O São Paulo - 3399

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SEMANÁRIO DA ARQUIDIOCESE DE SÃO PAULO

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Ano 67 | Edição 3399 | 8 a 14 de junho de 2022

www.osaopaulo.org.br | R$ 3,00 Luciney Martins/O SÃO PAULO

‘Que o Espírito Santo nos guie e seja o protagonista da nossa assembleia sinodal’ Páginas 10 e 11

Primeira sessão da assembleia sinodal arquidiocesana é realizada no auditório da Fapcom, no sábado, 4, presidida pelo Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo Metropolitano de São Paulo

Semana Teológica destaca a vida e o ministério episcopal de Dom Paulo Atividade acontece até o dia 10, no campus Ipiranga da PUC-SP. Na abertura, na segunda-feira, 6, houve o lançamento do livro “Dom Paulo Evaristo Arns: um franciscano apaixonado pelo Reino de Deus na Cidade”. Página 12

Editorial

Encontro com o Pastor

Usar máscara: um gesto de prudência diante do aumento da COVID-19

Mais que elaborar um receituário pastoral, o sínodo é um chamado à conversão

Espiritualidade

Fé e Cidadania

Os 7 dons de que necessitamos para viver e fazer nosso caminho espiritual

A Doutrina Social da Igreja perante o populismo na América Latina

Página 4

Página 3

Página 2

Página 5

No dia de Pentecostes, Dom Odilo pede que jovens se abram ao Espírito Santo O Arcebispo presidiu missa na Catedral da Sé, no domingo, 5, com a participação de crismandos. No Vaticano, o Papa Francisco ressaltou que o Espírito orienta os caminhos de cada cristão e cura todas as feridas. Páginas 17 e 20


2 | Encontro com o Pastor/Atos da Cúria | 8 a 14 de junho de 2022 |

CARDEAL ODILO PEDRO SCHERER Arcebispo metropolitano de São Paulo

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o último dia 4 de junho, iniciamos a assembleia sinodal arquidiocesana, com uma sessão dedicada à apresentação e acolhida do relatório com a síntese do trabalho já feito nas etapas anteriores do sínodo. Olhando as contribuições recolhidas no relatório, é necessário concluir que já foi percorrido um belo caminho e muitas questões foram levantadas. O relatório mostra a tomada de consciência da arquidiocese sobre sua situação religiosa e pastoral atual. A assembleia sinodal arquidiocesana precisa responder a esta pergunta básica: diante do que vimos e ouvimos, o que devemos fazer? As respostas deverão aparecer nos passos sucessivos da assembleia por meio de propostas e diretrizes, que marcarão o caminho pós-sinodal da nossa Arquidiocese. A assembleia dedicar-se-á ao discernimento sobre o tipo de respostas que o sínodo deve dar a essa pergunta. O relatório traz um elenco enorme de carências e deficiências no processo evangelizador e pastoral, e as indicações, em geral, estão marcadas por esta linha de raciocínio: falta isso, falta mais aquilo, está

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Diretrizes do sínodo: por onde começar? mal ou inexiste ainda aquilo. E as sugestões trazem esta outra linha de raciocínio: precisa ser feito isso, mais aquilo e não deixar de fazer mais alguma coisa. Nessa lógica, poderemos ocupar-nos apenas com os sintomas dos problemas e desafios, sem ir às causas que os desencadeiam. Corremos o risco de apresentar respostas na forma de um receituário pontual, para que alguém o ponha em prática. Será que é isso mesmo que o sínodo se propõe: elaborar uma lista de tarefas para que outros as executem? Poderemos estar apenas a reproduzir uma “pastoral de conservação”, esquecendo as urgências da “conversão pastoral”! E da “renovação missionária”. Levanto a questão de fundo, à qual nos chama o sínodo: aonde apontam o tema e o lema? O sínodo é um “caminho feito juntos”, em comunhão. Deveríamos buscar, acima de tudo, com os processos que contribuem para fazer caminho em comunhão, e que estimulem a fazer caminho juntos. A primeira preocupação não deveria ser a preparação de receituários para que esta ou aquela pastoral seja mais eficiente, esta ou aquela instituição e organização eclesial siga mais os programas estabelecidos. O que contribui mais e melhor para a comunhão da Igreja em São Paulo, e que deveria ser assumido como propósito para toda a Arquidiocese? Na exortação apostólica Evangelii gaudium, o Papa Francisco nos alerta contra

algumas tentações na vida eclesial e pastoral (cf. nºs 76-109). Queremos um Cristianismo de programas, metas e resultados, ou um Cristianismo de discipulado? A priorização de programas sobre a dimensão discipular pode levar a uma superestruturação e a uma pesada burocratização sem alma da vida pastoral e eclesial. Programas podem ser cumpridos de maneira funcional, sem fé e sem vibração por Jesus Cristo e pela Boa-Nova do reino de Deus. E se tornarão enfadonhos e até insuportáveis. A “comunhão, conversão e renovação missionária” dependem de “evangelizadores com espírito” novo, voltados para o centro da vivência cristã, no discipulado de Jesus Cristo (cf. nºs 259-287). O Documento da Conferência de Aparecida pede para mudar a lógica da “pastoral da eficiência”, para começar de novo por “reaquecer os corações”, num renovado encontro pessoal com Jesus Cristo e com a Igreja. Não mudaremos as coisas se, em primeiro lugar, não mudarmos a nós mesmos, reencontrando a motivação que está no início da nossa fé e da vida cristã. Não dá para sermos missionários, se antes não formos discípulos. Não mudaremos o estado de letargia de nossas comunidades, do clero, religiosos e leigos, e não iremos muito além de uma já conhecida pastoral de conservação do que já fazemos, se não for a partir da alegria do Evangelho. Nosso sínodo, mais que para elaborar

um sufocante receituário pastoral, é um chamado à conversão. A alma de toda pastoral deve ser a fé, a esperança e a caridade. E o agente de pastoral mais importante da Igreja é o Espírito Santo, a quem devemos sempre ouvir com atenção, seguindo com docilidade suas inspirações. Se nos convertermos pessoal e comunitariamente a Cristo e ao Evangelho, os programas pastorais brotarão como decorrência das motivações da fé e da alegria do Evangelho. Se devemos rever e melhorar a catequese, a pastoral da liturgia, da família, dos doentes, é porque isso decorre necessariamente da experiência da fé e da vivência cristã. Se devemos estar mais atentos aos pobres e enfermos, à caridade e à justiça, não será porque consta em programas e metas a serem alcançadas, mas porque essas atitudes são coerentes com o Evangelho e o testemunho cristão. Por onde começar para superar o desencantamento com a vida cristã, com a Igreja, os Sacramentos, a Palavra de Deus, as bem-aventuranças, os mandamentos, com a vocação sacerdotal e a consagração religiosa, com o casamento e a família, com a missão? No texto do Apocalipse, lido e meditado na primeira sessão da assembleia sinodal, a comunidade de Éfeso é chamada a superar o esfriamento na fé e na vida cristã e a “voltar ao primeiro amor”, à origem da existência cristã, à experiência do amor de Deus, por meio de Jesus Cristo, no dom do Espírito Santo. Que fazer? Por onde começar?

Atos da Cúria NOMEAÇÃO E PROVISÃO DE PÁROCO: Em 30/05/2022, foi nomeado e provisionado como Pároco da Paróquia São José Operário, no bairro Jardim Sarah, na Região Episcopal Lapa, o Reverendíssimo Padre José Andrade dos Santos, SJC, pelo período de 06 (seis) anos. Em 30/05/2022, foi nomeado e provisionado como Pároco da Paróquia São Thomás More, no bairro da Vila Dalva, na Região Episcopal Lapa, o Reverendíssimo Padre Benedito Claret Pereira Dias, SJC, pelo período de 06 (seis) anos. NOMEAÇÃO E PROVISÃO DE ASSISTENTE ECLESIÁSTICO DE PASTORAL: Em 06/05/2022, foi nomeado e provisionado como Assistente Eclesiástico para os Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólicas presentes na Região Episcopal Brasilândia, o Reverendíssimo Frei Carlos Lúcio Nunes Côrrea, OFM, pelo período de 02 (dois) anos. Em 06/05/2022, foi nomeado e provisionado como Assistente Eclesiástico para a Pastoral da Animação Missionária na Região Episcopal Brasilândia, o Reverendíssimo Frei João Lopes da Silva, OFM, pelo período de 02 (dois) anos. Em 06/05/2022, foi nomeado e provisionado como Assistente Eclesiástico da Capelania Hospitalar da Região Episcopal Brasilândia,

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o Reverendíssimo Padre Ezael Juliatto, pelo período de 02 (dois) anos. Em 06/05/2022, foi nomeado e provisionado como Assistente Eclesiástico da Capelania Hospitalar da Região Episcopal Brasilândia, o Reverendíssimo Padre Marcio Clay Chen, pelo período de 02 (dois) anos. Em 06/05/2022, foi nomeado e provisionado como Assistente Eclesiástico da Capelania Hospitalar da Região Episcopal Brasilândia, o Reverendíssimo Padre Gleidson Luís de Sousa Novaes, pelo período de 02 (dois) anos. Em 06/05/2022, foi nomeado e provisionado como Assistente Eclesiástico da Capelania Hospitalar da Região Episcopal Brasilândia, o Reverendíssimo Padre Carlos Shimura, ISch, pelo período de 02 (dois) anos. Em 06/05/2022, foi nomeado e provisionado como Assistente Eclesiástico da Capelania Hospitalar da Região Episcopal Brasilândia, o Reverendíssimo Padre Alécio Ferreira da Silva, pelo período de 02 (dois) anos. Em 06/05/2022, foi nomeado e provisionado como Assistente Eclesiástico da Capelania Hospitalar da Região Episcopal Brasilândia, o Reverendíssimo Padre Hamilton Wagner da Rosa, pelo período de 02 (dois) anos. Em 06/05/2022, foi nomeado e provisionado como Assistente Eclesiástico da Pastoral Presbiteral da Região Episcopal Brasilândia, o Reverendíssimo Padre Antônio Leite Bar-

bosa Júnior, pelo período de 02 (dois) anos NOMEAÇÃO E PROVISÃO DE VIGÁRIO PAROQUIAL: Em 17/05/2022, foi nomeado e provisionado como Vigário Paroquial da Paróquia São Judas Tadeu, no bairro da Vila Miriam, na Região Episcopal Brasilândia, o Reverendíssimo Padre Ezael Juliatto, “até que se mande o contrário”. Em 13/05/2022, foi nomeado e provisionado como Vigário Paroquial da Paróquia Nossa Senhora Mãe e Rainha, no bairro do Parque Panamericano, na Região Episcopal Brasilândia, mais especificamente para a Área Pastoral Santo Antônio de Pádua, o Reverendíssimo Padre Douglas Eurenides Modesto, C.R, pelo período de 01 (um) ano.. NOMEAÇÃO E PROVISÃO DE COORDENADOR: Em 06/05/2022, foi nomeado e provisionado como Coordenador Regional do Presbitério da Região Episcopal Brasilândia, o Reverendíssimo Padre Reinaldo Torres, pelo período de 02 (dois) anos, a contar da data de 09/03/2022. Em 13/05/2022, foi nomeado e provisionado como Coordenador do Setor Freguesia do Ó da Região Episcopal Brasilândia, o Reverendíssimo Padre José Domingos Bragheto, pelo

período de 02 (dois) anos, a contar da data de 31/03/2022. Em 13/05/2022, foi nomeado e provisionado como Coordenador do Setor São José Operário da Região Episcopal Brasilândia, o Reverendíssimo Padre Dorival Ferreira Leite, CRL, pelo período de 02 (dois) anos, a contar da data de 31/03/2022. Em 13/05/2022, foi nomeado e provisionado como Coordenador do Setor Dom Paulo Evaristo da Região Episcopal Brasilândia, o Reverendíssimo Padre Edemilson Gonzaga de Camargo, pelo período de 02 (dois) anos, a contar da data de 31/03/2022. Em 13/05/2022, foi nomeado e provisionado como Coordenador do Setor Jaraguá da Região Episcopal Brasilândia, o Reverendíssimo Padre João Henrique Novo do Prado, pelo período de 02 (dois) anos, a contar da data de 31/03/2022. Em 13/05/2022, foi nomeado e provisionado como Coordenador do Setor Perus da Região Episcopal Brasilândia, o Reverendíssimo Padre Luciano Andreol, SMM, pelo período de 02 (dois) anos, a contar da data de 31/03/2022. Em 13/05/2022, foi nomeado e provisionado como Coordenador do Setor Pereira Barreto da Região Episcopal Brasilândia, o Reverendíssimo Padre Roberto Carlos Queiroz Moura, pelo período de 02 (dois) anos, a contar da data de 31/03/2022.

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Publicado o edital da Medalha São Paulo Apóstolo 2022

Espiritualidade Os sete dons espirituais DOM ÂNGELO ADEMIR MEZZARI, RCJ

BISPO AUXILIAR DA ARQUIDIOCESE NA REGIÃO IPIRANGA

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a conclusão do Tempo Pascal, celebramos três solenidades que marcam a vida e a missão da Igreja, logo, de cada um de nós: Ascensão do Senhor, Pentecostes e a Santíssima Trindade. E agora reiniciamos o Tempo Comum na Liturgia, que se caracteriza pela leitura contínua do Evangelho, e nos coloca no verdadeiro seguimento de Jesus Cristo. A nossa identidade cristã se fundamenta na fé na Santíssima Trindade. O grande dom de Deus, para cada um de nós, é o Espírito Santo, e com os seus sete dons, dos quais necessitamos para viver e fazer nosso caminho espiritual. Quo o Espírito Santo nos dê o dom da Sabedoria, que nos faz ver e ter tudo como Deus vê e deseja. Dom que aperfeiçoa a virtude da caridade, a mais excelente, está acima de todas as virtudes, pois a verdadeira sabedoria consiste em amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo, pois foi assim que Deus nos amou. Dom que nos faz viver e saborear as verdades de nossa fé. Que o Espírito nos alcance o dom do Entendimento, que tudo ajuda a compreender. Dom que aperfeiçoa a virtude teologal da fé e abre o conhecimento das Sagradas Escrituras, adentrando na riqueza infinita da Palavra de Deus. E nos permite viver esta sinfonia maravilhosa da fé, contemplar o conjunto de toda a revelação divina, o plano de salvação. Que o Espírito Santo nos preencha com o dom da Ciência, que como o eterno nos faz ver sem véus, em profundidade, tão grande mistério divino. Dom

REDAÇÃO

que aperfeiçoa a virtude teologal da fé, nos permite conhecer as coisas criadas, o coração do homem e a sua história. Dom maravilhoso de reconhecer e apreciar os traços de Deus, em tudo, de sua criação, de suas criaturas. Que o Espírito nos faça crescer no dom do Conselho, que nos faz sábios para guiar e conduzir no caminho de Deus, de sua santa Palavra, mas também se deixando conduzir por Ele. Dom que aperfeiçoa a virtude da prudência e do discernimento humano e nos permite pensar, e agir, segundo a lógica divina. Esplendoroso dom que nos faz conhecer e responder prontamente à vontade de Deus, bem como os caminhos para realizá-la. Que o Santo Espírito nos plenifique com o dom da Fortaleza, a santa força do coração, um convite para aperfeiçoar a virtude teologal da força na fé e da espera em Deus, que jamais decepciona. Dom que fortalece a nossa vontade para além das suas capacidades naturais para poder praticar as virtudes com alegria, superando todos os tipos de obstáculos. Sempre firmes e fortes na fé, perseverantes na oração, confiantes na presença de Deus. Que o Espírito Santo nos faça ter filial Piedade, que nos faz amar Jesus, aquele que nos amou até o fim. Dom que aperfeiçoa a virtude da justiça e da relação com Deus, e infunde em nós um profundo afeto filial ao Pai, com um sentimento de fraternidade com todos os homens. O dom da Piedade nos introduz no exercício da oração na experiência mística e espiritual. E, por fim, que o Santo Espírito nos traga o dom do Temor de Deus, para que possamos amá-lo como convém, dom que aperfeiçoa a virtude da humildade e concede um profundo sentimento de reverência à majestade de Deus, sua glória infinita. Um maravilhoso dom que nos faz conscientes de nossa pequenez e da necessidade da graça, para evitar o mal, o pecado, e viver o bem, o amor. Dá-nos sempre, Senhor, os sete dons de teu Espírito.

