EDIÇÃO 5.792 - AGOSTO 2016

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JORNAL

Aplicativo Deus Conosco

SANTUÁRIO

Nova plataforma traz liturgia, oração e informação aos devotos de Nossa Senhora Destaques - Pág. 9

Agosto de 2016

Em setembro o Museu Nossa Senhora Aparecida completa seis décadas. O espaço reconta a devoção a Aparecida, além de fazer um recorte da religiosidade e cultura popular. Entre os objetos, a corrente do escravo Zacarias e as Rosas de Ouro ofertadas pelos Papas. Para o próximo mês, uma programação especial irá acolher os visitantes do espaço

Após três anos, menino que emocionou Francisco, no Rio de Janeiro, fala sobre o caminho vocacional e do desejo de se tornar sacerdote. A família de Nathan de Brito conta como tem conduzido o jovem para as escolhas. A exemplo do garoto, o missionário Redentorista, irmão Viveiros, explica como a família deve ser pilar durante o processo de discernimento.

Santuário em notícia - Pág. 6

Vocação: expressão de misericórdia Com uma programação diversificada pelos meios de comunicação de Aparecida, a Semana Vocacional será um convite ao chamado de Deus. Entre os dias 16 e 23 deste mês serão refletidos temáticas voltadas à vocação

Departamento de Marketing/Editora Santuário

Acontece em Aparecida - Pág. 7

www.jornalsantuario.com.br

Igreja celebra mês das vocações

Divulgação/CNBB

Museu completa 60 anos

Ano 115 • nº 5.792

Destaques - Pág. 8

Madre Teresa de Calcutá Igreja se prepara para a cerimônia de canonização da religiosa no início de setembro. Em Roma, diversas atividades e celebrações devem fazer memória à futura Santa Igreja - Pág. 4

Editora Santuário lança livro da Turma da Mônica na Bienal Entre os dias 26 de agosto e 4 de setembro de 2016, São Paulo (SP) recebe a 24ª edição da Bienal do Livro. Este ano, a Editora Santuário e a Editora Ideias & Letras apresentarão diversos lançamentos, como o Turma da Mônica visita o Papa. Destaques - Pág. 9

Amar em tempos de crise Em tempos em que o amor se tornou relativo, escritor traz de volta a essência dos casais. Com histórias da vida real, o autor mostra como superar as dificuldades do dia a dia do matrimônio Diálogos - Pág. 3

Autores redentoristas Simpósio em Aparecida reúne escritores e editores redentoristas de todo o Brasil para partilhar os trabalhos realizados e promover o apostolado das publicações Destaques - Pág. 9


FATOS E OPINIÕES

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Jornal Santuário • Agosto de 2016

EDITORIAL

O terror do terrorismo Nos últimos meses, o mundo inteiro tem acompanhado pelos meios de comunicação as violentas investidas terroristas. Em quase todas, tanto as ocorridas na Europa como também em países como o Iraque, tem-se creditado as autorias ao grupo extremista que ficou conhecido como Estado Islâmico. O Estado Islâmico, cuja fama se espalhou pelo mundo criando uma legião de estrangeiros fanáticos, surgiu a partir do braço iraquiano da Al-Qaeda, rede responsável pelos ataques de 11 de setembro de 2001 nos Estados Unidos. Sua origem coincide com a queda do regime de Saddam Hussein no Iraque, crescendo após a guerra civil na Síria, quando os membros do EI (sigla usada para abreviar Estado Islâmico) se juntaram aos rebeldes para lutar contra o governo sírio. A palavra “terrorismo” significa usar de violência, física ou psicológica, para intimidar, controlar ou dominar

um país ou uma população. Com financiamento do dinheiro do petróleo (recurso natural também usado pelas nações hoje vitimadas), o EI tem por objetivo conquistar territórios, para impor sua interpretação do islã de uma maneira considerada brutal até mesmo para a Al-Qaeda. Com a aproximação dos jogos olímpicos do Rio de Janeiro, o Brasil tem ouvido notícias, às vezes não muito esclarecedoras, de possíveis indícios de grupos terroristas atuando no país. Como se não bastasse a preocupação com os problemas já conhecidos dos brasileiros, como a segurança pública, muitas pessoas parecem apreensivas com a possibilidade de atentados em território nacional. Um dos objetivos de grupos extremistas como EI é justamente causar medo e, por meio dele, dominar e submeter as pessoas. Artifícios semelhantes para dominação já foram usados

Espaço do Leitor por diversos povos em outras épocas da história da humanidade. Assusta-nos sobretudo o fato de que, em pleno século XXI, quando se acreditava na solidez da liberdade e dos direitos humanos, ainda somos reféns do medo causado por grupos extremistas. Precisamos tomar cuidado para não tratar o extremismo com extremismo, isto é, não podemos condenar uma cultura ou uma religião inteira por causa da barbaridade promovida por grupos isolados. Seria como “jogar fora o bebê junto com a água do banho”. Fazer esta separação pede da sociedade uma maturidade para qual muitos podem não estar preparados. Este também é um dos grandes prejuízos que as ações terroristas causam no mundo inteiro: colocar um povo contra o outro.

Padre Fábio Evaristo, C.Ss.R.

Diretor Editorial

IGREJA E SOCIEDADE

Eleitor em teste O Brasil vive este ano, em meio to eleitoral por empresas. Somente a uma crise política e ética grave, pessoas físicas poderão fazer doações, as eleições municipais. E elas serão sempre com identificação do doador e bastante diferentes por conta da lei emissão de recibo. 13.165/2015, que trouxe mudanças E quais as consequências? Em prinas eleições, por exemplo: alteração no meiro lugar: teremos campanhas muito prazo para as convenções partidárias e mais modestas, e, em alguns lugares definição de candidatos; a redução do inclusive, elas poderão passar despertempo de campanha cebidas. Sim, pois ao menos no mês eleitoral; e, especial“Em um país onde mente, a proibição de agosto, o espaço as pessoas estão do financiamento do noticiário estará ocupado com os eleitoral por pessoas descrentes com Jogos Olímpicos do jurídicas. a política e os O aspecto princiRio de Janeiro, e sopal da minirreforma políticos, o período mente depois haverá eleitoral é a redução maior atenção para que poderia ser de no custo da campaas eleições municinha. Aliás, a legis- maior envolvimento e pais, faltando pouco lação define limites mais de um mês para para os gastos nas conscientização acaba o dia de votar. campanhas para veEm segundo lureduzido” gar, tais alterações readores e prefeitos, de acordo com a população dos municí- vão exigir uma maior criatividade por pios. Há restrições para a campanha de parte dos candidatos, especialmente rua e também na propaganda de rádio os menos conhecidos, para que possam e TV, aliás com período de veiculação conquistar o voto do eleitor. Aliás, tal reduzido. situação beneficia os políticos já coTais mudanças são coerentes com nhecidos, o que pode resultar em uma a grande novidade desta campanha renovação pequena em nossas câmaras de 2016: a proibição do financiamen- municipais.

Eu gosto muito do Jornal Santuário de Aparecida. Eu gosto muito quando o padre Evaldo escreve na coluna dele. Uma matéria que me chamou atenção foi sobre as Santas Missões de Trindade (GO). Meu pai assinou o Jornal por conta de uma promessa. Quando ele faleceu continuamos assinando. Eu gosto de tudo no JS. Também gosto da Editora Santuário, é uma editora que a gente confia. Tudo aquilo que é dos Redentoristas a gente gosta muito aqui em casa. Maria Aparecida Lopes São Paulo (SP) Eu já assino o Jornal Santuário há 5 ou 6 anos. Eu gosto dele de maneira geral, leio ele todo. Acho o jornal de um bom nível na sua totalidade. Acho o JS de uma qualidade excelente, ele é leve de ler, os assuntos são bem colocados. Desde pequeno que vou a Aparecida. Aos 8 anos eu já tinha ido a Aparecida (SP). Realmente é uma devoção. Paulo Roberto Botelho Telhado Volta Redonda (RJ) Mande seu comentário para:

jornalsantuario@editorasantuario.com.br

A principal consequência das novas regras, no entanto, é o aumento da responsabilidade do eleitor. Mesmo com um tempo menor para escolha, cada eleitor deverá ficar mais atento às propostas e ao histórico do candidato. Talvez este seja o ponto fraco das novas regras das eleições municipais: em um país onde as pessoas estão descrentes com a política e os políticos, o período que poderia ser de maior envolvimento e conscientização acaba reduzido. As eleições municipais são muito importantes para um processo de maior compromisso cidadão. É o período em que se debate uma realidade muito próxima do cotidiano das pessoas: a limpeza urbana, o atendimento de saúde, o acesso à educação básica, o transporte público, por exemplo. Escolher bem os que deverão promover o avanço da cidade e acompanhar o trabalho deles é uma experiência importante de participação na vida política. Irmão Diego Joaquim

Missionário Redentorista, jornalista e diretor de conteúdo da Rede Pai Eterno de Comunicação, editorialista da Rede Católica de Rádio (RCR), colaborador da Rádio Difusora de Goiânia e Coordenador da Pastoral da Comunicação da Regional Centro-Oeste da CNBB

