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18 DEZ - 07 JAN 2009

Ano X | Nº 242 Bi-Mensal | Sai às Sextas Director: Artur Bacelar press@maiahoje.pt

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\\ iniciativa

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maiahoje jornal regional de grande informação

Professor Jaime Gonçalves é o dinamizador local

“um dia pela vida” 17 de Abril é data para “Grande Caminhada”

Maia é o 19º Concelho a receber a iniciativa da Liga Portuguesa Contra o Cancro que pretende angariar voluntários para esta causa, com forte componente pedagógica. \\ entrevista

p.03

\\ autarquia

NATAL Leia os contos dos nossos leitores e jornalistas...

Lideres autárquicos sofreram buscas domiciliárias

«Construir projectos de vida» Álvaro Azevedo, uma das pessoas que dá a cara pela “Causa da Criança”, pretende «solidariedade de continuidade e não sazonal».

Instituição acolhe agora 19 crianças p 08 dos 0 aos 12 anos.

Polícia Judiciária durante a semana passada esteve nas instalações da Câmara Municipal e efectou buscas em casa dos principais líderes políticos. p.02 pub

\\ desporto

Desporto e Saúde debatidos na EB2/3 do Castêlo.

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Domingos Paciência, Fernanda Ribeiro e Rodolfo Moura estiveram naquele estabelecimento de ensino partilhando experiências e conselhos perante uma plateia constituída sobretudo por jovens.

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VALIDO ATÉ 07/01/2010

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sexta-feira 18 de dezembro de 2009

página dois editorial \\ artur bace|ar director

As páginas do dia «Até prova em contrário todos são inocentes», este é um dos pilares do jornalismo moderno sobre a justiça.

Esta semana, notícias davam estampa sobre buscas domiciliárias a ilustres personalidades do nosso concelho, às quais não posso ficar indiferente. É normal que se investigue. Tanto quanto sei, até medidas de coação como “termo de identidade e residência” são normais e nada querem dizer.

Conheço as pessoas e não acredito. No mínimo, não acredito que sejam tão estúpidos ao ponto de que, se o quisessem, não soubessem ocultar alegados crimes, o que me leva a desconfiar da sua veracidade. É sabido e não escondo que não

concordo com algumas políticas camarárias. Mas respeito quem as decide.

Quando o entender, se o entender, publicitarei as minhas ideias e concorrerei democraticamente, através de sufrágio, a discuti-las taco-a-taco.

Assim desconfio das intenções e dos poderes que poderão estar por detrás desta tentativa de denegrir pessoas públicas. Lembro-me até de discutir com um alto dirigente que defendia que o nosso jornal deveria ser mais incisivo nos títulos. Discordei e questionei «e quando for a sua vez?», o silêncio fez-se sentir.

O MaiaHoje noticiará, sempre, sem preconceitos, mas com a tal premissa inicial. Estranho é como é que estas notícias chegaram rapidamente aos jornais nacionais vindos de fonte «da presidência», lia-se.

Alguém teve pressa e como habitualmente esqueceu os jornais regionais. Esse alguém, um dia poderá ser capa e nessa altura provará do seu remédio.

Para aqueles que de consciência tranquila enfrentam a justiça, o Natal será enxovalhadamente amargo.

Para eles a minha solidariedade.

Para os que, após prova, traíram os que neles depositaram desconfiança, que a pena seja exemplar.

DESTAQUE

maiahoje

Processo em segredo de justiça

Denúncia anónima motiva investigação judicial na autarquia maiata \\ Buscas realizadas pela polícia resultaram na apreensão de documentos, dossiers e elementos bancários. A autarquia assegura que é «com serenidade» que está a lidar com o caso e que não há arguidos.

A Câmara Municipal da Maia e as residências do presidente e vice-presidente da autarquia foram alvo de buscas por parte da Polícia Judiciária (PJ), no âmbito de uma investigação judicial originada por uma denúncia anónima apresentada em 2008.

De acordo com a agência Lusa, esta investigação pretende apurar a consistência de denúncias que apontam o presidente, Bragança Fernandes, e o seu vice, António Silva Tiago, como alegados «suspeitos de terem favorecido dois empreiteiros a troco de contrapartidas, no âmbito de processos de licenciamento».

Um dia depois de a PJ ter efectuado buscas na Câmara da Maia, no passado dia 10 de Dezembro, a Lusa referiu também que, em causa, estão dois processos judiciais: «um ligado ao Centro Comercial Vivaci», recentemente inaugurado, «e outro ao Hos-

pital privado do Lidador», um projecto da Sociedade do Hospital Lidador, SA, participado em dez por cento pela autarquia e Misericórdia e nos restantes noventa pelo Grupo Português de Saúde.

O presidente da Câmara Municipal da Maia, Bragança Fernandes, confirmou, em comunicado de imprensa, que está, de facto, em curso uma investigação judicial «que radica numa denúncia anónima de 2008».

O autarca referiu ainda que «foram realizadas buscas domiciliárias aos diversos visados na referida denúncia e no edifício da Câmara».

Uma fonte revelou ao Maia Hoje que «um ex-técnico camarário» é um dos visados de que fala o comunicado.

Pode também ler-se na nota de imprensa que «com o fito de esclarecer os factos denunciados anonimamente foram recolhidos diversos

documentos e dossiers relacionados com a actividade municipal, e residualmente elementos bancários, que são, aliás, periféricos ao conteúdo da investigação».

Bragança Fernandes garante «serenidade» e «colaboração dos intervenientes» no processo, destacando, no comunicado, que «nenhum dos visados foi constituído arguido».

«Aguarda-se, assim, o decurso das investigações, acreditando que o desenvolvimento do processo possa, definitivamente, contribuir para o esclarecimento dos factos».

O Maia Hoje tentou, sem sucesso, ouvir o presidente da Câmara da Maia. Fonte da autarquia garantiu que «a câmara vai cumprir o segredo de justiça embora alguns não estejam a cumpri-lo, por sua conta e risco».

Mariana Albuquerque

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maiahoje

sexta-feira 18 de dezembro de 2009

mh jornal regional de grande informação

PROPRIEDADE DE:

MAIAPRESS Editores, Lda. REGISTADA NA CONS. REG. COM. PORTO nº 1313 CONTRIBUINTE NÚMERO 504 786 954 SÓCIOS: Maria Manuela Areosa de Oliveira e Sá Bacelar, Artur José Machado Bacelar Artur Domingos Loureiro Bacelar

Grande Maia

INICIATIVA Maia é o 19º concelho a integrar o projecto da Liga Portuguesa Contra o Cancro

«Um Dia pela Vida» contra o Cancro \\ Jaime Gonçalves, Irene Vicente, António Azevedo, Edite Azevedo, Helena Teixeira, Carlos Frazão e Inocêncio Vidal são os membros da equipa de coordenação local deste «projecto de comunidade» que promete «alterar completamente a vida das pessoas que o fazem e a vida da cidade». «que a sementeira de hoje produza alguma coisa», no sentido de surgirem equipas de voluntários, avançando apenas com actividades no início de 2010. «Acredito na Maia», afirmou, incluindo todos no grupo de possíveis voluntários para este projecto. Para que a Maia possa «demonstrar que também é a melhor na solidariedade para com aqueles que mais precisam».

DIRECTOR DA PUBLICAÇÃO: Artur Bacelar, TPJ 6262 artur@maiahoje.pt REDACÇÃO: Carlos Barrigana, TPJ 8037 carlos@maiahoje.pt Francisco José Bacelar, TPJ CR327 francisco@maiahoje.pt Rita Santos rita@maiahoje.pt Andreia Azevedo andreia@maiahoje.pt Mariana Albuquerque mariana@maiahoje.pt COLABORADORES REDACTORES: António Armindo Soares, TPJ CR 446 soares@maiahoje.pt Joana Pinto Manuela Bacelar, TPJ CR 451 Miguel Ângelo Machado COLABORADORES FOTOGRAFIA: António Caldeira, TPJ CR 447(motos) Bruno Ferreira da Silva Edgar Alves, TPJ CR 448 (automóvel) Eduardo Jorge Abreu, TPJ CR 449 Manuel Jorge Costa, TPJ CR 450 Maxim Bukharov, TPJ CR 452 Raúl Silva CORRESPONDENTES: João Diogo (corresp. Brasil) Williams James Marinho (corresp. EUA)

Ainhoa Carrasco Robles (cor.Espanha) CRONISTAS HABITUAIS: Deco (Defesa do Consumidor) Dipe (poesia popular) Fordoc (A.N.J.Formadores e Docentes) Leonel Duarte (medicinas alternativas) Luís Clemente Ribeiro (contos) Nelson Azevedo Ferraz (sociedade) Orlando Leal (política) Pedro Resende (cronista) Rogério Gonçalves DESIGN / PAGINAÇÃO: Ana Soares ana@maiahoje.pt DEPARTAMENTO COMERCIAL: comercial@maiahoje.pt SEDE / REDACÇÃO / D.COMERCIAL Rua dos Altos, Edifício Arcada, 12 4470 - 235 Maia Telefone 22 947 62 62 Fax. 22 947 62 63 Depósito legal 147209/00 DGCS nºo 123524 Tiragem 3.000 exemplares IMPRESSÃO E EMBALAGEM: Empresa do Diário do Minho Braga

Os artigos de opinião são da responsabilidade de quem os assina, não reflectindo nem vinculando a opinião dos proprietários, editores, redacção, ou director do Jornal.

A direcção de informação do Jornal é defensora da plena liberdade de expressão, reservando-se no entanto a não publicar artigos de opinião que prejudiquem deliberadamente a imagem e liberdade de outros. É política do Jornal o pluralismo e isenção nos assuntos tratados.

MEMBRO HONORÁRIO Corpo de Voluntários de Protecção Civil da Maia desde 24/11/2007

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«Não vamos parar até encontrarmos a cura!» e «Contamos consigo!» são as palavras de ordem que deram o mote ao projecto «Um Dia Pela Vida» (UDPV).

A iniciativa da Liga Portuguesa Contra o Cancro (LPCC), promovida a nível regional e local, tem como principais objectivos mudar a atitude da comunidade face à doença, educar e informar e angariar fundos para os programas de prevenção e rastreio da LPCC. O projecto foi apresentado oficialmente no passado sábado, com o colóquio médico «Vamos falar de Cancro» e a apresentação da equipa coordenadora, no Auditório do Cineteatro Venepor.

Conceição Clavel e Mariana Vale, ambas coordenadoras regionais, foram as primeiras a intervir e, em conjunto, reconheceram que este programa «vai alterar completamente a vida das pessoas que o fazem e a vida da cidade», desenvolvendo «o espírito de união e voluntariado». A intenção é «deixar de ter medo de falar do cancro» e mostrar que «é algo que é possível vencer», aditou Mariana Vale.

Prevenção é a palavra de ordem O colóquio médico que assinala a apresentação e lançamento do projecto contou com a presença de três especialistas na temática oncológica.

Maria Helena Marques Teixeira, médica de saúde pública e

coordenadora de Educação para a Saúde no Centro de Saúde da Maia abordou a temática «Prevenção Oncológica em Saúde Pública». Porque «cancro não é necessariamente morte» e «a prevenção é o caminho para a cura», Maria Helena Marques Teixeira ressaltou as atitudes saudáveis que devem ser adquiridas, no sentido de se minorarem os riscos: «É importante praticar actividade física, comunicar, ter uma alimentação saudável, beber água e aprender a construir alternativas».

Fernando Castro, médico do Instituto Português de Oncologia Francisco Gentil e colaborador do programa de rastreios da LPCC, discursou sobre o «Cancro da Mama».

Segundo o médico a prevenção secundária «é a grande arma» para combater o número de mortes de mulheres por cancro da mama, aliada à vigilância médica e ao autoexame, porque o cancro «é uma luta que temos condições para vencer”, sublinhou Fernando Castro.

Coube a Rui Medeiros, do Centro de Oncologia Molecular do IPO, encerrar as comunicações médicas com uma intervenção sobre o «HPV e o Cancro do Colo do Útero». Rui Medeiros procurou aclarar algumas questões nomeadamente que o Papiloma Vírus Humano (HPV) é um «vírus tumoral» que «não se transmite exclusivamente por via sexual, pois é um vírus pele a pele, mucosa a mucosa» O investigador salien-

tou, ainda, que à semelhança do que acontece com o cancro da mama, «os hábitos da mulher podem condicionar a evolução para cancro».

«Acredito na Maia» Jaime Gonçalves, o primeiro homem responsável local da iniciativa, assumiu-se «enredado nas malhas de uma teia» pela qual está disposto a lutar, uma luta «necessária e premente» contra o cancro, o «inimigo forte, perigoso e traiçoeiro». Ao seu lado combatem Irene Vicente, António Azevedo, Edite Azevedo, Helena Teixeira, Carlos Frazão e Inocêncio Vidal, os restantes elementos da equipa local.

«Um Dia Pela Vida» vai prolongar-se até 17 de Abril de 2010, data da festa de encerramento.

Pretende-se que seja um momento de festa para «homenagear os que venceram, recordar os que partiram e apoiar os que se encontram a lutar contra o cancro».

Jaime Gonçalves lançou o apelo para que este dia de «caminhada pela vida» não constitua o fim. O coordenador local manifestou também o desejo de que «esta iniciativa sirva para desenvolver o espírito de voluntariado, como forma natural de estar na vida».

Mas «porque há muita gente a semear nesta quadra», a equipa local do projecto UDPV receia ser vista como «mais uns» a querer aproveitar o espírito solidário. Daí que tenha optado por aguardar

Caminhada do UDPV Maia até 17 de Abril Além da Liga Portuguesa Contra o Cancro, o projecto conta com o apoio da Câmara Municipal da Maia. Entre 12 de Dezembro e 17 de Abril, as equipas inscritas podem organizar várias acções.

Palestras sobre e doença, convívios, quermeses, caminhadas, teatro nas escolas, feiras, exposições e leilões, são algumas das ideias lançadas pela Liga Portuguesa Contra o Cancro.

Para o último dia da iniciativa, a 17 de Abril está agendada uma caminhada, que será antecedida de uma arruada. Um dos momentos mais altos, neste dia, será a cerimónia das luminárias. Estão ainda previstas outras acções que terão como palco o centro da cidade da Maia. «Haverá estruturas de apoio, palcos, artistas, tendinhas para venda de produtos.

Queremos transformar isto numa festa», salientou Jaime Gonçalves.

O responsável local pelo projecto UDPV disse ainda que gostava de contar com a participação de algumas personalidades da sociedade portuguesa, de áreas como o desporto e a cultura. Seria, na opinião de Jaime Gonçalves, uma forma de atrair mais pessoas, e por sua vez, mais receitas.

Jaime Gonçalves, professor de História aposentado, confessou que o envolvimento no projecto veio mudar a sua forma de estar na vida. «Fui sempre uma pessoa recatada, que viveu durante muitos anos na Maia, mas que não conhece ninguém. Agora, sou eu que estou a dar a cara por este projecto», frisou. No entanto, Jaime Gonçalves esclareceu que esta saída do anonimato não visa «protagonismo», mas antes, ajudar a Liga Portuguesa Contra o Cancro a conseguir fundos que possam assegurar a continuidade do trabalho daquela instituição.

Rita Santos

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maiahoje

sexta-feira 18 de dezembro de 2009

Grande Maia

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RELIGIÃO

Padre Daniel Lima lançou novo CD no passado dia 13 de Dezembro

Um trabalho que mostra que «o essencial é invisível aos olhos» \\

É o quinto trabalho fonográfico do Padre que tem causado polémica pela sua forma, nada conservadora, de viver a Eucaristia. inabalável e fiel. «E é graças à fidelidade deste povo que a gente segue dizendo: “ando devagar porque já tive pressa”, ou então, “se um dom especial é dado a alguém, é para ajudar o bem na luta contra o mal”. Seguimos cantando o evangelho», afirmou o pároco. Um evangelho que, para Padre Daniel, «não tem limites».

“Além do Olhar” é o quinto trabalho fonográfico do Padre Daniel, lançado no passado dia 13 de Dezembro. «Para se ver bem é preciso despojar-se, abrir-se a Deus e deixar-se levar por Ele», explicou ao Maia Hoje o Padre Daniel Lima. O

AVIÕES

pároco acredita que «o essencial é invisível aos olhos», está muito além do que conseguimos vislumbrar. É essa ideia que pretendeu transmitir nas suas músicas.

A gravação deste trabalho res-

pondeu à voz do povo. «Aqueles que nos acompanham estão sempre a pedir um CD novo e, depois de muitas conversas e acertos, lá nasceu», esclareceu. Trata-se de um público que sempre esteve ao lado do pároco, mostrando um apoio

“Além do Olhar” é um «procurar publicamente na intimidade do olhar do próximo, no silêncio gritante da dor do irmão que interrompe o meu barulho. É o passageiro que busca O eterno procurar», descreveu o Padre Daniel, recorrendo às palavras frequentemente utilizadas por uma amiga.

Do público, cada vez mais exigente, o músico espera que o seu trabalho suscite boas apreciações,

até porque, «nesta obra apresentamos um trabalho de excelente qualidade em termos de composição musical», adiantou. É a música o veículo de evangelização utilizado pelo mediático padre. E é nesse veículo que mais quer apostar. «Uma vez que a evangelização não tem fronteira, uma vez que não temos púlpito, contra ventos e marés, gravaremos, se Deus permitir, e a voz alcançar, mais algum trabalho», garantiu.

Mas, para já, querem aproveitar o que “Além do Olhar” lhes irá proporcionar.

Amanhã, dia 19 de Dezembro, haverá ainda um jantar de apresentação do novo trabalho do Padre Daniel, “Além do Olhar”.

Andreia Azevedo

Apoio da Maia concretizado na disponibilização do aeródromo municipal

Autarquia quer manter Red Bull no Norte do país \\

Bragança Fernandes propõe a união dos poderes locais como forma de lutar pela manutenção do espectáculo aéreo sobre o rio Douro.

O município da Maia já se manifestou contra a transferência da corrida Red Bull Air Race do Porto para Lisboa. Como «parceira» da competição aérea, a autarquia maiata defendeu que é importante para a Área Metropolitana do Porto que o

FURTO

evento permaneça no Norte do país.

«O poder de decisão está todo em Lisboa, e também nos querem tirar o poder de diversão», afirmou o presidente da Câmara, Bragança Fernandes, ao Jornal de Notícias.

Apesar de ter em conta os proble-

mas de financiamento que podem estar na origem da transferência da “fórmula 1 dos céus” para a capital, o autarca da Maia defendeu que «o Estado devia subsidiar o que está em falta».

«Os autarcas do Norte devem

juntar-se todos», apelou Bragança Fernandes ao JN, avaliando a possibilidade de uma união entre os poderes locais. «Se o assunto for agendado para uma reunião da Junta Metropolitana do Porto – e isso caberá às câmaras de Gaia e do

Porto, que estão directamente envolvidas -, penso que haverá uma decisão unânime», afiançou o presidente.

Mariana Albuquerque

Viatura foi usada no assalto a um café, em S. Mamede do Coronado

Carro roubado na Maia apareceu incendiado \\

A proprietária da viatura percebeu que lhe tinham levado o carro quando saía da cabeleireira, em S. Pedro do Avioso.

Primeiro roubaram um Fiat Uno na Maia. Depois assaltaram um café em Fradelos e, no fim da madrugada do passado dia 5 de Dezembro, incendiaram a viatura na Rua de Mendões, em S. Mamede do Coronado.

A viatura tinha sido furtada na sexta-feira, dia 4 de Dezembro, em S. Pedro de Avioso, na Maia. Manuel Oliveira, pai da vítima, explicou ao Notícias da Trofa as circunstâncias em que o furto ocorreu. A filha «tinha

acabado de sair da cabeleireira, em S. Pedro de Avioso, cerca das 23 horas, quando se apercebeu que lhe tinham furtado o carro». Mais tarde, Manuel Oliveira, contactado pela GNR, soube que o carro tinha sido

usado num assalto a um café, suspeitando-se ainda que os mesmos indivíduos tenham sido os autores de um outro furto a uma viatura, junto à Igreja de S. Mamede do Coronado, na mesma noite.

No local estiveram os Bombeiros Voluntários da Trofa, a GNR e a Polícia Judiciária.

Andreia Azevedo

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sexta-feira 18 de dezembro de 2009

Sociedade

LITERATURA

maiahoje

120 pessoas marcaram presença no Fórum Jovem

Música e poesia no lançamento de “Saudosa Candeia” \\ O escritor Vítor Bastos, que lançou agora o terceiro livro, acredita na força que a escrita pode exercer nas pessoas e admira o apoio que o poder local tem dado aos projectos culturais.

O Fórum Jovem da Maia serviu de palco, no dia 8 de Dezembro, ao lançamento da obra de Vítor Bastos, “Saudosa Candeia”. A cerimónia, que juntou cerca de 120 pessoas, foi organizada pelo escritor, que não prescindiu de alguns momentos musicais e de poesia.

«Eu costumo dizer que é um meio romance», afirmou Vítor Bastos, descrevendo a sua nova publicação. «Todo o homem é fértil de imaginação e foi exactamente isso que eu utilizei», acrescentou o escritor.

Em declarações ao Maia Hoje, Vítor Bastos fez ainda questão de revelar a sua «filosofia de vida». «Os sonhos não são para ficar a meio», contou, defendendo que se encontra a trabalhar noutros projectos, «que

ARTESANATO

tanto podem sair daqui a um mês como daqui a meio ano».

Já com três obras publicadas, o escritor maiato considera que a população em geral está sensibilizada para a leitura. «Eu acho que as pessoas são capazes de ler só que, por exemplo, se encontram uma palavra cujo significado não entendem, são capazes de não ir ao dicionário pesquisar», avaliou. No entanto, para Vítor Bastos, «se for uma leitura que toque no ego das pessoas, elas conseguem ler», garantiu. «Eu consigo ter pessoas, não direi analfabetas, mas com pouca instrução a vir ter comigo para dizer que gostaram muito de uma determinada passagem do meu livro, e isso quer dizer que o leram», notou Vítor Bastos.

«101 por cento de incentivos» da autarquia Para o autor da obra “Saudosa Candeia”, não faltam incentivos à leitura por parte dos poderes locais.

«Costumo dizer que não há 100% de incentivos, mas sim 101%. E falo por experiência própria: todas as vezes que apresentei projectos à Câmara Municipal da Maia tive todo o apoio e mais algum», garantiu, concordando, no entanto, que o incentivo vai depender do projecto apresentado.

«Eu tenho dezenas de projectos apresentados, não só no domínio da escrita, mas também do teatro, e todos foram bem recebidos pela autarquia», concluiu Vítor Bastos.

Mariana Albuquerque

Uma dezena de peças expostas em Lisboa

Artista maiato integra exposição “Natal em Presépios” \\

Fernando Dionísio integra exposições em “A Arte da Terra” há 10 anos e é considerado «um dos melhores artistas nacionais».

Vive na Maia mas as suas criações viajam para Lisboa há cerca de dez anos. Fernando Dionísio, que se assume como um «autodidacta» pouco agarrado a materiais, integra a exposição “Natal em Presépios”, apresentada ao público em “A Arte da Terra”, espaço dedicado à cultura portuguesa que se situa junto à Sé de Lisboa.

A exposição reúne cerca de 800 presépios elaborados pelos «80 melhores escultores e artesãos do país», oriundos de Barcelos, Porto, Maia, Lisboa, Aljezur, Lagos, Mafra, Mealhada, Viseu, Almada, Odemira, Estremoz, Vidigueira, Olhão, Leiria, Seia, Viana do Castelo, Castro Verde, Famalicão, entre outros.

MÚSICA

Os materiais utilizados são diversos: barro, ferro, madeira, arame, vidro, pasta de papel, tecido ou pão, mas acabam por perder importância face ao poder da imaginação. «Não estou agarrado a materiais nenhuns», afirmou Fernando Dionísio ao Maia Hoje, assegurando que não consegue descrever as suas peças em exposição. «Só vendo», garantiu o artista maiato.

«Imaginação não me falta» Para Fernando Dionísio, trabalhar para “A Arte da Terra” há quase dez anos tem significado por tratar-se de um «local onde o artesanato é tratado com dignidade». «Trata-se de um edifício protegido, muito bonito e partici-

par nas exposições é muito agradável», confessou o artista ao Maia Hoje.

Além dos trabalhos expostos em Lisboa, as criações do maiato encontram-se também visíveis em algumas lojas do Porto. «As coisas vão surgindo a toda a hora; imaginação não me falta», assegurou.

4000 visitas no primeiro fim-desemana de Dezembro Conjugar tradição e modernidade é um dos objectivos do espaço “A Arte da Terra”, que, de acordo com o seu responsável, António Ramos, recebeu cerca de 4000 pessoas só no primeiro fim-de-semana do mês.

«Ao longo dos anos, temos desa-

fiado escultores e artesãos para nos darem uma visão artística do nascimento de Jesus», contou António Ramos. «E temos o privilégio de ter apresentado primeiras obras de grandes nomes das nossas artes», acrescentou, reforçando que todo o trabalho desenvolvido pela “Arte da Terra” visa «a qualidade».

«Trabalhamos com o Fernando Dionísio há 10 anos e ele é, em nossa opinião, um dos melhores artistas nacionais, sendo uma presença obrigatória nas nossas exposições», rematou António Ramos.

Mariana Albuquerque

Espectáculo dos maiatos foi no passado dia 15 de Dezembro

Doismileoito abriram concerto dos “The Dodos” \\

A banda tocou uma música inédita no Santiago Alquimista, em Lisboa.

O trio da Maia “Doismileoito” fez as honras da casa e abriu, no passado dia 15 de Dezembro, o concerto dos norte-americanos “The Dodos”, no Santiago Alquimista, em Lisboa. O grupo português, que subiu ao palco às 21h30, apresentou as canções pop-rock que integram o seu disco de estreia, com o

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nome da banda, lançado este ano. «É sempre bom tocar no Santiago Alquimista. É uma sala bonita onde o público rodeia o palco por todos os lados. É estranho ver as pessoas a ver o concerto de cima uma vez que há uma varanda para o público», descreveu ao Maia Hoje Ni-

colau, um dos membros da banda.

Tal como André Aires e Pedro Pode, Nicolau admitiu apreciarem muito os “The Dodos”. Por esse motivo, «há algum tempo que estávamos à espera de abrir uma banda estrangeira que admirassem», revelou.

Para este concerto, os portugue-

ses reservaram uma música que não está no disco que editaram no início de 2009. Antes do espectáculo, o nervosismo era inevitável devido à exigência e amplitude do que se seguia. «Achamos que as pessoas que vão ver os The Dodos são exigentes e merecem o melhor. Por isso não queremos falhar», afiançou Nicolau.

Com influências dos Nirvana, Smashing Pumpkins, Beatles, Tom Wait e até mesmo de Bethoven, a banda maiata pediu três desejos para 2010: «Fazer músicas novas, gravar um álbum novo e tocar mais em teatros».

Andreia Azevedo

maiahoje

sexta-feira 18 de dezembro de 2009

Sociedade

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RECICLAGEM

Construída pelos alunos do 7º ano

EXPOSIÇÃO

Escolas associam-se ao evento no próximo ano

Árvore de Natal com Infantários maiatos juntaram-se “lixo de luxo” ao “Natal no Jardim” \\ Encontra-se no polivalente da Escola Secundária de Águas Santas e é feita com materiais recuperados. O plástico transparente é a matéria-prima mais utilizada.

«Passar a imagem de um planeta menos poluído e mais imaginativo e criativo». Foi com este objectivo que Ana Cristina César e os seus alunos de 7º ano construíram uma árvore de Natal diferente na Escola Secundária de Águas San-

tas, na Maia, no âmbito da disciplina de Oficina de Artes. Trata-se de uma árvore feita com materiais recuperados e reutilizados que, no final, ficou «muito mais apelativa pela diferença e entusiasta pela construção, dado que envolve toda a comunidade educativa», realçou Ana Cristina César.

Os alunos de imediato aderiram, mostrando sempre uma grande consciencialização em relação aos problemas ambientais. Todos já criaram o hábito de fazer a separação do lixo em casa, e por isso, foi fácil passar a mensagem também aos pais. «Aquando da apresentação do projecto de Natal, todos aderiram sem dificuldade, quer na recolha dos materiais necessários, quer na reutilização de figuras para a árvore», explicou ao Maia Hoje Ana Cristina César.

Desde a procura e recolha de materiais adequados e de fácil manuseamento ao preenchimento da árvore, o entusiasmo invadiu todos os participantes. Todos os dias, nas salas de aula, o ambiente e a reciclagem são temas predominantes que suscitam o interesse de quem ouve. A época de Natal não é excepção. «Imaginar uma grande árvore de Natal, à medida do valor dos alunos e da importância que o meio ambiente tem para todos nós, não foi difícil», salientou a docente.

Foi do chão da feira de Custóias que veio a matéria-prima preponderante nesta árvore onde o “lixo” é de “luxo”, nomeadamente os plásticos transparentes. Com o objectivo de consciencializar mentes que ainda permaneçam fechadas à reciclagem, Ana Cristina César quer continuar a apostar nesta iniciativa.

«Seria estranho se não se repetisse.

A ideia não pode desvanecer», concluiu a professora.

Andreia Azevedo

\\ A Santa Casa da Misericórdia e os diversos Centros de Dia e Infantários maiatos uniram-se, mais uma vez, com o objectivo de antecipar o Natal.

O Jardim do Monumento à Comunidade Maiata foi, pelo segundo ano consecutivo, invadido pelas figuras típicas do Natal. Até ao dia 5 de Janeiro, árvores construídas com os mais variados materiais reciclados e presépios decoram o espaço que envolve as vulgarmente designadas “Pirâmides” maiatas, numa iniciativa organizada pela Santa Casa da Misericórdia, em parceria com outras instituições sociais.

«Este ano fizemos umas pequenas alterações», contou a provedora da Santa Casa, Maria de Lurdes Maia. «No ano passado tivemos só árvores de Natal; este ano os infantários disseram-nos que também gostariam de participar e então sugeriram fazermos um presépio gigante», acrescentou a provedora, apontando para as mais de quinze instalações alusivas à época natalícia.

«O objectivo, desde a primeira hora, foi alargar a centros de dia e lares extra Santa Casa», afirmou Maria de Lurdes Maia, explicando que, por sugestão de um responsável institucional iriam convidar as

escolas do concelho a aderir à iniciativa no próximo ano. «Gostava imenso de ver este jardim cada vez mais cheio de edição para edição.

Há pouco dizia assim ‘bem, quando este espaço estiver cheio, podemos passar para o outro lado da estrada’», gracejou a provedora da Santa Casa da Misericórdia.

Ajudar os utentes e os técnicos Um dos objectivos do “Natal no Jardim” é, de acordo com Maria de Lurdes Maia, ajudar não só os utentes, mas também os técnicos que lidam com eles diariamente. «Infelizmente, neste momento, temos muitas situações de demência e pessoas com muitas dificuldades de locomoção. E para os próprios técnicos e funcionários que lá estão, é uma tarefa pesada estar uns dias atrás dos outros com estas pessoas com tantas limitações», assegurou, explicando que a exposição «faz com que as funcionárias fiquem entusiasmadas com qualquer coisa de diferente».