69ª Páscoa da Família Forense Comunicação Social TJSP

| 8 a 14 de junho de 2022 | Fé e Vida/Geral | 3

O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) organizou no domingo, 5, a 69a Páscoa da Família Forense, tradicional missa, realizada anualmente desde 1952, reunindo magistrados e servidores do Judiciário, além de seus familiares em um momento de congraçamento e fé. Devido à fase mais aguda da pandemia, a missa não foi realizada em 2020 e no ano passado aconteceu com restrições de participação presencial. A missa ocorreu na Catedral da Sé, presidida pelo Cardeal Odilo Pedro Scherer. Na homilia, o Arcebispo Metropolitano enalteceu o trabalho desempenhado por aqueles que atuam na Justiça, profissionais encarregados de discernir entre o certo e o errado, entre o justo e o não justo. “Quanto mais estivermos ao lado da Justiça mais estaremos ao lado de Deus”, afirmou. (Com informação do TJSP)

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Está aberto até 29 de julho, o período de inscrição de candidatos à Medalha São Paulo Apóstolo, prêmio que busca reconhecer e valorizar as iniciativas de pessoas e instituições que se destacaram na ação evangelizadora, missionária e pastoral nos âmbitos do testemunho laical; serviço sacerdotal; ação caritativa e de promoção humana; ação missionária; inovação na metodologia pastoral; educação cristã;

defesa e promoção da vida e da dignidade humanas. Também serão homenageadas entidades e instituições que se destacaram pelo testemunho cristão nas seguintes áreas: de cultura; de comunicação e serviço social. O anúncio dos contemplados será em 12 de agosto, às 18h, no portal da Arquidiocese de São Paulo (www.arquisp.org.br). A cerimônia de entrega está prevista para 23 de agosto, às 20h, no Teatro TUCA (Rua Monte Alegre, 1.024, Perdizes). Leia mais detalhes no edital abaixo:


4 | Ponto de Vista | 8 a 14 de junho de 2022 |

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Editorial

COVID-19, máscaras e a virtude da prudência

A

pós constatar um aumento de 120% na média diária de internados com a COVID-19 em maio, o governo do estado de São Paulo voltou a recomendar que a população use máscaras em ambientes fechados. Trata-se, portanto, de um aconselhamento, não obrigatoriedade, como ocorre atualmente para o ingresso e permanência em equipamentos de saúde e nos transportes coletivos. A recomendação foi seguida pela Prefeitura de São Paulo, que a estendeu às unidades escolares. Na capital paulista, o aumento da positividade nos testes rápidos antígenos (TRAs) para COVID-19 saltou de 4% no fim de abril para 18% no fim de maio. Além disso, gradualmente, tem havido incremento de casos da doença: na última semana epidemiológica de abril, foram 3.025 novos infectados. Na seguinte, já em maio, foram 4.580 novos casos; na posterior, 5.828; na sequente, 6.648; e na última semana epidemiológica do mês passado, 7.055.

Ainda que se esteja distante do cenário caótico verificado no pico da doença no estado, em março de 2021, quando mais de 31 mil pacientes estavam internados, dos quais 13 mil em leitos de UTI, o número 3,4 mil internações até a segunda-feira, 6, sendo 1.050 destas em UTI, faz pensar se apenas a recomendação para o uso de máscaras em ambientes fechados é a medida suficiente para este momento da pandemia ou se não seria melhor o retorno da obrigatoriedade em utilizá-la, como ocorria até 17 de março. Naquela data, a propósito, a Arquidiocese de São Paulo, ponderando que respeitava a decisão do governo paulista, emitiu um comunicado enfatizando que nos ambientes internos das igrejas e das organizações eclesiais continuava a recomendar o uso das máscaras, “sobretudo, para não colocar em risco a saúde das pessoas idosas, com comorbidades ou as que ainda não estão com a vacinação completa contra a COVID-19”. No mesmo

comunicado, ressaltava que “é importante que ainda se mantenham os cuidados preventivos, como a higienização das mãos, a limpeza e a ventilação dos ambientes”. E assim tem sido feito nas missas, encontros e eventos paroquiais e arquidiocesanos, com a adesão da imensa maioria dos fiéis, numa atitude de cuidado com a própria saúde e com a do próximo, e, também, de expressão concreta de uma das virtudes recomendadas a todo cristão: a prudência. “A prudência dispõe a razão prática a discernir, em qualquer circunstância, nosso verdadeiro bem e a escolher os meios adequados para realizá-lo” (Catecismo da Igreja Católica, §1835). Esta “não se confunde com a timidez ou o medo, nem com a duplicidade ou a dissimulação (...) guia imediatamente o juízo da consciência. O homem prudente decide e ordena sua conduta seguindo este juízo. Graças a esta virtude, aplicamos sem erro os princípios morais aos casos particulares e superamos

as dúvidas sobre o bem a praticar e o mal a evitar” (§1806). Usar a máscara em ambientes fechados é neste momento uma atitude em vista do bem comum e evita o mal da disseminação da COVID-19. Também deve ser considerado um gesto de prudência e de cuidado se vacinar contra a COVID-19, incluindo as doses de reforço no tempo devido. Apenas no estado de São Paulo, até o fim de maio, 10 milhões de pessoas ainda estavam em atraso com a dose adicional da vacina. Como destacado pelo Papa Francisco em agosto de 2021, “vacinar-se, com vacinas autorizadas pelas autoridades competentes, é um ato de amor. E ajudar a fazer de modo que a maioria das pessoas se vacinem também é um ato de amor: amor por si mesmo, amor pelos familiares e amigos, amor por todos os povos (...) Vacinar-se é um modo simples, porém, profundo, de promover o bem comum e de cuidarmos uns dos outros, especialmente dos mais vulneráveis”.

Opinião

Família para todos? Como anda o processo de adoção no Brasil? Arte: Sergio Ricciuto Conte

RODRIGO GASTALHO MOREIRA Se antigamente a finalidade da adoção era conferir filhos àqueles que estavam impossibilitados de tê-los por natureza, hoje, o interesse maior a ser resguardado é o da criança e do adolescente. A função da adoção, atualmente, não é a de dar uma criança a uma família, mas uma família a uma criança, assegurando-lhe saúde, educação, afeto, enfim, uma vida digna. A adoção se concretiza pela escolha consciente e clara, mediante uma decisão legal, a partir da qual uma criança ou adolescente não gerado biologicamente pelo adotante se torna irrevogavelmente filho (Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA, Art. 48). A adoção atribui a condição de filho ao adotado, com os mesmos direitos e deveres, inclusive sucessórios, desligando-o de qualquer vínculo com pais e parentes, salvo os impedimentos matrimoniais (ECA, Art. 41). Entretanto, o Sistema Nacional de Adoção e Acolhimento mostra uma realidade que precisa ser mudada. De um lado, mais de 35 mil pais pretendentes a adotar. Do outro, cerca de 5 mil filhos possíveis em busca de uma família, segundo o Diagnóstico sobre o Sistema Nacional de Adoção e Acolhimento. A conta não fecha. Por que será que ouvimos falar que a espera na fila de adoção é tão grande? Por que os

abrigos continuam cheios quando há tantas pessoas dispostas a adotar? É verdade que todo o processo de adoção deve ser extremamente cuidadoso, com segurança jurídica e que requer tempo para ser concluído. Porém, o principal problema é que, ao se inscrever no Sistema Nacional de Adoção e Acolhimento, a maioria das pessoas que deseja adotar indica um perfil muito restrito, deixando de fora as crianças reais que estão nos abrigos – maiores de 5 anos, pardas ou negras, com deficiência, doença crônica ou grupos de irmãos. Estas, na verdade, são as crianças que mais precisam de uma família carinhosa e cuidadosa.

No entanto, elas estão crescendo em instituições quando há tanto amor na fila, esperando por um filho idealizado (cf. Observatório Nacional da Família, Cartilha de Adoção). É importante que a pessoa que deseja adotar conheça a realidade das crianças e adolescentes registrados no Sistema Nacional de Adoção e Acolhimento, gerido pelo Conselho Nacional de Justiça: cerca de 73% são maiores de 5 anos, 65% são negras ou pardas, 58% possuem irmãos, 25% têm alguma doença ou deficiência. Já entre os adotantes cadastrados, 77% só aceitam crianças até 5 anos, 17% querem apenas crianças

brancas, 63% não optam por adotar aquelas que têm doenças ou deficiências e 64% não estão abertos a receber irmãos. Embora muitas pessoas que desejem adotar fiquem inseguras com a hipótese de que o seu futuro filho pode vir a ser uma criança com alguma deficiência ou doença crônica, podemos dizer, com base em muitos testemunhos, que, com o tempo, ela será motivo de grande alegria para sua família. É preciso olhar a criança em sua integralidade, para além da condição atual de saúde ou deficiência. Toda criança precisa de uma família – o lugar de excelência para promover o desenvolvimento integral de todo ser humano e de sua plena dignidade. Por fim, todos os esforços devem perseverar no objetivo de garantir que a adoção seja um encontro entre prioridades e desejos de quem é adotado e de quem adota. Nesse contexto, adotar significa reconhecer também que as relações entre pais e filhos não se medem somente pelos parâmetros genéticos e legais, pois, adotar, é ser adotado: não existe diferença entre filho adotivo e filho biológico, é tudo fruto do amor. Rodrigo Gastalho Moreira é advogado, com pós-graduação em Gestão Empresarial pela Universidade Candido Mendes, formação em Ciências Religiosas pelo Instituto Superior de Ciências Religiosas do Rio de Janeiro e pós-graduação em Teologia Aplicada pela Universidade de Oxford, Reino Unido.

As opiniões expressas na seção “Opinião” são de responsabilidade do autor e não refletem, necessariamente, os posicionamentos editorais do jornal O SÃO PAULO.


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| 8 a 14 de junho de 2022 | Viver Bem/Fé e Vida | 5

Comportamento

Fé e Cidadania

Sobre as confusões educativas contemporâneas

A Doutrina Social perante os populismos na América Latina

SIMONE RIBEIRO CABRAL FUZARO Atendendo muitas famílias e tomando conhecimento de suas angústias educativas, senti-me movida a fazer uma breve análise do que leva as pessoas a buscar tantas e tão diferentes técnicas e teorias educativas. Temos disponíveis no mercado, especialmente no mercado on-line, as mais diversas propostas de intervenções educativas: a disciplina positiva, a comunicação não violenta, a cama compartilhada, a educação neurocompatível, enfim, seria difícil nomear todas as linhas educativas que se apresentam e acabam integrando não somente o imaginário, mas especialmente a ação dos pais. Creio que seja muito importante, mais do que criticar ou aderir, compreender em que lugar entram essas teorias. Por que os pais se abrem tanto a tudo o que de mais “novo” se apresenta nesse campo? Desde os movimentos iluministas, oriundos da Revolução Francesa, todos estamos imersos num clima absolutamente relativista e equivocado no que diz respeito a quem é a pessoa, ou seja, não nos ancoramos numa concepção antropológica clara sobre a pessoa e, consequentemente, sobre como a criança chega a ser pessoa em todo o seu potencial. A partir da visão rousseauneana de Educação, se aderiu a uma postura educativa espontaneísta, ou seja, se vê a criança como alguém potencialmente capaz de, quase que somente por herança genética, chegar à sua melhor versão a partir de seu crescimento natural. Tudo o que vai “contra a tendência natural” e espontânea da criança é visto como opressão, falta de liberdade, de autenticidade ou limitador da criatividade infantil.

Ocorre que isso toma conta do imaginário dos pais sem que eles saibam exatamente o porquê. Com medo de oprimir ou de traumatizar as crianças, exatamente por não entenderem bem o modo como realmente o crescimento saudável e adequado acontece e como as crianças podem chegar ao máximo do seu potencial, os pais aderem a essas técnicas. Sendo assim, sem que saibam, estão agindo, muitíssimas vezes, em direção contrária ao que realmente querem. É preciso, a meu ver, esclarecer aos pais o que se ganha e o que se perde quando não se tem clareza sobre quem somos nós, pessoas. Baseando-me, então, numa visão antropológica, proponho uma visão mais ampla dessas abordagens educativas: Crianças nascem “débeis”. Por experiência, todos sabemos que elas nascem completamente dependentes e absolutamente inaptas a viverem sós. Dependem do adulto para sobreviver e aprender a viver. Não são capazes de escolher nem agir por si mesmas. Elas têm um aparato neurológico imaturo, com um sistema límbico em alto funcionamento, o que as leva a buscar o prazer e reagir intensamente ao desprazer (frustração). Como os animais, elas têm uma sensibilidade presente que as leva a perceber o mundo e se adaptar a ele, mas, como pessoas, possuem as potências da inteligência e da vontade que vão promover uma vida muito superior à de qualquer outro animal. Estas, na infância, estão presentes em potência, precisando de ajuda para se transformarem em ato. Essa ajuda se dá pelo processo educativo, que no ser humano é absolutamente transformador – capaz de elevar a pessoa à sua melhor versão. A pessoa vai se aperfeiçoando

e se tornando melhor quanto mais vai sendo educada em sua potência volitiva e intelectual – isso se dá a partir da aquisição de hábitos e virtudes. Feitas essas considerações, fica praticamente impossível acreditar que, por desenvolvimento espontâneo, chegarão a resultados positivos. Algumas propostas educativas pregam que crianças até determinada idade não compreendem o sentido da palavra “Não”. E eu pergunto a vocês: como compreenderão se não apresentarmos essa palavra a elas? Como se aprende uma língua nova? Sem ouvir o que não se conhece, não se aprenderá nunca. Outras dizem que ao invés de dizermos aos pequenos o que não podem fazer, devemos apontar aquilo que podem. Pergunto novamente: é contato com a frustração ter somente horizontes abertos? Quando perceberem que a vida real se trata de escolhas e que escolhas pressupõem um ganho em detrimento de algumas perdas, como se sairão? Como poderemos ensinar a virtude da coragem, da fortaleza, da paciência, da generosidade, da ordem, se nos limitarmos a “respeitar” as capacidades imaturas da criança e não as estimularmos a mais? Claro que nada disso precisa ser feito com autoritarismo ou agressividade. Ao contrário: com muito carinho e firmeza. Exatamente por um grande gesto de amor não podemos deixar que os pequenos fiquem reféns da condição imatura. Devemos a eles a possibilidade de crescerem e se desenvolverem, de se tornarem grandes homens e mulheres. A educação é a única condição para que isso aconteça verdadeiramente. Simone Ribeiro Cabral Fuzaro é fonoaudióloga e educadora. Mantém o site www.simonefuzaro.com.br. Instagram:@sifuzaro

Você Pergunta Sempre deve haver uma cruz no centro do altar? PADRE CIDO PEREIRA

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Esta é a dúvida do João Sebastião Nicolau. Meu irmão, normalmente, quando nas celebrações não há a procissão de entrada, deve haver um crucifixo no altar, aos olhos do padre. Quando é feita a procissão de entrada, a cruz entra na frente do celebrante e dos ministros e é colocada junto ao altar. Isso é importante, meu irmão. Afinal de contas, a missa é a renovação do sacrifício de Cristo de forma

incruenta, isto é, sem derramamento de sangue. Nas missas solenes, quando tem incenso, o padre inicia incensando o altar. A incensação começa pelo crucifixo. Os nossos irmãos evangélicos nos criticam por nosso profundo respeito a Jesus crucificado. Eles entendem que a cruz deveria estar vazia porque Jesus ressuscitou. Nós, porém, conservamos o crucifixo, para que não nos esqueçamos de que, com sua morte, Cristo nos deu vida. Às vezes, no altar, já há um grande crucifixo. E deve ser por

isso que você não vê o crucifixo pequeno em cima do altar. Amemos Jesus, agradeçamos porque Ele na cruz pregou os nossos pecados. Naquele livro grande que o padre usa no altar, chamado “Missal”, tem a seguinte orientação: “Seja colocada sobre o altar, ou do lado dele, uma cruz com a imagem de Cristo crucificado, claramente visível para o povo reunido. Convém que esta cruz permaneça próxima do altar inclusive fora das celebrações litúrgicas, para recordar à mente dos fiéis a Paixão salvífica do Senhor”.

FRANCISCO BORBA RIBEIRO NETO O Observatório Socioantropológico Pastoral do Conselho Episcopal Latino-Americano (Celam) acaba de publicar “Democracia y neopopulismos: alternativas para superar la polarización en América Latina”. Não se trata de um texto da própria Conferência Episcopal, mas sim de um documento de trabalho para ajudar a reflexão dos bispos e de toda a comunidade católica. Salta aos olhos a pergunta: por que a Igreja deve se preocupar com um tema tão claramente político, tão problematicamente partidário? A Doutrina Social da Igreja deixa claro que o amor cristão é muito concreto e nos impele a colaborar na construção do bem comum, que é a razão de ser da política. Nesse caminho, sem se envolver com opções partidárias, a Igreja reconhece que a democracia é o sistema de governo que mais colabora com o bem comum. Sendo assim, vê com suspeita as tendências populistas que parecem pôr em risco nossas democracias. Não cabe aqui resumir ou analisar o documento, disponível on-line, relativamente extenso e passível de críticas como qualquer obra do gênero. Contudo, algumas observações sobre o tema são importantes para o momento político atual que vivemos. Temos populismos tanto à direita quanto à esquerda, e o termo “ideologia populista” talvez não seja adequado. Os populismos podem ser mais bem compreendidos como uma estratégia de chegada ao poder em regimes democráticos. Caracterizam-se pela canalização, por parte de um líder social, da insatisfação e do ressentimento dos pobres e/ou da classe média contra as elites políticas e econômicas. A estratégia populista é tão mais eficiente quanto maior o desencanto e a frustração com o desempenho dos políticos, geralmente tidos como interesseiros e corruptos, e a fragilidade da máquina pública em garantir a justiça e o bem-estar da população. Além disso, pode se apresentar como a única viável quando as organizações da sociedade civil e as instâncias democráticas parecem não conseguir construir um sistema político realmente comprometido com o bem comum da população e não com os interesses dos poderosos. Com um bom senso tipicamente católico, Francisco, na Fratelli tutti, observa que líderes populares que conseguem transformar as estruturas injustas são um bem para a sociedade (cf. FT, 169). Contudo, esses líderes muitas vezes se revelam demagogos que enganam o povo, em vez de servirem ao bem comum (cf. FT 156-162). Ideólogos de direita tendem a ver demagogia populista em qualquer tentativa de aumentar a participação popular e melhorar a distribuição de renda da população. Ideólogos de esquerda tendem a ver demagogia populista em qualquer defesa da ordem social ou dos valores morais tradicionais. O fato é que a população quer justiça social, condições de vida dignas, respeito a seus valores morais e segurança. Grande parte de nossos problemas de engajamento vem da tendência dos grupos políticos de lutarem por algumas bandeiras e não levarem outras em consideração. É comum se dizer no Brasil que “o povo não sabe votar”. O problema maior, contudo, é que “as elites não sabem governar”, deixando o povo sem opções e entregue a líderes populistas de esquerda ou de direita. Esse desencanto com os políticos e partidos se evidencia na dificuldade da chamada “terceira via” nas eleições atuais. A superação dessa situação só poderá acontecer com o aumento da participação social; o fortalecimento, em todos os níveis, das organizações sociais e a formação de lideranças políticas cada vez menos personalistas e mais comprometidas com o bem comum. Francisco Borba Ribeiro Neto, sociólogo e biólogo, é coordenador do Núcleo Fé e Cultura da PUC-SP.