JORNAL

SANTUÁRIO Publicação Mensal dos Missionários Redentoristas R: Pe. Claro Monteiro, 342 – Centro – Aparecida (SP) Cx. Postal 4 - 12.570-000 www.jornalsantuario.com.br

EXPEDIENTE Diretor editorial: Pe. Fábio Evaristo, C.Ss.R. Conselho editorial: Pe. Ferdinando Mancilio, C.Ss.R. Pe. Mauro Vilela, C.Ss.R. Editor: Allan Ribeiro (MTB 80539/SP) Revisão Ana Lúcia de C. Leite Cristina Nunes Luana Galvão Manuela Ruybal Projeto Gráfico: Rafael Domiciano Diagramação: Marcelo Tsutomu Inomata Comercial: 0800 16 0004 Tiragem: 12.000 Exemplares

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DIÁLOGOS

Jornal Santuário • Agosto de 2016

VIDA MATRIMONIAL

A

vida de casado é um desafio constante. São muitas as questões que envolvem a relação homem e mulher: ciúmes, brigas, crises, sexo, perdão, diferenças e gênios, compromissos matrimoniais. E, lidar com essas situações requer do casal um amadurecimento para superar os desafios e crises. Educador há mais de vinte anos e há mais de trinta anos trabalhando na evangelização como missionário leigo, Dimas Novais apresenta o livro Amar em tempos de crise, uma publicação em parceria com a Editora Santuário. Nas muitas experiências que vivenciou com os casais, ele traz, de forma didática e dinâmica, um pouco do dia a dia do matrimônio, apresentando caminhos para uma convivência sadia. O autor explica ao JS o valor da família: O senhor acredita que as famílias, de modo geral, precisam passar por uma reestruturação, tendo um embasamento maior no amor? O que precisa ser mudado? Dimas Novais – Não tenho dúvidas de que a família está sofrendo um forte ataque por todos os lados. Há inimigos da família e dos valores que se cultivam num lar cristão no mundo todo. O amor é a base, porém “não basta o amor”. É necessário assentar nessa construção o tijolo da compreensão, da paciência, do silêncio, da humildade e principalmente do perdão. Se temos algo urgente a mudar nas famílias é a forma como as pessoas se relacionam. O lar tem de ser um lugar seguro

Francieli Roque

Amor é fundamental para superar momentos de crise

“O lar tem de ser um lugar seguro onde as pessoas se amam, respeitam-se e sabem que ali podem ser elas mesmas”, afirma Dimas Novais

onde as pessoas se amam, respeitam-se e sabem que ali podem ser elas mesmas, sem máscaras ou hipocrisias. Não há família perfeita, casal perfeito, o que há é o esforço diário para as coisas darem certo. Investimos na família, porque sabemos que os frutos serão necessários e úteis na construção de um novo mundo. Queremos viver juntos na terra e chegar juntos ao céu. Mas a cruz existe e não há como ignorá-la. Ela deve ser abraçada. O livro traz de maneira bem didática vivências reais do cotidiano dos casais. Como o senhor captou essas histórias? Dimas – Sim, quando estou produzindo uma obra penso em quem vai ler e procuro ser o mais simples e didático

possível. Desejo me aproximar do leitor de tal forma que ele se encontre nas páginas do livro. O que digo no livro tem de fazer sentido para quem está lendo, pois não é ficção, é a realidade. Não escrevo romance, por enquanto. Todos os meus livros partem de situações concretas que as pessoas, em algum momento da vida, viveram ou estão vivendo. Como sou professor, a pedagogia e a didática já fazem parte da minha rotina, no ato de ensinar. Captei dentro do meu lar, ouvindo casais amigos, nas orientações e no ato de receber o que o outro me transmite. Penso que o segredo foi esse: ver e ouvir o outro, partindo da minha própria casa. Por isso o livro é real. Pessoas se encontram numa ou outra história e dizem: “parece que ele está falando pra mim”, pois na verdade todos vivem praticamente as mesmas coisas, com uma ou outra diferença. Somos todos humanos e gente é gente em qualquer lugar do mundo. Só muda o endereço. Não há super-heróis, vamos vivendo e aprendendo. Qual o peso da espiritualidade no convívio do casal? Dimas – A espiritualidade é fundamental. Não apenas o ritual, o dogma, o preceito, mas a consciência de que Deus faz parte da família. Dou um exemplo: na minha cidade, às seis horas da tarde, tocam os sinos da matriz. Em casa, ao ouvir os sinos, paramos e rezamos o Santo Anjo e a Ave-Maria. Isso é viver a espiritualidade. Como também rezamos na hora de dormir, ao levantar, antes das refeições, quan-

do saímos na estrada e pedimos proteção a Deus. Tudo isso são formas simples de cultivar uma espiritualidade cristã, uma comunhão com Deus. Deus tem de ter um lugar de destaque no lar. Ele é sempre bem-vindo. Uma simples oração que todo casal poderia fazer, todos os dias, é essa: “Vem Senhor e fica entre nós”. Como o livro aborda a educação dos filhos? Dimas – Tenho um filho de seis anos e já tive a dolorosa experiência de enterrar uma filhinha. Filho é uma bênção. Muitos casais estão trocando filhos por cachorrinhos. Não dá. O pior é que daí começam a chamar o cachorrinho de “filhinho”. Absurdo. O casamento só tem sentido pleno com a presença dos filhos. Ninguém nasce tendo no coração o amor paterno ou materno. Esse nobre sentimento só passa a existir em nós quando nasce o filho. É um tipo de amor único e especial. Quando nos tornamos pais, tudo muda. E a educação dos filhos passa por dois pilares: amor e limite. O filho tem de se sentir amado e seguro nos braços dos pais, mas também deve entender desde cedo que a liberdade tem limite. Antes de ser amigo, o pai deve ser Pai; antes de ser companheira, a mãe dever ser Mãe. E o filho tem de compreender qual é seu lugar. Todos se amam, respeitam-se, porém, estabelecem limites. A frase é bastante conhecida: “quem ama, educa”.

Allan Ribeiro


IGREJA

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SANTO AFONSO

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ntre os dias 6 e 9 de julho, ocorreu na Casa de Hospedagem Seminário Santo Afonso, em Aparecida (SP), o encontro dos institutos afiliados ao carisma e à espiritualidade redentorista. As atividades contaram com representantes da América Latina e Caribe de congregações que compõem a Família Redentorista e vivenciam, na sua particularidade, o carisma e a espiritualidade centrada no Redentor. É a primeira vez que as congregações se reúnem para refletir temas em comum. Com o tema O carisma redentorista: com os pobres, Misericórdia, Evangelização e Ação Social, o evento se debruçou sobre os desafios e missões das congregações embasadas na espiritualidade de Santo Afonso. Entre as frentes trabalhadas, as palestras abordaram aspectos como a espiritualidade e a mística missionária, a vivência da misericórdia, a ação social, a luta pela mulher, a defesa da pessoa humana, entre outros. Cada grupo foi convidado a compartilhar as vivências e histórias dentro da congregação que integram.

Allan Ribeiro/JS

Encontro une congregações com carisma redentorista ração mais estreita, com toda a Família Redentorista. O sacerdote frisou que os superiores maiores e os delegados oficiais que participaram do evento terão uma missão grande de levar para as congregações que pertencem um conhecimento mais aprofundado. Ele lembrou que, muito mais que a formação oficial do evento, o encontro oferece a oportunidade de partilha nos tempos livres. Nesses O encontro se debruçou sobre os desafios e missões das congregações embasadas na espiritualidade de Santo Afonso momentos, segundo o superior, é possível O superior-geral da Congregação dialogar, encontrar e planificar outras do Santíssimo Redentor, C.Ss.R., padre possibilidades e aprofundar os conheciMichael Brehl, ressaltou que esse con- mentos no carisma. Brehl acentua que vívio é fundamental para que se possa é preciso conhecer os demais, para, ascompartilhar ações, tomar decisões e ir sim, criar um ambiente de confiança e adiante por intermédio de uma colabo- colaboração entre as instituições.

“O que mais apreciei no encontro é que há uma coincidência tão grande entre as congregações aqui, que todos nos sentimos em casa. Não somos estrangeiros. Nós nos encontramos pela primeira vez, mas há algo que já conhecíamos entre nós. Isso é uma resposta ao chamado do Senhor, seguir Jesus Cristo Senhor, anunciar a Boa-nova a todos, sobretudo aos pobres”, expressou. Padre Michael colocou ainda que é preciso não apenas anunciar a Cristo, mas também atuar em obras que os torne misericordiosos como o Pai. Ele acrescentou que é uma alegria compartilhar essa Boa-nova com outras congregações que entendem o sentido do mesmo chamado. A partir do encontro, uma comissão será montada para analisar as ações conjuntas no futuro e definir as diretrizes para os próximos encontros que devem acontecer a cada 2 anos.