Apesar de a tarefa ser «cada vez mais difícil», para a provedora da

Santa Casa «os técnicos têm de se preparar, como educadores sociais e como assistentes sociais, porque estas são as doenças dos dias de hoje e são os problemas que mais surgem nos dias de hoje».

Aproveitar as potencialidades dos materiais recicláveis «Outro objectivo é a aposta nos materiais recicláveis», revelou Maria de Lurdes Maia. «Como esta exposição é para todas as idades, os pais que possam trazer as suas crianças até aqui verificam que é possível fazer várias coisas com estes materiais», afirmou a provedora, revelando a sua admiração pelas árvores instaladas no Jardim do Monumento à Comunidade.

Além de funcionarem como um alerta à comunidade, os materiais reciclados surgem também como uma forma de resistir às possíveis intempéries. «Nós pedimos que se utilizassem materiais que conseguissem aguentar as intempéries.

Felizmente temos tido estes dias de sol e vamos aproveitar», rematou a provedora.

Mariana Albuquerque

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08 ENTREVISTA

sexta-feira 18 de dezembro de 2009

Sociedade

maiahoje

Centro de acolhimento temporário com dezanove crianças

Causa da Criança, o espaço onde se constroem «projectos de vida» \\ São crianças que sonham e que, como qualquer ser humano, precisam de espaço. A “Causa da Criança” trabalha, há dois anos, no sentido de substituir famílias que, por um motivo ou outro, não conseguem manter-se. «Aproximação de continuidade» é o que o responsável Álvaro Azevedo pede à comunidade.

Maia Hoje - Quantas crianças é que têm no centro de acolhimento neste momento? Álvaro Azevedo – Neste momento temos dezanove. O centro tem uma capacidade para vinte crianças e mais duas em situações de emergência.

MH – E como é que caracteriza estas crianças?

AA – As crianças são acolhidas por duas razões diferentes: por negligência dos pais ou por disfunção.

Nos casos de negligência, os pais não têm cuidados alimentares, de higiene nem têm qualidade de horários. São pais negligentes que deixam as crianças sós e, normalmente, nessas situações, as crianças vêm por acordo, mas há pais que nunca aceitam isso, acabando as crianças por ser retiradas compulsivamente. Elas podem vir por acordo com as comissões de protecção dos respectivos concelhos; se não houver acordo, as comissões de protecção informam a segurança social, que informa o ministério público e os tribunais retiram as crianças. No caso da disfunção, os pais têm vidas marginais, ou por alcoolismo ou droga, e os filhos são-lhes retirados, tentando sempre que os progenitores recuperem para que as crianças possam ser reintegradas.

MH – Que trabalho é que o centro desenvolve com as crianças?

AA – A criança vem para o centro e o que se pretende é que ele funcione como uma casa de família alargada. Fazem as suas vidas normais, vão à escola ou ao infantário e vão à catequese, se for sua pretensão. O ano passado, por exemplo, duas jovens fizeram a comunhão solene, agora já cá não estão, foram reintegradas: uma para o seio familiar e outra para uma instituição.

Como já eram grandes, esta última já tinha doze anos, já não era criança para adopção, e como não havia possibilidade, pelo menos aos olhos do tribunal que uma família, mesmo alargada, a pudesse reintegrar, foi para um lar de residência permanente no Porto, onde fará a sua vida até aos dezoito anos, porque a Causa da Criança é um centro de acolhimento temporário, pretende-se que não perdure mais de seis meses. No entanto, temos crianças aqui há já dois anos.

MH – Por que é que isso acontece?

AA – Porque os tribunais vão-nos pedindo a prorrogação dos prazos de acolhimento porque entendem que poderá haver uma possibilidade das crianças virem a ser integradas na família directa ou na alargada.

MH – É fácil fazer esse trabalho de substituição da família?

AA – É. As crianças integram-se

bastante bem. Nós temos uma equipa de técnicos e os auxiliares têm facilidade de aproximação com as crianças. Ultrapassada a fase inicial em que é tudo novo, tudo é desconhecido, tem sido fácil. Mesmo uma criança que venha mais agitada, passados poucos dias já está bastante bem integrada.

MH – Como é que descreve o dia das crianças no centro de acolhimento?

AA – Completamente normal. A criança acorda, toma o pequeno-almoço, faz a higiene, vai à escola, depois vamos buscá-las no fim do horário. Nunca facilitamos no que diz respeito ao transporte. Temos, por exemplo, uma menina, que anda numa escola de formação no centro da Maia que já usa transporte público. Ela tem dezasseis anos, está cá porque tem um irmão e não é conveniente separá-los, e já faz vida normal nos transportes, sempre com o controlo necessário.

MH – Em relação ao voluntariado, há adesão da população?

AA – O voluntariado é uma situação que não é simples de cuidar.

Quando se fala em voluntariado as pessoas pensam sempre em estar próximas das crianças. E as crianças têm de lidar com pessoas de continuidade, isto é, sobretudo com funcionários que saibam o que elas gostam e não gostam, no fundo, que as conheçam bem. Depois, cada criança é um caso e algumas precisam da sua privacidade. Nós não temos de saber pormenores da vida das crianças, temos de saber dar-lhes um projecto de vida, é esse o nosso objectivo. Não há muita conveniência numa proximidade. O voluntariado que nós precisamos é de apoios. Por exemplo, dão-nos muita roupa e brinquedos e é preciso separar o que é bom e o que é mau, embalar, arrumar e já temos alguma dificuldade em encontrar voluntários para desempenhar tarefas dessas. Há uma senhora que vem cá uma vez por semana, (ela queria vir mais, mas nós não queremos que ela crie muita afinidade com as crianças), para fazer o papel

de avó, que desempenha muito bem; temos uma professora que vem cá para estimular a aprendizagem; temos terapeuta da fala; cabeleireiros; temos ginástica, enfim, temos a necessidade de ocupar os tempos livres, principalmente ao fim-de-semana e nas férias.

MH – E como é que a comunidade se comporta em relação à Causa da Criança?

AA – Há muita aproximação em relação à instituição, sobretudo nos fins de ano, mas durante todo o ano. Nós somos visitados, durante o ano, por grupos de catequese e escolas, mas, sobretudo nesta época, somos assoberbados com doações e nós até procuramos sempre que não nos ofereçam roupas e brinquedos porque temos muito material e utilizámo-lo não só para nós, mas para distribuição por outras instituições e famílias que precisam. No fundo, funcionamos um pouco como plataforma de distribuição porque não precisamos de tudo. Depois, procuramos que as pessoas façam doação sobretudo de produtos de higiene e alimentares, porque são coisas que consumimos sempre e é uma forma de evitarmos gastar dinheiro. Roupa e brinquedos temos sempre e numa reserva enorme.

MH – Nota, portanto, que as doações aumentam sempre nesta época.

AA – Sim, sim. Mas, como disse, durante todo o ano temos sempre muitas visitas.

MH – Como já referiu, roupa e brinquedos não faltam a estas crianças.

AA – Roupa e brinquedos não faltam. Nós estamos disponíveis para dar a outras instituições ou famílias que necessitem.

MH – Alguma vez recusaram brinquedos ou roupa?

AA – Não. Recebemos e oferecemos.

MH – Mas têm algum armazém para guardar todo esse material?

AA – Temos agora uma arrecadação que acabamos de construir.

Mas tínhamos e continuamos a ter

um armazém emprestado, com bastante material, que precisamos de desocupar na medida do possível.

A arrecadação será o nosso suporte de reserva e o armazém vai ser desocupado através de doações ao exterior.

MH – A que instituições costumam doar?

AA – Neste momento há uma Cruz Vermelha, de outro distrito, que está interessada. É um distrito com bolsas de carência definidas e que vamos tentar ajudar. Temos dado também a outra Cruz Vermelha do Porto que nos tem solicitado.

Enfim, nós estamos disponíveis.

Temos esse trabalho de recuperar, lavar, arrumar, encaixotar as coisas, referindo por fora os níveis etários, e depois doar. Utilizamos esse tempo para o bem de outros, porque quando nós abrimos houve uma instituição que se aproximou de nós e que foi a primeira ajuda que tivemos. Por isso, sentimos muito o quanto nos valeu nesse início, portanto, temos sempre esse espírito de ajuda.

MH – De que materiais é que a Causa da Criança mais precisa?

AA – Eu costumo dizer que nunca nos falta nada. Há, sim, coisas que vão acabando e, se não nos dão produtos de higiene, de limpeza e alimentares, nós compramos. Numa altura em que tínhamos um berçário com seis bebés gastávamos cerca de 1200 fraldas por mês. Temos de ter sempre algumas reservas. Um colégio que, por agora, nos vem visitar perguntou o que podia trazer e nós dissemos que se pudessem trazer produtos de higiene para as crianças fazia jeito e já soube que eles estão a sensibilizar os alunos para cada um trazer qualquer coisa nessa área.

MH – Quais são os critérios para associarem o nome da Causa da Criança a um evento?

AA – Os eventos têm de estar bem definidos, isto é, nós queremos e temos de viver com ajudas, de outro modo não sobrevivemos, porque o Estado, através da segurança social, dá as comparticipações que chegam para pagar, mais ou menos, o pessoal que temos. O resto das despesas temos de ser nós a suportar. É por isso que disse, há pouco, que só compramos quando chega ao dia em que precisamos e não temos. Ora, quando nos propõem alguma coisa e não é definido o modo como vai ser feita a ajuda, não podemos aceitar. Nós vemos na publicidade da televisão, por exemplo, o incentivo à compra de livros com a garantia de que dois euros vão para uma determinada instituição. Quando é assim nós aceitamos. Agora, quando um restaurante faz um jantar, tira aquilo

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A Junta de Freguesia de São Pedro Fins, deseja-lhe um Santo Natal e Óptimo 2010

que entender e o que sobra, que é indefinido é que vai para a instituição, não podemos aceitar.

MH – O que é que já aprendeu a trabalhar com estas crianças?

AA – O que entendo que me possa estar a dar algumas lições de vida são as necessidades demonstradas pelas crianças que acolhemos e também o exemplo que estamos a dar em relação a muitos outros que desconheciam esta situação e que, agora, conhecem. As pessoas têm, muitas vezes, a ideia de que os meninos andam aqui com roupinhas que os outros não querem e que são coitadinhos. As nossas crianças não são coitadinhas.

As nossas crianças vivem bem, nós temos a casa preparada para as visitas, independentemente da hora a que possam cá vir. São estes exemplos que nós damos, é este modo de estar que nos dá algum prazer em relação a quem cá vem.

Esta é uma estrutura que está aqui para servir, não os coitadinhos, mas quem, num determinado momento da sua vida, teve progenitores que falharam.

MH – Sente que a solidariedade das pessoas nesta época é sincera?

AA – É sincera, as pessoas demonstram preocupação, mas é sazonal. Nós temos solidariedade de continuidade. Temos pessoas que nos dão coisas durante todo o ano.

Durante o Verão as pessoas esquecem-se um bocadinho deste tipo de instituições, mas também não é preciso que as pessoas estejam preocupadas todos os meses, para isso estamos cá nós.

MH – Como é que vai ser o Natal na Causa da Criança?

AA – Vai ser um Natal como nas outras casas. Eu costumo cá vir na noite de Natal. Nesse aspecto, as nossas crianças são muito mimadas, nós fazemos tudo e temos capacidade para o fazer.

MH – Se tivesse de pedir uma prenda de Natal em nome da instituição o que seria?

AA – Genericamente, pedimos que as pessoas não se esqueçam das instituições de acolhimento. Há males sociais a que tem de ser a sociedade civil a dar resposta. Pedimos a todos que, uma vez por ano, se aproximem das instituições, visitando, doando e procurando aproximar-se das necessidades. Claro que nós não vivemos sem dinheiro.

Queria lembrar também que é possível, sem qualquer prejuízo para o contribuinte, na altura de preencher o seu IRS, inserir, num canto específico, o número de contribuinte de uma instituição e, assim, meio por cento do que vai pagar de IRS reverte a favor dessa associação.

Mariana Albuquerque

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sexta-feira 18 de dezembro de 2009

Sociedade

INICIATIVA

maiahoje

Realiza-se amanhã, dia 19 de Dezembro

Fundação Biológica vai ensinar a criar uma horta na varanda \\

A formação teórico-prática tem uma duração de seis horas e pretende que as pessoas invistam em varandas mais verdes e ecológicas.

Ter uma horta deixou de ser um privilégio apenas para quem mora numa moradia com terreno. A Fundação Biológica vai realizar amanhã, no Parque de Ciência e Tecnologia da Maia, a primeira edição do Curso BioHorta na varanda. Trata-se de uma formação teórico-prática de seis horas, destinada a todos os que pretendem aprender algumas técnicas para produzir legumes e condimen-

tares nas varandas e nos terraços. A Fundação já tem vindo a fazer cursos BioHorta, criação e manutenção de uma horta biológica. Daí até especializar as aulas para pessoas que vivem em apartamentos ou moradias sem terreno foi um pequeno passo.

«No âmbito de parcerias que a Fundação tem com outras regiões de outros países, verificamos que as hortas biológicas na varanda são

EMPREGO Multinacional quer chegar às 15 lojas

muito bem aceites pela população e têm contribuído para que muitas pessoas passem a ter varandas mais verdes e ecológicas», explicou Sofia Lobo, da Fundação Biológica.

Por não estimular o uso de químicos, o curso é útil para quem quer ter uma actividade de lazer útil e saudável. Além dos conhecimentos mais teóricos para a criação de uma Bio-

Horta na varanda, a formação envolve ainda uma forte componente prática. Para Sofia Lobo, «existem muitos pormenores que determinam o sucesso destas hortas na varanda».

A adesão tem ido além da Maia.

A Fundação Biológica tem recebido pedidos de outros concelhos para desenvolverem a iniciativa também

noutras cidades. Com um custo de 50 euros para o público geral e 45 euros para quem tem o cartão BioLogic@ da Fundação, a experiência é, sem dúvida, para repetir. «Haverá novas edições do curso no próximo ano», concluiu Sofia Lobo.

Andreia Azevedo

\\ Festa de Natal da EB1/JI Currais - Vermoim

Leroy Merlin abre loja na Maia \\ Empresa vai abrir quatro novas lojas. No início de 2010 abre a loja da Maia.

A multinacional francesa Leroy Merlin, especializada em bricolage, construção, decoração e jardim, vai abrir quatro novas lojas em Portugal.

Maia, Matosinhos, Alfragide e Amadora serão as áreas onde a empresa pretende criar 700 novos postos de trabalho, em 2010.

Em cada loja vão ser criados entre 100 a 150 postos de trabalho, distribuídos entre parceiros locais, instaladores, equipas de limpeza, segurança, cafetaria, e outros. De acordo com Olivier Jonel, director geral da Leroy Merlin, faz todo o sentido apostar na área da decoração, mesmo em tempo de crise. «É nossa convicção de que existe espaço para o mercado da bricolage e pub

renovação da casa crescer. Esta é uma realidade mesmo em tempos menos favoráveis», afiançou o responsável.

Representando um investimento de 60 milhões de euros, a primeira loja já foi inaugurada, no passado dia 27 de Novembro, em Alfragide e tem uma área de oito mil metros quadrados. Também a loja da Amadora foi aberta, no passado dia 7 de Dezembro, junto ao Dolce Vita Tejo. Para o início de 2010, está prevista a inauguração das lojas do Porto, nomeadamente na Maia e em Matosinhos. A multinacional pretende, no futuro, chegar a um parque de 15 lojas em Portugal.

O Natal para as crianças da Escola de Currais, este ano decorreu no auditório Municipal Venepor, na tarde do passado dia 11 de Dezembro. Ao todo eram cerca de 250 crianças a que se juntaram educadores, pais e familiares.

maiahoje SILVA ESCURA

sexta-feira 18 de dezembro de 2009

Sociedade

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Autarquia brindou mais jovens da freguesia

Festa para provocar o sorriso das crianças \\ A Junta de Freguesia de Silva Escura levou a efeito a sua festa de Natal no passado domingo. A iniciativa teve lugar no salão paroquial e destinou-se às 125 crianças e suas famílias.

O espectáculo circense deu ao evento as magias natalícias e brincadeiras para fazer rir e animar o público mais jovem, em especial as 125 crianças que foram contempladas com a prendinha que a Junta de Freguesia ofertou.

Como é habitual, o salão paroquial ficou repleto e a alegria esteve ao rubro, numa actividade que o presidente da Junta, José Torres Sousa Dias disse estar «com orgulho», por sentir que o espectáculo «agradou a todo o público presente». E lembrou que desde o ano de 2002 que assumiu pela

NATAL

primeira vez o cargo de presidente, tomou «como importante a promoção de uma iniciativa do género, uma vez que até então nunca se fizera algo igual na autarquia. Esta é uma oportunidade de provocar o sorriso das nossas crianças, que bem merecem este nosso carinho».

O autarca entende que a política de proximidade é assim que se faz, «estar ao lado daqueles que mais precisam. O Natal caracteriza e dinamiza a sociedade durante o mês que se atravessa. Nas ruas, nas escolas nas casas.

Os bolos e presentes, as ceias e festas

de Natal espalham a alegria, solidariedade e a amizade. Com esta festa pretendemos também proporcionar algum calor humano à nossa população». José Torres Sousa Dias esteve acompanhado pelo seu Secretário António Soares e Tesoureiro, Fernandino Teixeira e mostrou-se «sensibilizado» por contar com as presenças da Presidente da Assembleia de Freguesia, Clarisse Monteiro, do Reverendo Padre José Silva, e da Coordenadora da EB1 de Frejufe, professora Ana Maria.A Junta organizou bem a distribuição dos brinquedos às crianças inscritas.

Iniciativa da Junta de Freguesia pretende «envolver toda a comunidade»

«Natal Solidário em Moreira» beneficia Conferência de São Vicente de Paulo \\ Pelo quarto ano consecutivo, as colectividades e associações da Vila de Moreira uniram-se para celebrar o Natal. Este ano, o evento conta com uma «vertente solidária» que visa favorecer «os mais desfavorecidos».

Ao «Natal em Moreira», a junta de freguesia acrescentou a palavra «solidário». Tudo porque, segundo Albino Maia, o evento deste ano tem uma «intenção direccionada». «Todas as colectividades entenderam, em conjunto com a junta, que se devia fazer um Natal diferente dos anos anteriores, com a mesma vertente do ‘Natal em Moreira’, mas direccionado para aju-

FESTA

dar os mais desfavorecidos», aclarou o presidente da autarquia moreirense.

A Conferência de São Vicente de Paulo, foi a entidade escolhida uma vez que «está connosco neste projecto e tem relação directa com esses mais desfavorecidos», sublinhou.

A ideia que «já estava a ser fomentada há algum tempo» tomou forma na passada sexta-feira, com a abertura

de uma venda de Natal que visa «angariar fundos e géneros alimentares para que os que mais precisam sejam mais apoiados nesta quadra Natalícia», ressaltou o autarca.

Outra novidade implementada este ano foi a montagem de uma tenda em frente ao edifício sede da junta de freguesia. Tenda essa que concentra todos os componentes do evento: a venda de Natal, a exposição das colectividades e associações participantes e os espectáculos. «A tenda permite-nos associar o evento à vertente solidária. Uma vez que o ‘Natal Solidário em Moreira’ decorre ao longo de uma semana, conseguimos um maior impacto e proximidade com as pessoas que aqui circulam durante o dia», frisou Albino Maia. E aditou que se trata de um «espaço compatí-

vel com tudo, porque se tivéssemos tudo disperso o impacto não era o mesmo e o evento não seria valorizado da mesma forma».

O presidente da Junta de Freguesia da Vila de Moreira salientou ainda uma outra componente inerente ao projecto deste ano: a dádiva. «Todas as pessoas que pretendam dar algo devem entregar os donativos à Conferência e esta procederá à sua distribuição», esclareceu.

O «Natal Solidário em Moreira» tem como objectivo final «envolver toda a comunidade e criar uma onda de solidariedade memorável em toda a freguesia», concluiu Albino Maia.

Programa «Solidário» A venda de Natal, inaugurada na passada sexta, vai estar patente du-

rante todo o evento.

Relativamente aos espectáculos, o pontapé de saída foi dado pela Fanfarra dos Bombeiros de Moreira, na passada sexta. No sábado, o dia foi dedicado aos mais pequenos. A animação, com palhaços e Pais Natal e muitos brindes, foi o ponto forte da tarde que envolveu as crianças da Catequese. Domingo, foi a vez do Rancho Infantil de Moreira e do Agrupamento de Escuteiros subirem ao palco.

O grupo «Mania da Dança» vai animar a tarde de sábado, enquanto o ponto alto do evento vai acontecer no próximo domingo, dia 20. Pelo palco da junta de freguesia vão passar o Grupo Juvenil da Catequese «Cantar para Jesus», o Grupo Coral Litúrgico Dominical e o Grupo Regional de Moreira da Maia.

Rita Santos

Entrega de presentes decorreu durante três dias

Crianças da Maia receberam prendas especiais \\

Depois de um show de um leão-marinho, cerca de 700 crianças receberam livros, ao contrário dos habituais brinquedos oferecidos nos anos anteriores.

Livros e um espectáculo animado de um leão-marinho no Jardim Zoológico da Maia. Foram estes os presentes que a Junta de Freguesia da Maia, na pessoa do Presidente Carlos Teixeira, deixou no sapatinho das cerca de 700 crianças da Escola EB1 da Maia.

Durante todo o ano, tanto a autarquia como a escola, tentam estreitar as ligações, através do que, para Carlos Teixeira, «é uma troca de obrigações». pub

Ao contrário dos anos anteriores, a Junta de Freguesia da Maia deixou de lado os habituais brinquedos, e quis apostar num presente mais pedagógico. «Este ano houve uma saturação dos brinquedos normais. Então pensamos que talvez fosse mais aconselhável e educativo oferecer um livro, conforme o ano em que a criança se encontra», explicou ao Maia Hoje Car-

los Teixeira. Assim, durante os dias 14, 15 e 16 de Dezembro, cerca de 1400 livros foram entregues às crianças da EB1 da Maia. «Elas assistem a um show de um leão-marinho e no final recebem o livro. É uma festa simples mas, para nós, muito significativa», revelou o Presidente da Junta.

«Esta Junta sempre esteve na nossa proximidade»

Para Henrique Carrola, Presidente da Associação de Pais da Escola EB1 da Maia, o papel que a Junta de Freguesia da Maia tem desenvolvido em prol da comunidade escolar responde aos objectivos que a própria associação sempre adoptou. «Nós trabalhos juntos para atingir um mesmo objectivo, com uma missão de cidadania e serviço público», salientou. A Associação de Pais sempre trabalhou de mão

dada com a Junta de Freguesia da Maia, partindo sempre do mesmo princípio: «Isto deve ser uma parceria.

Não podemos vir só pedir subsídios, mas temos que ajudar também. Queremos passar às crianças este sentido de cidadania», esclareceu Henrique Carrola.

Andreia Azevedo

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sexta-feira 18 de dezembro de 2009

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maiahoje

COMUNICADO António Bragança Fernandes, por si e na qualidade de Presidente da Câmara Municipal da Maia, vem, em face das recentes notícias publicadas a propósito de uma diligência judicial, prestar os seguintes esclarecimentos: 010203-

0405-

Está em curso uma investigação judicial que radica numa denúncia anónima apresentada em 2008.

No âmbito deste processo foram realizadas buscas domiciliárias aos diversos visados na referida denúncia anónima e no edifício da Câmara Municipal, e não apenas nos domicílios do Presidente da Câmara e do Vice-Presidente da autarquia.

Com o fito de esclarecer os factos denunciados anonimamente foram recolhidos diversos documentos e dossiers relacionados com a actividade municipal, e residualmente elementos bancários, que são, aliás, periféricos relativos ao conteúdo da investigação.

As buscas decorreram com serenidade e contaram com toda a colaboração dos intervenientes.

Nenhum dos visados foi constituído arguido.

Aguarda-se, assim, o decurso das investigações, acreditando que o desenvolvimento do processo e as instituições envolvidas possam, definitivamente, contribuir para o esclarecimento dos factos.

Maia, 14 de Dezembro de 2009.

António Bragança Fernandes PUB

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sexta-feira 18 de dezembro de 2009

Natal

maiahoje

O Pai chegou para o Natal \\

Contos de Natal A semente \\ Artur Bacelar*

Era Natal, luzes frias vagueavam no olhar daquela mulher de anos pesados. É Natal, pensava.

Pensava sobretudo nas folhas de calendário que foram caindo ao ritmo da vida apressada. Pensava na semente que consigo ainda trazia e não fez florir.

Sozinha, no sofá junto à janela, o copo de conhaque elevava-lhe recordações do porquê?

Porquê? Porquê?

A experiência e as molduras granjeadas pelos diplomas tornavam a sala pequena sobre a sua questão. Porquê?

Pilhas de livros em forma de monumentos erigidos, com o seu nome a dourado, estampavam o conhecimento e respondiam silenciosamente ao porquê.

Porquê? A resposta não escorria na mesma proporção que o

deslize dos ponteiros do teimoso adereço.

O som do sino daquela obscura entrada onde se perfilavam os infortunados em busca de aconchego, fê-la recordar a infância quente dos braços maternos.

- Amor! Escorreu a resposta como um balde gélido clarificador.

Levantou-se, esqueceu os dourados pendentes que a rodeavam e vestindo o agasalho desceu à rua juntando-se aos que aguardavam a sua vez para o aconchego liquido da porta de chapa.

Para sua surpresa, a conversa com os companheiros fluiu como as milhares de palestras que proferiu.

O coração encheu-se, quente de um fluído há muito esquecido mas não estranho. O Amor.

Recordações caiam. Lembranças químicas de momentos de felicidade.

Ao ritmo das memórias, percorreu apressadamente a longa avenida e prostrada junto a um velho edifício entrou. Esperançada bateu à porta.

Um homem de rosto queimado pelas réguas da vida entreabriu um palmo de porta.

- Tu? - Sim! - Porque não voltas para casa, precisas de ajuda? Queres que te leve a casa? Tu não precisas de ajuda. Tu tens tudo.

- Sim. Não. Não sei. Acho que descobri que te amo. Que me fazes falta. Que o mais importante é como dizias a família.

Achas que podes receber esta velha que se perdeu?

De sorriso estampado, um movimento deixou vislumbrar todo o interior daquela casa, cheia de aconchego, parca no mobiliário.

- Esperava há muito este momento. Não sei se estou preparado, disse o homem que cresceu e irradiou uma energia sufocante.

Abraçaram-se e no calor do interior trocaram doces palavras que indiciavam que o Natal seria para o ano.

Afinal sempre há esperança… até à última semente. *Jornalista Jornal Maia Hoje

Rita Santos*

A miúda tem onze ou doze anos. É alta para a idade, muito magrinha, braços fininhos enfiados numa camisola grossa.

Está muito frio nessa manhã de 25 de Dezembro de 1976. A miúda passa pela manhã de presentes e de abraços, mas antes do almoço vai-se embora – vou dar uma volta. Pega na bicicleta, uma antiga de selim de cabedal, alta demais para ela, não chega com os pés ao chão, mas é de senhora, basta dar um salto para parar e sem quadro é mais fácil. Já está habituada.

Não leva casaco apesar da temperatura ser muito baixa. O dia é de sol, um dia de Inverno em que o céu é muito azul e, àquela hora, quase não há sombras. Agarra na bicicleta e vai-se embora.

Pelo caminho de poucas ruas e alguma estrada até chegar aos caminhos de terra, seca agora depois de uns dias bons, embora os buracos de mau tempo se mantenham, o Natal e a vida vão passando como os postes de electricidade. Presentes pelo canto da visão, prescrutados com olhos que marcam mas não registam. Na idade das emoções, num dia de

A Laranja \\ Mariana Albuquerque*

Tudo ou nada é o que nos distingue. Vejo-o na rua, todos os dias, a passar ao lado da mercearia, e reconheço nele a minha inocência, esta mania adorável de ver o mundo só de um ângulo que é tão característica dos miúdos de seis anos. A mesma falta de atenção a atravessar a rua, o mesmo hábito de caminhar com os cordões por apertar, o mesmo capricho de levar aquele brinquedo especial para todo o lado. Mas um olhar diferente, despido de vida e despido de alma.

Quero falar com ele, mas não sei se devo. A minha mãe diz-me para não falar com estranhos. Oh, mas há tanto para discutir neste nosso mundo de cromos coloridos, cadernos riscados e ilusão verdadeira! As pessoas grandes não nos levam a sério porque desconhecem as nossas certezas. Quero falar com ele porque não sei se ele é feliz como eu sou. Sento-me aqui, nesta escada de pedra, e espero que ele apareça a subir a rua, pé ante pé, com aquele olhar repleto de “não sei o quê”.

Nem reparei que já se estava a aproximar. Hoje parece-me mais magro, mais pequenino e mais pálido. Não percebo o que faz ali parado, todos os dias, em frente à

janela dourada aberta. Espera uns minutos e depois dirige-se à porta da mercearia de onde salta uma laranja bem redondinha acompanhada de um enternecido “olá meu Francisco”. Pelo menos já sei como se chama e é hoje que vou chamálo para brincar.

- Olá Francisco.

- Como é que tu sabes o meu nome se eu nunca falei contigo?

- Ouvi o senhor António da mercearia. Queres brincar?

- Quero, mas só tenho este camião de madeira que o meu avô me deu antes de morrer.

- Então podes pedir muitos presentes agora no Natal.

- No Natal? O que é isso?

- É o nascimento de Jesus, aquele menino bebé que vemos nos presépios. Ele nasce, traz-nos as prendas que pedimos e parece que é o nosso salvador.

- Não é o teu Jesus que me dá comida todos os dias. É o senhor António. Por isso é ele o meu Jesus e o meu Natal.

Estou sem chão. O Francisco foi embora em passo acelerado e, até agora, não havia espaço no meu mundo para meninos que não sabiam o que era o Natal. O cheiro a canela que sai da janela dourada enjoa-me, pela primeira vez na vida.

Agora percebo as atitudes do Francisco. O olhar arregalado de felicidade ao olhar para a laranja e o abraço que deixava as bochechas do senhor António cheias de rubor.

Os meus pais dizem que Jesus nasceu para nos salvar. Mas o Francisco é o corpo da solidão e é o

velho da mercearia que lhe dá a laranja que o miúdo come com tanta satisfação. Ele não sabe o que é o Natal, mas é feliz naquele andar descontraído e na admiração que tem por quem o ajuda.

“Não é o teu Jesus que me dá comida. O senhor António é o meu Natal”. Esta frase martela-me na cabeça e magoa-me o orgulho. Não sei como é que sinto isto, sou só um miúdo. Mas dói. Dói perceber que as pessoas grandes não percebem nada de nada e tentam enganarnos.

O Natal, para mim, nunca mais vai ser o mesmo. Tenho muito mais respeito por ele agora. Desprendome, hoje, da frieza e da futilidade de meia dúzia de caixotes embrulhados em laçarotes irritantemente coloridos e de um conjunto de figuras de porcelana pintadas à pressa por alguém que nem sabe distingui-las.

Solto-me do cheiro a fritos, dos abraços sazonais e dos telefonemas de quem nunca está presente, a não ser nesta época.

O Natal do Francisco é o senhor António e ele é o seu Jesus. É só um velho gordo, de avental sujo e andar arrastado, mas representa, para o miúdo, o menino nas palhas deitado. Hoje cresço e sofro. O Natal perde magia e ganha bom senso e lucidez. Ninguém tem de duvidar, ninguém pode duvidar, porque cada um tem o seu Deus e…

- Acorda filho, já é dia de Natal!

