O empresário Arno Rui Schaly é adepto da produção caseira.
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ova-iorquino filho de napolitanos, Al Capone se tornou um dos gângsteres mais lendários de Chicago. E, por ironia, não foram os assassinatos que o levaram à cadeia. Na primeira metade do século 20, tempo de Lei Seca nos EUA, meteu-se no contrabando de bebidas. A sonegação de impostos levou Al Capone à prisão. Não só o mafioso fez malabarismos para driblar a lei que impedia o consumo de alcoólicos. As pessoas foram para o fundo de suas casas preparar ali drinques turbinados, com acréscimo de ingredientes que escondiam o gosto dos destilados clandestinos e... produzir cervejas. Neste ano, também foi divulgado em diversos meios de comunicação que o presidente reeleito dos EUA, Barack Obama, comprara com recursos próprios um equipamento caseiro para produção de cerveja artesanal na Casa Branca, e que teria produzido uma cerveja com mel, a White House Honey Ale, a qual fora servida ao ex-sargento Dakota Meyer, agraciado com a Medalha de Honra por atos de bravura no front do Afeganistão. Mas Barack Obama não foi o primeiro presidente dos EUA a produzir sua própria cerveja, George Washington, Thomas Jefferson, entre outros, também tinham o hobby de fazer cerveja. Recentemente que essa prática ganhou espaço (e até certo frisson) no Brasil. Com acesso facilitado à matériaprima e aos equipamentos para montar uma minifábrica básica, mais gente
tem investido no hobby. O empresário camponovense Arno Rui Schaly, por exemplo, é um adepto da produção caseira de cerveja - fabrica cerca de 40 litros da bebida a cada dois meses. Ele conta que faz a cerveja nas horas livres, para servir aos amigos e familiares e que aprendeu os primeiros passos, com o amigo Cristiano Nascimento, Engenheiro Agrônomo, que já fabricava a cerveja. O empresário sempre nutriu a curiosidade em saber como se fazia a bebida, porque sua avó trouxe da Alemanha a paixão pela cerveja e produzia para a família a cervejinha caseira, mas já não lembrava a receita. “Essa era uma ideia antiga, até para resgatar as tradições das origens da família que são alemãs, e por acaso, conheci o Cristiano que fazia a cerveja e me deu as primeiras dicas. Pesquisei, me aprofundei no assunto e tomei a atitude de montar uma minicervejaria”, explica Arno, que das histórias contadas pelos familiares passou a prática. Pensar em cerveja caseira, fresca, livre de aditivos e conservantes, com diversidade de aromas e sabores não é tarefa das mais fáceis para a maioria das pessoas. Tal dificuldade talvez seja explicada pelo fato de termos sido colonizados por um país sem tradição cervejeira, além da nossa história com a bebida fermentada mais consumida no mundo ser bastante recente, tendo crescido em uma época onde a cerveja pareceu uma bebida sem alma, “estandardizada” e fruto das grandes indústrias.
As cervejas artesanais são opções ricas em sabores e variedades. Se você conhece apenas as “estupidamente geladas”, prepare-se para se surpreender. Há uma grande variedade de estilos, características e sabores tão grande quanto a dos vinhos. É um produto com o qual o cervejeiro busca agradar o paladar do bebedor, ser fiel a um estilo e não buscar somente massificação, como as cervejas comuns, porque a qualidade vem em primeiro lugar. “Na produção artesanal, a cerveja tem um sabor bem característico, mais maltada e encorpada, um sabor que só experimentando para
Pesquisei, me aprofundei no assunto e tomei a atitude de montar uma minicervejaria.
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