O SÃO PAULO - 3100

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Semanário da Arquidiocese de São Paulo ano 61 | Edição 3100 | 4 a 10 de maio de 2016

R$ 1,50

www.arquisp.org.br Luciney Martins/O SÃO PAULO

Aprendizados da gestação aos primeiros meses do bebê

Dom Odilo Scherer: a comunicação a serviço da verdade, do bem e da justiça

Três mulheres e três histórias de muito carinho. Em comemoração ao Dia das Mães, O SÃO PAULO apresenta o que Nayá Fernandes, com seu bebê, Francesco, e as grávidas Rejane Guimarães e Juliana Leal têm aprendido como “mães de primeira viagem”.

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Editorial

Página 16

Arquidiocese vai à casa da Mãe da Misericórdia “‘Dá-nos a bênção, ó Mãe querida’! Em suas mãos, depositamos os votos e homenagens de todos os seus filhos que vivem nesta Metrópole imensa”, disse o Cardeal Scherer, na 115ª Romaria Arquidiocesana à Aparecida, no domingo, dia 1º, quando a Arquidiocese recebeu as imagens peregrinas da Padroeira do Brasil.

Páginas 14,15, 23, 24, 26 e 27

Gesto concreto da CFE 2016: acesso de comunidades carentes ao saneamento básico Em reunião na Cúria Metropolitana, no dia 27, representantes da Sabesp e das dioceses da Província Eclesiástica de São Paulo acertaram detalhes de uma parceria que visa facilitar a regularização do abastecimento de água e do serviço de esgoto em comunidades carentes do Estado de São Paulo. Página 12

Encontro com o Pastor

Luciney Martins/O SÃO PAULO

Ser mãe: Sabedoria de Deus expressa em generosidade e doação Página 2

Espiritualidade Dom Devair: é preciso fazer a diferença e não ser indiferente no cotidiano Página 5

Fé e Cidadania Cresce o número de desempregados jovens em todo Brasil Página 5

Opinião

Dom Odilo preside missa no Santuário Nacional na 115ª Romaria Arquidiocesana a Aparecida

Ivanaldo Santos: ‘Igreja é convocada a estabelecer a cultura da fraternidade’

Segurança e infraestrutura aos peregrinos são desafios às vésperas da JMJ de Cracóvia Comportamento A três meses da Jornada Mundial da Juventude, em Cracóvia, autoridades polonesas concentram esforços para que encontro

dos peregrinos com o Papa, em julho, aconteça sem problemas de segurança e de infraestrutura. Página 19

Página 2

Trabalhar em casa é tão importante quanto fora do lar Página 6

Rezar pelos vivos e mortos é uma expressão da fé e uma obra de misericórdia recomendada pela Igreja

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Com a Palavra Dom João Bosco fala sobre a Exortação Amoris laetitia Página 13


2 | Ponto de Vista |

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Editorial

Maternidade, sabedoria infinita de Deus

S

er mãe: grande dom e desafio, enorme gesto de generosidade e doação; realização amorosa, alegre e sofrida; crescimento árduo, possibilidade de ensinar sendo, de fato, a maior aprendiz; experimentar a descoberta de um amor antes não imaginado, de encontrar com alguém que, de repente, se torna único e insubstituível para sempre. Maternidade: acima de tudo, enorme gesto de sabedoria e delicadeza de Deus. Sendo criador e onipotente, presenteou as mulheres com o dom da maternidade. Fez delas partícipes do mistério da criação: gerar a vida, sentir o corpo se transformando e formando um novo ser, alguém sonhado e pensado por Deus e que passa a ser sonhado e pensado também por uma mulher. Experiência milagrosa perceber que de um corpo humano em transformação surge uma nova vida: movimentos vão sendo sentidos, alegrias e desconfortos vão sendo

experimentados, preocupações e projetos vão surgindo e, num determinado momento, aí está - se torna visível aquele que não existia e que agora mudará a história da mãe, da família e da sociedade. Por vezes, esses pequenos mudarão a vida daquelas que não os geraram em seus corpos, mas sim em seus corações. A maternidade é um dom tão grande e generoso que transcende a geração material e possibilita que as que por algum motivo estão impedidas de gerar fisicamente, o façam emocionalmente. Amor e alegria que transbordam e não são passíveis de explicações racionais. Responsabilidade e compromisso proporcionais: amar esse pequeno ser como é, com as características, dons e limitações que tiver. Envolvimento eterno com a formação deste que lhe foi confiado, lutando para que seja alguém de bem. Que sendo amado, aprenda a amar; que sendo acolhido, aprenda a acolher; que sendo cuidado, aprenda a

cuidar; que compreenda a grandeza de fazer a diferença onde estiver. Trabalho árduo que exige empenho e tempo. Exige enfrentar sofrimentos, suportar dores, cansaço e desgastes. “Hoje reconhecemos como plenamente legítimo, e até desejável, que as mulheres queiram estudar, trabalhar, desenvolver as suas capacidades e ter objetivos pessoais. Mas, ao mesmo tempo, não podemos ignorar a necessidade que as crianças têm da presença materna, especialmente nos primeiros meses de vida (...) O enfraquecimento da presença materna, com as suas qualidades femininas, é um risco grave para a nossa terra. Aprecio o feminismo, quando não pretende a uniformidade nem a negação da maternidade. As suas capacidades especificamente femininas – em particular a maternidade – conferem-lhe também deveres, já que o seu ser mulher implica também uma missão peculiar nesta terra, que a sociedade deve proteger e

preservar para bem de todos”, diz o Papa Francisco em sua Exortação Apostólica Amoris laetitia. Ele afirma que “uma sociedade sem mães seria uma sociedade desumana, porque as mães sabem testemunhar sempre, mesmo nos piores momentos, a ternura, a dedicação, a força moral”. Assumir essa missão exige coragem de escolher os filhos como prioridade e renunciar ao que for preciso. Coragem de abrir mão do que não for essencial, de fazer escolhas, de “perder”. Perder para ganhar abundante e infinitamente mais. Ganhar a graça e a oportunidade de viver a grandeza de um amor inédito, a possibilidade de contribuir efetiva e solidamente para uma sociedade equilibrada, ganhar a enorme alegria e realização de ver filhos bem formados, realmente preparados para vida, de deixar no mundo o testemunho de uma família verdadeiramente feliz. Parabéns a todas as mães.

Opinião

Corrupção x Fraternidade Arte: Sergio Ricciuto Conte

Ivanaldo Santos Em um recente relatório, a ONU apontou a corrupção como um dos maiores fatores que causam o subdesenvolvimento e toda forma de problema social. Os países mais afetados por esse grande problema são os países do terceiro mundo, incluindo o Brasil. Paralelo ao relatório da ONU, atualmente vemos no Brasil um raro momento de consciência cívica e de combate à corrupção. Um momento carregado de dúvidas, de angústias e de protestos nas ruas. De um lado, existem grupos que afirmam que o Brasil sempre foi corrupto, que a corrupção é uma instituição nacional e que, por isso, nada mudará. Do outro lado, existem cidadãos que desejam, de fato, mudar o País, torná-lo mais fraterno. São pessoas que lutam por melhores condições de existência. O Papa Francisco tem feito reiterados pronunciamentos condenando a corrupção. Por exemplo, na Bula Misericordiae Vultus, na qual ele convoca o Ano Santo extraordinário da Misericórdia, no parágrafo nº 39, ele afirma: “A corrupção impede de olhar para o futuro com esperança, porque, com a

sua prepotência e avidez, destrói os projetos dos fracos e esmaga os mais pobres. É um mal que se esconde nos gestos diários para se estender depois aos escândalos públicos. A corrupção é uma contumácia no pecado, que pretende substituir Deus com a ilusão do dinheiro como forma de poder. É uma obra das trevas,

alimentada pela suspeita e a intriga”. Já na homilia de 4 de junho de 2013, ele esclarece que “São Pedro foi pecador, mas não corrupto, ao passo que Judas, de pecador avarento, acabou na corrupção. Que o Senhor nos livre de escorregar nesse caminho da corrupção. Pecadores sim, corruptos, não”.

O cristão precisa compreender que a corrupção é um pecado que “clama a Deus” (Salmo 57,2) e “clama por justiça” (Deuteronômio 33,19). Por isso, um cristão não pode estar envolvido em casos e escândalos de corrupção. Atualmente, muitos grupos clamam para que sejam criadas novas e duras leis anticorrupção. Um clamor justo. No entanto, deve-se ter consciência que apenas a criação de leis não resolverá o crônico problema da corrupção no Brasil. Dentro desse quadro, a Igreja é convocada a estabelecer uma cultura da fraternidade, uma cultura que não seja meramente emocional e populista, mas que esteja voltada para o outro, para o mais próximo. A cultura da fraternidade visa retirar o homem do egoísmo e, por isso, afastá-lo da corrupção. Tal cultura mergulha o ser humano na dimensão da genuína preocupação com as reais necessidades do outro, da comunidade e da pessoa humana. Por isso, além da criação de novas leis, para se combater a corrupção é necessário ensinar o cidadão a ser fraterno. Ivanaldo Santos é doutor em filosofia e professor do Departamento de Filosofia e do Programa de Pós-Graduação em Letras da UERN

As opiniões expressas na seção “Opinião” são de responsabilidade do autor e não refletem, necessariamente, os posicionamentos editorais do jornal O SÃO PAULO.

Semanário da Arquidiocese de São Paulo

Mantido pela Fundação Metropolitana Paulista • Publicação Semanal • www.osaopaulo.org.br • Diretor Responsável e Editor: Padre Michelino Roberto • Redator chefe: Daniel Gomes • Reportagem: Cônego Antônio Aparecido Pereira, Edcarlos Bispo, Filipe David, Nayá Fernandes e Renata Moraes • Institucional: Rafael Alberto e Fernando Geronazzo • Fotografia: Luciney Martins • Administração: Maria das Graças Silva (Cássia) • Secretaria de Redação: Djeny Amanda • Assinaturas: Ariane Vital • Diagramação: Jovenal Alves Pereira • Edição Gráfica: Ana Lúcia Comolatti • Revisão: Maria Aparecida Ferreira • Impressão: S.A. O ESTADO DE S. PAULO • Redação e Administração: Av. Higienópolis, 890 - Higienópolis - 01238-000 • São Paulo - SP - Brasil • Fones: (11) 3660-3700 e 3760-3723 - Telefax: (11) 3666-9660 • Internet: www.osaopaulo.org.br • Correio eletrônico: redacao@osaopaulo.org.br • adm@osaopaulo.org.br (administração) • assinaturas@osaopaulo.org.br (assinaturas) • Números atrasados: R$ 1,50 • Assinaturas: R$ 45 (semestral) • R$ 78 (anual) • As cartas devem ser enviadas para a avenida Higienópolis, 890 - sala 19. Ou por e-mail • A Redação se reserva o direito de condensar e de não publicar as cartas sem assinatura • O conteúdo das reportagens, artigos e agendas publicados nas páginas das regiões episcopais é de responsabilidade de seus autores e das equipes de comunicação regionais.


www.arquisp.org.br | 4 a 10 de maio de 2016

cardeal odilo pedro scherer Arcebispo metropolitano de São Paulo

O

s modernos meios de comunicação abriram enormes possibilidades de relação entre as pessoas. Se, no passado, havia poucos formadores de opinião pública, podemos dizer que, no presente, com o celular conectado à internet à mão, cada usuário tornou-se um comunicador e formador de opinião. Essa democratização da comunicação tem seu lado bom, pois amplia a percepção da realidade. Ao mesmo tempo, porém, isso requer um senso crítico mais apurado: na maioria das vezes, não se conhece quem está comunicando e não se consegue saber quem está por trás de um texto que circula nas mídias sociais. A comunicação pode perder seu sentido e tornar-se risco quando ela não está a serviço da verdade, do bem e da justiça. Dá para levar a sério afirmações sem autor identificável, com a clara intenção de ferir, caluniar, desmoralizar pessoas ou espalhar discórdia na convivência? Nos Atos dos Apóstolos, lemos sobre o motivo da assembleia dos apóstolos, também conhecida como “Concílio Apostólico” (cf. At 15). Alguns pregadores levaram desorientação e incerteza à comunidade cristã de Antioquia, afirmando que os cristãos vindos do paganismo deviam passar, antes, pelas observâncias da Lei Mosaica, no Judaísmo; que a fé em Cristo e o batismo cristão não bastavam para a salvação. Paulo e Barnabé travaram intensa discussão com esses “comunicadores”, que semeavam confusão na comunidade.

Eles não foram enviados por nós Depois, resolveram levar a questão ao discernimento e à decisão dos demais apóstolos e anciãos da comunidade-mãe de Jerusalém; buscaram um critério de verdade e de orientação segura; após a reunião, a decisão é levada à comunidade de Antioquia. A comunicação vai e vem, a serviço da verdade e da paz. O informe dos Apóstolos, no Concílio Apostólico, é confiado a pessoas de segura idoneidade e fidelidade: (“resolveram escolher alguns da comunidade para mandá-los a Antioquia com Paulo e Barnabé. Escolheram Judas, chamado Bársabas, e Silas, que eram muito respeitados pelos irmãos”). Contaram com pessoas dignas de crédito, capazes de serem referência para fazer opinião pública segura. O comunicado dos apóstolos traz uma introdução: “ficamos sabendo que alguns dos nossos causaram perturbações com palavras que transtornaram o vosso espírito. Eles não foram enviados por nós”. Na comunidade cristã, há os que têm o carisma de conduzir a Igreja na verdade e de anunciar a doutrina da Igreja com credibilidade. A comunicação da verdade do Evangelho precisa de testemunhas idôneas e reconhecidas; do contrário, gera-se a confusão e a desorientação no meio do povo fiel. Os apóstolos informam sem meias palavras. “Eles não foram enviados por nós”. Portanto, não merecem crédito! Na Igreja Católica, a referência comum para a fé é a Sagrada Escritura e a tradição de fé da Igreja; podem surgir dúvidas sobre a interpretação dessas fontes da fé cristã. Quem esclarece as dúvidas com autoridade? Quem interpreta as fontes da fé com autenticidade, sem

deixar que se infiltrem “perturbações” ou desorientações no seio da comunidade cristã? É o Magistério da Igreja, representado pelo Papa e pelos bispos em comunhão com ele. As demais vozes precisam estar em sintonia com essas referências de interpretação segura das fontes da fé. A comunicação da decisão apostólica no Concílio de Jerusalém também tem uma introdução muito interessante: “decidimos, o Espírito Santo e nós, não vos impor nenhum fardo, além destas coisas indispensáveis” (At 15,28). Os apóstolos contam com a assistência segura do Espírito Santo, enviado por Jesus. O mesmo Espírito Santo continua a assistir a Igreja também hoje, para que ela não se engane na sua fé. Por certo, o Espírito Santo também assiste a Igreja inteira, para que ela se mantenha na verdade do Evangelho e fiel a Cristo. Contudo, o papa e os bispos, enquanto sucessores dos apóstolos, mestres e educadores do povo de Deus, contam com a especial assistência do Espírito Santo no desempenho de sua insubstituível missão. É justo e necessário que muitos anunciem o Evangelho e transmitam os ensinamentos da Igreja. No entanto, quando alguém cria desorientação no seio da comunidade, divergindo do ensinamento autêntico do Magistério da Igreja na palavra dos Concílios, do Papa, dos bispos, do Catecismo, ou quando alguém pretende ser “mais católico que o papa”, discordando até mesmo dele, o que fazer? Nesses casos, será preciso informar que tais pregadores não têm autoridade, perturbam a paz do povo fiel e não merecem crédito.

| Encontro com o Pastor | 3 Admissão de candidatos ao diaconato permanente

Simone Aparecida Martins Parpinelli

O Cardeal Odilo Pedro Scherer, arcebispo metropolitano, realizou no sábado, 30, na capela da Cúria de Santana, o rito de admissão ao estado clerical (Admissio ad Ordines) de dez candidatos ao diaconato permanente na Arquidiocese de São Paulo. São eles: Antonio Geraldo Sousa, Evangelista João de Souza, Fábio José Parpinelli, Francisco Pereira, Haroldo Macedo, Jung Hak Kim, Márcio Cesena, Maurício Luz de Lima, Paulo José de Oliveira e Ricardo Donizeti. Os candidatos já realizaram todas as etapas de estudos e discernimento durante seis anos e se preparam para a ordenação diaconal em dezembro. (Colaborou Fábio José Parpinelli)

Arcebispo de São Paulo há 9 anos Luciney Martins/O SÃO PAULO

Na sexta-feira, 29, o Cardeal Odilo Pedro Scherer, arcebispo metropolitano, recebeu cumprimentos na Cúria Metropolitana pelos nove anos de sua posse como arcebispo de São Paulo, realizada em 29 de abril de 2007, na Catedral da Sé.

Nos 10 anos do programa ‘Bom Dia Povo de Deus’ Luciney Martins/O SÃO PAULO

O Cardeal Scherer participou na sexta-feira, 29, no Mosteiro de São Bento, do evento comemorativo pelos dez anos do programa “Bom Dia Povo de Deus”, da rádio 9 de Julho, da Arquidiocese de São Paulo, apresentado pelo Cônego Antônio Aparecido Pereira (Padre Cido) e a radialista Cidinha Fernandes.

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4 | Fé e Vida |

4 a 10 de maio de 2016 | www.arquisp.org.br

Liturgia e Vida

Você Pergunta

ASCENÇÃO DO SENHOR 8 DE MAIO DE 2016

O dom da esperança ANA FLORA ANDERSON A Festa da Ascensão celebra o elo que une a Trindade. Jesus volta ao Pai e promete enviar o Santo Espírito para todos os seus seguidores. A primeira leitura (Atos dos Apóstolos 1, 1-11) faz lembrar que depois de sua Paixão e Ressurreição, Jesus permanece entre os discípulos pregando o Reino de Deus. Este é a vinda do Espírito e a vida de Deus como promessa e força para todas as gerações humanas. A segunda leitura (Efésios 1, 17-23) parece um hino de louvor ao Pai que nos oferece o precioso dom da sabedoria. Esse dom nos faz conhecer Deus profundamente e é, para nós, uma luz que leva à esperança. Aqueles que têm fé recebem de Deus um poder imenso. É este que faz possível o nosso testemunho no mundo sem termos medo das autoridades. O Pai faz de Jesus Cristo a cabeça da Igreja, que é o seu corpo. Nele, recebemos a plenitude da vida. O Evangelho de São Lucas (24, 46-53) narra o último encontro entre o Ressuscitado e seus discípulos. Eles recebem sua vocação: anunciar e testemunhar a conversão e o perdão dos pecados. Jesus promete que o Pai enviará seu Espírito para revesti-los de sua força.