- Já vou mãe, estava a sonhar, já vou! *Jornalista Jornal Maia Hoje

sentimentos mais complicados, tudo fica gravado mas não há lógica, apenas velocidade nas descidas e o frio a cortar a cara, as orelhas e os nós dos dedos.

Creio que é disso que ela se lembra melhor: das mãos a apertarem com muita força o guiador e dos dedos gelados.

Se olhar para baixo ainda consegue ver essas mãos, o guiador, a roda da frente e o chão a rolar muito depressa. Não há árvores nem vinhas nem couvais, só estrada e roda e movimento. E frio, esse frio que entrou sem se notar pela vida dentro, mas deixou de passar.

Aos onze, doze anos, sabese bem que se viveu uma revolução há algum (muito) tempo.

Sabe-se e sente-se que essa revolução que trouxe uma data de coisas boas que dizem que sim, a ela lhe tirou quase tudo: a vida, o sol tropical, a casa, os brinquedos e os livros (esses acabam todos por chegar, pode-se deixar tudo mas os livros das miúdas não, esses vão, e foram e chegaram e ainda existem), as amigas e a escola, a praia, o mar quente. E a família, que se consubstancia toda ela numa só pessoa, esquecidos avôs, tios e primos, porque o pai não veio. O pai ficou no meio da guerra que se adivinha muito bem, porque a miúda não é desconhecedora da guerra, do som dos tiros e dos morteiros, do racionamento e do recolher obrigatório, das barricadas nas ruas, de algum medo e muita euforia,

do arrancar da cama a meio da noite e idas para a cave, dos aviões cheios e do ‘entregue à hospedeira’. O pai ficou lá e manda cartas e fala com a mãe muito pouco, três minutos, e manda beijinhos, gosta muito das filhas e tem muitas saudades.

Ela, a miúda, conhece também o sabor da liberdade. Depois das aulas, todos os dias, fecha-se numa divisão ainda mais gelada da casa gelada, olha para as estantes de todas as paredes e escolhe, hoje vou ler este. Ninguém a impede, já tem idade para ler tudo e lê tudo. Isso é uma coisa boa, o isolamento e as folhas. Arriscase e escreve algumas também e depois rasga. Mas pode fazer isso tudo, ninguém não a deixa fazer. Pensa: é o que tem. Nem tudo é mau.

Mas nessa manhã de Natal, nada disso conta. Só há uma coisa no mundo que é a estrada debaixo das rodas, as mãos geladas e a velocidade. Porque assim, o que possa eventualmente saltar dos olhos (que negaria a toda a gente, principalmente a si mesma) nem se nota, voa para os lados e não rola: não existe. E do que se lembra, nas mãos já brancas de força e frio, é a fúria de uma alegria que a há-de aguentar toda a vida, essa fúria de felicidade feroz, em momentos parecidos: o pai chegou para o Natal. *Jornalista Jornal Maia Hoje

Da casa da saudade para o Pai Natal \\ Andreia Azevedo*

«Querido Pai Natal, Estou triste. Escrevo-te porque estou triste e quero chorar.

Queria poder dizer que é Natal e que o ar cheira a mel e a sonhos, aqueles que só ela sabia fazer.

Mas não consigo. O ar está pesado, muito pesado para uma criança que só queria poder sorrir e saltar de alegria ao ver-te, barrigudo e enérgico, a descer por aquela lareira. A lareira que, este ano, pela primeira vez, eu não vi.

Estou sentada, cabisbaixa, com um lápis já pequeno de tanto afiar, a escrever palavras que para mim não fazem sentido.

Como este Natal...

Já não estou naquela casinha de pedra, onde eu respirava calor. Já não vejo a sala cheia, com caras que me transmitiam uma união inquebrável. Já não vejo a avó, pequenina e ternurenta, a chamar-me para sentar naquele colo que tantas e tantas vezes me amparou. Também não o ouvi, com aquela voz inconfundível, a espalhar magia entre nós, pequeninas abelhinhas, que andavam à procura do saco de rebuçados de mel que ele tão bem escondia. Hoje não me cheirou a

Natal. Não os tive comigo, não vi aquelas duas velhas figuras que me sabiam aquecer o sorriso e o coração. Senti falta, uma falta que doeu.

Querido Pai Natal, não te escrevo para pedir aquela boneca que vi no outro dia na televisão e me deixou colada à espera que a minha mãe visse e percebesse que era aquilo que eu ia querer este Natal. Não quero um casaco igual ao da Rita, aquele que eu implorei para ter. Só queria sentir, mais uma vez, o calor daquele colo e a doçura daqueles rebuçados, que mais do que mel, sabiam a amor, pela família. Uma família que eles sempre quiseram unida e que, hoje, eu não encontrei. Por favor, devolve-me o que perdi. Beijinhos, Matilde.»

As lágrimas caíram. A pequena Matilde que um dia escreveu esta carta, é hoje uma mulher que chora quando o tempo teima em não voltar para trás, como ela tanto desejava. «Eu era forte e maior do que o tamanho que tinha», pensou ela, fechando a carta e voltando a guardar naquela caixinha onde coloca as suas memórias e segredos. Sabia o que aquela carta significava, mas sobretudo, sentia aquelas palavras como suas. Saudade.

Revolta. Incompreensão. Até hoje, o sentimento é o mesmo.

Aquele aperto no peito, o vazio, a incapacidade de sentir o Natal como uma festa de família, de ver uma mesa onde o prato principal é a união cozinhada pela avó

Maria e pelo avô Miro. Não sabe onde tudo foi parar. Mas hoje, com vinte e sete anos, Matilde encontrou a resposta naquelas palavras sem sentido, escritas, há muito tempo, num dia triste, pela Matilde de 12 anos, com o seu velho lápis de carvão. Os anos passam, as pessoas saem da nossa vida e as nossas rotinas mudam. Há dias em que não queremos uma boneca ou uma peça de roupa para suportar os Invernos mais rigorosos. Nesses dias, o que nos aquece é um abraço apertado, um beijo na cara paralisada pelo frio ou, simplesmente, queremos sentir saudade.

Sim. A saudade aquece. «Hoje tenho muito frio», disse a Matilde mulher. «Olha para o céu e procura o nosso calor», sussurrou a menina forte que ainda existia dentro dela. Ergueu a cabeça e, lá do alto, o Pai Natal devolveu-lhe o que ela um dia tinha pedido.

Duas luzes muito fortes, duas estrelas, lado a lado, como sempre.

Ela nunca as tinha visto, mas sabia que eram suas. Deram-lhe o calor que precisava e que só sentia naquela velha casinha de pedra. Sorriu, apertou os braços contra o corpo e prometeu: «Sempre que for Natal, vou ouvir a pequena Matilde. Neste dia, ela é muito mais forte do que eu um dia irei ser... é a minha criança, aquela que ainda sente o colo quente e o sabor do rebuçado de mel». *Jornalista Jornal Maia Hoje

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maiahoje

sexta-feira 18 de dezembro de 2009

Natal

Um conto de Natal Inédito \\ Fernando Pedroso

Uma história verdadeira Que hoje aqui se renova Onde a figura primeira Foi Freitas de Vila Nova Um conto sentimental Cinquenta anos passados Numa noite de Natal Dos que devem ser contados Era muito conhecido De todos muito querido Mas era doente mental Diziam quando estudante

Fora aluno brilhante Por excesso ficou mal

Uma acção de alto relevo, Raro é ver-se coisas destas!

Tornara-se então mendigo Mas eu era seu amigo Ía dando o que podia Tudo o que tinha dado Ele dizia emprestado P’ra pagar num qualquer dia

Trazia com ele uma prenda Broa doce de Natal Fez-me então essa oferenda Mais que ouro p’ra quem entenda, De valor sentimental

Era eu ainda puto Quando isto aconteceu Mas por isto escrevo e luto P’ra mostrar lição que deu Onze da noite e choveu Ele ao frio me esperava, Quando me apareceu Com voz forte diz sou eu…

Eu sou homem de palavra!

Venho pagar o que devo E desejar Boas Festas,

Sei de pessoas eleitas Muito aquém do Tone Freitas, Não fariam tal proeza, Foi uma grande lição Que tocou no coração Com dignidade e beleza Foi d’um doente mental Esta prenda de Natal Com sentido tão profundo, Ficou bela recordação E uma grande lição, Talvez única no mundo.

É Natal \\ António Sá

Alegrem-se os Céus e a Terra Cantemos com alegria Nasceu o Deus Menino Filho da Virgem Maria

\\ PRÉMIO

Acordai por vosso bem Há alegria em todo o lado Correi todos a Belém Levai o vosso gado

Por este Portal Sagrado Entrai todos entrai Saudai o menino Adorado ELE é o vosso pai

Ide depressa pastores Ver se o menino está bem Levai prendas do melhor Que na vossa casa tem

Beijai com amor Na face na mão ou no pé O menino Redentor Jesus de Nazaré

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Sempre diferentes, mas iguais! \\ Lígia Maciel

Era uma vez um rapazola muito traquina, sempre de fisga no bolso, calças enlameadas, cabelo desalinhado e nariz batatudo. Como não gostava de ir à escola nem de obedecer ao que os seus pais lhe diziam, saía sorrateiramente da sala de aula e ia brincar para a densa floresta, perto de onde morava. Enquanto caminhava, gostava muito de fazer troça e de maltratar todos aqueles que se cruzavam no seu caminho só por ser maior e mais forte.

Normalmente o rapazola andava sozinho porque não tinha amigos, já que todos fugiam dele.

Isso fazia-o sentir-se muito triste.

Um dia, enquanto deambulava pela floresta, encontrou um animal muito estranho de pêlo castanho, armação na cabeça, cachecol e nariz encarnado.

Tinha um tal porte imponente que ele teve medo. Enquanto o animal bebericava do riacho, decidiu aproximar-se. Este olhou para ele com ar muito mau.

“Quem és”? perguntou o

insurrecto, “O que fazes na minha floresta?”

O animal continuou a beber a água. “Sabes tu quem eu sou? Eu sou o dono desta floresta, aqui todos me temem!”

O imponente animal começou a rir-se em altas gargalhadas. Não conseguia parar.

“Porque te ris tu? Por acaso disse alguma graça?” retorquiu.

O animal aproximou-se dele e num tom grave respondeu: “Eu sou o Rodolfo, a Rena. Esta floresta é de todos, não é só tua!

E não sei quem tu és pequeno miúdo narigudo.”

A sua voz ecoou de tal forma na floresta que o menino tremeu de medo. Nunca ninguém tinha falado com ele assim.

“Quem é que tu pensas que és?

Eu nem te conheço. Ainda por cima tens esse nariz encarnado tão esquisito!”

A Rena ficou muito triste.

Cabisbaixa, confessou “Eu sou da Lapónia. Todos têm medo de mim, por isso estou aqui. Não consigo ter amigos. Sou muito grande e forte mas não faço mal a ninguém. Queria muito ter um amigo verdadeiro para poder conversar, brincar e rir mas todos fogem de mim. Não sei se é por causa do meu nariz vermelho…”

O menino sentiu-se muito

triste pelo Rodolfo. Compreendia o que estava a sentir porque também ele era grande e forte, não tinha amigos e, por vezes, brincavam com o seu nariz batatudo.

“Queres ser meu amigo?” perguntou sorridente. Os olhos do Rodolfo brilharam e encheram-se de esperança.

“Anda daí, amigo Natal” disse o Rodolfo “vamos passear”.

E lá foram os dois, deambulando pela floresta fora.

“Será que há mais animais e crianças como nós? Fortes e grandes e que não conseguem ter amigos?” interrogaram-se.

“Vamos descobrir!” disse Natal “e prometo pedir desculpa a todos aqueles que magoei.”

Então, o Natal deixou de ser mau rapazola e pediu desculpa a todos os que tinha magoado até então. Chegou mesmo a fazer bonecos à mão para todos, obtendo, assim, o seu perdão!

Ainda hoje o Natal, que já não é um menino, e o Rodolfo, viajam pelo mundo inteiro recompensando todos aqueles que se portam bem na esperança de que os que se portam pior se apercebam dos seus erros e possam mudar!

“Fazer bem e compreender os outros, recompensa!” anunciam felizes e satisfeitos.

Barca

MAIA HOJE PARA CONTO DE NATAL “Amizade verdadeira”

Nuno Dantas

José era um puto diferente.

Consciente, bondoso. Um jovem homenzinho que por acaso era pobre.

Tinha um amigo ainda mais pobre do que ele que se chamava Joaquim e era um ano mais novo . Ambos partilhavam o sonho de se tornarem astros do futebol mundial como outras tantos miúdos. No natal a mãe do José oferece-lhe uma bola de futebol com muito sacrifício e este ficou muito feliz e agradecido pela prenda da sua Mãe. Depois do iniciodo ano volta à escola e reencontra o amigo pergunta o que este recebeu ao que ele responde que não recebeu nada, que o pai natal se tinha esquecido dele, mas a verdade é que a mãe do Joaquim como era muito pobre não teve dinheiro para comprar uma prenda para o filho, o que deixou o Joaquim destroçado. O José ao ao ouvir a história do amigo disse que o Pai Natal, certamente tinha-se enganado e pensava que o Joaquim era espanhol e só lhe ia trazer a prenda no dia de Reis, por isso que não temesse que iria receber o seu presente. Ao que o Joaquim primeiro um pouco desconfiado, mas depois convencido pelo amigo mais velho e mais sábio, acreditou na história.

Então dia 6 de Janeiro o José lá embrulhou a bola que tinha recebido para o amigo e deixou-a na cama do seu quarto, com uma nota que dizia “desculpa o atraso... pensei que eras espanhol” assinado Pai Natal. O Joaquim pulou de alegria ao ver a bola embrulhada, rasgou o embrulho num ápice e chutou a bola pela casa toda, contra a parede, por cima da mesa, quase que ia atropelando o gato!!!

A mãe aflita sugeriu-lhe:

- Ó filho, porque não vais jogar lá para fora?

-ok mãe. respondeu.

Correu a casa do amigo para mostrar o que Pai Natal lhe tinha trazido. Como estava feliz o Joaquim!!! O José que morava em frente ao Joaquim viu a mãe do Joaquim a agradecerlhe com um gesto de janela para janela. Prédio para prédio.

Olha o que recebi do pai natal!!!Yeeei!!!!YYYUUPPI ahahaah!

Gritou.

-Vamos jogar!!! disse ele.

-Na boa. Respondeu o José.

Nisto entra a mãe do José e vê a algazarra que o Joaquim provocou com a sua nova bola . “não é a bola que....” Joaquim pisca o olho a sua mãe e faz o gesto «shiu para » esta se calar, ao que ela atabalhuada acrescenta perante o olhar dos rapazes, “Que usam na primeira liga? É muito bonita!!é é! Sim senhora!!

Disse assim meio atrapalhada.

- Vá...vão lá pra fora jogar que quero fazer o jantar!!

O José olhou, fitou a mãe com alivio e deixou sair um suspiro.

Quanto ao Joaquim não se tinha apercebido do que se passara pois estava felicíssimo da vida.

Saíram para a rua e jogaram até ser hora de jantar e as respectivas mães os chamarem pelas janelas dos seus apartamentos.

No ano seguinte Joaquim mudou-se para outra cidade com os pais e os dois amigos nunca mais se viram.

Os anos foram passando e as vidas mudando. José teve de abandonar a escola no 11º ano tinha então 16 anos e começou a trabalhar na construção civil. A condição dos pais pouco tinha mudado e José precisava de os ajudar nas despesas de casa .

José tinha sido um bom aluno até então com boas notas. Deixava a escola para trás com sentimento de mágoa e tristeza.

Era natal de novo e da janela do seu quarto observava a vida do seu

bairro, miúdos a jogar à bola, o vizinho de cima a passear o cão , enquanto fumava um cigarro e pensava em dias melhores.

A vida corria rotineira e os anos passavam , continua a trabalhar nas obras mas já era mestre, gostava de ver nascer as casas do papel. Darlhes uma vida, matéria, tijolos e alicerces. “alma” dizia. O trabalho era duro mas gostava que fazia, de interpretar os projectos no papel e com a sua equipe mandar-se ao trabalho!! Quanto ao Joaquim, só muitos anos se apercebeu que o gesto simpático do seu amigo de infância.

Joaquim tornou-se um futebolista de renome mundial, e jogava actualmente no Real Madrid em Espanha. José por vezes via os jogos do seu amigo de infância pela televisão , mas nunca o tentara contactar pois como este nunca voltara a sua cidade onde foram vizinhos, pensou também que tinham vidas totalmente diferentes hoje em dia e que talvez o Joaquim até já não se lembrasse dele. As vidas dos nossos amigos continuaram, um a colocar tijolos e a erguer casas , o outro a marcar golos e a comprar casas.

Num dia invernal, chovia copiosamente e José empoleirava-se nos andaimes mais uma vez até que se deu o acidente, escorregou e caiu de costas no soalho lesionando-se em duas duas vértebras. Usou coletes de protecção durante uns tempos e procurou descansar o mais que podia e não levantar pesos.

Mas inevitavelmente teve de voltar ao trabalho,à vida dura . O seu filhoprecisava de comer e estudar e ter tudo o que não teve. Queria dar-lhe uma vida boa sem privações. As dores continuavam e o médico disse-lhe que a única solução era fazer uma artrodese, uma operação à coluna, que fixa as vértebras lesionadas com parafusos para que estas fiquem mais rígidas libertando assim o paciente da dor, mas podendo na mesma fazer os movimentos do dia a dia. O médico de fa-

mília recomendou-lhe um médico espanhol que era um perito na matéria, mas o único senão é que seria o José a suportar os custos da viagem, operação e estadia.

-“Que vou fazer doutor?” Questionou-se angustiado. Estava de rastos. Ainda pensou vender o carro mas este já o tinha vendido no ano passado para fazer face às despesas do ano transacto. No café do bairro os amigos e vizinhos fizeram um peditório, a televisão chegou a fazer uma reportagem e tudo e o dinheiro enfim chegou de um único benemérito. José sorriu como já não acontecia a muito tempo. Numa segunda feira de manhã , José tomava o café no aeroporto Sá carneiro.

Destino: Madrid e por quanto tempo? Indeterminado...

Nunca tinha andado de avião e estava emocionado, parecia um miúdo. Nele estava estampado a felicidade do Mundo!! No descolar sentiu a potência dos motores empurrarem-no para as costas do banco, mas por momentos esqueceu as dores nas costas e deliciouse com a experiência. Saboreou as pequenas doses de comida de avião e as latinhas de refrigerante.

Viu o sol sobre as nuvens e viveu a paisagem mais bela que já tinha visto. Imaginou-se a dormir uma soneca nas nuvens de algodão, ou então a saltar de nuvem em nuvem em em cambalhotas acrobáticas, tal como as imaginara na sua infância.

A estadia em Espanha foi mais stressante. José tinha medo de hospitais e ir ao médico não era para ele uma visita agradável. Ficar no hospital internado deixava-o apreensivo, mas tinha de ser e última coisa que viu foi aquela luz muito branca de sala de operações . A anestesia fez o seu efeito e José adormeceu tranquilamente.

-Onde estou? Acordou ele atordoado ainda sob o efeito daanestesia.

-Relaxe.Disse a enfermeira. Vai

ter muito tempo para ficarbem. Pelo menos foi o que percebeu já que não sabia nada de espanhol.

Olhava pela janela, chovia também e estava pensativo, até que batem à porta, “Posso?” ouve-se e José fica de queixo caído a olhar para o homem que entrou no seu quarto.

Trazia debaixo do braço uma bola usada pelos anos e anos de jogatina e já tinha as cores desbotadas . A bola era a que José deu a Joaquim quando este tinha 6 anos , e o Homem à sua frente era de facto Joaquim. Ou “Roaquim” como diziam cá em Espanha. O grande jogador de futebol!! O ícone do desporto rei estava ali!! Deixando-o completamente supreendido.

-Quim!! exclamou José. -Há quanto tempo!!!

-Zé!! Que bom ver-te!! ainda bem que correu bem a operação.

Atalhou Joaquim.

-Como soubeste? Perguntou José.

-Vi na televisão uma reportagem sobre ti...que te tinhas magoado nas obras...e precisavas de uma operação...então...Respondeu Joaquim.

-Então foste tu? Foste tu que enviaste o dinheiro? Perguntou novamente o José.

-Sim fui...respondeu timidamente o Joaquim.

José abraçou o amigo longamente e falaram longas horas, sobre as suas vidas, a sua infância e agora o seu reencontro. José disse-lhe que se tinha magoado nas obras, onde trabalhava -“ E o que vais fazer depois de sair do hospital?” perguntou Joaquim. “Não podes continuar a trabalhar nas obras, tens de pensar na tua saúde, no teu filho, já não podes fazer esforços físicos!!...”

-Não sei. Respondeu absorto José. Quando era novo gostava de ter sido arquitecto...Riu-se resignado. A vida não permitiu... Concluiu.

A chuva caía em Madrid, assim como o fim da tarde. Os dois amigos despediram-se mas prometeram nunca mais perder o contacto um do outro.

Passaram 8 anos após o acidente e é Natal mais uma vez. Faz bom tempo em Madrid quando o avião aterra vindo de Portugal com José, a mulher e o filho. Vão passar a consoada a casa de Joaquim que está a retirar-se de uma carreira cheia de glórias no futebol. Na noite da Natal, o Joaquim oferece outra bola ao José, só que esta é de golfe.

-“Para começares num novo desporto....!!” e todos se riem. “Porreiro!!” atira animado o Joaquim e simula um swing no ar. “Ah mas também tenho um presentinho pra ti...consegues adivinhar? Não é um cd....” ri-se animado.

Joaquim oferecera-lhe um recorte de jornal emoldurado onde vinha um artigo sobre promissor “jovem” arquitecto de 35 anos que começava agora a carreira mas com muito talento . Os dois amigos abraçaram-se ternamente e José agradeceu-lhe o facto de Joaquim o ter ajudado financeiramente a família de José o que lhe permitiu voltar aos estudos e tornar-se arquitecto. Brindaram com Porto e prometeram que o próximo natal seria em Portugal, na casa nova, projectada pelo José.

Cai a chuva lá fora e os miúdos estão a fazer uma grande cowboyada excitados com os presentes de natal...............e Boas festas!!!

O leitor premiado ganhou uma viagem para duas pessoas com destino à escolha para Girona (Barcelona); Madrid; Saint-Etienne ou Baden-Baden. Oferta de RyanAir. Consultar condições na redacção do jornal

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\\ PRÉMIO

maiahoje

MAIA HOJE PARA CONTO DE NATAL “ Um Natal diferente”

Orlando Leal

Lá fora estava uma chuva diluvial, Joaquim observava os clientes a entrar no centro comercial numa corrida apressada e saltitante, tentando ao mesmo tempo fugir rapidamente da chuva e desviar-se das poças de água que se iam acumulando pela calçada.

Olhou para o outro lado e viu o cimo das escadas rolantes que ascendiam desde o parque subterrâneo, onde encontrava pessoas apressadas, a tentar furar à frente das mais vagarosas, e crianças, com os pais, que entravam em busca do presente desejado. Mas nada que fosse novidade, era já o terceiro natal que passava enquanto vigilante naquele centro comercial.

Fez, então, um movimento corporal e o Segway começou a moverse pelo corredor do primeiro piso.

O Segway era, sem sombra de dúvida, uma das melhores coisas que lhe tinha acontecido nos últimos anos, isso e o blusão tipo CSI com o nome da sua empresa, com letras brancas vistosas.

A partir da conjugação destes dois “equipamentos”, a vida de um segurança de centro comercial deixou de ser a mesma, passaram a ser mais altivos, mais vistosos e com muito mais “pinta”, pelo menos era a sensação com a qual Joaquim ficava, principalmente quando se deslocava no seu Segway pelos corredores e observava os olhares das pessoas, principalmente das crianças…

Aliás, este novo visual até o tinha ajudado no seu relacionamento com Mafalda, uma empregada de uma sapataria do rés-do-chão, com a qual engraçara desde que se cruzara com ela pela primeira vez, há mais de dois anos, mas só ganhou coragem para a convidar a ir ao cinema depois de estar equipado com o seu impecável blusão em cima do Segway, se bem que não tenha sido bem em cima da dita máquina!

Na verdade, a história do cavaleiro andante dos tempos modernos não era assim tão romântica.

Não pensem, pois, que Joaquim foi ter com a sua amada Mafalda em cima do seu cavalo (ou Segway) e vestido com a sua armadura reluzente (ou blusão da empresa), nada disso.

Tudo aconteceu há uns meses atrás quando Joaquim recebeu o seu novo meio de locomoção, para o qual teve a devida formação, faltando-lhe, contudo, a experiência. E ao passar entre a praça da alimentação e os cinemas, o seu olhar cruzou-se com o de Mafalda.

Quis fazer peito, como qualquer macho quando reconhece uma fêmea, mas a prática era pouca e lá

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sexta-feira 18 de dezembro de 2009

Natal

se foi espetar contra o cartaz que anunciava a ultima estreia cinematográfica.

Se houvesse ali um buraco onde coubesse ele e a maldita máquina de duas rodas certamente se teria enfiado nele, mas após o estrondo e a gargalhada geral dos clientes que por ali passavam, veio um momento de esperança e de pânico… Mafalda dirigia-se ao seu encontro: - Então, magoou-se?

Joaquim ainda meio atordoado olhou em redor e viu Mafalda debruçada sobre ele com cara de preocupada, enquanto que, de soslaio, olhou um pouco mais em frente e observou uns sorrisos comprometedores das colegas da sapataria e começou a falar como se não houvesse amanhã: - Não, menina Mafalda… Está tudo bem… São estas máquinas, sabe… Mas é uma questão de hábito, o formador bem disse que, em média, eram três tombos, um já está só faltam dois… e depois estes tipos do cinema sempre a colocar estas tabuletas no meio do caminho… Mas, enfim, sabe como é eu…

- Bem, pelo menos ainda consegue falar, (interrompe Mafalda sorrindo) e sabe o meu nome e tudo…

Joaquim ficou mais vermelho do que os tomates maduros que eram, àquela hora, servidos nas saladas do restaurante vegetariano, e num rasgo de inspiração e desespero, olhando para o peito de Mafalda disse: - Pois… Mafalda, claro… é o que diz no crachá da loja, certo?

Só então é que, finalmente, conseguiu olhar de frente para o dito crachá onde se lia: “M. Barbosa”…

Mafalda sorriu e respondeu: - Pois, de certeza que é do crachá, deve ser mesmo isso Joaquim, está a ver, eu sei o seu nome, mesmo sem crachá. Mas deixe lá isso que são coisas que acontecem, vai ver que mais uns dias e vai ser o Schumacher desta maquineta.

- Segway, a maquineta chamase Segway, e se eu conseguir ser um Tiago Monteiro já não está nada mal…

Mafalda voltava a sorrir ao mesmo tempo que o ajudava a levantar, depois olhou para o cartaz e disse: - Ainda por cima foi logo derrubar o cartaz do filme que eu quero ver!

- Por acaso também ando a ver se arranjo um tempinho para ver esse filme, a história interessa-me (responde Joaquim que nunca tinha ouvido falar em tal película).

- Pois, o meu problema é a companhia, as minhas amigas são quase todas casadas e não tenho paciência para ir ao cinema sozinha.

Então, deu-se um momento único de inspiração e coragem, Joaquim encheu o peito (e o blusão novo) de ar, e…

- Se quiser, terei o maior gosto em fazer-lhe companhia, a sua loja fecha às 23h00, eu saio às 22h00, ainda íamos a tempo de apanhar a ultima sessão, e depois, se quiser deixo-a em casa… Isto só se quiser, claro… E se não achar uma ousadia da minha parte!

Numa fracção de segundos escorreu-lhe um calafrio pela coluna e pensou… É agora que ela me prega um estalo!

Mas, de repente, surge a resposta: - Excelente ideia, está combinado, às 23h15 aqui, e depois se não se importar de me dar boleia… desde que não seja nessa maquineta… Sega…

- Segway, diz-se Segway (responde gaguejando Joaquim, incrédulo com a reacção tão espontânea), mas eu levo-a de carro!

Mafalda sorriu e Joaquim respondeu com o sorriso igual ao de uma criança que pela primeira vez vê o mar, mas este momento é de repente interrompido pela voz metálica que provinha do intercomunicador: - Nunes… O que é que se passa?

Era o seu supervisor que tinha visto este espectáculo através das câmaras de vigilância e chamava agora o seu funcionário, o nosso Joaquim Nunes.

- Nada, Sr. Lopes, foi o raio da máquina, mas já estou operacional, já vou concluir a ronda.

E nisto levantou-se de sobressalto, pegou no cartaz do cinema, colocou-o no sítio e foi para cima do Segway dizendo: - 23h15 cá estarei, até logo.

- Combinado (respondeu Mafalda piscado o olho).

Joaquim avançava agora mais confiante no seu meio de locomoção, era como se flutuasse, ainda teve coragem de olhar para trás e ver Mafalda envolta pelas colegas da sapataria em risinhos comprometedores que só mais tarde compreendeu. Mas este momento é interrompido novamente pelo intercomunicador: - Nunes!...

- Sim, Sr. Lopes, já vou a caminho…

- Nada disso pá, como é? Sempre convidaste a miúda para sair?

- Há… Pois, por acaso até vamos ao cinema logo… mas porque pergunta?

- Aleluia… Finalmente se decidiram, ou achas que o facto de em cada uma das tuas rondas passares quatro vezes em frente à sapataria e abrandares, e ela só ir lanchar quando estavas de plantão na praça da alimentação, não se notava?!...

Joaquim corou novamente e respondeu a medo: - Dava assim tanto nas vistas?

- Não, que ideia! Há 3 meses que nos corredores deste centro comercial não se fala noutra coisa, até as empregadas da sapataria já me vieram falar nisso, mas, pronto,

está dado o primeiro passo, agora para a frente é que é o caminho.

Foi aí que Joaquim compreendeu os sorrisinhos das colegas de Mafalda, mas nada disso interessava, porque, finalmente, tinha marcado um encontro com ela… E ela tinha aceite. À hora marcada lá estavam os dois. Como ainda tinham algum tempo, foram tomar um café para pôr a timidez de lado, o filme não era grande coisa, e ambos perceberam claramente que nenhum dos dois tinha alguma vez ouvido falar em tal película antes do incidente da tarde, mas também isso não interessava nada.

A partir daí nada foi igual ao passado, começaram a sair mais vezes, jantando quase todas as semanas e indo inúmeras vezes ao cinema. Por vezes, quando a filha de Joaquim (a única coisa boa resultante de uma anterior relação), passava os fins-de-semana com o pai e este correspondia às folgas de ambos (aliás eram quase todos, fruto de uma estratégia de “cupidos” delineada entre a dona da sapataria e o supervisor Lopes), iam dar enormes passeios.

E a relação evoluiu e mantevese até hoje, sendo que pelos corredores do centro comercial, se fala que mais dia, menos dia eles acabam por juntar os trapinhos e constituir família.

Voltando a Dezembro e à ronda de Joaquim, depressa o primeiro piso deu vez ao elevador e mal as portas se abriram deslocou-se para o lado direito, faltavam apenas uns segundos para a hora marcada e a sapataria estava mesmo ali ao virar da esquina.

