Ed_609_Jornal Solidario_1a_quinz_mai_2012

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IMPRESSO ESPECIAL CONTRATO No 9912233178 ECT/DR/RS FUNDAÇÃO PRODEO DE COMUNICAÇÃO CORREIOS

Porto Alegre, maio de 2012 - 1 a quinzena Divulgação

www.jornalsolidario.com.br

Ano XVII - Edição N o 609 - R$ 2,00

Trabalho Prazer ou pesar?

"A felicidade do homem é desfrutar o produto de seu trabalho" Eclesiastes, 2, 24-25

Vaticano II 50 anos depois

É considerado o fato mais importante da história recente da Igreja, embora, passados 50 anos, ainda persistam correntes que resistem às mudanças decididas por religiosos, abades, bispos e cardeais do mundo inteiro, dos quais ainda estão vivos 179 bispos, sendo 10 brasileiros. Segundo a pesquisa apresentada durante a recente 50a Assembleia Geral da CNBB pelo professor Fernando Altemeyer Júnior, do Departamento de Teologia da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, havia, em janeiro deste ano, 5.207 bispos católicos vivos e atuantes em todo o planeta e, dentre eles, estão aqueles que participaram do Concílio Vaticano II, ocorrido em quatro sessões entre 1962 e 1965 em Roma, na Itália. A primeira sessão se deu entre 11/10/1962 e 8/12/1962, com a presença de 2.448 padres conciliares. A segunda, entre 29/09/1963 e 4/12/1963, com a presença de 2.488 padres. A terceira sessão transcorreu entre 14/9/1964 e 21/11/1964, com a presença de 2.468 padres. E a quarta sessão, de 14/09/1965 a 8/12/1965, com a presença de 2.625 padres.

A escolha certa da atividade profissional torna possível fazer do trabalho um prazer e razão de realização e felicidade. Nascemos para muitas vocações e cada vocação permite várias profissões. Mas qual é a minha vocação, meu talento? Como escutar o chamado interior? As respostas são fundamentais para optar por uma futura profissão. Mais reflexões nas páginas 2 e centrais Solidário

Quase sem reconhecimento, mal remunerado, sem apoio por parte dos pais e das escolas, e trabalhando muitas vezes com pesar pela sensação de dever não cumprido, o professor é exemplo de profissional que coloca prazer em tudo aquilo que faz em prol dos seus alunos.

Participe também deste mutirão Solidário. Assine já o Jornal da Família "Deus é alegria. Uma criança é alegria. Deus e uma criança têm isso em comum: ambos sabem que o universo é uma caixa de brinquedos. Deus vê o mundo com os olhos de uma criança. Está sempre à procura de companheiros para brincar." Rubem Alves - Escritor, poeta, psicanalista

Os telefones do Jornal Solidário: (51) 3093.3029 e (51) 3222.2314 e-mail: solidario@portoweb. com.br


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RTIGOS

Voz do Pastor Dom Dadeus Grings

Editorial

Arcebispo Metropolitano de P. Alegre

O gosto pelo trabalho

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trabalho é um direito, um dever ou um prazer? Uma pergunta com muitas repostas possíveis. Depende do ponto de vista e do lugar sóciopolítico-religioso de cada um. E o que o trabalho tem a ver com felicidade? Mais uma vez... depende. O trabalho é um direito de toda pessoa como atividade que contribui para o bem-estar social e para a própria realização. É, também, um dever, consequência das opções que se fazem na vida. Agora, para tornarse um prazer, é preciso que se acolha o trabalho com alegria e gratidão como uma oportunidade para deixar sua marca na construção de um mundo melhor. O que certamente é indigno da condição humana é tomar o trabalho apenas como um dever que se vai aguentando porque não tem outro jeito. É verdade que, no Livro do Gênesis, é dito que Adão e Eva foram expulsos do Paraíso da felicidade terrena e que deveriam ganhar seu pão diário com o suor do seu rosto, com sofrimento, com pesar e como um dever para sobreviver. Contudo, os alérgicos ao trabalho digno e honesto terão que descarregar sua inconformidade, não em Adão e Eva, mas nos próprio Deus. Porque o mesmo texto bíblico afirma que Deus trabalhou seis dias e no sétimo dia, descansou, desfrutou seu trabalho, olhou para sua obra, viu que era boa e se sentiu feliz. O jesuíta Thomas McCain afirma: “O trabalho não deve ser uma carga, mas antes o prazer de criar algo novo, o prazer de dar-se a si mesmo. Todo o ser humano é criado à imagem e semelhança de Deus e, como tal, é convidado a cooperar, com seu trabalho, com sua atividade, na obra criadora de Deus. No trabalho da criação, o próprio Deus dignifica todo o trabalho, toda atividade humana. O trabalho honesto – e é importante ressaltar: qualquer trabalho –, com salário justo, é um direito de toda pessoa. É também um dever, sim, mas um dever que se cumpre e se assume pelas opções que se fazem na vida. E a vida é feita de opções, de escolhas. Agora, os artistas da vida fazem do direito e do dever do trabalho uma fonte de alegria, de realização, de verdadeiro prazer. E por seu trabalho, se tornam presença do Deus Criador/trabalhador. Por isso, vivem a vida até o fim, com muito gosto e prazer. Deixam marcas... são felizes! Nas páginas centrais desta edição contamos com a colaboração do jesuíta Miron Stoffels, que nos fala do trabalho como fonte de realização, a partir do texto bíblico de um Deus/trabalhador, e de Clarice Jaeger, que nos leva a assumir nosso trabalho como fonte de felicidade. (attilio@livrariareus.com.br)

Fundação Pro Deo de Comunicação CNPJ: 74871807/0001-36

Conselho Deliberativo

Presidente: Agenor Casaril Vice-presidente: Jorge La Rosa Secretário: Marcos Antônio Miola

Maio de 2012 - 1a quinzena

Voluntários Diretoria Executiva

Diretor Executivo: Adriano Eli Vice-Diretor: Martha d’Azevedo Diretores Adjuntos: Carmelita Marroni Abruzzi, Elisabeth Orofino e Ir. Erinida Gheller Secretário: Elói Luiz Claro Tesoureiro: Décio Abruzzi Assistente Eclesiástico: Pe.Attílio Hartmann sj

O encontro com Deus

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céu parece-nos muito “distante”, para não dizer “diferente”. Separa-nos dele como o tempo e a eternidade; o finito e o infinito; o passageiro e o definitivo; a caminhada e a meta. Nós ainda estamos do lado de cá, apenas vislumbrando o lado de lá. Como ficamos aqui? Como encontrar Deus em nosso tempo e em nosso espaço?

Jesus indicou sinais que permitem encontrá-lo pessoalmente. Podemos situá-los no esforço humano de encontrar Deus, através destes sinais estabelecidos ao longo dos tempos. Em lugar das imagens esculpidas, que chamavam de ídolos, quer ser encontrado no pão que alimenta os homens. Na última ceia o tomou e garantiu isto ser seu corpo. O corpo é o modo de nos deixarmos encontrar e visibilizar. Mandou fazer isto em sua memória: ali está presente pessoalmente em seu gesto de entrega total. Chamamo-la Eucaristia. Em lugar das realidades numenificadas – caracterizadas pelo númen – quer em montanhas, quer em animais, quer em astros, Jesus se deixa encontrar nas pessoas carentes que nos cercam. Mostra-se presente em quem passa fome ou sede, está nu ou enfermo, se encontra na prisão (Mt 25,35-36). Em outras palavras, Deus não é encontrado nas coisas prontas, mas nas carências a serem preenchidas. Além disso, Deus, com o sinal da Cruz, na qual foi pregado, não se encontra no poder, mas no serviço. O maior no seu Reino é quem se torna o menor e o servidor de todos. Deus não se encontra nem nas ideias nem na economia nem nas ciências. Jesus, ao contrário, estabeleceu a comunidade de fé como sinal de sua presença entre os homens. Ali, onde as pessoas se encontram em seu nome, Ele está presente. Destaca-se, em primeiro lugar, a família como lugar de encontro com Deus. Vem, depois, a comunidade paroquial, que reúne os fiéis para o

Conselho Editorial

Presidente: Carlos Adamatti Membros: Paulo Vellinho, Luiz Osvaldo Leite, Renita Allgayer, Beatriz Adamatti e Ângelo Orofino

Diretor-Editor Attílio Hartmann - Reg. 8608 DRT/RS Editora Adjunta Martha d’Azevedo

culto divino, para a caridade e para a evangelização. Nesta perspectiva, o tempo perde seu aspecto trágico de “chrónos”, como mera sucessão de movimentos, para se tornar “kairós”, ou seja, graça. É o tempo litúrgico, que nos aproxima, cada dia de modo diferente, de Deus. Ele nos fala pelo e no tempo. O tempo, vivido na perspectiva da fé, torna-se veículo adequado para chegar à meta. A Liturgia fixa nosso olhar nesta meta e nos acompanha, no dia a dia, na peregrinação. Chegaremos lá. Olhamos para lá com esperança e cheios de fé. Aqui encontramos Deus através de sinais, que Ele nos deixou. Isto nos anima na caminhada. Não estamos a sós. Caminhando com os irmãos na fé, temos certeza de contar com a companhia de Jesus. Por fim, a egolatria é substituída pelo testemunho da salvação: “Sede minhas testemunhas até os confins do mundo”. Os discípulos de Jesus têm a missão de tornar o Mestre presente entre os homens em toda parte. S. Paulo o entendeu bem. Exorta, por isso, os cristãos a serem seus imitadores, assim como ele se propõe ser imitador de Cristo (1 Cor 11,1). Os cristãos não se limitam a palavras – não são apenas anunciadores da salvação – mas visibilizam, com sua vida, o próprio Cristo. Cabe-lhes, em outras palavras, torná-lo presente onde quer que estejam. Os homens encontraram Deus em muitas realidades. Cada ser humano opta por algum Absoluto, ao qual sacrifica a vida. Procura um sentido para ela. Jesus veio confirmar esta tendência e dar-lhe um direcionamento. Mostra o Pai e estabelece muitos sinais para encontrá-lo: entre nós, no espaço e no tempo. Está no céu para apontar para a transcendência e se encontra na Eucaristia, nos sacramentos, na Comunidade, nos pobres, no tempo litúrgico... para garantir sua imanência. Elevou o templo à plenitude, como veículo da graça.

