Certificado Empresa Amiga do Meio Ambiente 2022. Este título representa a parceria entre o Hospital Manoel Gonçalves e a Terra, pela preservação ambiental através de ações implantadas referentes ao monitoramento do meio ambiente durante o exercício 2022.
Depois de algumas idas e vindas e prós e contras, mais contra do que pró, o irreverente bloco Pau de Gaiola vai continuar fazendo seu carnaval na Praça Francisco Marques, ou melhor na Praça da Lagoinha, onde outrora surgiu o pioneiro dos blocos caricatos de Itaúna, o “Farrapos da Lagoinha”, que tinha como membros o Grilo da Lagoinha, o Mampu, o Miss Itaúna, a Purina e o ‘seu’ Zé, o Buzina, o Mineirinho, o Landinho, o Anésio da Estação, o Dario Barbeiro e muitos outros foliões esfarrapados com a fantasias de outros carnavais.
A proposta da Secretaria de Cultura e Turismo era tirar os foliões do Pau de
Gaiola da Praça da Lagoinha e levá-los para o novo “sambódromo”, no Boulevard Lago Sul, ao lado da Prefeitura, onde irão desfilar outros blocos carnavalescos da cidade. A alegação foi de que no Boulevard, haverá mais segurança, melhor estrutura e conforto para os que irão brincar e os que irão assistir, além de um espaço apropriado para grandes eventos de entretenimento.
Os organizadores do Pau não quiseram a mudança e depois de uma enquete nas redes sociais, a maioria votou pela continuidade da tradição, no centro da cidade.
Afonso de Oliveira Silva, um dos dirigentes do Pau de Gaiola
na noite de sexta-feira (13): “Agora foguetório no Bar do Edinho. Amigos do Pau de Gaiola estão comemorando... Pau de Gaiola na Lagoinha para sempre”.
Neste sábado, 14, às 17h, o Teatro Sílvio de Mattos recebe peça teatral infantil do Festival Kids. Com abordagem educativa, o espetáculo fala sobre a importância de ajudar ao próximo, com personagens já conhecidos pela criançada, os cãezinhos, que vão embarcar em uma grande aventura no palco, com muita interação e criatividade. Vale a pena conferir!
Estão abertas as inscrições para o Circuito Desafio 24 horas Indoor – Etapa Itaúna, que será realizado nos dias 29 e 30 de abril, na Praça da Estação, a partir das 10 horas. As inscrições devem ser feitas exclusivamente por meio de formulário disponível no Sympla e só será confirmada mediante a entrega de 1kg de alimento não perecível. Após o preenchimento da ficha de inscrição, o atleta deve definir o horário de sua participação no circuito pelo telefone (37) 9 8833-2804.
O Prefeito Neider Moreira recebeu das mãos do Major Alexsandro Souza, Comandante da 9ª Cia de Polícia Militar Independente, certificado de agradecimento pelo apoio e parceria em prol da segurança pública de Itaúna.
Estão abertas as inscrições gratuitas para as Oficinas Culturais 2023. O prazo segue até a sexta-feira da semana que vem, dia 20. Os interessados poderão escolher dentre quase 30 opções de capacitação. Após a inscrição, a Secretaria de cultura entrará em contato com os inscritos para detalhamento de locais e horários das aulas. As inscrições devem ser feitas no site da prefeitura.
A Gerente Superior de Trânsito e Transportes, Cíntia Valadares, confirmou encontro com diversos setores da cidade e a Companhia Descarga Produções para alinhamento de projetos e intervenções educativas que acontecerão em breve para conscientizar a população sobre um trânsito mais seguro para todos.
A APAE está recebendo currículos de especialistas fonoaudiólogos. A carga horária será combinada e o salário é competitivo ao mercado, mais benefícios. Interessados devem enviar o currículo para o e-mail: pronasapaeitauna@apaeitauna.mg.gov.br, ou entregar pessoalmente, na rua Cunha Quitão, 281.
Outra oportunidade de emprego está sendo oferecida pelo CRASI, na área de auxiliar de limpeza. Os benefícios incluem transporte, plano odontológico, plano de saúde e o horário é 12/36 horas. Interessados devem mandar currículo para o e-mail: crasionline@gmail. com ou entregar pessoalmente na rua Prefeito Antônio Dornas, 157, no Jadir Marinho.
Os números de telefones da Secretaria de Infraestrutura mudaram. O telefone geral da secretaria é 3249-9180. Este também é o contato para solicitar troca de iluminação pública.