Estávamos a meio da tarde, mas o turno de Mafalda estava a acabar e Joaquim fora até à sapataria para lhe dar um ultimo olá, pois a noite iria ser longa, cabia-lhe o turno da noite, mas ele não se importava, porque assim ficaria com o dia 24 inteiramente livre, primeiro para passar parte da manhã com a filha e ir buscar uma última surpresa de Natal para depois preparar a ceia, em casa dos pais de Mafalda, era a primeira vez que tal iria acontecer e Joaquim anda ansioso há dias.

Mas ainda teve de esperar uns minutos para ver Mafalda sair. Enquanto esperava ouviu uma voz familiar, era o Sr. Rodrigues da ourivesaria, um funcionário exemplar, já na casa dos 60 anos: - Até amanhã, Joaquim, por hoje já chega.

- Sorte a sua, para mim ainda falta uma boa noitada!

- Lá terá de ser, mas espero por si amanhã, para as boas festas…

- Não se preocupe com isso, amanhã lá estarei, sem falta.

E enquanto o Sr. Rodrigues dobrava a esquina, do interior da sapataria, uma mulher morena, de cabelos pretos e encaracolados dirigia-se a Joaquim com um sorriso, e ao passar por ele disse, piscando

o olho: - Adeus e bom trabalho.

- Até amanha Mafalda (responde Joaquim com um sorriso).

Obviamente que ambos tinham vontade de um cumprimento mais caloroso, mas Joaquim ainda estava a trabalhar e não podia mesmo ser, mas aos dois um piscar de olho e um sorriso eram o suficiente para o encher da alma e o afogar das saudades até ao dia seguinte.

As horas passaram, o centro comercial foi esvaziando, a chuva continuava a cair, cada vez com uma maior intensidade, até que se passou da meia noite, fecharam as lojas, mais três horas e as últimas sessões de cinema estariam a acabar e só aí é que a noite ficaria mais calma, até à manhã seguinte, com rondas de meia em meia hora, como mandava o protocolo.

Mas aquilo que iria parecer uma noite calma havia de trazer muitas novidades, logo na primeira ronda, pelas 3h30, Joaquim deparou-se com uma luz num quarto de banho, como se tratava de lâmpadas que reagiam a sensores de movimento, era óbvio que alguém estava lá dentro. Provavelmente algum cliente com uma necessidade de última hora. Dirigiu-se até lá e perguntou em voz alta: - Está aí alguém?

Ninguém respondeu, mas um barulho de uma porta a fechar-se foi perfeitamente audível no silêncio da noite.

- Bem, parece que temos um brincalhão no WC dos homens do rés-do-chão. Vou entrar (informou Joaquim para a central).

E assim foi, abriu a porta, saiu do Segway e foi percorrendo, a passo, o quarto de banho espreitando por baixo de cada porta para tentar descobrir alguém, até que, na última, finalmente encontrou algo que o deixou muito intrigado.

- Central, central, temos aqui uma situação, mandem cá alguém.

- O que foi Joaquim? (perguntou Pedro, o seu colega que estava de serviço na central) - O nosso intruso é um sénior e está em mau estado.

De repente, ouviram-se dois motores eléctricos de Segways a dirigirem-se para o local onde estava Joaquim e ali se depararam com um cenário absolutamente estranho.

Um idoso que aparentava ter uns 70 anos estava encostado a um canto, com as roupas sujas e completamente ensopado em água.

Mas claramente não parecia um sem abrigo, antes alguém completamente desnorteado e que teria fugido da chuva em busca de abrigo e calor.

Pedro, acabado de chegar com João, perguntou: - Então, amigo, o que está aqui a fazer?

O homem encolheu-se apavorado.

- Tem calma que ninguém te vai fazer mal (afirmou Joaquim tentando incutir confiança), onde anda

a tua família?

- Família, não sei, eu ando perdido, fui assaltado e levaram-me tudo.

O ambiente estava tenso, tratava-se de uma situação nova e havia que ser dada uma solução rápida e eficaz.

Os três seguranças recuaram um pouco e cochicharam entre eles: - O que vamos fazer, não podemos pôr o homem lá fora numa noite destas, mas também não o podemos manter cá dentro (diz João com preocupação).

- E logo hoje que o Lopes entrou de férias (corrobora Pedro).

- Calma, (afirma Joaquim autoritário) ninguém vai lá para fora.

João, vai ao hipermercado que ainda lá andam as equipas da limpeza e explica a situação, pede-lhes para te darem alguma comida e uns cobertores, melhor ainda, umas toalhas e uma roupa quente que lhe sirva.

Apesar de ser Pedro o encarregado da noite, não contrariou a ordem de Joaquim e antes perguntou: - E eu, o que faço?

- Tu ajudas-me a tirar estas roupas molhadas ao nosso amigo e prepará-lo para as roupas novas.

E, virando-se para o velho que se encolhia no canto daquele pequeno cubículo afirma: - Venha lá amigo, vamos vestirlhe roupas secas e dar-lhe alguma coisa para comer, aposto que ainda não jantou.

- Jantar… amigo nem jantei nem almocei, desde manhã só comi uma carcaça, antes de sair de casa.

Enquanto o ajudavam a levantar, um ruído de motor aproximavase, era novamente João com os mantimentos e as roupas pedidas por Joaquim.

Após uns breves minutos, o homem estava já seco e vestido com umas calças de ganga e uma camisola de gola alta vermelha que lhe realçava o cabelo e farta barba grisalha. Os mantimentos também tinham sido devorados com rapidez.

- Obrigado, amigos… Obrigado (dizia o idoso ainda meio a tremer).

Joaquim tirou o seu blusão e vestiu-o por cima da camisola vermelha para lhe dar mais conforto e disse: - Bem, isto não é sítio para estarmos, vamos até lá fora e sentamo-nos a tentar entender o que se passa.

O grupo deslocou-se, então, até à praça da alimentação, onde Joaquim se sentou com o convidado daquela noite numa das mesas da zona central. João foi, depois, até à central de segurança buscar uns cafés para todos e Pedro foi fazer a ronda seguinte, estava tudo calmo, apenas algumas equipas de manutenção e de limpeza ainda ocupavam o espaço.

Passados uns minutos lá estavam novamente os quatro, e foi aí que a história começou a fazer sentido.

Nicolau, assim era o seu nome,

maiahoje

sexta-feira 18 de dezembro de 2009

tinha vindo de comboio da aldeia, passar o Natal com a sua filha e restante família, mas como já não se sentia capaz de fazer a viagem a conduzir optou por vir de comboio até à cidade, sendo que quando chegasse teria a sua filha à espera na estação.

Ora, acontece que Nicolau quis fazer uma surpresa e aparecer de véspera, mas mal saiu da estação e se preparava para ir até uma cabine ligar para a filha foi barrado por dois indivíduos que o assaltaram e empurraram para o chão enlameado, levado a carteira com todo o dinheiro e documentos e a mala, onde para além da sua roupa trazia os presentes para a família.

Numa tentativa desesperada de chegar até à casa da filha começou a percorrer as ruas da cidade mas os prédios eram todos iguais, e as ruas tão parecidas que se perdeu. Depois começou a chover e tentando abrigar-se, entrou naquele grande prédio, onde entrava tanta gente e corado pela vergonha procurou refúgio num canto.

E foi aí, passadas algumas horas que foi descoberto pela nossa equipa de seguranças.

João, que costumava ser o mais calado do grupo, interrompe o silêncio de segundos que se faz naquela praça depois do relato do dia de Nicolau ter terminado.

- Mas tem a morada dela, sabe em que zona fica a casa?

- Não. Tinha o endereço apontado num papel, dentro da mala que me levaram, a única coisa que sei é o número de telemóvel…

- Então está resolvido, liga-se e vai já ter com a sua família (interrompe Pedro com um novo alento).

De repente, e quase por instinto, cada um dos seguranças sacou do seu telemóvel do bolso, mas foi Joaquim que começou a marcar os 9 números mágicos.

O silêncio instalou-se novamente e até se ouvia o barulho do telemóvel a fazer sinal de chamada, até que de repente se ouviu o atendedor de chamadas. Joaquim tentou mais duas vezes, mas o resultado foi sempre o mesmo.

- Ela costuma colocar o telemóvel em silêncio quando se deita (constatou cabisbaixo Nicolau).

De repente, aquelas quatro almas ficaram mais uma vez caladas, a olharem uns para os outros por alguns segundos, que pareceram horas, até que Joaquim quebrou o silêncio.

- Bem, se não atendeu porque está em silêncio, quando acordar de certeza que liga de volta, entretanto o amigo Nicolau é nosso convidado para esta noite, vai ver que um centro comercial de noite é muito mais divertido do que um parque de diversões, eu já volto.

E arrancou no seu Segway corredor fora, até que passados uns minutos regressou sorridente.

- Vamos lá, está na hora da festa, a não ser que queira ir descansar!

- Já agora, descanso amanha, vamos lá ver que festa é que você tem para mim (responde Nicolau agora bem mais sorridente).

O que Joaquim tinha ido fazer era mais uma ronda, mas desta vez parou pelos diferentes locais onde ainda havia vida naquele centro comercial e preparou de imediato um enorme programa de festas. Assim, aproveitando o facto de ser quase Natal e da loja de electrodomésticos ter ainda funcionários a repor os stocks para as vendas da manhã, iniciou Nicolau nos videojogos, aqueles que o neto tanto adorava. Depois passou pelo cinema, onde com a colaboração da equipa da limpeza colocou Nicolau numa das salas a assistir a um filme de Natal, com direito a pipocas e tudo, uma sala só para ele, pois era tempo de voltar as rondas.

Passadas quase duas horas, quando Nicolau saía do cinema deparou-se com uma verdadeira cidade em movimento. Eram 7h30 horas da manhã, e a maioria das lojas recebia os seus funcionários, pois como era véspera de Natal o centro iria abrir mais cedo. À sua espera, na praça da alimentação, estava um fantástico pequeno almoço, com os produtos mais frescos da manhã, e na mesa ao lado, uma série de embrulhos com uma série de pessoas em volta, das quais Nicolau apenas reconhecera o funcionário da loja de electrodomésticos.

Então Joaquim começou a apresentar, eram os gerentes de algumas lojas do cen-

tro, que tinham ouvido o relato de Joaquim e tinham-se oferecido para ajudar. Duas lojas de vestuário ofereceram roupas novas para Nicolau, a loja de electrodomésticos, alguns jogos para a consola do seu neto, a perfumaria, um perfume para a filha e a livraria, um livro para o genro.

Lá mais ao fundo, por entre aquele pequeno aglomerado surgia uma outra cara desconhecida para Nicolau, mas bastante familiar para Joaquim, era Mafalda, que trazia um novo par de botas, oferta da sapataria.

Nicolau estava visivelmente comovido, e ia começar a falar quando um ruído levou novamente o silêncio ao local, era o telemóvel de Joaquim.

- Estou sim (atende Joaquim).

- Bom dia, tenho três chamadas não atendidas deste número, estou a falar com quem?

Era a filha de Nicolau, a quem Joaquim apressadamente contou a história, passando o telemóvel a Nicolau para a sua filha lhe ouvir a voz e ficar mais calma.

Afinal Nicolau não estava assim tão perdido e a sua filha morava a apenas alguns minutos do centro comercial. Depois de Joaquim lhe ter explicado por onde era a entrada de funcionários e como ela deveria fazer para poder entrar, a chamada terminou e Joaquim, colocando a mão sobre o ombro de Nicolau disse: - Mais cinco minutos e está aí a sua família.

Nicolau ficou ainda mais emocionado e uma lágrima escorreu-lhe pelo rosto até desaparecer no meio da barba.

Quase por instinto todo o grupo se deslocou para a porta dos funcionários, onde, passados alguns minutos se via uma mulher jovem a correr pelo corredor, seguido por um homem que trazia pelo braço uma criança com os seus doze anos, era a família de Nicolau.

O momento seguinte foi de grande intensidade emocional, e quando todos se acalmaram explicaram a aventura da noite, com lágrimas de emoção e sorrisos de contentamento.

Chegara a hora das despedidas. Nicolau de braço dado com o neto, ajudado pela filha e pelo genro no transporte dos presentes, dirigia-se agora para a saída. Deu um abraço a cada um dos seus três amigos seguranças, devolveu o casaco a Joaquim e disse em voz alta para todos o ouvirem: - Amigos, obrigado por tudo e um bom Natal para todos.

E tão de repente como entrara nas suas vidas, aquele personagem desaparecia no fundo do corredor de entrada dos funcionários.

Era agora tempo de voltar para o trabalho para toda aquela gente, ou quase toda, pois entretanto a hora de saída dos três seguranças já estava a chegar e os seus substitutos apresentavam-se ao serviço.

E assim Joaquim prosseguiu com o seu dia de Natal, tendo ido buscar a filha para passar algum tempo com ela, levando-a a almoçar ao seu restaurante favorito. Claro que um hambúrguer com batatas fritas não era propriamente uma das coisas que Joaquim mais gostava, mas decidiu fazer a vontade à filha, depois ofereceu-lhe um presente, que era aquela boneca que ela tanto tinha pedido. Finalmente tinha chegado a hora da despedida, era sempre difícil, principalmente nestes dias, mas tinha de ser.

O carro de Joaquim dirigiu-se, então, novamente para o centro comercial, tinha ficado de ir buscar Mafalda pelas 16h00, quando ela saísse do trabalho, mas ele sabia que tinha de ir mais cedo.

Entrou no centro comercial pela porta principal, mas em vez de virar à direita para a sapataria, virou à esquerda e começou a percorrer o longo corredor, até que entrou numa loja, onde uma cara conhecida o cumprimentou.

- Então Joaquim, isto é que foi uma noite atribulada, já me contaram tudo.

- Pois foi, mas pelo menos correu tudo bem - Olhe, tenho aqui a sua encomenda, fiz como combinamos, e é mesmo o que ela quer.

- Perfeito Sr. Rodrigues, se é esse que ela quer, é o que vou levar.

A loja era a ourivesaria e o interlocutor o Sr. Rodrigues, que com ajuda das meninas da sapataria descobriram qual era o anel fa-

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Natal vorito de Mafalda.

Ao passar com o cartão Multibanco pelo terminal, Joaquim sabia que estava ali a deixar, e apesar do desconto de 20% (só por simpatia do Sr. Rodrigues) o seu subsídio de Natal e ainda mais algumas economias, mas a razão justificava-o.

Meteu o anel ao bolso, desejou as boas festas e saiu em direcção à sapataria.

Pelo caminho teve uma ideia. Tirou o telemóvel do bolso e fez uma pesquisa nas últimas chamadas recebidas, onde facilmente encontrou o número da filha de Nicolau.

Fez a chamada que rapidamente foi atendida, tendo a sua a interlocutora reconhecido, de imediato, o número de Joaquim.

- Olá, como está Sr. Joaquim!

- Olá, era só para saber se está tudo bem!

- Está tudo óptimo, o meu pai está a jogar na consola com o neto, e está a safarse bem, parece que treinou durante a noite…

- Pois parece que sim, posso falar com ele?

- Sim, claro.

Passados uns instantes a voz doce deu lugar a uma mais grave: - Amigo Joaquim.

- Olá Nicolau, então esses jogos?

- Cá me vou safando, mas o meu neto ainda me ganha sempre.

- Então está tudo bem, é o que interessa, finalmente em família!

- É verdade, graças a si. E então você?

Vai passar o Natal com quem? Quer passar por cá?

- Não obrigado, hoje não dá mesmo, tenho um Natal especial.

- Ai sim, então o que se passa?

- Lembra-se daquela menina da sapataria, a que lhe trouxe as botas?

- Se me lembro, a morena, muito bonita, e as botas, já estou com elas calçadas.

- Pois, hoje vou jantar com ela… E vou pedi-la em casamento!

- Ora aí é que está uma boa notícia, olhe que fico à espera do convite para a boda.

- Claro que sim, desde que ela aceite.

- E porque é que não havia de aceitar?

Estou à espera do convite, estou a falar a sério, vou pedir à minha filha para lhe ligar daqui por uns dias para lhe dar a minha morada.

- Está então combinado, Feliz Natal.

- Feliz Natal também para si, e boa sorte no pedido.

O telemóvel desligou-se e Joaquim esboçou um sorriso, dobrou a esquina e olhou em frente, viu Mafalda que entretanto já tinha saído do trabalho e o esperava sorridente.

- Então, como foi o dia de trabalho?

- Sabes como são estes dias, muita confusão e compras de última hora, ainda por cima na hora de almoço as minhas colegas insistiram em ir ver anéis, quase como se viesse algum príncipe oferecer-me algum!

- Nunca se sabe se algum pretendente se decide, um dia destes, declarar-se a ti e pedir-te em casamento.

- Casamento… Bem, só se for outro pretendente, que de ti já começo a perder as esperanças…

Joaquim sorriu, deu-lhe a mão e enquanto se dirigiam para a porta começou a pensar na surpresa que tinha preparado, com a certeza que tudo iria correr pelo melhor, e brevemente voltaria a ver o seu amigo Nicolau, no seu casamento…

A todos os leitores e amigos os meus votos de um FELIZ NATAL…

O leitor premiado ganhou uma viagem para duas pessoas com destino à escolha para Girona (Barcelona); Madrid; Saint-Etienne ou Baden-Baden.

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PREMIO:A Melhor Viagem de Natal \\ mealheiro com dinheiro obtido em várias peças vendidas.

O Carlos continuava a sonhar e já tinha 10 anos, os Pais também viam o seu crescimento cada vez com outras preocupações.

E passado mais um ano aproximavase mais um Natal, o Carlos nessa noite estava a jantar com os Pais e o pinheiro de natal apenas tinha alguns chocolates dos mais baratos. Ao bater da meia noite alguém bate à porta, os Pais foram abrir e entram 7 AMIGOS do Carlos com uma caixa enorme embrulhada com papel alusivo ao Natal e disseram - Carlos tu tens que abrir este presente.

O rosto deste pobre menino parecia ter ganho uma alegria desmesurada, e com toda a força rasgou o embrulho e quando viu a tão desejada cadeira de rodas as lágrimas deslizaram pelo rosto.

Os Pais ficaram emocionados, todos se abraçaram comovidos e ouviram todos o Carlos a dizer: “ Obrigado pela vossa Amizade esta para mim é a melhor viagem de NATAL”.

Rogério Gonçalves

Nasceu um menino de nome Carlos fruto do amor de um casal precedente de famílias humildes e de parcos recursos económicos.

A sua infância foi recheada de muitas operações e idas a hospitais, na esperança de um dia poder ser alguém no mundo normal dos humanos.

O seu percurso escolar foi feito durante muitos anos na bicicleta da sua Mãe, e o seu andar era passado no chão de gatas e todos os anos ouvia os amigos a dizerem:” Este Natal vamos viajar até à Disneylândia”- e o Carlos apenas sonhava um dia ter uma cadeira de rodas para ter alguma autonomia. E os Amigos mais intimos sabiam que ele tinha esse desejo, então juntaram um grupo de pessoas e fizeram ao longo dos anos um O leitor premiado ganhou uma viagem para duas pessoas com destino à escolha para Girona (Barcelona); Madrid; Saint-Etienne ou Baden-Baden.

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Natal no Brasil \\ João Diogo

Sendo o Natal um ciclo carregado de muita magia, tal o simbolismo que o envolve e que lhe dá o suporte para ser uma festividade natalina muito marcante, impele-me, a que daqui do Brasil, mais propriamente do Recife, onde estou radicado, deseje a todos os leitores do jornal Maia Hoje, votos de UM SANTO E FELIZ NATAL DE 2009 acrescido de um NOVO ANO DE 2010, com tudo, que de bom se possa imaginar.

Ainda e dentro da temática “Natal“, quero deixar aqui o meu testemunho de amizade, para com o director do jornal Maia Hoje- Artur Bacelar, colaboradores, redactores, correspondentes e cronistas habituais, desejando a todos, com o mesmo fervor, UM SANTO E FELIZ NATAL DE 2009, além de um especial NOVO ANO DE 2010, com tudo de melhor.

Embora a essência do Natal seja a

mesma em todo o Mundo, mesmo para lá das diferentes tradições reinantes, não é menos verdade que aqui no Brasil como também em Portugal, o Natal se assemelhe muito; nomeadamente no que toca á solidariedade humana, patente que está na ajuda ao próximo, na troca de presentes e na satisfação de estarem á volta duma mesa, familiares, na sua já tradicional Ceia de Natal.

Dentro deste contexto e aliado ao Espírito do Natal que sempre predominou em termos de manifestação e confraternização, assim como também no sentido evangélico da palavra; leva-nos, a que o referenciamos como uma mística, atendendo ao enlêvo familiar que o caracteriza, além das curiosidades religiosas, que tão comuns são, tanto em Portugal como no Brasil.

Digamos que o Natal, universalmente seguido, não só abrange uma imensa gama de fieis seguidores de todo o mundo, como também absorve independente da religião de cada um, um ciclo natalino convergente e ao mesmo tempo solidário.

Recife- Dezembro de 2009

CARTÓRIO NOTARIAL EM AMARANTE Notária Olga Maria de Carvalho Samões Rua Nova, 121 R/C (em frente ao hospital) 4600-093 Amarante – Tel 255 420 560 – Fax 255 424 504 Email: cnamarante@sapo.pt

CARTÓRIO NOTARIAL DE AMARANTE _ A cargo da Licenciada OLGA MARIA DE CARVALHO SAMÕES, Notária com o arquivo do extinto Cartório Público._________ _ Faço saber para efeitos de publicação na imprensa local, que neste Cartório e no livro 216 desde folhas 34 seguintes, se encontra uma escritura de JUSTIFICAÇÃO de onze de Dezembro de dois mil e nove, em que:__________________________________ _ MANUEL ANDRÉ MOREIRA DA SILVA, NIF. 170.287.696, casado com MARIA DA CONCEIÇÃO MARTINS ESPINHEIRA, NIF. 170.287.688, sob o regime da comunhão de adquiridos, ele natural da freguesia de S. Pedro de Fins, e ela natural da freguesia de Águas Santas, ambas do concelho da Maia, residentes na primeira na Rua Leandro, nº 692.__________________________ _ DECLAROU:__________________________________________________________________________________________ _ Que é dono e legítimo possuidor, com exclusão de outrem, do seguinte imóvel, no valor atribuído igual ao valor patrimonial de CINQUENTA E TRÊS MIL, DUZENTOS E NOVENTA E SETE EUROS E SESSENTA E CINCO CÊNTIMOS:________________ _ Prédio urbano, composto de terreno para construção com a área de três mil e quinhentos metros quadrados, sito no lugar de Friães, freguesia de Silva Escura, concelho da Maia, a confrontar de Norte com, Luciano Moreira de Sá, de Sul, com EM554 ou Rua da Siderurgia Nacional, de Nascente, com Guilhermino Sousa Vieira e de Poente, com antiga EM 554, omisso na 1ª Conservatória do Registo Predial da Maia, inscrito na matriz em nome do justificante marido sob o artigo 623, com o valor patrimonial de 53.297,65 euros.______________________________________________________________________________________ _ Que no ano de mil novecentos e cinquenta e seis, em dia e mês que não pode precisar, foi-lhe doado verbalmente por Cândida André da Silva, viúva, residente no lugar de Leandre, freguesia de S. Pedro Fins, concelho da Maia o referido prédio, doação esta que nunca foi reduzida a escrito tendo no entanto tal prédio sido participado á matriz apenas no ano de mil novecentos e noventa e oito._________________________________________________________________________________________________ _ Que, no entanto, e desde essa data, nele vem praticando todos os actos conducentes ao aproveitamento de todas as suas utilidades, ocupando-o segundos os seus destinos e fins, em proveito próprio, posse que se manteve sem qualquer oposição nem interrupção e com o conhecimento de toda a gente, comportando-se o possuidor como se fosse titular do direito de propriedade plena sobre o referido prédio._______________________________________________________________________________ _ Que nestes termos, detém a posse em nome próprio, pacifica, contínua e pública por mais de vinte anos sobre o dito prédio, pelo que o adquiriu por USUCAPIÃO.________________________________________________________________________ _ Está conforme.________________________________________________________________________________________ _ Cartório Notarial de Amarante, 11/12/2009 A Notária, (Olga Maria de Carvalho Samões)

JORNAL MAIAHOJE Nº 242 DE 18 DE DEZEMBRO DE 2009

CARTÓRIO NOTARIAL

DE

MAIA

A cargo de Lic. Edgar Maia Santos SERVIÇOS RÁPIDOS, EFICIENTES E DE QUALIDADE, TANTO NO ATENDIMENTO COMO NA REALIZAÇÃO DE ESCRITURAS, PROCURAÇÕES, RECONHECIMENTOS, TESTAMENTOS E DEMAIS ACTOS NOTARIAIS Sito na Praceta Artur Marques, n.º 37 • 4470-079 Maia • Tel. 22 943 16 70 • Fax 22 943 16 79

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sexta-feira 18 de dezembro de 2009

Natal

\\ Opinião

\\ Opinião Alexandra Bento

Reinvente a Ceia de Natal A Ceia de Natal é um dos momentos altos desta quadra, porém é muitas vezes marcada por excessos, tanto a nível alimentar como económico. Por isso é importante conhecer pequenas dicas que permitam usufruir deste momento de uma forma mais optimizada, a todos os níveis!

Assim, planeie de forma atempada a sua ceia! Primeiro, importa saber o número de pessoas e calcular a quantidade de alimentos a adquirir. A compra dos ingredientes deve ser feita o mais cedo possível para que se possa fazer uma escolha acertada dos alimentos, mediante a diversidade disponível, as promoções de Natal e a comparação de preços entre marcas de alimentos semelhantes.

A lista de compras vem a seguir, de forma a comprar os alimentos que são realmente necessários. Confeccione as quantidades estritamente necessárias para a Ceia de Natal e para o almoço de 25 de Dezembro, de forma a não sobrar para os dias seguintes. Respeite as tradições e componha a Ceia de Natal apenas com pratos e doces típicos.

Lembre-se, os excessos são frequentemente cometidos à custa da inserção de pub

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outros alimentos, que não os característicos desta quadra (ex: camarão, bolinhos de bacalhau, rissóis e alguns doces).

Se bem que poderá dar mais trabalho, a verdade é que se confeccionar a ceia em casa terá também a possibilidade de alterar a receita, tornando-a mais saudável, sem desvirtuar a tradição. Pode sempre optar por outros métodos de confecção de sobremesas fritas (ex: rabanadas), assando-as no forno; nas receitas que incluam leite, optar por leite magro (ex: aletria, arroz doce, leite-creme). Devemos ter em conta ingredientes como a gordura, o sal, o açúcar, os ovos ou o leite, reduzindo a quantidade proposta de cada um destes componentes e/ou substituilos por outros mais saudáveis. (Ex: preferir o azeite como gordura de adição; substituir o sal por ervas aromáticas; reduzir a quantidade de ovos adicionada às receitas (ex: leite-creme).

Outra forma de reduzir a quantidade de alimentos é apresentar um prato de sopa de legumes para “inaugurar” a Ceia de Natal. Privilegie os pratos cozidos ou assados com pouca gordura e acompanhe-os com bastantes produtos hortícolas. Os frutos secos, frutos gordos (nozes, amendoins, pinhões, figos secos) e as bebidas alcoólicas, possuem elevado teor calórico, pelo que a sua compra e consumo deve ser moderado. Boas Festas!

Nutricionista

Ana Maia

Nutrição Inadequada Obesidade e Diabetes

Na nossa escola (Escola Secundária da Maia/7ºD) foi-nos proposto pela nossa professora de Área de Projecto a realização de um trabalho sobre Ambiente e Saúde, e como sub-tema “Obesidade e Diabetes”, que o grupo achou mais indicado.

Actualmente, Portugal é o segundo país com mais casos de Obesidade Infantil na Europa.

Nós queríamos alertar as pessoas para este facto, pois é muito perigoso e pode levar à morte.

CUIDADO não cheguem a este ponto.

Tenham uma alimentação saudável e pratiquem exercício físico.

maiahoje

maiahoje

O DESPORTO

sexta-feira 18 de dezembro de 2009

Desporto KATARÉ

desporto

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GINÁSTICA

CK Maia arrecadou 7 medalhas no Campeonato Nacional de Cadetes, Júniores e Sub 21.

GCM partipou no torneiro internacional YBL Kupa 2009, em Budapeste

Realizado no passado dia 14 de Dezembro, na Escola EB 2/3 do Castêlo da Maia

Desporto e Saúde pela voz de especialistas \\ Domingos Paciência, Fernanda Ribeiro, Rodolfo Moura, Helena Teixeira e Manuela Rodrigues foram os protagonistas de um encontro, onde foram partilhadas experiências de vida e dados muitos conselhos.

Departamento Médico do Benfica.

Partilha de experiências de vida Mais do que estudar um tema e debatê-lo com base em teorias, é importante e, sobretudo, mais apelativo, quando especialistas partilham as suas próprias experiências, falando das alegrias e dificuldades enfrentadas para atingirem os objectivos por eles colocados. Fernanda Ribeiro e Domingos Paciência aceitaram esse desafio e, perante um público jovem que mostrou muito interesse e curiosidade, não hesitando em colocar inúmeras questões, falaram dos seus percursos enquanto atletas.

Fernanda Ribeiro, campeã olímpica, começou a sua carreira com nove anos, mas foi a partir dos catorze que os desafios se tornaram mais sérios. Uma idade complicada, onde era necessário saber conciliar o desporto com a actividade escolar. Nada foi impossível, e foi essa a mensagem que a atleta quis deixar aos jovens.

No passado dia 14 de Dezembro, o pavilhão da Escola EB 2/3 do Castêlo da Maia recebeu cinco figuras ligadas ao “Desporto nas suas vertentes”. Domingos Paciência (treinador do Sporting Clube de Braga), Fernanda Ribeiro (atleta olímpica), Rodolfo Moura (cinesioterapeuta/osteopata), Helena Teixeira (coordenadora da saúde escolar do ACES Maia) e Manuela Rodrigues (Enfermeira do Centro de Saúde do Castêlo da Maia) foram os protagonistas deste colóquio onde se falou da ligação entre o desporto e a saúde.

Organizada pela Associação de Pais e Encarregados de Educação e pelo Departamento de Educação Física, em parceria com a EB 2/3 do Castêlo da Maia, a iniciativa surge na sequência de um plano de colóquios que pretendem organizar no final de cada período escolar. «A escola vai terminar o período com um corta-mato para os alunos e uma caminhada para os pais. Terminamos, portanto, com desporto. E

nada melhor do que ser este o tema do nosso colóquio», explicou ao Maia Hoje Maria José Macedo, coordenadora da Associação de Pais da escola.

Dicas sobre o valor do desporto para a saúde O desporto deve andar de mãos dadas com a saúde e é cada vez mais importante apostar nessa consciencialização, sobretudo nas idades mais novas. A informação é muita, mas há sempre muito mais a aprender. «É importante debater, porque, mesmo que pensemos que sabemos tudo, existem sempre falhas», revelou Maria José Macedo.

Ao contrário do que muitos jovens ainda julgam, ter saúde não envolve qualquer aspecto estético. «Saúde não é querer ser magrinho e desporto não é só o futebol, como hoje se pensa», afiançou a coordenadora.