Sou infeliz, guardo coisas tristes no coração. O que fazer? padre Cido Pereira osaopaulo@uol.com.br

Analari Friz, de Tatuí (SP), afirma que tem muitas coisas tristes em seu coração e isso a deixa muito confusa. Além disso, a mãe dela passou para uma igreja pentecostal. “Para as pessoas, eu pareço muito feliz, padre, sorridente, pois eu sei fingir. O que devo fazer?” Analari, que bom que você me escreveu. A primeira coisa que me veio à cabeça é que você deve ser muito sozinha, embora cercada de muita gente. Sua mãe deixou de ser sua confidente, porque passou para a Igreja Universal e mergulhou numa visão diferente da sua. Ela que deveria ser para você uma companheirona, que deveria ser sua melhor amiga, agora deve estar com cobranças que você não aceita. Primeira coisa, minha irmã:

Atos da Cúria NOMEAÇÃO E PROVISÃO DE PÁROCO Em 15 de abril de 2016, foi nomeado e provisionado Pároco da Paróquia Santo Antônio de Pádua, na Região Episcopal Lapa, Setor Pastoral Rio Pequeno, o Revmo. Pe. João Carlos Deschamps de Almeida, pelo período de 15.04.2016 a 01.01.2022. Em 15 de abril de 2016, foi nomeado e provisionado Pároco da Paróquia Santa Maria Goretti, na Região Episcopal Lapa, Setor Pastoral Butantã, o Revmo. Pe. Amado Lopes de Carvalho, pelo período de 15.04.2016 a 01.01.2022. Em 15 de abril de 2016, foi nomeado e provisionado Pároco da Paróquia Nossa Senhora Auxiliadora, na Região Episcopal Lapa, Setor Pastoral Pirituba, o Revmo. Pe. José Pedro Batista, pelo período de 15.04.2016 a 01.01.2022. NOMEAÇÃO E PROVISÃO DE VIGÁRIO PAROQUIAL Em 15 de abril de 2016, foi nomeado e provisionado Vigário Paroquial da Paróquia Santo Alberto Magno, para assumir o cuidado pastoral da Área Pastoral São João Batista, na Região Episcopal Lapa, Setor Pastoral Butantã, o Revmo. Pe. Antônio Soares. NOMEAÇÃO E PROVISÃO DE ADMINISTRADOR PAROQUIAL Em 15 de abril de 2016, foi nomeado e provisionado Administrador Paroquial

da Paróquia Santa Terezinha, na Região Episcopal Lapa, Setor Pastoral Pirituba, o Revmo. Pe. Hayang Lim Koo (Pe. Daniel). Em 25 de abril de 2016, foi nomeado e provisionado Administrador Paroquial da Paróquia Santa Cristina, na Região Episcopal Ipiranga, Setor Pastoral Cursino, o Revmo. Pe. Palmiro Carlos Paes. NOMEAÇÃO E PROVISÃO DE DIÁCONO PERMANENTE COMO ASSISTENTE PASTORAL Em 25 de abril de 2016, foi nomeado e provisionado Assistente Pastoral na Paróquia Santa Cristina, na Região Episcopal Ipiranga, Setor Pastoral Cursino, o Diácono Permanente Anivaldo Blasques, até 31 de janeiro de 2017.

respeite a decisão de sua mãe, mas peça a ela que respeite a sua de continuar vivendo a sua fé católica. Segunda coisa, Analari: é hora de você se enturmar numa linda comunidade, com os jovens da paróquia. Se lá não existir um grupo de jovens, que tal formar um? É hora também de você sair de si mesma e ir ao encontro de gente que pode ajudá-la. Converse com o seu pároco, minha irmã, ou com um padre em quem você vai confiar e para quem você vai falar das coisas que estão em seu coração. Tom Jobim tem uma linda canção em que fala de uma coisa que todos nós experimentamos: “É impossível ser feliz sozinho!” E é mesmo. Como viver sem a família que a gente ama, com os amigos que a gente conquista, com os companheiros que vivem os mesmos sonhos que a gente?

Não se feche sobre você mesma. Chega de ficar amargando coisas no seu coração. Bote para fora o que você sente. E acima de tudo, conquiste os outros com sua bondade, com sua simpatia, com seu coração capaz de amar. Não se “aposente” de ser jovem. É o Papa Francisco quem pede aos jovens. Há muitos jovens que se “aposentaram”. Não sonham mais, não constroem mais, não refletem, não estudam, não são generosos. Que isso não aconteça com você, viu Analari? E que testemunhe em casa, com seu amor filial, com seu respeito, com sua ternura, que você não precisa viajar para outros mundos para encontrar Jesus, porque você já o encontrou em sua comunidade católica. Deus a abençoe, viu? E escreva quando quiser. Você ganhou um amigo velho aqui em São Paulo.

EDITAL DE CONVOCAÇÃO ASSEMBLEIA GERAL EXTRAORDINÁRIA ASSOCIAÇÃO DAS DAMAS DA CARIDADE DE SÃO VICENTE DE PAULO Associação das Damas da Caridade de São Vicente de Paulo, inscrita no CNPJ/MF Nº 60.904.711/0001-12, com sede na Alameda Barros, nº 539, no Bairro de Santa Cecilia, no Município de São Paulo, Estado de São Paulo, nos termos dos artigos 16, 17 e 18 do seu Estatuto Social, por meio de sua Presidente em caráter interino, Sra. MARIA HELENA TAVARES BELTRÃO, convoca as suas associadas a participar da Assembleia Geral Ordinária e Extraordinária, que será realizada em 17 de maio de 2016, às 14h00, em primeira convocação , ou às 14h30, em segunda convocação, na sede da Associação, à Alameda Barros nº 539, bairro Santa Cecilia, no Município de São Paulo, Estado de São Paulo, para deliberar sobre a seguinte ordem do dia: 1) Eleição dos membros para os cargos vacantes da Diretoria: Presidente, Vice-Presidente . 2) Outros assuntos de interesse da entidade. São Paulo, 22 de Abril de 2016. Maria Helena Tavares Beltrão Presidente


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Espiritualidade Ser indiferente ou fazer a diferença... Dom Devair Araújo da Fonseca

A

Bispo auxiliar da Arquidiocese e vigário episcopal para a Pastoral da Comunicação

s parábolas do Evangelho têm a capacidade de iluminar os acontecimentos de nossa vida, ontem, hoje e sempre. O motivo para isso é que Jesus fala de situações reais e de pessoas comuns. Situações e pessoas que sempre encontramos à nossa volta. A parábola do “bom samaritano” nos traz uma situação assim. Um sacerdote e um mestre da lei que passavam por uma estrada encontraram um homem caído, que foi atacado por bandidos e largado, jogado à beira do caminho. Por ali, passou um homem, originário da Samaria, que, vendo alguém caído, acolheu e cuidou dele (cf. Lc 10, 30-35). A parábola não indica nomes, mas chama a atenção para as atitudes de quem é ou não indiferente à realidade do outro. Em nossos dias, a indiferença parece ser um comportamento cotidiano, e que não incomoda mais. Na busca pela liberdade e pela autonomia, vamos criando um mundo próprio. Deixamos de conhecer as pessoas que

habita a casa ao lado; algumas vezes filho único, acompanhou um pai que caminhando com pressa para ir ao tra- pediu ajuda para sua filha doente e sabalho, à escola, passeando, entrando ciou a fome da multidão reunida, com o ou saindo de um lugar qualquer, nem pouco à sua disposição. prestamos atenção em alguém caído O distintivo dos cristãos não é ser na calçada. uma marca externa, como um uniforUm outro fato corriqueiro e tão co- me ou uma insígnia. Jesus não ficou mum, mas que sinaliza a indiferença, é indiferente aos acontecimentos da a quantidade de pessoas usando fones vida por causa do amor. Sua pregação de ouvido, para não escutar os ruídos e seus gestos nasceram de uma certede fora, mas, principalmente, para não seDeixamos de conhecer as pessoas rem incomodadas por que habitam a casa ao lado; quem está ao lado. Caalgumas vezes caminhando com minhamos apressados, pressa para ir ao trabalho, à querendo chegar aos escola, passeando, entrando ou nossos objetivos, mas saindo de um lugar qualquer, absolutamente indifenem prestamos atenção em rentes ao que acontece alguém caído na calçada a quem passa por nós, e se falarmos da realidade familiar, muitas vezes a situação za profunda, “Eis o meu Filho muito não é diferente, talvez seja pior. amado, em quem pus toda minha afeiPartindo dessa realidade, deve nas- ção; ouvi-o.” (Mt 17,5). Somo amados pelo Pai, e se quisercer em nós uma preocupação e um questionamento. Será que a indife- mos realmente transformar a realidade rença à nossa volta não começa a in- à nossa volta, substituindo a indiferenfluenciar nossos atos e nosso compor- ça e fazendo a diferença, não podemos esperar que o outro venha, que se aprotamento cristão? Jesus não foi indiferente à samari- xime de nós. O amor não espera. É netana que veio buscar água. Ele atendeu cessário “ouvir” o Filho muito amado, com atenção o cego no caminho de e como ele assumir o protagonismo do Jericó e os dez leprosos que encontrou amor. “Nisto reconhecerão todos que numa estada. Também parou diante da sois os meus discípulos, se vos amarmãe viúva que estava indo enterrar seu des uns aos outros” (Jo 13,35).

| Fé e Vida | 5

Fé e Cidadania Juventude e desemprego Padre Sancley Lopes Gondim Dados do IBGE apontam “um massacre silencioso dos empregos nas grandes metrópoles do país... Para 2016, as previsões ficam entre 9% e 10%” (Vinicius Torres Freire, Folha de S.Paulo, 23/10/2015, A22). É principalmente entre os jovens que a atual escalada de desemprego faz seu maior estrago, podendo deixar em alguns anos um grupo de pessoas sem trabalho nem experiência (Folha de S.Paulo, 06/03/2016, A25). “O desemprego constitui o maior flagelo do sistema de livre empreendimento, significando a falta de valorização do braço e cérebro humanos e fonte de graves prejuízos econômico-sociais, espirituais e morais”. O seu combate “abrange três frentes: a) maior expansão possível da atividade econômica; b) controle de pedidos e ofertas de emprego por bolsas de trabalho, redução de carga horária, organização de obras públicas; c) assistência e seguridade social” (Ávila, Peq. Encicl. de DSI, p.149). O Papa Leão XIII, há um século, insistia na criação de um fundo de auxílio-desemprego a cargo dos sindicatos e corporações (Rerum Novarum, 79). São João XXIII alertava para “o espectro ameaçador do desemprego” (Mater et Magistra, 14 e 58). São João Paulo II falou da “gravidade crescente de tal fenômeno nos países industrializados e com grande número de jovens na sua população; as possibilidades de emprego, em vez de aumentarem, diminuem” (Solicitudo Rei Socialis, 18), “a ponto de ameaçar tornar-se uma calamidade social. Para enfrentar o problema, é dever do Estado programar uma planificação global, sem dispensar o dever de solidariedade com os desempregados, especialmente os jovens” (Laborem Exercens, 18). “A isso ajunte-se a febre da inflação... Não será fácil avançar no caminho da indispensável transformação das estruturas da vida econômica, se não intervier uma verdadeira conversão das mentes, das vontades e dos corações” (Redemptor Hominis, 16). “A exclusão do trabalho por muito tempo ou a prolongada dependência da assistência pública ou privada corroem a liberdade e a criatividade da pessoa e as suas relações familiares e sociais, causando enormes sofrimentos a nível psicológico e espiritual. Queria recordar a todos, sobretudo aos governantes, que o primeiro capital a preservar e valorizar é o homem, a pessoa, na sua integridade: ‘com efeito, o homem é o protagonista, o centro e o fim de toda a vida econômico-social’” (Bento XVI, Caritas in Veritate, 61). “O crescimento equitativo exige algo mais do que o crescimento econômico, embora o pressuponha; requer decisões, programas, mecanismos e processos especificamente orientados para uma melhor distribuição das entradas, para a criação de oportunidades de trabalho, para uma promoção integral” (Papa Francisco, Evangelii Gaudium, 204; ver também Laudato si’, 124-129). As opiniões da seção “Fé e Cidadania” são de responsabilidade do autor e não refletem, necessariamente, os posicionamentos editoriais do O SÃO PAULO.


6 | Viver Bem |

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Comportamento

Família: ambiente de trabalho Valdir Reginato Os tempos de hoje promovem cada vez mais a importância do trabalho. Mas de que trabalho se fala atualmente? A tradução está para “emprego”, ou seja, uma atividade remunerada mediante um contrato estabelecido entre o trabalhador e uma instituição. Fala-se muito, pelas circunstâncias que vivemos, da falta de trabalho. Seria melhor afirmar-se: da falta de emprego. O fato está em que poderá faltar emprego, mas nunca faltará trabalho, ou seja, empregar esforço físico e/ou intelectual para que se realize alguma coisa. Essa confusão conceitual ocorreu, na sociedade moderna, quando a mulher passou a desenvolver-se de modo cada vez mais influente nas atividades externas de emprego, acumulando o trabalho de casa. Por outro lado, o homem continuava dedicando-se ao emprego como seu trabalho, e as atividades do lar eram vistas como opcionais, segundo suas disposições, disponibilidades ou preferências. Em outras palavras, para se trabalhar é necessário sair de casa. Será isso verdade? Certamente que não. Dessa forma, se passa a imagem equivocada aos filhos que crescem nos lares ouvindo: “Seu pai tem que trabalhar e não pode ficar aqui.” E da mãe: “Eu gostaria de ficar mais com você, mas tenho que trabalhar.” A consequência imediata disso para as crianças pequenas é que em casa não há este “tal de trabalho”, pois é preciso fazê-lo lá fora. Para a criança, cria-se certa disputa, pois afasta os pais da convivên-

cia, que tanto necessitam. Quan- mação para a importância do do crescem, os filhos passam a trabalho, independentemente ouvir, até com tom áspero: “Tra- do emprego ou profissão que balho para pagar todas estas coi- se desenvolverá mais tarde. De sas que me pedem...”. Pior ainda: fato, o trabalho nos acompanha “Não posso ficar aqui sem fazer desde que nascemos em pequenada. Quem paga tudo isto que nas coisas do cotidiano familiar você tem?”. Fica estabelecido conforme as nossas possibilidaque trabalho é dinheiro, e sem des. E no trabalho – laboriosidaele não se come, não se mora, de - não podem faltar algumas fundamentais não se compra, não se viaja, não características se diverte, enfim, não se vive. que devem estar associadas à Esse trabalho é coisa séria. Os educação das virtudes: ordem, filhos “só” estudam para depois perseverança, alegria, generositrabalhar e ganhar dinheiro. O tempo passa Essa confusão conceitual e, com a autono- ocorreu quando a mulher mia, os filhos, en- passou a desenvolver-se contram seus pais de modo cada vez mais mais raramente influente nas atividades – ocupados com externas de emprego, o trabalho – e não acumulando o trabalho podem ficar sem o de casa. Por outro lado, que os pais ofere- o homem continuava cem fruto do emdedicando-se ao emprego prego: dinheiro. como seu trabalho, e as Assim, o vínculo familiar pode ficar atividades do lar eram por conta da me- vistas como opcionais sada ou do cartão de crédito. Exagero!? Olhe ao re- dade... Esse espírito de serviço é dor e veja o que está acontecen- que os pais devem passar aos fido. Crescem um pouco mais. A lhos, para que façam do trabalho casa pode ficar abandonada. Os um instrumento de santificação. pais reclamam da falta de ajuda: Em maio, comemora-se São “Aqui ninguém faz nada”. É fato. José operário, padroeiro das faTalvez porque não aprenderam a mílias e modelo de pai e trabatrabalhar, mas sim a esperar ter lhador. Que ele nos abençoe e um emprego. E na hora que pos- ilumine cada vez mais no camisuem um emprego, dispensam nho do trabalho em vida famia mesada e o cartão de crédito, liar ao lado de sua esposa Santa corta-se o “vínculo” familiar. Maria, com quem o MeninoTalvez sintam necessidade de Deus – “o filho do carpinteiro”, voltar para casa, se perderem o aprendeu desde cedo a trabalhar. emprego. Dr. Valdir Reginato é médico de O ambiente de família deve família, professor da Escola Paulista de Medicina e terapeuta familiar ser o centro de orientação e for-

Cuidar da Saúde

7 de maio: Dia Mundial da Asma Cássia Regina A asma é uma doença respiratória causada pela inflamação das vias aéreas, que causa falta de ar, chiado no peito e tosse. É um importante problema de saúde mundial, e no Brasil estima-se que existam aproximadamente 20 milhões de asmáticos. Muitos pacientes não conseguem estabilizar a doença porque não dão a devida importância ao tratamento e, principalmente, porque não

utilizam a “bombinha” de forma correta. Para que a medicação chegue até o final do pulmão, é necessário que este esteja vazio. Para isso, é preciso primeiro esvaziar o pulmão com uma expiração forçada, até ficar quase sem fôlego. Depois, deve-se pressionar a bombinha ao mesmo tempo em que se inspira e segurar a respiração durante dez segundos. Caso contrário, a medicação fica na boca e não faz efeito. Outra informação importante é que,

após o uso da bombinha, devese escovar os dentes para que a medicação não provoque hiperplasia gengival. Um tratamento adequado equivale a uma vida sem restrições. Recomendo o acesso a este link da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT) para mais detalhes - http://sbpt.org.br/videos-educativos-asma. Dra. Cássia Regina é medica atuante na Estratégia de Saúde da Família (PSF) E-mail: dracassiaregina@gmail.com


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| Pastorais | 7

Vicariato Episcopal para a Educação e a Universidade

Tem início a peregrinação da imagem da Mãe Aparecida em colégios católicos

A peregrinação da imagem de Nossa Senhora Aparecida pelos colégios católicos da Arquidiocese de São Paulo, promovida pelo Vicariato Episcopal para a Educação e a Universidade, por ocasião dos 300 anos da aparição da imagem da Padroeira do Brasil no rio Parnaíba do Sul, em 1717, começou na segunda-feira, 2. A missa de abertura da peregrinação foi presidida por Dom Carlos Lema Garcia, bispo auxiliar da Arquidiocese e vigário episcopal para a Educação e a Universidade, na capela do Colégio Nossa Senhora de Sion, que este ano festeja seu centenário.