Redação Jorn. Luiz Carlos Vaz - Reg. 2255 DRT/RS Jorn. Adriano Eli - Reg. 3355 DRT/RS

Revisão Ronald Forster e Pedro M. Schneider (voluntários) Administração Elisabete Lopes de Souza e Norma Regina Franco Lopes Impressão Gazeta do Sul

Rua Duque de Caxias, 805 Centro – CEP 90010-282 Porto Alegre/RS Fone: (51) 3093.3029 – E-mail: solidario@portoweb.com.br Conceitos emitidos por nossos colaboradores são de sua inteira responsabilidade, não expressando necessariamente a opinião deste jornal.


Maio de 2012 - 1a quinzena

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AMÍLIA &

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OCIEDADE

Uma visão positiva dos conflitos familiares Divulgação

Monica Mlynarz Terapeuta individual e familiar

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mpasses e conflitos são inevitáveis e inerentes à condição humana e não poderão ser inteiramente eliminados das relações significativas como é o caso de vínculos mais íntimos entre pais e filhos, homem e mulher, que geram emoções como ciúme, rivalidade, raiva, carinho, medo. Essas emoções estão relacionadas às necessidades fundamentais do ser humano de ser amado, cuidado, atendido e valorizado. É muito importante reforçar que a existência de conflitos não é necessariamente ruim. Muitos de nós criamos a imagem ideal e perfeita do relacionamento familiar e, portanto, nos assustamos quando surgem brigas e ressentimentos. E tentamos evitar o conflito a qualquer custo. Muitas vezes, um relacionamento sempre harmonioso é muito mais frágil que um vínculo onde frequentemente surgem pontos de discordância. Enfrentar e resolver situações conflitivas pode ser um processo bastante enriquecedor para as pessoas envolvidas, facilitando o crescimento pessoal e o aprofundamento dos vínculos. No dia-a-dia, observamos que alguns fatores são responsáveis pelo surgimento dos conflitos: as diferenças de necessidades, desejos e pontos de vista entre as pessoas. Na relação pais e filhos os conflitos que surgem são, muitas vezes, resolvidos de forma autoritária ou permissiva. Em ambas formas resulta em ganho para uma pessoa e perda para outra.

Situações comuns

O autoritarismo se faz presente quando o pai ou a mãe impõem suas decisões, soluções e vontades arbitrariamente, enquanto as necessidades e vontades da criança permanecem cronicamente insatisfeitas. Muitos pais temem a idéia de que se forem flexíveis, carinhosos e afetuosos, os filhos não lhes terão respeito. Confundem afetividade com moleza e carranca com firmeza. Na atitude permissiva, a criança detém o poder, dominando os pais, sempre insatisfeitos e ressentidos porque não dão lugar às suas necessidades e desejos. O sentimento de culpa é solo fértil para a permissividade. Os pais sentem-se permanentemente em débito para com a criança, com o dever de compensá-la ou indenizá-la, fazendo-lhe todas as vontades. Em ambos os casos, a resolução de conflitos propicia a criação de um campo de batalha onde pais e filhos disputam o poder.

Há, porém, uma forma da qual eu sou especialmente partidária que é a resolução conjunta ou a negociação para resolver conflitos. Nesses casos, o poder será compartilhado e a solução atenderá às duas partes. A atitude essencial é o respeito pelas próprias necessidades e pelas necessidades do outro.

Resolvendo problemas

Gustavo, de 5 anos, adorava comer biscoitos, salgadinhos e chocolates o dia inteiro. Isso estava prejudicando seu apetite. A mãe, aflita, não queria proibir ou esconder as guloseimas, mas também não achava saudável a forma como seu filho se alimentava. Um dia, resolveu conversar com Gustavo e dizer que aquela situação não podia continuar. Pediu que ele sugerisse uma solução e qual não foi a sua surpresa quando Gustavo disse: - "A gente pode combinar que eu só vou pegar as bolachinhas depois de comer um pouco de batatinha e bife, tá bom?" Para atuar na resolução conjunta, evidentemente é preciso que acreditemos na possibilidade da criança ajudar a encontrar soluções. Na medida em que os conflitos são resolvidos conjuntamente, a busca de soluções passa a ser um processo criativo: não existem fórmulas ou receitas que digam qual a melhor maneira de resolver determinadas situações (por exemplo, qual é a melhor hora para uma criança dormir, quanto tempo deve ficar vendo TV, etc). O fundamental é que cada família descubra qual a solução que melhor funciona em determinado momento. O uso consistente dessa forma de resolução traz, a longo prazo, efeitos muito benéficos:  estimula a criatividade e a tomada

de decisões;  estimula a criança a refletir sobre os seus sentimentos e os dos outros;  desenvolve na criança a capacidade de entender e procurar satisfazer o outro sem renunciar a si próprio;  estimula a assumir a responsabilidade e o compromisso de cumprir os termos do contrato;  diminui os comportamentos de birra, rebeldia e hostilidade. Crianças pequenas nem sempre são capazes de criar soluções. É preciso decidir por elas ou sugerir alternativas, desde que haja respeito pelos direitos da criança e pelos direitos dos pais. O conflito não é necessariamente negativo ou anormal. É uma dificuldade a ser resolvida. É um gerador de energia criativa, um motor para a mudança, uma grande oportunidade para o crescimento e enriquecimento pessoal. É preciso encará-lo de frente ! clicfilhos.com.br


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4 Antônio Mesquita Galvão

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u recordo, desde criança, que meus pais iniciavam as orações domésticas dizendo “pelo sinal da Santa Cruz, livrai-nos Deus nosso Senhor dos nossos inimigos...”. Esta invocação se tornou o ponto básico da espiritualidade das famílias da minha geração. De uns tempos para cá, os cristãos vêm se mostrando indignados, especialmente no Rio Grande do Sul, com uma medida discricionária e sem o mínimo suporte legal, onde o Tribunal de Justiça do Estado fez retirar de todas as suas dependências os crucifixos. Tal medida, nada simpática, se não fosse solerte, parece, à minha visão, uma atitude de ateus, comunistas e alguns segmentos maçônicos, todos nitidamente anticristãos. A isto há que se somar, quem sabe, o lobby crescente dos gays, que inconformados com as críticas das igrejas aos “casamentos” homossexuais, partiram para a retaliação. É salutar que se saiba e verbalize que o Brasil é um Estado Laico, mas não ateu. Aqui, a democracia e a ética preconizam – embora nem todos estejam dispostos a observar – a liberdade de expressão e de culto religioso. Há uns quinze anos, a Prefeitura de Porto Alegre erigiu, no bairro Ipanema, às margens do Guaíba, a estátua de uma “orixá” (Oxum), que é reverenciada pelos umbandistas e candomblecistas da Capital. Foi uma obra construída com dinheiro público e ninguém reclamou. Afinal, todos têm o direito de cultuar sua religião. No entanto, olhando bem, eu até concordo em parte com a medida tomada pelo Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul. Tem mesmo que tirar os crucifixos, não só dos tribunais, mas também das repartições públicas, dos bancos e algumas empresas particulares, empreiteiras, das clínicas que não tem compromisso com a vida e até algumas escolas. Acho que nesses locais não pode haver a imagem de Cristo. Sua entrega na cruz foi um gesto de libertação, de fidelidade ao projeto redentor e, sobretudo, de uma partilha solidária de que boa parte do mundo se esqueceu. Como pendurar uma cruz num local onde, via-de-regra, não se pratica a justiça? É possível decorar a parede de uma repartição pública onde a ética escapuliu pelo esgoto? Não se deve expor o Ressuscitado a um ambiente de negociatas, exploração do povo e aviltamento da mão-de-obra, etc. Para que uma cruz em uma sala de aula que há muito deixou de ensinar os verdadeiros valores? É como querer que Cristo se faça presente no quarto de um casal infiel. É uma afronta ao crucifixo com Aquele que veio libertar, em certos locais onde a liberdade e a dignidade humana não são preservadas. Pois olhando tudo isto, eu concordo com a retirada dos crucifixos de muitos lugares públicos, para que a imagem e o sinal do Salvador não sejam profanados pela impureza de tantos ambientes.