Allan Ribeiro

APÓSTOLA DA ÍNDIA

Madre Teresa de Calcutá será canonizada pelo Papa Francisco no próximo dia 4 de setembro. As Missionárias da Caridade preparam-se para o evento com um programa festivo, que se estenderá de 1° a 8 de setembro, e que inclui celebrações litúrgicas e diversas atividades, como a possibilidade de venerar as relíquias da Santa. “Portadora do amor terno e misericordioso de Deus” será o tema da canonização, celebrada no âmbito do Jubileu da Misericórdia. No dia 1° de setembro, às 9 horas, será inaugurada na Libera Università Maria SS. Assunta (LUMSA) a “Exposição da vida, o espírito e a mensagem de Madre Teresa”. Na parte da tarde se realizará Festejo familiar com os pobres e para os pobres das Missionárias da Caridade. No dia seguinte, dia 2, serão celebradas Missas em diferentes idiomas na Basílica Santa Anastácia, de Roma. Depois de cada celebração haverá a possibilidade de venerar as relíquias da futura santa. Já na parte da noite terá lugar na Basílica São João de Latrão a vigília de oração com adoração solene. O tema do encontro será Irradiando a Luz de Cristo: Um chamado à Santidade.

No sábado, dia 3 de setembro, terá lugar a catequese do Papa Francisco na Praça São Pedro. Mais tarde, a Basílica Sant’Andrea della Valle será a sede do evento Oração e Meditação Musical, um oratório em homenagem à Beata Teresa de Calcutá, seguido pela veneração das relíquias da beata e a missa. No domingo, 4 de setembro, a missa de canonização da fundadora das Missionárias da Caridade, às 10 horas na Praça São Pedro, será presidida pelo Papa Francisco. No dia seguinte, será celebrada na Praça São Pedro a primeira festa de Santa Teresa de Calcutá e a missa de ação de graças.

História e vida Madre Teresa de Calcutá nasceu na atual Albânia em 1910. Ainda na adolescência ingressou na Congregação de Nossa Senhora do Loreto, era o ano de 1928. Foi enviada para a Índia, então colônia do Império Britânico. Na Índia, ela emite seus votos, em 1931, assumindo o nome de Irmã Teresa. A jovem religiosa foi professora em Darjeeling e em Calcutá, nos Colégios que

Reprodução

Vaticano prepara canonização de madre Teresa de Calcutá

No dia 4 de setembro, a missa de canonização da fundadora das Missionárias da Caridade será presidida pelo Papa Francisco

a Congregação de Nossa Senhora Loreto mantinha para educar as filhas das ricas famílias indianas. Sempre que saia às ruas, sentia-se muito sensibilizada com pobreza e a miséria em que vivia a grande maioria da população da Índia. Em 1946, em uma viagem de trem sente um chamado de Deus e decide começar um trabalho com

os mais necessitados. Deixa a Congregação do Loreto e se subordina ao arcebispo de Calcutá, começa a dar aulas para crianças pobres ao ar livre, visita orfanatos e abrigos, levando donativos e uma palavra de consolo aos necessitados.

Da Redação


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SOCIEDADE EM FOCO

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INFRAESTRUTURA

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ara receber as competições dos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos, além da construção e da reforma dos centros esportivos e da elevação da Vila Olímpica, a cidade investiu em diversos projetos de infraestrutura. Para cada real gasto com instalações olímpicas, cinco foram gastos em legado. Apesar disso, algumas lacunas não foram preenchidas. Entre os pontos fortes, o que se destaca é a mobilidade. As obras deram maior fluidez ao transporte de pessoas. Três corredores foram criados para interligar pontos do Rio, encurtando as distâncias. Os transportes públicos também passaram por transformações com a instalação de BRTs (bus rapid transit) e VLTs (veículo leve sobre trilhos). No final do ano, cerca de 63% da população estará usando transporte de alta capacidade. O professor de Arquitetura e Urbanismo da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ), Ricardo Esteves, afirma que, apesar de todos os problemas, a mobilidade é o maior legado do Jogos. “A combinação da implantação da extensão da Linha 1 e de parte da Linha 4 do metrô, do novo sistema de bondes e dos corredores de ônibus podem tirar

Alex Ferro/Rio 2016

Legado das Olimpíadas do Rio de Janeiro é deficitário

Apesar de todos os problemas, a mobilidade é o maior legado do Jogos

muitos carros das ruas, aliviando os congestionamentos e oferecendo a possibilidade de viagens mais rápidas, especialmente se for através de meios públicos coletivos. Entretanto, são investimentos tardios, embora importantes, mas principalmente insuficientes para o que esta cidade precisa hoje, que dirá do que precisará no futuro”, salienta o especialista. Depois de décadas de abandono, a região portuária foi revitalizada. No total, 5 milhões de metros quadrados serão re-

vitalizados no projeto Porto Maravilha, que contou com a derrubada completa do Elevado da Perimetral, com sua substituição por uma malha de vias expressas, mergulhões e túneis que reintegram a região com o restante da cidade. Apesar dos benefícios à população, o especialista teme que parte da estrutura possa se tornar “elefantes brancos”. Para Esteves, os equipamentos, as instalações e infraestruturas para os eventos olímpicos poderiam ser

bem aproveitados a partir de medidas voltadas para o incentivo à prática esportiva nas escolas e à organização de eventos esportivos na cidade. Para o professor, os investimentos em equipamentos esportivos só darão frutos sociais dependendo das políticas urbanas adotadas, valorizando um sistema educacional no Rio de Janeiro e nos municípios vizinhos que inclua práticas esportivas, utilizando esta estrutura. “Os investimentos realizados, considero-os importantes. Porém tardios e insuficientes para o que esta cidade e seus cidadãos precisam. Além disso, perderam-se oportunidades valiosas para se conquistar patamares possíveis como uma baía da Guanabara despoluída, uma rede de Metrô mais abrangente e uma cidade repensada e com cenários futuros apoiados em processos de planejamento participativo, que apontem efetivamente para uma cidade socialmente justa, economicamente viável, ambientalmente sustentável e urbanisticamente equilibrada”, concluí.

Allan Ribeiro


SANTUÁRIO EM NOTÍCIA

Jornal Santuário • Agosto de 2016

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60 ANOS

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o próximo mês, o Museu Nossa Senhora Aparecida, localizado na torre do Santuário Nacional, completa 60 anos. Diversas atividades estão sendo preparadas para celebrar as seis décadas de criação. O local guarda vários tesouros de valor histórico e sacro. Entre os objetos estão os paramentos litúrgicos utilizados pelos três Papas que passaram por Aparecida (SP), as correntes do milagre do escravo Zacarias e a pedra retirada da Matriz Basílica, que reconta a história do cavaleiro que desafiou Nossa Senhora. Uma exposição será montada no piso térreo, trazendo peças do acervo arqueológico. A ideia faz memória à principal paixão da professora Conceição Borges Ribeiro, criadora do Museu. Além disso, durante todo o mês, palestras aprofundarão sobre os acervos expostos atualmente no espaço. Para as escolas locais, a programação reserva atividades educativas que irão resgatar e valorizar a história do Vale do Paraíba. Também poderão ser realizadas visitas monitoradas pré-agendadas. O Museu foi inaugurado em setembro de 1956, no prédio das Oficinas

Thiago Leon/Santuário Nacional

Museu guarda tesouros da história de Aparecida recida do Brasil. O acervo exposto comunica aspectos culturais, antropológicos e artísticos, da devoção a Maria, enfaticamente sob a invocação de Nossa Senhora Aparecida. Já a mostra O Museu e suas Histórias, com cerca de 630 Entre os objetos estão os paramentos litúrgicos utilizados pelos três Papas peças, apresenque passaram por Aparecida (SP) ta uma seleção de objetos reGráficas de Arte Sacra de Aparecida. presentativos de todas as coleções Mais tarde, o Museu foi transferido reunidas no Museu, inserindo-os nas para a galeria do Hotel Recreio, onde relações mais amplas da cultura mapermaneceu até a mudança definitiva terial. O visitante entra em contato para a Torre do Santuário, em 1967. com peças que são referência e testemunho das relações do homem com Atualmente traz três exposições. O acervo guarda as duas Rosas de o sagrado, do homem e suas formas Ouro ofertadas pelos Papas Paulo VI de expressão, do homem em sua vida e Bento XVI. Ambos os presentes dos cotidiana doméstica e no universo do Pontífices se encontram na exposição trabalho, do homem e sua relação Rainha do Céu, Mãe dos Homens: Apa- com o ambiente.

Inaugurada recentemente, a mostra Coleção Santa Gertrudes de Imagens Paulistas do Século XVII traz ao público esculturas de importantes mestres santeiros, como Frei Agostinho de Jesus, a quem é atribuída a autoria da escultura da Imagem de Nossa Senhora Aparecida. Hoje, o local reúne um acervo diversificado e expressivo, com seções de arte popular, numismática, pintura, obras dos séculos 17 e 18, mineralogia, paramentos, porcelanas, instrumentos musicais, entre outros. Mas aquilo que é apresentado ao público é apenas parte de toda a coleção. A grande maioria dos objetos fica armazenada na Reserva Técnica, um espaço dedicado à documentação, à pesquisa e à conservação. O Museu de Nossa Senhora Aparecida funciona de segunda a sexta-feira, das 9h às 16h30, aos sábados das 7h às 18h e domingos das 7h às 15h30. Os ingressos custam R$ 6,00 e o visitante tem acesso às exposições e ao mirante da torre da Basílica.