Dom Carlos, na homilia, contou a história da aparição da imagem e lembrou aos estudantes do caráter maternal e intercessor de Maria. Recordou, também, a primeira visita papal feita ao Brasil por São João Paulo II, em 1980, depois do atentado à imagem. Na ocasião, o Pontífice, em sua visita ao Santuário Nacional de Aparecida, comentou que mesmo tendo-se desfeita em vários fragmentos, as mãos de Nossa Senhora, unidas em oração, permaneceram intactas, um sinal de que a Mãe Aparecida nunca deixa de interceder a Deus pelos fiéis. (Colaborou Sarah Guenka)

Colégio Nossa Senhora de Sion

Jovem Camila Campoy com a imagem de Nossa Senhora Aparecida ao lado de Dom Carlos

‘Comunicação e misericórdia’em destaque no evento de comunicadores Luciney Martins/O SÃO PAULO

Irmã Patrícia, Dom Vilson, Dom Devair e Maria Yamasaki palestram em evento de comunicação

Renata Moraes

jornalismorenata@gmail.com

As Paulinas-Sepac, com o apoio da Pastoral da Comunicação do Regional Sul 1 da CNBB, promoveu no sábado, 30, um debate na sede da Paulinas Editora, na Vila Mariana, tendo por base o tema da mensagem do Papa Francisco para o 50º Dia Mundial das Comunicações Sociais, “Comunicação e Misericórdia: um encontro fecundo”, que será celebrado no domingo, 8. O histórico sobre o Dia Mundial das Comunicações Sociais foi apresentado pela Irmã Maria Alba Garcia, jornalista e diretora de redação da revista Família Cristã. Na sequência, participaram de uma mesa de debates Dom Devair Araújo

da Fonseca, bispo auxiliar da Arquidiocese na Região Brasilândia e vigário episcopal para a Pastoral da Comunicação da Arquidiocese de São Paulo; Dom Vilson Dias de Oliveira, bispo de Limeira e referencial da Pascom no Regional Sul 1 da CNBB; Maria Yamasaki, jornalista da rádio Jovem Pan; e Irmã Patrícia Silva, fsp, jornalista e radialista da Paulinas Rádio. Dom Devair, com base na mensagem do Papa, falou sobre comunicação e verdade. “Nas palavras de Francisco, a força da verdade está na forma como ela é apresentada, e não simplesmente pela sua eloquência. Palavras verdadeiras, quando envolvidas pela misericórdia, alcançam o coração do outro, que é lugar sagrado”. Ainda segundo o Bispo, não se pode chegar à verdade sem também saber

Saudável

ATENDIMENTO GRATUITO

escutar o que o outro tem a comunicar. Dom Vilson comentou sobre o papel da comunicação nas relações. “As palavras podem construir pontes entre as pessoas, as famílias, grupos sociais, os povos, tanto no ambiente físico quanto no ambiente digital”, afirmou. Conforme o Bispo, todos são chamados a viver verdadeiramente a fé que professam na Palavra de Deus e comunicar com gestos de amor e misericórdia o serviço aos irmãos e irmãs. Maria Yamasaki contou sua experiência prática na comunicação pelo radiojornalismo, ressaltando os 49 anos de existência do programa “O Sermão da Paixão segundo a rádio Jovem Pan”. Há 37 anos, ela é produtora do programa veiculado pela emissora na Sexta-feira Santa, e testemunhou que muitos colegas de redação

já foram convertidos ao catolicismo. Nesse sentido, enfatizou que o comunicador católico deve dar testemunho de vida. Já Irmã Patrícia falou sobre a missionariedade do comunicador e da importância da Igreja em saída, que anuncie o Evangelho em todos os lugares. Para a Irmã, a comunicação também deve formar consciência crítica das pessoas e não a alienação. Na Arquidiocese de São Paulo, o 50º Dia Mundial das Comunicações Sociais será celebrado no sábado, 14, com o Jubileu dos Comunicadores, em um momento de reflexão e oração, a partir das 8h30, na Paróquia São Francisco de Assis, no largo São Francisco, e peregrinação à Porta Santa da Catedral da Sé, seguida de participação na missa das 15h, presidida pelo Cardeal Scherer.

Falecimento Arquivo pessoal

Vítima de malária, a Irmã Elenice Buoro, 72, da Congregação das Irmãs de São José de Chambéry, faleceu em 22 de abril, na Tanzânia, no continente africano, onde estava em missão desde 15 de março. Anteriormente, por três anos, ela foi missionária no Timor Leste. Também exerceu o mandato de provincial e conselheira das Irmãs de São José de Chambéry em São Paulo.

Pastoral Afro Peterson Prates

Vida

AJUDA PSICOTERAPÊUTICA Você pode viver bem, ter vida saudável melhorando seu modo de ver a si mesmo, os outros e o mundo. O Dr. Bruno e o Dr. José darão a você ajuda continuada, indicando o caminho a seguir Os interessados devem comparecer às quartas-feiras, às 14h30, nas instalações das paróquias:

Nossa Senhora da Assunção e São Paulo Pessoal Nipo-Brasileira de São Gonçalo Praça João Mendes 108, Tels. 3106-8110 e 3106-8119

Os integrantes da Pastoral Afro-brasileira da Arquidiocese de São Paulo se reuniram no sábado, 30, com membros da Pastoral de outras dioceses da Província Eclesiástica de São Paulo para uma formação sobre o tema “Liturgia e inculturação”, assessorada pelo Padre Eduardo Binna, professor de Liturgia.


8 | Pelo Mundo |

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Filipe David

Correspondente do O SĂƒO PAULO na Europa

Destaques das AgĂŞncias Internacionais

Eritreia

ItĂĄlia

CristĂŁos encarcerados e torturados

De acordo com denĂşncias recentes de organizaçþes de defesa dos direitos humanos, cerca de 300 cristĂŁos encontram-se presos por causa de sua religiĂŁo e sofrem com a tortura, prĂĄtica comum nas prisĂľes do PaĂ­s, que tem sido chamado de “CorĂŠia do Norte da Ă fricaâ€?.

A Eritreia ĂŠ governada com mĂŁo de ferro por Isaias Afwerki, seu primeiro e Ăşnico presidente desde 1993, quando o PaĂ­s se tornou independente. Segundo a Anistia Internacional, existem diversas prisĂľes secretas, com mais de 10 mil presos polĂ­ticos. Entre os direitos bĂĄsicos

negados aos cidadĂŁos, estĂĄ a liberdade religiosa. A repressĂŁo atinge fortemente a comunidade cristĂŁ e explica em parte o ĂŞxodo de muitos que, buscando uma vida melhor, inĂşmeras vezes acabam caindo nas mĂŁos de traficantes de pessoas. Fonte: ACI

China Mulher de pastor ĂŠ morta em demolição de igreja Uma empresa apoiada pelo Partido Comunista ChinĂŞs foi enviada para demolir a igreja de Beitu, na regiĂŁo central da China. O pastor e sua mulher – Li Jiangong e Ding Cumei, que teriam tentado impedir a demolição – foram empurrados em um buraco com a escavadeira e enterrados vivos. O Pastor conseguiu escapar, mas sua esposa faleceu. Segundo um policial local, os dois responsĂĄveis pelo assassinato foram presos. O valor

da igreja demolida foi estimado em US$ 460 mil, por um dos fiĂŠis. Segundo Bob Fu, presidente da ONG China, desde que assumiu o presidente Xi Jinping, em 2013, o Cristianismo tem sido tratado como “uma ameaça polĂ­tica e de segurança para o regimeâ€?. Para ele, o que estĂĄ acontecendo neste momento ĂŠ comparĂĄvel Ă revolução cultural chinesa, quando as religiĂľes foram banidas do PaĂ­s, entre os anos 1960 e 70. Fonte: ACI

Site China Aid

Ă?ndia Governo chinĂŞs tem removido cruzes de igrejas pelo PaĂ­s

Refugiados cristãos não conseguem chegar à Europa Europa, mas permanecem bloqueados nos campos da Turquia, do Líbano e da Jordânia. Eles não arriscam suas vidas no mar, porque os que o fazem geralmente são jogados na ågua pelos outros refugia-

dos. “Recentemente, os enterramos no Iraqueâ€?, contou o Sacerdote a respeito de um desses casos. Padre Behnam lamentou: “Os cristĂŁos sĂŁo refugiados legais, mas ninguĂŠm se importa com elesâ€?. Fonte: ACI

Divulgação a partir do cartaz original

SeminĂĄrio

DEUS E A CIĂŠNCIA Vicariato Episcopal para a Educação e a Universidade

Palestrantes • Reinaldo JosÊ Lopes,

graduação em Jornalismo pela USP e doutorado em Estudos Linguísticos e Literårios em Inglês da USP. Repórter, colunista e blogueiro do #&" # /# ) # # #&#) #! ' $& " $ ' & * '( ' *) 0/# "(29 #!# " '$ 1" )$ & "( & '' "( "( 9 ! & " & ' 1" # * "()& ' " '(3&

• Ana Lydia Sawaya, & ) 0/# ! 1" ' # 3 ' $ #)(#& # ! Nutrição pela University of Cambridge. PĂłs-doutorado em Massachusetts Institute of Technology . Livre docente na UNIFESP. Participa de uma rede de pesquisa internacional )"(# . " (4! " & ' 05 ' " ' " )( &' " * &' (+ #' Estados Unidos.

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Bispo Ê sequestrado e espancado O bispo de Cuddapah, na �ndia, Dom Gallela Prasad, foi sequestrado em 25 de abril. Quando voltava de uma celebração em Karunagari, a 425 km de Hyderabad, onde fica a diocese, seu carro foi parado por desconhecidos, seus olhos foram vendados e ele permaneceu sob o poder dos sequestradores, que o espancaram por toda a noite, pediram dinheiro e interrogaram-no sobre as finanças da Diocese. Na segunda-feira, 2, a polícia prendeu 14 suspeitos pela agressão ao Bispo, incluindo três de seus padres. Um deles supostamente estaria aborrecido após ter sido recusado para uma posição importante na Diocese. Fontes: Fides/ Crux

Um cientista pode acreditar em Deus?

11 de maio

A polĂ­cia italiana prendeu quatro pessoas, dois homens e duas mulheres, que pretendiam se unir ao grupo Estado Islâmico para atacar Roma, o Vaticano e a embaixada de Israel no PaĂ­s. Em conversas telefĂ´nicas interceptadas, um dos presos afirmou que seria “o primeiro a atacar a ItĂĄlia cruzadaâ€?. Os quatro sĂŁo marroquinos: Abderrahim Moutaharrik e sua esposa, Salma Bencharki – que pretendiam ir Ă SĂ­ria com seus dois filhos, de 2 e 4 anos de idade –, Wafa KaraĂŻchi e Abderrahmane Khachia, este Ăşltimo irmĂŁo de um membro do Estado Islâmico expulso da ItĂĄlia em 2015. Outros dois suspeitos partiram para a regiĂŁo sĂ­rio-iraquiana com seus trĂŞs filhos em fevereiro do ano passado. Fonte: ACI

Europa/ Oriente MĂŠdio O padre Behnam Benoka, sacerdote iraquiano que atende os refugiados em Erbil, explicou em uma entrevista recente ao jornal espanhol La RazĂłn que, ao contrĂĄrio dos muçulmanos, os refugiados cristĂŁos nĂŁo conseguem chegar Ă

Presas 4 pessoas que planejavam atacar o Vaticano

20h00 • Tucarena (PUC-SP)

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Europa Grupo quer 1 milhĂŁo de assinaturas em defesa da famĂ­lia Um grupo de cristĂŁos e de defensores da famĂ­lia, chamado “Mum, Dad and Kidsâ€? (MamĂŁe, Papai e as Crianças), trabalha em sete paĂ­ses da Europa para coletar 1 milhĂŁo de assinaturas para que a UniĂŁo Europeia estabeleça uma legislação com a definição natural da famĂ­lia e do casamento. O grupo deseja que “casamentoâ€? seja utilizado somente para se referir Ă â€œuniĂŁo por toda a vida entre um homem e uma mulherâ€? e que “famĂ­liaâ€? signifique apenas esse casal junto com seus filhos e descendentes. Fonte: Life Site News

Informaçþes e Inscriçþes

Apoio


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Agradecimento a Dom Odilo O Papa Francisco manifestou agradecimentos (leia a íntegra abaixo) ao arcebispo de São Paulo, o Cardeal Odilo Pedro Scherer, pelo envio de seus cum-

primentos por ocasião do terceiro aniversário da eleição e início do pontificado de Francisco, comemorados nos dias 13 e 19 de março, respectivamente.

| Papa Francisco | 9

Jubileu com povo da rua em novembro Fotos: L’Osservatore Romano

Reprodução

O Papa Francisco vai receber aproximadamente 6 mil pessoas em situação de rua de toda a Europa para uma peregrinação a Roma entre 11 e 13 de novembro, no encerramento do Ano Santo extraordi-

nário da Misericórdia. A programação do Festival Europeu da Graça e Misericórdia de 2016 incluirá, ainda, catequeses, momentos de oração com o Papa e atividades coletivas organizadas por idiomas.

Rock no Vaticano Pela primeira vez, uma estrela do rock tocou na Capela Sistina, no Vaticano. No sábado, 30, o guitarrista da banda irlandesa U2, David Howell Evans, se apresentou no encerramento de um congresso sobre medicina regenerativa. “The Edge”, como é mais conhecido, executou quatro canções, acompanhado por um coro de adolescentes, e dedicou uma delas a Francisco, a quem ele definiu como “o Papa do povo”. O pai do músico morreu de tumor há um mês e sua filha combateu e venceu uma luta contra a leucemia. Ele faz parte do comitê de várias fundações que trabalham na prevenção e na pesquisa sobre o câncer.

Prêmio Carlos Magno O Papa Francisco receberá, na sextafeira, 6, o Prêmio Carlos Magno, conferido pela cidade de Aquisgrano, na Alemanha, às personalidades que tenham se distinguido por seu papel em favor dos valores europeus. Segundo a Sala de Imprensa da

Pesar por conflitos na Síria Santa Sé, o Pontífice aceitou o Prêmio “de maneira totalmente excepcional” - pois normalmente não o faz - “como gesto para que a Europa trabalhe pela paz”.

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Fonte: rádio Vaticano (redação das notícias: Fernando Geronazzo)

Depois da oração mariana do Regina Coeli, o Papa recordou os irmãos das Igrejas do Oriente que celebraram a Páscoa, no domingo, dia 1º. “O Senhor Ressuscitado leve a todos os dons de sua luz e sua paz”, disse.

Lembrando a situação de conflito na Síria, Francisco disse: “Recebo com profundo pesar as notícias dramáticas provenientes da Síria, sobre a espiral de violência que continua piorando a desesperada situação humanitária do País, sobretudo na cidade de Aleppo, e ceifando vítimas inocentes, até mesmo entre as crianças, os doentes e aqueles que, com grande sacrifício, estão comprometidos em prestar ajuda ao próximo. Exorto todas as partes envolvidas no conflito a respeitar o cessar das hostilidades e a reforçar o diálogo em andamento, único caminho que conduz à paz”.

Oração pelas mulheres Na intenção universal de oração para o mês de maio, divulgada na terça-feira, 3, o Santo Padre reza “para que, em todos os países, as mulheres sejam honradas e respeitadas, e seja valorizada a sua imprescindível contribuição social”. Já a intenção pela evangelização é dedicada ao Terço: “Para que se difunda nas famílias, comunidades e grupos, a prática de rezar o santo Rosário pela evangelização e pela paz”.


10 | Pelo Brasil |

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Edcarlos Bispo

Destaques das Agências Nacionais

edbsant@gmail.com

Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos: ‘Chamados e chamadas para proclamar os altos feitos do Senhor’ Acontece, no Brasil, de 8 a 15, a Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos (SOUC), que em 2016 tem como lema bíblico “Chamados e chamadas para proclamar os altos feitos do Senhor” (cf. 1Pd 2,9). A atividade sugere reflexão sobre a realidade migratória no mundo. A proposta foi elaborada pelo Movimento Ecumênico da Letônia e adaptada para o Brasil pelo Movimento Ecumê-

nico de Curitiba (Movec). A Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos é promovida mundialmente pelo Conselho Pontifício para Unidade dos Cristãos (Cpuc) e pelo Conselho Mundial de Igrejas (CMI). No Brasil, o Conselho Nacional de Igrejas Cristãs (Conic) coordena as iniciativas para a celebração da Semana em diversos estados. Na carta por ocasião da SOUC

2016, as igrejas cristãs recordam que o ano de 2015 foi caracterizado pelas ondas migratórias. “Também no início deste ano, vimos na Europa migrantes e refugiados desesperados em busca de novas condições de vida. Seus países foram destruídos por guerras e catástrofes ambientais”. Fonte: CNBB

Brasil registra 1.571 casos de H1N1, com 290 mortes Até 23 de abril, foram registrados 1.880 casos de influenza de todos os tipos no Brasil este ano, de acordo com o Ministério da Saúde. Desse total, 1.571 foram ocasionados pelo sub-

tipo H1N1, que provocou 290 mortes. Com 1.106 registros de infectados, a Região Sudeste concentra o maior número de pessoas com H1N1, sendo 988 apenas em São Paulo. O Estado também registrou

Chama Olímpica chega ao País Na terça-feira, 3, começou o revezamento da tocha dos Jogos Olímpicos pelo Brasil. A partir de Brasília, a tocha percorrerá 328 cidades do País, em um revezamento que terá a participação de 12 mil condutores. A tocha foi acesa no Brasil pela

presidente Dilma Rousseff, em um ato simbólico no Palácio do Planalto, e após cerimônia, o artefato foi passado às mãos da jogadora de vôlei Fabiana Claudino, que deu início oficial ao revezamento. Fonte: G1 e Portal Terra

o maior número de mortes pelo vírus, 149. O Ministério informou na terça-feira, 3, que faltando mais de duas semanas para o fim da campanha de vacinação contra a gripe, quase 43% do público-alvo foi imu-

nizado. A meta do governo é vacinar, até o dia 20, pelo menos 80% das 49,8 milhões de pessoas com maior risco por complicações decorrentes da influenza. Fonte: Agência Brasil

Contra falta de merenda, estudantes ocupam mais escolas técnicas em SP Em protesto contra a falta de merenda nas escolas técnicas (Etecs), estudantes ampliaram na terça-feira, 3, o movimento de ocupação de estabelecimentos de ensino. Segundo os próprios alunos, as atividades foram interrompidas em seis escolas técni-

cas e uma escola estadual do ensino regular. O Centro Paula Souza (CPS), autarquia responsável pelas escolas técnicas de São Paulo, admite apenas três ocupações, além do complexo sede do órgão. Fonte: Agência Brasil

CPT divulga carta após realização da 29ª Assembleia Nacional Na conclusão de sua 29ª Assembleia Nacional, a Comissão Pastoral da Terra (CPT) divulgou carta na qual destaca a preocupação com o aumento exponencial dos assassinatos no campo, assim como do aumento da investida do capital contra os territórios camponeses. O encontro aconteceu

em Luziânia (GO), entre os dias 26 e 29 de abril. O texto faz memória aos dois anos de falecimento Dom Tomás Balduíno, que foi um dos fundadores da CPT, e de Dom José Moreira Bastos Neto, que atuava nas atividades da Comissão. “A memória dos lutadores do povo e

de nossos mártires, bem como a força inspiradora do Espírito de Deus, nos animam a levar adiante nossa missão profética”, manifestaram os participantes do encontro. Na carta também é reafirmado o compromisso de denunciar “toda negação dos direitos dos camponeses e camponesas e de outros traba-

lhadores e trabalhadoras, bem como de toda violência e atentados contra a vida humana e a natureza”, e de estimular iniciativas que gerem “vida digna comunitária, associativa e cooperativa na geração de trabalho digno, emprego e renda”. Fonte: CPT Nacional

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| Política | 11

Edcarlos Bispo edbsant@gmail.com

1º de Maio com 11 milhões de desempregados Luciney Martins/O SÃO PAULO

‘Pacote de Bondades’

A presidente Dilma Rousseff anunciou no domingo, dia 1º, em evento de comemoração ao Dia do Trabalhador, no Vale do Anhangabaú, em São Paulo, o reajuste médio de 9% no programa Bolsa Família, uma correção de 5% na tabela do Imposto de Renda sobre pessoa física a partir de 2017, e a contratação de ao menos 25 mil moradias no programa “Minha Casa Minha Vida”.