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BELÉM Janice Santos

Dom Odilo visita a Área Pastoral São João Paulo II FERNANDO ARTHUR

COLABORADOR DE COMUNICAÇÃO NA REGIÃO

Na sexta-feira, 3, Dom Odilo Pedro Scherer presidiu missa na Área Pastoral São João Paulo II, na Vila Portuguesa, na zona Leste. Concelebraram os Padres Haroldo Evaristo Alves, CSSp, e João Chiuzo, CSSp, e estiveram presentes os fiéis da igreja matriz e das Comunidades São Judas Tadeu; Nossa Senhora Aparecida; e São João Bosco e Irmã Dulce. Na ocasião, o Padre João Chiuzo foi nomeado como Vigário Paroquial da Paróquia Divino Espírito Santo, que é responsável pela Área Pastoral, cuja administração está sob a responsabilidade da Congregação do Espírito Santo (Espiritanos) desde 2020. O Arcebispo, ao saudar o povo, ressaltou que era a primeira vez que celebrava na Comunidade São João Paulo II, e recordou sua visita à Comunidade São Judas Tadeu.

Também enfatizou o processo de criação da nova paróquia, e recordou que Dom Luiz Carlos Dias, atual Bispo de São Carlos (SP) e que foi Vigário Episcopal para a Região Belém até outubro de 2021, já tratava do assunto. “Aqui vocês são Igreja; nestes bairros, vocês representam a Igreja Católica”, enfatizou o Purpurado, que falou sobre a importância de um pároco e ressaltou os principais aspectos para a criação de uma paróquia: “A primeira coisa para criar uma paróquia é que tenha povo, e povo católico, que quer caminhar como comunidade, que tenha espírito missionário”. Dom Odilo enfatizou que a celebração da Eucaristia é o centro da vida paroquial e que a liturgia e a Catequese devem estar bem organizadas. Lembrou, também, que a caridade para com os pobres e doentes deve ser uma realidade concreta em uma comunidade paroquial: “A Paróquia é um organismo pastoral. É o carinho e o cuidado do Bom Pastor”.

SÉ Dom Rogério participa pela 1ª vez da reunião do clero CENTRO PASTORAL DA REGIÃO SÉ No dia 31 de maio, cerca de 70 padres participaram da reunião do clero atuante na Região Sé, na Paróquia Nossa Senhora do Rosário de Fátima, Setor Perdizes. O encontro foi aberto por Dom Carlos Lema Garcia, que atuou como Vigário Episcopal na Região nos últimos meses. Ele acolheu a Dom Rogério Augusto das Neves, novo Bispo Auxiliar da Arquidiocese na Região Sé, e apresentou-lhe uma noção geral do andamento de algumas atividades regionais, com atenção à Catequese, à forma-

ção de catequistas e aos grupos de jovens nas paróquias. O Cônego José Arnaldo Juliano dos Santos, Coordenador Regional de Pastoral, expôs alguns pontos principais e mais urgentes de atuação na Região, tais como a Pastoral da Família, o Encontro de Casais com Cristo (ECC), a Catequese, as Pastorais Sociais e a Cáritas. Na sequência, foi apresentada a realidade dos dez setores pastorais pelos padres coordenadores. Depois, o Cônego Sérgio Conrado, Pároco da Paróquia São Gabriel, fez um apanhado das características que mar-

Centro Pastoral da Região Sé

cam a Região Sé e que influenciam a atuação da Igreja no território. Em seguida, o Padre Luiz Eduardo Baronto, Cura da Catedral da Sé, apresentou os desafios de cuidar e manter a Igreja-mãe da Arquidiocese, bem como de evangelizar os fiéis que a frequentam. Por fim, Dom Rogério expôs um relato acerca do que tem vivido na Arquidiocese desde a missa de acolhida, no dia 29 de maio, destacando que é preciso estar preparado para abraçar os desafios que surgirem e ir ao encontro das necessidades dos fiéis, atendendo-os da maneira mais atenciosa e fraterna possível.

Pascom São Mateus

Pascom paroquial

[BELÉM] No domingo, 5, Dom Cícero Alves de França, Bispo Auxiliar da Arquidiocese na Região Belém, presidiu missa na Paróquia São Mateus Apóstolo, Setor São Mateus. Na ocasião, ele conversou com os Padres Edivaldo Batista da Silva, Pároco, e José Florentino Correia de Melo, Vigário Paroquial, e abençoou os membros da Pastoral da Criança. (por Fernando Arthur)

[IPIRANGA] No Domingo de Pentecostes, 5, Dom Ângelo Ademir Mezzari, RCJ, Bispo Auxiliar da Arquidiocese na Região Ipiranga, conferiu o sacramento da Crisma a nove adultos, preparados pelo Diácono Koichi Sanoki, e seis jovens, do Colégio Maria Imaculada “Dr. Piero Roversi”, em missa celebrada na Paróquia Imaculada Conceição, Setor Pastoral Ipiranga. Na ocasião, também foram comemorados os 23 anos de ordenação sacerdotal do Padre Boris Agustín Nef Ulloa, Pároco. (por Pascom paroquial)

Pascom paroquial

Pascom paroquial

[IPIRANGA] No sábado, 4, em missa presidida por Dom Ângelo Ademir Mezzari, RCJ, Bispo Auxiliar da Arquidiocese na Região Ipiranga, e concelebrada pelos Padres Samuel Alves Cruz, SDS, Pároco, e Irmundo Boesing, SDS, Vigário Paroquial, assistidos pelo Diácono Michael Henerico, SDS, foram crismados 22 jovens e adultos na Paróquia Nossa Senhora Aparecida, em Moema, Setor Vila Mariana. (por Teresa Geribello)

[BRASILÂNDIA] No domingo, 5, encerrou-se a 201° Festa do Divino, na Paróquia Nossa Senhora da Expectação, Setor Freguesia do Ó, que contou com uma carreata solidária que arrecadou cerca de três toneladas de alimentos, que serão doados aos menos favorecidos. (por Eva Nascimento)


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BRASILÂNDIA Comunidade Divino Espírito Santo celebra jubileu de prata Lucas Sant’Ana

LUCCAS SANT’ANA

COLABORAÇÃO ESPECIAL PARA A REGIÃO

Entre os dias 28 de maio e 5 de junho, aconteceu a novena em honra ao Divino Espírito Santo, na comunidade a Ele dedicada e pertencente à Paróquia Nossa Senhora Aparecida, na Vila Souza, Setor São José Operário. O tema da festa “25 anos de evangelização” fez alusão ao jubileu de prata desta comunidade localizada no Jardim Ondina. Na abertura da novena, o Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo Metro-

politano, presidiu a Eucaristia. Na homilia, frisou a missão da comunidade de seguir sempre com a esperança no Res-

suscitado. Ao longo dos demais dias, em cada celebração, foi contado um pouco da história da comunidade, que nasceu

por iniciativa de dois grupos de rua da Paróquia, em 1997. No Domingo de Pentecostes, 5, durante a missa solene, o presidente da celebração, Padre Luiz Carlos Ferreira Tose Filho, Administrador Paroquial, fez memória de todos aqueles que passaram pela comunidade, dos que já estão na presença do Senhor, e, também, daqueles que seguiram outros caminhos. Destacou os dons do Espírito Santo, que devem servir de impulso para que os fiéis da comunidade continuem a caminhar, evangelizar e transformar o bairro.

Maria Lene Alves

Ivani Silva

[SANTANA] No dia 30 de maio, Dom Jorge Pierozan, Bispo Auxiliar da Arquidiocese na Região Santana, presidiu missa na Paróquia Santa Joana D’arc, Setor Tremembé, no encerramento da festa da padroeira. Concelebrou o Padre Antônio Moura (Padre Toninho), Pároco, assistidos pelo Diácono Ailton Machado Mendes. (por Maria Lene Alves)

[BRASILÂNDIA] Na Paróquia Espírito Santo, no Parque Belém, Setor São José Operário, aconteceu a novena em preparação à Solenidade de Pentecostes, entre os dias 27 de maio e 4 de junho. No oitavo dia da novena, a missa foi presidida por Dom Carlos Silva, OFMCap, concelebrada pelo Padre Evander Bento Camilo, MPS, Vigário Paroquial, com o tema “Símbolo do Espírito”. (por João Henrique)

Lene Zuza

Pascom São Benedito Giuzeppe Daleo

[SANTANA] Dom Jorge Pierozan, Bispo Auxiliar da Arquidiocese na Região Santana, presidiu no domingo, 29 de maio, na Paróquia Nossa Senhora de Fátima, Setor Tremembé, a missa em que seis jovens e adultos foram crismados. Concelebrou o Frei Guilherme Pereira Anselmo Junior, Sia, Pároco. (por Lene Zuza) Bruna Spricigo e Arturo Vicente Chiong Zevallos

[SÉ] No sábado, 4, na Paróquia Nossa Senhora do Monte Serrate, Setor Pinheiros, Dom Carlos Lema Garcia, Bispo auxiliar da Arquidiocese e Vigário Episcopal para a Educação e a Universidade, conferiu o sacramento da Crisma a oito jovens. Concelebrou o Padre Vandro Pisaneschi, Pároco. (por Elena Curatella)

[SÉ] No domingo, 5, em missa na Paróquia Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, Setor Jardins, presidida pelo Padre Roberto Aparecido de Lima, CSsR, um pouco antes da bênção final, um homem em situação de rua interrompeu a celebração para pedir ajuda. Ele relatou que passava necessidade pelo fato de sua aposentadoria não ter sido liberada ainda, que queria voltar ao Pará e, se acaso ninguém pudesse ajudá-lo, que ao menos lhe dessem um abraço. A Paróquia ofereceu todo o apoio necessário para seu retorno à terra natal.

[SANTANA] Dom Jorge Pierozan, Bispo Auxiliar da Arquidiocese na Região Santana, presidiu no domingo, 5, na Solenidade de Pentecostes, missa em que oito jovens e 12 adultos receberam o sacramento da Crisma, na Paróquia São Benedito, Setor Jacanã. Concelebraram os Padres Idair Bonadiman, CSJ, Pároco, e Iber Sompi Malú, CSJ, Vigário Paroquial. (por Denilson Araújo) [SÉ] As irmãs da Fraternidade O Caminho, em parceria com a Paróquia Sagrado Coração de Jesus em Sufrágio das Almas e com o apoio do Padre Air José de Mendonça, MSC, Pároco, iniciaram uma nova pastoral, dedicada aos necessitados que vivem no entorno da Paróquia, cuja atuação consiste na doação de café da manhã, corte de cabelo e barba, distribuição de alimentos e acolhimento de mulheres em situação de dependência química para tratamento, aliado ao trabalho de evangelização, oferecendo-lhes, também, a Palavra de Deus.

[SÉ] No dia 31 de maio, no encerramento das comemorações do mês mariano no Santuário Nossa Senhora do Rosário de Fátima, os fiéis participaram das mil Ave-Marias, em agradecimento às graças recebidas. Organizado pelas Missionárias da Campanha da Mãe Peregrina de Schoenstatt do Santuário, o evento contou com a participação de fiéis das paróquias vizinhas. Ao término da atividade, as imagens da Mãe Rainha e de Nossa Senhora de Fátima foram coroadas pelos fiéis, os quais receberam a bênção do Frei Jair Roberto Pasquali, TOR, Pároco.

(por Equipe Fraternidade O Caminho)

(por Rosália Filomena delli Paoli Motta) Luciney Martins/O SÃO PAULO

(por Rogério Nakamoto)

[BRASILÂNDIA] No domingo, 5, Dom Carlos Silva, OFMCap, Bispo Auxiliar da Arquidiocese na Região Brasilândia, presidiu a missa da Solenidade de Pentecostes na Paróquia Nossa Senhora Mãe de Deus, Setor Freguesia do Ó.

[BRASILÂNDIA] No sábado, 4, na Paróquia Santa Teresinha do Menino Jesus, no Cantagalo, aconteceu a Vigília de Pentecostes, da Renovação Carismática Católica (RCC) da Região Brasilândia. A atividade contou com a celebração da missa, louvor, pregações e adoração ao Santíssimo.

[SÉ] Nos dias 28 e 29 de maio, os jovens da Paróquia Santíssimo Sacramento, Setor Paraíso, participaram do 58° Encontro de Jovens com Cristo, o primeiro após o retorno das atividades presenciais.

(por Eva Nascimento)

(por Rafael de Brito Moraes)

(por Rúbria Mazza)

[SÉ] Na noite do domingo, 5, o Cardeal Odilo Pedro Scherer presidiu missa na Paróquia Nossa Senhora Mãe da Igreja, por ocasião da festa da padroeira. Concelebrou o Padre Everton Moraes, Administrador Paroquial. (por Redação)


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LAPA Padre José Andrade dos Santos assume a Paróquia São José Operário Em missa presidida por Dom José Benedito Cardoso, no domingo, 5, foi empossado como Pároco da Paróquia São José Operário, no Jardim Sarah, Setor Rio Pequeno, o Padre José Andrade dos Santos, SJC. Mais de 400 pessoas participaram da missa, que teve como concelebrantes os Padres Enoque Gomes, SJC, e José Alber-

to Nunes, SJC, assistidos pelo Diácono Permanente Antônio Geraldo de Souza. O Bispo Auxiliar da Arquidiocese na Região Lapa cumprimentou o novo Pároco e a todos os padres e fiéis, e pediu à comunidade que participe e colabore com o Padre José em sua nova missão de evangelização na Paróquia. O Sacerdote agradeceu a presença de Dom José Benedito Cardoso e dos membros do clero presentes, além da acolhida recebida dos fiéis.

Laize Teixeira

Pascom paroquial

BENIGNO NAVEIRA

COLABORADOR DE COMUNICAÇÃO NA REGIÃO

[IPIRANGA] No domingo, 5, Dom Ângelo Ademir Mezzari RCJ, conferiu o sacramento da Crisma a 24 jovens e adultos da Paróquia São João Clímaco, Setor Pastoral Anchieta, em missa concelebrada pelo Padre Antônio de Lisboa Lustosa Lopes, Pároco. (por Laíze Teixeira)

[SÉ] No Domingo de Pentecostes, 5, Dom Rogério Augusto das Neves conferiu o sacramento da Crisma a 23 jovens e adultos na Paróquia Sagrado Coração de Jesus, santuário salesiano, no Setor Bom Retiro. Do total de crismandos, 15 fizeram a preparação na própria Paróquia e, o restante, na Paróquia Nossa Senhora da Paz, Setor Catedral. A missa foi concelebrada pelo Padre Bruno Calderaro, SDB, Pároco.