PINIÃO

Passado e Presente

O Sinal da Cruz Filósofo, escritor e doutor em Teologia Moral

Maio de 2012 - 1a quinzena

Dom Demétrio Valentini Bispo de Jales (SP) e presidente da Cáritas Brasileira

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izia o escritor Alceu Amoroso Lima: "O passado não é tanto o que passou, mas o que ficou". Aplicando esta sentença ao Concílio Vaticano II, diminui a inquietação de saber se ele ainda é do presente, ou se já pertence ao passado. Pois o que de fato importa dos acontecimentos é o que deles ficou. Poderíamos ir elencando tantas heranças positivas deste grande Concílio, realizado há 50 anos. Basta conferir como era a situação da Igreja antes do Concílio, para perceber como ele proporcionou mudanças muito significativas, e que ainda permanecem. Um fato pitoresco, mas que não deixa de sinalizar as profundas mudanças efetivadas pelo Concílio, era a maneira como os bispos reunidos em Concílio celebravam a Eucaristia. Não havia ainda a "concelebração", que possibilita todos participarem da mesma Eucaristia. Cada um celebrava a sua missa. E cada um precisava garantir ao menos um sacristão, que servisse de "ajudante" da missa. A solução era simples: quem celebrasse primeiro, servia depois de sacristão para o outro. No sub-solo da grande casa de encontros onde os bispos brasileiros estavam hospedados, havia dezenas de pequenos altares, onde, em cada madrugada, começava o revezamento das missas, onde todos se sentiam "celebrantes e ajudantes", mas não "concelebrantes"! Fato semelhante acontecia diariamente, no início dos trabalhos conciliares. A sessão sempre iniciava com a missa, celebrada por um dos bispos. Portanto,

não "concelebrada" por todos. Os bispos "assistiam" à missa que um deles celebrava! Isto acabou sendo um fator positivo, para os bispos se darem conta de quantas coisas da liturgia precisavam ser renovadas. O Concílio ainda tem uma mensagem muito atual e positiva a transmitir, para animar a caminhada de renovação eclesial, que o Concílio impulsionou, e que agora devemos levar adiante. Por outro lado, é fácil também constatar que depois de 50 anos, o Concílio é visto por muitas pessoas como um fato passado, sem nenhum nexo com a realidade de hoje. Por falta de informação, por esquecimento, ou por desinteresse, se passa ao largo deste que foi com certeza o maior acontecimento da Igreja no século vinte. Em todo o caso, parece-me que está dado o desafio. No dia 11 de outubro vão se completar 50 anos da abertura oficial do Concílio. Como ele durou quatro anos, teremos pela frente também agora, quatro anos para "revisitar o concílio". O que importa não é tanto relembrar episódios que já pertencem ao passado. Mas reencontrar heranças positivas deixadas pelo Concílio, junto com novos desafios, que podem nos estimular a prosseguir na grande tarefa de renovação eclesial, proposta por este grande Concílio. Permanece atual a avaliação feita por João Paulo II, por ocasião da passagem do milênio: "Sinto ainda mais intensamente o dever de indicar o Concílio como a grande graça que beneficiou a Igreja no século XX: nele se encontra uma bússola segura para nos orientar no caminho do século que começa". (Fonte: www. adital.com.br)

Amar a juventude! Dom Hélio Adelar Rubert Arcebispo de Santa Maria

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ste é um momento precioso que a Igreja no Brasil está vivendo, pois manifesta claramente seu amor pelos jovens. É sua opção, mesmo com dificuldade em entender o mundo misterioso da juventude. Sabemos que qualquer ‘Mudança de Época’ atinge a todos e tudo, mas de uma forma toda particular, as novas gerações. A Igreja do Brasil, nas suas mais diversas formas, tem demonstrado um carinho muito grande pela juventude. Estamos vivendo numa época de opção efetiva eclesial pela juventude em nosso país. A CNBB vem investindo para que todos os jovens, a ela confiados, possam encontrar acolhida, espaços, orientação e motivação. Entre tantos sinais desta opção, destacamos: o documento ‘Evangelização da Juventude – desafios e perspectivas pastorais’, aprovado em 2007 e dirigido a todas as expressões de trabalho juvenil; o incentivo para que se garanta espaço de unidade na instância diocesana criando o Setor Juventude; o processo de organização para a JMJ Rio 2013; a criação da Comissão Episcopal Pastoral para a Juventude e a organização da Coordenação de jovens de várias expressões, responsável pela pastoral juvenil no país. Enche-nos de alegria a aprovação da Campanha da Fraternidade de 2013 com o tema ‘Juventude’. Neste contexto, somos convidados a intensificar a nossa atenção e os projetos pastorais em vista da evangelização desta parcela tão cara à Igreja e à Sociedade. As Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora dizem assim: “Atenção especial merecem os nossos jovens. A beleza da juventude e os inúmeros desafios para a plenitude de sua vida exigem urgentes iniciativas pastorais nas diversas instâncias de nossa ação evangelizadora” (81). “Crianças, adolescentes e jovens, que constituem parcela importante da população brasileira, precisam de maior atenção por parte de nossas comu-

nidades eclesiais, pois são os mais expostos ao drama do abandono e ao perigo das drogas, da violência, da venda de armas, do abuso sexual, bem como à falta de oportunidades e perspectivas de futuro” (109). Como um dos responsáveis da Comissão para a Juventude, Dom Eduardo Pinheiro, que presidiu a Romaria da Medianeira em 2011, sugere que se faça deste ano de 2012 um ‘Ano da Juventude’. A 2ª Jornada Arquidiocesana da Juventude no dia 1o de abril em Santa Maria e os dois grandes eventos nacionais do próximo ano – a Jornada Mundial da Juventude e a Campanha da Fraternidade – serão melhor celebradas se puderem contar com uma adequada preparação nas bases. Os párocos são convidados a priorizar a juventude, principalmente na organização paroquial, através de iniciativas para que ela se sinta mais amada e valorizada. Sejam os jovens convidados a participar de algumas instâncias de decisão paroquial/comunitária. Sejam organizadas atividades valorizando as diversas expressões culturais juvenis. Com eles se estudem os documentos da Igreja e as cartas dos papas que a eles se dirigem. Os adultos valorizem os jovens; se promovam os grupos de jovens; se apoiem e orientem as diversas expressões que já trabalham com a evangelização da juventude; invistam em assessoria para o seu acompanhamento; motivem momentos de intensa espiritualidade e de exercício da lectio divina. Sejam revistos os encontros catequéticos tornando-os mais atraentes e envolventes; proporcionem experiências missionárias juvenis; incentivem projetos voluntários que contribuam com o seu amadurecimento enquanto cidadão; participem de suas iniciativas e de alguns momentos informais que lhe são caros. Há tanta coisa para se criar ou potencializar. Acima de tudo, é necessário que os jovens se sintam amados (Carta aos Párocos: Dom Eduardo). Sim. Acreditamos na juventude. Os jovens carregam um grande potencial para construir um mundo novo. Que Maria, a jovem de Nazaré, os acolha em seu abraço materno.


Maio de 2012 - 1a quinzena

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DUCAÇÃO &

SICOLOGIA

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Adoecimento mental: SUS e CAPS Juracy C. Marques Professora universitária

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o invés de falar sobre ‘doença mental’, dá-se preferência à expressão ‘adoecimento mental’, a fim de que os vários distúrbios psiquiátricos sejam entendidos como um processo. Pensar na pessoa que adoece e não na doença do sujeito que sofre, em função de déficits e vicissitudes em seu modo de ser e de se comportar perante si mesmo, respingando os efeitos em seu entorno.

Sistema Único de Saúde (SUS)

O SUS (Sistema Único de Saúde) é regulamentado por Portarias do Ministério da Saúde, BR (Portaria No. 336, de 10 de fevereiro de 2002 e outra com detalhamentos de 2004) com a finalidade de estabelecer o ordenamento da Reforma Psiquiátrica Brasileira. A progressiva extinção dos hospícios estendeu-se pelo mundo por influência da OMS (Organização Mundial da Saúde, órgão das Nações Unidas, através de um Relatório sobre a Saúde no Mundo, Nova concepção, nova esperança, 2001). Inicialmente, era recomendado que as pessoas com distúrbios mentais fossem atendidas em enfermarias especiais, dentro dos hospitais, com suas divisões para tratamento de diferentes tipos de doenças, aí incluindo psiquiatria, como uma de suas enfermarias. Posteriormente, instituíram-se Comunidades ou Residências terapêuticas, públicas e privadas, em especial para atendimento de drogados. Mais adiante, com o SUS descentralizado, recaiu maior responsabilidade para os municípios, embora com repasses de verbas dos governos federal e estadual. Aos poucos, os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) foram surgindo, de tal sorte que as comunidades se envolvessem em ações preventivas, como uma rede de apoio, não só para tratamentos de urgência, mas para triagens que favorecem encaminhamentos mais eficientes, de conformidade com as necessidades de cada sujeito, englobando conceitos de cidadania e direitos humanos. “Buscar ajuda é um ato de Saúde”, pois “a angústia é impensável quando o sentimento de continuidade do ser é interrompido pela ameaça de aniquilamento”, como disse Winnicott, já em 1952. Convém salientar que isso tudo está em implantação, guardando sinais de utopia para alguns, enquanto para outros se constituindo em realidade alvissareira.