Para falar sobre estes temas nada melhor do que pessoas que diariamente vivem isso na pele ou

já passaram por experiências que um dia os jovens presentes no colóquio podem viver. Helena Teixeira e Manuela Rodrigues deram dicas sobre o valor do desporto para a saúde. Mais do que ser importante para alcançar uma boa qualidade de vida e bem-estar físico, o desporto estimula factores de ordem mais psicológica, como a auto-estima ou o sentido de um trabalho em equipa. «Perder ou ganhar, o importante é participar». Neste caso, quer se perca, quer se ganha, a vitória é sempre certa, a partir do momento em que se pratica desporto.

Cuidados a ter com atletas de alta competição Ao cinesioterapeuta e osteopata Rodolfo Moura foi entregue a responsabilidade de falar sobre toda a preparação e os cuidados que os atletas de alta competição têm de adoptar. Desde a fisioterapia, ao hábito de beber muita água, foram vários os conselhos dados pelo especialista que já fez parte do

O antigo ponta-de-lança do Futebol Clube do Porto, clube onde fez grande parte da sua carreira enquanto futebolista, Domingos Paciência, falou da sua experiência enquanto treinador da equipa que é actual líder do campeonato nacional, o Sporting Clube de Braga.

Mais do que Fernanda Ribeiro, foi o treinador português o mais “bombardeado” com perguntas e curiosidades dos jovens. Desde notícias que ouvem nos meios de comunicação social a meros aspectos da rotina de um treinador, os alunos da Escola EB 2/3 do Castêlo da Maia não quiseram desperdiçar a oportunidade única que lhes foi proporcionada.

José Pedrosa marcou presença O director do Departamento de Desporto da Câmara Municipal da Maia não deixou de estar presente num colóquio dedicado a uma área à qual se tem dedicado. É cada vez mais uma responsabilidade da Câmara incentivar este género de iniciativas, porque «estes atletas,

através dos seus testemunhos, ensinam os jovens a desviarem-se de desafios que hoje muitos enfrentam, como a toxicodependência ou a marginalidade», defendeu. Além disso, num quotidiano, dia após dia, mais concentrado em frente a um computador, muitos caem no sedentarismo. «É contra isso que é importante lutar», afiançou o director.

A presença de Domingos Paciência foi, para José Pedrosa, «incentivadora para os miúdos porque ele falou da sua vida enquanto profissional do desporto e mostrou que é preciso abdicar de muita coisa para se chegar longe», explicou.

Já Fernanda Ribeiro é uma figura que integra a família maiata.

«Todos estamos habituados a vê-la pelas ruas da Maia a fazer os seus treinos», disse José Pedrosa. São personalidades que, pela sua carreira e mediatização, suscitaram o interesse de miúdos e graúdos.

Próximo colóquio No final de cada período escolar, a Associação de Pais pretende organizar um colóquio sobre um tema que levante mais preocupação por parte de pais, filhos e professores. Ainda nada é dado como certo, mas Maria José Macedo levantou um pouco o véu: «Provavelmente vamos direccionar o colóquio para os alunos dos 9º ano que, nesta altura, têm de escolher uma área. Vamos convidar psicólogos que vão ajudá-los a descobrir as suas vocações», revelou. Mas mais do que para os alunos, o colóquio é também um meio da associação aconselhar os próprios pais: «Muitas vezes eles influenciam erradamente, mas não é por mal, ou porque gostavam de ter sido isto, ou porque aquela profissão dá mais dinheiro. Queremos ajudar pais, filhos e professores», concluiu a coordenadora.

Andreia Azevedo

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sexta-feira 18 de dezembro 2009

Desporto

KARATÉ

maiahoje

400 atletas reunidos em competição

CKMaia arrecadou sete medalhas em Alcabideche \\ Os desportistas maiatos alcançaram uma medalha de ouro, cinco de prata e uma de bronze.

Sete atletas do Clube de Karaté da Maia subiram ao pódio do Campeonato Nacional de Cadetes, Ju-

NATAÇÃO

niores e Sub-21, nos passados dias 12 e 13 de Dezembro. Uma medalha de ouro, cinco de prata e uma de

bronze foram o reflexo da prestação dos 14 atletas que o CKMaia levou a Alcabideche, que acabou por jun-

tar 400 atletas na competição.

Em nota de imprensa, o presidente do CKMaia, António Moreira, destacou o trabalho realizado por uma das suas atletas. «Inês Rodrigues mostrou o porquê de ser a única atleta feminina medalhada a nível mundial, a jovem maiata venceu as adversárias no escalão Junior +59 Kg, sem que o cronómetro chegasse aos dois minutos», afirmou o responsável.

As medalhas de prata foram entregues a Gonçalo Pinto, Vítor Silva,

Diogo Magalhães, Fábio Pinto e Catarina Santos. Marina Sousa foi a desportista maiata que arrecadou o bronze neste Campeonato Nacional.

Apesar de António Moreira realçar «a atitude e a garra» dos atletas maiatos, o treinador da equipa, Nuno Moreira, considerou que «é preciso melhorar e saber lidar com este tipo de combates finais».

Mariana Albuquerque

Cinco atletas presentes na competição

CNMaia em sete finais nos Campeonatos de Leiria \\

Os nadadores maiatos conseguiram melhorar os tempos pessoais.

Nos dias 4, 5 e 6 de Dezembro, a cidade de Leiria recebeu os Campeonatos Nacionais de Absolutos, «competição que foi uma das mais importantes para o grupo de Juniores e Seniores do Clube de Natação da Maia.

Com cinco atletas em competição, o CNMaia voltou a conquistar

FUTSAL

recordes pessoais, destacando-se a prestação de Luís Neto nos 50 metros bruços, prova que concluiu em 29 segundos. Luís Neto participou ainda nas finais de 100 metros bruços e 200 metros estilos. João Queijo foi outro dos atletas maiatos a conseguir melhorar os seus tempos pessoais, obtendo dois recor-

des nas duas provas nadadas. As restantes finais foram obtidas por Carolina Silva nos 50, 100 e 200 metros mariposa e por Joana Maia nos 200 metros da modalidade de bruços.

Paralelamente aos Campeonatos Nacionais de Absolutos realizou-se o Torneio Regional em Paços

de Ferreira. O nadador maiato Paulo Silva obteve recordes pessoais em todas as provas em que participou, arrecadando ainda uma medalha de terceiro lugar nos 200 metros mariposa.

No passado dia 8 de Dezembro, realizou-se na Piscina Municipal da Senhora da Hora, a primeira prova

desta época para o escalão mais jovem do Clube de Natação da Maia, que contou com a prestação de sete atletas, «dois dos quais em estreia nestas andanças», Bernardo Alves e João Martins.

Mariana Albuquerque

Dezoito instituições envolvidas na iniciativa

O desporto como arma de combate à exclusão social \\ Desmistificar eventuais preconceitos e aproximar as pessoas excluídas ou em risco de exclusão da sociedade são os grandes objectivos da Liga para a Inclusão Social.

A Santa Casa da Misericórdia da Maia, através do Centro Comunitário de Vermoim/Sobreiro, faz parte do conselho executivo da Liga para a Inclusão Social, um projecto que junta diversas instituições em torno de uma actividade desportiva destinada a integrar um conjunto de pessoas na sociedade.

«Trata-se de uma série de instituições que desenvolvem a sua intervenção no âmbito da reabilitação, tratamento e inclusão social no distrito do Porto» e que «decidiram pub

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unir os seus esforços e levar um pouco mais além o trabalho que realizam individualmente», explicou Mário Figueiredo, da Santa Casa da Misericórdia da Maia.

Assistência Médica Internacional, Associação dos Albergues Nocturnos do Porto, Casa de Saúde São João de Deus, Centro de Apoio e Recuperação do Alcoolismo, Estabelecimento Prisional de Santa Cruz do Bispo e Instituto da Droga e da Toxicodependência, são, juntamente com a Santa Casa maiata, alguns dos

organismos envolvidos na iniciativa.

A «prática desportiva regular» é, neste caso, o segredo utilizado para a integração social. «Para além dos reconhecidos benefícios para a saúde física e mental, o desporto comporta também uma importante função social, permitindo ultrapassar barreiras que, de outra forma, se podem revelar insuperáveis», notou Mário Figueiredo, em declarações ao Maia Hoje.

A concretização do projecto reflecte-se na realização de jornadas

semanais de Futsal, onde são disputados jogos entre equipas formadas pelos utentes de cada instituição. A título exemplificativo, no passado dia 9 de Dezembro, realizaram-se três jogos: um entre o grupo de Psiquiatria do S. João e a Prisão de Santa Cruz do Bispo; outro entre a Associação Norte Vida e a Associação de amigos do Magalhães de Lemos e ainda um terceiro que colocou frente a frente o Centro Comunitário de Vermoim e a Associação de estudantes da Faculdade

de Medicina.

De acordo com Mário Figueiredo, «apesar da vertente competitiva estar presente, é completamente suplantada pelo incentivo ao desportivismo e pela promoção de estilos de vida saudáveis». Outro dos objectivos desta Liga para a Inclusão Social é «desmistificar eventuais preconceitos habitualmente conotados com este grupo» de pessoas em risco de exclusão.

Mariana Albuquerque

maiahoje

sexta-feira 18 de dezembro de 2009

Desporto

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GINÁSTICA

Prova realizou-se no passado dia 28 de Novembro

GCM participou no Torneio Internacional de Budapeste \\ André Ferreira e Manuel Brandão estrearam-se em provas internacionais. Tiago Barbosa foi convidado para integrar um estágio na Tunísia.

boas festas pub

Tiago Barbosa, André Ferreira e Manuel Brandão orgulharam o nome do Ginásio Clube da Maia, em Budapeste, no passado dia 28 de Novembro. Há trinta e cinco anos que se realiza na Hungria um dos torneios mais importantes da modalidade. Mas, este ano, devido à pandemia que tem assolado o mundo, a Gripe A, o torneio foi cancelado. Os clubes húngaros não quiseram deixar passar o ano em branco e, por esse motivo, alguns clubes de Budapeste organizaram o Torneio Internacional YBL Kupa 2009, disputado na capital húngara. Quatro clubes de Budapeste participaram no torneio, convidando ainda dois portugueses: o Ginásio Clube da Maia e o Clube Desportivo Nacional, da Madeira.

Para André Ferreira e Manuel Brandão a participação neste torneio foi uma estreia nas provas internacionais. Mas, isso não impediu os ginastas de alcançarem bons resultados.

«As classificações foram muito boas, sobretudo para os mais novos (Manuel e André). A Hungria é um país com tradição na modalidade e é uma grande potência a nível europeu», afirmou ao Maia Hoje Paulo Mota, treinador da equipa de ginástica artística masculina do GCM. Além das competições, os atletas maiatos aproveitaram a estadia em Budapeste para aprenderem mais e treinarem. «Fizemos alguns treinos em clubes com muito melhores condições e aparelhos do que nós. Foi uma óptima experiência», revelou Paulo Mota. O clube gostava de levar mais ginastas a estas competições internacionais, mas as condições financeiras

assim o impedem.

Tiago Barbosa foi convocado para um estágio em Tunes O ginasta maiato Tiago Barbosa que integra a Selecção Nacional Júnior foi convocado pela Federação de Ginástica de Portugal para um estágio em Tunes, na Tunísia. O estágio já começou no passado dia 14 de Dezembro e termina amanhã, servindo de preparação para o Campeonato da Europa de Juniores de 2010.

A próxima prova será em Março, no Torneio de Abertura, que terá lugar na Faculdade de Desporto da Universidade do Porto.

Andreia Azevedo

\\ Classificações dos atletas maiatos: Escalão 1999-1998: Manuel Brandão: - 1º Classificado Cavalo com Arções - 2º Classificado Geral Individual - 3º Classificado Solo - 3º Classificado Argolas André Ferreira: - 6º Classificado Geral Individual Escalão 1995: Tiago Barbosa: - 2º Classificado Saltos de Cavalo - 5º Classificado Geral Individual

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O Tempo

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sexta-feira 18 de dezembro de 2009

Magazine

maiahoje

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Pouco nublado. Máxima 16 °C . Vento ES-SUDESTE 21 km/h .

Pouco nublado. Mínima 9 °C . Vento ESTE 28 km/h .

Hotspots Wi-Fi (MAIA)

Pouco nublado. Máxima 17 °C . Vento ESTE 18 km/h .

Céu limpo. Mínima 6 °C .

Vento SUDESTE 25 km/h .

Céu limpo. Máxima 16 °C .

Vento ESTE 14 km/h .

Filme

Aeroporto Francisco Sá Carneiro . . . . .Pedras Rubras ANJE . . . . . . . . . . . . . . . . . .Tr. Cruzes Monte, 46 - R/C CEPSA . . . . . . . . . . . . . . . . . . .Av. António Santos Leite CTT . . . . .R. Dr. José Rodrigues Silva Júnior, 355 - R/C Galeria Central Plaza . . . . . . . . .R. D. Manuel II, 2076 GALP - A.S. Águas Santas . . . . . . . . . . . . . .A4, Km 9.8 (Porto/Amarante - Ermesinde) GALP - A.S. Águas Santas . . . . . . . . . . . . . .A4, Km 9.8 (Amarante/Porto - Ermesinde) Loja PT . . . . . . . . . . . . . . . . .Av. Visconde Barreiros, 15 Lusomundo MaiaShopping . . . . . .Lugar de Ardegães Maioritelica . . . . . . . . . .R. Eng. Frederico Urich, 3196 McDonald’s (Maia Centro) . . . . . . .Lugar de Catassol McDonald’s (Maia Jumbo) . . . . . . .Jumbo, EN14, Km9 McDonald’s (MaiaShopping) . . . . . . . . .Lj. 238, Piso 2 TOTAL . .Via Eng. Belmiro de Azevedo - Z. Ind. Maia I

Telefones úteis EMERGÊNCIAS: SOS Número Nacional de Socorro . . . . . . . . . . . . . .112 Intoxicações . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .808 250 143 Bombeiros Voluntários de Moreira . . . . .229 421 002 Assoc. Human. Pedrouços . . . . . . . . . . . .229 012 744 P.S.P. Maia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .229 413 853 P.S.P. Aeroporto de Pedras Rubras . . . . .229 482 693 G.N.R. Maia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .229 867 430 Protecção Civil (C.M. Maia) . . . . . . . . . . .229 408 722 Protecção Civil (C.M. Maia) Fax . . . . . . . .229 412 038 Protec. Civil (C.M.M) Linha verde . . . . . . .800 205 169 Polícia Municipal Maia . . . . . . . . . . . . . . .229 440 853 PSP Águas Santas . . . . . . . . . . . . . . . . . . .229 713 537 SERVIÇOS DE UTILIDADE PÚBLICA: Cartório Notarial da Maia . . . . . . . . . . . . .229 439 810 Conservatória do Registo Predial . . . . . .229 483 929 1.ª Repartição de Finanças . . . . . . . . . . . .229 448 133 2.ª Repartição de Finanças . . . . . . . . . . . .229 785 040 1.ª Tesouraria da Fazenda Pública . . . . .229 484 332 2.ª Tesouaria da Fazenda Pública . . . . . . .229 717 271 Tribunal Judicial da Maia . . . . . . . . . . . . .229 438 900 Santa Casa da Misericórdia . . . . . . . . . . .229 448 136 Correios de Vermoim . . . . . . . . . . . . . . . .229 439 610 EN - Electricidade do Norte . . . . . . . . . . .800 506 506 EN - (Comunicação de Avarias) . . . . . . . .800 246 246 S.M. Águas e Saneamento da Maia . . . .229 430 800 Inst. Emprego Form. Profissional . . . . . .808 200 670 Áeroporto Sá Carneiro . . . . . . . . . . . . . . . .229 413 141 Câmara Municipal da Maia . . . . . . . . . . .229 408 600 Aeródromo de Vilar de Luz . . . . . . . . . . . .229 687 322 Biblioteca Gulbenkian . . . . . . . . . . . . . . .229 483 472 Forum da Maia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .229 408 643 Forum Jovem da Maia . . . . . . . . . . . . . . . .229 436 390 Gab. Apoio Defesa do Consumidor . . . . .229 442 462 E. M. Estacionamento da Maia . . . . . . . .229 408 643 Academia das Artes da Maia . . . . . . . . . .229 408 721 Linha Directa Ambiente . . . . . . . . . . . . . .229 484 821 Linha Verde . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .800 202 639 Casa do Alto . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .229 059 520 Táxi Maia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .229 482 660 Canil Municipal da Mai . . . . . . . . . . . . . . .229 823 687 Quinta da Gruta . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .229 870 292 SAÚDE: C. de Saúde da Maia . . . . . . . . . . . . . . . . .229 470 940 (Linha Azul) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .229 487 918 C. Saúde de Á.Santas . . . . . . . . . . . . . . . .229 735 420 C. Saúde do Castêlo . . . . . . . . . . . . . . . . .229 810 238 Unid. Saúde de Moreira Maia . . . . . . . . .229 867 036 U. S. Moreira Maia(Linha Azul) . . . . . . . .229 427 968 Unidade de Saúde de Gueifães . . . . . . . .229 438 449 Unidade de Saúde de Milheirós . . . . . . .229 723 322 Unidade de Saúde de Nogueira . . . . . . . .229 448 655 Unidade de Saúde de Vermoim . . . . . . . .229 470 950 Serv. Atend. a Situações Urgentes . . . . .229 448 790 Cruz Vermelha Port. (Núcleo Maia) . . . . .229 411 221

Avatar (Avatar) Duração: 162m Classi.: M12 Género: Acção/Aventura Realização: James Cameron Interpretação: Sam Worthington, Zoe Saldana, Sigourney Weaver, Lola Herrera, Joel David Moore, Giovanni Ribisi, Michelle Rodriguez, Stephen Lang, Wes Studi, CCH Pounder, Laz Alonso, Dileep Rao, Matt Gerald, Sean Anthony Moran, Scott Lawrence.

Sinopse: "Avatar" marca o regresso de James Cameron à direcção das grandes produções desde "Titanic" de 1997, o maior êxito de bilheteira de todos os tempos, e transporta-nos a um espectacular mundo para além da nossa imaginação, onde um herói rebelde embarca numa viagem de redenção, descoberta e amor inesperado, assim como lidera uma batalha heróica para salvar a civilização.

Possibilidade de chuva de 40%. Pouco nublado.

Mínima 4 °C . Vento ESTE 28 km/h .

Possibilidade de chuva de 40%. Céu Encoberto.

Máxima 13 °C . Vento ESTE 28 km/h .

30% Possibilidade de chuva. Parcialmente nublado. Mínima 4 °C .

Vento ESTE 32 km/h .

Sensação Térmica: -1 °C .

Farmácias de serviço

(P.) - Permanente; (R.) - Reforço até 24h00) (D.) - Disponibilidade

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Turno A DA MAIA [Águas Santas (P.)] • DO AEROPORTO [P. Rubras - V. N. da Telha (P.)] LIMA COUTINHO [Gueifães (R.)] • MENDONÇA [S. Pedro de Fins (D.)] Turno B CENTRAL [Maia (P.)] • VALES [Pedrouços (P.)] V. NOVA DA TELHA [V. N. da Telha (R.)] • MENDONÇA [S. Pedro de Fins (D.)] Turno C DA AGRA [Milheirós (P.) • GRAMAXO [Moreira da Maia (P.)] MARTINS DA COSTA [Águas Santas (R.) | MENDONÇA [S. Pedro de Fins (D.)] Turno D ALIANÇA [Vermoim (P.)] • EUGÉNIA [Pedrouços (P.) DAS GUARDEIRAS [Guardeiras - Moreira (R.)] • MENDONÇA [S. Pedro de Fins (D.)] Turno E ÁLVARO AGANTE [Vermoim (P.)] • GEMUNDE [Gemunde (P.)] SOUSA TORRES [Ardegães - Águas Santas (R.)] • MENDONÇA [S. Pedro de Fins (D.)] Turno F BOM DESPACHO [Maia (P.)] • DO CASTELO [Castêlo da Maia - Sta. Mª de Avioso (P.)] MOREIRA BARROS [Parada - Águas Santas (R.)] • MENDONÇA [S. Pedro de Fins (D.)] Turno G ARAÚJO [Nogueira (P.)] • BASTOS [Gueifães (P.)] DE SILVA ESCURA [Frejufe- Silva Escura (R.)] • MENDONÇA [S. Pedro de Fins (D.)] Turno H DO AEROPORTO [Pedras Rubras - V.N. Telha (P.)] • LIMA COUTINHO [Gueifães (P.)] DA MAIA [Águas Santas (P.)] • MENDONÇA [S. Pedro de Fins (D.)] Turno I VALES [Pedrouços (P.)] • VILA NOVA DA TELHA [V. N. da Telha (P.)] CENTRAL [Maia (R.)] • MENDONÇA [S. Pedro de Fins (D.)] Turno J GRAMAXO [Moreira da Maia (P.)] • MARTINS DA COSTA [Águas Santas (P.)] DA AGRA [Milheirós (R.)] • MENDONÇA [S. Pedro de Fins (D.)] Turno K EUGÉNIA [Pedrouços (P.)] • DAS GUARDEIRAS [Guardeiras - Moreira (P.)] ALIANÇA [Vermoim (R.)] • MENDONÇA [S. Pedro de Fins (D.)] Turno L GEMUNDE [Gemunde (P.)] • SOUSA TORRES [MaiaShopping - Águas Santas (P.)] ÁLVARO AGANTE [Vermoim (R.)] • MENDONÇA [S. Pedro de Fins (D.)] Turno M DO CASTELO [Castêlo da Maia - Sta. Mª de Avioso (P.)] • MOREIRA BARROS [Parada - Águas Santas (P.)] BOM DESPACHO [Maia (R.)] • MENDONÇA [S. Pedro de Fins (D.)] Turno N BASTOS [Gueifães (P.)] • DE SILVA ESCURA [Frejufe- Silva Escura (P.)] ARAÚJO [Nogueira (R.)] • MENDONÇA [S. Pedro de Fins (D.)] Turno O LIMA COUTINHO [Gueifães (P.)] • DA MAIA [Águas Santas (P.)] DO AEROPORTO [P. Rubras - V. N. da Telha (R.)] • MENDONÇA [S. Pedro de Fins (D.)] Turno P VILA NOVA DA TELHA [V. N. da Telha (P.)] • CENTRAL [Maia (P.)] VALES [Pedrouços (R.)] • MENDONÇA [S. Pedro de Fins (D.)] Turno Q MARTINS DA COSTA [Águas Santas (P.)] • DA AGRA [Milheirós (P.)] GRAMAXO [Moreira da Maia (R.)] • MENDONÇA [S. Pedro de Fins (D.)] Turno R ALIANÇA [Vermoim (P.)] • DAS GUARDEIRAS [Guardeiras - Moreira (P.) EUGÉNIA [Pedrouços (R.) ] • MENDONÇA [S. Pedro de Fins (D.)] Turno S SOUSA TORRES [MaiaShopping - Águas Santas (P.)] • ÁLVARO AGANTE [Vermoim (P.)] GEMUNDE [Gemunde (R.)] • MENDONÇA [S. Pedro de Fins (D.)] Turno T MOREIRA BARROS [Parada - Águas Santas (P.)] • BOM DESPACHO [Maia (P.)] DO CASTELO [Castêlo da Maia - Sta. Mª de Avioso (R.)] • MENDONÇA [S. Pedro de Fins (D.)] Turno U DE SILVA ESCURA [Frejufe- Silva Escura (P.)] • ARAÚJO [Nogueira (P.)] BASTOS [Gueifães (R.)] • MENDONÇA [S. Pedro de Fins (D.)]

Informação patrocinada por:

Prop. e Dir. Técnica Dr. José Pedro M. Duran G. Dinis

Cinemas Warner lusomundo cinemas MAIASHOPPING DE 18 de DEZEMBRO- 23 de DEZEMBRO

Todos os filmes têm inicio 10 minutos após hora marcada Tel: 22 977 04 50 • Fax 22 972 45 37 Lua Nova

|14:15; 17:30; 21:10; 00:15(****)]

Avatar

[13:30; 17:10; 20:50; 00:35(****)]

Planeta 51

[11:00; 13:20; 15:45; 18:10; 21:20; 23:50(****)]

Artur e a VIngança Maltazard

[10:45 (*); 13:10; 15:35; 18:20; 20:50; 23:20(****)]

Uma Aventura

[13:40; 16:20; 19:00]

2012

[21:00; 00:30(****)]

FARMÁCIA ALIANÇA De seg. a sex. das 9h00 às 21h00 • sáb. das 9h00 às 13h00

VIVACINE MAIA

DE 18 de DEZEMBRO- 23 de DEZEMBRO

• Permanente

Todos os filmes têm inicio 10 minutos após hora marcada Tel: 22 947 15 18

21 de Dezembro

Avatar Artur e a Vingança de Maltazard Lua Nova Planeta 51 2012

|02:42; 14:00; 17:30; 21:00; 00:20] [01:35; 11:00(*****); 13:30; 16:00; 18:30; 21:30; 23:30]

• Reforço

27 de Dezembro

[02:08; 14:10; 17:00; 21:20; 00:10] [01:32; 11:10(*****); 13:40; 16:10; 18:40] [2:38; 21:10; 0:15]

Av. Padre Manuel Alves do Rêgo, 657 • 4470-330 Vermoim Tel. 22 944 08 86 • Fax 22 940 64 35

(*) Só ao Domingo - (**) Só 6ª e Sábado - (***) Excepto Sábado e Domingo - (****) Sexta a Sábado (*****) Sábados, Domingos e Feriados

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maiahoje

sexta-feira 18 de dezembro de 2009

Sociedade

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Viagens //

ATLANTA, A CIDADE DA COCA-COLA E DA CNN Atlanta é a grande capital do sul (quem não se Scarlett O’Haara e das suas estadas em Atlanta em “E tudo o vento levou?” – só que dessa Atlanta já nada resta...). Hoje em dia, Atlanta é a cidade da CNN, da Coca-Cola, dos Jogos Olímpicos, de Martin Luther King. Todos os pontos de interesse turísticos ficam no centro da cidade e podem ser visitados sem necessitar de carro.

No “Mundo da Coca-Cola”, ficamos a conhecer toda a história da bebida mais famosa do mundo, que nasceu em 1886 e que é, hoje em dia, o melhor exemplo duma multinacional poderosa com estratégia global. O ponto mais apetecível do “Mundo da Coca-Cola” é a fonte de refrigerantes onde correm todas as bebidas que a Coca-Cola produz em todo o mundo. Pode provar-se CocaCola com diversos sabores (cereja, baunilha, frutos silvestres, etc.), ginger ale de Moçambique, refrigerante de maracujá da Nova Guiné, etc., etc., etc.

Saindo do mundo da Coca-Cola, passamos pelo Underground Atlanta, um enorme centro comercial que se estende por seis quarteirões e que nasceu nos subterrâneos da antiga cidade, no centro comercial da localidade em 1782 conhecido por “Standing Peachtree”.

Chegamos então ao mundo da informação, à sede da CNN, a Cable News Network, que Ted Turner lançou a 1 de Julho de 1980. Numa visita guiada, que começa por subirmos a maior escada rolante que jamais vira e que tem a altura de 3-4 andares, ficamos a conhecer os estúdios, muitos dos truques utilizados em televisão (sabia que os apresentadores da meteorologia estão à frente dum painel azul, vazio, sem imagem alguma? Já alguma vez reparou que eles fazem sempre gestos muito vagos ao apontar para as regiões?) e como funciona uma televisão que só transmite informação.

Deixamos a CNN e atravessamos o Parque Olímpico do Centená-

\\

rio, construído em 1996 para os Jogos Olímpicos de Verão que tiveram lugar em Atlanta e cuja atracção principal é a Fonte dos Anéis, a maior fonte interactiva do mundo, que usa o símbolo olímpico dos cinco anéis interligados. Cada um dos anéis tem um diâmetro 7,6 m.

No total, 251 jactos de água (com alturas entre 1,2 e 10,6 metros), 400 jactos de nevoeiro e 487 luzes são responsáveis pelos sete espectáculos de música, luz e água.

Continuamos o nosso passeio; saímos do bairro central e, de repente, todo ambiente se modifica.

Os prédios deixam de ter o brilho anterior, são velhos e mal tratados, os pátios estão cheios de lixo: deixámos a zona comercial da cidade e entrámos na zona negra. A diferença é brutal! Mas é aqui que está a igreja Baptista de Ebenezer onde Martin Luther King costumava pregar, a sua casa-natal e o Centro Cívico para os Direitos Civis, onde está, no meio duma lago rectangular o túmulo deste homem que „tinha um sonho“. Um sonho de igualdade entre brancos e negros e que só se concretizou no papel. A realidade prática é bem diferente...

Tomemos agora o MARTA, o metro de Atlanta, e vamos para o Parque da Pedra (Stone Mountain), um enorme parque florestal de lazer à volta do maior rochedo de granito do mundo, uma „pedrinha“ que pesa 573 milhões de toneladas, que tem uma altura correspondente a um prédio de 33 andares e que tem somente 300 milhões de anos, sendo assim mais antiga do que o Himalaia.

No início do século XX, um projecto patriota criou um baixo relevo colossal que mostra as figuras, a cavalo, de três heróis da Confederação (Jefferson Davis, o primeiro e único presidente da Confederação dos Estados Unidos, o general Lee e o general Jackson). A realização desta obra demorou muitas décadas a concluir devido a factores diversos: dificuldade em trabalhar o granito,

Monte da Pedra com o baixo-relevo com os heróis da confederação

especialmente a grandes alturas, o início da 1ª Grande Guerra, mudanças dos escultores que dirigiam a obra e alteração do conceito da obra, entre muitas outras.

Costa Atlântica: a ilha dos ricos Deixemos agora Atlanta e sigamos para a costa atlântica do estado da Georgia. Paremos em na Ilha Jeckill, a ilha dos ricos, um paraíso na terra. A ilha foi comprada no século XIX por um grupo de industriais e banqueiros, entre os quais William Rockefeller, Joseph Pulitzer, Vincent Astor, Willian Vanderbilt, e Frank Henry Goodyear, para aqui passarem férias com as suas famílias – entre si e longe da confusão. Fundaram um clube e só quem pertencesse ao club é que poderia ter o privilégio de aqui passar o Inverno, longe do frio de Nova Iorque – no Verão, a ilha era pouco atraente por causa dos insectos.

Apesar do muito dinheiro que corria entre os membros do club, nada de imponente e pomposo foi construído na ilha, excepto a Casa do Club, construída em estilo art décor.

Os tempos passaram, os herdeiros desprezaram a ilha que lhes era muito sossegada: queriam mais do que andar de bicicleta, fazer piqueniques na praia, jogar às cartas. Os loucos anos 20 estavam no auge, porquê gastá-los numa ilha onde nada havia? A ilha Jekill foi abandonada, mas felizmente comprada pelo estado que a transformou num parque estatal, mantendo-lhe a traça e o espírito. Apesar de já estar ligada à terra firme por uma ponte, a ilha continua a ser o local de eleição para se descansar. Aqui não há prédios altos, somente casas de um andar, quase todas de madeira, não há anúncios luminosos de néon, não há restaurantes de comida rápida.

Um oásis. Os mosquitos, que afastavam os ricos no Verão, mantêmse, infelizmente, fiéis à ilha...