Benigno Naveira

Pascom paroquial

[SÉ] Na Solenidade de Pentecostes, no domingo, 5, na Paróquia Nossa Senhora dos Remédios, Setor Aclimação, 27 jovens e sete adultos receberam o sacramento da Crisma, e 22 crianças, a primeira Eucaristia. A celebração foi presidida por Dom Rogério Augusto das Neves, Bispo Auxiliar da Arquidiocese na Região Sé, e concelebrada pelo Padre Ricardo Cardoso Anacleto, assistidos pelo Diácono Permanente Jefferson André dos Santos e os seminaristas David Felix da Silva e Gabriel dos Santos Couto Cavalcanti. (por Lídia Clara) Eduardo Fiora

(por Centro Pastoral da Região Sé) Fernando Fernandes

[LAPA] Na Solenidade de Pentecostes, no domingo, 5, na Paróquia Nossa Senhora de Lourdes, na Vila Hamburguesa, Setor Leopoldina, Dom José Benedito Cardoso presidiu missa durante a qual conferiu o sacramento da Crisma a dez jovens e adultos. (por Benigno Naveira)

[SANTANA] As paróquias que pertencem ao Setor Vila Maria realizaram, unidas, no sábado, 4, a Vigília de Pentecostes, na Paróquia Santa Rita de Cássia. A missa foi presidida por Dom Jorge Pierozan e concelebrada pelos Padres Marcelo Alves dos Reis, SCJ, Efigênio Rodrigues da Rocha, Luiz Cláudio Vieira, Edson José Sacramento, CCSP, e pelos Freis Ernane Pereira Marinho, SIA, Cássio Ramon Nascimento, OSA e Pelayio Moreno Palácios, OSA, assistidos pelo Diácono Permanente Marcelo Reis. (por Fernando Fernandes)

Franciscanos

Rodrigo Fernandes

[LAPA] No domingo, 5, na Paróquia Santa Mônica, Setor Pirituba, Dom José Benedito Cardoso, Bispo Auxiliar da Arquidiocese na Região Lapa, presidiu missa durante a qual conferiu o sacramento da Crisma a dez jovens e adultos. Concelebrou o Padre Flávio Heliton da Silva, Pároco. (por Benigno Naveira) [BRASILÂNDIA] A Paróquia Nossa Senhora das Graças, na Vila Carolina, Setor Freguesia do Ó, celebrou no domingo, 5, na Solenidade de Pentecostes, a abertura das festividades de seu jubileu de ouro, com missa presidida pelo Padre José Domingos Bragheto, Pároco. (por Gisele Lima)

[SÉ] No sábado, 4, na Paróquia Nossa Senhora, Rainha dos Apóstolos, Setor Aclimação, Dom Rogério Augusto das Neves, Bispo Auxiliar da Arquidiocese na Região Sé, presidiu a celebração da festa da Padroeira. Concelebrou o Padre José Elias Fadul, SAC, Pároco. (por Fernanda Santos)

[SÉ] Em 30 de maio, o Regional São Paulo dos Frades Franciscanos se reuniu para dar início às celebrações do bicentenário de falecimento de Santo Antônio de Sant’Anna Galvão. O reitor do Santuário Frei Galvão, Frei Diego Melo, conduziu uma caminhada pelas ruas do centro da capital paulista, partindo da Igreja do Convento São Francisco até o Mosteiro da Luz, onde está sepultado o primeiro Santo brasileiro. Na sequência, houve missa presidida pelo Ministro Provincial, Frei Paulo Roberto Pereira, e concelebrada pelo Definidor Provincial, Frei Fidêncio Vanboemmel, pelo Coordenador do Regional, Frei Vitorio Mazzuco, e Frei Diego. Leia a reportagem completa no link a seguir: https://cutt.ly/FJDWwrB. (Com informações de franciscanos.org) [LAPA] Houve uma reunião na quinta-feira, 2, realizada na modalidade on-line, conduzida por Dom José Benedito Cardoso, Bispo Auxiliar da Arquidiocese na Região Lapa, com os coordenadores e catequistas de Crisma da Região.

[LAPA] No sábado, 11, às 8h, na Paróquia São João Bosco, no Alto da Lapa, Setor Leopoldina, acontecerá o encontro de Dom José Benedito Cardoso com os jovens do Setor Juventude regional, com o tema “Escuta com Amor”.

(por Benigno Naveira)

(por Benigno Naveira)


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Paróquia Pessoal Alemã festeja o padroeiro, São Bonifácio FERNANDO GERONAZZO ESPECIAL PARA O SÃO PAULO

No domingo, 5, o Cardeal Odilo Pedro Scherer presidiu a missa da Solenidade de Pentecostes na Paróquia Pessoal Alemã São Bonifácio, na Vila Mariana. A celebração marcou as comemorações da festa do padroeiro, o missionário responsável pela propagação da fé cristã entre os povos germânicos. Essa foi a primeira vez, após dois anos de restrições impostas pela pandemia de COVID-19, que a festa de São Bonifácio foi celebrada com maior participação presencial de fiéis, seguida do tradicional almoço com pratos típicos alemães. Mesmo assim, o número de participantes foi reduzido em relação a anos interiores, uma vez que a pandemia ainda continua e muitos dos fiéis dessa Paróquia são idosos. A missa foi concelebrada pelos Padres Georg Pettinger, Pároco, e Manuel Quinta, paulino.

APÓSTOLO DA ALEMANHA

Na homilia, feita em alemão, assim como toda a missa, o Arcebispo Metropolitano recordou que São Bonifácio é considerado o “apósto-

Fernando Geronazzo

lo da Alemanha”. Nascido na Inglaterra em 680, tornou-se monge beneditino e, anos depois, foi enviado em missão para evangelizar os povos germânicos, sendo martirizado no dia 5 de junho de 754. Ao falar sobre a celebração de Pentecostes, o Cardeal Scherer destacou que o mesmo Espírito Santo que animou os apóstolos e que anima a Igreja deu força e coragem para que São Bonifácio anunciasse o Evangelho aos pagãos a ponto de derramar o seu sangue em nome de Cristo.

PARÓQUIA

A comunidade católica alemã em São Paulo foi formada em 1901, quando os primeiros imigrantes da Alemanha procuraram assistência espiritual no Mosteiro de São Bento, no Centro. Lá, começaram a ser celebrados sacramentos em seu idioma materno. Em 1966, foi inaugurada a atual igreja matriz, abençoada pelo Cardeal Agnelo Rossi, então Arcebispo de São Paulo. Diferentemente das paróquias territoriais, uma paróquia pessoal é voltada à assistência pastoral de um grupo de fiéis de determinada língua, etnia ou cultura, no caso, os imigrantes alemães e seus descendentes residentes em São Paulo.

Dom Odilo Scherer incensa a imagem de São Bonifácio, no domingo, 5

Dom Paulo: exemplo de ação e de diálogo ecumênico na esperança Anita também classificou como histórico o gesto de Wright e Dom Paulo entregarem ao então presidente norte-americano, Jimmy Carter, quando este esteve no Brasil em 1978, uma lista com os nomes de pessoas desaparecidas no País. O Cardeal Arns e o Reverendo Wright também lideraram o projeto “Brasil: Nunca Mais”, uma ampla pesquisa sobre a tortura política no País, que resultou no livro de mesmo nome, publicado em 1985.

DANIEL GOMES

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A Casa da Reconciliação e o Centro Ecumênico de Serviços à Evangelização e Educação Popular (Ceseep) promoveram, em 31 de maio, uma live sobre a dimensão ecumênica da vida ministerial de Dom Paulo Evaristo Arns (1921-2016), cujo centenário de nascimento tem sido recordado desde setembro de 2021 em iniciativas promovidas e apoiadas pela Arquidiocese de São Paulo, da qual foi Arcebispo entre 1970 e 1998. O encontro virtual, conduzido pelo Cônego José Bizon, Diretor da Casa da Reconciliação, e com a mediação de Nilda Assis, do Ceseep, teve como um dos participantes o Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo de São Paulo.

VIVÊNCIA CONCRETA DO ECUMENISMO

Dom Odilo recordou que Dom Paulo foi nomeado Bispo por São Paulo VI em 1966, um ano após a conclusão do Concílio Ecumênico Vaticano II, que estabeleceu uma nova posição da Igreja Católica em relação às demais comunidades cristãs. “Dom Paulo era marcado pelo Concílio Vaticano II no seu ministério episcopal em São Paulo, mas também, em sua atuação pública e como membro do episcopado no Brasil, tentou traduzir em novas práticas pastorais e eclesiais essa postura mais ecumênica”, destacou o Cardeal Scherer. “Ele agiu ecumenicamente, na certeza de que a busca da unidade deveria começar com a abertura dos corações uns aos outros, com uma sincera amizade, conversas, ações em comum, a partir de uma fé comum e do mandato comum do testemunho do Evangelho, da caridade e da esperança no mundo. E assim, vimos Dom Paulo unido a outros líderes cristãos na defesa da pessoa e da dignidade humana, bem como na defesa da justiça social, no serviço à esperança, à democracia e à liberdade na convivência, sem violência e sem opressão”, ressaltou o Arcebispo. “O ecumenismo, para nós, cristãos, não é uma opção, é um dever e devemos buscá-lo como fidelidade ao Evangelho. Dom Paulo nos deu o exemplo do diálogo ecumê-

‘NÃO OPRIMAS TEU IRMÃO’ nico na esperança, não no sentido de que todos os problemas de diálogo serão superados imediatamente, pois isso acontecerá pouco a pouco, na medida em que houver a aproximação entre os cristãos e a busca do encontro, do diálogo, do servir juntos à humanidade a partir do Evangelho. Desse modo, também as dificuldades doutrinais e as feridas históricas poderão ser superadas pouco a pouco”, concluiu o Cardeal Scherer.

PROXIMIDADE COM O REVERENDO WRIGHT

Um exemplo de como Dom Paulo vivia o ecumenismo de modo prático foi sua proximidade com o Reverendo Jaime Wright (1927-1999). Em 1973, o pastor presbiteriano procurou o então Arcebispo de São Paulo para que o ajudasse a encontrar seu irmão, Paulo Wright, que acabaria assassinado pelo regime militar. “Essa grande amizade entre um pastor presbiteriano e um bispo católico foi tamanha que meu pai foi convidado a trabalhar com Dom Paulo na área de direitos humanos na Arquidiocese, em uma sala ao lado da usada por Dom Paulo na Cúria Metropolitana. O momento emblemático para o movimento ecumênico, para a atuação ecumênica de Dom Paulo, foi no ato inter-religioso na Praça da Sé após a morte do Vladimir Herzog, junto com o Rabino Sobel. Foi um testemunho de unidade em um momento de adversidade”, recordou Anita Wright, filha de Jaime Wright e atual vice-presidente do Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil (Conic).

Também na live, o Padre José Oscar Beozzo, coordenador geral do Ceseep, recordou que Dom Paulo teve papel fundamental para que este centro ecumênico de formação popular iniciasse seus trabalhos em 1982. Ao ressaltar que Dom Paulo mais do que falar sobre ecumenismo agia ecumenicamente e pela defesa da vida, Padre Beozzo recordou o episódio em que o Cardeal Arns levou ao plenário da assembleia do Regional Sul 1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), a denúncia de que Vladimir Herzog, judeu e filiado ao Partido Comunista Brasileiro, encontrado morto em 25 de outubro de 1975, havia sido assassinado e não cometido suicídio, conforme a versão apresentada pelos militares à época. O Sacerdote recordou que, diante da reação de um dos bispos de que a Igreja nada teria a dizer sobre o episódio porque Herzog era comunista e judeu, Dom Paulo foi enfático: “Ele é uma pessoa cuja vida foi tirada. E isso toca a todos nós. ‘Não matarás’.” Depois disso, a assembleia dos bispos aprovou que se fizesse um documento, a declaração ‘Não oprimas teu irmão’, que tem apenas uma página, mas fala do que estava acontecendo no País naquele momento. Ela foi assinada no dia 30 e no dia 31 de outubro foi feito o ato inter-religioso na Catedral da Sé, que foi um momento de virada da sociedade civil para resistir à ditadura”, recordou Padre Beozzo. “Temos pela frente o grande desafio e a responsabilidade de pegarmos o legado de Dom Paulo, ligado também ao Evangelho, para que possamos ser testemunhas onde nós estamos”, disse o Cônego José Bizon na conclusão da live.


10 | Reportagem | 8 a 14 de junho de 2022 |

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SÍNODO ARQUIDIOCESANO

‘Que façamos um discernimento comunitário, sinodal, ouvindo os apelos de Deus’ Luciney Martins/O SÃO PAULO

EXORTOU O CARDEAL SCHERER, NA 1ª SESSÃO DA ASSEMBLEIA ARQUIDIOCESANA DO SÍNODO, REALIZADA NO SÁBADO, 4 DANIEL GOMES

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Ao som do hino do sínodo arquidiocesano, cantado em coro, as bandeiras da Arquidiocese, do sínodo e das regiões episcopais, bem como os cartazes com o decreto e o regulamento do sínodo e os banners com as imagens de Santo Antônio de Sant’Anna Galvão, São José de Anchieta, Santa Paulina, Beato Mariano de la Mata e Beata Assunta Marchetti foram entronizados no auditório da Faculdade Paulus de Tecnologia e Comunicação (Fapcom), na manhã do sábado, 4, e conduzidos até o palco, onde já estavam a imagem de São Paulo Apóstolo e de Nossa Senhora da Assunção, a vela do sínodo e o crucifixo. Assim começou a celebração da 1a sessão da assembleia sinodal arquidiocesana, conduzida pelo Cardeal Odilo Pedro Scherer, da qual participaram os sete bispos auxiliares da Arquidiocese, clérigos, consagrados e leigos convocados para a assembleia, que juntos também cantaram o Veni Creator Spiritus (“Vem, Espírito Criador”), antes da proclamação da Palavra de Deus (Ap 2,1-7), recordando a passagem em que o Espírito Santo falou às Igrejas da Ásia Menor, no final do século I, quando estas enfrentavam situações de perseguição, desânimo, heresia, divisão, esfriamento da fé e perda da alegria do Evangelho e do fervor missionário.

ESCUTA AO ESPÍRITO

Na homilia, Dom Odilo ressaltou que este mesmo Espírito Santo hoje anima e orienta a Igreja, para que não perca o seu “primeiro amor”. “O primeiro amor é Jesus Cristo Ressuscitado, o anúncio do Evangelho e do amor de Deus, portanto, da alegria da fé, da esperança e da caridade. É do primeiro amor que vem a motivação cristã para enfrentar as dificuldades do dia a dia”, ressaltou o Arcebispo Metropolitano, enfatizando ainda que o sínodo arquidiocesano “tenta ser o exercício de escuta atenta e de discernimento da voz do Espírito à nossa Igreja em São Paulo”. “Nosso sínodo, a partir de tudo que vimos e ouvimos, chama-nos agora a fazer esta assembleia como um intenso caminho de comunhão, conversão e renovação missionária – comunhão, não

Cardeal Odilo Pedro Scherer preside os trabalhos da 1ª sessão da assembleia sinodal arquidiocesana, realizada na Fapcom, no sábado, dia 4

dispersão; conversão, segundo o chamado do Espírito Santo; e renovação, fervor missionário, Igreja ‘em saída’ – para sermos mais e melhor testemunhas de Deus, de Cristo, do Evangelho do Reino nesta cidade”, prosseguiu.

‘O QUE DEVEMOS FAZER?’

Dom Odilo exortou que os participantes da assembleia tenham sempre essa pergunta em mente, a fim de se chegar a diretrizes e orientações para a vida pastoral e evangelizadora da Igreja em São Paulo diante de desafios como o de ir ao encontro dos católicos distantes; a evangelização das crianças, adolescentes e jovens; tornar as comunidades e instituições católicas efetivamente missionárias; agir para a transmissão da fé em família; vencer a apatia e o desânimo pela fé; superar o clericalismo; e adequar as organizações e estruturas pastorais às necessidades e desafios da missão atual. “Que o Espírito Santo nos guie e seja o protagonista da nossa assembleia sinodal. Saibamos ouvir e saibamos falar com discernimento. Saibamos ter em conta o grande bem da Igreja, não meu bem particular, o bem do meu grupo. Aqui não importa tanto que cada um faça valer a sua ideia, mas que façamos um discernimento comunitário, sinodal, ouvindo os apelos de Deus que vêm de tantas maneiras até nós”, sublinhou o Arcebispo. “É para a glória de Deus, para o bem da Igreja e sua missão, e para as próximas gerações que estamos aqui”, ressaltou.

DINÂMICA DOS TRABALHOS

Os trabalhos da sessão foram iniciados com a leitura completa do Regulamento da assembleia sinodal arquidiocesana, no qual se detalha como devem ser realizadas as sete sessões, uma a cada mês, até dezembro; a composição da pre-

sidência e dos serviços de coordenação; quais são os membros da assembleia; como se darão as votações, as quais “não têm a finalidade de alcançar um acordo majoritário vinculante, mas de verificar o consenso dos membros sinodais sobre as propostas formuladas”. Outro ponto especificado no regulamento é de que, diante da natureza consultiva do sínodo arquidiocesano, “cabe ao Arcebispo de São Paulo acolher, com liberdade, ‘coram Deo’ (em consciência diante de Deus), as indicações sinodais formuladas pelos membros da assembleia e emanar as declarações e decretos sinodais”.