Centros de Atenção Psicossocial (CAPS)

Os Centros de Atenção Psicossocial podem assumir diversificados formatos, mas em essência são multidisciplinares, incluindo psiquiatra, psicólogo, enfermeiro, assistente social, terapeutas ocupacionais e, obviamente, os usuários, abandonando-se o termo paciente, além do acesso continuado aos medicamentos, quando indicados. Depois de certo tempo, de conformidade com suas características, os usuários do SUS podem se encaminhar para usufruir, tanto quanto possível uma ‘vida normal’. O usuário se convence que seu objetivo é conquistar sua autonomia como sujeito, sem deixar-se sucumbir em meio aos ‘males’ que o assolam. Torna-se protagonista e não mais subordinado aos

Alegre, 2012), denomina de “Rodas de Conversas”, onde o moderador tanto pode ser um pesquisador, um profissional, quanto o próprio usuário. Desse modo, a pesquisa “não é sobre os outros, mas com os outros”, o usuário, através de sua rede de apoio, é capaz de altear sua voz: é o silêncio que fala: “a antítese do medo é a coragem”. Nessas reuniões multicêntricas todos tem voz, embora, de quando em vez, ocorram desvios: ‘falas’ que se perdem na dispersão. Como um usuário disse: “Sou uma pessoa, não uma doença!”. Esta é uma manifestação densa que comunica capacidade de autonomia e, que, por ser bem aceita pelo grupo, é legitimada e respeitada pelos demais. ditames de tratamentos que lhe são prescritos, através de processos burocráticos. Acorda para pensar sobre as possibilidades de encontrar um novo lugar para si mesmo no mundo e na vida, com realismo, reavivando suas forças (suas partes sadias) para enfrentar os muitos desafios, entre eles ‘o monstro’ do preconceito. O que se visa, sobretudo, é a inserção social. Em geral, o grupo vai gradativamente se estruturando, começa com uma fase de intervenção, onde um dos profissionais da saúde é o moderador do grupo, depois passa para uma etapa que Cecília de Castro e Marques (Tese de Mestrado Entre nós: sobre mudar de lugar e produzir diferenças, UFRGS, Instituto de Psicologia, Programa de PósGraduação em Psicologia Social e Institucional, Porto

Mudar de lugar e de status

A inovação marcante é a participação do usuário, em igualdade de condições com os profissionais, exigindo humildade destes ao reconhecer que “fazer análises é produzir desestabilizações, uma voz que não é normativa, mas transgressiva”, que, por estranhamento produz um novo referencial que informa e autoriza a que cada um tenha autonomia e responsabilidade na condução de seu destino. Muda-se de lugar, não mais aquele de estar subjugado e dependente, mas elevando-se ao status de cidadão de uma comunidade para a qual pode contribuir em termos de desenvolvimento econômico-social e dignidade como ser humano, ‘Filho de Deus’, como qualquer um de nós.


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EMA EM FOCO

Maio de 2012 - 1a quinzena

Trabalho: pra

“Vejam: a felicidade do homem está em comer e beber, desfrutando o produto do seu trab comer e beber, sem que isso lhe venha

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‘com o suor do teu rosto ganharás o pão de cada dia’, até agora visto como anátema do Novo Testamento – que exaltam o trabalho. E já há quem pensa em outro signific sido de Adão e Eva, depois de postos em sua verdadeira condição humana com a e ção essencial para plenificar a existência humana – não para apenas e unicamente a A reflexão é oportuna pelo Dia do Trabalho, equivocadamente lembrado com

Trabalho, dom de Deus É a convicção do Superior da Comunidade junto ao Santuário S. Coração de Jesus (túmulo do Pe. Reus), professor e jornalista Pe. Miron Stoffels, S.J. Para ele, trabalho possibilita estar a serviço e partilhar. “A pergunta é esta: o “trabalho” é prazer ou pesar? Inicialmente, cabe analisar as diversas conotações inerentes ao tempo “trabalho” (labor, atividade, ocupação...), isto é, atividade física ou intelectual colimando um fim específico. “Trabalho” pode significar também “esforço”, “empenho” numa função; pode tipificar uma “obra literária”; na seara da educação pode traduzir “preocupação”, “cuidado”; existe a expressão “trabalho de Hércules” relevando atividade de muita energia, etc, logo, associar os nominativos “prazer” ou “pesar” ao trabalho, está circunstanciado ao agente e aos fatos”.

Servir

Ao expulsar Adão e Eva do paraíso, Deus falou sem rodeios: “Agora deveis ganhar o pão com o suor do vosso rosto” (Gen 3,19). Alijados do paraíso pelo ato de desobediência, Adão e Eva não podiam sonhar com um jardim de rosas no paraíso terrestre. Cristo nos acendeu uma luz ao referir-se ao trabalho humano, comentando: “Não vim para ser servido, mas para servir”. Logo, é serviço aos irmãos que brota a grandeza ou mesquinhez do trabalhador. Só o homem livre pode servir; o escravo obedece. O trabalho liberta, a ociosidade escraviza. “Não se pode servir a dois senhores, ao dinheiro e a Deus” (Mt 19,24). Jesus confiou aos discípulos a missão de levar a bom termo a missão inacabada da salvação. Belo gesto de confiança! Deus não precisa de ninguém, mas ele quis precisar de nós. “Quem quiser ser meu discípulo, tome sua cruz e siga-me” (Mc 8,34). Jesus não ordenou “aguentai” a cruz, mas, sim, “tomai” a cruz. Deus não força nunca, respeita a liberdade Pe. Miron Stoffels humana até as últimas consequências. A missão deve ser abraçada, amada, acolhida livremente. Se, por ventura, soar onerosa, encontramos arrimo na canção – “Se as águas do mar da vida quiserem te afogar, segura na mão de Deus e vai”. O evangelho não fala que Jesus carregou pedras, também não fez a apologia do trabalho braçal, mas condenou os sócios da confraria de braços cruzados, sentados à beira da estrada contemplando a procissão passar...

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“Deus é um bom trabalhador, mas gosta de ser ajudado” (ditado popular). “Sem mim, Ele alerta, nada podeis” (Jo 15,5). O que é impossível ao homem, não é para Deus. Por que, então, não fazer parceria com o Senhor em nossa jornada? Comumente, o trabalho é exorcizado quando acompanhado de sofrimento, mas, é precisamente então que se exalta a fé do homem. “Vinde a mim vós, que estais cansados, e eu vos aliviarei” (Lc 14,15). À saudação – “Como vais”, ouvimos, como resposta, o estribilho: “Ora, tendo saúde e, podendo trabalhar, tudo bem, o resto é lucro”. O pão mais saboroso, lembra Cesare Cantú, a comodidade mais grata é o que se ganha com o próprio suor”. Não se pode imaginar a raça humana em greve, todos se lembrando em berço esplêndido, esperando o milagre do maná cair do céu. Não vai cair, não. A frase que Jesus nunca pronunciou: “Deixa que eu faço”. Todos os grandes homens, todas as grandes obras registradas nas páginas da enciclopédia universal são fruto do trabalho e do sofrimento humano. Eis aí a grandeza do trabalho! Do trabalho operário nasce a grandeza das nações” (Leão XIII). Mais do que “prazer” ou “pesar”, o trabalho é um dom de Deus. Cabe ao ser humano usar este dom de acordo com os ensinamentos do Mestre, tendo sempre presente a máxima evangélica: “Não só de pão vive o homem, mas, de toda a palavra que sai da boca de Deus” (Mc 4,4). Nós, que condenamos a injusta repartição das riquezas, não podemos desfrutar maior alegria do que minorar as dores de nossos irmãos necessitados com o fruto de nosso trabalho e com o pão de nosso amor”.

Pinturas de Clarice Jaeger sobre o alt

“Tenho que desenvolver não enterrar meus talentos, co me deu o dom da arte, tenho dom. Muitas pessoas – na bus só para agradar a família e se o que não podem ser: engenh para músico; músicos quando médicos quando sua vocação quando seu talento é para a a perder seu tempo se não se qual Deus os criou. E mais: dinheiro – ah, ganho tanto p dinheiro não traz felicidade. mente quando encontramos e A convicção é de Clarice aposentada e artista plástica sacra na produção de ícones livros de arte sacra, banners sacras. Solidário – E como desc Clarice – Deus vai ‘lim vezes, nos frustra. Vais par emprego para ‘ganhar milhõ adianta, Deus quer que faças


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ÇÃO

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OLIDÁRIA

azer ou pesar?

balho. Contudo, percebo que também isso vem das mães de Deus. De fato, quem pode a de Deus...” (Eclesiastes – 2, 24-25).

a, parece soar dissonante diante das inúmeras passagens bíblicas – tanto do Antigo como cado dessa passagem do Gênesis. Pois, o que seria do homem sem trabalho? O que teria expulsão do Éden, se não pudessem trabalhar? Hoje – e sempre – o trabalho é e foi condiacumular bens e patrimônio – mas para a realização pessoal e o gozo da felicidade. apelos publicitários de turismo consumo e inconsequência os mais diversos.

“Sem seguir o talento não há felicidade” Arquivo pessoal

Tempos depois, alguém mostrou um ícone meu e – sem saber da autoria da pintura de Gravataí, assim se expressou: ‘Tens que ver aquela pintura lá de Gravataí! Que quando a gente entra, fica assim, leve...’. Foi a realização. Tudo aquilo que quis transmitir, aconteceu. Também em Manaus, onde fiz um pantocrator (Cristo grande), aquela devoção! Isso gratifica. O objetivo foi atingido. Solidário - Teu trabalho seria possível sem gostar? Clarice - Não. Nada faço sem gostar. Daí, não é verdadeiro, não é autêntico. Não sei mentir. Em nada ajuda. Solidário - As tuas obras são a Clarice projetada? Clarice – Nem tanto, apenas sou um veículo para evangelizar, para atingir, para inspirar e levar à interiorização.

tar e laterais no Santuário N. Sra. de Fátima, em Manaus

os dons que Deus me deu. E omo fala a parábola. Se Deus o a obrigação de exercer esse sca da fama ou do dinheiro ou eu círculo social – querem ser heiros quando sua vocação é o sua vocação é para médico; o é para escritor; economistas arte. Não adianta forçar – vão eguirem a habilidade para a são infelizes. Não importa o para fazer isso. Nada disso: o Só nos realizamos completae seguimos nossa vocação”. e Jaeger, funcionária pública a com especialização em arte em mosaicos, ilustrações em s, estandartes, murais e vias-

cobrir a vocação? mpando’ tuas opções. Isso, às ra a entrevista de um novo ões’ e não és escolhido. Não s outra coisa. O dinheiro para

sobreviver, Deus provê. Eu não me preocupo com isso: trabalho sem pensar se vou ser pago ou não e quanto vou ganhar. Sei que vou fazer arte sacra. E tenho compromisso com Deus. Se não o fizer, violento-me. E serei infeliz. Solidário – Então, trabalhar para ti significa plena felicidade? Clarice – Total. E isso é essencial. Porque assim posso oferecer às pessoas uma obra de arte autêntica, que parte de mim. E para executar a obra, rezo muito antes. Às vezes tenho apenas vaga ideia do que vou fazer. Peço inspiração do Espírito Santo, espero a ideia amadurecer e chegar a uma solução. E então, com muita concentração, a obra nasce como a imaginava. Solidário – E quando o público também aprecia? Clarice – Realizo-me duas vezes: primeiro, por ver a obra realizada e depois, por vê-la julgada e apreciada e atingir seu fim, isto é, conseguir transmitir uma mensagem sagrada, algo que leve a Deus, vendo as pessoas se aproximar e estabelecer contato com o sagrado e o divino. Solidário – Lembra de algum caso? Clarice - Rezava muito para que Deus curasse o coração das pessoas quando entrassem numa igreja em Gravataí, onde estava executando uma pintura de um Cristo.