Da Redação


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ACONTECE EM APARECIDA

Jornal Santuário • Agosto de 2016

DEUS NOS CHAMA

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otivando as comunidades e famílias a refletirem sobre o chamado que Deus faz a cada ser humano, entre os dias 16 e 23, o Secretariado Vocacional Redentorista promove a 46ª Semana Vocacional. Com o tema Vocação: Expressão de Misericórdia e o lema Eu vi a miséria do meu povo (Êx 3,7), todos são convidados a rezar, pedir e refletir sobre a vocação de cada indivíduo. A semana envolve uma programação especial em todos os veículos de comunicação ligados ao Santuário Nacional. A temática deste ano foi inspirada na proposta do Papa Francisco para o Ano Santo da Misericórdia. Já o lema registra o comprometimento, expressão de misericórdia de Deus em favor de seu povo, chamando Moisés para libertá-lo da escravidão do Egito. “Toda vocação é expressão de misericórdia e todo aquele que responder com fidelidade ao chamado de Deus, torna-se instrumento dessa mesma misericórdia para os outros”, expressa

Secretariado Vocacional Redentorista

Semana Vocacional reflete a expressão da misericórdia

A semana envolve uma programação especial em todos os veículos de comunicação ligados ao Santuário Nacional

o promotor vocacional, irmão João Batista de Viveiros. Há mais de quatro décadas, os Missionários Redentoristas, responsáveis pela Rádio Aparecida, cientes da importância dos meios de comunicação na formação de uma nova consciência

vocacional de todos os batizados, abriram o espaço de uma semana na grade de programação da emissora para conversar sobre vocação. No início, o assunto era refletido somente pelos missionários redentoristas, tendo como objetivo atrair jovens para a Congregação, mas pouco tempo depois a Semana Vocacional ganhou duas importantes dimensões: Eclesialidade e Intercongregacionalidade. Com um bom retorno por parte dos ouvintes, a Semana Vocacional passou também a fazer parte do calendário da Matriz Basílica e, posteriormente, do Santuário Nacional de Aparecida, alcançando também os romeiros de Nossa Senhora. Com o passar do tempo, religiosos, religiosas de outras congregações e leigos começaram a participar da organização e realização deste trabalho. Os temas se expandiram. A vocação da família e a missão dos leigos na Igreja também ganharam espaço e passaram

a ser contempladas ao lado da vocação sacerdotal e religiosa. A partir de então, passaram a ser refletidas as diversas formas de chamado como a vocação humana, a cristã, a matrimonial, a sacerdotal, a religiosa, a ministerial e a vocação de Maria, como modelo de todo vocacionado. Independentemente de idade, sexo ou profissão, todos são chamados a acolher e responder sim à vontade de Deus em suas vidas. Nos últimos anos, a Semana Vocacional ganhou outros importantes aliados: televisão e internet. A TV Aparecida e o Portal A12.com são parceiros da Pastoral Vocacional Redentorista na divulgação da Semana Vocacional, ao lado da Editora Santuário. Hoje, os vários temas são refletidos de formas diferentes em todos esses meios e no Santuário Nacional, atingindo públicos variados, com a participação de tantos outros agentes do serviço vocacional.

Da Redação

Horários do Santuário Nacional de Aparecida MISSAS

Segunda a sexta: 7h / 9h (TV) / 10h30 / 12h / 16h / 18h Sábado: 6h30 / 9h (TV) / 10h30 / 12h / 16h / 18h (TV) / 20h Domingo: 5h30 / 8h (TV) / 10h / 12h / 14h / 16h / 18h (TV)

BÊNÇÃOS PARA IMAGENS E OUTROS OBJETOS

Ao final de todas as missas

CONFISSÕES Segunda a sexta: 8h às 11h / 14h às 16h Sábado: 6h30 às 16h45 Domingo: 6h30 às 16h

BATIZADOS

Segunda a sexta: 10h30 e 15h Sábado: 9h / 10h / 11h / 14h / 15h Domingo: 8h / 9h / 10h / 11h / 14h / 15h

PIEDADE POPULAR

Consagração: Segunda a sexta, às 11h45 (TV) Segunda a sábado, às 15h (RA) Hora Mariana (Terço): Segunda a sábado, às 14h Novena Perpétua: Quarta, às 15h15 e às 19h30 Procissão Eucarística: Quinta, às 10h Procissão Mariana: Sábado, às 19h, e domingo, às 6h30

MISSAS NA MATRIZ - BASÍLICA VELHA

Segunda, quarta e quinta: 7h e 18h15 (TV) Terça: 7h / 16h (missa dos doentes) / 18h15 Sexta: 7h / 18h15 / 19h30 Sábado: 15h e 19h Domingo: 19h Bênçãos: Sábado, das 8h às 12h e das 13h às 14h30 Domingo: das 8h às 12h e das 13h às 15h Também ao final de todas as missas ENCONTROS ESPECIAIS Coordenadores de Romarias: Sábado, às 10h / Domingo, às 8h Local: Salão Três Pescadores, no subsolo do Santuário

MEMORIAL REDENTORISTA Visite o Memorial e o túmulo do Servo de Deus, Pe. Vítor Coelho, ao lado da Matriz Basílica. Aberto todos os dias, das 08h às 17h.


DESTAQUES

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VOCAÇÃO SACERDOTAL

Allan Ribeiro/JS

Menino que fez o Papa chorar fala do desejo de ser padre

U

ma lágrima singela desliza pelo rosto e expressa a emoção de Francisco. Nos braços do Santo Padre, o pequeno Nathan, de 9 anos, que copiosamente chora, encontra nos ombros do Pontífice amparo. Entre as muitas crianças que havia abençoado, aquela tinha algo de especial. Frente a frente ao sucessor de Pedro, o pequeno encontra forças apenas para dizer: “Santo Padre, eu quero ser sacerdote de Cristo, um representante de Cristo”. Em um gesto de carinho, Francisco retribuiu a confissão dizendo: “Ora por mim que oro por tí”. Ao expressar o desejo ao sacerdócio, durante a Jornada Mundial da Juventude (JMJ), no Rio de Janeiro, o menino comoveu não apenas o Pontífice, mas todo o Brasil. As palavras ditas por Bergoglio, em 2013, ainda permanecem vivas na memória do pequeno. Depois de três anos, hoje com 12 anos, o garoto mantém vivo a vontade de servir a Cristo no sacramento da ordem. No mês em que a Igreja celebra as vocações, o menino é novamente lembrado e aparece como tema deste ano nos subsídios da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). Apesar da pouca idade, nas atividades do dia a dia de um pré-adolescente como qualquer outro, ele busca aprofundar-se no período de discernimento. Na escola, destaca-se como um bom aluno. Além dos estudos, ele se dedica como coroinha, na catedral de Lorena (SP), aos domingos, durante a celebração dedicada às crianças. Já há três anos auxilia os párocos durante as missas e agora ele se prepara para tornar-se acólito.

Papel da família

Nathan, o menino do Papa, mantém vivo o desejo de se tornar sacerdote

Desde muito cedo, Nathan esteve inserido nas atividades da Igreja. Aos 7 anos já manifestava o desejo pelo sacerdócio. A mãe, Ana Paula Brito, conta que, como era muito participativo, o filho logo começou a participar da formação de coroinha na cidade onde vivia, Cabo Frio (RJ), antes mesmo das outras crianças da mesma idade. Ana Paula é uma grande incentivadora da espiritualidade do menino. Sempre acompanha o garoto nas celebrações e desempenha a função de educá-lo nos preceitos cristãos. Como mãe, auxilia o filho no processo de discernimento e, muito mais do que cultivar o anseio do filho de se tornar padre, ela faz com que Nathan viva coisas que são importantes para idade dele como, por exemplo, de estudos e o divertimento. Direcionando o filho, a mãe do pequeno também apresenta a ele outras vertentes da vocação, como a vida

como leigo. Para ela, independentemente da escolha, o primordial é que ele possa servir com alegria, desempenhando a função dentro da Igreja. “Eu peço sempre a Deus, se for para ser, que ele seja um padre santo, abençoado, que possa levar realmente a palavra de Deus, assim como ele foi acolhido pelo Papa com o amor do Pai, do Pastor que tem o prazer de amar” afirma a Ana Paula. Para a caminhada de discernimento, o garoto tem como referência ninguém mais do que o próprio Papa argentino. Os gestos e as atitudes de pastoreio do Pontífice marcam Nathan. O momento em que esteve com o Santo Padre serviram para animá-lo ainda mais no caminho que pretende seguir. A Bergoglio o menino dedica as orações de maneira especial. “Que Deus dê vida longa ao Papa, porque essa missão que ele carrega é muito árdua, e ele tem de conservar”, deseja.