INDICATIVOS DO 1o RELATÓRIO GERAL

Na sequência, houve a leitura pormenorizada do 1o Relatório geral para a assembleia sinodal arquidiocesana, feita pelos relatores, o Cônego José Arnaldo Juliano e a Irmã Helena Corazza, FSP. O livreto com o texto do Relatório, contendo 49 páginas, foi distribuído aos participantes da assembleia. Nele se apresenta o histórico do caminho percorrido e detalhes do que foi visto e ouvido durante a pesquisa sobre a realidade religiosa e pastoral da Arquidiocese, feita em 2018; do levantamento paroquial realizado pelos padres nas paróquias no mesmo ano; da etapa do sínodo nas regiões episcopais e vicariatos ambientais (do Povo da Rua; da Educação e Universidade; e da Comunicação), em 2019; das reflexões do Clero no Curso Anual em 2019; e das conclusões da Assembleia pré-sinodal ocorrida nas paróquias este ano. Na pesquisa sobre a realidade religiosa e pastoral feita nas 295 paróquias territoriais em 2018 foram respondidos 21 mil questionários por pessoas católicas e não católicas, e as respostas dadas

por 14.709 católicos foram compiladas, abordando aspectos como a relação deles com a Igreja, a participação nas iniciativas pastorais e caritativas, o acesso aos sacramentos e o modo como se informam sobre a Igreja. Já o levantamento paroquial mapeou, por exemplo, que nos últimos dez anos foram construídas 88 igrejas na Arquidiocese, 214 passaram por alguma reforma predial e que aproximadamente 255 mil pessoas participam das missas aos fins de semana. Nos relatórios no âmbito das regiões episcopais, alguns dos aspectos que chamam a atenção são o pedido por cursos e momentos formativos para as lideranças e agentes de pastoral; melhor preparação dos ministros ordenados e leigos para ocupar os serviços essenciais na Igreja; e a necessidade de melhorias nos processos de acolhida. Também são elencadas preocupações quanto à evangelização da juventude no contexto urbano; a necessidade de adaptação e flexibilidade pastoral; de maior incidência das ações das pastorais sociais; de investimentos em comunicação; de formação permanente e organização das iniciativas da Pastoral Familiar; foco na iniciação à vida cristã infantil, juvenil e adulta; maior integração pastoral; revisão do Diretório dos Sacramentos; urgência em formar novas lideranças; atenção à Pastoral Presbiteral; necessidade de maior presença da Igreja nas escolas e no universo da saúde; entre outras. Em entrevista ao O SÃO PAULO, os relatores do sínodo arquidiocesano opinaram que muito avançou na Igreja em São Paulo nestes cinco anos de caminhada sinodal, especialmente diante da pandemia de COVID-19. “A Igreja em São Paulo aprendeu que deve se organizar na questão da ação da


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| 8 a 14 de junho de 2022 | Reportagem | 11 Fotos: Luciney Martins/O SÃO PAULO

caridade, inclusive uma das propostas feitas na fase de pré-assembleia, neste ano, é o de se criar um comitê de crise, para que estejamos preparados para momentos como este vivido na pandemia ou diante de catástrofes naturais”, disse o Cônego José Arnaldo. “Percebemos uma grande sensibilidade para a humanização, com maior cuidado às pessoas, atenção a seus sofrimentos, suas perdas. Também a dimensão missionária veio muito mais forte nos relatórios da pré-assembleia do que nos de antes, no sentido de ir ao encontro das pessoas em todas as situações, além da dimensão do acolhimento”, destacou a Irmã Helena Corazza.

PONTOS DE ATENÇÃO

A partir do que foi apresentado no Relatório, o Padre Boris Agustín Nef Ulloa, um dos peritos do sínodo, comentou alguns dos aspectos mais ressaltados e outros não mencionados, mas que podem ser discutidos na assembleia sinodal. De acordo com o Sacerdote, uma das evidências é que “as respostas da fase de pré-assembleia apontam para um crescimento sobre a sensibilidade humana se comparado aos primeiros relatórios. Foram enxergadas em maior grau as dores, as fragilidades, as feridas e os dramas humanos”. Do Relatório emergem três convicções: a missão da Igreja é evangelizar; sua centralidade está em Jesus Cristo, na Eucaristia e na sua Palavra; e que a Arquidiocese precisa de renovação em todos os campos. A partir dessas três convicções, prosseguiu Padre Boris, despontam alguns cenários pastorais desafiadores, como: a vivência litúrgica e sacramental adequada; a maior participação da juventude; os processos de escuta e acolhida; o lugar que as pastorais sociais ocupam na evangelização, diante dos desafios sociais da cidade; a presença da Igreja nas comunicações sociais; a presença na área da Saúde e na dimensão hospitalar; a atuação da Igreja em relação à família; o aperfeiçoamento da transparência das questões econômicas e administrativas em âmbito paroquial, regional e arquidiocesano; a formação dos futuros presbíteros; e a dimensão missionária da Igreja. Entretanto, segundo ele, alguns aspectos praticamente não são menciona-

dos no Relatório, como a religiosidade popular, a participação das mulheres na Arquidiocese, a ecologia integral e a crescente violência em São Paulo, seja no âmbito social mais amplo, seja no intrafamiliar. Diante de tais desafios, alguns caminhos a serem refletidos se referem à formação permanente do laicato; o fortalecimento do processo de iniciação cristã; que a Igreja não tenha uma estrutura engessada de funcionamento; a formação das novas gerações para a missionariedade; o fomento à consciência sobre a dimensão social da evangelização; e o aprofundamento da interculturalidade da Igreja com a sociedade. Aos participantes da assembleia, Dom Odilo ponderou que o 1o Relatório geral apresenta as questões manifestadas nestes cinco anos de sínodo arquidiocesano. “Diante disso, o que devemos fazer? Esta é a pergunta que agora vai nos acompanhar daqui até a elaboração das propostas”, ressaltou, pedindo que os participantes olhem não apenas para o interno da Igreja, mas para sua relação com a cidade: “Não somos uma Igreja no vazio, estamos aqui em São Paulo, na complexidade da cidade. Devemos florescer e frutificar onde Deus nos plantou, essa é a missão que nos é dada”. A próxima sessão da assembleia arquidiocesana do sínodo será em 2 de julho, na Fapcom.

Cônego José Arnaldo Juliano dos Santos e Irmã Helena Corazza apresentam 1º Relatório geral

Padre Boris Agustín, um dos peritos do sínodo, analisa apontamentos do 1º Relatório geral

Expectativas e primeiras impressões Antes do encerramento da primeira sessão da assembleia sinodal arquidiocesana, houve espaço para falas dos demais participantes. Foram externados alguns pontos a serem debatidos ao longo da assembleia, como a acolhida às novas lideranças na Igreja; a dimensão da vida

comunitária; a situação dos trabalhadores na cidade; mecanismos para um acompanhamento da aplicação do que constar no relatório final do 1o sínodo arquidiocesano; a participação político-partidária do laicato; instrumentais para avaliar as conquistas da ciência e da tecnologia à luz da

A palavra sínodo, de origem grega, pode ser traduzida como ‘caminhar juntamente’. Eis uma tarefa grande para a Igreja Católica, uma instituição que tem muitos trabalhos a realizar. Para caminharmos bem, sempre temos que falar sobre como agir como Igreja nesta sociedade.”

O sínodo é um momento em que podemos colocar muito daquilo que a nossa geração mais jovem traz consigo: os anseios, os desafios nas realidades pastorais e aquilo que esperamos que a Arquidiocese e o povo de Deus consigam apresentar como proposta de evangelização.”

Matthias Grenzer professor de Teologia na PUC-SP

Alisson Antunes Carvalho seminarista

Doutrina Social da Igreja; formas de subsidiar financeiramente a formação permanente dos leigos; o diálogo da Igreja com o poder público para melhor atendimento aos mais excluídos; e como aprimorar os canais pelos quais as pessoas possam ter acesso a conteúdos credíveis sobre a Igreja.

O que eu espero é que, a partir desta assembleia do sínodo, a Igreja em São Paulo caminhe unida, que uma paróquia se preocupe com a outra, para superarem juntas as dificuldades e os desafios.” Denise de Oliveira leiga consagrada

Minha expectativa é que possamos, a partir desta 1ª sessão do sínodo, ouvir aquilo que as paróquias, as comissões, as pastorais apresentam como pontos positivos, pontos a serem melhorados e as propostas que temos para a ação evangelizadora.” Irmã Ivonete Kurten, FSP (Colaborou: Cleide Barbosa/rádio 9 de Julho)


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Semana Teológica da PUC-SP destaca o centenário do Cardeal Arns Fotos: Luciney Martins/O SÃO PAULO

FERNANDO GERONAZZO ESPECIAL PARA O SÃO PAULO

O centenário de nascimento do Cardeal Paulo Evaristo Arns (1921-2016) é o tema da Semana Teológica 2022 da Faculdade de Teologia Nossa Senhora da Assunção da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). O evento acadêmico foi aberto na segunda-feira, 6, e segue até a sexta-feira, 10, no campus Ipiranga. A atividade integra a série de iniciativas promovidas pela Arquidiocese de São Paulo para celebrar o centenário de nascimento daquele que foi seu Arcebispo de 1970 a 1998. A programação do evento, realizado nos períodos diurno e noturno, inclui conferências que destacam o histórico de Dom Paulo e a amplitude de seu ministério episcopal; sua relação com os meios de comunicação social, seus discursos e reflexões; a atenção dada à vida consagrada e à formação dos presbíteros; a sinodalidade e os planos de pastorais; e o diálogo com o mundo intelectual e das ciências. Entre os conferencistas estão o Padre Ney de Souza, Irmã Helena Corazza, Cônego Celso Pedro da Silva, Irmã Maria José Mendes, Cônego Antônio Manzatto, Cônego Sérgio Conrado e Fernando Altemeyer. A abertura da Semana Teológica contou com a presença do Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo de São Paulo e Grão-Chanceler da PUC-SP, da reitora da universidade, Maria Amalia Pie Abib Andery, professores, alunos e convidados.

HOMEM DA IGREJA

“Era justo e necessário homenagear

Padre Boris, Cardeal Odilo Pedro Scherer e a professora Maria Amalia Pie Abib Andery, reitora da PUC-SP, na abertura da Semana Teológica

Dom Paulo neste contexto acadêmico pela figura e pelo que ele representou como Arcebispo, Cardeal e pastor da Igreja”, destacou Dom Odilo, ao abrir o evento. O Cardeal Scherer sublinhou, ainda, que seu predecessor não foi apenas uma ilustre figura pública, mas um homem da Igreja e, portanto, precisa ser conhecido e lembrado como tal. “O centenário é o momento de recolher memórias e impressões que se integram à História”, acrescentou Dom Odilo, frisando que o Cardeal Arns não é apenas um personagem de um passado distante, mas alguém que deixou um legado para a vida e a história da Igreja em São Paulo. “Esse é o momento de se deixar encantar por Dom Paulo”, completou.

PASTOR DO PÓS-CONCÍLIO

Dom Odilo recordou, ainda, que o Cardeal Arns foi pastor da Arquidiocese em um contexto histórico, político, social e eclesial bastante marcante. “Não dá para desvincular Dom Paulo do Concílio Vaticano II”, ressaltou, lembrando que o então frade franciscano foi nomeado Bispo no ano seguinte à conclusão do Concílio e, por isso, imprimiu em seu pastoreio os impulsos conciliares e buscava traduzi-los em novas práticas pastorais em meio aos desafios políticos e sociais no Brasil dessa época, marcada pelo regime militar e as constantes violações de direitos humanos fundamentais. “Nós não somos padres, bispos, religiosos em um vazio neutro, em um espaço desencarnado. ‘O Verbo se fez carne e habitou entre nós’, fez-se cultura,

história, geografia... Por isso mesmo, é preciso conhecer a vida dos povos, da sociedade, do país onde vamos anunciar o Evangelho”, concluiu o Cardeal Scherer, salientando que o futuro deve ser construído com os pés apoiados no passado. Para isso, é preciso conhecer a história e o exemplo daqueles que nos precederam na ação evangelizadora. A reitora da PUC-SP destacou a importância de dedicar uma semana acadêmica para aprofundar o conhecimento sobre Dom Paulo, que, além de figura eclesial, pastor e homem comprometido com a vida do povo, marcou profundamente a vida dessa instituição de ensino. “Nós não seríamos a universidade que somos hoje, com características únicas, que fazem dela um exemplo no nosso País, se não fosse a figura de Dom Paulo Evaristo Arns.”

Dom Paulo: um apaixonado pelo Reino de Deus e pela cidade Durante a abertura da Semana Teológica 2022 da PUC-SP, houve o lançamento do livro “Dom Paulo Evaristo Arns: um franciscano apaixonado pelo Reino de Deus na cidade”. A obra, publicada pela Educ, reúne artigos de teólogos e pessoas que conviveram com o Cardeal Arns e aborda suas realizações como Arcebispo de São Paulo na missão de ensinar, santificar e governar a Igreja naquela que, na época de seu pastoreio, era a maior arquidiocese do mundo. O livro é organizado pelo Padre Boris Agustín Nef Ulloa, Diretor da Faculdade de Teologia Nossa Senhora da Assunção da PUC-SP; e pelos professores Padre Edelcio Ottaviani e Rosana Manzini (foto ao lado), contando com a colaboração de 21 autores. O Cardeal Odilo Scherer e a reitora da PUC-SP, Maria Amalia Andery, assinam as apresentações da obra que tem

para a riqueza dos artigos recebidos que ajudaram a mergulhar na história e na vida de Dom Paulo. “Esses autores colocaram a vida e o coração nos textos. Por isso, a vida de Dom Paulo continua a pulsar nessa obra”, disse. Mencionando um dos artigos do livro, Padre Edelcio destaca que Dom Paulo é um “monumento”, não para ser reverenciado ou cultuado, mas “para lembrar quando nossa memória se fragiliza, do que essa pessoa significa para a história da Igreja e do Brasil”.

INFORMAÇÕES

o prefácio de Dom Leonardo Steiner, Arcebispo de Manaus (AM) e primo de Dom Paulo. Padre Boris explicou a preocupação de não produzir uma obra estritamente acadêmica, mas que testemunhasse

a prática do Cardeal Arns por meio de pessoas que estiveram com ele no dia a dia e foram estimuladas por seu pastoreio a ocupar um lugar na Igreja e na sociedade. Rosana Manzini chamou a atenção

A versão digital (e-book) do livro “Dom Paulo Evaristo Arns: um franciscano apaixonado pelo Reino de Deus na cidade” já está disponível para compra no site da Educ: https://www.pucsp.br/educ/. A versão impressa do livro será disponibilizada nos próximos dias. (FG)


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Em assembleia, bispos do Regional Sul 1 recordam os 15 anos da Conferência de Aparecida Fotos: Comunicação do Regional Sul 1

PADRE TIAGO BARBOSA

ESPECIAL PARA O SÃO PAULO

O episcopado do estado de São Paulo iniciou na tarde da terça-feira, 7, a 84ª edição da Assembleia do Regional Sul 1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), que continua até a quinta-feira, 9, no Mosteiro de Itaici, em Indaiatuba (SP), com a participação de arcebispos, bispos e padres coordenadores de pastoral das seis arquidioceses e 36 dioceses paulistas. Na abertura, os 40 bispos, 53 sacerdotes responsáveis pela animação pastoral no estado de São Paulo e oito convidados de pastorais foram acolhidos pela Presidência do Regional. “Depois de dois anos on-line devido à pandemia, esta Assembleia tem caráter de retomada presencial entre nós, bispos, e também de celebração dos 15 anos do Documento de Aparecida, que teve a coordenação do então Cardeal Bergoglio, hoje Papa Francisco”, destacou Dom Pedro Luiz Stringhini, Bispo de Mogi das Cruzes e Presidente do Regional, ao dar as boas-vindas aos participantes e ressaltar a importância pastoral e espiritual da V Conferência Geral do Episcopado Latino-Americano e do Caribe, realizada em Aparecida (SP) no ano de 2007.

TRABALHOS

A sessão do primeiro dia da 84ª As-

Bispos participam da celebração de abertura e do primeiro dia de trabalhos da 84ª Assembleia do Regional Sul 1, no Mosteiro de Itaici

sembleia do Regional Sul 1 contou com a análise de aspectos da conjuntura política brasileira, apresentada pelo Padre Paulo Renato Campos. As consequências econômicas e sanitárias da pandemia, questões do capitalismo globalizado, fome e diversos aspectos da democracia foram refletidos entre o episcopado.

Na quarta-feira, 8, haverá a apresentação do tema central, “Aparecida - 15 anos depois”, com assessoria do Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo Metropolitano de São Paulo. Neste dia, também Dom Milton Kenan Júnior, Bispo de Barretos (SP), tratará sobre a Animação Bíblica da Pastoral. No último

dia de trabalhos, na quinta-feira, Dom Carlos Lema Garcia, Bispo Auxiliar da Arquidiocese de São Paulo, falará sobre o ensino religioso. Também haverá a organização da Assembleia das Igrejas e a celebração de encerramento. Outros detalhes do evento podem ser vistos em https://cnbbsul1.org.br.