Lava Jato

De acordo com dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, desemprego no País já atinge mais de 11 milhões de pessoas

Em 1º de maio comemora-se o Dia do Trabalhador. No Brasil, usualmente, a data é marcada por festas e comemorações. Porém, neste ano, pouco mais de 11 milhões de brasileiros aproveitaram este dia para pedir um emprego em vez de festejar. De acordo com dados divulgados na sexta-feira, 29, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a população desocupada chegou a 11,1 milhões de pessoas no País, aumentando 22,2% (2 milhões de pessoas), em relação ao número de desempregados do período imediatamente anterior (outubro a dezembro de 2015). A taxa de desocupação atingiu 10,9% no trimestre móvel encerrado em março, resultado 1,9 ponto percentual acima da taxa de 9% do trimestre fechado em dezembro de 2015, e 3 pontos percentuais a mais que no mesmo trimestre de 2015, quando o desemprego estava em 7,9%. Essa é a maior taxa de desemprego da série histórica da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio Contínua (Pnad Contínua), iniciada em 2012. Além de números, essas pessoas representam histórias, sonhos e frustrações, como é o caso de Joanderson Jucier Pinto de Sousa, 26. Formado em Enfermagem em 2015, estagiou até dezembro do mesmo ano. Com o fim da graduação, vem tentando, sem sucesso, ingressar no mercado de trabalho. Joanderson conta que já enviou inúmeros currículos, se inscreveu em diversos sites de emprego e tem pedido a amigos que trabalham em hospitais que o indiquem. Apesar de todos os seus esforços, sequer conseguiu ser chamado para uma entrevista. “Estou mandando currículo para pessoas que trabalham

em hospitais, e fazendo cadastro nos sites, estou tentando concurso público. Tenho três concursos para fazer este mês, mas mesmo assim está difícil, são poucas vagas”, desabafa. O Enfermeiro agradece a mãe, com quem mora e que tem o ajudado a pagar as contas e o incentivado a não desistir. No desespero de procurar e não encontrar trabalho em sua área, ele já começou a buscar emprego e enviar currículos para outras vagas. “Já mandei currículo para manobrista, motorista... E até agora nada”, conta. A saída do mercado de trabalho há seis meses fez com que Silvia Sant’Anna, 46, se reinventasse. Trabalhando como representante de vendas em uma empresa, viu o desespero bater na porta quando a empresa fechou e os funcionários foram dispensados. Ela, então, resolveu colocar em prática as lições do curso de massoterapia que fez fora do País, e em casa mesmo passou a atender seus clientes. Aos poucos, com ajuda dos filhos e dos pais, com quem teve que voltar a morar, vai pagando as suas contas. Para os empresários, a situação também está complicada. O dono da NR9 Medicina e Segurança do Trabalho, Flávio Rodrigues Nunes, destaca que há um ano e meio, a cada dez exames feitos na empresa, sete eram admissionais e três demissionais, porém essa proporção se inverteu de lá para cá e agora são sete demissionais e três admissionais. O público atendido pela NR9 é em grande parte de construção civil, o que, segundo Flávio, explica o grande número de demissões. A sua empresa não teve grandes impactos, ou se viu obrigada a fazer demissões. De acordo com ele, durante

esse processo, foram demitidos dois ou três funcionários, mas novas pessoas foram contratadas para as vagas. Porém, o número de inadimplentes aumentou, e para não dispensar trabalhadores, ele fez adequações na empresa. “As luzes permanecem a maior parte do tempo apagadas. Troquei todas por lâmpadas mais econômicas. Lavávamos a garagem duas vezes por semana, por exemplo, agora é uma vez por mês, e ‘olhe lá’. Reduzimos despesas no dia a dia da empresa” comenta.

Hora de ser empreendedor?

De acordo com o especialista em empreendedorismo e inovação, Alessandro Saade, “sempre é o momento de empreender, desde que você tenha uma correta visão do mercado e do momento”. Ele acrescenta que “na crise, a necessidade de desembolso para empreender é menor: cai o valor do aluguel dos imóveis, cai o valor dos equipamentos a serem comprados, há mais gente disponível no mercado. O ponto de atenção é montar um negócio que atenda à necessidade do mercado. Na crise, as pessoas continuam necessitando de alimentação, locomoção, diversão. Apenas ajustam forma e valor, de modo a alinhar o desembolso à reduzida disponibilidade de recursos”. Alessandro, porém, alerta: “Montar um negócio não pode ser a solução da falta de emprego. Essa é a melhor receita para não dar certo. É sempre importante primeiro entender o que o mercado precisa e se a sua empresa atende a essa necessidade, resolve um determinado problema do consumidor. Assim, com ou sem crise, empreender tem a haver com paixão, competência, conhecimento, causa”.

O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, solicitou ao Supremo Tribunal Federal autorização para abrir quatro novos inquéritos para investigar políticos na operação Lava Jato, com base na delação premiada do senador Delcídio do Amaral (sem partido-MS). O Procurador quer abertura de quatro inquéritos para investigar o senador e presidente nacional do PSDB, Aécio Neves (MG); o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ); o ministro da Comunicação Social, Edinho Silva (PT -SP), que atuou como tesoureiro da campanha presidencial do PT, em 2014; o ex-presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS); e o ministro do Tribunal de Contas da União, Vital do Rêgo. Além disso, o procurador-geral pede de abertura de inquérito para investigar a presidente Dilma Rousseff, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o advogado-geral da União, ministro José Eduardo Cardozo, por suposta obstrução à Justiça, em tentativa de atrapalhar as investigações da operação Lava Jato. Os pedidos de abertura de inquérito ainda precisam ser analisados pelo ministro Teori Zavascki, relator da Lava Jato no Supremo.

Impeachment

A comissão especial do Senado que analisa o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff ouviu na segunda-feira, 2, três nomes indicados por senadores da oposição: o procurador Júlio Marcelo Oliveira, o juiz José Maurício Conti e o advogado Fábio Medina Osório. Para eles, a Presidente cometeu crime de responsabilidade.

Lula

A 4ª Vara Criminal de São Paulo enviou para a 13ª Vara Federal de Curitiba (PR) os autos do processo que apura se o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva cometeu crime de lavagem de dinheiro. A remessa foi feita na quinta-feira, 28. Na ação, o Ministério Público de São Paulo ofereceu denúncia e pediu a prisão preventiva de Lula sob a acusação de que o ex-presidente é o proprietário oculto de um apartamento tríplex no Guarujá, no litoral paulista. Fontes: G1, Congresso em Foco, EBC, Valor Econômico, Folha de São Paulo


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Igreja colaborará para viabilizar saneamento básico em áreas carentes Luciney Martins/O SÃO PAULO

Dioceses paulistas ajudarão a Sabesp a identificar comunidades que necessitam de regularização de abastecimento Fernando Geronazzo

Especial para O SÃO PAULO

Motivados pela Campanha da Fraternidade Ecumênica de 2016, cujo tema é “Casa comum, nossa responsabilidade”, representantes da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) e das dioceses que compõem a Província Eclesiástica de São Paulo se reuniram na Cúria Metropolitana, no dia 27, para viabilizar uma parceria a fim de regularizar o abastecimento de água e o serviço de esgoto em comunidades carentes do Estado de São Paulo. De maneira concreta, as igrejas locais irão ajudar a Companhia a identificar as comunidades que ainda não possuem saneamento e conscientizar os moradores sobre a importância da regularização do abastecimento. “Há assentamentos que existem há décadas e não possuem abastecimento de água ou esgoto regularizados e as estatísticas ignoram esses lugares onde a Sabesp não está presente”, explicou o diretor-presidente da Sabesp, Jerson Kelman, ressaltando, ainda, que o abastecimento clandestino, além de trazer risco de contaminação, causa desperdício. “Em algumas comunidades, começamos o programa de regularização que substitui a instalação de canos irregulares por instalações tecnicamente corretas e, quando possível, recolhe o esgoto”,

Cardeal Odilo Pedro Scherer e bispos da Província Eclesiástica de São Paulo participam de reunião com representantes da Sabesp, no dia 27

acrescentou Kelman, ao esclarecer que conduzir água potável na tubulação é um processo mais simples do que afastar o esgoto das casas, uma vez que a água limpa corre nas tubulações sob pressão, não levando em conta os níveis do terreno, enquanto o esgoto exige uma complexidade maior, pois esse não tem pressão para ser escoado, o que exige mais investimento técnico. Jerson Kelman também explicou que há alguns casos em que tais serviços não podem ser implementados por conta de questões legais, quando se tratam, por exemplo, de invasões a propriedades privadas ainda em disputa judicial, ou em áreas de manancial. Ele garantiu

que o interesse maior da Sabesp não é o financeiro, uma vez que será cobrada dessas famílias uma tarifa social pelo abastecimento. “Nosso objetivo maior é levar cidadania às pessoas e evitar o desperdício... Todos ganham: a população, a sociedade e o meio ambiente”, garantiu.

Abrir portas

O Cardeal Odilo Pedro Scherer, arcebispo de São Paulo, salientou que essa parceria é uma maneira de a Igreja “abrir portas e facilitar a entrada de quem vai prestar esse serviço nas comunidades, levando dignidade e cidadania às pessoas”, partindo do pressuposto que nas comunidades locais a Igreja sabe onde estão os

problemas e quais as áreas que precisam de saneamento, já que durante a Campanha da Fraternidade houve a percepção de onde existe o problema de forma mais aguda. Na Baixada Santista, por exemplo, há cerca de cem comunidades irregulares que englobam aproximadamente 300 mil pessoas. A Diocese de Santos já começou o diálogo com a Sabesp para indicar comunidades onde a regularização pode ser feita. Outras dioceses como Santo André, Santo Amaro e a própria Arquidiocese de São Paulo irão realizar reuniões com os membros da Companhia para identificar áreas carentes que necessitam de saneamento.

Com devoção a São José Operário, trabalhadores vivenciam o 1º de Maio Cami

Fábio Augusto da Silva

Especial para O SÃO PAULO

Membros da Pastoral Operária, do Centro de Apoio e Pastoral do Migrante (Cami) e de outros movimentos voltados à classe trabalhadora participaram no domingo, dia 1º, da celebração do Dia do Trabalhador, na memória litúrgica de São José Operário, na Catedral da Sé. “Quero acolher a todos que vieram para defender seus direitos, que já vêm de uma luta histórica. A Igreja sempre esteve solidária e ao lado do povo trabalhador. Hoje a situação que o mundo do trabalho se encontra é muito mais complicada do que em outros tempos, pois temos novos fenômenos acontecendo que nos desafiam, desde as esferas públicas, para dar conta da demanda”, afirmou o Padre Luiz Eduardo Baronto, cura da Catedral, que presidiu a missa. Ainda na homilia, ele comentou que o atual momento político e social do País tem afetado diretamente a classe trabalhadora.

Migrantes latino-americanos durante missa do Dia do Trabalhador, na Catedral da Sé

Para Maria Aparecida Pereira Lima, coordenadora da Pastoral Operária na Diocese de São Miguel Paulista, a celebração anual da missa do Dia do Trabalhador “ajuda muito as pessoas entenderem cada vez melhor sua missão como classe trabalhadora. Temos

uma história de muita luta e de muitas vidas que se foram para que a gente conquistasse esse momento. Isso está se perdendo por falta de uma organização maior”, lamentou. Na avaliação de Canindé Pegado, secretário da União Geral dos Trabalhado-

res (UGT), a celebração do 1º de Maio sempre precisa fazer memória aos que lutaram por melhores condições de vida e de bem-estar social dos trabalhadores, bem como reivindicar melhorias. “Ainda hoje persiste a discriminação no trabalho, a exploração, a retirada de conquistas trabalhistas e o trabalho precário”, comentou. Trabalhadores brasileiros e imigrantes da América Latina e África apresentaram bandeiras e faixas durante a missa com mensagens pedindo melhorias no mercado de trabalho. Segundo informações do Cami, muitos migrantes latinos trabalham em precárias condições no País. Esse é o caso dos bolivianos, que em sua maioria atua nas oficinas de costuras em bairros periféricos, com contratos irregulares de trabalho, sem registro em carteira e com jornadas diárias superiores a 14 horas. Também para haitianos e africanos as opções de trabalho estão restritas ao mercado informal.


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Com a Palavra: Dom João Bosco Barbosa de Sousa

‘Com Amoris laetitia, teremos chances de reacender as brasas da Pastoral Familiar’ Imprensa CNBB

Fernando Geronazzo

Especial para O SÃO PAULO

Para o bispo diocesano de Osasco (SP) e presidente da Comissão Episcopal Pastoral para Vida e Família da CNBB, Dom João Bosco Barbosa de Sousa, a Exortação Apostólica Pós-sinodal Amoris laetitia, do Papa Francisco, apresenta uma novidade do ponto de vista pastoral, propondo um caminho de proximidade por parte da Igreja às famílias, sem deixar de reafirmar sua doutrina. Em entrevista ao O SÃO PAULO, Dom João Bosco também afirmou que o texto resultante dos dois últimos sínodos dos bispos motiva a Pastoral Familiar a assumir cada vez mais seu papel missionário na Igreja enquanto uma espécie de “eixo transversal” de todas as pastorais, alcançando desde crianças até os idosos. O SÃO PAULO – Que avaliação o senhor faz da Exortação Apostólica Amoris laetitia?

Dom João Bosco – É um texto extremamente esperado pela maneira de Francisco se dirigir às pessoas de modo muito simples, humano e próximo. Já conhecemos esse estilo do Papa e até mesmo os assuntos que ele coloca dentro da Exortação. São coisas que ele já vinha afirmando nas catequeses, nas homilias, durante e depois do Sínodo. Nesse sentido, não há novidade. Porém, o Papa vai além das coisas que ele disse até então. Encontramos uma grande novidade dentro da Exortação, do ponto de vista pastoral, não doutrinal. Não há nenhuma afirmação que não seja em conformidade com a tradição da Igreja ou com sua disciplina atual. A novidade é o modo pastoral de trabalhar com as famílias, a maneira como a Igreja deve acolher e trabalhar com essas realidades tão complexas.

Quais são as características dessa novidade pastoral?

Eu caracterizo essa novidade em quatro palavras básicas. A primeira é proximidade. A Igreja tem que se aproximar das pessoas. O Papa deixa claro que não vai resolver questões complexas e variadas com um decreto único, com “pode ou não pode”. A segunda palavra é acolhida. É preciso que todos sejam

suas ovelhas e que vão, a partir dessa compreensão de um acompanhamento próximo, descobrir os caminhos.

E quanto à necessidade formação enfatizada pelo Papa?

Se hoje se vive num mundo de feridos dentro do Matrimônio, é preciso mais do que curar as feridas já abertas. É preciso preparar as pessoas para viverem esse Sacramento de forma realizada e plena. Não só a formação dos casais é importante nesse caso, mas a começar da formação dos próprios pastores, lá no seminário, buscando aqueles que estão se preparando para o sacerdócio e ajudá-los e serem pastores de pessoas concretas e, assim, ajudar os casais a constituírem novas famílias dentro desse espírito.

E como a Pastoral Familiar pretende colocar as propostas da Exortação em prática?

acolhidos na Igreja, não importa a sua situação, não há razão para alguém se sentir excluído. A terceira questão é a gradualidade. Há certas questões que não se resolvem de imediato. O Papa Francisco reafirma esse caminho proposto por São João Paulo II para dizer que nas famílias é preciso que as pessoas sejam acolhidas e possam gradualmente dar os passos para um amor maior. Por último, a integração, outra palavra usada pelo Pontífice para tratar das pessoas que estão mais feridas, em situações mais difíceis. Essas quatro palavras mostram para nós o caminho que o Papa Francisco quer fazer no sentido de um acompanhamento de cada caso com muita misericórdia e proximidade.

E quanto à atitude de discernimento proposta pelo Papa?

Esse é um grande desafio para nós, pastores, porque o discernimento exige, por um lado, abertura para acolher e conhecer a realidade a partir de dentro. Por outro lado, não se pode minimizar as questões. Não podemos tratar com menos seriedade ou irresponsabilidade as questões doutrinais da Igreja. Esse discernimento vai fazer-nos buscar dentro das normas da Igreja o limite da misericórdia para perceber que em cada situação nem sempre as pessoas são totalmente culpadas ou até nem têm

consciência da própria culpa. Então, é preciso fazer um caminho na direção do amor, o que é mais difícil, mas é o que realmente pode salvar a pessoa.

As reflexões da Exortação correspondem às contribuições colhidas pela a Igreja do Brasil por meios dos questionários enviados pelo Sínodo?

Acredito que sim. Na primeira fase do Sínodo, que foi o levantamento das questões, pudemos perceber que dentro de uma realidade tão variada como é a do Brasil, na totalização dos questionários, víamos que as situações eram semelhantes. A mesma coisa com relação ao resto do mundo. Os desafios hoje são globalizados. A expectativa que se criou a partir desse questionário inicial foi sendo respondida à medida que o caminho sinodal foi sendo feito. Quando o Papa Francisco, agora, reúne o resultado dos dois sínodos confrontando essas questões com o que nos ensina o Evangelho sobre a família, é que se mostrou realmente produtivo, respondendo a esse momento que vivemos hoje e abre, de certa forma, sem definir muito o tamanho dessa abertura, justamente para responsabilizar os bispos e padres. A ideia de “sinodalidade” do Papa Francisco é esta: não se resolve tudo em Roma com decretos, se resolve com pastores que estão próximos de

Em termos de programa de trabalho, acredito que não muda muita coisa, porque nós trabalhamos com um projeto amplo de quatro anos. Portanto, não se trata de fazer novos projetos em cima desse novo documento. O que muda é dentro da Pastoral Familiar. Os subsídios que vão sendo enriquecidos com toda essa visão da Exortação, a própria animação dentro da Pastoral deve crescer enormemente, bem como sua abrangência dentro das comunidades paroquiais e dentro das dioceses. A Pastoral Familiar deve deixar de ser um grupo isolado, uma pastoral entre outras pastorais, e ser a iluminadora de todas as situações familiares que se encontram nas pastorais da Juventude, Catequética, da Liturgia etc; ou seja, deve ser uma espécie de eixo transversal de todas elas, desde as crianças até os idosos. Isso eu espero que aconteça de modo mais concreto, porque a linguagem de Amoris laetitia é muito prática, toma realmente as questões e levanos para a ação.