Durante a trajetória de discernimento, os pais devem se fazer presentes, auxiliando no direcionamento dos filhos. Quando os pais procuram viver conscientemente o sacramento do matrimônio e dão testemunho de sua fé, facilmente vão compreender que os filhos são dom de Deus e que receberam dele talentos diferentes. Segundo o promotor vocacional, irmão João Batista de Viveiros, C.Ss.R., a missão da família consiste em educar, orientar e formar bem os filhos para que cresçam e se desenvolvam em todos os sentidos como imagem e semelhança do próprio Deus e não como imagem e semelhança de si mesmos. Eles não podem colocar obstáculos e devem deixar os filhos livres para fazer as suas escolhas, guiando-os na descoberta e no amadurecimento da vocação. “Onde faltam a liberdade e a vivência da fé como igreja doméstica, os pais se acham no direito de decidir qual o caminho que os filhos devem seguir, segundo seus projetos e interesses pessoais. Existem muitas pessoas frustradas porque deixaram se levar por interesses de outros ou por não terem concretizado as opções do coração. O apoio da família é fundamental para que o vocacionado faça um processo tranquilo de discernimento. Com maior serenidade, será capaz de superar os obstáculos”, conclui.

Allan Ribeiro


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DESTAQUES

Jornal Santuário • Agosto de 2016

MUNDO DOS LIVROS

Inovação marca participação da Editora Santuário na Bienal A Bienal Internacional do Livro de São Paulo (SP) chega a sua 24ª edição, com atrações multiculturais voltadas para celebrar a leitura. O evento acontece entre os dias 26 de agosto e 4 de setembro, no Pavilhão de Exposições do Anhembi. Este ano, a Editora Santuário e a Editora Ideias & Letras trarão inovação, ao mesmo tempo em que apresentarão um novo olhar sobre as publicações tradicionais. Entre os destaques está o lançamento do livro Turma da Mônica visita o Papa. No dia 3, os personagens estarão presentes para apresentar a novidade ao público. Dessa vez, Mônica, Cebolinha, Cascão, Magali e Chico Bento, depois de uma dica do amigo Vitinho, vencem um concurso e embarcam para conhecer Roma e o vaticano, na Itália, onde vive o Papa Francisco. Nesta edição da Bienal, a autora Veruschka Guerra lançará mais um livro para colorir, intitulado Jesus, mensagens do filho de Deus em livro de colorir. A publicação apresenta os prin-

cipais aspectos e temas da vida e da pregação de Jesus por meio de passagens bíblicas, textos, mensagens com ilustrações para serem coloridas. Nos dias 27 e 28, a ilustradora ministrará oficinas de colorir. Outra novidade são as Sagradas Escrituras preparadas em uma edição especial aos homens. A Bíblia do Homem de Fé traz um encarte especial que apresenta reflexões e mensagens, aborda a relação do Terço dos Homens com a Palavra de Deus, apresenta os personagens masculinos da Bíblia e, por último, mostra os mistérios do Rosário e diversas orações destinadas ao público masculino. O estande estará montado em uma área de 105 m², em frente ao estande da Mauricio de Sousa Produções. A Bienal deste ano deve reunir cerca de 700 mil pessoas em um espaço total de 60 mil m². Além da grande oferta de livros, a Bienal do Livro ainda conta com uma programação cultural abrangente, mesclando literatura, gastronomia, cultura, negócios e diversão.

REDENTORISTAS

Simpósio reúne autores em Aparecida Escritores e editores Redentoristas de todo o Brasil se reuniram em Aparecida para o primeiro Simpósio de Publicações. Entre os dias 19 a 21 de julho, os participantes partilharam os trabalhos realizados e promoveram o apostolado das publicações nas diferentes áreas de atuação, como da pastoral, de espiritualidade, de piedade popular, de teologia moral, entre outras. Em tempos de reestruturação, essa iniciativa deseja encontrar caminhos que levem a um corpo missionário mais coeso, no que tange às publicações da Congregação. O simpósio visou a encontrar caminhos para o trabalho em conjunto entre os Redentoristas para futuras publicações, colaborando assim com a pastoral da Igreja no Brasil. Assuntos como a importância do trabalho do tradutor, os desafios do mercado editorial na era digital e a missão institucional nas publicações fizeram parte das discussões e palestras. Além disso, missionários de diversas partes do país compartilharam experiências e desafios no campo editorial.

O vigário geral da Congregação, padre Enrique Lopeza, C.Ss.R., ressaltou que foram muito importantes todas as atividades que aconteceram durante o Simpósio e que, a partir do que foi abordado, os confrades possam encontrar um espírito de solidariedade, desenvolver trabalhos em comum e responder aos desafios como Congregação, como comunidade. Ele coloca que a colaboração entre os Redentoristas deve crescer e que é preciso incorporar mais escritores, editores e tradutores para que o trabalho seja ainda melhor. O missionário também afirmou que é preciso fomentar nos jovens Redentoristas a importância da escrita e da edição de conteúdo. “O desafio primeiro é o trabalho aqui no Brasil, mas, olhando em âmbito congregacional, nós temos de integrar mais o trabalho na hispano-américa, de fala espanhola e, depois, o de língua inglesa”, expressou o vigário sobre a ampliação dos trabalhos para outros idiomas.

Da Redação

Tecnologia e inovação Na Bienal, o público terá o primeiro contato com o aplicativo Deus Conosco.. Durante a feira, os visitantes terão a oportunidade de conhecer de perto o conteúdo da plataforma por meio de uma tela digital colocada no estande das Editoras Santuário e Ideias & Letras. Disponível em IOS e Android, o app é mais um canal dos devotos de Nossa Senhora Aparecida. Por meio da plataforma será possível ter acesso ao resumo da liturgia diariamente, ao conteúdo do Jornal Santuário, à Bíblia de Aparecida, aos lançamentos da Editora Santuário, entre outras ferramentas. O usuário terá disponível, a cada dia, uma oração e poderá programar no aplicativo um lembrete com o horário em que prefere orar. As meditações funcionarão como um guia espiritual

diário. O aplicativo também apresenta orações mais comuns, orações voltadas para bênçãos pessoais e dos familiares, além de uma seção em que o usuário poderá encaminhar o pedido de oração. Pela plataforma será possível conhecer mais sobre a história de Nossa Senhora Aparecida, sobre o encontro da imagem no Rio Paraíba do Sul, a devoção dos fiéis e aprender a consagração a Nossa Senhora.

Allan Ribeiro

TEOLOGIA MORAL

Santo Afonso influenciou a Igreja no Brasil No dia 1º deste mês faz-se memória da morte de Santo Afonso de Ligório. O religioso nasceu em 1696, em Nápoles, na Itália. É considerado doutor da Igreja e padroeiro dos confessores e moralistas. No Brasil, a influência de Santo Afonso teve início durante o Império. Os imperadores tinham um direito dado aos reis de Portugal como grão-mestre da Ordem de Cristo, o assim chamado Direito do Padroado, pela sua colaboração com a Igreja. Possuíam o direito de jurisdição, como criar igrejas para novas paróquias e dioceses, aprovar a publicação de normas emanadas da Santa Sé, em Roma, recolher os dízimos e manter bispos e párocos. Mas o regime imperial extrapolou esse direito cerceando o direito dos bispos com alvarás e leis, contrárias à missão dos bispos e da própria Igreja, que já não tinha mais a liberdade de cumprir sua missão evangélica. Inconformado com a triste situação da Igreja, Dom Antônio Ferreira Viçoso, bispo de Mariana (MG), iniciou o movimento de reforma da Igreja e do clero. Seu objetivo principal era reformar os seminários para poder contar

com um clero zeloso, morigerado e bem formado na ciência e disciplina eclesiástica. Para isso pediu, já em 1844 a colaboração dos missionários redentoristas. Mas não obtendo reposta, ele próprio iniciou a reforma do seminário introduzindo a Teologia Moral de Santo Afonso, depois de traduzir o texto latino para o vernáculo e imprimi-lo por sua conta. Com isso, Dom Viçoso quis impedir o mal da doutrina jansenista, então em voga entre o clero, que afastava o povo dos sacramentos. Para isso compôs dois opúsculos nos quais resumiu a doutrina de Santo Afonso a respeito da frutuosa recepção dos sacramentos da confissão e comunhão. Em São Paulo, iniciou o mesmo trabalho de renovação o bispo Dom Antônio Joaquim de Melo, também inspirado na doutrina de Santo Afonso. Assim, a partir de 1900, a Igreja do Brasil passou a viver nas paróquias o catolicismo com normas e doutrinas emanadas do Concílio de Trento.

Da Redação


BEM-ESTAR

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SUA CASA

Adeus inverno, bem-vinda primavera!

E

1. Lave

m breve um lindo visual floral vai presentear as nossas paisagens e que bom receber uma das estações mais lindas do ano de bom astral para aproveitar cada momento! Nosso astral, ou seja, nosso humor é muito impregnado pelo ambiente em que vivemos. E embora muitos de nós passemos boa parte do dia no trabalho, o ambiente pessoal também tem uma incrível influência sobre nós, porque lá, na nossa casa, há vínculos afetivos e emocionais de toda ordem. Sendo o local onde restauramos nossas energias, deve, dentro do possível, ser mantido como um lar doce lar, de verdade. E uma das coisas que ajudam imensamente isto se tornar realidade é a organização. Como fazer então uma transição bem organizada e prática do inverno para a primavera sem que sua casa e seus armários se tornem uma verdadeira confusão? Bem, para você começar a primavera com o pé direito e com tudo no lugar, seguem algumas dicas:

baixas, as roupas mais frescas; lave todas as peças que estão sem uso há um tempo. Antes de guardar aproveite para ver o que pode ser doado.

vale a pena comprar saco a vácuo de boa qualidade para ganhar espaço e subir o mais pesado para parte mais superiores do seu armário. Aproveite a oportunidade para limpar por dentro o seu armário e fazer naquele nicho um desapega para ganhar espaço.