Clarice Jaeger (foto) está retornando a Ravena, Itália, para curso de aperfeiçoamento em mosaico e também para dar curso sobre ícones em mosaicos. Antes disso, ainda executará pintura de Cristo em toda a fachada de uma igreja em Roraima, cujo projeto está finalizando e submetendo ao padre. Realizou obra no Santuário N. Sra. de Fátima em Manaus – que ficou como referência de pintura dentro dos conceitos do Concílio Vaticano II - e em várias cidades gaúchas Também produziu dezenas de ilustrações para sete livros para uma editora de Tóquio.


8 Trabalho em casa? Antônio Vicente Martins Advogado

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ABER VIVER

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As maiores barreiras

para ouvir bem

uem não conhece uma criatura que fica à mesa do churrasco de domingo lendo e respondenMarcella Vidal Fonoaudióloga* do e-mails e torpedos enviados por chefes e colegas? Quem sabe não somos os próprios que as ruas é comum encontrarmos pessoas usando óculos, mas não é isso o mandam mensagens para colegas ou subordinados? que acontece no caso da deficiência auditiva. Apenas 40% das pessoas com Se tenho um cliente amanhã e vou me atrasar, envio torperda de audição reconhecem que ouvem mal. A falta de informação e o pedo para minha secretária às 23h50min:“Vou chegar atrasado!” Pronto,o marido dela lê e está feita a confusão. preconceito fazem com que a maioria demore, em média, seis anos para tomar uma providência. Ao sentir alguma dificuldade para ouvir, a pessoa deve consulTenho direito de mandar a mensagem? Não invado a privacida- tar um especialista que irá avaliar a causa, o tipo e o grau da perda auditiva. A de da trabalhadora? Se ela não ler, posso cobrá-la por não avisar o partir do resultado dos testes, como o de audiometria, será indicado o tratamento cliente? Não é uma forma de comando, supervisão ou determinação mais adequado. Muitas vezes, o uso de aparelho auditivo resolve o problema. do empregado? Esta mudança nos hábitos não era acompanhada pela legislação. Não há demérito algum na comunicação, o que aca- a sentir o problema quando A Consolidação das Leis do Trabalho é de 1943. Ainda que tenha em usar aparelho auditivo. ba por afastar os deficientes estão na "faixa" dos 30 a 40 sido atualizada, não tratava de trabalho telemático ou informatizado, Atualmente, existem apare- auditivos do convívio em anos. Pesquisas revelam que apenas de sobreaviso. lhos modernos, pequenos e sociedade, podendo acarretar um em cada cinco adultos O sobreaviso é figura criada na lei para empregados ferroviários: “Considera-se de sobreaviso o empregado que permanecer quase imperceptíveis, como até mesmo numa depressão. com mais de 40 anos e mais Além de uma exposição da metade de todas as pesem sua própria casa aguardando a qualquer momento o chamado os da Telex, com tecnologia para o serviço”. A lógica era garantir o funcionamento dos trens. No digital, que não ofendem a contínua a ruídos - seja no soas com idade acima de 80 tempo em que a comunicação era feita por telegramas ou por cartas, vaidade de quem usa. Por que trabalho, nas ruas ou em casa sofrem de perda auditiva. No ferroviários precisavam ficar em casa para, a qualquer momento, não fazer uso dessa tecnologia -, outros fatores podem levar entanto, mais da metade da executar consertos. Por isso, o sobreaviso. e ouvir melhor, sentindo-se à perda auditiva: doenças con- população deficiente audiCom a modernização, empresas incorporaram avanços na co- mais confiante para conversar gênitas ou adquiridas, trau- tiva ainda está em idade de municação para ter mão de obra no maior espaço de tempo possível com os familiares, amigos mas, uso de medicamentos trabalhar. sem o correspondente pagamento. A maioria das pessoas Pois bem, a Lei 12.551, de dezembro de 2011, promulgada e colegas de trabalho? O ototóxicos e idade avançada. aparelho contribui para meNo caso dos idosos, o déficit com presbiacusia começa a pela presidente Dilma Rousseff, inovou para corrigir a distorção. Agora, trabalho no domicílio ou à distância não se distinguem do lhorar muito a autoestima, auditivo pode ocorrer por cau- perder audição quando há um prestado no estabelecimento do empregador. A lei afirma: meios proporcionando bem-estar, sa de mudanças degenerativas declínio na sua capacidade de informatizados ou telemáticos de comando, controle e supervisão liberdade, alegria, qualidade naturais do envelhecimento, ouvir sons de alta frequência se equiparam a meios pessoais e diretos. de vida. chamadas de presbiacusia. (uma conversação contém Ou seja, se mando e-mail com uma ordem, fora do horário, Pessoas com perda auÀ medida em que você sons de alta frequência). estou mantendo trabalhadores em atividade no recebimento do ditiva têm problemas de reenvelhece, as células ciliadas Portanto, o primeiro sinal comando. Não é sobreaviso, é hora extra. lacionamento na família, no da orelha interna começam de presbiacusia pode ser a Não se diga que a novidade traz um custo impossível de ser trabalho e entre amigos. O a se degenerar, mas algumas dificuldade de ouvir o que as suportado por empresários. Esta é uma argumentação que vai nos levar a apoiar trabalho escravo ou infantil, como vemos em potên- que ocorre muitas vezes é um pessoas perdem a audição pessoas dizem para você. Os cias asiáticas. Produzem a baixo custo, mas com alta degradação constrangimento, de ambas as mais cedo e mais rápido do sons da fala com mais alta humana. partes, devido à dificuldade que outras. Muitos começam frequência são as consoantes, Aliás, a Volkswagen, na Alemanha, acordou com os emprecomo o S, T, K, P e F. gados que não enviaria e-mails Quando a indicação é o fora de hora. Não me parece uso de aparelho auditivo, que a montadora inviabilizaria alguns pacientes se sentem sua capacidade de concorrer no punidos por isso. Infelizmercado mundial. mente, muitas vezes, quando É uma medida de respeito aos trabalhadores e de humania pessoa procura tratamento, zação das relações. o o caso já está mais grave. A José Carlos Salgado Abreu - 1 /05 Precisamos mudar nossa perda se dá de maneira lenta e Romeu Garrafiel - 04/05 cultura. Hora do churrasco é hora progressiva e, com o decorrer José I. P. Maciel - 12/05 do churrasco, nada de mensagens dos anos, a deficiência atinge ou e-mails. Se tiver que trabalhar Yara Pires de Miranda - 15/05 um estágio mais avançado. em casa, vou lavar a louça e gaCabe aos fonoaudiólogos nhar pontos com a patroa. indicar qual tipo e modelo de aparelho que atende as Visa e Mastercard necessidades do deficiente auditivo. Ainda há grande preconceito em relação ao uso de aparelhos de audição e falta informação sobre os avanços tecnológicos na área, mas é bom lembrar que a audição é muito importante nas nossas relações, em nosso dia-a-dia. CRP - 07/00660 Atualmente, os aparelhos são muito discretos. Então, por TERAPIA DIRETA DO INCONSCIENTE que não pensar no assunto e Cura alcoolismo, liberta fazer logo um exame? antepassados, valoriza a dimensão espiritual *A autora é graduada pela UFRJ,

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Albano L. Werlang

Vig. José Inácio, 263 - conj. 113 - Centro - POA 32245441 - 99899393

audiologista pelo Conselho Federal de Fonoaudiologia e pós-graduada em Audiologia Clínica


É o fim da picada

Humor VÁRIAS - Querida, convidei um amigo para vir jantar hoje conosco. - O quê? Ficou louco? A casa está uma bagunça, eu não fui às compras, a louça está suja e eu não estou com disposição para cozinhar algo especial. - Eu sei. - Então, por que você o convidou? - Porque o pobre coitado está pensando em casar. xxx O cara envia um currículo para uma empresa. Pedia R$ 15 mil reais de salário, mais um carro, um apartamento e 10 salários extras por ano. Uma semana depois foi chamado pela empresa. O entrevistador lhe disse: - Estudamos seu currículo e vamos lhe dar R$ 20 mil reais de salário, um apartamento de quatro quartos, um carro zero km e não 10, mas 18 salários extras durante o ano. Abismado, o candidato falou: - Vo c ê e s t á b r i n c a n do...!!!!??? - Sim, estou. Mas foi você quem começou!!!... xxx Dois soldados trocam impressões: - Então, por que você se alistou? - Porque sou solteiro e gosto de guerra. E você? - Porque sou casado e gosto de paz.