Amoris laetitia traz um novo ardor missionário para a Pastoral Familiar?

Com certeza. Nós já vínhamos trabalhando nessa linha. Se tomarmos, por exemplo, o subsídio “Hora da Família”, lançado recentemente, que orienta a Pastoral Familiar no Brasil inteiro, este já veio com o tema “Família e misericórdia: dom e missão”, ou seja, o presente de Deus que nós temos colocado a serviço dos irmãos. Por isso que a família tem que ser missionária. Com Amoris laetitia, teremos chances de reacender as brasas da Pastoral Familiar.

As opiniões expressas na seção “Com a Palavra” são de responsabilidade do entrevistado e não refletem, necessariamente, os posicionamentos editoriais do jornal O SÃO PAULO.


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A Metrópole sob a intercessão de Nossa Senhora Aparecida Arquidiocese de São Paulo

Devoção a Nossa Senhora Aparecida é manifestada durante Congresso Eucarístico Nacional de 1942

Arquidiocese de São Paulo é parte da história da construção do Santuário Nacional à Padroeira do Brasil, que tem devotos em toda a Cidade Renata Moraes

jornalismorenata@gmail.com

Nas águas do rio Paraíba do Sul, em outubro de 1717, os pescadores Domingos Garcia, Felipe Pedroso e João Alves, ao saírem para pescar, encontram uma imagem de Nossa Senhora, primeiro o corpo, depois a cabeça. Após o feito, ao lançarem as redes, milagrosamente recolheram centenas de peixes como nunca haviam pescado antes. Passados quase 300 anos, milhares de devotos em todo o Brasil recorrem à intercessão da Imaculada Conceição Aparecida, entre esses também os que vivem em São Paulo. A propósito, há uma estreita relação da Arquidiocese de São Paulo com Nossa Senhora Aparecida: até 1958, a igreja na cidade de Aparecida, juntamente com o santuário nacional, pertenciam à Arquidiocese de São Paulo, que participou ativamente da construção da “Basílica velha” e deu encaminhamento à construção do novo Santuário, em 1955. Em artigo publicado no O SÃO PAULO em 27 de abril deste ano, o Cardeal Odilo Pedro Scherer, arcebispo metropolitano, recordou essa relação. “Quando, em 1958, foi erigida a Arquidiocese de Aparecida, o arcebispo de São Paulo, Cardeal Carlos Carmelo de Vasconcelos Mota, foi seu administrador diocesano até 1964”. No mesmo ano, o Papa Paulo VI nomeou o Cardeal Mota como o primeiro arcebispo de Aparecida.

Devoção mariana no Congresso Eucarístico Nacional de 1942

Realizado enquanto transcorria a Segunda Guerra Mundial, o IV Congresso

Eucarístico Nacional aconteceu em São Paulo, com a participação de mais 500 mil pessoas. Nessa época, o Arcebispo de São Paulo era Dom José Gaspar d´Afonseca e Silva, que trabalhou incessantemente pelo bom sucesso da atividade e elegeu Nossa Senhora Aparecida como a primeira peregrina daquele Congresso. Uma réplica da imagem de Nossa Senhora veio de Aparecida e foi triunfalmente recebida na praça da Sé. A mesma imagem acompanhou todas as celebrações do Congresso Eucarístico Nacional, entre 4 e 7 de setembro de 1942. Após o término do Congresso, a imagem foi levada em procissão até a várzea do Ipiranga em 13 de setembro daquele ano, quando o Arcebispo abençoou a pedra fundamental do futuro templo dedicado a Nossa Senhora, hoje a Paróquia Nossa Senhora Aparecida, localizada na rua Labatut, no bairro do Ipiranga.

‘Salve a Mãe de Deus e nossa’

Como em todas as partes do País, na Arquidiocese de São Paulo a devoção a Nossa Senhora Aparecida é uma marca dos católicos, em especial nas 28 paróquias e comunidades dedicadas à Padroeira do Brasil. Uma dessas paróquias fica no bairro do Lauzane Paulista, na zona Norte. “A comemoração da solenidade da Mãe Aparecida em nossa comunidade é feita com muita devoção, oração, entrega e, o mais importante, com muito amor”, comentou, à reportagem, o Padre Wilson Pereira dos Santos, 36, pároco da Paróquia Nossa Senhora Aparecida e São Matias, na Região Santana. Segundo o Presbítero, em outubro, na festa da Padroeira, há o envolvimento de toda a comunidade paroquial. “Transformamos a vida em oração, no gesto concreto de esvaziar-nos das nossas verdades para assumir verdadeiramente essa devoção avassaladora que renova, fazendo com que a única coisa que realmente importe neste momento seja o amor e a gratidão de se sentir amado por Deus, por meio de Maria, em todos os dias do ano”, detalhou Padre Wilson.

Projeto Tietê Esperança Aparecida

Já virou tradição na Arquidiocese de São Paulo: todo dia 12 de outubro, desde 2004, por meio do projeto “Tietê Esperança Aparecida”, acontece a peregrinação fluvial da imagem da Padroeira do Brasil pelas águas poluídas do rio Tietê na Grande São Paulo. A iniciativa da peregrinação fluvial foi do Padre Palmiro Carlos Paes, atual administrador da Paróquia Santa Cristina, na Região Ipiranga. Em 2004, motivado pela CF “Fraternidade e Água”, a iniciativa teve início para expressar a devoção a Nossa Senhora e conscientizar a população e as autoridades sobre a importância da despoluição do rio. Todos os anos, a imagem peregrina é acolhida por milhares de devotos na ponte do Piqueri, na zona Oeste de São Paulo, e depois, em carreata, é levada à Catedral da Sé, onde é presidida a missa solene.

Nossa Senhora inspira sacerdócio

Padre José Enes de Jesus, 63, pároco da Paróquia Santo Eduardo, na Região Sé, é assistente eclesiástico da Pastoral Afro na Arquidiocese de São Paulo. Ele contou à reportagem a experiência de fé e devoção a Nossa Senhora Aparecida herdada na família. A história foi objeto de estudo e resultou em uma tese de doutorado de Lourival dos Santos, Doutor em história pela USP, com o título “História oral de devotos negros da Padroeira do Brasil: projeto familiar e estratégia de pertencimento à Comunidade Nacional”. A família Jesus migrou de Nacip Raydan, na região de Governador Valadares, em Minas Gerais, para a periferia da zona Leste de São Paulo, entre 1951 e 1996. “Minha família sempre foi muito devota de Nossa Senhora Aparecida. Desde pequeno, eu e meus irmãos cultuamos essa fé. Sempre que íamos a São Paulo, no dia seguinte, sempre visitávamos a Basílica de Nossa Senhora Aparecida. Era o nosso compromisso. Essa devoção primária foi muito importante na minha formação”, recordou o Padre. Ao ingressar no seminário, o Presbítero deu continuidade à devoção mariana participando das romarias da Arquidiocese. “Nossa Senhora Aparecida é a padroeira da família. Em tudo aquilo que nós necessitamos, recorremos a ela, seja pelo emprego, motivos de doença, mas também nos momentos de alegria para agradecer as graças e bênçãos recebidas. Nossa Senhora Aparecida sempre socorre as famílias”. Para o Padre José Enes, o fato de Nossa Senhora ter sido encontrada no Brasil no período da escravidão fez com que muitos negros se identificassem com a Padroeira. “Isso ajudou nossos irmãos negros e negras a encontrarem forças na Mãe Aparecida, assim como a identificação da cor de sua pele com a cor da imagem da Mãe”.

Bispos auxiliares da Arquidiocese de São Pa

Virgem Na 115ª Romaria da Arquidiocese de São Paulo ao Santuário Nacional de Aparecida, bispos receberam imagens peregrinas da Padroeira do Brasil Renata Moraes

jornalismorenata@gmail.com

Aproximadamente 12 mil fiéis de paróquias e comunidades das seis regiões episcopais da Arquidiocese de São Paulo estiveram no Santuário Nacional de Aparecida na manhã do domingo, dia 1º, na 115ª Romaria Arquidiocesana a Aparecida, quando participaram da missa presidida pelo Cardeal Odilo Pedro Scherer, arcebispo metropolitano, e concelebrada pelos bispos auxiliares. Antes da celebração, bandeiras coloridas foram entronizadas nos corredores da basílica, representando as seis regiões episcopais. Na assembleia, os leigos com cartazes e lenços nas mãos manifestavam sua presença e a unidade da Igreja de Cristo em São Paulo. O Cardeal Scherer, na homilia, saudou os trabalhadores por ocasião do Dia do Trabalhador e da memória litúrgica de São José Operário. O Arcebispo pediu orações pelos desempregados, diante da atual crise econômica e política do País. À luz do tema da romaria “Virgem Aparecida, Mãe de Misericórdia”, o Arcebispo reafirmou que a devoção a Nossa Senhora Aparecida está relacionada estreitamente com o rosto misericordioso de Deus e à prática das obras de misericórdia. “A Mãe de misericórdia está sempre junto de seu Filho, nosso misericordioso Salvador, rosto do pai misericordioso”. “Quem mais do que Maria se tornou morada de Deus? No seu seio, Cristo fez morada e habitou entre nós. Hoje estamos mais uma vez aqui em Aparecida para aprender dela a ouvir e praticar a Palavra de Deus”, afirmou Dom Odilo. O Cardeal recordou que a Igreja


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aulo recebem da direção do Santuário Nacional de Aparecida sete imagens peregrinas, que passarão por todas as comunidades, paróquias, colégios católicos e instituições diversas durante este ano

Aparecida, Mãe de Misericórdia em São Paulo realizava naquele domingo sua 115º peregrinação a Aparecida, mantendo uma tradição. “Hoje a Arquidiocese de São Paulo mais uma vez vem em peregrinação à Casa da Mãe de Misericórdia, em Aparecida, para pedir: ‘Dá-nos a bênção, ó Mãe querida’! Em suas mãos, depositamos os votos e homenagens de todos os seus filhos que vivem nesta Metrópole imensa. A ela, confiamos os sofrimentos de tantos e a generosa solidariedade de outros tantos

que os assistem com suas obras de misericórdia”.

Peregrinação de paróquias jubilares

Dom Odilo também destacou a presença na romaria dos fiéis das paróquias da Arquidiocese que comemoram jubileu de fundação. Esse foi o caso das paróquias Santa Generosa (100 anos), pessoal coreana São Kim Degum (50 anos) e Assunção de Nossa Senhora (50 anos), na Região

Sé; São Carlos Borromeu (50 anos), na Região Belém; Imaculada Conceição (50 anos) e Santo Ivo (50 anos), na Região Ipiranga; São Patrício (50 anos) e São Francisco de Assis (50 anos), na Região Lapa; e Nossa Senhora Aparecida, do Parque Edu Chaves (50 anos) e Nossa Senhora da Penha, na Região Santana. Entre os peregrinos da Paróquia Nossa Senhora Aparecida, do Parque Edu Chaves, que foram ao Santuário Nacional em dez ônibus, estava o jovem Fotos: Luciney Martins/O SÃO PAULO

Alisson Alves, 22. “São 300 anos de Nossa Senhora Aparecida no Brasil e 50 anos no Parque Edu Chaves. Estar aqui hoje, junto com a nossa Paróquia, é expressar a nossa devoção e a gratidão por tudo que a Virgem Mãe Aparecida já nos concedeu”, comentou. Ele, que é catequista de Crisma, recordou que sua experiência de fé mariana começou no grupo da Legião de Maria, com a reza do Terço. “Assim como Cristo foi gerado por Maria, nós também somos gestados por ela na nossa fé”.

‘Não há como ser padre sem amar a mãe de Jesus’

Também para os sacerdotes, participar da Romaria ao Santuário Nacional de Aparecida foi um momento de viver a fé e a devoção a Maria, a mãe das vocações. Em entrevista ao O SÃO PAULO, o Padre Rogério Valadares da Silva, 38, vigário da Área Pastoral Santo Antônio, na Região Brasilândia, falou sobre sua experiência mariana de fé. “A presença de Maria foi fundamental no meu processo de conversão. Foi por meio de Nossa Senhora Aparecida que eu descobri o meu chamado ao sacerdócio. Maria tem um papel fundamental na minha vida e na minha vocação. E acredito que também na vida de qualquer sacerdote, não há como ser padre sem amar a Mãe de Jesus. Ter uma devoção mariana é ter uma verdadeira devoção a Jesus Cristo”.

Entrega das Imagens Peregrinas

Vindos de todas as regiões episcopais, devotos de Nossa Senhora Aparecida dão testemunho público da fé durante a 115º Romaria Arquidiocesana

Em comemoração aos 300 anos do encontro da imagem de Nossa Senhora Aparecida nas águas do rio Paraíba do Sul, em 1717, na peregrinação deste ano a Arquidiocese de São Paulo recebeu da direção do Santuário Nacional sete imagens peregrinas da Padroeira do Brasil, que passarão por todas as paróquias, comunidades, colégios católicos e outras instituições ao longo dos próximos meses. Ainda na tarde do domingo, dia 1º, em todas as regiões episcopais, as peregrinações tiveram início com a acolhida das imagens. Também o Vicariato Episcopal para a Educação e a Universidade fará peregrinações com a imagem em colégios católicos ao longo deste ano (leia mais nas páginas das regiões episcopais e na página 7).


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Luciney Martins/O SÃO PAULO

Luciney Martins/O SÃO PAULO

Mãe

rejane à espera de joão paulo

nayá e francesco

‘Cada dia uma coisa diferente, um aprendizado’ nayá, mãe, Rejane e Juliana, grávidas, contam as emoçoes e sensações com o primeiro filho Edcarlos Bispo edbsant@gmail.com

Há dois meses, já havia recebido o convite para visitar o pequeno Francesco, filho de uma das repórteres do jornal O SÃO PAULO, Nayá Fernandes, nascido em meados de janeiro deste ano. Aproveitei a pauta do Dia das Mães para entrevistá-la, saber das aventuras de ser mãe de primeira viagem e conhecer o pequeno. Francesco tinha acabado de mamar, estava com uma blusinha de lã e enrolado em um lençol para espantar o frio da tarde de domingo. Nayá embalava o pequeno, ninando de um lado para outro. Entre risadas, chamegos e mimos, Nayá descreveu as emoções do parto e as dificuldades de, em um sistema que prioriza cesarianas, ter optado por parto normal, mesmo ficando 28 horas no hospital, desde os atendimentos iniciais ao trabalho de parto. “[Pensei] ‘eu não quero mais ter filho’, mas passa uma semana e você reelabora essa ideia”, afirmou Nayá sobre a romantização que há sobre o parto. “Não há nada romântico”, garante. Mesmo assim, para ela, são momentos que valem a pena. “É fantástico, cada dia uma coisa diferente, um aprendizado. A medida que ele vai aumentando a comunicação, você se envolve mais. Não é amar mais. Desde que nasce, você ama, mas quando ele vai aumentando a comunicação e vai reagindo a estímulos, vamos interagindo mais e aumentando a conexão”, afirma. Mas há questões que para ela são incômodas. Por exemplo, o fato de as pessoas darem “palpites” sobre a forma como a mãe deve cuidar do filho, ou até mesmo a superproteção por parte de outros

membros da família, que impedem que os pais tenham a experiência de aprender e vivenciar os detalhes mais simples do cuidado do filho. “Queria escrever algo sobre os inúmeros conselhos que uma jovem mãe recebe a cada dia. A maioria com tom de reprovação e advertência. ‘Ele não usa chupeta?’ – ‘Mas, você não dá água pra ele?’ – ‘Nossa, deve estar com calor com essa roupa!’ – ‘Não acha que ele está com frio sem roupa?’ – ‘Mas, que absurdo viajar com um bebê tão pequeno!’ – ‘Você não deve acostumá-lo no colo’... E por aí vai. Queria tentar entender por que parece que os filhos são algo que pertencem a todos, e, ao mesmo tempo, começo a me preparar para não repetir essas atitudes daqui alguns bons anos”, escreveu Nayá em seu perfil em uma rede social, que durante a gravidez e esses primeiros meses de vida de Francesco tem sido o meio utilizado pela jornalista, para contar histórias, aventuras e sensações da experiência de ser mãe. Quanto ao fato de, pela primeira vez em sua vida, viver o Dia das Mães como mãe, Nayá afirma que é adversa a essas datas e comemorações. Ela conta que sabe da importância deste dia ser uma ocasião para a reunião e o encontro com a família e a valorização da figura da mãe, mas “isso é algo que tem que acontecer sempre”. “O que pra mim é mais importante é o dia a dia, uma coisa que ele faz e me anima, é mais emocionante ver o filho se desenvolvendo que qualquer outra coisa”, conta.

‘É realmente receber o maior presente, um presente onde você é a caixinha’

“Mãe, você foi nove meses de espera, já me amou sem saber como eu era, preparou o enxoval para mim. Mãe, nem sentias o meu carinho, mas eu bem lá dentro sozinho já te amava e cantava assim.” Essa música do Padre Joãozinho é ouvida em quase todas as missas do Dia das Mães nas comunidades pelo Brasil

afora. Entre lágrimas e abraços carinhosos, mães e filhos celebram a Eucaristia, a vida e a família. Neste ano, na vida de Juliana Leal e Rejane Guimarães, o Dia das Mães terá um sabor diferente. Ambas estão grávidas do primeiro filho. Juliana está no 8º mês e espera gêmeos, um casal, Rafael e Beatriz. Devido a problemas de pressão alta, teve que ficar em observação na maternidade. Casada há 5 anos, refere-se aos filhos como um presente. “É algo incrivelmente sem explicação. Mesmo sendo esperado, planejado, vem aquela mistura de sentimentos. Um amor incondicional, com o medo de: vamos ser pais! Por onde começamos? Somos capazes?”, confidencia. Rejane, grávida há 6 meses, preferiu que a entrevista fosse escrita, pois está tão sensível, que só de ouvir as perguntas do jornalista já engasga a voz de emoção. À reportagem, ela definiu a gravidez como uma incrível experiência bipolar. “Ao mesmo tempo que eu me olho no espelho e contemplo a barriga, sabendo que ali dentro tem uma vida em movimento, me sinto estranha (gorda, sei lá), pois meu físico sempre foi ‘slim’, então, é muito estranho. Estou aprendendo a lidar com essas mudanças também”. Para as duas gestantes, o Dia das Mães em 2016 será repleto de emoções e com os sentimentos à flor da pele. “Chorei de emoção esta semana ao lembrar desse fato. Não tinha caído a ficha: sou mãe. É realmente receber o maior presente, um presente em que você é a caixinha. Verdadeiro dom e presente de Deus. E no meu caso, um detalhe: em dose dupla”, comenta Juliana. Rejane acredita que passar o Dia das Mães grávida vai ser mais complicado emocionalmente do que se o filho, que se chamará João Paulo, já tivesse nascido. Para ela, as grávidas estão naturalmente mais sensíveis, e nesse dia a imaginação de como seria estar com o bebê no colo gera uma ansiedade para vivenciar todos os momentos e sensações de estar com o filho nos braços.