6. Ao

descer as roupas de verão, crie grupos de roupas por semelhança, desta forma você vai achar mais fácil a roupa pelo tipo. Uma vez separadas por tipo (exemplo – camisetas básicas, lisas), você pode aproveitar e também separá-las por cor. Isso ajuda muito na hora de montar looks para sair ou trabalhar, faz ganhar tempo.

3. Deixe

uma ou outra peça de meia estação à mão, porque as estações do ano não são mais tão precisas, hoje em dia.

4. Você também pode acondicionar

as roupas que serão guardadas em sacos de TNT, e identificar por fora qual é a peça que está dentro. Interessante colocar produtos antimofo dentro deste saco. Ajudam a não dar cheiro também;

8. Uma

faxina em lugares menos visitados, como armários altos e depósitos, são muito importantes para uma boa manutenção da casa e objetos.

9. Roupeiros

de cama, mesa e banho devem entrar na dança das lavagens e desapegas. Para quem mora em casa é mais fundamental ainda, porque em geral elas são mais úmidas do que apartamentos.

10. Cortinas – aproveite que o sol

está voltando, também mande lavar ou quem sabe dar um tempo, deixando-as guardadas por uns meses para mudar o visual da casa. Deixe o sol entrar; iluminação natural é muito salutar.

7. Tapetes

– é bem interessante que sejam lavados também, porque há muita proliferação de bactérias durante o inverno, por conta da umidade do ar.

Mara Negri

Personal Organizer, neste segmento atua como organizadora, consultora e palestrante de cursos profissionalizantes

Reprodução

Metade dos brasileiros com diabetes não sabe que tem a doença

Salmão ao molho de maracujá

Fabio Rodrigues Pozzebom/ABr

E

5. Desça, para as prateleiras mais

2. Se você tem problema de espaço

SAÚDE

specialistas alertam que metade dos cerca de 14 milhões de brasileiros que têm o diabetes não sabe que tem a doença. Uma das dificuldades em identificar a doença é que ela não apresenta sintomas no início, como é o caso do diabetes tipo 2. No estágio avançado, podem aparecer sinais como boca seca, vontade de urinar com frequência e perda de peso espontaneamente. Ao contrário do que muitos pensam, não é apenas comer doce que propicia o desenvolvimento da enfermidade. Na verdade, a doença está ligada à obesidade. Pesquisas internacionais apontam que a cada seis segundos uma pessoa morre no mundo por causa do diabetes. A cada 20 segundos, uma pessoa tem uma amputação de membros por causa do diabetes, e que a doença é a maior causa de cegueira. Segundo a Sociedade Brasileira de Diabetes, a doença crônica resulta da não produção do hormônio que con-

mas não usar os produtos que geram líquidos. O líquido pode corroer suas roupas, se vazar.

roupas e acessórios que você usou durante o outono e inverno. Antes de guardá-las, veja se tem alguma peça que possa ser doada. Doar não dói!

Ingredientes • • • • •

4 postas médias de salmão 4 colheres (sopa) de manteiga Sal a gosto Suco de 2 limões Polpa de 4 maracujás

• 1 xícara de suco de laranja • 8 colheres (sopa) maionese para o molho • 2 colheres (sopa) de suco de limão • 1 pitada de açúcar

Modo de preparo trola a glicose no sangue, chamado insulina, ou não consegue empregar adequadamente a insulina que produz. O corpo precisa desse hormônio para utilizar a glicose, que obtemos por meio dos alimentos, como fonte de energia. Se esse quadro permanece por longos períodos, pode haver danos em órgãos, vasos sanguíneos e nervos.

Da Redação

1. Tempere as postas de salmão com suco de um limão e sal a gosto. 2. Grelhe-as por 10 minutos, em uma frigideira, com a manteiga até o peixe dourar dos dois lados. 3. Retire do fogo e reserve. 4. Bata no liquidificador a polpa dos maracujás e o suco de laranja. 5. Coe o suco e acrescente a maionese, mexendo até obter uma mistura homogênea. 6. Adicione 2 colheres (sopa) de suco de limão, o açúcar e o sal, misture bem. 7. Arrume o peixe nos pratos e cubra com um pouco do molho. 8. Decore com sementes de maracujá e fatias de laranjas. 9. Sirva a seguir.


ACOMPANHE PELA RÁDIO APARECIDA, DE 21 A 28 DE AGOSTO

Tema: “Vocação: Expressão de Misericórdia“ Lema: “Eu vi a miséria do meu povo” (Ex 3,7). Reflita conosco sobre as Vocações e reze pelas ondas do rádio.

Sintonize: Ondas Ondas Ondas Ondas

AM 820 kHz | FM 90,9MHz Curtas 49 metros - 6135 Curtas 31 metros - 9630 Curtas 25 metros - 11855 Tropicais 60 metros - 5035

kHz kHz kHz kHz

www.A12.com/radio /radioaparecida

RÁDIO


JUVENTUDE

Jornal Santuário • Agosto de 2016

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EVANGELIZAÇÃO

P

ara partilhar experiências e traçar diretrizes de atuação, adultos responsáveis pela juventude se reunirão de 1º a 3 de setembro no Santuário Nacional de Aparecida (SP). No encontro, será apresentada uma pesquisa sobre a realidade juvenil no Brasil: obstáculos, desafios e possibilidades para a evangelização da juventude. Também estão na programação os desdobramentos do Projeto Rota 300. Na sétima edição, o Encontro dos Responsáveis Diocesanos da Evangelização da Juventude e dos Assessores Adultos das Expressões reunirá participantes do país inteiro com vivências distintas no serviço à juventude. O encontro também promove um intercâmbio informal de experiências. Em todas as dioceses há um adulto – sacerdote, religioso ou leigo – que auxilia o bispo na condução da unidade, do diálogo e do trabalho conjunto entre todas as forças juvenis. Participarão do evento bispos referenciais regionais da evangelização da juventude, responsáveis adultos da evangelização nas dioceses, os assessores adultos das expressões juvenis (movimentos, Pastoral da Juventude, novas

Allan Ribeiro/JS

Responsáveis pela juventude recebem formação em Aparecida

O encontro reunirá participantes do país inteiro com vivências distintas no serviço à juventude

comunidades e congregações) e adultos do setor diocesano de juventude. Segundo o presidente da Comissão Episcopal para a Juventude e bispo de Caxias do Maranhão (MA), dom Vilson Basso, o encontro é uma oportunidade para que esses responsáveis possam desempenhar ainda melhor as atividades, com alegria, coragem e profecia.

VOCAÇÕES

Deus chama a todos

N

o mês de agosto, a Igreja Católica celebra de maneira especial a vocação. A orientação é para que paróquias e comunidades se dediquem a rezar pelos sacerdotes e religiosos, pelas famílias e também pelos leigos. Deus chama a todos, cada um para uma forma de serviço diferente. A primeira vocação do ser humano é o chamado à vida. A partir daí se desenvolvem as demais vocações específicas. Aqueles que são chamados a construir uma família descobrem o amor doação e a alegria de dividir a vida com outra pessoa. Homens e mulheres dispostos a assumir a vocação matrimonial devem estar dispostos a viver todos os dias na fidelidade e a caminhar lado a lado. A família é um dom de Deus. Entregar-se totalmente a Deus e aos irmãos de forma gratuita, este é o princípio da Vida Consagrada. Aquele que acolhe a vocação religiosa é teste-

munha de um Deus vivo. O (a) religioso (a) é uma voz profética que anuncia, denuncia, promove, incentiva, acolhe, sustenta e colabora para que o bem seja propagado. O vocacionado ao sacerdócio é escolhido pela misericórdia. Por pura expressão do amor do Senhor, é constituído pastor para que fale das coisas de Deus. O sacerdote deve condenar o pecado, dizer a verdade e denunciar o mal. Mas, ao mesmo tempo, deve abraçar o pecador que se reconhece como tal, aproximar-se dele e falar com ele sobre a misericórdia infinita de Deus. Todo cristão consagrado pelo batismo é chamado a viver e testemunhar a entrega de Jesus Cristo. Escutar o chamado de Jesus de Nazaré e dar um sim autêntico ao seu Evangelho, é aceitar o doce convite de Jesus para viver segundo a sua Palavra.

Secretariado Vocacional Redentorista www.a12.com/vocacional

“A gente não dá aquilo que não tem. Mais do que nunca, os assessores precisam de informação e formação para estarem preparados. Nessa realidade em que vivemos, as perguntas são novas e os desafios são novos. Da mesma maneira que fazemos uma formação integral com os jovens, temos de trabalhar com aqueles que

trabalham com a juventude”, afirma o bispo. Em relação ao projeto Rota 300 a Comissão planeja novos eventos. A ideia é estimular fóruns de debates, seminários, a questão da mulher, ações de ecologia. Além disso, será elaborado um mapa das ações ecológicas realizadas pela juventude, que será divulgado no site Jovens Conectados. Junto aos representantes será pensada e desenvolvida a proposta da Semana Missionária no Brasil e no Vale do Paraíba, entre os dias 22 e 29 de julho do próximo ano. A ideia é envolver a juventude das 11 dioceses banhadas pelo Rio Paraíba do Sul – nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais – em uma semana missionária. Nos últimos dois dias desse evento, durante o fim de semana, uma grande celebração no Santuário Nacional irá reunir todos os jovens, encerrando as atividades da Semana Missionária e do Rota 300. As inscrições para o encontro podem ser feitas no site jovensconectados.org. br. O valor da inscrição é de R$ 130.