Carmelita Marroni Abruzzi Professora universitária e jornalista

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essurgiram com toda a força as previsões do fim do mundo para o final de 2012: números, datas, planetas que se alinham, calendários etc.

Entretanto, se algumas coisas que estão acontecendo não são o fim do mundo, pelo menos são o que nós diríamos popularmente - Mas isto é o “fim da picada! Só pode, mesmo! Leio em matéria de um grande jornal que os “chefs de cuisine” estão investindo em comidas para cães e que degustações, pratos congelados e bolos são algumas das “novidades gourmet” para eles. Há uma receita de “cãotone” com yougurt desnatado e damascos e há livros com receitas saudáveis! (Jamais me ocorreu a ideia de experimentá-las!). E por aí vai a extensa matéria, enquanto, no mesmo caderno, sob o título “Drama paulistano”, a Prefeitura diz que as enchentes só terão solução em 2040! Já outra matéria nos fala de uma ave que sumiu de casa por trinta dias. Devolvida à dona que, aliviada de seu desespero, disse: “Já sofri tudo o que eu tinha para sofrer... não sei o que seria de mim se não a encontrasse”! E por aí vão as “pérolas”! E eu me pergunto: Será que os homens perderam totalmente o rumo? Na atual escala de valores, em que posição fica o homem, seu bem-estar, sua realização como pessoa, quando lemos, p.ex., sobre a desigualdade social em cidades com o mais alto PIB do Brasil? Em algumas delas, bairros de alto luxo convivem com outros em que o esgoto corre a céu aberto, entre os pátios das residências, onde brincam as crianças! Às vezes, parece que se chegou ao fundo do poço e a gente se pergunta: "Estará próximo o fim do mundo?" Porém, se olharmos com as lentes da esperança, veremos que ainda há muita gente preocupada com seus semelhantes e trabalhando para melhorar suas condições de vida. Há muitos que deixam seus lares, rendosas profissões e partem para prestar socorro em regiões atingidas por grandes catástrofes ou para zonas em que a fome e a miséria crônicas jogam as pessoas em condições de vida sub-humana, da qual não conseguem sair, se alguém não lhes estender a mão. Enquanto houver essas pessoas, haverá uma escala em que os valores que dignificam o homem estarão em primeiro lugar e, talvez, o fim do mundo não esteja tão próximo ou, pelo menos, não ocorra no final de 2012! (litamar@ ig.com.br)

RESERVE O SEU EXEMPLAR O Livro da Família 2012 está à venda na Livraria Padre Reus e também na filial dentro do Santuário Sagrado Coração de Jesus, em São Leopoldo. Faça o seu pedido pelos fones: 51-3224.0250 e 51-3566.5086 ou através do e-mail: livrariareus@li-

vrariareus.com.br

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SPAÇO LIVRE

Sem Fronteiras Martha Alves D´Azevedo

Comissão Comunicação Sem Fronteiras ard on Le

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Desconectar

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alavras novas ou com novo sentido são introduzidas na língua falada e escrita no Brasil, mais frequentemente nas conversas informais, e as crianças hoje já falam em conectar, em postar, em iPhone, em Tablet, Blog, Twiter, etc., e sabem como funcionam estes aparelhos e modernos meios de comunicação, que já deixaram o notebook como um instrumento superado. E uma geração do século passado, nos anos 40, no moderno bairro da Pedra Redonda, tinha que tocar a manivela do telefone para chamar a telefonista da Tristeza e pedir uma ligação com Porto Alegre. Só se ligava o telefone quando alguma coisa importante tivesse que ser informada Hoje, esta mesma geração, quase analfabeta para lidar com as novas tecnologias, vê seus filhos, e principalmente seus netos, “ postando fotos” a cada momento no Facebook e informando “em rede”, o que está fazendo naquele instante. As informações divulgadas na rede para seus milhares de adeptos destroem a privacidade individual e todo mundo fica sabendo o que cada um está fazendo. E os jovens, muitas vezes com um celular em cada mão, ficam prisioneiros desta interatividade e não conseguem mais manter uma conversa entre amigos sem contínuas interrupções dos aparelhos dos quais se tornaram prisioneiros. E o tempo em que as pessoas se encontravam para conversar, para trocar ideias, para tomar chá ou chimarrão, foi pouco a pouco se acabando. Os amigos hoje, são “virtuais” e se “postam” fotos, que pouco depois ficam perdidas... e frases que pouco dizem, a não ser o que a pessoa está fazendo no momento. Esta conexão interativa disfarça, mas não afasta o problema da solidão. Um marido reclamou da esposa afirmando que não conversavam mais, pois quando se sentavam depois do jantar ela, com o “tablet” na mão, ficava jogando os joguinhos virtuais que, diga-se de passagem, são muito envolventes... Todas estas redes virtuais multiplicam seus usuários a cada novo dia, modificam os hábitos das pessoas e das famílias, e se fica perguntando se o fato é positivo ou negativo. Um jornalista gaúcho declara que o problema é não saber parar. Afirma ele que se começa a ouvir cada vez mais alto um movimento de reação a todo esse excesso de conectividade. E, faz um apelo: “Te desliga, meu! Desconectar é viver”.


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GREJA &

Solidário Litúrgico 6 de maio - 5o Domingo de Páscoa Cor: branca

1a leitura: Livro dos Atos dos Apóstolos (At) 9,26-31 Salmo: 21(22), 26b-27.28.30.31-32 (R/.26a) 2a leitura: 1a Carta de S. João (Jo) 3,18-24 Evangelho: João (Jo) 15,1-8 Para uma melhor compreensão dos comentários litúrgicos leia, antes, os respectivos textos bíblicos. Comentário: ”Uma religião de missa dominical, mas de semanas injustas, não agrada o Deus da vida”. É uma frase forte, direta, com direção certa de um grande profeta de nosso tempo: o mártir Dom Oscar Romero, assassinado durante uma missa, na hora da consagração, por um soldado do exército salvadorenho. Um mártir da justiça, da solidariedade para com os mais pobres e oprimidos, mártir da verdade, mártir da coerência entre fé e vida. Mesmo que esta coerência lhe custe a vida como lhe custou. Este foi Oscar Romero, santo para os que o conheceram, um verdadeiro santo para o povo latino-americano, mesmo não sendo ainda reconhecido como tal pelos cânones da Igreja. E Dom Romero completa seu pensamento: “Uma religião de muita reza, mas de hipocrisias no coração, não é cristã. Uma Igreja que se instala só para estar bem, para ter muito dinheiro, muita comodidade, porém que não ouve o clamor dos injustiçados, não é a verdadeira Igreja do nosso Divino Redentor” (Discurso 04.12.1977). João, no Evangelho deste domingo, nos fala da necessidade de os ramos estarem unidos à árvore para que possam produzir frutos. Os textos bíblicos, tanto do Antigo como do Novo Testamento, insistem que o fruto que Deus quer é a prática da justiça e da solidariedade. E nos perguntamos: quais os verdadeiros e bons frutos que a evangelização de 500 anos produziu no Brasil e na América Latina? Continuamos com uma das piores distribuições de renda no mundo, com uma das maiores concentrações de terras nas mãos de poucos, com indígenas e pobres marginalizados, com sempre mais crianças e idosos dormindo em bancos de praças ou nas escadarias de nossas igrejas, com sempre mais jovens migrando para o mundo das drogas e todo o tipo de dependências, porque já não têm sonhos nem encontram sentido para suas vidas. País e continente mais católicos do mundo só para as estatísticas... Pelos frutos se conhece a árvore. Já é tempo de os cristãos olhar mais para Jesus e fazer do seu projeto de justiça e solidariedade uma vivência de fé coerente, real e transformadora da atual sociedade corrupta, injusta e exploradora dos mais fracos, simples e pequenos. Somente unidos a Jesus e fazendo dele o centro de nossa vivência cristã vamos realizar o “milagre” de uma sociedade mais solidária, honesta e justa. Somente com Jesus, por Jesus e em Jesus este milagre é possível.

13 de maio - 6o Domingo de Páscoa Cor: branca

1a leitura: Livro dos Atos dos Apóstolos (At) 10,25-26.34-35.44-48 Salmo: 97(98), 1.2-3ab.3cd-4 (R/. cf 2b) 2a leitura: 1a Carta de S. João (Jo) 4,7-10 Evangelho: João (Jo) 15,9-17 Comentário: Amar o outro a partir do outro. Parece uma frase como muitas. Contudo, este é o amor de Deus: Ele ama a cada pessoa e a humanidade inteira a partir de cada pessoa e a partir da humanidade toda. Como sinal e presença concreta e real deste amor, Deus nos enviou seu próprio Filho para nos comunicar que, quando amamos o outro a partir do outro, amamos como Deus mesmo nos ama. E Jesus expressa isso no Evangelho de João deste domingo: Este é o meu mandamento: amai-vos como eu vos amei. Ninguém tem maior amor do que aquele que dá a vida por seus amigos (15,12). Só é capaz de dar a vida por alguém ou por uma causa quem ama este outro alguém ou uma causa a partir do outro ou a partir da causa. Um amor assim, radical, forte, voltado para a pessoa amada ou para a causa assumida, nada tem a ver com o amor sentimental, agradável, emotivo, doce, sensual, de apropriação do objeto amado, tão do gosto da sociedade atual e tão praticado por muitos. Um amor-sentimento não passa de um egoísmo disfarçado e, geralmente, não resiste à menor contrariedade, esforço de superação, entrega, compromisso real. Não tem consistência, é descartável. O mandamento do amor que Jesus exige dos que creem nele e querem segui-lo não é feito de simpatias, de gostos, de aparência, de promessas e troca de favores com os santos e santas: farei tal coisa se me alcançares tal e tal graça. A qualidade do amor se mede pela capacidade de entrega, de doação, de esquecimento de si, de amar o outro a partir do outro. Quando amamos assim, com este amor, amamos como o próprio Deus ama. E Jesus é muito claro quando nos aponta para a recompensa daqueles que amam com este amor: Eu vos disse isso (amai-vos como eu vos amei) para que a minha alegria esteja em vós e a vossa alegria seja completa (15,11). E mais: Jesus nos quer como amigos e companheiros na mesma missão e no mesmo projeto; não nos quer como servos, como escravos, como gente que “aguenta” seguir a Jesus, mas que vibra com a oportunidade que lhe é oferecida de amar o outro, a todos os outros, a partir do outros, de todos os outros que Deus vai colocando em seus caminhos. Deus ama assim, sem distinção, a todos e todas. E Jesus, seu Filho, assim nos amou e quer que amemos também. Para que a sua alegria esteja em nossa vida e nos faça pessoas felizes. (attilio@livrariareus.com.br)

