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maiahoje

sexta-feira 6 de Dezembro de 2013

Sociedade

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CULTURA

\\ Opinião

Ensemble Vocal Notas Soltas volta da Irlanda com 1º Prémio e dá concerto solidário

«São os meninos de ouro desta geração»

Mário Lopes

ESTRANHA APATIA OU TALVEZ NÃO

No passado dia 22 de Novembro, dia de Santa Cecília, o Conservatório de Música da Maia (CMM) cumpriu com a habitual tradição e deu música em honra à Padroeira. Porém, havia uma causa bem maior em jogo, a ajuda a uma menina de 15 anos que, tendo uma doença rara, precisa de apoio. O Ensemble Vocal Notas Soltas (EVNS) aproveitou o ensejo para dar o seu primeiro concerto, após a vitória no concurso internacional irlandês em que trouxeram o ouro em estilo Gospel. A actuação está marcada para as 21h30, mas todos sabem que às 20h começam os ensaios. O maestro Pedro Sousa conta que, na hora de ensaiar, «não há momentos lúdicos, nós já ensaiamos dentro do avião e nas escadarias dos aeroportos», e confessa que «quando o objectivo é cumprido, eu deixo de ser maestro e passo a

ser amigo deles, como eles são meus. São os meninos de ouro desta geração». Filipe Soares, chefe de naipe dos baixos, de 22 anos, é um dos membros fundadores da Ensemble e confessa que «com o passar do tempo, o espírito do coro fica cada vez unido. Vivemos como uma família. Nos momentos difíceis é essa união que nos motiva a trabalhar e a atingir resultados.». O «espírito do coro», como refere Filipe, não é algo quantificável, mas Catarina Vilarinho, soprano de 17 anos, diz mesmo que «é muito bom, e até fácil, fazer boa música em conjunto quando há esta intimidade entre o grupo», até porque «os elementos mudam, mas o espírito passa de uns para os outros», conta Ana Freitas, chefe de naipe das contraltos e membro fundador do Ensemble.

António Dias de 20 anos, é chefe de naipe dos tenores e conta que essa qualidade musical conseguida deve-se a uma constante necessidade de crescer: «Nós vamos crescendo com o Notas Soltas porque há sempre um novo patamar para alcançar, um novo desafio. Isso não nos deixa estagnar», acrescenta ainda que, nesta parte, o maestro é essencial: «Gostamos muito do Professor Pedro. Está sempre a puxar por nós sem nunca descer os padrões de exigência». António Dias e os seus tenores contam já com um quarteto denominado QuarTenor que, segundo o próprio, «surge das brincadeiras entre nós quando nos juntamos para ensaiar para o Notas Soltas». Do repertório do Concerto constaram dois temas compostos por dois elementos do próprio Ensemble: o tema “Riso”, de Francisca

Ferreira e “Alma Serena”, de Catarina Vilarinho. Após as duas interpretações, o maestro decidiu surpreender o público e até os elementos do coro, com três temas levados a concurso na Irlanda. O tema que fechou o concerto foi dedicado à menina de 15 anos cujos donativos do público, ajudariam a pagar os tratamentos. «São o nosso orgulho», disse o vereador com o pelouro da Cultura, Mário Nuno Neves. Em jeito de remate, Ana Freitas revelou que «a chave do nosso sucesso é a amizade, o bom ambiente, a boa disposição, e o gosto pelo que fazemos». Ana Luísa Azevedo

Li hoje (segunda-feira) na comunicação social, uma entrevista a um destacado dirigente do Partido Socialista e organizador do comício da Aula Magna, de seu nome Vitor Ramalho. Nela, Vitor Ramalho reforça uma ideia já veiculada pelo fundador do PS - Mário Soares , que entende que se os actuais dirigentes do PS fossem mais activos o partido teria sondagens na casa dos 90%. Enquanto Soares sinaliza o facto político, Vitor Ramalho avança com explicação para a falta de ousadia da Direcção do PS: o medo. Se à primeira vista esta afirmação poderia representar uma provocação política de alguém pertencente a uma facção opositora à actual liderança, uma análise mais cuidada permite também outras leituras, nomeadamente a de que Vitor Ramalho pode ter alguma razão no que diz. Na minha perspectiva, este “medo” poderá ter origem na percepção de António José Seguro sobre as reais alternativas à actual política governamental. Com efeito, na minha óptica, existem de facto alternativas, mas entendo que dada a indefinição europeia, devo considerar apenas aquelas que dependem exclusivamente de de nós. Só que todas confluem para um de dois caminhos: a nossa permanência ou saída do Euro. Esta dicotomia é cada vez mais real, tendo em conta os sinais que vão chegando dos nossos parceiros europeus. Se por uns tempo António José Seguro alimentou a ilusão sobre a eleição de Fraçois Hollande, hoje é mais do que evidente que a aposta falhou como tentativa de dinamização de uma nova ideia que contrapusesse à da Alemanha. Simultaneamente, verifica-se que o SPD o PS alemão de Martin Schulz - na sua coligação com a chanceler Merkel, não imporá um estilo de governação expansionista de que tanto necessitávamos. Nestes termos, para António José Seguro, adensam-se as desilusões na frente externa, que condicionarão inexoravelmente a sua estratégia de governação, quando o dia chegar. António José Seguro sabe que terá que optar por um de dois caminhos: uma política idêntica à praticada pelos actuais governantes ou a saída do Euro, sendo que ambos apresentam uma factura política elevadíssima. Só assim se compreendem as razões da dita apatia! Mário Lopes, Licenciado em Ciências Sociais, não escreve ao abrigo do novo acordo ortográfico.

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