Da Redação


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DEUS CONOSCO

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7/8/2016 | 19º DOMINGO DO TEMPO COMUM (Sb 18,6-9, Sl 32, Hb 11,1-2.8-19, Lc 12,32-48) O texto de Hb 11,1-2.8-19 nos faz uma belíssima catequese sobre a fé. Paulo a define como “a realidade dos bens esperados, a prova das coisas que não se veem”. Segundo ele, “foi graças a ela que os antigos obtiveram um belo testemunho” (Hb 11,1-2). Se lermos todo o capítulo 11, o Apóstolo faz toda a memória da fé dos antepassados, demonstrando como foram fiéis à promessa de Deus. Hoje, somos herdeiros dessa promessa que se concretizou em Jesus Cristo, aquele que aderiu totalmente ao projeto do Pai.

A fé é dom de Deus para cada um de nós; é um tesouro que devemos conservar não para acumular poeira, mas para compartilhar com nosso próximo. Embora seja dom, devemos fazer nossa parte para aprofundá-la, a partir da leitura da Sagrada Escritura, da vida dos santos, dos ensinamentos da Igreja, da participação na Eucaristia e da vivência comunitária. Esses elementos constituem a fonte para respondermos autenticamente ao mundo, ajudando a transformá-lo.

O cristão tem grande responsabilidade em transmitir a fé. De modo especial, neste mês de agosto, quando celebramos o mês das vocações e o Dia dos Pais, recordamos que os sacerdotes, religiosos(as), catequistas e os pais têm a nobre missão de transmitir esta riqueza àqueles que lhes foram confiados: o Povo de Deus, catequizandos e filhos. Devem ajudá-los a buscar aquilo que plenifica a vida: Jesus Cristo, Caminho, Verdade e Vida. Ele é nosso tesouro e nele está nosso coração (Lc 12,34)! Essa riqueza

a traça não come, a ferrugem não corrói, o ladrão não rouba e é a única que possibilita descortinar horizontes de esperança e a responder concretamente às exigências do Evangelho. Por isso, devemos invocar o Espírito Santo e nos perguntar: como estou transmitindo minha fé? Ela é, de fato, o meu tesouro? Que razões dou a minha fé? Qual a relação entre minha fé e meu compromisso em relação ao meu próximo? Essas questões nos ajudam a aprofundá-la e a testemunhá-la onde estamos.

14/8/2016 | 20º DOMINGO DO TEMPO COMUM (Jr 38,4-6.8-10, Sl 39, Hb 12,1-4, Lc 12,49-53) O texto de Lucas 12,49-53, à primeira vista, provoca-nos inquietação. Jesus, o Pacificador, é apresentado pelo evangelista com uma linguagem bastante provocadora e agressiva: “Pensais, acaso, que vim trazer a paz sobre a terra? Não, eu vos digo, mas a divisão. Esta palavra aparece três vezes no texto. O que isto quer dizer? Esta leitura encontra-se em um bloco das catequeses da subida para Jerusalém (Lc 9,51–19,27). Jesus faz uma série de ensinamentos aos seus sobre o Reino de

Deus e acerca de sua missão. Ele está se aproximando da cidade santa, onde iria sofrer sua paixão, morte e ressurreição. O Mestre ensina a comunidade e a faz perceber que sua proposta é radical e quem quiser segui-lo deverá fazer renúncias. Em outras palavras, seus discípulos devem fazer a opção fundamental e radical pelo Reino. Essa escolha gera divisões, porque muitas pessoas ainda não a entenderam. Além disso, optar pelo Reino é contrapor-se a todo o con-

texto político-religioso que provoca a escravização do ser humano e Jesus propõe a libertação integral. Nesse sentido, pode ocorrer a divisão: há aqueles que continuarão presos às velhas leis e outros que a compreenderão e romperão com elas, e isso pode acontecer dentro da Comunidade, até mesmo no contexto das relações familiares. Não é possível servir a dois senhores! Assim, Jesus em si não é o divisor. Está em jogo a decisão pela verdade

de seu Evangelho e isso pode causar rupturas. Em Jeremias 38,4-6.8-10, a realidade não é diferente. Ele é castigado por profetizar contra as barbáries de seu tempo que são contrárias aos ensinamentos divinos e, por isso, ele é jogado no fundo do poço. Portanto, esse Evangelho nos ajuda a refletir sobre nossa opção enraizada em nosso batismo e ao professarmos o nome de Jesus e a escolha dele como centro de nossa vida.

21/8/2016 | ASSUNÇÃO DE NOSSA SENHORA (Ap 11,19a; 12,1.3-6a.10ab, Sl 44, 1Cor 15,20-27a, Lc 1,39-56) No dia 1 de novembro de 1950, o Papa Pio XII proclama, por meio da Constituição Apostólica Munificentissimus Deus, o dogma da Assunção de Maria. Escreve o Pontífice: “Deste modo, a augustíssima Mãe de Deus, associada a Jesus Cristo de modo insondável desde toda a eternidade ‘com um único decreto’ de predestinação, imaculada na sua concepção, sempre virgem, na sua maternidade divina, generosa companheira do divino Redentor que obteve triunfo completo sobre o pecado e suas consequências, alcan-

çou por fim, como suprema coroa dos seus privilégios, que fosse preservada da corrupção do sepulcro, e que, à semelhança do seu divino Filho, vencida a morte, fosse levada em corpo e alma ao céu, onde refulge como Rainha à direita de seu Filho, Rei imortal dos séculos (cf. 1Tm 1,17)”. Decorrem daí as várias imagens e pinturas que ao longo dos séculos vão aparecendo sobre Maria em uma nuvem, cercada de anjos, subindo ao céu, como forma catequética para compreender o tesouro contido nesse dogma.

É inegável a contribuição de Maria na História da Salvação. Por que a Igreja afirma que ela subiu ao céu, de corpo e alma, e está à direita do seu filho? O fundamento está no fato de que ela foi discípula fiel do Senhor. Ela acreditou na Promessa e, no mais profundo ato de liberdade, aceita que o Libertador faça morada em seu seio. Ela não impõe condições, apenas quer entender, e diz o seu sim. Em Maria, o profundamente humano e o divino se encontram, de tal modo que Deus se materializa ao se fazer carne e habitar

entre nós. E ela, na sua bondade, graça do próprio Deus, cuida do divino e o apresenta à humanidade. Maria visita Isabel e Zacarias, a velha humanidade estéril e presa aos legalismos. Esse seu ato faz a vida saltar no ventre, de modo que o fruto dele, João Batista, anunciará que um novo tempo chegou. A festa da Assunção nos faz lembrar que a fidelidade de Maria vence o mal do pecado e da morte e todo aquele que é fiel a Deus será elevado aos céus.

28/8/2016 | 22º DOMINGO DO TEMPO COMUM (Eclo 3,19-21.30-31, Sl 67, Hb 12,18-19.22-24a, Lc 14,1.7-14) Lucas (9,51—19,28) coloca que, no caminho para Jerusalém, Jesus faz uma série de ensinamentos importantes no que se refere ao Reino de Deus. Dentre eles, encontramos a parábola de hoje (14,7-14), em que aponta para a necessidade de cuidar bem dos pobres, doentes e ser humilde. Deus quer que seus filhos e filhas vivam em clima de festa, alegria e confraternização e, nessa festa, que é o Reino de Deus, ninguém pode ser excluído. “Jesus é o mediador da nova aliança” (Hb 12,24) e convida todos para participar dessa festa que começa aqui na terra

e prolonga eternamente no Céu. E aí, vamos aceitar o convite? Mas para fazer parte dessa festa, a liturgia de hoje faz algumas exigências. Primeiro, realizarmos nossos trabalhos com mansidão; segundo, sermos humildes diante do Senhor e dos homens; terceiro, não nos deixarmos contagiar pelo mal do orgulho; quarto, permitirmos ser corrigidos pelo Senhor; quinto, não querermos ser mais do que os outros; sexto, compreendermos, com o coração, que: “quem se eleva, será humilhado e quem se

humilha será elevado” e sétimo, na casa do nosso coração, os pobres, os doentes, os drogados e excluídos devem ocupar um lugar de destaque. Para o sistema capitalista, essas exigências que Jesus coloca são uma verdadeira loucura, algo impensável e contraditório. O importante é ter dinheiro, ocupar os primeiros lugares, ter poder e ser elevado. Nesse sentido, o autor do livro do Eclesiástico diz: “para o mal do orgulhoso não existe remédio”. E Jesus afirma que “quem se eleva será humilhado”.