M.Margarida Pereira-Müller

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A igreja Baptista de Ebezener onde Martin Luther King pregava

Fotos: Hans-Jürgen Müller

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Uma das ruas do centro de Atlanta

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A Junta de Freguesia de Avioso, Sta. Maria, deseja-lhe um Santo Natal e Óptimo 2010

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18 DEZ - 07 JAN 2009

Ano X | Nº 242 Bi-Mensal | Sai às Sextas Director: Artur Bacelar press@maiahoje.pt

Porte

0.50 =C

Pago

IVA incluído

\\ iniciativa

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www.maiahoje.pt

maiahoje jornal regional de grande informação

Professor Jaime Gonçalves é o dinamizador local

“um dia pela vida” 17 de Abril é data para “Grande Caminhada”

Maia é o 19º Concelho a receber a iniciativa da Liga Portuguesa Contra o Cancro que pretende angariar voluntários para esta causa, com forte componente pedagógica. \\ entrevista

p.03

\\ autarquia

NATAL Leia os contos dos nossos leitores e jornalistas...

Lideres autárquicos sofreram buscas domiciliárias

«Construir projectos de vida» Álvaro Azevedo, uma das pessoas que dá a cara pela “Causa da Criança”, pretende «solidariedade de continuidade e não sazonal».

Instituição acolhe agora 19 crianças p 08 dos 0 aos 12 anos.

Polícia Judiciária durante a semana passada esteve nas instalações da Câmara Municipal e efectou buscas em casa dos principais líderes políticos. p.02 pub

\\ desporto

Desporto e Saúde debatidos na EB2/3 do Castêlo.

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Domingos Paciência, Fernanda Ribeiro e Rodolfo Moura estiveram naquele estabelecimento de ensino partilhando experiências e conselhos perante uma plateia constituída sobretudo por jovens.

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VALIDO ATÉ 07/01/2010

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sexta-feira 18 de dezembro de 2009

página dois editorial \\ artur bace|ar director

As páginas do dia «Até prova em contrário todos são inocentes», este é um dos pilares do jornalismo moderno sobre a justiça.

Esta semana, notícias davam estampa sobre buscas domiciliárias a ilustres personalidades do nosso concelho, às quais não posso ficar indiferente. É normal que se investigue. Tanto quanto sei, até medidas de coação como “termo de identidade e residência” são normais e nada querem dizer.

Conheço as pessoas e não acredito. No mínimo, não acredito que sejam tão estúpidos ao ponto de que, se o quisessem, não soubessem ocultar alegados crimes, o que me leva a desconfiar da sua veracidade. É sabido e não escondo que não

concordo com algumas políticas camarárias. Mas respeito quem as decide.

Quando o entender, se o entender, publicitarei as minhas ideias e concorrerei democraticamente, através de sufrágio, a discuti-las taco-a-taco.

Assim desconfio das intenções e dos poderes que poderão estar por detrás desta tentativa de denegrir pessoas públicas. Lembro-me até de discutir com um alto dirigente que defendia que o nosso jornal deveria ser mais incisivo nos títulos. Discordei e questionei «e quando for a sua vez?», o silêncio fez-se sentir.

O MaiaHoje noticiará, sempre, sem preconceitos, mas com a tal premissa inicial. Estranho é como é que estas notícias chegaram rapidamente aos jornais nacionais vindos de fonte «da presidência», lia-se.

Alguém teve pressa e como habitualmente esqueceu os jornais regionais. Esse alguém, um dia poderá ser capa e nessa altura provará do seu remédio.

Para aqueles que de consciência tranquila enfrentam a justiça, o Natal será enxovalhadamente amargo.

Para eles a minha solidariedade.

Para os que, após prova, traíram os que neles depositaram desconfiança, que a pena seja exemplar.

DESTAQUE

maiahoje

Processo em segredo de justiça

Denúncia anónima motiva investigação judicial na autarquia maiata \\ Buscas realizadas pela polícia resultaram na apreensão de documentos, dossiers e elementos bancários. A autarquia assegura que é «com serenidade» que está a lidar com o caso e que não há arguidos.

A Câmara Municipal da Maia e as residências do presidente e vice-presidente da autarquia foram alvo de buscas por parte da Polícia Judiciária (PJ), no âmbito de uma investigação judicial originada por uma denúncia anónima apresentada em 2008.

De acordo com a agência Lusa, esta investigação pretende apurar a consistência de denúncias que apontam o presidente, Bragança Fernandes, e o seu vice, António Silva Tiago, como alegados «suspeitos de terem favorecido dois empreiteiros a troco de contrapartidas, no âmbito de processos de licenciamento».

Um dia depois de a PJ ter efectuado buscas na Câmara da Maia, no passado dia 10 de Dezembro, a Lusa referiu também que, em causa, estão dois processos judiciais: «um ligado ao Centro Comercial Vivaci», recentemente inaugurado, «e outro ao Hos-

pital privado do Lidador», um projecto da Sociedade do Hospital Lidador, SA, participado em dez por cento pela autarquia e Misericórdia e nos restantes noventa pelo Grupo Português de Saúde.

O presidente da Câmara Municipal da Maia, Bragança Fernandes, confirmou, em comunicado de imprensa, que está, de facto, em curso uma investigação judicial «que radica numa denúncia anónima de 2008».

O autarca referiu ainda que «foram realizadas buscas domiciliárias aos diversos visados na referida denúncia e no edifício da Câmara».

Uma fonte revelou ao Maia Hoje que «um ex-técnico camarário» é um dos visados de que fala o comunicado.

Pode também ler-se na nota de imprensa que «com o fito de esclarecer os factos denunciados anonimamente foram recolhidos diversos

documentos e dossiers relacionados com a actividade municipal, e residualmente elementos bancários, que são, aliás, periféricos ao conteúdo da investigação».

Bragança Fernandes garante «serenidade» e «colaboração dos intervenientes» no processo, destacando, no comunicado, que «nenhum dos visados foi constituído arguido».

«Aguarda-se, assim, o decurso das investigações, acreditando que o desenvolvimento do processo possa, definitivamente, contribuir para o esclarecimento dos factos».

O Maia Hoje tentou, sem sucesso, ouvir o presidente da Câmara da Maia. Fonte da autarquia garantiu que «a câmara vai cumprir o segredo de justiça embora alguns não estejam a cumpri-lo, por sua conta e risco».

Mariana Albuquerque

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sexta-feira 18 de dezembro de 2009

mh jornal regional de grande informação

PROPRIEDADE DE:

MAIAPRESS Editores, Lda. REGISTADA NA CONS. REG. COM. PORTO nº 1313 CONTRIBUINTE NÚMERO 504 786 954 SÓCIOS: Maria Manuela Areosa de Oliveira e Sá Bacelar, Artur José Machado Bacelar Artur Domingos Loureiro Bacelar

Grande Maia

INICIATIVA Maia é o 19º concelho a integrar o projecto da Liga Portuguesa Contra o Cancro

«Um Dia pela Vida» contra o Cancro \\ Jaime Gonçalves, Irene Vicente, António Azevedo, Edite Azevedo, Helena Teixeira, Carlos Frazão e Inocêncio Vidal são os membros da equipa de coordenação local deste «projecto de comunidade» que promete «alterar completamente a vida das pessoas que o fazem e a vida da cidade». «que a sementeira de hoje produza alguma coisa», no sentido de surgirem equipas de voluntários, avançando apenas com actividades no início de 2010. «Acredito na Maia», afirmou, incluindo todos no grupo de possíveis voluntários para este projecto. Para que a Maia possa «demonstrar que também é a melhor na solidariedade para com aqueles que mais precisam».

DIRECTOR DA PUBLICAÇÃO: Artur Bacelar, TPJ 6262 artur@maiahoje.pt REDACÇÃO: Carlos Barrigana, TPJ 8037 carlos@maiahoje.pt Francisco José Bacelar, TPJ CR327 francisco@maiahoje.pt Rita Santos rita@maiahoje.pt Andreia Azevedo andreia@maiahoje.pt Mariana Albuquerque mariana@maiahoje.pt COLABORADORES REDACTORES: António Armindo Soares, TPJ CR 446 soares@maiahoje.pt Joana Pinto Manuela Bacelar, TPJ CR 451 Miguel Ângelo Machado COLABORADORES FOTOGRAFIA: António Caldeira, TPJ CR 447(motos) Bruno Ferreira da Silva Edgar Alves, TPJ CR 448 (automóvel) Eduardo Jorge Abreu, TPJ CR 449 Manuel Jorge Costa, TPJ CR 450 Maxim Bukharov, TPJ CR 452 Raúl Silva CORRESPONDENTES: João Diogo (corresp. Brasil) Williams James Marinho (corresp. EUA)

Ainhoa Carrasco Robles (cor.Espanha) CRONISTAS HABITUAIS: Deco (Defesa do Consumidor) Dipe (poesia popular) Fordoc (A.N.J.Formadores e Docentes) Leonel Duarte (medicinas alternativas) Luís Clemente Ribeiro (contos) Nelson Azevedo Ferraz (sociedade) Orlando Leal (política) Pedro Resende (cronista) Rogério Gonçalves DESIGN / PAGINAÇÃO: Ana Soares ana@maiahoje.pt DEPARTAMENTO COMERCIAL: comercial@maiahoje.pt SEDE / REDACÇÃO / D.COMERCIAL Rua dos Altos, Edifício Arcada, 12 4470 - 235 Maia Telefone 22 947 62 62 Fax. 22 947 62 63 Depósito legal 147209/00 DGCS nºo 123524 Tiragem 3.000 exemplares IMPRESSÃO E EMBALAGEM: Empresa do Diário do Minho Braga

Os artigos de opinião são da responsabilidade de quem os assina, não reflectindo nem vinculando a opinião dos proprietários, editores, redacção, ou director do Jornal.

A direcção de informação do Jornal é defensora da plena liberdade de expressão, reservando-se no entanto a não publicar artigos de opinião que prejudiquem deliberadamente a imagem e liberdade de outros. É política do Jornal o pluralismo e isenção nos assuntos tratados.

MEMBRO HONORÁRIO Corpo de Voluntários de Protecção Civil da Maia desde 24/11/2007

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«Não vamos parar até encontrarmos a cura!» e «Contamos consigo!» são as palavras de ordem que deram o mote ao projecto «Um Dia Pela Vida» (UDPV).

A iniciativa da Liga Portuguesa Contra o Cancro (LPCC), promovida a nível regional e local, tem como principais objectivos mudar a atitude da comunidade face à doença, educar e informar e angariar fundos para os programas de prevenção e rastreio da LPCC. O projecto foi apresentado oficialmente no passado sábado, com o colóquio médico «Vamos falar de Cancro» e a apresentação da equipa coordenadora, no Auditório do Cineteatro Venepor.

Conceição Clavel e Mariana Vale, ambas coordenadoras regionais, foram as primeiras a intervir e, em conjunto, reconheceram que este programa «vai alterar completamente a vida das pessoas que o fazem e a vida da cidade», desenvolvendo «o espírito de união e voluntariado». A intenção é «deixar de ter medo de falar do cancro» e mostrar que «é algo que é possível vencer», aditou Mariana Vale.

Prevenção é a palavra de ordem O colóquio médico que assinala a apresentação e lançamento do projecto contou com a presença de três especialistas na temática oncológica.

Maria Helena Marques Teixeira, médica de saúde pública e

coordenadora de Educação para a Saúde no Centro de Saúde da Maia abordou a temática «Prevenção Oncológica em Saúde Pública». Porque «cancro não é necessariamente morte» e «a prevenção é o caminho para a cura», Maria Helena Marques Teixeira ressaltou as atitudes saudáveis que devem ser adquiridas, no sentido de se minorarem os riscos: «É importante praticar actividade física, comunicar, ter uma alimentação saudável, beber água e aprender a construir alternativas».

Fernando Castro, médico do Instituto Português de Oncologia Francisco Gentil e colaborador do programa de rastreios da LPCC, discursou sobre o «Cancro da Mama».

Segundo o médico a prevenção secundária «é a grande arma» para combater o número de mortes de mulheres por cancro da mama, aliada à vigilância médica e ao autoexame, porque o cancro «é uma luta que temos condições para vencer”, sublinhou Fernando Castro.

Coube a Rui Medeiros, do Centro de Oncologia Molecular do IPO, encerrar as comunicações médicas com uma intervenção sobre o «HPV e o Cancro do Colo do Útero». Rui Medeiros procurou aclarar algumas questões nomeadamente que o Papiloma Vírus Humano (HPV) é um «vírus tumoral» que «não se transmite exclusivamente por via sexual, pois é um vírus pele a pele, mucosa a mucosa» O investigador salien-

tou, ainda, que à semelhança do que acontece com o cancro da mama, «os hábitos da mulher podem condicionar a evolução para cancro».

«Acredito na Maia» Jaime Gonçalves, o primeiro homem responsável local da iniciativa, assumiu-se «enredado nas malhas de uma teia» pela qual está disposto a lutar, uma luta «necessária e premente» contra o cancro, o «inimigo forte, perigoso e traiçoeiro». Ao seu lado combatem Irene Vicente, António Azevedo, Edite Azevedo, Helena Teixeira, Carlos Frazão e Inocêncio Vidal, os restantes elementos da equipa local.

«Um Dia Pela Vida» vai prolongar-se até 17 de Abril de 2010, data da festa de encerramento.

Pretende-se que seja um momento de festa para «homenagear os que venceram, recordar os que partiram e apoiar os que se encontram a lutar contra o cancro».

Jaime Gonçalves lançou o apelo para que este dia de «caminhada pela vida» não constitua o fim. O coordenador local manifestou também o desejo de que «esta iniciativa sirva para desenvolver o espírito de voluntariado, como forma natural de estar na vida».

Mas «porque há muita gente a semear nesta quadra», a equipa local do projecto UDPV receia ser vista como «mais uns» a querer aproveitar o espírito solidário. Daí que tenha optado por aguardar

Caminhada do UDPV Maia até 17 de Abril Além da Liga Portuguesa Contra o Cancro, o projecto conta com o apoio da Câmara Municipal da Maia. Entre 12 de Dezembro e 17 de Abril, as equipas inscritas podem organizar várias acções.

Palestras sobre e doença, convívios, quermeses, caminhadas, teatro nas escolas, feiras, exposições e leilões, são algumas das ideias lançadas pela Liga Portuguesa Contra o Cancro.

Para o último dia da iniciativa, a 17 de Abril está agendada uma caminhada, que será antecedida de uma arruada. Um dos momentos mais altos, neste dia, será a cerimónia das luminárias. Estão ainda previstas outras acções que terão como palco o centro da cidade da Maia. «Haverá estruturas de apoio, palcos, artistas, tendinhas para venda de produtos.

Queremos transformar isto numa festa», salientou Jaime Gonçalves.

O responsável local pelo projecto UDPV disse ainda que gostava de contar com a participação de algumas personalidades da sociedade portuguesa, de áreas como o desporto e a cultura. Seria, na opinião de Jaime Gonçalves, uma forma de atrair mais pessoas, e por sua vez, mais receitas.

Jaime Gonçalves, professor de História aposentado, confessou que o envolvimento no projecto veio mudar a sua forma de estar na vida. «Fui sempre uma pessoa recatada, que viveu durante muitos anos na Maia, mas que não conhece ninguém. Agora, sou eu que estou a dar a cara por este projecto», frisou. No entanto, Jaime Gonçalves esclareceu que esta saída do anonimato não visa «protagonismo», mas antes, ajudar a Liga Portuguesa Contra o Cancro a conseguir fundos que possam assegurar a continuidade do trabalho daquela instituição.

Rita Santos

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sexta-feira 18 de dezembro de 2009

Grande Maia

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RELIGIÃO

Padre Daniel Lima lançou novo CD no passado dia 13 de Dezembro

Um trabalho que mostra que «o essencial é invisível aos olhos» \\

É o quinto trabalho fonográfico do Padre que tem causado polémica pela sua forma, nada conservadora, de viver a Eucaristia. inabalável e fiel. «E é graças à fidelidade deste povo que a gente segue dizendo: “ando devagar porque já tive pressa”, ou então, “se um dom especial é dado a alguém, é para ajudar o bem na luta contra o mal”. Seguimos cantando o evangelho», afirmou o pároco. Um evangelho que, para Padre Daniel, «não tem limites».

“Além do Olhar” é o quinto trabalho fonográfico do Padre Daniel, lançado no passado dia 13 de Dezembro. «Para se ver bem é preciso despojar-se, abrir-se a Deus e deixar-se levar por Ele», explicou ao Maia Hoje o Padre Daniel Lima. O

AVIÕES

pároco acredita que «o essencial é invisível aos olhos», está muito além do que conseguimos vislumbrar. É essa ideia que pretendeu transmitir nas suas músicas.

A gravação deste trabalho res-

pondeu à voz do povo. «Aqueles que nos acompanham estão sempre a pedir um CD novo e, depois de muitas conversas e acertos, lá nasceu», esclareceu. Trata-se de um público que sempre esteve ao lado do pároco, mostrando um apoio

“Além do Olhar” é um «procurar publicamente na intimidade do olhar do próximo, no silêncio gritante da dor do irmão que interrompe o meu barulho. É o passageiro que busca O eterno procurar», descreveu o Padre Daniel, recorrendo às palavras frequentemente utilizadas por uma amiga.

Do público, cada vez mais exigente, o músico espera que o seu trabalho suscite boas apreciações,

até porque, «nesta obra apresentamos um trabalho de excelente qualidade em termos de composição musical», adiantou. É a música o veículo de evangelização utilizado pelo mediático padre. E é nesse veículo que mais quer apostar. «Uma vez que a evangelização não tem fronteira, uma vez que não temos púlpito, contra ventos e marés, gravaremos, se Deus permitir, e a voz alcançar, mais algum trabalho», garantiu.

Mas, para já, querem aproveitar o que “Além do Olhar” lhes irá proporcionar.

Amanhã, dia 19 de Dezembro, haverá ainda um jantar de apresentação do novo trabalho do Padre Daniel, “Além do Olhar”.

Andreia Azevedo

Apoio da Maia concretizado na disponibilização do aeródromo municipal

Autarquia quer manter Red Bull no Norte do país \\

Bragança Fernandes propõe a união dos poderes locais como forma de lutar pela manutenção do espectáculo aéreo sobre o rio Douro.

O município da Maia já se manifestou contra a transferência da corrida Red Bull Air Race do Porto para Lisboa. Como «parceira» da competição aérea, a autarquia maiata defendeu que é importante para a Área Metropolitana do Porto que o

FURTO

evento permaneça no Norte do país.

«O poder de decisão está todo em Lisboa, e também nos querem tirar o poder de diversão», afirmou o presidente da Câmara, Bragança Fernandes, ao Jornal de Notícias.

Apesar de ter em conta os proble-

mas de financiamento que podem estar na origem da transferência da “fórmula 1 dos céus” para a capital, o autarca da Maia defendeu que «o Estado devia subsidiar o que está em falta».

«Os autarcas do Norte devem

juntar-se todos», apelou Bragança Fernandes ao JN, avaliando a possibilidade de uma união entre os poderes locais. «Se o assunto for agendado para uma reunião da Junta Metropolitana do Porto – e isso caberá às câmaras de Gaia e do

Porto, que estão directamente envolvidas -, penso que haverá uma decisão unânime», afiançou o presidente.

Mariana Albuquerque

Viatura foi usada no assalto a um café, em S. Mamede do Coronado

Carro roubado na Maia apareceu incendiado \\

A proprietária da viatura percebeu que lhe tinham levado o carro quando saía da cabeleireira, em S. Pedro do Avioso.

Primeiro roubaram um Fiat Uno na Maia. Depois assaltaram um café em Fradelos e, no fim da madrugada do passado dia 5 de Dezembro, incendiaram a viatura na Rua de Mendões, em S. Mamede do Coronado.

A viatura tinha sido furtada na sexta-feira, dia 4 de Dezembro, em S. Pedro de Avioso, na Maia. Manuel Oliveira, pai da vítima, explicou ao Notícias da Trofa as circunstâncias em que o furto ocorreu. A filha «tinha

acabado de sair da cabeleireira, em S. Pedro de Avioso, cerca das 23 horas, quando se apercebeu que lhe tinham furtado o carro». Mais tarde, Manuel Oliveira, contactado pela GNR, soube que o carro tinha sido

usado num assalto a um café, suspeitando-se ainda que os mesmos indivíduos tenham sido os autores de um outro furto a uma viatura, junto à Igreja de S. Mamede do Coronado, na mesma noite.

No local estiveram os Bombeiros Voluntários da Trofa, a GNR e a Polícia Judiciária.

Andreia Azevedo

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sexta-feira 18 de dezembro de 2009

Sociedade

LITERATURA

maiahoje

120 pessoas marcaram presença no Fórum Jovem

Música e poesia no lançamento de “Saudosa Candeia” \\ O escritor Vítor Bastos, que lançou agora o terceiro livro, acredita na força que a escrita pode exercer nas pessoas e admira o apoio que o poder local tem dado aos projectos culturais.

O Fórum Jovem da Maia serviu de palco, no dia 8 de Dezembro, ao lançamento da obra de Vítor Bastos, “Saudosa Candeia”. A cerimónia, que juntou cerca de 120 pessoas, foi organizada pelo escritor, que não prescindiu de alguns momentos musicais e de poesia.

«Eu costumo dizer que é um meio romance», afirmou Vítor Bastos, descrevendo a sua nova publicação. «Todo o homem é fértil de imaginação e foi exactamente isso que eu utilizei», acrescentou o escritor.

Em declarações ao Maia Hoje, Vítor Bastos fez ainda questão de revelar a sua «filosofia de vida». «Os sonhos não são para ficar a meio», contou, defendendo que se encontra a trabalhar noutros projectos, «que

ARTESANATO

tanto podem sair daqui a um mês como daqui a meio ano».

Já com três obras publicadas, o escritor maiato considera que a população em geral está sensibilizada para a leitura. «Eu acho que as pessoas são capazes de ler só que, por exemplo, se encontram uma palavra cujo significado não entendem, são capazes de não ir ao dicionário pesquisar», avaliou. No entanto, para Vítor Bastos, «se for uma leitura que toque no ego das pessoas, elas conseguem ler», garantiu. «Eu consigo ter pessoas, não direi analfabetas, mas com pouca instrução a vir ter comigo para dizer que gostaram muito de uma determinada passagem do meu livro, e isso quer dizer que o leram», notou Vítor Bastos.

«101 por cento de incentivos» da autarquia Para o autor da obra “Saudosa Candeia”, não faltam incentivos à leitura por parte dos poderes locais.

«Costumo dizer que não há 100% de incentivos, mas sim 101%. E falo por experiência própria: todas as vezes que apresentei projectos à Câmara Municipal da Maia tive todo o apoio e mais algum», garantiu, concordando, no entanto, que o incentivo vai depender do projecto apresentado.

«Eu tenho dezenas de projectos apresentados, não só no domínio da escrita, mas também do teatro, e todos foram bem recebidos pela autarquia», concluiu Vítor Bastos.

Mariana Albuquerque

Uma dezena de peças expostas em Lisboa

Artista maiato integra exposição “Natal em Presépios” \\

Fernando Dionísio integra exposições em “A Arte da Terra” há 10 anos e é considerado «um dos melhores artistas nacionais».

Vive na Maia mas as suas criações viajam para Lisboa há cerca de dez anos. Fernando Dionísio, que se assume como um «autodidacta» pouco agarrado a materiais, integra a exposição “Natal em Presépios”, apresentada ao público em “A Arte da Terra”, espaço dedicado à cultura portuguesa que se situa junto à Sé de Lisboa.

A exposição reúne cerca de 800 presépios elaborados pelos «80 melhores escultores e artesãos do país», oriundos de Barcelos, Porto, Maia, Lisboa, Aljezur, Lagos, Mafra, Mealhada, Viseu, Almada, Odemira, Estremoz, Vidigueira, Olhão, Leiria, Seia, Viana do Castelo, Castro Verde, Famalicão, entre outros.

MÚSICA

Os materiais utilizados são diversos: barro, ferro, madeira, arame, vidro, pasta de papel, tecido ou pão, mas acabam por perder importância face ao poder da imaginação. «Não estou agarrado a materiais nenhuns», afirmou Fernando Dionísio ao Maia Hoje, assegurando que não consegue descrever as suas peças em exposição. «Só vendo», garantiu o artista maiato.

«Imaginação não me falta» Para Fernando Dionísio, trabalhar para “A Arte da Terra” há quase dez anos tem significado por tratar-se de um «local onde o artesanato é tratado com dignidade». «Trata-se de um edifício protegido, muito bonito e partici-

par nas exposições é muito agradável», confessou o artista ao Maia Hoje.

Além dos trabalhos expostos em Lisboa, as criações do maiato encontram-se também visíveis em algumas lojas do Porto. «As coisas vão surgindo a toda a hora; imaginação não me falta», assegurou.

4000 visitas no primeiro fim-desemana de Dezembro Conjugar tradição e modernidade é um dos objectivos do espaço “A Arte da Terra”, que, de acordo com o seu responsável, António Ramos, recebeu cerca de 4000 pessoas só no primeiro fim-de-semana do mês.

«Ao longo dos anos, temos desa-

fiado escultores e artesãos para nos darem uma visão artística do nascimento de Jesus», contou António Ramos. «E temos o privilégio de ter apresentado primeiras obras de grandes nomes das nossas artes», acrescentou, reforçando que todo o trabalho desenvolvido pela “Arte da Terra” visa «a qualidade».

«Trabalhamos com o Fernando Dionísio há 10 anos e ele é, em nossa opinião, um dos melhores artistas nacionais, sendo uma presença obrigatória nas nossas exposições», rematou António Ramos.

Mariana Albuquerque

Espectáculo dos maiatos foi no passado dia 15 de Dezembro

Doismileoito abriram concerto dos “The Dodos” \\

A banda tocou uma música inédita no Santiago Alquimista, em Lisboa.

O trio da Maia “Doismileoito” fez as honras da casa e abriu, no passado dia 15 de Dezembro, o concerto dos norte-americanos “The Dodos”, no Santiago Alquimista, em Lisboa. O grupo português, que subiu ao palco às 21h30, apresentou as canções pop-rock que integram o seu disco de estreia, com o

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nome da banda, lançado este ano. «É sempre bom tocar no Santiago Alquimista. É uma sala bonita onde o público rodeia o palco por todos os lados. É estranho ver as pessoas a ver o concerto de cima uma vez que há uma varanda para o público», descreveu ao Maia Hoje Ni-

colau, um dos membros da banda.

Tal como André Aires e Pedro Pode, Nicolau admitiu apreciarem muito os “The Dodos”. Por esse motivo, «há algum tempo que estávamos à espera de abrir uma banda estrangeira que admirassem», revelou.

Para este concerto, os portugue-

ses reservaram uma música que não está no disco que editaram no início de 2009. Antes do espectáculo, o nervosismo era inevitável devido à exigência e amplitude do que se seguia. «Achamos que as pessoas que vão ver os The Dodos são exigentes e merecem o melhor. Por isso não queremos falhar», afiançou Nicolau.

Com influências dos Nirvana, Smashing Pumpkins, Beatles, Tom Wait e até mesmo de Bethoven, a banda maiata pediu três desejos para 2010: «Fazer músicas novas, gravar um álbum novo e tocar mais em teatros».

Andreia Azevedo

maiahoje

sexta-feira 18 de dezembro de 2009

Sociedade

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RECICLAGEM

Construída pelos alunos do 7º ano

EXPOSIÇÃO

Escolas associam-se ao evento no próximo ano

Árvore de Natal com Infantários maiatos juntaram-se “lixo de luxo” ao “Natal no Jardim” \\ Encontra-se no polivalente da Escola Secundária de Águas Santas e é feita com materiais recuperados. O plástico transparente é a matéria-prima mais utilizada.

«Passar a imagem de um planeta menos poluído e mais imaginativo e criativo». Foi com este objectivo que Ana Cristina César e os seus alunos de 7º ano construíram uma árvore de Natal diferente na Escola Secundária de Águas San-

tas, na Maia, no âmbito da disciplina de Oficina de Artes. Trata-se de uma árvore feita com materiais recuperados e reutilizados que, no final, ficou «muito mais apelativa pela diferença e entusiasta pela construção, dado que envolve toda a comunidade educativa», realçou Ana Cristina César.

Os alunos de imediato aderiram, mostrando sempre uma grande consciencialização em relação aos problemas ambientais. Todos já criaram o hábito de fazer a separação do lixo em casa, e por isso, foi fácil passar a mensagem também aos pais. «Aquando da apresentação do projecto de Natal, todos aderiram sem dificuldade, quer na recolha dos materiais necessários, quer na reutilização de figuras para a árvore», explicou ao Maia Hoje Ana Cristina César.

Desde a procura e recolha de materiais adequados e de fácil manuseamento ao preenchimento da árvore, o entusiasmo invadiu todos os participantes. Todos os dias, nas salas de aula, o ambiente e a reciclagem são temas predominantes que suscitam o interesse de quem ouve. A época de Natal não é excepção. «Imaginar uma grande árvore de Natal, à medida do valor dos alunos e da importância que o meio ambiente tem para todos nós, não foi difícil», salientou a docente.

Foi do chão da feira de Custóias que veio a matéria-prima preponderante nesta árvore onde o “lixo” é de “luxo”, nomeadamente os plásticos transparentes. Com o objectivo de consciencializar mentes que ainda permaneçam fechadas à reciclagem, Ana Cristina César quer continuar a apostar nesta iniciativa.

«Seria estranho se não se repetisse.

A ideia não pode desvanecer», concluiu a professora.

Andreia Azevedo

\\ A Santa Casa da Misericórdia e os diversos Centros de Dia e Infantários maiatos uniram-se, mais uma vez, com o objectivo de antecipar o Natal.

O Jardim do Monumento à Comunidade Maiata foi, pelo segundo ano consecutivo, invadido pelas figuras típicas do Natal. Até ao dia 5 de Janeiro, árvores construídas com os mais variados materiais reciclados e presépios decoram o espaço que envolve as vulgarmente designadas “Pirâmides” maiatas, numa iniciativa organizada pela Santa Casa da Misericórdia, em parceria com outras instituições sociais.

«Este ano fizemos umas pequenas alterações», contou a provedora da Santa Casa, Maria de Lurdes Maia. «No ano passado tivemos só árvores de Natal; este ano os infantários disseram-nos que também gostariam de participar e então sugeriram fazermos um presépio gigante», acrescentou a provedora, apontando para as mais de quinze instalações alusivas à época natalícia.

«O objectivo, desde a primeira hora, foi alargar a centros de dia e lares extra Santa Casa», afirmou Maria de Lurdes Maia, explicando que, por sugestão de um responsável institucional iriam convidar as

escolas do concelho a aderir à iniciativa no próximo ano. «Gostava imenso de ver este jardim cada vez mais cheio de edição para edição.

Há pouco dizia assim ‘bem, quando este espaço estiver cheio, podemos passar para o outro lado da estrada’», gracejou a provedora da Santa Casa da Misericórdia.

Ajudar os utentes e os técnicos Um dos objectivos do “Natal no Jardim” é, de acordo com Maria de Lurdes Maia, ajudar não só os utentes, mas também os técnicos que lidam com eles diariamente. «Infelizmente, neste momento, temos muitas situações de demência e pessoas com muitas dificuldades de locomoção. E para os próprios técnicos e funcionários que lá estão, é uma tarefa pesada estar uns dias atrás dos outros com estas pessoas com tantas limitações», assegurou, explicando que a exposição «faz com que as funcionárias fiquem entusiasmadas com qualquer coisa de diferente».