Movimento Sacerdotal Mariano completa 50 anos Luciney Martins/O SÃO PAULO

REDAÇÃO

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Rezar pelos padres e formar com eles um grupo de consagrados ao Imaculado Coração de Maria. Em maio de 1972, durante uma peregrinação a Fátima, Portugal, o Padre Stéfano Gobbi (1930-2011), atuante em Milão, na Itália, por meio dessa inspiração divina, deu início ao Movimento Sacerdotal Mariano (MSM). Na tarde do sábado, 4, na Catedral da Sé, sacerdotes, religiosos e leigos que integram o movimento celebraram o jubileu de ouro do MSM, com o cenáculo anual – um encontro de oração, fraternidade, adoração eucarística, reza do Terço e meditação das mensagens marianas que estão no livro azul “Aos Sacerdotes filhos prediletos de Nossa Senhora”, voltadas a ajudar os sacerdotes no caminho da santidade, por meio da consagração ao Imaculado Coração de Maria, bem como os demais fiéis a essa consagração. O dia de atividades foi encerrado com missa, presidida pelo Cardeal Odilo Pedro Scherer. O Arcebispo Metropolitano de São Paulo exortou os membros do MSM a perseverarem nos cenáculos, rezando pelos sacerdotes e as vocações sacerdotais. Os cenáculos também ocorrem nas casas, com a recitação do Rosário, meditação da Palavra de Deus, leitura de trechos do Catecismo da Igreja

Diariamente, no site do jornal O SÃO PAULO, você pode acessar notícias sobre a Igreja e a sociedade em São Paulo, no Brasil e no mundo. A seguir, algumas notícias e artigos publicados recentemente.

10° Encontro Mundial das Famílias. Amor familiar: caminho de santidade https://cutt.ly/NJDwo5w

Integrantes do Movimento Sacerdotal Mariano participam de missa na Catedral da Sé, dia 4

Católica e das mensagens do livro azul. Na homilia, Dom Odilo exortou que continuem a ser feitos os cenáculos de oração com as crianças, jovens, famílias e sacerdotes, bem como nas igrejas com adoração eucarística, para o triunfo do Coração Imaculado de Maria. Ele também pediu que se realizem cenáculos na Catedral da Sé mensalmente. De acordo com Otavio Piva de Albuquerque, responsável leigo pelo MSM no Brasil, Dom Odilo participou de um cenáculo pela primeira vez em 2008, no Ginásio do Ibirapuera, que reuniu 25 mil pessoas de todo o estado de São Paulo. Desde então, o Cardeal tem presidido as

missas dos cenáculos anualmente, e em setembro de 2019 esteve no Santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida no retiro anual do MSM. Além disso, em 2017, participou dos exercícios espirituais em forma de cenáculo em Fátima. “Desejamos que os cenáculos se difundam em todas as paróquias e famílias da nossa Arquidiocese para que nelas triunfe o Coração Imaculado de Maria”, ressaltou Albuquerque, que recentemente lançou o livro “Pe. Stefano Gobbi – profeta e santo”, contando a trajetória do fundador do MSM, que realizou mais de 2 mil viagens, pelos cinco continentes, para difundir o movimento.

Francisco: construamos um futuro inclusivo para migrantes e refugiados https://cutt.ly/VJDq6sJ Em parceria com TSE, CNBB assina termo de cooperação em prol do diálogo e da paz nas eleições 2022 https://cutt.ly/vJDqHBJ Milhares de peregrinos de toda a África celebram o Dia dos Mártires de Uganda https://cutt.ly/5JDwjTF Dom Odilo: ‘Rezemos para que as Igrejas superem os motivos das divergências’ https://cutt.ly/5JDqUFV


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Vacinação em dia e máscara em locais fechados são principais medidas diante do aumento da COVID-19 Reprodução

DANIEL GOMES

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Desde o dia 1o, o uso de máscaras em ambientes fechados e em unidades escolares na cidade de São Paulo voltou a ser recomendado pela Prefeitura, e continua válida a obrigatoriedade da utilização para o acesso e permanência em equipamentos de saúde, ônibus, trens e no metrô. A decisão da Prefeitura segue o indicativo do governo do estado de São Paulo, que em 31 de maio voltou a recomendar a utilização de máscaras nos ambientes fechados, diante do aumento de 120% na média diária de internados com a doença no último mês, além da alta de casos positivos nos comparativos semanais: na semana entre 15 e 21 de maio, foram computados 18.353 novos casos de COVID-19, e na semana seguinte, de 22 a 28 de maio, 33.810 registros. O número de mortes, porém, se manteve estável, com média de 39 óbitos diários em todo o estado. Na segunda-feira, 6, estavam internadas com a doença em todo o estado mais de 3,4 mil pessoas, das quais 1.050 em leitos de UTI.

ALTA DE CASOS E DE INTERNAÇÕES NA CAPITAL PAULISTA

Um dos fatores que motivaram a Secretaria Municipal da Saúde a voltar a recomendar o uso de máscaras em ambientes fechados foi o aumento da positividade nos testes rápidos antígenos (TRAs) para COVID-19: na última semana de abril, a taxa de positividade foi de 4%, já no final de maio saltou para 18%. Na última semana epidemiológica de abril, foram confirmados 3.025 novos casos de COVID-19 na capital paulista, e nas seguintes só houve crescentes: 4.580 casos na primeira semana de maio; 5.828, na sequente; 6.648, na posterior; e 7.055, na última semana epidemiológica do mês passado. Desde 20 de maio, a Secretaria Municipal da Saúde registra altas constantes no número de internações nos hospitais municipais: naquela data, eram 103 internados com a COVID-19, já em 31 de maio, havia 255 pessoas internadas com a doença. Quanto à recomendação às escolas, a decisão da Prefeitura se baseou no aumento de casos em crianças e adolescentes a partir da primeira semana de maio. “Considerando os dados de incidência, que é a epidemiologia da doença, neste instante voltar a recomendar o uso das máscaras em ambientes fechados é a medida mais acertada, especialmente porque ainda há um contingente de pessoas que se recusa a tomar a vacina e temos um número bastante alto de indivíduos que não completa-

elas passaram a receber primeiro a dose de reforço e hoje já se sabe que precisam receber uma dose adicional, a chamada quarta dose”, detalha o infectologista. “As pessoas que tomaram a vacina no tempo correto continuam protegidas em 80% das formas graves da doença”, prosseguiu, lembrando, ainda, que embora o número dos que hoje morrem em decorrência da COVID-19 seja menor que nas fases mais críticas da pandemia, o melhor é não se contagiar com o vírus. “A doença propriamente dita é uma situação ruim, pois a sintomatologia é de uma gripe muito intensa. A pessoa precisa ficar isolada de sete a dez dias, ou seja, não é um bom cenário. Por isso, a máscara é um bom adjuvante nesta estratégia de proteção”, prosseguiu.

POR AMOR A SI E AO PRÓXIMO

ram o sistema vacinal”, comentou, ao O SÃO PAULO, o infectologista Jamal Suleiman, do Instituto de Infectologia Emílio Ribas (IIER).

COM A VACINA EM ATRASO

Conforme dados da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo, até o fim de maio ao menos 10 milhões de pessoas ainda estavam em atraso com a dose adicional da vacina contra a COVID-19. Em todo o estado, 87% da população já tomou as duas doses ou a vacina de dose única, entretanto cerca de 2,7 milhões de pessoas ainda estão sem tomar a segunda dose, a maioria destas, 1,2 milhão, é de crianças e adolescentes entre 5 e 17 anos. Embora pondere que, quanto maior

o número de doses que as pessoas precisem tomar, menor acaba sendo a adesão à vacinação, Suleiman explica que é fundamental que cada pessoa tome a quantidade de doses que é recomendada conforme a idade, condição de saúde e nível de exposição ao vírus. “À medida que o conhecimento sobre a vacina foi sendo ampliado, percebemos que a produção dos anticorpos protetores diminui ao longo do tempo e que isso não é uniforme para todos. Assim, pessoas que têm deficiência imunológica – seja por idade, seja porque fazem uso de medicações que diminuem a imunidade, seja porque têm doenças que evoluem com a redução da imunidade – ficam mais vulneráveis ao vírus ao redor do quarto mês após se vacinarem. Por isso,

O QUE FAZER DIANTE DOS RESULTADOS DOS AUTOTESTES: e der negativo e estiver assintomático: Caso tenha tido contaS to com alguém com caso suspeito ou confirmado de COVID-19, observe as orientações com relação à quarentena de contatos e monitore o aparecimento de sintomas para possível realização de novos testes ou procure o serviço de saúde. Se der negativo, mas estiver com sintomas: Se estes persistirem ou piorarem em até 48 horas, busque um serviço de saúde para atendimento clínico e/ou realização de outros testes diagnósticos. Se der positivo (tendo ou não sintomas): O recomendável é que se isole imediatamente e se, eventualmente, precisar ter contato com outras pessoas, utilize uma máscara bem ajustada ao rosto, preferencialmente cirúrgica ou PFF2/N95. Além disso, evite o contato com indivíduos imunossuprimidos, idosos e não vacinados e não realize refeições com demais pessoas. Busque a confirmação diagnóstica oficial de um profissional de saúde. Se o resultado for inválido (não aparece linha alguma na área do controle do teste): Realize um novo teste. Fonte: Secretaria de Estado da Saúde do Rio Grande do Sul

Em mensagem de vídeo à população da América Latina, em agosto de 2021, o Papa Francisco ressaltou que em tempos de COVID-19, “vacinar-se é um modo simples, porém, profundo, de promover o bem comum e de cuidarmos uns dos outros, especialmente dos mais vulneráveis”.

AUTOTESTES

Diante da alta de casos de COVID-19, muitas empresas têm recomendado a seus colaboradores a realização de autotestes para mapear se alguém cujo teste deu positivo para o coronavírus transmitiu o vírus a outras pessoas. O Ministério da Saúde, em seu site, reforça que o autoteste de antígeno (AT-Ag) é uma estratégia complementar ao plano nacional de testagem para doença, devendo ser utilizado como forma de triagem para casos de COVID-19. A recomendação é que seja feito no período entre o 1º e 7º dia do início dos sintomas ou a partir do 5º dia do contato com indivíduos cujos testes deram positivo para o coronavírus. “O teste de antígeno dá respostas boas a partir do primeiro dia da infecção, mas não tem 100% de sensibilidade. O que significa que, em algumas pessoas, o teste precisa ser repetido 24 horas depois, às vezes, 36 horas ou 48 horas depois. E se a pessoa, ainda que tenha um teste com resultado negativo continuar com sintomas, é indispensável que procure o serviço de saúde para se pesquisar outros vírus ou partir para testes com sensibilidade maior, que é o PCR. Em resumo, o autoteste é confiável quando dá positivo. Se der negativo, ele não dá uma resposta definitiva, e a pessoa precisa procurar o serviço médico para que se defina a doença, o tempo de exposição e ver dentro de uma hierarquização de diagnóstico qual é a metodologia que pode dar melhor informação”, ressaltou Suleiman.


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ACN Brasil disponibiliza a ‘Bíblia da Criança’ no YouTube e em aplicativo ACN

DANIEL GOMES

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“Se Jesus tivesse que contar uma parábola nos dias de hoje, Ele não contaria apenas sobre coisas do campo, do mundo rural; certamente, também falaria da cidade, do mundo digital, para poder destacar aquilo que nos narram os Evangelhos.” Diante das amplas possibilidades de conectividade por meio de computadores e smartphones, essa percepção do Frei Rogério Lima, Assistente Eclesiástico no Brasil da fundação pontifícia Ajuda à Igreja que Sofre (ACN Brasil), é um ponto de partida para entender as motivações de uma das mais recentes ações da instituição: a criação de uma versão digital da “Bíblia da Criança”. Publicada pela ACN de modo impresso desde 1979, a “Bíblia da Criança” já foi traduzida para 191 línguas, com 51 milhões de exemplares distribuídos, 10 milhões dos quais no Brasil, e ajudou a evangelizar gerações, com uma linguagem simples. “Ainda hoje, escutamos o testemunho de muitos sacerdotes sobre o fato de que seu despertar vocacional surgiu na infância após esse contato com a ‘Bíblia da Criança’”, recordou Frei Rogério.

MAIS ACESSÍVEL E ATRAENTE

A versão digital da “Bíblia da Criança” está disponível no canal do YouTube da ACN Brasil e, também, no app “Bíblia da Criança”. Ao todo são cem capítulos: um de apresentação, 44 referentes ao Antigo Testamento e 55 sobre o Novo Testamento. Os vídeos têm duração de um a quatro minutos, e trazem uma ilustração referente à passagem bíblica que é narrada e, também, apresentada em texto. “Esse conteúdo audiovisual oferece às crianças e aos adolescentes uma oportunidade de entrar em contato com o universo bíblico não apenas por meio dos escritos, mas, também, pelos outros recursos que prendem sua atenção, como a narração da Palavra de Deus, os efeitos sonoros, a

se se torna algo muito mais relacional, muito mais uma experiência de fé e de assimilação da própria vida cristã. Assim, a grande meta da ACN Brasil com a ‘Bíblia da Criança’ é contribuir para a evangelização dos mais pequeninos e futuros jovens e adultos da nossa Igreja”, destacou Frei Rogério.

O INDISPENSÁVEL MONITORAMENTO DE UM ADULTO

entonação dos diálogos, levando a criança e o adolescente a criar aquele interesse por todas as histórias contadas, de modo que a Palavra de Deus comece a penetrar com muito mais força, com muito mais eficiência, na vida e no coração deles”, destaca o frade carmelita.

ESTÍMULO AO DIÁLOGO SOBRE A FÉ

Com a disseminação da “Bíblia da Criança” nas plataformas on-line, a ACN Brasil espera que os conteúdos referentes à história da salvação possam ser partilhados com mais facilidade em família e nos encontros de Catequese, proporcionando diálogos sobre a vivência da fé. “A curta duração de cada vídeo foi pensada para que a criança se interesse pelo conteúdo, mas não fique com esse saber para si, nem isolada ou distanciada dos outros. O que queremos é que ela veja o conteúdo, o assimile e partilhe o que entendeu com seus familiares, outras crianças e com os colegas do grupo de Catequese”, explica o Assistente Eclesiástico da ACN Brasil. “Não se trata de a criança ter acesso a mais um conteúdo como tantos outros que existem no YouTube, os quais, muitas das vezes, a deixam sem diálogo, isolada dos pais e educadores. A nossa proposta

é de retomar a importância do diálogo formativo e de ver a criança interagindo, uma vez que, quando ela assiste a um vídeo mais curto, não se satisfaz com aquela breve informação, e assim, a partir de sua natural curiosidade, pergunta mais sobre o tema para os pais, os avós, o catequista, o que proporciona o desejado diálogo e a interação”, explicou Frei Rogério.

FACILITADOR DO PROCESSO CATEQUÉTICO

Embora a disponibilização da “Bíblia da Criança” no canal do YouTube da ACN Brasil e no aplicativo seja algo recente, catequistas que já acessaram o conteúdo têm feito elogios à proposta e relatado que se trata de um facilitador do processo catequético. “A Catequese não é só assimilação de conteúdo. Ela é vivência e aprofundamento da fé, e as crianças, de fato, se envolvem muito mais e fixam os conteúdos por meio de sons e imagens. Quando simplesmente se lê uma passagem bíblica, por exemplo, algumas vezes pode ser difícil até compreender os nomes, mas no vídeo a criança está vendo o conteúdo e ouvindo o que é lido, fica com a atenção fixada, e vai ativando sua criatividade. A partir disso, a Cateque-

Por fim, o Assistente Eclesiástico da ACN Brasil ressaltou que, embora os conteúdos e os propósitos da “Bíblia da Criança” na versão digital sejam o de facilitar a transmissão dos conteúdos bíblicos e os diálogos sobre a fé, é indispensável que o acesso seja sempre acompanhado por um maior responsável – pais, catequistas, irmãos mais velhos –, uma vez que está inserido na internet, em um ambiente de múltiplos conteúdos, nem todos benéficos para o desenvolvimento das crianças e dos adolescentes. “É fundamental nos comprometermos, como adultos, com o acompanhamento de todo o acesso que a criança faz à internet, que infelizmente pode ser uma porteira para o contato com tantas coisas ruins. Do mesmo modo, não se deve deixar a criança por um tempo excessivo em frente à tela. Se houver esses cuidados, certamente o acesso à ‘Bíblia da Criança’ no YouTube e no aplicativo ajudará a formar as novas gerações com bons valores e não apenas fazer com que decorem aspectos da Doutrina da Igreja, mas, sim, que reflitam, assimilem o que é ensinado e façam escolhas seguras e saudáveis, como seguidoras de Cristo.”

ACESSE A “BÍBLIA DA CRIANÇA”

elo canal da ACN Brasil no P YouTube – pelo link encurtado: https://cutt.ly/ZH70EUw. Pelo aplicativo “Bíblia da Criança” com download gratuito no Play Store e na App Store


16 | Pelo Mundo | 8 a 14 de junho de 2022 |

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Nigéria

Atentado a uma paróquia durante a celebração de Pentecostes abala nigerianos JOSÉ FERREIRA FILHO

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Um grupo de homens armados entrou violentamente em uma igreja católica no sudoeste da Nigéria, no domingo, 5, deixando dezenas de mortos e feridos. Os criminosos invadiram a Paróquia São Francisco Xavier e atacaram vários fiéis com tiros de fuzis e explosivos durante uma missa no Domingo de Pentecostes. Entre os mortos, havia muitas crianças.