Recentemente, o Hospital Manoel Gonçalves recebeu a doação de 238 metros de tecidos da cor verde água, da Brasil Minas Uniformes Profissionais. A doação será destinada para a reposição da roupa de cama da instituição.
A Secretaria de Cultura realizou esta semana reuniões para a finalização do planejamento de segurança e do projeto de intervenção no trânsito durante o Carnavaliza 2023, com presença de representantes da Polícia Militar, Corpo de Bombeiros, Diretoria de Trânsito, Secretaria de Administração, além da Procuradoria e Controladoria do município. A segurança do Circuito será reforçada ainda mais este ano, já que a previsão é que o carnaval tenha um público médio de 40 mil pessoas por dia.
A Tecelagem Minas Rey doou fraldas geriátricas que irão repor o estoque da Fundação Frederico Ozanan. A iniciativa da empresa vai ajudar nos cuidados diários com os idosos. Vale destacar que a Minas Rey é uma empresa parceira que sempre está disposta a contribuir com as causas sociais da nossa cidade. O Grupo BNI Safira Minas, também realizou doação de fraldas ao CRASI. Parabéns à Minas Rey e também ao Consórcio de Empresários.
A página do Instagram “Contra Golpe Brasil”, está fazendo sucesso ao estampar a cara de pessoas que participaram da invasão e depredação das sedes dos três poderes em Brasília. E já foram estampadas as fotos de alguns itaunenses. Quem quiser denunciar deve acessar a página @contragolpebrasil e formalizar as informações no Ministro Alexandre de Morais: gabmoraes@stf.jus.br.
A “1ª Chopada do Baballo” será no dia 11 de fevereiro, a partir das 16h, no Sítio do Maguinho, na Comunidade Rural de Vista Alegre. Haverá Open de Choop e vans saindo de Santanense. O preço do ingresso é R$70. Informações e ingressos pelo telefone: (37) 9 9866-9964 (Luiz Henrique).
O ex-vereador e presidente da Câmara, Francis José Saldanha Franco foi o feliz aniversariante do dia 10 e, com certeza foi muito cumprimentado pelos amigos e familiares. Francis é do time de professores da Faculdade de Engenharia da Universidade de Itaúna. Felicidades para ele que tanto merece.
A partir de primeiro de março estará aberto o prazo para a atualização dos dados dos servidores públicos de Itaúna junto ao Instituto Municipal de Previdência. O Censo Previdenciário seguirá até 31 de agosto, na sede do IMP, que fica na rua Coronel João de Cerqueira Lima, 167, Centro. Os atendimentos serão feitos das 8h às 10h30 e das 13h às 16 horas, de segunda a sexta-feira.
O Festival de Teatro Infantil da Cia. Descarga Produções Culturais está de volta e a segunda edição do projeto promete agitar o mês de férias da criançada com três grandes apresentações no Teatro Sílvio de Mattos. Dia 15, às 16h será apresentada a peça “O Sítio Do Pica Pau Amarelo”; no dia 22, também às 16h, será a vez da encenação de “As Aventuras de Severino e Maria Quitéria em… O Patinho Feio” e no dia 29, às 16h, o teatro “S.O.S Princesas em Apuros”. Os ingressos e passaportes a preços promocionais já estão disponíveis. Haverá sorteios e sessão de fotos com os personagens todos os dias de espetáculos. O 2º Festival de Teatro Infantil tem apoio da Secretaria Municipal de Cultura e Turismo. Mais informações pelo Instagram @ ciadescargaproducoes ou pelo telefone (37) 9-9817-0433.
Dando uns bordejos na feira de hortifrúti de Santa Cecília, em São Paulo, num domingo de manhã, fico observando o povo vendendo, o povo comprando – e pechinchando –, o povo reclamando, o povo comendo (ah, os pastéis da feira!), o povo (como eu), só espiando, assuntando. A chuva de janeiro deu uma trégua e o povo se ajunta na feira. Também na famosa – e muvucada – Rua 25 de Março, ainda em Sampa, os vendedores loquazes apregoam seus produtos num esgoelar apropriado. É a mais pura representação da Ação Social de que falou Max Weber em seus estudos. Na feira de hortifrúti do Santa Cecília chama-me atenção, especialmente, o vozerio dos comerciantes de legumes e verduras anunciando suas mercadorias em sons intermináveis. “5 é 10!”; “5 pacote é 10!”; “olha o alho!”; “olha o ovo!”; “olha a uva!”; “ovo e uva boa!. Ovo e uva
fresca. Ovo e uva doce!”. Na 25 de Março lojistas também gritam suas ofertas numa confusão de sons: “o relógio que tava 100, tá saindo por 40. Quarenta! Só quarenta!”; “Anéis, colares, pulseiras, braceletes. Brilhos e preços! Aproveitem!”; “Sapatos, tênis, rasteirinhas...”.