Apesar de a tarefa ser «cada vez mais difícil», para a provedora da

Santa Casa «os técnicos têm de se preparar, como educadores sociais e como assistentes sociais, porque estas são as doenças dos dias de hoje e são os problemas que mais surgem nos dias de hoje».

Aproveitar as potencialidades dos materiais recicláveis «Outro objectivo é a aposta nos materiais recicláveis», revelou Maria de Lurdes Maia. «Como esta exposição é para todas as idades, os pais que possam trazer as suas crianças até aqui verificam que é possível fazer várias coisas com estes materiais», afirmou a provedora, revelando a sua admiração pelas árvores instaladas no Jardim do Monumento à Comunidade.

Além de funcionarem como um alerta à comunidade, os materiais reciclados surgem também como uma forma de resistir às possíveis intempéries. «Nós pedimos que se utilizassem materiais que conseguissem aguentar as intempéries.

Felizmente temos tido estes dias de sol e vamos aproveitar», rematou a provedora.

Mariana Albuquerque

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sexta-feira 18 de dezembro de 2009

Sociedade

maiahoje

Centro de acolhimento temporário com dezanove crianças

Causa da Criança, o espaço onde se constroem «projectos de vida» \\ São crianças que sonham e que, como qualquer ser humano, precisam de espaço. A “Causa da Criança” trabalha, há dois anos, no sentido de substituir famílias que, por um motivo ou outro, não conseguem manter-se. «Aproximação de continuidade» é o que o responsável Álvaro Azevedo pede à comunidade.

Maia Hoje - Quantas crianças é que têm no centro de acolhimento neste momento? Álvaro Azevedo – Neste momento temos dezanove. O centro tem uma capacidade para vinte crianças e mais duas em situações de emergência.

MH – E como é que caracteriza estas crianças?

AA – As crianças são acolhidas por duas razões diferentes: por negligência dos pais ou por disfunção.

Nos casos de negligência, os pais não têm cuidados alimentares, de higiene nem têm qualidade de horários. São pais negligentes que deixam as crianças sós e, normalmente, nessas situações, as crianças vêm por acordo, mas há pais que nunca aceitam isso, acabando as crianças por ser retiradas compulsivamente. Elas podem vir por acordo com as comissões de protecção dos respectivos concelhos; se não houver acordo, as comissões de protecção informam a segurança social, que informa o ministério público e os tribunais retiram as crianças. No caso da disfunção, os pais têm vidas marginais, ou por alcoolismo ou droga, e os filhos são-lhes retirados, tentando sempre que os progenitores recuperem para que as crianças possam ser reintegradas.

MH – Que trabalho é que o centro desenvolve com as crianças?

AA – A criança vem para o centro e o que se pretende é que ele funcione como uma casa de família alargada. Fazem as suas vidas normais, vão à escola ou ao infantário e vão à catequese, se for sua pretensão. O ano passado, por exemplo, duas jovens fizeram a comunhão solene, agora já cá não estão, foram reintegradas: uma para o seio familiar e outra para uma instituição.

Como já eram grandes, esta última já tinha doze anos, já não era criança para adopção, e como não havia possibilidade, pelo menos aos olhos do tribunal que uma família, mesmo alargada, a pudesse reintegrar, foi para um lar de residência permanente no Porto, onde fará a sua vida até aos dezoito anos, porque a Causa da Criança é um centro de acolhimento temporário, pretende-se que não perdure mais de seis meses. No entanto, temos crianças aqui há já dois anos.

MH – Por que é que isso acontece?

AA – Porque os tribunais vão-nos pedindo a prorrogação dos prazos de acolhimento porque entendem que poderá haver uma possibilidade das crianças virem a ser integradas na família directa ou na alargada.

MH – É fácil fazer esse trabalho de substituição da família?

AA – É. As crianças integram-se

bastante bem. Nós temos uma equipa de técnicos e os auxiliares têm facilidade de aproximação com as crianças. Ultrapassada a fase inicial em que é tudo novo, tudo é desconhecido, tem sido fácil. Mesmo uma criança que venha mais agitada, passados poucos dias já está bastante bem integrada.

MH – Como é que descreve o dia das crianças no centro de acolhimento?

AA – Completamente normal. A criança acorda, toma o pequeno-almoço, faz a higiene, vai à escola, depois vamos buscá-las no fim do horário. Nunca facilitamos no que diz respeito ao transporte. Temos, por exemplo, uma menina, que anda numa escola de formação no centro da Maia que já usa transporte público. Ela tem dezasseis anos, está cá porque tem um irmão e não é conveniente separá-los, e já faz vida normal nos transportes, sempre com o controlo necessário.

MH – Em relação ao voluntariado, há adesão da população?

AA – O voluntariado é uma situação que não é simples de cuidar.

Quando se fala em voluntariado as pessoas pensam sempre em estar próximas das crianças. E as crianças têm de lidar com pessoas de continuidade, isto é, sobretudo com funcionários que saibam o que elas gostam e não gostam, no fundo, que as conheçam bem. Depois, cada criança é um caso e algumas precisam da sua privacidade. Nós não temos de saber pormenores da vida das crianças, temos de saber dar-lhes um projecto de vida, é esse o nosso objectivo. Não há muita conveniência numa proximidade. O voluntariado que nós precisamos é de apoios. Por exemplo, dão-nos muita roupa e brinquedos e é preciso separar o que é bom e o que é mau, embalar, arrumar e já temos alguma dificuldade em encontrar voluntários para desempenhar tarefas dessas. Há uma senhora que vem cá uma vez por semana, (ela queria vir mais, mas nós não queremos que ela crie muita afinidade com as crianças), para fazer o papel

de avó, que desempenha muito bem; temos uma professora que vem cá para estimular a aprendizagem; temos terapeuta da fala; cabeleireiros; temos ginástica, enfim, temos a necessidade de ocupar os tempos livres, principalmente ao fim-de-semana e nas férias.

MH – E como é que a comunidade se comporta em relação à Causa da Criança?

AA – Há muita aproximação em relação à instituição, sobretudo nos fins de ano, mas durante todo o ano. Nós somos visitados, durante o ano, por grupos de catequese e escolas, mas, sobretudo nesta época, somos assoberbados com doações e nós até procuramos sempre que não nos ofereçam roupas e brinquedos porque temos muito material e utilizámo-lo não só para nós, mas para distribuição por outras instituições e famílias que precisam. No fundo, funcionamos um pouco como plataforma de distribuição porque não precisamos de tudo. Depois, procuramos que as pessoas façam doação sobretudo de produtos de higiene e alimentares, porque são coisas que consumimos sempre e é uma forma de evitarmos gastar dinheiro. Roupa e brinquedos temos sempre e numa reserva enorme.

MH – Nota, portanto, que as doações aumentam sempre nesta época.

AA – Sim, sim. Mas, como disse, durante todo o ano temos sempre muitas visitas.

MH – Como já referiu, roupa e brinquedos não faltam a estas crianças.

AA – Roupa e brinquedos não faltam. Nós estamos disponíveis para dar a outras instituições ou famílias que necessitem.

MH – Alguma vez recusaram brinquedos ou roupa?

AA – Não. Recebemos e oferecemos.

MH – Mas têm algum armazém para guardar todo esse material?

AA – Temos agora uma arrecadação que acabamos de construir.

Mas tínhamos e continuamos a ter

um armazém emprestado, com bastante material, que precisamos de desocupar na medida do possível.

A arrecadação será o nosso suporte de reserva e o armazém vai ser desocupado através de doações ao exterior.

MH – A que instituições costumam doar?

AA – Neste momento há uma Cruz Vermelha, de outro distrito, que está interessada. É um distrito com bolsas de carência definidas e que vamos tentar ajudar. Temos dado também a outra Cruz Vermelha do Porto que nos tem solicitado.

Enfim, nós estamos disponíveis.

Temos esse trabalho de recuperar, lavar, arrumar, encaixotar as coisas, referindo por fora os níveis etários, e depois doar. Utilizamos esse tempo para o bem de outros, porque quando nós abrimos houve uma instituição que se aproximou de nós e que foi a primeira ajuda que tivemos. Por isso, sentimos muito o quanto nos valeu nesse início, portanto, temos sempre esse espírito de ajuda.

MH – De que materiais é que a Causa da Criança mais precisa?

AA – Eu costumo dizer que nunca nos falta nada. Há, sim, coisas que vão acabando e, se não nos dão produtos de higiene, de limpeza e alimentares, nós compramos. Numa altura em que tínhamos um berçário com seis bebés gastávamos cerca de 1200 fraldas por mês. Temos de ter sempre algumas reservas. Um colégio que, por agora, nos vem visitar perguntou o que podia trazer e nós dissemos que se pudessem trazer produtos de higiene para as crianças fazia jeito e já soube que eles estão a sensibilizar os alunos para cada um trazer qualquer coisa nessa área.

MH – Quais são os critérios para associarem o nome da Causa da Criança a um evento?

AA – Os eventos têm de estar bem definidos, isto é, nós queremos e temos de viver com ajudas, de outro modo não sobrevivemos, porque o Estado, através da segurança social, dá as comparticipações que chegam para pagar, mais ou menos, o pessoal que temos. O resto das despesas temos de ser nós a suportar. É por isso que disse, há pouco, que só compramos quando chega ao dia em que precisamos e não temos. Ora, quando nos propõem alguma coisa e não é definido o modo como vai ser feita a ajuda, não podemos aceitar. Nós vemos na publicidade da televisão, por exemplo, o incentivo à compra de livros com a garantia de que dois euros vão para uma determinada instituição. Quando é assim nós aceitamos. Agora, quando um restaurante faz um jantar, tira aquilo

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A Junta de Freguesia de São Pedro Fins, deseja-lhe um Santo Natal e Óptimo 2010

que entender e o que sobra, que é indefinido é que vai para a instituição, não podemos aceitar.

MH – O que é que já aprendeu a trabalhar com estas crianças?

AA – O que entendo que me possa estar a dar algumas lições de vida são as necessidades demonstradas pelas crianças que acolhemos e também o exemplo que estamos a dar em relação a muitos outros que desconheciam esta situação e que, agora, conhecem. As pessoas têm, muitas vezes, a ideia de que os meninos andam aqui com roupinhas que os outros não querem e que são coitadinhos. As nossas crianças não são coitadinhas.

As nossas crianças vivem bem, nós temos a casa preparada para as visitas, independentemente da hora a que possam cá vir. São estes exemplos que nós damos, é este modo de estar que nos dá algum prazer em relação a quem cá vem.

Esta é uma estrutura que está aqui para servir, não os coitadinhos, mas quem, num determinado momento da sua vida, teve progenitores que falharam.

MH – Sente que a solidariedade das pessoas nesta época é sincera?

AA – É sincera, as pessoas demonstram preocupação, mas é sazonal. Nós temos solidariedade de continuidade. Temos pessoas que nos dão coisas durante todo o ano.

Durante o Verão as pessoas esquecem-se um bocadinho deste tipo de instituições, mas também não é preciso que as pessoas estejam preocupadas todos os meses, para isso estamos cá nós.

MH – Como é que vai ser o Natal na Causa da Criança?

AA – Vai ser um Natal como nas outras casas. Eu costumo cá vir na noite de Natal. Nesse aspecto, as nossas crianças são muito mimadas, nós fazemos tudo e temos capacidade para o fazer.

MH – Se tivesse de pedir uma prenda de Natal em nome da instituição o que seria?

AA – Genericamente, pedimos que as pessoas não se esqueçam das instituições de acolhimento. Há males sociais a que tem de ser a sociedade civil a dar resposta. Pedimos a todos que, uma vez por ano, se aproximem das instituições, visitando, doando e procurando aproximar-se das necessidades. Claro que nós não vivemos sem dinheiro.

Queria lembrar também que é possível, sem qualquer prejuízo para o contribuinte, na altura de preencher o seu IRS, inserir, num canto específico, o número de contribuinte de uma instituição e, assim, meio por cento do que vai pagar de IRS reverte a favor dessa associação.

Mariana Albuquerque

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sexta-feira 18 de dezembro de 2009

Sociedade

INICIATIVA

maiahoje

Realiza-se amanhã, dia 19 de Dezembro

Fundação Biológica vai ensinar a criar uma horta na varanda \\

A formação teórico-prática tem uma duração de seis horas e pretende que as pessoas invistam em varandas mais verdes e ecológicas.

Ter uma horta deixou de ser um privilégio apenas para quem mora numa moradia com terreno. A Fundação Biológica vai realizar amanhã, no Parque de Ciência e Tecnologia da Maia, a primeira edição do Curso BioHorta na varanda. Trata-se de uma formação teórico-prática de seis horas, destinada a todos os que pretendem aprender algumas técnicas para produzir legumes e condimen-

tares nas varandas e nos terraços. A Fundação já tem vindo a fazer cursos BioHorta, criação e manutenção de uma horta biológica. Daí até especializar as aulas para pessoas que vivem em apartamentos ou moradias sem terreno foi um pequeno passo.

«No âmbito de parcerias que a Fundação tem com outras regiões de outros países, verificamos que as hortas biológicas na varanda são

EMPREGO Multinacional quer chegar às 15 lojas

muito bem aceites pela população e têm contribuído para que muitas pessoas passem a ter varandas mais verdes e ecológicas», explicou Sofia Lobo, da Fundação Biológica.

Por não estimular o uso de químicos, o curso é útil para quem quer ter uma actividade de lazer útil e saudável. Além dos conhecimentos mais teóricos para a criação de uma Bio-

Horta na varanda, a formação envolve ainda uma forte componente prática. Para Sofia Lobo, «existem muitos pormenores que determinam o sucesso destas hortas na varanda».

A adesão tem ido além da Maia.

A Fundação Biológica tem recebido pedidos de outros concelhos para desenvolverem a iniciativa também

noutras cidades. Com um custo de 50 euros para o público geral e 45 euros para quem tem o cartão BioLogic@ da Fundação, a experiência é, sem dúvida, para repetir. «Haverá novas edições do curso no próximo ano», concluiu Sofia Lobo.

Andreia Azevedo

\\ Festa de Natal da EB1/JI Currais - Vermoim

Leroy Merlin abre loja na Maia \\ Empresa vai abrir quatro novas lojas. No início de 2010 abre a loja da Maia.

A multinacional francesa Leroy Merlin, especializada em bricolage, construção, decoração e jardim, vai abrir quatro novas lojas em Portugal.

Maia, Matosinhos, Alfragide e Amadora serão as áreas onde a empresa pretende criar 700 novos postos de trabalho, em 2010.

Em cada loja vão ser criados entre 100 a 150 postos de trabalho, distribuídos entre parceiros locais, instaladores, equipas de limpeza, segurança, cafetaria, e outros. De acordo com Olivier Jonel, director geral da Leroy Merlin, faz todo o sentido apostar na área da decoração, mesmo em tempo de crise. «É nossa convicção de que existe espaço para o mercado da bricolage e pub

renovação da casa crescer. Esta é uma realidade mesmo em tempos menos favoráveis», afiançou o responsável.

Representando um investimento de 60 milhões de euros, a primeira loja já foi inaugurada, no passado dia 27 de Novembro, em Alfragide e tem uma área de oito mil metros quadrados. Também a loja da Amadora foi aberta, no passado dia 7 de Dezembro, junto ao Dolce Vita Tejo. Para o início de 2010, está prevista a inauguração das lojas do Porto, nomeadamente na Maia e em Matosinhos. A multinacional pretende, no futuro, chegar a um parque de 15 lojas em Portugal.

O Natal para as crianças da Escola de Currais, este ano decorreu no auditório Municipal Venepor, na tarde do passado dia 11 de Dezembro. Ao todo eram cerca de 250 crianças a que se juntaram educadores, pais e familiares.

maiahoje SILVA ESCURA

sexta-feira 18 de dezembro de 2009

Sociedade

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Autarquia brindou mais jovens da freguesia

Festa para provocar o sorriso das crianças \\ A Junta de Freguesia de Silva Escura levou a efeito a sua festa de Natal no passado domingo. A iniciativa teve lugar no salão paroquial e destinou-se às 125 crianças e suas famílias.

O espectáculo circense deu ao evento as magias natalícias e brincadeiras para fazer rir e animar o público mais jovem, em especial as 125 crianças que foram contempladas com a prendinha que a Junta de Freguesia ofertou.

Como é habitual, o salão paroquial ficou repleto e a alegria esteve ao rubro, numa actividade que o presidente da Junta, José Torres Sousa Dias disse estar «com orgulho», por sentir que o espectáculo «agradou a todo o público presente». E lembrou que desde o ano de 2002 que assumiu pela

NATAL

primeira vez o cargo de presidente, tomou «como importante a promoção de uma iniciativa do género, uma vez que até então nunca se fizera algo igual na autarquia. Esta é uma oportunidade de provocar o sorriso das nossas crianças, que bem merecem este nosso carinho».

O autarca entende que a política de proximidade é assim que se faz, «estar ao lado daqueles que mais precisam. O Natal caracteriza e dinamiza a sociedade durante o mês que se atravessa. Nas ruas, nas escolas nas casas.

Os bolos e presentes, as ceias e festas

de Natal espalham a alegria, solidariedade e a amizade. Com esta festa pretendemos também proporcionar algum calor humano à nossa população». José Torres Sousa Dias esteve acompanhado pelo seu Secretário António Soares e Tesoureiro, Fernandino Teixeira e mostrou-se «sensibilizado» por contar com as presenças da Presidente da Assembleia de Freguesia, Clarisse Monteiro, do Reverendo Padre José Silva, e da Coordenadora da EB1 de Frejufe, professora Ana Maria.A Junta organizou bem a distribuição dos brinquedos às crianças inscritas.

Iniciativa da Junta de Freguesia pretende «envolver toda a comunidade»

«Natal Solidário em Moreira» beneficia Conferência de São Vicente de Paulo \\ Pelo quarto ano consecutivo, as colectividades e associações da Vila de Moreira uniram-se para celebrar o Natal. Este ano, o evento conta com uma «vertente solidária» que visa favorecer «os mais desfavorecidos».

Ao «Natal em Moreira», a junta de freguesia acrescentou a palavra «solidário». Tudo porque, segundo Albino Maia, o evento deste ano tem uma «intenção direccionada». «Todas as colectividades entenderam, em conjunto com a junta, que se devia fazer um Natal diferente dos anos anteriores, com a mesma vertente do ‘Natal em Moreira’, mas direccionado para aju-

FESTA

dar os mais desfavorecidos», aclarou o presidente da autarquia moreirense.

A Conferência de São Vicente de Paulo, foi a entidade escolhida uma vez que «está connosco neste projecto e tem relação directa com esses mais desfavorecidos», sublinhou.

A ideia que «já estava a ser fomentada há algum tempo» tomou forma na passada sexta-feira, com a abertura

de uma venda de Natal que visa «angariar fundos e géneros alimentares para que os que mais precisam sejam mais apoiados nesta quadra Natalícia», ressaltou o autarca.

Outra novidade implementada este ano foi a montagem de uma tenda em frente ao edifício sede da junta de freguesia. Tenda essa que concentra todos os componentes do evento: a venda de Natal, a exposição das colectividades e associações participantes e os espectáculos. «A tenda permite-nos associar o evento à vertente solidária. Uma vez que o ‘Natal Solidário em Moreira’ decorre ao longo de uma semana, conseguimos um maior impacto e proximidade com as pessoas que aqui circulam durante o dia», frisou Albino Maia. E aditou que se trata de um «espaço compatí-

vel com tudo, porque se tivéssemos tudo disperso o impacto não era o mesmo e o evento não seria valorizado da mesma forma».

O presidente da Junta de Freguesia da Vila de Moreira salientou ainda uma outra componente inerente ao projecto deste ano: a dádiva. «Todas as pessoas que pretendam dar algo devem entregar os donativos à Conferência e esta procederá à sua distribuição», esclareceu.

O «Natal Solidário em Moreira» tem como objectivo final «envolver toda a comunidade e criar uma onda de solidariedade memorável em toda a freguesia», concluiu Albino Maia.

Programa «Solidário» A venda de Natal, inaugurada na passada sexta, vai estar patente du-

rante todo o evento.

Relativamente aos espectáculos, o pontapé de saída foi dado pela Fanfarra dos Bombeiros de Moreira, na passada sexta. No sábado, o dia foi dedicado aos mais pequenos. A animação, com palhaços e Pais Natal e muitos brindes, foi o ponto forte da tarde que envolveu as crianças da Catequese. Domingo, foi a vez do Rancho Infantil de Moreira e do Agrupamento de Escuteiros subirem ao palco.

O grupo «Mania da Dança» vai animar a tarde de sábado, enquanto o ponto alto do evento vai acontecer no próximo domingo, dia 20. Pelo palco da junta de freguesia vão passar o Grupo Juvenil da Catequese «Cantar para Jesus», o Grupo Coral Litúrgico Dominical e o Grupo Regional de Moreira da Maia.

Rita Santos

Entrega de presentes decorreu durante três dias

Crianças da Maia receberam prendas especiais \\

Depois de um show de um leão-marinho, cerca de 700 crianças receberam livros, ao contrário dos habituais brinquedos oferecidos nos anos anteriores.

Livros e um espectáculo animado de um leão-marinho no Jardim Zoológico da Maia. Foram estes os presentes que a Junta de Freguesia da Maia, na pessoa do Presidente Carlos Teixeira, deixou no sapatinho das cerca de 700 crianças da Escola EB1 da Maia.

Durante todo o ano, tanto a autarquia como a escola, tentam estreitar as ligações, através do que, para Carlos Teixeira, «é uma troca de obrigações». pub

Ao contrário dos anos anteriores, a Junta de Freguesia da Maia deixou de lado os habituais brinquedos, e quis apostar num presente mais pedagógico. «Este ano houve uma saturação dos brinquedos normais. Então pensamos que talvez fosse mais aconselhável e educativo oferecer um livro, conforme o ano em que a criança se encontra», explicou ao Maia Hoje Car-

los Teixeira. Assim, durante os dias 14, 15 e 16 de Dezembro, cerca de 1400 livros foram entregues às crianças da EB1 da Maia. «Elas assistem a um show de um leão-marinho e no final recebem o livro. É uma festa simples mas, para nós, muito significativa», revelou o Presidente da Junta.

«Esta Junta sempre esteve na nossa proximidade»

Para Henrique Carrola, Presidente da Associação de Pais da Escola EB1 da Maia, o papel que a Junta de Freguesia da Maia tem desenvolvido em prol da comunidade escolar responde aos objectivos que a própria associação sempre adoptou. «Nós trabalhos juntos para atingir um mesmo objectivo, com uma missão de cidadania e serviço público», salientou. A Associação de Pais sempre trabalhou de mão

dada com a Junta de Freguesia da Maia, partindo sempre do mesmo princípio: «Isto deve ser uma parceria.

Não podemos vir só pedir subsídios, mas temos que ajudar também. Queremos passar às crianças este sentido de cidadania», esclareceu Henrique Carrola.

Andreia Azevedo

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sexta-feira 18 de dezembro de 2009

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maiahoje

COMUNICADO António Bragança Fernandes, por si e na qualidade de Presidente da Câmara Municipal da Maia, vem, em face das recentes notícias publicadas a propósito de uma diligência judicial, prestar os seguintes esclarecimentos: 010203-

0405-

Está em curso uma investigação judicial que radica numa denúncia anónima apresentada em 2008.

No âmbito deste processo foram realizadas buscas domiciliárias aos diversos visados na referida denúncia anónima e no edifício da Câmara Municipal, e não apenas nos domicílios do Presidente da Câmara e do Vice-Presidente da autarquia.

Com o fito de esclarecer os factos denunciados anonimamente foram recolhidos diversos documentos e dossiers relacionados com a actividade municipal, e residualmente elementos bancários, que são, aliás, periféricos relativos ao conteúdo da investigação.

As buscas decorreram com serenidade e contaram com toda a colaboração dos intervenientes.

Nenhum dos visados foi constituído arguido.

Aguarda-se, assim, o decurso das investigações, acreditando que o desenvolvimento do processo e as instituições envolvidas possam, definitivamente, contribuir para o esclarecimento dos factos.

Maia, 14 de Dezembro de 2009.

António Bragança Fernandes PUB

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sexta-feira 18 de dezembro de 2009

Natal

maiahoje

O Pai chegou para o Natal \\

Contos de Natal A semente \\ Artur Bacelar*

Era Natal, luzes frias vagueavam no olhar daquela mulher de anos pesados. É Natal, pensava.

Pensava sobretudo nas folhas de calendário que foram caindo ao ritmo da vida apressada. Pensava na semente que consigo ainda trazia e não fez florir.

Sozinha, no sofá junto à janela, o copo de conhaque elevava-lhe recordações do porquê?

Porquê? Porquê?

A experiência e as molduras granjeadas pelos diplomas tornavam a sala pequena sobre a sua questão. Porquê?

Pilhas de livros em forma de monumentos erigidos, com o seu nome a dourado, estampavam o conhecimento e respondiam silenciosamente ao porquê.

Porquê? A resposta não escorria na mesma proporção que o

deslize dos ponteiros do teimoso adereço.

O som do sino daquela obscura entrada onde se perfilavam os infortunados em busca de aconchego, fê-la recordar a infância quente dos braços maternos.

- Amor! Escorreu a resposta como um balde gélido clarificador.

Levantou-se, esqueceu os dourados pendentes que a rodeavam e vestindo o agasalho desceu à rua juntando-se aos que aguardavam a sua vez para o aconchego liquido da porta de chapa.

Para sua surpresa, a conversa com os companheiros fluiu como as milhares de palestras que proferiu.

O coração encheu-se, quente de um fluído há muito esquecido mas não estranho. O Amor.

Recordações caiam. Lembranças químicas de momentos de felicidade.

Ao ritmo das memórias, percorreu apressadamente a longa avenida e prostrada junto a um velho edifício entrou. Esperançada bateu à porta.

Um homem de rosto queimado pelas réguas da vida entreabriu um palmo de porta.

- Tu? - Sim! - Porque não voltas para casa, precisas de ajuda? Queres que te leve a casa? Tu não precisas de ajuda. Tu tens tudo.

- Sim. Não. Não sei. Acho que descobri que te amo. Que me fazes falta. Que o mais importante é como dizias a família.

Achas que podes receber esta velha que se perdeu?

De sorriso estampado, um movimento deixou vislumbrar todo o interior daquela casa, cheia de aconchego, parca no mobiliário.

- Esperava há muito este momento. Não sei se estou preparado, disse o homem que cresceu e irradiou uma energia sufocante.

Abraçaram-se e no calor do interior trocaram doces palavras que indiciavam que o Natal seria para o ano.

Afinal sempre há esperança… até à última semente. *Jornalista Jornal Maia Hoje

Rita Santos*

A miúda tem onze ou doze anos. É alta para a idade, muito magrinha, braços fininhos enfiados numa camisola grossa.

Está muito frio nessa manhã de 25 de Dezembro de 1976. A miúda passa pela manhã de presentes e de abraços, mas antes do almoço vai-se embora – vou dar uma volta. Pega na bicicleta, uma antiga de selim de cabedal, alta demais para ela, não chega com os pés ao chão, mas é de senhora, basta dar um salto para parar e sem quadro é mais fácil. Já está habituada.

Não leva casaco apesar da temperatura ser muito baixa. O dia é de sol, um dia de Inverno em que o céu é muito azul e, àquela hora, quase não há sombras. Agarra na bicicleta e vai-se embora.

Pelo caminho de poucas ruas e alguma estrada até chegar aos caminhos de terra, seca agora depois de uns dias bons, embora os buracos de mau tempo se mantenham, o Natal e a vida vão passando como os postes de electricidade. Presentes pelo canto da visão, prescrutados com olhos que marcam mas não registam. Na idade das emoções, num dia de

A Laranja \\ Mariana Albuquerque*

Tudo ou nada é o que nos distingue. Vejo-o na rua, todos os dias, a passar ao lado da mercearia, e reconheço nele a minha inocência, esta mania adorável de ver o mundo só de um ângulo que é tão característica dos miúdos de seis anos. A mesma falta de atenção a atravessar a rua, o mesmo hábito de caminhar com os cordões por apertar, o mesmo capricho de levar aquele brinquedo especial para todo o lado. Mas um olhar diferente, despido de vida e despido de alma.

Quero falar com ele, mas não sei se devo. A minha mãe diz-me para não falar com estranhos. Oh, mas há tanto para discutir neste nosso mundo de cromos coloridos, cadernos riscados e ilusão verdadeira! As pessoas grandes não nos levam a sério porque desconhecem as nossas certezas. Quero falar com ele porque não sei se ele é feliz como eu sou. Sento-me aqui, nesta escada de pedra, e espero que ele apareça a subir a rua, pé ante pé, com aquele olhar repleto de “não sei o quê”.

Nem reparei que já se estava a aproximar. Hoje parece-me mais magro, mais pequenino e mais pálido. Não percebo o que faz ali parado, todos os dias, em frente à

janela dourada aberta. Espera uns minutos e depois dirige-se à porta da mercearia de onde salta uma laranja bem redondinha acompanhada de um enternecido “olá meu Francisco”. Pelo menos já sei como se chama e é hoje que vou chamálo para brincar.

- Olá Francisco.

- Como é que tu sabes o meu nome se eu nunca falei contigo?

- Ouvi o senhor António da mercearia. Queres brincar?

- Quero, mas só tenho este camião de madeira que o meu avô me deu antes de morrer.

- Então podes pedir muitos presentes agora no Natal.

- No Natal? O que é isso?

- É o nascimento de Jesus, aquele menino bebé que vemos nos presépios. Ele nasce, traz-nos as prendas que pedimos e parece que é o nosso salvador.

- Não é o teu Jesus que me dá comida todos os dias. É o senhor António. Por isso é ele o meu Jesus e o meu Natal.

Estou sem chão. O Francisco foi embora em passo acelerado e, até agora, não havia espaço no meu mundo para meninos que não sabiam o que era o Natal. O cheiro a canela que sai da janela dourada enjoa-me, pela primeira vez na vida.

Agora percebo as atitudes do Francisco. O olhar arregalado de felicidade ao olhar para a laranja e o abraço que deixava as bochechas do senhor António cheias de rubor.

Os meus pais dizem que Jesus nasceu para nos salvar. Mas o Francisco é o corpo da solidão e é o

velho da mercearia que lhe dá a laranja que o miúdo come com tanta satisfação. Ele não sabe o que é o Natal, mas é feliz naquele andar descontraído e na admiração que tem por quem o ajuda.

“Não é o teu Jesus que me dá comida. O senhor António é o meu Natal”. Esta frase martela-me na cabeça e magoa-me o orgulho. Não sei como é que sinto isto, sou só um miúdo. Mas dói. Dói perceber que as pessoas grandes não percebem nada de nada e tentam enganarnos.

O Natal, para mim, nunca mais vai ser o mesmo. Tenho muito mais respeito por ele agora. Desprendome, hoje, da frieza e da futilidade de meia dúzia de caixotes embrulhados em laçarotes irritantemente coloridos e de um conjunto de figuras de porcelana pintadas à pressa por alguém que nem sabe distingui-las.

Solto-me do cheiro a fritos, dos abraços sazonais e dos telefonemas de quem nunca está presente, a não ser nesta época.