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COMUNIDADE

Catequese Batismo não é mágica para livrar a pessoa do pecado

Um fato ilustrativo O fato transcrito evidencia duas compreensões do Batismo: Um homem (anônimo) que entende e vive o compromisso batismal e uma mãe que o vê como mágica. Provavelmete, por falta ou por má catequese. Fui lotado no armazém 33, localizado em uma região que tinha alcunha de ‘’Coreia’’. Para chegar ao local de trabalho, por fora, era obrigatório passar por uma favela que ladeava o muro do Porto do Rio. Nas idas e vindas, avistei um garoto de 4 a 5 anos de idade. Chamavase Jurandir, barriga ovalada, e quando por ele passava, sentia uma forte exalação de mau cheiro. Curioso, procurei por seus familiares e fui atendido por sua avó, que me informara que o menino era portador de um tipo de hemorróida, e, quando defecava, mais de um palmo de tripa ultrapassava o esfíncter anal, sem falar dos vermes intestinais, talvez os responsáveis por aquele odor desagradável. Ofereci ajuda para tratá-lo. Todas as providências foram tomadas. De início, instalou-se em minha residência, depois a internação em um hospital para o devido tratamento. Com isto, volta e meia, chegava àquele barraco, levando notícias do Jurandir. Com três meses de tratamento e a alta do hospital, iniciou-se o tratamento ambulatorial, assessorado por minha esposa. Em uma das minhas idas ao aludido barraco, a irmã menor do Jurandir (aproximadamente entre 2 e 3 anos de idade) estava muito mal, deitada em um catre miserável, com os olhos já vidrados e arfando a curtos haustos. Não foi difícil entender que a menina estava às vésperas da morte. Observei que sua mãe estava indiferente àquele quadro pesaroso. Estava mais preocupada com os afazeres da cozinha. Depois de proferir uma prece silenciosa a favor da menina agonizante, cheguei delicadamente, resguardado de um certo sentimento humanitário e disse-lhe: - Minha senhora, a sua filha não está bem... parece que ela está morrendo... Não se abalou, transportando a panela de um fogão para um móvel e dando de ombros, fazendo expressões faciais que não revelavam nenhum sentimento nem mesmo o da fria piedade e arrematou: - Não faz mal, ela já foi batizada.

Juristas Católicos discutem Estado laico e confessional “O estado laico é algo desejável e inevitável. A afirmação é do Pe. Manoel Santos dos Santos. Ele foi o palestrante da primeira reunião-almoço da Associação de Juristas Católicos do RS (AJC). Mais de 40 juristas ouviram o sacerdote dizer que “o estado laico é um a conquista importante e um valor adquirido e reconhecido pela Igreja”. O presidente da entidade, Luiz Vicente Dutra, disse que a palestra “O que é melhor: Estado confessional ou Estado laico” está inserida no contexto das discussões sobre a laicidade do estado e as questões de ordem moral defendidas pela Igreja e pelos católicos. O Pe. Manoel afirmou que em nome de um estado confessional houve muitos exageros durante a história da humanidade. “Em nome de um estado confessional muitos cristãos morreram. Basta verificar o que ocorreu na Revolução Francesa ou mesmo no Império Romano. Muitos estados perseguiram os cristãos, porque eram confessionais ”. O sacerdote disse que a posição atual da Igreja sobre a laicidade do estado é clara e transparente: é contra o estado confessional. Ele explicou a postura eclesial com três argumentos: é necessário separar o trono e o altar; o Estado, por sua vez, deve tutelar a liberdade de religião de todo o cidadão; e o estado deve observar a neutralidade em relação às crenças religiosas. “A Igreja não quer um Estado Católico, mas uma sociedade católica”. Santos acrescentou que não houve uma mudança de posição da Igreja, mas mudaram as circunstâncias que definiam a posição eclesial. “Ingenuamente, hoje, alguns defendem que a Igreja deve voltar a operar no Estado”. Pe. Manoel deixou claro também que a vocação fundamental dos leigos é santificar o mundo e a sociedade. Por isso, “devem estar na política e no Estado”.

Anencefalia O presidente da Associação de Juristas Católicos convocou os integrantes da entidade a acompanhar os debates e a votação sobre a garantia para a interrupção da gravidez de bebês anencéfalos, que está ocorrendo no Supremo Tribunal Federal.


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SPAÇO DA

Vicariato de Porto Alegre realizou Assembleia Anual O Vicariato de Porto Alegre reuniu os representantes das paróquias durante assembleia realizada no dia 14 de abril, no Centro de Pastoral. A Assembleia acontece duas vezes por ano e abre espaço para a formação, partilha da caminhada e planejamento de atividades. O arcebispo de Porto Alegre, Dom Dadeus Grings, participou do evento. O encontro começou com um momento orativo à luz da Ressurreição de Jesus. Em seguida, Pe. Geraldo Antônio Hackmann fez uma explanação sobre os 50 anos do Concílio Vaticano II e sua importância para a Igreja. Segundo o presbítero, o evento “foi um momento para refletir enquanto caminhada, o que a Igreja estava fazendo”, disse. A Assembleia também abriu espaço para um convite para os encontros da Animação Missionária Arquidiocesana e para a eleição da representação leiga que integrará a Coordenação de Pastoral do Vicariato. Foi eleito Jorge Luiz da Silva Paim, da Paróquia São Jorge. Também os projetos permanentes do Vicariato apresentaram sua caminhada já realizada ou planejada para 2012. Pe. José Antônio Sauthier chamou atenção para o processo de planejamento pastoral que o Vicariato de Porto Alegre está passando desde o ano de 2011: “Toda essa preocupação de como a Igreja deve andar e onde deve estar, deve uma ação nossa”, enfatizou.

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RQUIDIOCESE

O processo de planejamento acontece até o mês de novembro de 2012. Dom Dadeus Grings encerrou a reunião com a bênção e recordou a semana da Páscoa como centro da vivência cristã. O arcebispo citou a pesquisa da agência de notícias Zenit que aprontou o acréscimo diário de 37 mil novos fiéis à Igreja Católica: “Esse resultado não cai do céu. Surge de um trabalho missionário. Nos alegramos com isso e sentimos que devemos continuar a surpreender o mundo com o Cristo ressuscitado. Com esta Assembleia nós queremos reafirmar esta unidade pois somos as testemunhas de Cristo hoje”, destacou. O Vicariato de Porto Alegre é a presença da Igreja Católica com 82 paróquias, 11 áreas pastorais e 234 comunidades.

Arquidiocese ordenará seis diáconos Celebrando o Ano Vocacional, a Arquidiocese de Porto Alegre vai ordenar seis novos diáconos, durante celebração eucarística no início do mês de maio, na Catedral Metropolitana. Serão ordenados os seminaristas: Charles Vargas Teixeira, Deúlbio Souza Soldati, Jorge Francisco Vitczak, Maico Pezzi dos Santos, Márcio Macedo Guimarães e Rodrigo Wegner da Costa. A cerimônia acontecerá no dia 6 de maio, às 15 horas. Após os estudos no Seminário Maior Nossa Senhora da Conceição, o Seminário de Viamão e da vivência em comunidades paroquiais, onde desenvolveram estágios pastorais, os jovens seminaristas darão importante passo na caminhada vocacional onde, ao final deste ano e início de 2013, os futuros diáconos serão ordenados padres em suas comunidades de origem.

Coordenação: Pe. César Leandro Padilha

Jornalista responsável: Magnus Régis - (magnusregis@hotmail.com) Solicita-se enviar sugestões de matérias e informações das paróquias. Contatos pelo fone (51)32286199 e pascom@arquidiocesepoa.org.br Acompanhe o noticiário da Pascom pelo twitter.com/arquidiocesepoa Facebook: Arquidiocese de Porto Alegre

Festa do Divino começará dia 18 De 18 a 26 de maio corrente, às 19 horas, haverá, na igreja do Divino Espírito Santo, a solene novena com a tradicional procissão das bandeiras. Como acontece anualmente, estão previstas também pregações e bênçãos do Santíssimo Sacramento, com a participação da comunidade, autoridades, sacerdotes, irmandades co-irmãs e diversos corais. Para o dia 27 de maio está programada a Festa de Pentecostes com missa solene às 10 horas, celebrada pelo Pe. Valdevino Pertile, e apresentação do novo imperador festeiro e do alferes da Bandeira do Divino; procissão às 16 horas, com participação do arcebispo metropolitano, Dom Dadeus Grings, e às 17 horas, missa festiva de encerramento, celebrada também por Dom Dadeus Grings, com a coroação do novo imperador festeiro, passagem da bandeira do Divino ao novo alferes e entrega do bodo aos participantes da missa. O tema da festa deste ano

Clarice Jaeger

será "O Divino Espírito Santo Guiando a Humanidade", sendo pregadores Pe. Paulo Dalla Rosa (dia 18), Frei Carlos Sebastiani, Pe. Benjamin Menegolla, Pe. Egon Biesfild, Pe. João Tadeo da Silva, Frei Ivo Bortoluzzi, Frei Luís Sebastião, Pe. Eduardo Jerson Trevisan Dalazeri e, por último, no dia 26, Frei Achilles Chiapin.