IGREJA LOCAL

A Diocese de Ondo, à qual pertence a paróquia atacada, manifestou em um comunicado que “é muito triste informar

que muitos foram mortos, muitos estão feridos e a igreja violada. A identidade dos perpetradores permanece desconhecida, enquanto a situação deixou a comunidade devastada”. O comunicado diz ainda: “Neste momento da história do nosso querido país, a Nigéria, precisamos da intervenção final de Deus para restaurar a paz e a tranquilidade. Enquanto isso, todos os padres da Paróquia estão seguros e nenhum foi sequestrado, como dizem as mídias sociais. Continuemos a rezar por eles e pelo bom povo de Owo e do estado em geral”. Para Dom Jude Arogundade, Bispo da Diocese de Ondo, o ataque foi meticulosamente planejado: “Os que tentavam

fugir eram alvejados do lado de fora, e muitos foram atingidos ainda no interior do templo. Atiraram dinamite para explodir o santuário. Esse tipo de profanação só pode ser feito pelo mal”.

PAPA FRANCISCO

Em Roma, o Papa Francisco manifestou-se à notícia do atentado: “O Papa tomou conhecimento do ataque à igreja em Ondo, na Nigéria, e da morte de dezenas de fiéis, entre eles muitas crianças, durante a celebração de Pentecostes, e os confia ao Senhor para que envie seu espírito para consolá-los”, consta em um comunicado divulgado pela Assessoria de Imprensa do Vaticano.

AUTORIDADES

As autoridades não divulgaram ainda uma quantidade oficial de mortos, porém se acredita que pelo menos 50 pessoas morreram, embora se considere que esse número pode ser ainda mais alto. Não ficou claro quem está por trás do ataque à igreja. Embora grande parte da Nigéria tenha lutado com questões de segurança, Ondo é amplamente conhecido como um dos estados mais pacíficos do país. O presidente nigeriano, Muhammadu Buhari, afirmou: “Não importa o que aconteça: este país nunca cederá às pessoas más e perversas, e a escuridão nunca superará a luz. A Nigéria acabará vencendo”. Fontes: Church Pop, NPR e Ajuda à Igreja que sofre

México 70 novos sacerdotes são ordenados em arquidiocese mexicana Nos dias 4 e 5, foram ordenados pelo Cardeal José Francisco Robles Ortega, Arcebispo de Guadalajara, no México, 70 presbíteros. As ordenações ocorreram em cerimônias distintas, no Santuário dos Mártires Mexicanos. Na primeira cerimônia, no sábado, 4, foram ordenados 33 sacerdotes. Os outros 37 padres receberam a ordenação sacerdotal no dia seguinte, domingo, 5, Solenidade de Pentecostes. Na homilia, o Purpurado recordou aos neossacerdotes que eles não servem ao mundo, mas a Deus, e que o Espírito Santo os escolheu para que cuidem do rebanho de Jesus Cristo. “Não é o seu rebanho e nem sequer o nosso rebanho, mas o rebanho de Nosso Senhor Jesus Cristo, que lhes é confiado a partir de hoje, pela escolha e pela unção do Espírito Santo”, destacou o Cardeal Robles.

RECORDAR AS ORIGENS

Ressaltando que os padres não devem se esquecer de sua origem, o Arcebispo de Guadalajara frisou que “o sacerdote não é um anjo, não é um extraterrestre, não é um ser superior, não pertence a uma casta estrangeira. O sacerdote é um homem, escolhido por Deus, tomado por parte de

Arquidiocese de Guadalajara

Deus entre seus irmãos, os homens”. “Quando o sacerdote esquece sua origem, estabelece uma distância entre ele e a comunidade à qual está destinado a servir, passando uma mensagem de que ele é superior e que deve ser reconhecido e servido. Quando o sacerdote toma essa atitude de superioridade, ele se vê envolvido neste mal que, infelizmente, afeta a Igreja: o clericalismo”, lamentou.

EDITAL DE CONVOCAÇÃO A FUNDAÇÃO CAPELLA MENINO JESUS E SANTA LUZIA, CNPJ/ MF nº 56.462.237/0001-49, nos termos do artigo 7º, primeira parte, do Estatuto alterado e consolidado em 16.12.2003, livro nº 1485, fls. nº 025, 27º Tabelião de Notas da Capital–SP, convoca os membros da sua Diretoria para a Assembleia Geral Ordinária a realizar-se em sua sede à Avenida Higienópolis nº 890, sala 12, São Paulo, SP, na data de 20 de junho de 2022, às 15:00 horas, em primeira chamada, com pelo menos 2/3 dos membros da sua Diretoria presentes; e, às 15:30 horas, em segunda chamada, com os membros da sua Diretoria que estiverem presentes. A Assembleia Geral Ordinária terá como pauta: 1 – Aprovação do Balanço Geral do exercício de 2021 da Fundação Capella Menino Jesus e Santa Luzia; 2- Outros assuntos. São Paulo, 08 de junho de 2022. Presidente da Fundação Capella Menino Jesus e Santa Luzia. Dom Odilo Pedro Scherer Presidente Fundação Capella Menino Jesus e Santa Luzia

SERVIR AOS HOMENS

O Purpurado afirmou ainda que os sacerdotes devem servir aos homens nas coisas que são de Deus, e “é isso que o povo espera do sacerdote: um homem de Deus, um homem que fale de Deus, um homem que seja a presença de Deus entre eles, para experimentar sua misericórdia, experimentar sua salvação”. “O sacerdote é tomado entre os ho-

EDITAL DE CONVOCAÇÃO A FUNDAÇÃO SANTA TEREZINHA, CNPJ/MF nº 69.273.050/000149, nos termos do artigo 7º, parágrafos primeiro e segundo, do Estatuto alterado e consolidado em 16.12.2003, livro nº 1485, fls. nº 029, 27º Tabelião de Notas da Capital - SP, convoca os membros da sua Mesa Administrativa para a Assembleia Geral Ordinária a realizar-se em sua sede à Avenida Higienópolis nº 890, sala 14, São Paulo, SP, na data de 20 de junho de 2022, às 16:00 horas, em primeira chamada, com pelo menos 2/3 dos membros da Mesa Administrativa presentes; e, às 16:30 horas, em segunda chamada, com os membros da Mesa Administrativa que estiverem presentes. A Assembleia Geral Ordinária terá como pauta: 1 – Aprovação do Balanço Geral do exercício de 2021 da Fundação Santa Terezinha; 2- Outros assuntos. São Paulo, 08 de junho de 2022. Provedor da Fundação Santa Terezinha. Dom Odilo Pedro Scherer Provedor Fundação Santa Terezinha

mens e posto ao serviço dos homens, mas não do mundo. Não ao serviço do mundo, não com os critérios do mundo. O mundo pode entrar no coração, na mente, em nossa pessoa, em nosso sacerdócio, e pode nos fazer seus e nos esquecer de que somos de Deus, para o serviço dos irmãos nas coisas que são de Deus”, concluiu. Fonte: Gaudium Press

EDITAL DE CONVOCAÇÃO

A FUNDAÇÃO METROPOLITANA PAULISTA, CNPJ/MF nº 50.951.847/0001-20, nos termos do artigo 8º, caput, primeira parte, do Estatuto alterado e consolidado em 30.03.2017, devidamente registrado sob nº 718.169, junto ao Terceiro Oficial de Registro de Títulos e Documentos da Comarca de São Paulo em 17.05.2017, convoca os membros do Conselho Curador para a Assembleia Geral Ordinária a realizar-se em sua sede à Av. Higienópolis nº 890, sala 16, São Paulo, SP, na data de 20 de junho de 2022, às 14:00 horas, em primeira chamada, com todos os membros do Conselho Curador; e, às 14:30 horas, em segunda chamada, com os membros do Conselho Curador que estiverem presentes. A Assembleia Geral Ordinária terá como pauta: 1- Apresentação, apreciação e aprovação do Balanço Geral do exercício de 2021 da Fundação Metropolitana Paulista, nos termos do artigo 9º, alínea “d”, e artigo 24, parágrafo segundo, todos do Estatuto vigente; 2- Homologação da apresentação do relatório de atividades dos Órgãos de Serviços (artigos 12 e 24, caput, estatuto); 3- Outros assuntos. São Paulo, 08 de junho de 2022. Presidente da Fundação Metropolitana Paulista. Dom Odilo Pedro Scherer Presidente Fundação Metropolitana Paulista


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‘O Espírito Santo nos ensina como caminhar’ Vatican Media

NA SOLENIDADE DE PENTECOSTES, PAPA FRANCISCO REFLETE SOBRE OS DONS QUE ORIENTAM A VIDA DE CADA CRISTÃO FILIPE DOMINGUES

ESPECIAL PARA O SÃO PAULO, EM ROMA

O Espírito Santo é “o motor” da vida espiritual, é Ele que “nos ensina como caminhar” na fé, que “nos ensina a amar” e a colocar o amor no centro de tudo. Com essas palavras, o Papa Francisco refletiu sobre os dons do Espírito Santo na Solenidade de Pentecostes, no domingo, 5. “Sem o amor na base, todo o resto é em vão”, disse o Pontífice, lembrando que o “amor não nasce tanto das nossas capacidades. Esse amor é um dom do Espírito. Ele nos ensina a amar, e devemos

pedir esse dom”, afirmou o Pontífice. O Papa Francisco fez a sua pregação com base na passagem do Evangelho segundo São João, na qual Jesus afirma: “O Espírito Santo, que o Pai mandará em meu nome, ele lhes ensinará toda coisa, e lhes

recordará tudo o que eu lhes disse” (14,26). Francisco recordou que esse dom do conhecimento que vem do Espírito não é intelectual ou acadêmico, mas um conhecimento por meio da fé e da vida. “No grande caminho da vida, o Espírito

nos ensina de onde partir, quais caminhos tomar, como caminhar”, refletiu. A estrada da vida deve ser feita “a partir do Espírito, ou com o Espírito, ou por meio do Espírito”, disse. Esse mesmo Espírito é “consolador, é Espírito de cura, é o Espírito de ressurreição, e pode transformar as feridas que te ardem por dentro”. De maneira inspirada, o Papa afirmou que a cura do Espírito ocorre por meio de um reordenamento, “ensinando-nos a acolher a nós mesmos, a perdoar a nós mesmos, a nos reconciliar com o passado, a partir de novo”. Nesse sentido, “discernir” é “escutar a voz do Espírito”, que fala por meio da vida, declarou o Pontífice, “aqui e agora”. Quando se fala de discernimento, não se trata de uma reflexão teórica ou abstrata, mas de apresentar a vida concreta ao Espírito, que “nos leva a amar em modo concreto, não ideal”, mas “na transparência, na simplicidade”, completou o Santo Padre.

Praedicate Evangelium: entra em vigor a reforma da Cúria Romana As mudanças na organização da Cúria Romana, cuja principal missão é ajudar o Papa a governar a Igreja, entraram em vigor no Domingo de Pentecostes, 5. A data havia sido anunciada na constituição apostólica Praedicate Evangelium (“Preguem o Evangelho”), assinada pelo Papa Francisco em 19 de março, dia de São José e 9° aniversário do seu ministério petrino. Desde a renúncia do Papa Bento XVI, em 2013, a necessidade de atualizar algumas estruturas da Cúria Romana já vinha sendo discutida. A pedido dos cardeais, após sua eleição, o Papa Francisco instaurou um grupo de estudo e consulta sobre o tema. A nova constituição, publicada nove anos depois, é o resultado desse processo.

Praedicate Evangelium atribui uma ênfase maior no espírito missionário da Cúria Romana, ou seja, deixa claro que a Cúria não é apenas um conjunto de departamentos administrativos do Vaticano, mas o lubrificante para a colaboração de todos os membros da Igreja e para a ação do Espírito Santo – nas palavras do Papa Francisco. A reforma dá prioridade à “evangelização”, seja no primeiro anúncio do Evangelho, seja na revitalização de igrejas antigas. A “nova” Cúria também deve funcionar como instrumento vivo de apoio às conferências episcopais e às igrejas orientais, “recolhendo e elaborando a presença da Igreja no mundo”, conforme a Praedicate. Francisco espera que

ela seja verdadeira “expressão da catolicidade”, da universalidade da Igreja. Espera-se, nos próximos meses, que o Papa faça algumas nomeações para cargos nos dicastérios da Cúria, como, por exemplo, no Dicastério para a Cultura e a Educação, resultante da unificação de dois segmentos. Um dos nomes cogitados para o cargo de Prefeito é o do Cardeal José Tolentino de Mendonça, atualmente arquivista e bibliotecário. Recentemente, o Papa confirmou nos cargos de Prefeito e Secretária do Dicastério para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral, o Cardeal Michael Czerny e a Irmã Alessandra Smerilli, espectivamente. Também já houve nomeações em cargos do se-

gundo escalão no Dicastério para a Doutrina da Fé, para o qual se espera a nomeação de um novo Prefeito – o nome mais cotado é o de Dom Charles Scicluna. Também se aguarda um novo Prefeito no Dicastério para os Bispos. Outra novidade é a mudança no nome da Secretaria Geral do Sínodo dos Bispos, que passa a se chamar somente “Secretaria Geral do Sínodo”. De acordo com o Cardeal Mario Grech, Secretário-geral, essa mudança dá uma visão mais abrangente da sinodalidade que, embora seja um exercício de comunhão e colegialidade entre os bispos, inclui também todos os outros fiéis batizados, convidados a participar ativamente da vida eclesial. (FD)


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Papa nomeia brasileiros como membros do Dicastério para o Culto Divino Fotos: Arquivo pessoal

REDAÇÃO

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O Papa Francisco nomeou, no dia 1º, novos membros para o Dicastério para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos. Entre os escolhidos estão quatro bispos brasileiros (apresentados na seguinte ordem na imagem ao lado): o Cardeal Orani João Tempesta, Arcebispo do Rio de Janeiro; Dom Ilson de Jesus Montanari, Secretário da Congregação para os Bispos, no Vaticano; Dom Jaime Spengler, Arcebispo de Porto Alegre (RS); e Dom Edmar Peron, Bispo de Paranaguá (PR) e Presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Liturgia da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). Com a promulgação da nova constituição apostólica sobre a Cúria Romana Praedicate Evangelium, que entrou em vigor no domingo, 5 (leia mais na página 17), a até então Congregação para o Culto Divino e a Dis-

ciplina dos Sacramentos passou a se chamar Dicastério para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos. Segundo esse documento, é dever do Dicastério providenciar a redação ou revisão e atualização das edições típicas dos livros litúrgicos, confirmar as traduções dos livros litúrgicos nas línguas

atuais e dar o reconhecimento de suas adequadas adaptações às culturas locais, entre outras atribuições. Além disso, o Dicastério auxilia os bispos diocesanos e as conferências episcopais a promover, com meios eficazes e adequados, a ação pastoral litúrgica, “em particular no que diz respeito

à celebração da Eucaristia e dos demais sacramentos e atos litúrgicos, para que os fiéis participem cada vez mais dela ativamente”. Como membros desse Dicastério, os bispos nomeados são convocados para as assembleias ordinárias e, quando necessário, para eventos extraordinários.

CNBB e PUC-Rio realizam seminário sobre Acordo Brasil-Santa Sé Luciney Martins/O SÃO PAULO

FERNANDO GERONAZZO ESPECIAL PARA O SÃO PAULO

A Comissão Episcopal para o Acordo Brasil-Santa Sé da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), em parceria com a Faculdade Eclesiástica de Teologia da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio), promove, até o dia 8, o “Seminário Acordo Brasil-Santa Sé”. A formação realizada na modalidade on-line faz parte da série de iniciativas voltadas para o conhecimento e implementação do acordo bilateral firmado em 2008 entre o Estado brasileiro e a Santa Sé, dando amparo aos direitos essenciais ao desenvolvimento da missão da Igreja no Brasil. A abertura do seminário, na segunda-feira, 6, contou com a participação do Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo de São Paulo e Presidente da Comissão Episcopal para o Acordo Brasil-Santa Sé; do Cardeal Orani João Tempesta, Arcebispo do Rio de Janeiro; e de Dom Walmor Oliveira de Azevedo, Arcebispo de Belo Horizonte (MG) e Presidente da CNBB.

HISTÓRICO

Dom Odilo enfatizou que, para compreender o atual Acordo, é preciso recordar a história das relações entre a Igreja e o Estado no Brasil. Com a chegada dos europeus à América, a Igreja estabeleceu tratados com Portugal e Espanha, nações governadas por reis católicos, confiando-lhes a responsabilidade pela promoção das missões e o sustento da Igreja nessas regiões. Por isso, no Brasil, desde o período colonial, existia um tratado entre a Igreja

de religiosa, reconhece à Igreja Católica o direito de desempenhar a sua missão apostólica, garantindo o exercício público de suas atividades, observando o ordenamento jurídico brasileiro”.

DIREITOS RECONHECIDOS

e o Estado, chamado de padroado, que também foi mantido durante a fase imperial (após a independência) do País até a Proclamação da República. Tais tratados, observou Dom Odilo, traziam algumas desvantagens e limites para a instituição religiosa. “Durante o Império, a Igreja não se desenvolveu no Brasil. Chegamos à Proclamação da República com apenas 12 dioceses neste imenso País”, afirmou o Cardeal Scherer, acrescentando que, por mais impactante que tenha sido o rompimento entre o Estado e a Igreja com o advento da República, considera-se como positiva a autonomia das instituições quando o princípio de laicidade do Estado é bem compreendido. Nessa época, o governo provisório da República estabeleceu que as instituições da Igreja deveriam ser reconhecidas por meio de um ato declaratório de seu responsável, no caso, o bispo ou superior religioso. Tal medida perdurou até 2008, com a assinatura do Acordo Brasil-Santa Sé. Antes disso, foram várias as tentativas de estabelecer um acordo que for-

malizasse o reconhecimento jurídico da Igreja Católica, mas sem sucesso.