Jesus afirma que a recompensa maior é a ressurreição e a vida plena, que a felicidade consiste não na abundância de bens materiais e sim no bem maior, que é amar e cuidar dos pobres, dos doentes e dos que necessitam. Qual foi a última vez que você visitou um doente, cuidou de um pobre? Jesus continua a convidar... Parabéns a todos(as) os(as) catequistas que anunciam as maravilhas da Palavra de Deus com sua voz e com sua vida. *Textos: Padre Rogério Gomes, C.Ss.R. Padre Francisco Albertin


ESPIRITUALIDADE

Jornal Santuário • Agosto de 2016

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FUNDADOR DOS REDENTORISTAS

S

anto Afonso Maria de Ligório nasceu em Nápolis em 1696. Em 1732, este grande santo e Doutor da Igreja fundou a Congregação do Santíssimo Redentor, popularmente conhecida como a Congregação Redentorista, para seguir o exemplo de Jesus Cristo anunciando a Boa-Nova aos pobres e aos mais abandonados. Ele era um homem extraordinário: advogado, músico, pintor, poeta, escritor, teólogo, moralista e apologista. Escreveu 120 obras sobre tópicos como: espiritualidade, teologia moral, meditações, retiros, sermões etc. que foram traduzidas em 86 línguas. Estudou Ciências Jurídicas e até 1723 exerceu a profissão de advogado, sem deixar de lado uma visão de séria piedade. O jovem advogado sofreu um revés que lhe marcou a vida, perdendo uma causa que o abalou profundamente. Resolveu então trocar as lides do foro pelo serviço à Igreja. Embora seja impossível resumir num artigo todos os ensinamentos de Santo Afonso, os itens seguintes são essenciais ao entendimento do que é frequentemente chamado de “espiritualidade afonsiana”:

Portal A12

A Espiritualidade de Santo Afonso

a) Afonso ensinou que “Deus quer que todos se tornem santos, cada um em sua ocupação”; b) Afonso enfatizou o amor de Deus por nós e nosso amor por Jesus; c) De todos os mistérios cristãos, a Paixão e Morte de Jesus Cristo foi o que tocou Afonso mais profundamente, marcando sua espiritualidade; d) Uma palavra sempre presente nos escritos espirituais de Santo Afonso é a palavra italiana “distacco”. É difícil traduzir esta palavra para o Português. Normalmente é traduzida como desprendimento. “Distacco” é o esforço consciente do cristão para dominar a praga do egocentrismo;

e) De modo especial, Afonso insistia para que rezássemos a Maria, nossa Mãe abençoada. Ele escreveu um tratado completo (As Glórias de Maria) sobre o papel de Maria no plano de salvação de Deus. Ela, segundo Afonso, deveria ser nosso modelo na vida cristã. Vários outros temas da espiritualidade de Santo Afonso valem a pena serem considerados, como a importância de visitas diárias ao Santíssimo, mas estes já mencionados são suficientes para este breve artigo. Aos 66 anos, mesmo sofrendo gravemente de artrite, aceitou o desejo do Papa para que fosse consagrado bispo e servisse a diocese de Santa Ágata. Morreu santamente entre seus companheiros redentoristas em 1° de agosto de 1787, com 91 anos de idade. Foi canonizado em 26 de maio de 1839. Declarado Doutor da Igreja em 23 de março de 1871. Proclamado patrono dos confessores e moralistas em 26 de abril de 1950. Sua festa é celebrada no 1° de agosto.

Padre Brendan Coleman, C.Ss.R.

ACADEMIA MARIAL

Nossa Senhora do Perpétuo Socorro: a origem do Ícone

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egundo pesquisadores, o Ícone tem como origem a Ilha de Creta. Estudiosos atribuem diversas origens ao Ícone. Parte deles defende que veio de Constantinopla, isso, por volta do século X. Outra parte alega que o Ícone tenha sido escrito na Ilha de Creta, quem sabe, no século X ou XI, ocasião em que iconógrafos escreviam ícones com o afã de evangelizar, tendo em vista que a arte sacra foi de suma importância para educar na fé aqueles que não tinham privilégio de ter acesso aos estudos e aprender a ler. Há também estudiosos que acreditam que o Ícone tenha sido escrito em Creta, mas quanto ao século, não sabem precisar, acenam para o século XIV e XV, e que tal fato se deu em pleno tempo de notável esplendor artístico, ocasião em que para reanimar a fé, serviam-se igualmente da pregação a partir dos santos Evangelhos, bem como dos Ícones. Como o Ícone chegou a Roma? Talvez por motivo de lucro, pois a fome assolava regiões do Ocidente. Não se

pode ignorar a hipótese de que talvez tenha sido conduzido por um devoto que tinha o objetivo de protegê-lo dos turcos que haviam se apoderado de Constantinopla, no ano de 1453, colocando um basta ao Império Romano do Ocidente. Esse fato dificultou ao máximo a prática da religião cristã e do culto à Santa Mãe de Deus. Posteriormente, o “quadro” foi colocado na igreja de São Mateus em Roma. Nesta época, surge o título de “Santa Maria do Perpétuo Socorro”, título atribuído à Virgem da Paixão que é retratada no Ícone. Após a destruição da igreja de São Mateus onde o Ícone se encontrava para a veneração dos devotos, fora recolhido pelos agostinianos, responsáveis pela igreja citada, e colocado na capela interna da comunidade, isso, por falta de espaço na igreja recém assumida após a demolição da igreja anterior. Passado algum tempo, a Congregação do Santíssimo Redentor adquire um terreno onde foi construída a igreja de

Santo Afonso. Para surpresa de muitos, naquele terreno havia sido erigida a igreja de São Mateus, onde o Ícone tinha estado para veneração. Sabedor da história, o superior dos Redentoristas tenta diálogo com os Agostinianos em vista da devolução do Ícone. Não obtendo resultado positivo, o pedido foi feito ao Sumo Pontífice Papa Pio IX. O Papa com o desejo de que o Ícone fosse entronizado na igreja de Santo Afonso, lugar de significado histórico, solicita a entrega do Ícone. No dia 26 de abril de 1866, após solene procissão, o quadro foi entronizado no altar-mor da igreja de Santo Afonso, que está localizada na Via Merulana entre duas das igrejas papais, a saber, Santa Maria Maior e São João do Latrão. Assim sendo, moradores da região e devotos da Virgem do Perpétuo Socorro fizeram festa pela chegada do Ícone àquela igreja.

Padre Valdivino Guimarães

Diretor da Academia Marial de Aparecida


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FORMAÇÃO CRISTÃ

Jornal Santuário • Agosto de 2016

PORQUE SIM NÃO É RESPOSTA!

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lá José Eduardo (Governador Valadares – MG), tudo em paz? Sua pergunta nos motiva a esclarecer essa que é uma dúvida de muitos católicos. Mas, antes de respondê-la, talvez seja bom explicar para algum desatento o que seja um “evangelho apócrifo”. Na Tradição da Igreja temos os chamados textos canônicos, ou seja, os textos que estão presentes na Bíblia tal como a conhecemos hoje. Esses textos, dos mais diversos estilos literários, e das mais diversas épocas, foram coletados ao longo de séculos, e chancelados, a partir de alguns pressupostos, como inspirados pelo Espírito Santo. Por estarem dentro do chamado “cânon” (lista) oficial da Igreja, são chamados de canônicos. Segundo Jonas Lopes, doutor em Ciências da Religião: “O cânon foi estabelecido para unificar a fé cristã, delimitar o que era dito a respeito de Deus e seu Filho e para reforçar seus dogmas. Aqueles textos que, segundo a Igreja, não têm autoria de um apóstolo (caso dos Evangelhos), ou têm conteúdo divergente do texto bíblico, não podem ser considerados sagrados”.

Reprodução

Por que a Igreja Católica não acredita também nos Evangelhos Apócrifos?

Já os escritos apócrifos, apesar de serem basicamente contemporâneos de muitos textos canônicos, e até conterem traços de seriedade sobre a vida e ação de Jesus e de seus apóstolos, são recheados de muitas situações fantasiosas e exageradas, que não condiziam muito com a possibilidade real da vida de Jesus e, por isso, foram descartados do cânon, ou

seja, ainda que tenham valor literário, e até carreguem alguma informação interessante sobre o apostolado de Jesus, não são considerados escritos sagrados e inspirados como fonte da Revelação. A palavra “apócrifo” é de origem grega e seu significado original é aquilo que carrega “coisa escondida”. Mesmo que a Igreja não aceite a sacralidade desses textos, muitos

especialistas estudam e discutem estes textos como verdadeiras riquezas históricas da literatura. Os principais Evangelhos apócrifos são: Evangelho de Felipe, Evangelho de Judas, Evangelho da Infância de Jesus segundo Tiago e o Apocalipse de Pedro. Há também os apócrifos do Antigo Testamento. Geralmente, os apócrifos inspiraram muitas ficções e estórias sobre a vida de Jesus. Um bom exemplo desse uso ficcional dos textos apócrifos é o famoso romance de Dan Brown, “O Código da Vinci”, em que o escritor utiliza muitas ideias retiradas do apócrifo Evangelho de Felipe. Mas é bom insistir: os textos apócrifos não são frutos da Revelação nem contêm validade para a formação da doutrina.

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