Festa da Divina Misericórdia

Comunicação e evangelização por meio de redes sociais Um curso de atualização reuniu 24 padres do Rio Grande do Sul na Casa de Retiros São Bernardino, em Viamão/RS. Realizado pela Pastoral Presbiteral, o encontro possibilita momentos de oração, partilha e estudos sobre a formação continuada dos clérigos em suas paróquias e movimentos nas mais diversas Arquidioceses. A manhã do dia 17 privilegiou o tema comunicação. Comunicação na Igreja, a carta do Papa Bento XVI para o Dia Mundial das Comunicações e o estudo da evangelização por meio das redes sociais foram os temas estudados pelos presbíteros. Pe. César Leandro Padilha e o jornalista Magnus Regis, integrantes da PASCOM Arquidiocesana, foram os facilitadores dos conteúdos junto aos padres.

Reunião dos Presbíteros do Vicariato de Gravataí As adequações das obras sociais às novas especificações da lei da assistência social foi tema central da reunião dos Presbíteros do Vicariato de Gravataí, realizada no dia 12 de abril, no Seminário São José. O encontro possibilitou a organização e alinhamento dos serviços oferecidos nas comunidades à legislação vigente. O advogado Marcos Rippel ministrou palestra no encontro e destacou a necessidade das instituições se adequarem às normas que a legislação exige de uma entidade reconhecida como filantrópica. O encontro ainda abriu espaço para a explanação de eventos importantes como a Jornada Mundial da Juventude, o Encontro Nacional de Presbíteros, a eleição da Pastoral Presbiteral e das CEBS.

O Beato Papa João Paulo II, em Maio de 2000, instituiu a Festa da Divina Misericórdia para toda a Igreja, decretando que a partir de então o segundo Domingo da Páscoa se passasse a chamar Domigo da Divina Misericórdia. Por esse motivo, no dia 15 de abril, a Arquidiocese de Porto Alegre celebrou a data com uma missa presida pelo Arcebispo Dom Dadeus Grings. A Catedral estava lotada. Após a missa, os fiéis participaram de uma procissão até a Santa Casa de Misericórdia, onde foi concedida a bênção aos doentes e a alguns objetos devocionais. A procissão percorreu algumas das principais ruas do Centro de Porto Alegre, oportunidade em que os fiéis manifestaram publicamente sua fé em Jesus Cristo Misericordioso. A devoção à Divina Misericórdia é de origem polonesa e foi propagada por Santa Faustina Kowalska, mística do século XX, canonizada por João Paulo II no ano 2000.

NOTAS Frei Turra - Frei Luiz Sebastião Turra acaba de publicar pela editora Paulinas a sua mais nova obra: “Vamos participar da Missa?”. Este é o quarto livro de um dos maiores compositores de música litúrgica do Brasil. Complementa a obra um CD com as músicas das partes fixas da missa. O CD está acompanhado de partituras do Sinal da Cruz, cantos de perdão, Glória, Creio, Ofertório, Santos e Cordeiro de Deus. São 28 canções de sua composição. Este é o 16o CD da carreira do compositor. Guaíba: Paroquianos organizam a novena e festa de Nossa Senhora do Livramento, padroeira do município de Guaíba que acontecerá entre os dias 4 e 13 de maio. Em 2012, a Paróquia escolheu como tema “Maria e as vocações”. Romaria: O Santuário Nossa Senhora de Fátima prepara-se para receber os fiéis que participarão da novena e romaria à Nossa Senhora de Fátima, em Porto Alegre. A Novena acontecerá entre os dias 11 e 19 de maio e a Romaria acontece no dia 20, com concentração às 9 horas na Paróquia Santa Rosa de Lima. Mais informações pelo site www.santuariodefatimars.com.br


Porto Alegre, maio de 2012 - 1a quinzena

A Palavra de Deus na vida e missão da Igreja Foi o tema central da 50a Assembleia da CNBB, encerrada no dia 26 de abril último, na Cidade do Romeiro, no recém construído Centro de Eventos Padre Vitor Coelho, junto ao Santuário Nacional de Aparecida do Norte, S. Paulo. Outros temas – como liturgia, doutrina, solidariedade entre as Igrejas – foram ainda abordados. Durante o encontro, também foi divulgada nota sobre a recente decisão do Supremo Tribunal Federal sobre Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental nº 54, isto é, autorizando o aborto de fetos anencéfalos. Para os bispos do Brasil, "legalizar o aborto de fetos com anencefalia, erroneamente diagnosticados como mortos cerebrais, é descartar um ser humano frágil e indefeso". Em sessão de 23 de abril, foi comemorado o jubileu de 50 anos do início dos trabalhos do Concílio Vaticano II (ver nota na capa). E no penúltimo dia, os bispos foram informados sobre a próxima Jornada Mundial da Juventude, no Rio de Janeiro, no final de julho de 2013, com a presença de Bento XVI. A CNBB foi criada no dia 14 de outubro de 1952, há exatos 60 anos. Com a Assembleia deste ano de 2012, somam-se 50 assembleias realizadas: a primeira foi no ano de 1953, em Belém do Pará. No Brasil hoje há 458 bispos, sendo que 298 deles são bispos na ativa, 160 eméritos. Temos ainda 10 cardeais (oito eméritos); 75 arcebispos (31 eméritos) e 373 bispos (121 eméritos). Presentes nesta 50a Assembleia Geral estavam 335 bispos, sendo 29 deles eméritos. NR: O texto do documento final da Assembleia, que inclui orientações para ajudar os eleitores no processo de discernimento do voto livre e consciente na escolha para os chefes dos executivos das cidades e suas câmaras legislativas em outubro próximo, foi divulgado no encerramento do encontro, e será tema de reflexão na próxima edição do Solidário, eis que a atual edição foi impressa antes disso.

PARÓQUIA SANTUÁRIO NOSSA SENHORA DO TRABALHO

58a FESTA EM HONRA A NOSSA SENHORA DO TRABALHO Novenas: de 21/04 a 29/04 com missas às 20 horas, de segundas a sextas-feiras, e às 18h30min aos sábados e domingos. Procissão: dia 1o de maio, às 9h30min, com saída do Lar São Guanella, à Av. Ary Tarragô, 1281, e missa campal em frente ao Santuário às 10 horas – Av. Benno Mentz, 1560. TRABALHADOR! Venha pedir a bênção – Traga sua Carteira de Trabalho para ser abençoada!

Avança bem a Causa Reus O já longo processo de beatificação/canonização do Servo de Deus, Pe. João Batista Reus SJ, que faleceu em São Leopoldo em julho de 1947 e cujo túmulo atrai milhares de fiéis (mais de 60 mil na última Sexta-Feira Santa), teve importante reunião no dia 17 de abril último, na residência do bispo diocesano de Novo Hamburgo, Dom Zeno Hastenteufel. Participaram da reunião os bispos Dom Zeno, Dom Sinésio Bohn, bispo emérito de Santa Cruz do Sul, e Dom Luis Soares Vieira, arcebispo de Manaus; Pe. Inácio Schuster, membro da Comissão e Diretor do Tribunal Eclesiástico da Diocese de Novo Hamburgo, que coordenou os trabalhos; Pe. Oscar Colling, diretor do Santuário das Mães/NH, os padres jesuítas Guido Lawisch, vice-postulador da Causa de beatificação/canonização do Pe. Reus, Martinho Lenz, representando o provincial da BRM, Inácio Spohr, membro da Comissão da Causa e Attilio Hartmann, diretor da Livraria e Editora Padre Reus. Merecem destaque especial as presenças na reunião do Pe. Pedro Odair Machado, agraciado do Padre Reus, Ângela Molin, nova integrante da Comissão de beatificação e redatora do processo, Irmã Gentila Richetti, postuladora do processo de beatificação/canonização da Madre Bárbara Maix, Irmã Crisóstoma Stoffel, atual diretora

do Hospital Regina de Novo Hamburgo, onde o Pe. Pedro ficou mais 50 dias em estado de coma com meningoencefalite e fora desenganado pelos médicos.

Recordando

Em 1983, Pe. Pedro era estudante no Seminário de Viamão, quando foi acometido pela doença. Levado ao Hospital Regina, entrou em estado de coma e seu estado, segundo os médicos, era gravíssimo. A família, que residia no interior do Paraná, foi avisada do seu estado e os superiores do Pe. Pedro providenciaram o translado do seu corpo para sua cidade natal. Foi quando Dom Luis Vieira fez promessa ao Pe. Reus para que salvasse seu seminarista e, para feliz surpresa de todos, isso aconteceu. Hoje, Pe. Pedro é pároco, coordena a pastoral na sua diocese, goza de perfeita saúde e a doença não deixou nele nenhuma sequela, o que é muito raro acontecer. Este fato, agregado a um amplo e longo histórico de graças alcançadas por intercessão do Pe. Reus, levam a crer que, em breve, a esperada beatificação do Servo de Deus seja aprovada pelo Vaticano, como querem e desejam milhares e milhares de devotos deste jesuíta (A.I.H.).

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