IMPLEMENTAÇÃO

Dom Odilo salientou que, embora o Acordo já seja lei sancionada, sua implementação não depende apenas do Estado; ao contrário, compete à Igreja. “Para isso, é necessário conhecê-lo, fazê-lo valer e, por isso mesmo, divulgá-lo, sobretudo àqueles que respondem juridicamente pelas dioceses e organizações religiosas”, disse, acrescentando que o Acordo precisa ser conhecido também nas instâncias públicas e jurídicas que, muitas vezes, por falta de informação sobre sua existência, dificultam procedimentos e direitos já previstos pela lei. Hugo Cysneiros Oliveira, assessor jurídico de diversas instituições eclesiásticas, entre as quais a Nunciatura Apostólica no Brasil e a CNBB, e membro da comissão de implementação do Acordo, mencionou o artigo 2º da legislação, que diz: “A República Federativa do Brasil, com fundamento no direito de liberda-

Ao comentar esse artigo, o advogado sublinhou que o Estado Brasileiro não concede um privilégio à Igreja para desempenhar sua missão apostólica no País, mas “reconhece um direito” já existente, uma vez que a liberdade religiosa é um fundamento do Estado brasileiro. Nesse sentido, Cysneiros explicou que tal direito de desempenho da missão apostólica da Igreja se materializa quando ela exerce “a prerrogativa e não o privilégio”, das imunidades e isenções tributárias; pela não caracterização do vínculo empregatício entre seus ministros e religiosos; pela liberdade de manifestação pública de suas liturgias; quando exerce o direito e o dever de prestar assistência religiosa aos internos em estabelecimentos prisionais ou hospitalares; quando oferece ensino religioso católico de matrícula facultativa nas instituições públicas; quando se empenha pela proteção do patrimônio artístico e histórico, entre outras ações. A esse respeito, o Cardeal Scherer reforçou que, ao firmar um acordo dessa natureza, a Igreja não pede favores ou exceções ao Estado, pois o que consta no Acordo está em plena sintonia com o que já está estabelecido em diversas leis do ordenamento jurídico brasileiro e na própria Constituição federal. “Tenhamos coragem, lucidez e boa assessoria para fazer implementar e valer o Acordo Brasil-Santa Sé”, concluiu.


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| 8 a 14 de junho de 2022 | Geral/Fé e Vida | 19

Sagrado Coração de Jesus: a festa do amor de Deus em Cristo Luciney Martins/O SÃO PAULO

FERNANDO ARTHUR

ESPECIAL PARA O SÃO PAULO

Na segunda sexta-feira após a Solenidade de Corpus Christi, a Igreja no mundo todo celebra a Solenidade do Sagrado Coração de Jesus, que neste ano será em 24 de junho. Encerrando as grandes festas da Igreja (Páscoa, Ascensão, Pentecostes, Santíssima Trindade e Corpus Christi), a liturgia convida os católicos a contemplarem o Coração de Jesus. Essa devoção tem seu alicerce nas Escrituras, na qual São João chama a atenção para o Coração de Cristo, na passagem ocorrida após a morte de Jesus: “Um dos soldados abriu-lhe o lado com a lança, e logo correram sangue e água” (Jo 19,34); e outra passagem que diz: “Um dos discípulos, a quem Jesus amava, estava à mesa reclinado ao peito de Jesus” (Jo 13,23). Sobre esta cena, Santo Agostinho comentou que, ao se recostar sobre Jesus, João bebeu os “segredos sublimes das profundidades mais íntimas do Coração de Nosso Senhor”. Ao longo dos séculos, muitos santos tiveram experiências relacionadas ao Coração de Jesus, como São Bernardo, São Boaventura e Santa Catarina de Sena. Já no século XVII, a devoção ao Sagrado Coração destacou-se com a fundação da Ordem da Visitação, por São Francisco de Sales, que ressaltou a devoção ao “Coração do Redentor” e se referia às religiosas da ordem como “Filhas do Coração de Jesus”. Uma das jovens religiosas da Ordem da Visitação foi responsável pela maior propagação do culto ao Coração de Jesus: Santa Margarida Maria Alacoque, que teve como missão dar impulso e difusão universal a esta devoção, que na época não era muito conhecida. O Papa Pio XII, em sua carta encíclica Haurietis aquas, ressalta que Santa Margarida “merece um lugar especial, pois, com a ajuda do seu diretor espiritual, Padre Cláudio de la Colombière, e com seu zelo ardente, conseguiu que o culto ao Sagrado Coração de Jesus adquirisse grande desenvolvimento e, revestido das características do amor e da reparação, se distinguisse das demais formas da piedade cristã”. Santa Margarida teve revelações particulares de Jesus Cristo. Na maioria das vezes, o Coração de Jesus se manifestava a ela como sol ou fornalha. A mais conhecida das aparições, ocorreu em 1675, quando Jesus pediu a Santa Margarida que fosse estabelecida uma festa para honrar seu coração. “Eis este Coração que tanto amou os homens. Por isso, te peço que a primeira sexta-feira depois da oitava do Corpo de Deus seja dedicada a uma festa

Liturgia e Vida SOLENIDADE DA SANTÍSSIMA TRINDADE 12 DE JUNHO DE 2022

Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo! PADRE JOÃO BECHARA VENTURA

especial para honrar meu Coração, comungando neste dia.” Por meio das visões de Santa Margarida Maria, Jesus fez diversas promessas em favor dos que honrarem o Divino Coração. As promessas foram resumidas em poucos parágrafos e difundidas em todo o mundo: 1. Darei aos devotos do meu Coração todas as graças necessárias a seu estado de vida. 2. Estabelecerei e farei reinar a paz em suas famílias. 3. Serão por mim consolados em todas as suas aflições. 4. Serei para eles refúgio seguro durante a vida e, de modo especial, na hora da morte. 5. Lançarei bênçãos abundantes sobre todos os seus trabalhos e empreendimentos. 6. Os pecadores encontrarão em meu Coração uma fonte inesgotável de misericórdia. 7. As almas tíbias tornar-se-ão fervorosas pela prática desta devoção. 8. As almas fervorosas subirão em pouco tempo a uma alta perfeição. 9. Minha bênção descerá sobre as casas em que estiver exposta e for honrada a imagem do meu Coração. 10. Darei aos sacerdotes que praticarem especialmente esta devoção o poder de tocar os corações mais endurecidos. 11. As pessoas que propagarem essa devoção terão seus nomes inscritos para sempre em meu Coração, e jamais serão apagados.

12. A todos os que comungarem nas primeiras sextas-feiras de nove meses consecutivos darei a graça da penitência final e da salvação eterna. Esta última, chamada de “grande promessa” deu início à prática das primeiras sextas-feiras de cada mês.

A DEVOÇÃO PELO MUNDO

Em 1856, o Papa Pio IX proclamou a festa do Sagrado Coração de Jesus a toda a Igreja. Já em 1899, o Papa Leão XIII consagrou o mundo ao Sagrado Coração de Jesus, motivado pelo testemunho de Santa Maria do Divino Coração, que também recebeu revelações do Divino Coração. O Apostolado da Oração é, ainda hoje, um dos grandes movimentos da devoção ao Sagrado Coração de Jesus. Fundada pelo Padre Francisco Xavier Gautrelet, em 1844, na França, a associação de fiéis tem como missão servir ao Coração de Jesus e divulgar a devoção ao mundo. No Brasil, o Apostolado da Oração chegou por meio dos Padres Bento Schembri, que fundou o primeiro centro do Apostolado, em Recife (PE); e Bartolomeu Tadei, que iniciou o centro em Itu, interior de São Paulo. Este último é considerado o fundador e propagador no Brasil. Em 2021, o Papa Francisco afirmou que o coração humano e divino de Jesus é a “fonte de onde sempre podemos haurir a misericórdia, o perdão, a ternura de Deus”. (Texto escrito sob a supervisão de Fernando Geronazzo)

Deus é grande! E nossa grandeza é proporcional à união que estabelecemos com Ele. Para sermos “grandes”, é preciso nos tornarmos seus filhos “pequeninos”. Nossa “glória” está em adorá-lo; nossa “liberdade”, em obedecê-lo; nossa “exaltação”, em nos ajoelharmos diante Dele. Os pássaros bendizem a Deus voando e cantando; as abelhas o louvam polinizando as plantas e produzindo mel… Aos seres humanos, porém, compete algo bem maior do que aos irracionais! Existimos para conhecer, amar e servir livremente o Criador, pois temos uma alma feita à sua imagem. Além disso, assumindo nossa natureza, o Filho de Deus elevou-nos ainda mais. O fundamento da existência e da dignidade humana está na glorificação de Deus Pai e Criador. Por isso, o Senhor Jesus nos ensina a orar dizendo, antes de tudo: “Pai, santificado seja o vosso Nome” (Mt 6,9). “Santificar” é louvar, bendizer, agradecer e propagar continuamente o Nome do Senhor. “Nele vivemos, nos movemos e existimos” (At 17,28); portanto, desprezando-o, o homem degrada sua própria existência. O nosso nada precisa de sua glória; nossa mortalidade, de sua eternidade; nossa miséria, de sua santidade. Para que o santifiquemos perfeitamente, Deus falou muitas vezes pelos profetas e, na plenitude dos tempos, fez-se homem. O Deus-Homem, Jesus Cristo, revelou-nos o mistério da intimidade divina: Deus é Pai e Filho e Espírito Santo. Há um só Deus em três Pessoas realmente iguais e distintas. O Pai é a fonte e origem; o Filho é a sabedoria que se fez homem; o Espírito Santo é o amor que procede do Pai e do Filho. As três Pessoas não se confundem, pois estabelecem entre si relações distintas; mas ao mesmo tempo não se separam, já que são uma única substância divina. Deus é uma perfeita comunhão de Amor que transborda para suas pequenas criaturas e convida-as a participar da sua vida. O Antigo Testamento fala do “Espírito do Senhor” e da “Sabedoria” divina personificada. Mas, com a vinda do Filho, a Santíssima Trindade se manifestou de modo sensível no Batismo e na Transfiguração de Jesus. E o Senhor mesmo falou repetidamente sobre sua relação filial com o Pai e sobre o Espírito Santo que comunicaria a vida da graça aos fiéis. Estabeleceu como missão da Igreja “fazer discípulos pelo mundo inteiro e batizar em Nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo” (Mt 28,19). Ao festejar a Santíssima Trindade, reavivamos o desejo de orar distintamente a cada uma das Pessoas divinas, estabelecendo intimidade com o Pai, com o Filho e com o Espírito Santo. Adoramos profundamente o Deus uno e trino, maravilhados porque, por meio da graça santificante, Ele veio habitar nossas almas. E fazemos o propósito de que toda a nossa vida – escolhas, trabalhos, família, descanso, orações – seja um contínuo hino de louvor ao único Deus que nos criou, redimiu e santifica. Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo, assim como era no princípio, agora e sempre e por todos os séculos dos séculos. Amém!


20 | Reportagem | 8 a 14 de junho de 2022 |

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‘Jovens, abram-se ao Espírito Santo e não tenham medo de testemunhá-lo’ Luciney Martins/O SÃO PAULO

CARDEAL SCHERER PRESIDIU A SOLENIDADE DE PENTECOSTES NA CATEDRAL DA SÉ, EM MISSA COM A PARTICIPAÇÃO DE CRISMANDOS E CATEQUISTAS ROSEANE WELTER

ESPECIAL PARA O SÃO PAULO

Na tarde do domingo, 5, o Cardeal Odilo Pedro Scherer presidiu a missa da Solenidade de Pentecostes na Catedral da Sé. Concelebraram alguns dos bispos auxiliares e sacerdotes, e houve a participação de religiosos, membros do Setor Juventude da Arquidiocese, catequistas, adolescentes e jovens crismandos, vindos das seis regiões episcopais. No início da celebração, Dom Odilo saudou a todos os crismandos e manifestou sua alegria em, após dois anos de pandemia, retomar a celebração no formato presencial. “É bom estarmos reunidos como Igreja jovem da nossa Arquidiocese. Vocês se preparam para receber o sacramento da Crisma, o grande dom de Deus em suas vidas, o Espírito Santo para testemunhar a fé”, enfatizou o Arcebispo. A Sequência de Pentecostes foi entoada após a proclamação do salmo e das duas leituras do dia.

AÇÃO DO ESPÍRITO

Na homilia, Dom Odilo afirmou que a Solenidade de Pentecostes recorda o início da Igreja, mediante a vinda do Espírito Santo, prometido por Jesus aos apóstolos e que continua a agir e renovar a Igreja. O Arcebispo lembrou que após a vinda do Espírito Santo, os apóstolos, que antes estavam com medo, passaram a testemunhar publicamente o Evangelho de Jesus. “O Espírito Santo concedeu aos apóstolos e à Igreja uma força renovadora, coragem e destemor, sabedoria e o discernimento para compreender a verdade do Evangelho”, disse o Arcebispo, convidando os jovens crismandos a também se deixarem tocar pelo Espírito Santo e se colocarem em missão na Igreja. “O Espírito concede seus dons aos membros da Igreja, para que de muitas maneiras cada um possa contribuir na sua edificação e no cumprimento de sua missão. Jovens, abram-se ao Espírito Santo e não tenham medo de testemunhá-lo. Permaneçam firmes na missão da Igreja, em suas comunidades e paróquias após o sacramento da Crisma”, pontuou. Dom Odilo enfatizou que o Espírito Santo é o grande Dom de Deus, é o “Defensor contra o mal, o Consolador nas tristezas e aflições, o Mestre que ensina os ensinamentos de Deus, a Luz que nos guia, a Força que encoraja, o Guia que dá

Jovens crismandos e catequistas participam da missa na Solenidade de Pentecostes na Catedral da Sé, presidida por Dom Odilo, no domingo, 5

perseverança”, detalhou, pedindo “que o Espírito Santo promova a conversão de nossos corações e das nossas vidas e nos leve a realizar a obra de Cristo e do Evangelho com muita coragem, ardor e frutos abundantes”, afirmou. Na conclusão da homilia, o Arcebispo pediu “que o Espírito Santo renove a Igreja em nossa Arquidiocese, para vivermos com fé, esperança e a caridade de forma intensa e profunda. Que Ele afaste de nós todo o medo e cansaço e nos torne fiéis discípulos missionários de Jesus”, afirmou, pedindo a intercessão da Virgem Maria e do Apóstolo São Paulo para o sínodo arquidiocesano em andamento.

IMPULSIONADOS PELO ESPÍRITO

“Este é um momento para aprofundar nossa fé como Igreja em saída – após uma pandemia. Sair da nossa paróquia e encontrar outros jovens na mesma caminhada e com o mesmo ideal é gratificante, estar juntos é fruto do Espírito Santo que nos une e nos impulsiona para

a missão”, disse Agatha Maria Silva de Oliveira, 19, coordenadora de catequese e catequista na Paróquia Espírito Santo, na Região Episcopal Brasilândia. Emilly Sabino Rosa, 14, é crismanda na Paróquia São Marcos Evangelista, no bairro Jardim Peri, Região Episcopal Santana. “Eu acolho, diariamente, como cristã, os dons do Espírito Santo, assimcomo os apóstolos – sinto a força do Espírito que me impulsiona em minha caminhada de fé”, disse, destacando que “o sopro do Espírito suscita vocações e a perseverança aos membros da Igreja, mesmo diante das adversidades”. Anderson Marques da Silva, 40, foi crismado em 29 de maio. “Sou fruto do sopro do Espírito. Em 2020, durante a pandemia, minha família e eu buscamos a Deus na Igreja Católica e, desde então, o Paráclito tem conduzido nossas vidas na missão”, disse ele, que pertence à Paróquia Nossa Senhora Mãe de Jesus, na Região Episcopal Ipiranga.

CONCLUSÃO DO TEMPO PASCAL

Após a comunhão, o Arcebispo realizou o rito para apagar o Círio Pascal, simbolizando a conclusão do tempo pascal. “O Círio Pascal lembra Jesus Cristo ressuscitado e presente no meio de nós. O Círio é apagado, e somos nós que agora devemos ser a luz, pois Cristo quer continuar a ser luz, a iluminar o mundo”, disse. Na conclusão da celebração, Dom Ângelo Ademir Mezzari, RCJ, Bispo Auxiliar da Arquidiocese na Região Episcopal Ipiranga e referencial da Pastoral Vocacional, deixou uma mensagem aos jovens: “Neste dia, queremos, também, pedir a graça do Espírito pelas vocações. Jovem, que tal ser um sacerdote, um religioso ou religiosa? Não silencie a voz do Espírito, não tenhamos medo de seguir a Jesus e testemunhá-lo, consagrando a vida em um carisma ou congregação”, disse. Por fim, o Cardeal convidou todos para rezarem a oração pelas vocações. Divulgação


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