Fico pensando na minha cidade e nos sons que vinham da rua no tempo de eu
menino, a começar pelo chamado da mãe, longe, inconsútil, interminável: “Toímmmm! Cadê ocê! Vem tomá banho para ir pra escola! Ô Toímmm”... “Isabela, sua magricela! Ô Isabela! Vem cumê, menina!”. O povo gritava na rua chamando os vizinhos: “Ô de casa!” E junto com os gritos vinham as palmas. Naqueles tempos não havia muitas casas com cam-
painha, aliás, quase não havia casas com muros na frente, quando muito umas muretas, pequetitas que serviam, até, de banco. Interfone? Nem pensar. E o povo gritava na calçada e já ia entrando “porque a porta da rua é a serventia da casa”.
E o povo gritava nas ruas toda uma infinidade de coisas. “Puliça. Óia a Rapa! Foge, doido!”. E era um
colosso de vendedores, o dia inteirinho. De peixes, de laranja, de melancia, de galinhas, de pão, de abacaxi, de pamonha, de pintinhos amarelinhos – em caixas de papelão com uns furinhos nas extremidades – coitadinhos. E os palhaços de circo em pernas de pau gigantes, que gritavam em megafones afônicos: “hoje tem marmelada, hoje tem
goiabada... e o palhaço o que é? É ladrão de muié!”. Já os meninos descalços vendendo picolé berravam pelas ruas: “Oh o picolé! Óia o Eskimone!”. O Mineirinho e o Naningo Neto rodavam pela cidade com seus carros de som, lentos e enfumaçados. Em cima do jipe Rochedo e do DKV Leguedê as cornetas roucas davam o tom das propagandas volantes que vendiam de tudo, desde os artigos das lojas de armarinho, até as candidaturas dos políticos da ocasião. A cidade era tranquila, devagar, preguiçosa, fizesse sol, fizesse chuva. Os sons das ruas não tiravam o sossego das tardes da nossa meninice. Aliás, essa sonoridade fazia parte do ambiente da pequenina cidade, compunha bem o cenário deste lugar, que ainda contava, religiosamente, com o indefectível apito do relógio da fábrica da companhia de tecidos.
Nos últimos dias têm circulado notícias sobre uma possível decisão do STF que poderia proibir a dispensa de empregados sem justa causa. A realidade não é exatamente essa e a nosso ver não há motivo para alarde.
A ADI - Ação Direta de Inconstitucionalidade que tramita no STF trata de uma celeuma que gira em torno da Convenção 158 da OIT e que aguarda julgamento há nada menos que 25 anos. Em 1996 o Brasil ratificou tal convenção, mas no ano seguinte um decreto presidencial negou-lhe a vigência. A discussão seria se tal ato poderia ser feito via decreto ou se a matéria estaria reservada à lei federal. O STF não está julgando, portanto, exatamente a possibilidade ou não dá dispensa sem justa causa. A Convenção 158 da OIT sequer proíbe textualmente a demissão sem justa causa, mas apenas tenta definir
critérios e compensações para eventual dispensa.
Nessa linha, há quem sustente inclusive que o Brasil já possui previsão legal que atende a Convenção 158 já que nossa legislação (Lei 8.036/90) prevê a multa de 40% em caso de rescisão imotivada. Seria essa a nossa forma
de proteção contra a dispensa sem justa causa e compensação ao trabalhador dispensado imotivadamente. O fato é que na hipótese mais remota, caso acolha a ADI e se opte por entrar no mérito da Convenção 158, o STF apenas proporia alguns critérios para a dispensa imotivada. Tais
critérios seriam genéricos (necessidade da empresa, condição economica da empresa, fechamento de estabelecimentos ou setores, etc) como ocorre em alguns outros países sem o condão de impedir a dispensa imotivada.
A exigência de fundamentação para a dispensa é polêmica, razão pela qual apenas 35 dos 180 membros da OIT ratificaram tal convenção. Assim, é muito provável que o STF apenas defina que a matéria deveria ser tratada por lei federal, sem sequer adentrar ao mérito da Convenção ou, caso enfrente-o, que defina alguns critérios gerais que não impedirão a demissão. Por fim, há ainda a possibilidade de o próprio Congresso Nacional editar lei que afaste a aplicação da referida convenção.
Nesse quadro, a afirmação pura e simples de que a dispensa sem justa causa será proibida no Brasil não encontra respaldo nos fatos.