As mudanças

As mudanças que ocorrem com uma grávida são sensíveis e extrapolam os limites do corpo: são sensações, sentimentos e percepções que, às vezes, passam despercebidos das pessoas, mas que as futuras mamães vivem na prática. “Na mente, parece que liga uma chavinha e, de repente, você não consegue mais pensar em você. Pensa sempre em vocês. Tudo que vai fazer pensa duas vezes, coisas do tipo, ‘será que vai fazer bem pra ele? Será que ele vai gostar?’ E aí não consigo mais me sentir sozinha, onde eu vou tem alguém comigo. A alimentação vai no mesmo ritmo. Coisas que eu não gosto muito, mas sei que são necessárias pra ele ou que fazem muito bem pra ele, eu acabo me esforçando pra comer (feijão, rúcula, grãos) ou, muitas vezes, ficava várias horas sem comer, hoje nem espero sentir fome, pois sei que ele precisa que eu consuma alimentos em intervalos menores”, conta Rejane.

O futuro

Com a iminência do parto e a possibilidade de que os bebês nasçam prematuros, Juliana conta que está apreensiva e cheia de expectativa. Para ela, medo e insegurança fazem parte de tudo que é novo. “Imagina Maria quando recebe a notícia de que seria mãe? Acho que toda mãe se sente como ela. Primeiro, o medo e a insegurança, depois, a entrega... o sim”. Para Juliana, a presença do marido em toda a gestação e nos momentos de dificuldade aumenta a segurança para enfrentar as dificuldades e faz com que vivenciem na vida conjugal as promessas do Matrimônio: “na alegria e na tristeza, na saúde e na doença”. Rejane, por sua vez, não quer que o pequeno João Paulo tenha que entrar em uma rotina de “adulto” para poder se adequar à correria dos pais, como acordar cedo, passar o dia fora de casa em creches ou escolinhas. Para ela, o futuro será de ajustar as necessidades do casal com as prioridades do bebê, entre essas a presença dos pais nos primeiros anos de vida dele.


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‘É a oração o suporte para todas as obras de misericórdia’ Em continuação à série das obras de misericórdia, O SÃO PAULO destaca a prática de ‘Rezar a Deus pelos vivos e mortos’ Renata Moraes

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Comumente ouvimos das pessoas quando estamos indo à Igreja: “reze por mim”, “coloque meu nome em suas orações”, “reze pela minha família”. Já ensinava Santa Teresinha do Menino de Jesus (1873-1897): “Pensar em alguém que se ama é rezar por ela”. Rezar a Deus pelos vivos e mortos é uma obra de misericórdia espiritual, e conforme apontou o Papa Francisco na Bula Misericórdiae Vultus é um convite para que redescubramos a beleza da oração e a prática de rezar uns pelos outros. “Na oração, confiamos ao Senhor os nossos irmãos e irmãs” (MV 15), afirmou o Pontífice. Independentemente da linguagem, sejam com gestos ou palavras, a oração brota do íntimo do coração. Ela é a elevação da alma do homem a Deus, conforme indica o Catecismo da Igreja Católica: “A oração nasce do encontro entre a sede de Deus e a nossa. Deus tem sede de que nós tenhamos sede dele” (CIC 2560). A oração é também a aliança entre Deus e o homem em Cristo. “É a oração o suporte para todas as obras de misericórdia”, segundo consta no livro “As obras de misericórdia corporais e espirituais”, do Conselho Pontifício para a Promoção da Nova Evangelização. “A oração pode ser feita pelas próprias necessidades, ou como forma de solidariedade. Assim como não vivemos isolados, e na alegria fazemos festa e reunimos os amigos, encontramos na oração uma forma de nos solidarizarmos com o sofrimento. Não podemos sofrer a dor no lugar do outro, mas podemos caminhar com ele na oração”, expressou Dom Devair Araújo da Fonseca, bispo auxiliar da Arquidiocese na Região Brasilândia e vigário episcopal para a Pastoral da Comunicação, em entrevista ao O SÃO PAULO. Em muitas situações do cotidiano, é comum o sentimento de impotência diante do sofrimento daqueles que amamos. Nesses casos, é sempre válida a empatia pelos que sofrem e a prática da oração de intercessão, que consiste em pedir a Deus em favor do outro, uma atitude própria de um coração que está em consonância com a misericórdia do Pai. “Na intercessão, aquele que ora não olha aos seus próprios interesses, mas aos interesses dos outros” (Fl 2,4). “O estágio

mais elevado do rezar consiste em fazêlo pelos que lhe fazem mal” (CIC 2635). Padre José Roberto Pereira, pároco na Paróquia Nossa Senhora da Consolação, na Região Sé, e assistente eclesiástico da Renovação Carismática Católica (RCC) da Arquidiocese de São Paulo, falou sobre o tema à reportagem. “Orar uns pelos outros é um dos melhores presentes que podemos doar, buscando a presença de Deus em favor dos irmãos. É uma maneira de tocar as pessoas e fazer a diferença na vida delas”. Segundo o Sacerdote, a RCC realiza o ministério de intercessão. “Esse ministério é ligado à Rede de Intercessão Nacional, que visa apoiar e fortalecer os grupos de intercessão ligados aos grupos de oração. Oferecendo formação aos intercessores, no sentido de sustentar na oração todos os projetos da Renovação Carismática Católica do Brasil”, disse.

lização foi pelos cristãos da África, para que deem testemunho do amor e da fé em Jesus Cristo no meio dos conflitos político-religiosos. Para melhor comunicar esses pedidos de oração, em janeiro deste ano foi desenvolvido pela Rede Mundial de Oração do Papa o projeto: “O Vídeo do Papa”, uma iniciativa global para difundir a todo o mundo pela internet as intenções mensais do Santo Padre sobre os desafios da humanidade.

A comunhão dos santos

Todas essas práticas de oração estão relacionadas com o mistério da comunhão dos santos, (em latim, Communio Sanctorum), que é a comunhão entre os cristãos vivos e mortos. “Com efeito, trata-se da comunhão dos membros da Igreja, tanto dos que peregrinam ainda na terra como dos bem-aventurados do

não vem separada da morte, mas, graças a Cristo ressuscitado, é destinada a encontrar a sua plenitude na vida eterna”.

Rezar pelos mortos

As Sagradas Escrituras também exortam sobre a oração pelos mortos, baseada na fé da ressurreição de Cristo. Os falecidos que estão no Purgatório precisam também das orações. É dever do cristão rezar por eles, para que sejam libertados dos seus pecados. “Eis por que ele [Judas Macabeu] mandou oferecer esse sacrifício expiatório pelos que haviam morrido, a fim de que fossem absolvidos do seu pecado” (cf 2Mc 12,46). O Catecismo da Igreja Católica prescreve a prática dessa obra de misericórdia. “Desde os primeiros tempos, a Igreja honrou a memória dos defuntos e ofereceu sufrágios em seu favor, em especial o sacrifício eucarístico, a fim de que, Luciney Martins/O SÃO PAULO

‘Desde os primeiros tempos, a Igreja honrou a memória dos defuntos e ofereceu sufrágios em seu favor’, indica o Catecismo da Igreja Católica

A Rede Mundial de Oração do Papa

Intimamente ligado à ordem dos Jesuítas, o Apostolado da Oração foi fundado em 1844, pela Companhia de Jesus, na França. “O Apostolado da Oração (AO) é um caminho espiritual que a Igreja propõe a todos os cristãos para os ajudar a ser amigos e apóstolos de Jesus Ressuscitado na vida diária”, conforme consta na definição da associação de fiéis em seu site. Também conhecida como a Rede Mundial de Oração do Papa, o AO tem o compromisso de rezar todos os dias pelas intenções da Igreja e do Pontífice. A cada mês, o Papa Francisco indica os pedidos de oração universal e de evangelização. Por exemplo, para o mês de abril, o pedido de oração universal foi pelos pequenos agricultores, para que recebam a justa compensação pelo seu precioso trabalho. E o pedido de evange-

céu, ambos definidos como santos, graças ao fato de serem batizados”, conforme a explicação do Conselho Pontifício para a Promoção da Nova Evangelização, no livro “As obras de misericórdia corporais e espirituais”. O Papa Francisco, durante uma catequese na praça de São Pedro, em 30 de outubro de 2013, explanou sobre o tema. “Todos os batizados aqui na terra, as almas do Purgatório e todos os beatos que estão já no Paraíso formam uma só grande família. Essa comunhão entre terra e céu se realiza especialmente na oração de intercessão”. O Pontífice acentuou que a comunhão dos santos também está alicerçada na fé e no apoio dos outros especialmente nos momentos difíceis. “A comunhão dos santos vai além da vida terrena, vai além da morte e dura para sempre. É uma união espiritual que nasce do Batismo e

purificados, eles possam chegar à visão beatífica de Deus. A Igreja recomenda também as esmolas, as indulgências e as obras de penitência em favor dos defuntos”. (CIC 1032). O papa emérito Bento XVI, em sua carta encíclica Spe Salvi, sobre “A esperança cristã”, indicou: “A minha intercessão pelo outro não é de forma alguma uma coisa que lhe é estranha, uma coisa exterior, nem mesmo após a morte. Na trama do ser, o meu agradecimento a ele, a minha oração por ele, pode significar uma pequena etapa da sua purificação”. Portanto, rezar pelos mortos, sobretudo em intenção do 7º dia de um ente querido ou de um amigo, é elevar a Deus uma prece em favor da alma do falecido, mas também é uma forma de trazer consolo para os familiares que estão fragilizados em decorrência do luto.


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CEN 2016 ressalta ação evangelizadora da Igreja na Amazônia CEN 2016/Divulgação

Arquidiocese de Belém do Pará sediará Congresso Eucarístico Nacional em agosto; mensalmente, O SÃO PAULO apresenta detalhes dos preparativos Alan Monteiro da Silva

Especial para O SÃO PAULO, em Belém (PA)

Aproxima-se o XVII Congresso Eucarístico Nacional (CEN 2016), que acontecerá entre 15 e 21 de agosto, e a Arquidiocese de Belém do Pará tem envolvido toda a comunidade cristã local para tornar visível a força da Eucaristia e a ação missionária na Amazônia de um povo de fé, que testemunha com sua cultura a maneira de ser uma Igreja viva no Norte do Brasil. Já em 2013, durante a Jornada Mundial da Juventude, no Rio de Janeiro, o Papa Francisco destacou a ação evangelizadora da Igreja na Amazônia. “Há um ponto sobre o qual quero deter-me e que considero relevante para o caminho atual e futuro não só da Igreja no Brasil, mas também de toda a estrutura social: a Amazônia. A Igreja está na Amazônia não como aqueles que têm as malas na mão para partir depois de terem explorado tudo o que puderam. Desde o início a Igreja está presente na Amazônia com missionários, congregações religiosas, sacerdotes, leigos e bispos, e lá continua presente e determinante no futuro daquela área”, afirmou o Sumo Pontífice. Belém já sediou uma edição do Congresso Eucarístico Nacional. Foi em 1953, com o tema “A Sagrada Eucaristia, sacramento da unidade e da comunidade”. Aquela também foi a primeira vez que o Norte do Brasil recebeu uma edição do Congresso. Seis décadas depois, a Cidade vive novamente um momento especial, no ano de seu 4º centenário de história, cultura e evangelização. “É Belém a casa do pão, é Brasil, Terra de Santa Cruz! na Amazônia o Brasil se reúne, a Eucaristia à missão nos conduz”, como ressoa no hino do CEN 2016. A Arquidiocese de Belém tem promovido programações desde 2013, rumo ao Congresso Eucarístico Nacional, tais como semanas eucarísticas, jornadas

Cidade de Belém, no Pará, receberá Congresso Eucarístico Nacional no ano em que comemora 4º centenário

pastorais, estudos catequéticos, promoção de eventos, entre outros. “É a segunda vez que o evento acontece em nossa cidade. Cabe-nos uma grande responsabilidade, pois seremos a capital eucarística de nosso País, acolhendo pessoas de todas as regiões do Brasil. Temos em mãos a responsabilidade de mostrar para o Brasil as nossas riquezas, e a maior delas é a nossa fé. Desejamos tornar visível a força da Eucaristia e a ação missionária na Amazônia, de um povo de fé que testemunha com sua cultura e maneira de ser Igreja viva na Amazônia”, destacou Dom Alberto Taveira Corrêa, arcebispo metropolitano de Belém.

Por uma cidade mais fraterna, solidária e cristã

A proximidade do CEN 2016 gera expectativas na Arquidiocese de Belém. Segundo o Cônego Raimundo Possidônio Carrera da Mata, vigário geral da Arquidiocese, o maior presente que a igreja local proporcionará nestes 400 anos da Capital paraense é “transformar este evento em algo que provoque nosso povo a perceber a necessidade de

transformação desta Cidade. Eventos passam, deixam uma marca na história, mas o que deve ficar é o desejo sincero de toda população de lutar e construir uma Cidade mais humana, mais fraterna, solidária, mais cristã. E essa não é só uma tarefa dos católicos. É da população, dos dirigentes, do mundo acadêmico, empresarial, de todos. O nosso legado será deixar plantadas as raízes dessa nova face. Que os 400 anos sejam o começo de um novo tempo”, desejou. A evangelização é o principal ponto de apoio para realização dos desafios propostos. Não por acaso, a Arquidiocese tem disponibilizado o subsídio teológico com reflexões em preparação para o CEN 2016. Com o tema “Eles o reconheceram no partir do Pão”, o texto-base é um documento para que as paróquias, comunidades, colégios e faculdades católicas e demais interessados possam se preparar para viverem a experiência do CEN 2016. Esse material será disponibilizado para todo Brasil pela editora Catholicus, do grupo Promocat Marketing, que também promoverá a Feira Católica do CEN 2016. O texto-base tem sido estudado em

atividades arquidiocesanas pelos fiéis das 86 paróquias da Arquidiocese, distribuídas nos cinco municípios da Região Metropolitana de Belém, com o envolvimento do clero, comunidades religiosas, novas comunidades, pastorais e movimentos, leigos e consagrados.

Inscrições em grupo com desconto

As inscrições para o Congresso ainda podem ser feitas no site www.cen2016. com.br. A programação contempla celebrações eucarísticas, a feira católica, a exposição de arte sacra, o simpósio teológico, oficinas temáticas e shows. O valor é de R$ 50, para os congressistas (leigos, religiosos, diáconos, seminaristas) e de R$ 250 para os sacerdotes, uma vez que estes receberão paramentos especiais do Congresso, com acréscimo de R$ 100 para os que optarem em participar do simpósio teológico. A organização do CEN 2016 promove descontos especiais para inscrições em grupos, de 10%, 20% ou 30%, de acordo com a quantidade de pessoas. Há, também, descontos de até 20% para as passagens aéreas.


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JMJ de Cracóvia enfrenta desafios, mas organizadores estão otimistas Comitê organizador se concentra em questões de segurança e infraestrutura, a menos de três meses do evento que reunirá de 2 a 3 milhões de jovens Filipe Domingues

Especial para O SÃO PAULO, em Roma

Faltam menos de três meses para a Jornada Mundial da Juventude (JMJ) de Cracóvia, na Polônia. O encontro internacional de jovens com o Papa Francisco deve reunir de 2 a 3 milhões de participantes entre 25 e 31 de julho e, segundo os organizadores, os prepa-

Tempos de insegurança

Padre Studnicki ponderou que a estrutura que vem sendo preparada com apoio das autoridades locais é capaz de acolher os peregrinos, mas a situação de forte insegurança na Europa criada pelos ataques terroristas de Paris e Bruxelas provoca algumas reações negativas entre os próprios poloneses. “Um dos desafios que temos que enfrentar é a tensão dos habitantes de Cracóvia, que estão um pouco preocupados também por causa da situação internacional”, comentou o Sacerdote. Além de investir em segurança, o que já era previsto, a organização da JMJ procura acalmar a população por meio da comunicação, promovendo a ideia de que todo o possível vem sen-

to para garantir o máximo de proteção aos participantes e à população local. Conforme informações do site oficial da JMJ (http.//krakow2016.com), serão 3,5 mil policiais e 2,4 mil bombeiros à disposição. O chefe da polícia na região de Cracóvia, Tomasz Miłkowski, disse que a polícia polonesa está preparada para atuar prontamente e trabalha em parceria com o serviço de inteligência e as autoridades de segurança do Vaticano. “Nós somos os responsáveis por todo o tipo de segurança. Estamos trabalhando em cooperação com outras organizações e serviços. Os principais riscos são os mesmos de todos os dias, mas acentuados pelo número de pessoas”, afirmou.

fizemos, o que estamos fazendo e o que faremos para preparar esse lugar”, justificou o Padre Studnicki. “O comandante da Gendarmeria Vaticana visitou os lugares aonde vai o Papa e disse que o Campus Misericordiae é ‘um ótimo lugar para o encontro com o Papa’. Essa notícia é importante”, acrescentou. Há menos de um mês, também a primeira-ministra da Polônia, Beata Szydlo, foi questionada sobre a escolha do lugar e declarou que o governo fará de tudo para que seja seguro. “Cabe à Igreja escolher onde será realizada a missa final com o Papa, e até onde eu sei as decisões já estão claras. O terreno lá [em Brzegi] é difícil, mas teremos que fazer todo esforço para Fotos: JMJ Cracóvia 2016

A menos de três meses para a Jormada Mundial da Juventude, autoridades polonesas concentram atenção em estratégias de segurança e na infraestrutura para receber peregrinos de todo mundo

rativos vão bem e dentro do esperado. Entretanto, o desafio de organizar um grande evento internacional sempre existe. O maior deles, aparentemente, não está em atrair peregrinos, mas em garantir apoio e participação das autoridades e da população local de Cracóvia nas questões de segurança e infraestrutura. O encontro já é ideia consolidada em Cracóvia e, além disso, a Cidade de estilo medieval é bastante turística e possui estrutura para acolher um número significativo de visitantes. Na questão do transporte urbano, por exemplo, 600 ônibus e 300 bondes circularão frequentemente para transportar 57 mil passageiros por hora, mas é natural que a maioria dos participantes da JMJ, em espírito de peregrinação, se locomova a pé ou com transporte privado. É justamente esse grande volume de peregrinos espalhados por toda a Cidade que faz com que alguns poloneses sintam certo receio de receber o evento, segundo o vice-secretário de imprensa da Arquidiocese de Cracóvia, Padre Piotr Studnicki. “São 750 mil habitantes em Cracóvia e a Cidade deve acolher de 2 a 3 milhões de participantes”, explicou o Sacerdote, em congresso internacional de comunicadores católicos realizado na Pontifícia Universidade da Santa Cruz, em Roma.

Campus Misericordiae do feito para que o evento ocorra bem. Outro questionamento levantado “Temos feito acordos com a TV local recentemente à organização foi sobre o de Cracóvia e a TV pública polonesa, local escolhido para sediar os eventos além de uma forte presença nas redes centrais mais importantes da JMJ, em sociais. Afinal, é um encontro para jovens”, acrescentou. Brzegi, a 15 km do centro de Cracóvia “Depois de tudo o que aconteceu em – o equivalente a três ou quatro horas Paris e Bruxelas, temos a situação de inde peregrinação à pé. Batizado como segurança em todo o mundo, e vemos “Campus Misericordiae”, o espaço teria isso também na Polônia. Enfrentamos sido avaliado como “de alto risco para esse desafio em plea vida e a saúde das Divulgação/PUSC na cooperação com pessoas” em um relatório da agência a autoridade civil”, de segurança nadeclarou o Padre. cional, vazado pela “Nossa resposta, imprensa polonesa. como Igreja, é aquela de João Paulo II. Porém, os organizadores da JMJ Depois dos ataques dizem que o relatóde 11 de setembro de rio em questão era 2001, perguntaram antigo e não levava a ele o que seria da em consideração JMJ e ele respondeu: todas as obras e ‘agora precisamos modificações já feiainda mais da JMJ, tas para melhorar porque é um modo suas condições. de construir uma “O relatório se nova civilização. A baseava em dacivilização do amor”. dos desatualizaEm coletiva de dos. Respondemos imprensa realizada a essa demanda. no fim de março, Publicamos um os organizadores relatório nosso asseguraram que tudo vem sendo fei- Padre Piotr Studnicki fala da JMJ de 2016 que explica o que

assegurar o evento propriamente”, afirmou.

Papa Francisco na Polônia

Além da JMJ, o Papa Francisco aproveitará a viagem ao País para fazer uma visita apostólica. Encontrará autoridades civis e religiosas da Polônia e irá aos principais santuários nacionais, como o de Częstochowa, onde está o Ícone da “Nossa Senhora Negra”, rainha da Polônia, e o Santuário da Divina Misericórdia. Também fará memória aos mortos pelo nazismo em um dos campos de concentração de Auschwitz, localizado em Oświęcim. Segundo o coordenador-geral da JMJ, Dom Damian Muskus, a visita do Papa ao País deve ser vista sempre sob a ótica da misericórdia divina e das obras espirituais e corporais de misericórdia. Como afirmou também o Padre Studnicki: “Em Cracóvia, temos tudo para comunicar a mensagem que queremos transmitir. Temos um lugar ligado à mensagem da misericórdia. Vivemos o Jubileu da Misericórdia. O Papa Francisco é um grande apóstolo da divina misericórdia, e a mensagem que queremos transmitir é muito simples e muito forte: Deus é a misericórdia e pede que nos convertamos. Que sejamos misericordiosos”.


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Filipe David

osaopaulo@uol.com.br

Dica de Leitura

Divulgação

O livro do Êxodo – Cadernos de estudo bíblico Esta obra conduz o leitor a um profundo estudo do livro do Êxodo, usando como guia o próprio texto bíblico e as diretrizes da Igreja Católica para sua interpretação. Cada página traz várias observações e oferece novos esclarecimentos e comentários dos renomados professores Scott Hahn e Curtis Mitch, especialistas em estudo bíblico, além de algumas interpretações feitas pelos padres da Igreja, há muito consagradas. Essas notas de estudo ajudam a tornar explícito aquilo que o autor do livro do Êxodo frequentemente deixa pres-

suposto, além de fornecerem preciosas informações históricas, culturais, geográficas e teológicas, pertinentes ao Velho Testamento. Neste estudo, ainda incluem-se quadros, ensaios sobre determinados tópicos e estudos específicos sobre determinadas palavras; há em cada página uma seção de referências facilmente utilizável e, para cada capítulo, são propostas algumas questões para aprofundar o entendimento pessoal da Palavra de Deus. Há, ainda, um ensaio introdutório que abarca questões de autenticidade, data, desti-

natários, estrutura e temas do livro do Êxodo, além de um esquema de sua estrutura e diversos mapas. FICHA TÉCNICA Autores: Curtis Mitch, Scott Hahn Páginas: 156 Editora: Ecclesiae

Para refletir Mesmo nome, mesma coisa?

“Se você traçar sua árvore genealógica por algumas gerações, você provavelmente encontrará pessoas sem nenhuma educação formal, que não possuiam livros e que talvez nem soubessem ler e escrever. Mas seus ancestrais incultos sabiam o que significa um “casamento” – isso é mais do que se pode dizer de um professor universitário hoje em dia. (...) Mas não se trata de uma mera discordância sobre a definição do casamento. Na verdade, seus ancestrais eram capazes de reconhecer uma instituição – uma união por toda vida entre um homem e uma mulher – que a elite falante não mais reconhece. Você pode chamar essa instituição venerável com um outro nome, mas isso não mudaria sua natureza. Da mesma forma, o fato de chamar “casamento” uma mera “juntada” ou uma relação homossexual, ou um adultério, não mudará nada na sua natureza. Você pode chamar um quadrado de “círculo” se você quiser, mas isso não fará que ele fique redondo.” (Por Phil Lawer - o artigo inteiro pode ser encontrado em inglês em http://catholicculture.org sob o título “Sex education? No, we’re witnessing the pursuit of ignorance on matters of sexuality”).


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Que ‘Audaxia’! Na primeira divisão paulista desde 2014, Grêmio Osasco Audax pode ser campeão estadual no domingo Daniel Gomes

danielgomes.jornalista@gmail.com

O campeonato em disputa e o placar da partida foram os mesmos daquele 21 de janeiro de 2014: Grêmio Osasco Audax 1x1 Santos. A diferença é que enquanto aquele jogo no estádio do Pacaembu foi a segunda partida da equipe da Grande São Paulo na elite do futebol paulista, o duelo do domingo, dia 1º, em Osasco (SP), deu início ao confronto do título do Paulistão 2016. No domingo, 8, quem vencer na Vila Belmiro, em Santos (SP), será o campeão estadual. Empate, por qualquer placar, levará a decisão para os pênaltis. Ousadia, coragem e atrevimento são alguns dos sinônimos para a palavra audácia, cuja sonoridade faz lembrar o nome do time de Osasco, que há três anos comandado por Fernando Diniz chama a atenção pelo toque de bola, a flexibilidade na posição dos jogadores em campo e a disposição de jogar ao ataque. “A chegada à final deve-se principalmente à filosofia de jogo, de priorizar a bola, algo implantado pelo Fernando Diniz, que trouxe esse estilo, e isso bem treinado resultou em uma boa primeira fase e também que a equipe pudesse eliminar o São Paulo e o Corinthians, depois”, opinou, ao O SÃO PAULO, Guilherme Pereira Maia, locutor esportivo da TV Esporte Mais, de Osasco.

| Esporte | 21 Grêmio Osasco Audax

Estratégia fora de campo

O Grêmio Osasco Audax foi formado no segundo semestre de 2013, quando o empresário Mário da Silveira Teixeira adquiriu, por R$ 30 milhões, o Audax, time que já estava na primeira divisão paulista e pertencia ao Grupo Pão de Açúcar. O clube foi unido ao Grêmio Osasco, que disputava, à época, a série A2 do Paulistão. Em 2016, pela primeira vez, a equipe chegou à fase final da competição, com um elenco, cuja folha de pagamento anual é estimada entre R$ 8 e R$ 10 milhões. “O Osasco Audax é um time que paga em dia, que dá todo suporte para o jogador trabalhar, no que se refere à alimentação, centro de treinamento e viagens. Então, mesmo não tendo uma folha salarial alta, é um time que tem uma estrutura muito boa em termos de planejamento e suporte aos atletas, e muitos jogadores permanecem”, comentou o locutor Guilherme. O time, porém, não é unanimidade entre os amantes do futebol em Osasco. Após a classificação para a final, a torcida organizada Osaschopp, que apoia o Grêmio Esportivo Osasco - este ano o time disputou a série A3 do Paulistão e até 2013 era a principal equipe da cidade - criticou, pelo Facebook, a diretoria do Grêmio Osasco Audax. “Se não tivesse tido a especulação e compra desse time de mercado, muito provavelmente, teríamos subido para a série A1 em 2013. Se o único time de nossa cidade tivesse tido o investimento o qual ele realmente merecia, não estaríamos hoje na série A3, sem ao menos termos sido classificados para a segunda fase... Parabéns aos envolvidos, o verdadeiro representante da cidade de Osasco está indo de mal a pior”.

Meio campista Tchê Tchê é um dos destaques do Grêmio Osasco Audax no Paulistão 2016

Próximos lances

Por ter chegado à final do Paulistão, o Grêmio Osasco Audax vai disputar a série D do Brasileirão, cumprindo, assim, a primeira etapa do planejamento da diretoria para chegar à elite do futebol nacional. “A gente está evoluindo ano a ano. Temos calendário para o ano inteiro agora, já que estamos na série D do Brasileiro... No ano que vem, teremos a Copa do Brasil. Conquistar milhões de torcedores é complicado, mas já contamos com um município que nos apoia”, afirmou, em entrevista no programa “Mesa-Redonda”, da TV Gazeta, o ex-jogador Vampeta, que é o presidente remunerado do Grêmio Osasco Audax. Para o narrador Guilherme, o desafio da diretoria agora será manter o elenco e o treinador. “Acredito que o time vá per-

der jogadores, haverá propostas de outros clubes com salários maiores, mas o sucesso da equipe passa muito pela manutenção do Fernando Diniz, porque ele também deverá receber boas propostas. Caso não continue, será preciso alguém que tenha a mesma filosofia dele para dar sequência ao trabalho”, opinou.

AGENDA ESPORTIVA QUARTA-FEIRA (4) Libertadores da América – Oitavas de Final 21h45 – Corinthians x Nacional-URU (Arena Corinthians) DOMINGO (8) Paulistão – Série A1 – Final 16h – Santos x Grêmio Osasco Audax (Vila Belmiro, em Santos)


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São Luís de Montfort: missionário e apóstolo da Virgem Maria Divulgação

‘Se não arriscamos alguma coisa por Deus, nada faremos de grande por Ele’ – São Luís Maria Grignion de Montfort, morto há 300 anos Renata Moraes

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Um sacerdote francês, devotíssimo da Virgem Maria, que apesar de ter vivido apenas 43 anos realizou mais de cem missões populares, fundou três congregações religiosas – Congregação dos Missionários Montfortinos, as Filhas da Sabedoria e os Irmãos de São Gabriel - e escreveu vários livros de espiritualidade, entre os quais o clássico “Tratado da Verdadeira Devoção a Maria”. Assim pode ser descrito São Luís Maria Grignion de Montfort (1673-1716). Em 2016, comemoram-se os 300 anos de sua morte e os 50 anos da presença dos Missionários Monfortinos no Brasil. “São Luís Maria Grignion de Montfort santificou-se como missionário itinerante, devorado pelo zelo e evangelização dos pobres. Levava sempre consigo a Bíblia, o crucifixo, o rosário, símbolos e síntese da sua própria experiência espiritual e da mensagem que proclamava: dar a conhecer e amar a Santíssima Virgem para fazer conhecer e amar a Jesus Cristo”, descreveu o Padre Amílcar José Tavares, SMM, no site oficial da Congregação. “Apesar dos poucos anos de vida, Montfort deixou uma herança enorme e valiosa para a Igreja: o seu testemunho de vida missionária itinerante e uma espiritualidade que ultrapassa fronteiras”, destacou, em entrevista ao O SÃO PAULO, o Padre Luiz Augusto Stefani, SMM, superior dos Missionários Monfortinos na Delegação Peru-Brasil. O Presbítero foi o primeiro religioso monfortino brasileiro, sendo ordenado em 1985 por Dom Paulo Evaristo Arns, então arcebispo metropolitano, na Paróquia Nossa Senhora do Retiro, na Região Brasilândia. “São Luís de Montfort tinha a capacidade de integrar missão e espiritualidade. Não dá para saber onde se começa uma e termina a outra. Durante as missões que realizava, compunha cânticos que eram verdadeiras orações de louvor e de contemplação”, destacou o Padre

50 anos dos monfortinos no Brasil

Após o Concilio Vaticano II, o Beato Paulo VI, papa entre 1963 e 1978, pediu que todas as congregações religiosas olhassem missionariamente para os países fora da Europa. “A Casa Geral do Monfortinos começou a receber pedidos de todos os lados para o envio de missionários. Uma dessas solicitações, à época, foi do Cardeal Agnelo Rossi, então arcebispo metropolitano de São Paulo.

A cidade precisava de missionários nas periferias e era um pedido de urgência”, recordou o Padre Luiz Augusto Stefani. Esse pedido foi enviado à Congregação Geral aos Monfortinos da Holanda, que era uma Província com muitos sacerdotes e irmãos, que já haviam enviado missionários para a Indonésia, Colômbia, Portugal e Moçambique. “O convite chegou quando a situação em Moçambique estava se complicando politicamente. Vários monfortinos foram expulsos e tiveram que abandonar o País”. O Presbítero conta que os primeiros missionários monfortinos – Padre Guilherme Kuypers e Irmão Bento - chegaram da Holanda em outubro de 1966 e se instalaram no bairro de Perus, onde construíram a nova igreja matriz da Paróquia Santa Rosa de Lima. “Pouco a pouco, foram chegando outros padres. Um grupo ficou em Perus e um outro foi para a Diocese de Lins, no interior de São Paulo”, detalhou. Em entrevista à reportagem, após a missa que presidiu na sexta-feira, 29, na paróquia dedicada ao Santo na Região

Brasilândia, o Cardeal Odilo Pedro Scherer, arcebispo metropolitano, falou sobre a missão de São Luís de Montfort. “A presença dos monfortinos é importante para ajudar na evangelização em todos os sentidos. Eles trazem um carisma especial que é a devoção à Nossa Senhora. São Luís de Montfort foi um grande devoto da Virgem Maria e missionário, que uniu muito bem a fé cristológica e a fé em Nossa Senhora”, afirmou. “É uma riqueza para a nossa Igreja ter mais esse carisma, não somente no Brasil, mas sobretudo em São Paulo”, completou.

Frutos da missão

Em 1967, chegaram os novos missionários monfortinos vindos da Itália e de Portugal. Conforme conta o Padre Luiz, só na Arquidiocese de São Paulo esses missionários ajudaram na constituição de paróquias localizadas nas zonas Norte e Noroeste da Capital paulista: Santa Rosa de Lima, Nossa Senhora da Lapa, São Pedro Apóstolo, São Luís Gonzaga, Nossa Senhora de Fátima, Nossa Senhora do Retiro, Santa Teresinha (bairro do

saiba mais sobre São Luís Maria Grignion de Montfort São Luís nasceu em 31 de janeiro de 1673, num pequeno vilarejo chamado Montfort, na França, sendo batizado no dia seguinte. Era o filho primogênito de uma família numerosa. Com 11 anos, ingressou no Colégio dos Jesuítas de Rennes. Concluiu o curso de Filosofia em 1692. Sentindo-se chamado ao sacerdócio, em 1693 viajou para Paris, a fim de ingressar no Seminário de São Sulpício, em vista dos estudos teológicos na Universidade Sorbonne. Em 5 de junho de 1700, ele foi ordenado sacerdote; e em julho de 1706, em Roma, recebeu do Papa Clemente XI o título de Missionário Apostólico. O Pontífice pediu para que realizasse missões na França, renovando o espírito do Cristianismo nos fiéis. Montfort teve uma vida dedicada às missões e à devoção à Santíssima Virgem. Ele morreu em 28 de abril de 1716, foi beatificado em 1888 e canonizado, em Roma, em 1947, pelo Papa Pio XII.

Canta Galo), Cristo Libertador, Santa Cruz, Nossa Senhora das Dores, Nossa Senhora Aparecida (na Vila Zatt) e São Luís Maria Grignion de Montfort. A Congregação fundada pelo Santo também se instalou em Minas Gerais e Bragança Paulista (SP), fundando nesta última o Santuário da Virgem dos Pobres, templo mariano dedicado a rezar pelas orações pelas vocações sacerdotais, além de manter igrejas em Atibaia (SP) e Cajamar (SP). Com a ajuda da Congregação das Irmãs Filhas da Sabedoria, os monfortinos atuam na área da saúde e da educação infantil. Em Cajamar, mantêm o Sítio Agar, onde cuidam de crianças portadoras do vírus HIV, acompanhando-as até a maioridade. Lá, as crianças recebem, entre outras coisas, orientação e formação profissional. Recentemente nesse espaço, iniciou-se o projeto de acolhida para idosos, a Casa Luísa. A exemplo de seu fundador, os Missionários Monfortinos anunciam o Evangelho, cuidam da formação das lideranças leigas, preparam as comunidades para os novos ministérios dos leigos, administram os sacramentos, visitam os enfermos e os presos, fundam comunidades e paróquias e acolhem, com carinho especial, as crianças e os jovens. Para comemorar o Jubileu dos 300 anos da Páscoa de São Luís de Montfort e os 50 anos da presença monfortina no Brasil, entre 23 de outubro a 2 de novembro serão realizadas atividades com as paróquias que contaram com o trabalho missionário dos religiosos. Também está previsto o lançamento da primeira edição das Obras Completas de São Luís Maria Grignion de Montfort, em português. Toda a programação será organizada pela Paróquia Santa Rosa de Lima, em Perus, e será divulgada nos próximos meses.


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Brasilândia Dízimo: gratidão a Deus e partilha para o anúncio do Evangelho

Renata Moraes, Flavio Rogério Lopes e Larissa Fernandes Colaboradores de comunicação da Região

A Semana Regional de Formação sobre o Dízimo mobilizou padres, leigos, religiosos e religiosas da Região Brasilândia, entre os dias 25 e 28 de abril, em quatro paróquias: São Luís Gonzaga, em Pirituba; São José, em Perus; Santo Antônio, na Vila Brasilândia; e Santos Apóstolos, no Jardim Maracanã. Um dos assessores foi Dom Sergio de Deus Borges, bispo auxiliar da Arquidiocese na Região Santana, que falou sobre “O Dízimo na Bíblia”. Partilha, testemunho e espiritualidade do dízimo foram os pontos de reflexão apresentados pelo Padre Valdeir dos Santos Goulart, colaborador da Paróquia Nossa Senhora do Carmo, no Setor Nova Esperança. Já a experiência prática de como realizar a Pastoral do Dízimo na comunidade paro-

quial foi apresentada pelo Padre Jaime Izidoro de Sena e a equipe do dízimo da Paróquia São Judas Tadeu, também do Setor Nova Esperança. Dom Devair Araújo da Fonseca, bispo auxiliar da Arquidiocese na Região Brasilândia, falou sobre “Os desafios e perspectivas da Pastoral do Dízimo”. O Bispo enfatizou que “a Pastoral do Dízimo não é um negócio a ser explorado”, mas sim um dos instrumentos para que a Igreja continue a anunciar e testemunhar a Boa-Nova do Evangelho para transformar o mundo. Ainda segundo Dom Devair, é necessário que haja um equilíbrio entre a gestão espiritual e administrativa, sendo preciso obter uma arrecadação suficiente para as necessidades da comunidade.

Juçara Terezinha

Padre Valdeir dos Santos Goulart palestra sobre a temática do dízimo, na Paróquia Santos Apóstolos

Carolina Magalhães

Ricardo Souza

O Cardeal Odilo Pedro Scherer, arcebispo metropolitano, presidiu na sexta-feira, 29, missa na Paróquia São Luís Maria Grignion de Montfort, no Jardim Rincão, no encerramento da novena do padroeiro. Durante a celebração, o Cardeal conferiu o sacramento da Crisma a 20 adultos. Carolina Magalhães

No domingo, dia 1º, começou a peregrinação das imagens de Nossa Senhora Aparecida recebidas pela Arquidiocese de São Paulo durante a 115ª romaria arquidiocesana realizada no mesmo dia. Na Região Brasilândia, a primeira paróquia a acolher a imagem foi a São José Operário, no Jardim Damasceno.

No sábado, 29, o Cardeal Scherer, arcebispo metropolitano, presidiu missa no tríduo da Festa de São José Operário, na paróquia dedicada ao Santo no Setor Pastoral Cântaros.

Ricardo Souza

Ernesto Dias

Na tarde do sábado, 30, aconteceu a peregrinação à Porta Santa da Igreja Nossa Senhora da Expectação, no Setor Pastoral Freguesia do Ó, dos coordenadores e missionários da Campanha da Mãe Peregrina de Schoenstatt.

Os jovens da Paróquia Santa Cruz de Itaberaba, no Setor Pastoral Freguesia do Ó, realizaram, em 24 de abril, um encontro sobre a misericórdia de Deus, assessorado pela Irmã Geralda Assunção Coelho, do Pontifício Instituto das Mestras Pias Filippini.


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Santana De paróquia em paróquia, peregrina a imagem da Padroeira do Brasil

Diácono Francisco Gonçalves

Colaborador de comunicação da Região

Diácono Francisco Gonçalves

Padre Mauricio de Souza, pároco, conduz a imagem peregrina de Nossa Senhora Aparecida ao altar da Paróquia Sant´Ana, no domingo, dia 1º

Em comemoração aos 300 anos do encontro da imagem de Nossa Senhora Aparecida no rio Paraíba do Sul, em 1717, começou no domingo, dia 1º, a

visita da imagem peregrina da Padroeira do Brasil às paróquias da Arquidiocese de São Paulo. Na Região Santana, a peregrina-

Ações pastorais voltam a ser desenvolvidas na Capela do CTN

ção teve início, à noite, em missa na Paróquia Sant´Ana, quando Dom Sergio de Deus Borges, bispo auxiliar da Arquidiocese na Região, apresen-

tou a imagem da Padroeira do Brasil, recebida por ele no mesmo dia, durante a 115ª Romaria da Arquidiocese de São Paulo a Aparecida, que teve a participação de romeiros dos nove setores pastorais da Região, que foram em 47 ônibus. A imagem peregrina foi acolhida pelo Padre Mauricio de Souza, pároco da Paróquia Sant´Ana, onde ela permanecerá até a sexta-feira, 6. A peregrinação pelo Setor Pastoral Santana terá sequência pelas paróquias Nossa Senhora Aparecida, entre os dias 7 e 13; Nossa Senhora da Salette, entre os dias 14 e 20; Santa Terezinha, de 20 a 28; e Santa Luzia, entre os dias 28 e 31. A cada mês, a imagem peregrinará por um setor de pastoral, com o seguinte cronograma: Tremembé (junho); Casa Verde (julho); Imirim (agosto); Vila Maria (setembro); Mandaqui (outubro); Tucuruvi (novembro); Jaçanã (dezembro) e Medeiros (janeiro). Diácono Francisco Gonçalves

Valdeir Dedé

Fiéis participam de celebração eucarística na Capela do Centro de Tradições Nordestinas

Desde 20 de Março, após um acordo entre a Arquidiocese de São Paulo e a Irmandade Imaculada Conceição, que cuida da igreja do Centro de Tradições Nordestinas (CTN), a Capela do CTN tem vínculo oficial com a Igreja Católica Apostólica Romana, e já estão sendo desenvolvidas atividades pastorais pelo capelão, o Padre João Evangelista de Sousa. Localizada na rua Jacofer, 615, no

Bairro do Limão, junto à ponte Julio de Mesquita Neto, a Capela está aberta de quarta a domingo, com missas, reza do Terço, preparação para Batismo e curso de noivos. “Além disso, o visitante pode conhecer o memorial ao Padre Cícero e ao Frei Damião”, convida o secretário Valdeir Dedé. Outras informações podem ser obtidas pelo telefone (11) 3936-5356.

Em 16 abril, Dom Sergio Borges, bispo auxiliar da Arquidiocese na Região Santana, crismou 37 jovens, durante missa na Paroquia Santo Antonio do Limão, no Setor Pastoral Casa Verde, concelebrada pelo Padre Marcos Polonio, pároco. Paróquia Sagrada Família

Padre Hércules Daniel

A Paróquia São Luiz Gonzaga realizou, em 17 de abril, formação para Ministros Extraordinários da Sagrada Comunhão, com 260 participantes das paróquias do Setor Jaçanã. Acolhidos pelo pároco, Padre Hércules Daniel, todos acompanharam a atividade assessorada pelo Frei Guilherme Anselmo. Ao final, Dom Sergio de Deus Borges abençoou a todos.

Dom Sergio de Deus Borges, bispo auxiliar da Arquidiocese na Região Santana, conferiu, em 17 de abril, o sacramento da Crisma a 32 jovens, durante missa na Paróquia Sagrada Família, concelebrada pelo pároco, Padre Erly Moscoso.


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Belém Liturgia: a ação de Cristo na Igreja Peterson Prates

Colaborador de comunicação da Região

“Quando nós estamos na liturgia, como assembleia, cessa o indivíduo e nasce o ‘nós’, a comunidade”, afirmou o Padre Luiz Eduardo Baronto, professor de Liturgia e cura da Catedral da Sé, durante o encontro arquidiocesano de formação litúrgica, realizado no Centro Pastoral São José, no sábado, 30. O Padre palestrou sobre os ministérios litúrgicos, e apresentou a relação entre a liturgia e a Igreja. “A forma que a Igreja está no mundo exige uma liturgia expressivamente diferente”, comentou. O encontro também tratou da liturgia como ação de Cristo e da Igreja, e os ministérios como atividades a serviço da participação da assembleia na liturgia, tanto os ministérios ordenados (diáconos, presbíteros, bispos) quanto os particulares, executados, na maioria das vezes, pelos leigos. Padre Baronto também indagou os participantes se “os fiéis vivem da liturgia que celebram”, pois, para ele, esse é o grande desafio na ação litúrgica, para que a liturgia seja mais do que uma

Peterson Prates

Padre Luiz Eduardo Baronto assessora encontro arquidiocesano de liturgia no Centro Pastoral São José, na Região Belém, no dia 30

ação exterior, tornando-se algo que comprometa interiormente. Ao final do encontro, que teve a

participação de aproximadamente 160 pessoas, de diferentes paróquias das seis regiões episcopais, Dom Julio Endi

Akamine, bispo referencial para a Liturgia na Arquidiocese, saudou os participantes.

Antônio Marcos da Silva

Tais Daniela da Silva

Os fiéis da Área Pastoral São José Operário, na favela da Vila Prudente, celebraram a festa do padroeiro no domingo, dia 1º, e também os 26 anos do Centro Cultural Vila Prudente, fundado pelo Padre Patrick Clarke. Ele concelebrou a missa, assim como o Padre Michael Foody. A presidência foi do Padre Vitor Ferros, missionário espiritano.

Na quinta-feira, 28, em missa na Paróquia Nossa Senhora da Esperança, no Setor Pastoral Sapopemba, a comunidade paroquial festejou os 70 anos de vida e os 50 de profissão religiosa do pároco, o Padre Antonio Carlos Vanin, missionário da Congregação do Santíssimo Redentor.

Peterson Prates

Peterson Prates

A Região Belém promoveu no sábado, 30, um encontro com paróquias e movimentos sobre a vivência da Campanha da Fraternidade de 2016, que tratou sobre o saneamento básico. Também integrantes do Centro Social Nossa Senhora do Bom Parto expuseram os trabalhos realizados com crianças sobre a Campanha. Houve, ainda, uma palestra sobre a revitalização dos córregos urbanos, com o engenheiro Antonio Campos.

Catequistas das paróquias do Setor Pastoral Sapopemba se reuniram no sábado, 30, na Paróquia Nossa Senhora de Fátima e São Roque para o encontro mensal de formação. O coordenador da escola de catequistas, Frei José Edison Biazio, ministrou aula sobre Bíblia, com ênfase nas diferentes traduções e as diferenças da Bíblia Católica e a Bíblia Protestante.


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Gabriel Zoneti

Colaboração Especial para a Região

‘Um sinal vivo do amor de Deus no meio de nós’ Helena Ueno

O Bispo, na homilia, disse que todos devem seguir o exemplo de Maria, pois ela foi quem “em primeiro lugar soube escutar a Palavra de Deus” e é por isso capaz de “nos ensinar a amar Jesus, a escutá-lo e a viver plenamente no amor”. Dom Eduardo também ressaltou que a imagem visitará diversos ambientes, tornando-se exemplo de como amar e

acolher a todos e ser cada vez mais fraterno. O Bispo desejou, ainda, que “Nossa Senhora Aparecida seja, para cada um, sinal vivo do amor de Deus no meio de nós”. Após a Catedral da Sé, a imagem será levada às paróquias da Setor Pastoral Catedral. A programação completa da peregrinação está disponível em http:// www.arquisp.org.br/regiaose. Luciney Martins/O SÃO PAULO

Dom Eduardo com a imagem peregrina de Nossa Senhora Aparecida nas escadarias da Catedral

Até fevereiro de 2017, a imagem peregrina de Nossa Senhora Aparecida visitará todas as paróquias e igrejas da Região Sé. Ela foi entregue a Dom Edu-

AGENDA REGIONAL Sábado, 7, das 8h às 15h Encontro regional de Coroinhas, Acólitos e Cerimoniários, no Colégio Madre Cabrini (metrô Vila Mariana). Informações e inscrições em (11) 3256-5356.

ardo Vieira dos Santos, bispo auxiliar da Arquidiocese na Região, durante a 115ª Romaria da Arquidiocese a Aparecida, realizada no domingo, dia 1º. No mesmo dia, às 16h, a imagem peregrina chegou à Catedral da Sé, pelas mãos de Dom Eduardo e foi recepcionada pelos fiéis e pelos padres Luiz Eduardo Baronto, cura da Catedral da Sé, e Helmo César Faccioli, auxiliar do cura, na frente do templo. Após a chegada, houve um momento mariano com a reza do terço, e às 17h Dom Eduardo presidiu a missa.

Na segunda-feira, 2, a imagem peregrina de Nossa Senhora Aparecida foi levada ao Tribunal de Justiça de São Paulo. Na ocasião, o Padre Luiz Eduardo Baronto, cura da Catedral da Sé, abençoou àqueles que recepcionaram a imagem, entre os quais o secretário estadual de Segurança Pública de São Paulo, Alexandre de Moraes, e o presidente do TJ-SP, o desembargador Paulo Dimas de Bellis Mascaretti.

Ipiranga

Renata Quito e Cesar de Holanda Colaboração especial para a Região

Paróquia dedicada à Padroeira do Brasil recebe imagem peregrina Renata Quito

Dom José Roberto com a imagem peregrina

A Paróquia Nossa Senhora Aparecida, no Setor Pastoral Anchieta, foi a primeira da Região Ipiranga a receber, no domingo, dia 1º, a imagem peregrina de Nossa Senhora Aparecida, por ocasião dos 300 anos da aparição da imagem no rio Paraíba do Sul, em 1717. A imagem foi levada ao altar por Dom José Roberto Fortes Palau, bispo auxiliar da Arquidiocese na Região, durante a procissão de entrada da missa das 18h30. Segundo Dom José Roberto, a imagem vai visitar todas as paróquias da Região até fevereiro de 2017. “Começamos por uma paróquia dedicada à proteção de Nossa Senhora Aparecida”, afirmou o Bispo.

Dom José Roberto, na homilia, lembrou que a Virgem Maria sempre intercede pelo povo e cuida da Igreja com o mesmo carinho que cuidou de Jesus. “As mãos da Virgem postas em atitude de súplica são, sem dúvida alguma, a imagem da maternidade espiritual de Maria”, completou, desejando que com a presença da imagem peregrina “se obtenha muitas graças, a conversão de muita gente, que as pessoas possam recuperar a saúde e que nasçam nesta Paróquia vocações para a Igreja”. “Muita me honra sermos a primeira paróquia a receber a imagem da Patrona Brasileira. Maior júbilo nos é dado pelo fato de nossa Região Episcopal

possuir três paróquias sob o patrocínio da Virgem Aparecida”, comentou o Padre João Paulo Rizek, administrador paroquial. Ele informou que a imagem peregrina será levada às comunidades da Paróquia, além de escolas e no posto de saúde do bairro. “Como Deus é sempre providente, recebemos a visita da imagem peregrina na semana em que iniciaremos o Terço dos Homens e a comunhão reparatória”, concluiu o Sacerdote. A imagem peregrina permanecerá na Paróquia até o dia 15, sendo levada, posteriormente, para a Paróquia Nossa Senhora das Mercês, no Setor Pastoral Anchieta.

Fiéis da Paróquia Santo Antônio peregrinam ao Santuário São Judas No Dia do Trabalhador, no domingo, dia 1º, aproximadamente 50 fiéis da Paróquia Santo Antonio, localizada na Vila Carioca, na zona Sul, peregrinaram ao Santuário São Judas Tadeu, na companhia de seu pároco, o Padre Renato Junior Braga. Munidos de carteira profissional e velas, os peregrinos passaram pela Porta Santa e participaram da missa das 12h, presidida pelo Padre Joaquim Tomba, que enfatizou, na homilia, a possibilidade de construir um mundo melhor a partir do

exercício diário da fé. Já o Padre Renato ressaltou a necessidade humana de trabalho como forma de exprimir a dignidade enquanto ser criado à imagem de Deus. Ambos lamentaram o momento do País. “Venho, com outros peregrinos, pedir proteção e saúde. Estamos passando por um momento difícil no País, com muito desemprego e violência”, comentou Renato Santos, 35, especialista em Tecnologia da Informação. Esperançosa, a aposentada Eunice Gama Veríssimo também lamentou a

Helder Teixeira

50 paroquianos da Paróquia Santo Antonio, na Vila Carioca, peregrinam à Porta Santa, dia 1º

situação dos 11 milhões de brasileiros desempregados. “É triste ver tanta gente precisando trabalhar. Meu cunhado está

procurando como motorista há 8 meses e não consegue nada”, lamentou, dizendo que rezaria por ele.


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Lapa

Benigno Naveira

Colaborador de comunicação da Região

Começa a peregrinação da imagem de Nossa Senhora Aparecida em paróquias Por ocasião das comemorações dos 300 anos da aparição da imagem de Nossa Senhora Aparecida no rio Paraíba do Sul, em 1717, imagens da Padroeira do Brasil estão peregrinando pelas paróquias da Arquidiocese de São Paulo. Na Região Lapa, a peregrinação teve início no domingo, dia 1º, na Paróquia Nossa Senhora Aparecida, na Vila Anglo Brasileira, no Setor Pastoral Lapa. A comunidade paroquial e o Padre Hélio Vigo, pároco, acolheram, na praça Dr. Penteado Médici, a imagem recebida por Dom Julio Endi Akamine, bispo auxiliar da Arquidiocese na Região Lapa, na 115ª Romaria da Arquidiocese a Aparecida, que aconteceu no próprio domingo. Na sequência, realizou-se a

procissão da imagem até a matriz paroquial, onde o Bispo presidiu missa, concelebrada pelos padres Hélio, Raimundo Rosimar Vieira da Silva e Cristiano de Souza Costa, com a participação dos diáconos permanentes Claudio Bernardo e Marcos Adriano. Dom Julio, no começo da celebração, lembrou que a imagem peregrinará a todas as paróquias da Região neste ano e também em janeiro de 2017. Até o dia 7, estará na Paróquia Nossa Senhora Aparecida e ainda este mês será levada às paróquias São João Batista, na Vila Ipojuca, entre os dias 7 e 14; São João Maria Vianney, de 14 a 21; Nossa Senhora da Lapa, de 21 a 28; e São Pedro Apóstolo, de 28 de maio a 4 de junho.

Benigno Naveira

Dom Julio durante missa com a imagem de Nossa Senhora Aparecida, na Vila Anglo Brasileira

O Bispo, na homilia, falou que neste Jubileu extraordinário todos são convidados a fixar o olhar no rosto da mise-

ricórdia, que é Jesus; e também apontou que a Virgem Maria é a Mãe da Misericórdia.

Com São José Operário por respeito, fraternidade e dignidade no trabalho Juliana Salles

Cardeal Scherer durante procissão de entrada da missa na Paróquia São José Operário, dia 1º

No Dia Mundial do Trabalhador, no domingo, dia 1º, a comunidade paroquial de São José Operário, no Setor Pastoral Rio Pequeno, comemorou a festa de seu padroeiro. A data também foi marcada pela primeira visita do Cardeal Odilo Pedro Scherer, arcebispo

metropolitano, à Paróquia, que completa 15 anos de existência em 2016. Dom Odilo presidiu a missa solene da festa, concelebrada pelo pároco, o Padre Raimundo Ribeiro Martins, SJC. Na homilia, o Cardeal destacou que as ações do ser humano devem ser dignas Benigno Naveira

Na sexta-feira, 29, Dom Julio Endi Akamine, bispo auxiliar da Arquidiocese na Região Lapa, deu posse ao Padre Geraldo Raimundo Pereira como pároco da Paróquia São João Gualberto, no Setor Pastoral Pirituba. Irineu Faleiros Magro

Na sexta-feira, 29, Dom Julio Endi Akamine, bispo auxiliar da Arquidiocese na Região Lapa, empossou o Padre Jaidan Gomes Freire como pároco da Paróquia Santa Mônica, vigário da Paróquia Nossa Senhora Auxiliadora e administrador da Paróquia São José.

de Deus, para que se mantenha o coração reconciliado com o Pai. “Só se perde a paz quando se está longe de Deus, quando a gente não é mais habitação de Deus”, afirmou. Após expor suas preocupações com as injustiças e a falta de fraternidade no mundo do trabalho, o Cardeal rogou que, pela intercessão de São José

Operário, Deus abençoe e ilumine esse meio, para que haja mais respeito, fraternidade e dignidade. A solenidade contou ainda com a bênção de carteiras de trabalho e objetos utilizados nos ofícios exercidos pelos fiéis que participaram da missa. (Colaborou Juliana Salles)


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