O Natal do Francisco é o senhor António e ele é o seu Jesus. É só um velho gordo, de avental sujo e andar arrastado, mas representa, para o miúdo, o menino nas palhas deitado. Hoje cresço e sofro. O Natal perde magia e ganha bom senso e lucidez. Ninguém tem de duvidar, ninguém pode duvidar, porque cada um tem o seu Deus e…

- Acorda filho, já é dia de Natal!

- Já vou mãe, estava a sonhar, já vou! *Jornalista Jornal Maia Hoje

sentimentos mais complicados, tudo fica gravado mas não há lógica, apenas velocidade nas descidas e o frio a cortar a cara, as orelhas e os nós dos dedos.

Creio que é disso que ela se lembra melhor: das mãos a apertarem com muita força o guiador e dos dedos gelados.

Se olhar para baixo ainda consegue ver essas mãos, o guiador, a roda da frente e o chão a rolar muito depressa. Não há árvores nem vinhas nem couvais, só estrada e roda e movimento. E frio, esse frio que entrou sem se notar pela vida dentro, mas deixou de passar.

Aos onze, doze anos, sabese bem que se viveu uma revolução há algum (muito) tempo.

Sabe-se e sente-se que essa revolução que trouxe uma data de coisas boas que dizem que sim, a ela lhe tirou quase tudo: a vida, o sol tropical, a casa, os brinquedos e os livros (esses acabam todos por chegar, pode-se deixar tudo mas os livros das miúdas não, esses vão, e foram e chegaram e ainda existem), as amigas e a escola, a praia, o mar quente. E a família, que se consubstancia toda ela numa só pessoa, esquecidos avôs, tios e primos, porque o pai não veio. O pai ficou no meio da guerra que se adivinha muito bem, porque a miúda não é desconhecedora da guerra, do som dos tiros e dos morteiros, do racionamento e do recolher obrigatório, das barricadas nas ruas, de algum medo e muita euforia,

do arrancar da cama a meio da noite e idas para a cave, dos aviões cheios e do ‘entregue à hospedeira’. O pai ficou lá e manda cartas e fala com a mãe muito pouco, três minutos, e manda beijinhos, gosta muito das filhas e tem muitas saudades.

Ela, a miúda, conhece também o sabor da liberdade. Depois das aulas, todos os dias, fecha-se numa divisão ainda mais gelada da casa gelada, olha para as estantes de todas as paredes e escolhe, hoje vou ler este. Ninguém a impede, já tem idade para ler tudo e lê tudo. Isso é uma coisa boa, o isolamento e as folhas. Arriscase e escreve algumas também e depois rasga. Mas pode fazer isso tudo, ninguém não a deixa fazer. Pensa: é o que tem. Nem tudo é mau.

Mas nessa manhã de Natal, nada disso conta. Só há uma coisa no mundo que é a estrada debaixo das rodas, as mãos geladas e a velocidade. Porque assim, o que possa eventualmente saltar dos olhos (que negaria a toda a gente, principalmente a si mesma) nem se nota, voa para os lados e não rola: não existe. E do que se lembra, nas mãos já brancas de força e frio, é a fúria de uma alegria que a há-de aguentar toda a vida, essa fúria de felicidade feroz, em momentos parecidos: o pai chegou para o Natal. *Jornalista Jornal Maia Hoje

Da casa da saudade para o Pai Natal \\ Andreia Azevedo*

«Querido Pai Natal, Estou triste. Escrevo-te porque estou triste e quero chorar.

Queria poder dizer que é Natal e que o ar cheira a mel e a sonhos, aqueles que só ela sabia fazer.

Mas não consigo. O ar está pesado, muito pesado para uma criança que só queria poder sorrir e saltar de alegria ao ver-te, barrigudo e enérgico, a descer por aquela lareira. A lareira que, este ano, pela primeira vez, eu não vi.

Estou sentada, cabisbaixa, com um lápis já pequeno de tanto afiar, a escrever palavras que para mim não fazem sentido.

Como este Natal...

Já não estou naquela casinha de pedra, onde eu respirava calor. Já não vejo a sala cheia, com caras que me transmitiam uma união inquebrável. Já não vejo a avó, pequenina e ternurenta, a chamar-me para sentar naquele colo que tantas e tantas vezes me amparou. Também não o ouvi, com aquela voz inconfundível, a espalhar magia entre nós, pequeninas abelhinhas, que andavam à procura do saco de rebuçados de mel que ele tão bem escondia. Hoje não me cheirou a

Natal. Não os tive comigo, não vi aquelas duas velhas figuras que me sabiam aquecer o sorriso e o coração. Senti falta, uma falta que doeu.

Querido Pai Natal, não te escrevo para pedir aquela boneca que vi no outro dia na televisão e me deixou colada à espera que a minha mãe visse e percebesse que era aquilo que eu ia querer este Natal. Não quero um casaco igual ao da Rita, aquele que eu implorei para ter. Só queria sentir, mais uma vez, o calor daquele colo e a doçura daqueles rebuçados, que mais do que mel, sabiam a amor, pela família. Uma família que eles sempre quiseram unida e que, hoje, eu não encontrei. Por favor, devolve-me o que perdi. Beijinhos, Matilde.»

As lágrimas caíram. A pequena Matilde que um dia escreveu esta carta, é hoje uma mulher que chora quando o tempo teima em não voltar para trás, como ela tanto desejava. «Eu era forte e maior do que o tamanho que tinha», pensou ela, fechando a carta e voltando a guardar naquela caixinha onde coloca as suas memórias e segredos. Sabia o que aquela carta significava, mas sobretudo, sentia aquelas palavras como suas. Saudade.

Revolta. Incompreensão. Até hoje, o sentimento é o mesmo.

Aquele aperto no peito, o vazio, a incapacidade de sentir o Natal como uma festa de família, de ver uma mesa onde o prato principal é a união cozinhada pela avó

Maria e pelo avô Miro. Não sabe onde tudo foi parar. Mas hoje, com vinte e sete anos, Matilde encontrou a resposta naquelas palavras sem sentido, escritas, há muito tempo, num dia triste, pela Matilde de 12 anos, com o seu velho lápis de carvão. Os anos passam, as pessoas saem da nossa vida e as nossas rotinas mudam. Há dias em que não queremos uma boneca ou uma peça de roupa para suportar os Invernos mais rigorosos. Nesses dias, o que nos aquece é um abraço apertado, um beijo na cara paralisada pelo frio ou, simplesmente, queremos sentir saudade.

Sim. A saudade aquece. «Hoje tenho muito frio», disse a Matilde mulher. «Olha para o céu e procura o nosso calor», sussurrou a menina forte que ainda existia dentro dela. Ergueu a cabeça e, lá do alto, o Pai Natal devolveu-lhe o que ela um dia tinha pedido.

Duas luzes muito fortes, duas estrelas, lado a lado, como sempre.

Ela nunca as tinha visto, mas sabia que eram suas. Deram-lhe o calor que precisava e que só sentia naquela velha casinha de pedra. Sorriu, apertou os braços contra o corpo e prometeu: «Sempre que for Natal, vou ouvir a pequena Matilde. Neste dia, ela é muito mais forte do que eu um dia irei ser... é a minha criança, aquela que ainda sente o colo quente e o sabor do rebuçado de mel». *Jornalista Jornal Maia Hoje

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maiahoje

sexta-feira 18 de dezembro de 2009

Natal

Um conto de Natal Inédito \\ Fernando Pedroso

Uma história verdadeira Que hoje aqui se renova Onde a figura primeira Foi Freitas de Vila Nova Um conto sentimental Cinquenta anos passados Numa noite de Natal Dos que devem ser contados Era muito conhecido De todos muito querido Mas era doente mental Diziam quando estudante

Fora aluno brilhante Por excesso ficou mal

Uma acção de alto relevo, Raro é ver-se coisas destas!

Tornara-se então mendigo Mas eu era seu amigo Ía dando o que podia Tudo o que tinha dado Ele dizia emprestado P’ra pagar num qualquer dia

Trazia com ele uma prenda Broa doce de Natal Fez-me então essa oferenda Mais que ouro p’ra quem entenda, De valor sentimental

Era eu ainda puto Quando isto aconteceu Mas por isto escrevo e luto P’ra mostrar lição que deu Onze da noite e choveu Ele ao frio me esperava, Quando me apareceu Com voz forte diz sou eu…

Eu sou homem de palavra!

Venho pagar o que devo E desejar Boas Festas,

Sei de pessoas eleitas Muito aquém do Tone Freitas, Não fariam tal proeza, Foi uma grande lição Que tocou no coração Com dignidade e beleza Foi d’um doente mental Esta prenda de Natal Com sentido tão profundo, Ficou bela recordação E uma grande lição, Talvez única no mundo.

É Natal \\ António Sá

Alegrem-se os Céus e a Terra Cantemos com alegria Nasceu o Deus Menino Filho da Virgem Maria

\\ PRÉMIO

Acordai por vosso bem Há alegria em todo o lado Correi todos a Belém Levai o vosso gado

Por este Portal Sagrado Entrai todos entrai Saudai o menino Adorado ELE é o vosso pai

Ide depressa pastores Ver se o menino está bem Levai prendas do melhor Que na vossa casa tem

Beijai com amor Na face na mão ou no pé O menino Redentor Jesus de Nazaré

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Sempre diferentes, mas iguais! \\ Lígia Maciel

Era uma vez um rapazola muito traquina, sempre de fisga no bolso, calças enlameadas, cabelo desalinhado e nariz batatudo. Como não gostava de ir à escola nem de obedecer ao que os seus pais lhe diziam, saía sorrateiramente da sala de aula e ia brincar para a densa floresta, perto de onde morava. Enquanto caminhava, gostava muito de fazer troça e de maltratar todos aqueles que se cruzavam no seu caminho só por ser maior e mais forte.

Normalmente o rapazola andava sozinho porque não tinha amigos, já que todos fugiam dele.

Isso fazia-o sentir-se muito triste.

Um dia, enquanto deambulava pela floresta, encontrou um animal muito estranho de pêlo castanho, armação na cabeça, cachecol e nariz encarnado.

Tinha um tal porte imponente que ele teve medo. Enquanto o animal bebericava do riacho, decidiu aproximar-se. Este olhou para ele com ar muito mau.

“Quem és”? perguntou o

insurrecto, “O que fazes na minha floresta?”

O animal continuou a beber a água. “Sabes tu quem eu sou? Eu sou o dono desta floresta, aqui todos me temem!”

O imponente animal começou a rir-se em altas gargalhadas. Não conseguia parar.

“Porque te ris tu? Por acaso disse alguma graça?” retorquiu.

O animal aproximou-se dele e num tom grave respondeu: “Eu sou o Rodolfo, a Rena. Esta floresta é de todos, não é só tua!

E não sei quem tu és pequeno miúdo narigudo.”

A sua voz ecoou de tal forma na floresta que o menino tremeu de medo. Nunca ninguém tinha falado com ele assim.

“Quem é que tu pensas que és?

Eu nem te conheço. Ainda por cima tens esse nariz encarnado tão esquisito!”

A Rena ficou muito triste.

Cabisbaixa, confessou “Eu sou da Lapónia. Todos têm medo de mim, por isso estou aqui. Não consigo ter amigos. Sou muito grande e forte mas não faço mal a ninguém. Queria muito ter um amigo verdadeiro para poder conversar, brincar e rir mas todos fogem de mim. Não sei se é por causa do meu nariz vermelho…”

O menino sentiu-se muito

triste pelo Rodolfo. Compreendia o que estava a sentir porque também ele era grande e forte, não tinha amigos e, por vezes, brincavam com o seu nariz batatudo.

“Queres ser meu amigo?” perguntou sorridente. Os olhos do Rodolfo brilharam e encheram-se de esperança.

“Anda daí, amigo Natal” disse o Rodolfo “vamos passear”.

E lá foram os dois, deambulando pela floresta fora.

“Será que há mais animais e crianças como nós? Fortes e grandes e que não conseguem ter amigos?” interrogaram-se.

“Vamos descobrir!” disse Natal “e prometo pedir desculpa a todos aqueles que magoei.”

Então, o Natal deixou de ser mau rapazola e pediu desculpa a todos os que tinha magoado até então. Chegou mesmo a fazer bonecos à mão para todos, obtendo, assim, o seu perdão!

Ainda hoje o Natal, que já não é um menino, e o Rodolfo, viajam pelo mundo inteiro recompensando todos aqueles que se portam bem na esperança de que os que se portam pior se apercebam dos seus erros e possam mudar!

“Fazer bem e compreender os outros, recompensa!” anunciam felizes e satisfeitos.

Barca

MAIA HOJE PARA CONTO DE NATAL “Amizade verdadeira”

Nuno Dantas

José era um puto diferente.

Consciente, bondoso. Um jovem homenzinho que por acaso era pobre.

Tinha um amigo ainda mais pobre do que ele que se chamava Joaquim e era um ano mais novo . Ambos partilhavam o sonho de se tornarem astros do futebol mundial como outras tantos miúdos. No natal a mãe do José oferece-lhe uma bola de futebol com muito sacrifício e este ficou muito feliz e agradecido pela prenda da sua Mãe. Depois do iniciodo ano volta à escola e reencontra o amigo pergunta o que este recebeu ao que ele responde que não recebeu nada, que o pai natal se tinha esquecido dele, mas a verdade é que a mãe do Joaquim como era muito pobre não teve dinheiro para comprar uma prenda para o filho, o que deixou o Joaquim destroçado. O José ao ao ouvir a história do amigo disse que o Pai Natal, certamente tinha-se enganado e pensava que o Joaquim era espanhol e só lhe ia trazer a prenda no dia de Reis, por isso que não temesse que iria receber o seu presente. Ao que o Joaquim primeiro um pouco desconfiado, mas depois convencido pelo amigo mais velho e mais sábio, acreditou na história.

Então dia 6 de Janeiro o José lá embrulhou a bola que tinha recebido para o amigo e deixou-a na cama do seu quarto, com uma nota que dizia “desculpa o atraso... pensei que eras espanhol” assinado Pai Natal. O Joaquim pulou de alegria ao ver a bola embrulhada, rasgou o embrulho num ápice e chutou a bola pela casa toda, contra a parede, por cima da mesa, quase que ia atropelando o gato!!!

A mãe aflita sugeriu-lhe:

- Ó filho, porque não vais jogar lá para fora?

-ok mãe. respondeu.

Correu a casa do amigo para mostrar o que Pai Natal lhe tinha trazido. Como estava feliz o Joaquim!!! O José que morava em frente ao Joaquim viu a mãe do Joaquim a agradecerlhe com um gesto de janela para janela. Prédio para prédio.

Olha o que recebi do pai natal!!!Yeeei!!!!YYYUUPPI ahahaah!

Gritou.

-Vamos jogar!!! disse ele.

-Na boa. Respondeu o José.

Nisto entra a mãe do José e vê a algazarra que o Joaquim provocou com a sua nova bola . “não é a bola que....” Joaquim pisca o olho a sua mãe e faz o gesto «shiu para » esta se calar, ao que ela atabalhuada acrescenta perante o olhar dos rapazes, “Que usam na primeira liga? É muito bonita!!é é! Sim senhora!!

Disse assim meio atrapalhada.

- Vá...vão lá pra fora jogar que quero fazer o jantar!!

O José olhou, fitou a mãe com alivio e deixou sair um suspiro.

Quanto ao Joaquim não se tinha apercebido do que se passara pois estava felicíssimo da vida.

Saíram para a rua e jogaram até ser hora de jantar e as respectivas mães os chamarem pelas janelas dos seus apartamentos.

No ano seguinte Joaquim mudou-se para outra cidade com os pais e os dois amigos nunca mais se viram.

Os anos foram passando e as vidas mudando. José teve de abandonar a escola no 11º ano tinha então 16 anos e começou a trabalhar na construção civil. A condição dos pais pouco tinha mudado e José precisava de os ajudar nas despesas de casa .

José tinha sido um bom aluno até então com boas notas. Deixava a escola para trás com sentimento de mágoa e tristeza.

Era natal de novo e da janela do seu quarto observava a vida do seu

bairro, miúdos a jogar à bola, o vizinho de cima a passear o cão , enquanto fumava um cigarro e pensava em dias melhores.

A vida corria rotineira e os anos passavam , continua a trabalhar nas obras mas já era mestre, gostava de ver nascer as casas do papel. Darlhes uma vida, matéria, tijolos e alicerces. “alma” dizia. O trabalho era duro mas gostava que fazia, de interpretar os projectos no papel e com a sua equipe mandar-se ao trabalho!! Quanto ao Joaquim, só muitos anos se apercebeu que o gesto simpático do seu amigo de infância.

Joaquim tornou-se um futebolista de renome mundial, e jogava actualmente no Real Madrid em Espanha. José por vezes via os jogos do seu amigo de infância pela televisão , mas nunca o tentara contactar pois como este nunca voltara a sua cidade onde foram vizinhos, pensou também que tinham vidas totalmente diferentes hoje em dia e que talvez o Joaquim até já não se lembrasse dele. As vidas dos nossos amigos continuaram, um a colocar tijolos e a erguer casas , o outro a marcar golos e a comprar casas.

Num dia invernal, chovia copiosamente e José empoleirava-se nos andaimes mais uma vez até que se deu o acidente, escorregou e caiu de costas no soalho lesionando-se em duas duas vértebras. Usou coletes de protecção durante uns tempos e procurou descansar o mais que podia e não levantar pesos.

Mas inevitavelmente teve de voltar ao trabalho,à vida dura . O seu filhoprecisava de comer e estudar e ter tudo o que não teve. Queria dar-lhe uma vida boa sem privações. As dores continuavam e o médico disse-lhe que a única solução era fazer uma artrodese, uma operação à coluna, que fixa as vértebras lesionadas com parafusos para que estas fiquem mais rígidas libertando assim o paciente da dor, mas podendo na mesma fazer os movimentos do dia a dia. O médico de fa-

mília recomendou-lhe um médico espanhol que era um perito na matéria, mas o único senão é que seria o José a suportar os custos da viagem, operação e estadia.

-“Que vou fazer doutor?” Questionou-se angustiado. Estava de rastos. Ainda pensou vender o carro mas este já o tinha vendido no ano passado para fazer face às despesas do ano transacto. No café do bairro os amigos e vizinhos fizeram um peditório, a televisão chegou a fazer uma reportagem e tudo e o dinheiro enfim chegou de um único benemérito. José sorriu como já não acontecia a muito tempo. Numa segunda feira de manhã , José tomava o café no aeroporto Sá carneiro.

Destino: Madrid e por quanto tempo? Indeterminado...

Nunca tinha andado de avião e estava emocionado, parecia um miúdo. Nele estava estampado a felicidade do Mundo!! No descolar sentiu a potência dos motores empurrarem-no para as costas do banco, mas por momentos esqueceu as dores nas costas e deliciouse com a experiência. Saboreou as pequenas doses de comida de avião e as latinhas de refrigerante.

Viu o sol sobre as nuvens e viveu a paisagem mais bela que já tinha visto. Imaginou-se a dormir uma soneca nas nuvens de algodão, ou então a saltar de nuvem em nuvem em em cambalhotas acrobáticas, tal como as imaginara na sua infância.

A estadia em Espanha foi mais stressante. José tinha medo de hospitais e ir ao médico não era para ele uma visita agradável. Ficar no hospital internado deixava-o apreensivo, mas tinha de ser e última coisa que viu foi aquela luz muito branca de sala de operações . A anestesia fez o seu efeito e José adormeceu tranquilamente.

-Onde estou? Acordou ele atordoado ainda sob o efeito daanestesia.

-Relaxe.Disse a enfermeira. Vai

ter muito tempo para ficarbem. Pelo menos foi o que percebeu já que não sabia nada de espanhol.

Olhava pela janela, chovia também e estava pensativo, até que batem à porta, “Posso?” ouve-se e José fica de queixo caído a olhar para o homem que entrou no seu quarto.

Trazia debaixo do braço uma bola usada pelos anos e anos de jogatina e já tinha as cores desbotadas . A bola era a que José deu a Joaquim quando este tinha 6 anos , e o Homem à sua frente era de facto Joaquim. Ou “Roaquim” como diziam cá em Espanha. O grande jogador de futebol!! O ícone do desporto rei estava ali!! Deixando-o completamente supreendido.

-Quim!! exclamou José. -Há quanto tempo!!!

-Zé!! Que bom ver-te!! ainda bem que correu bem a operação.

Atalhou Joaquim.

-Como soubeste? Perguntou José.

-Vi na televisão uma reportagem sobre ti...que te tinhas magoado nas obras...e precisavas de uma operação...então...Respondeu Joaquim.

-Então foste tu? Foste tu que enviaste o dinheiro? Perguntou novamente o José.

-Sim fui...respondeu timidamente o Joaquim.

José abraçou o amigo longamente e falaram longas horas, sobre as suas vidas, a sua infância e agora o seu reencontro. José disse-lhe que se tinha magoado nas obras, onde trabalhava -“ E o que vais fazer depois de sair do hospital?” perguntou Joaquim. “Não podes continuar a trabalhar nas obras, tens de pensar na tua saúde, no teu filho, já não podes fazer esforços físicos!!...”

-Não sei. Respondeu absorto José. Quando era novo gostava de ter sido arquitecto...Riu-se resignado. A vida não permitiu... Concluiu.

A chuva caía em Madrid, assim como o fim da tarde. Os dois amigos despediram-se mas prometeram nunca mais perder o contacto um do outro.

Passaram 8 anos após o acidente e é Natal mais uma vez. Faz bom tempo em Madrid quando o avião aterra vindo de Portugal com José, a mulher e o filho. Vão passar a consoada a casa de Joaquim que está a retirar-se de uma carreira cheia de glórias no futebol. Na noite da Natal, o Joaquim oferece outra bola ao José, só que esta é de golfe.

-“Para começares num novo desporto....!!” e todos se riem. “Porreiro!!” atira animado o Joaquim e simula um swing no ar. “Ah mas também tenho um presentinho pra ti...consegues adivinhar? Não é um cd....” ri-se animado.

Joaquim oferecera-lhe um recorte de jornal emoldurado onde vinha um artigo sobre promissor “jovem” arquitecto de 35 anos que começava agora a carreira mas com muito talento . Os dois amigos abraçaram-se ternamente e José agradeceu-lhe o facto de Joaquim o ter ajudado financeiramente a família de José o que lhe permitiu voltar aos estudos e tornar-se arquitecto. Brindaram com Porto e prometeram que o próximo natal seria em Portugal, na casa nova, projectada pelo José.

Cai a chuva lá fora e os miúdos estão a fazer uma grande cowboyada excitados com os presentes de natal...............e Boas festas!!!

O leitor premiado ganhou uma viagem para duas pessoas com destino à escolha para Girona (Barcelona); Madrid; Saint-Etienne ou Baden-Baden. Oferta de RyanAir. Consultar condições na redacção do jornal

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\\ PRÉMIO

maiahoje

MAIA HOJE PARA CONTO DE NATAL “ Um Natal diferente”

Orlando Leal

Lá fora estava uma chuva diluvial, Joaquim observava os clientes a entrar no centro comercial numa corrida apressada e saltitante, tentando ao mesmo tempo fugir rapidamente da chuva e desviar-se das poças de água que se iam acumulando pela calçada.

Olhou para o outro lado e viu o cimo das escadas rolantes que ascendiam desde o parque subterrâneo, onde encontrava pessoas apressadas, a tentar furar à frente das mais vagarosas, e crianças, com os pais, que entravam em busca do presente desejado. Mas nada que fosse novidade, era já o terceiro natal que passava enquanto vigilante naquele centro comercial.

Fez, então, um movimento corporal e o Segway começou a moverse pelo corredor do primeiro piso.

O Segway era, sem sombra de dúvida, uma das melhores coisas que lhe tinha acontecido nos últimos anos, isso e o blusão tipo CSI com o nome da sua empresa, com letras brancas vistosas.

A partir da conjugação destes dois “equipamentos”, a vida de um segurança de centro comercial deixou de ser a mesma, passaram a ser mais altivos, mais vistosos e com muito mais “pinta”, pelo menos era a sensação com a qual Joaquim ficava, principalmente quando se deslocava no seu Segway pelos corredores e observava os olhares das pessoas, principalmente das crianças…

Aliás, este novo visual até o tinha ajudado no seu relacionamento com Mafalda, uma empregada de uma sapataria do rés-do-chão, com a qual engraçara desde que se cruzara com ela pela primeira vez, há mais de dois anos, mas só ganhou coragem para a convidar a ir ao cinema depois de estar equipado com o seu impecável blusão em cima do Segway, se bem que não tenha sido bem em cima da dita máquina!

Na verdade, a história do cavaleiro andante dos tempos modernos não era assim tão romântica.

Não pensem, pois, que Joaquim foi ter com a sua amada Mafalda em cima do seu cavalo (ou Segway) e vestido com a sua armadura reluzente (ou blusão da empresa), nada disso.

Tudo aconteceu há uns meses atrás quando Joaquim recebeu o seu novo meio de locomoção, para o qual teve a devida formação, faltando-lhe, contudo, a experiência. E ao passar entre a praça da alimentação e os cinemas, o seu olhar cruzou-se com o de Mafalda.

Quis fazer peito, como qualquer macho quando reconhece uma fêmea, mas a prática era pouca e lá

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sexta-feira 18 de dezembro de 2009

Natal

se foi espetar contra o cartaz que anunciava a ultima estreia cinematográfica.

Se houvesse ali um buraco onde coubesse ele e a maldita máquina de duas rodas certamente se teria enfiado nele, mas após o estrondo e a gargalhada geral dos clientes que por ali passavam, veio um momento de esperança e de pânico… Mafalda dirigia-se ao seu encontro: - Então, magoou-se?

Joaquim ainda meio atordoado olhou em redor e viu Mafalda debruçada sobre ele com cara de preocupada, enquanto que, de soslaio, olhou um pouco mais em frente e observou uns sorrisos comprometedores das colegas da sapataria e começou a falar como se não houvesse amanhã: - Não, menina Mafalda… Está tudo bem… São estas máquinas, sabe… Mas é uma questão de hábito, o formador bem disse que, em média, eram três tombos, um já está só faltam dois… e depois estes tipos do cinema sempre a colocar estas tabuletas no meio do caminho… Mas, enfim, sabe como é eu…

- Bem, pelo menos ainda consegue falar, (interrompe Mafalda sorrindo) e sabe o meu nome e tudo…

Joaquim ficou mais vermelho do que os tomates maduros que eram, àquela hora, servidos nas saladas do restaurante vegetariano, e num rasgo de inspiração e desespero, olhando para o peito de Mafalda disse: - Pois… Mafalda, claro… é o que diz no crachá da loja, certo?

Só então é que, finalmente, conseguiu olhar de frente para o dito crachá onde se lia: “M. Barbosa”…

Mafalda sorriu e respondeu: - Pois, de certeza que é do crachá, deve ser mesmo isso Joaquim, está a ver, eu sei o seu nome, mesmo sem crachá. Mas deixe lá isso que são coisas que acontecem, vai ver que mais uns dias e vai ser o Schumacher desta maquineta.

- Segway, a maquineta chamase Segway, e se eu conseguir ser um Tiago Monteiro já não está nada mal…

Mafalda voltava a sorrir ao mesmo tempo que o ajudava a levantar, depois olhou para o cartaz e disse: - Ainda por cima foi logo derrubar o cartaz do filme que eu quero ver!

- Por acaso também ando a ver se arranjo um tempinho para ver esse filme, a história interessa-me (responde Joaquim que nunca tinha ouvido falar em tal película).

- Pois, o meu problema é a companhia, as minhas amigas são quase todas casadas e não tenho paciência para ir ao cinema sozinha.

Então, deu-se um momento único de inspiração e coragem, Joaquim encheu o peito (e o blusão novo) de ar, e…

- Se quiser, terei o maior gosto em fazer-lhe companhia, a sua loja fecha às 23h00, eu saio às 22h00, ainda íamos a tempo de apanhar a ultima sessão, e depois, se quiser deixo-a em casa… Isto só se quiser, claro… E se não achar uma ousadia da minha parte!

Numa fracção de segundos escorreu-lhe um calafrio pela coluna e pensou… É agora que ela me prega um estalo!

Mas, de repente, surge a resposta: - Excelente ideia, está combinado, às 23h15 aqui, e depois se não se importar de me dar boleia… desde que não seja nessa maquineta… Sega…

- Segway, diz-se Segway (responde gaguejando Joaquim, incrédulo com a reacção tão espontânea), mas eu levo-a de carro!

Mafalda sorriu e Joaquim respondeu com o sorriso igual ao de uma criança que pela primeira vez vê o mar, mas este momento é de repente interrompido pela voz metálica que provinha do intercomunicador: - Nunes… O que é que se passa?

Era o seu supervisor que tinha visto este espectáculo através das câmaras de vigilância e chamava agora o seu funcionário, o nosso Joaquim Nunes.

- Nada, Sr. Lopes, foi o raio da máquina, mas já estou operacional, já vou concluir a ronda.

E nisto levantou-se de sobressalto, pegou no cartaz do cinema, colocou-o no sítio e foi para cima do Segway dizendo: - 23h15 cá estarei, até logo.

- Combinado (respondeu Mafalda piscado o olho).

Joaquim avançava agora mais confiante no seu meio de locomoção, era como se flutuasse, ainda teve coragem de olhar para trás e ver Mafalda envolta pelas colegas da sapataria em risinhos comprometedores que só mais tarde compreendeu. Mas este momento é interrompido novamente pelo intercomunicador: - Nunes!...

- Sim, Sr. Lopes, já vou a caminho…

- Nada disso pá, como é? Sempre convidaste a miúda para sair?

- Há… Pois, por acaso até vamos ao cinema logo… mas porque pergunta?

- Aleluia… Finalmente se decidiram, ou achas que o facto de em cada uma das tuas rondas passares quatro vezes em frente à sapataria e abrandares, e ela só ir lanchar quando estavas de plantão na praça da alimentação, não se notava?!...

Joaquim corou novamente e respondeu a medo: - Dava assim tanto nas vistas?

- Não, que ideia! Há 3 meses que nos corredores deste centro comercial não se fala noutra coisa, até as empregadas da sapataria já me vieram falar nisso, mas, pronto,

está dado o primeiro passo, agora para a frente é que é o caminho.

Foi aí que Joaquim compreendeu os sorrisinhos das colegas de Mafalda, mas nada disso interessava, porque, finalmente, tinha marcado um encontro com ela… E ela tinha aceite. À hora marcada lá estavam os dois. Como ainda tinham algum tempo, foram tomar um café para pôr a timidez de lado, o filme não era grande coisa, e ambos perceberam claramente que nenhum dos dois tinha alguma vez ouvido falar em tal película antes do incidente da tarde, mas também isso não interessava nada.

A partir daí nada foi igual ao passado, começaram a sair mais vezes, jantando quase todas as semanas e indo inúmeras vezes ao cinema. Por vezes, quando a filha de Joaquim (a única coisa boa resultante de uma anterior relação), passava os fins-de-semana com o pai e este correspondia às folgas de ambos (aliás eram quase todos, fruto de uma estratégia de “cupidos” delineada entre a dona da sapataria e o supervisor Lopes), iam dar enormes passeios.

E a relação evoluiu e mantevese até hoje, sendo que pelos corredores do centro comercial, se fala que mais dia, menos dia eles acabam por juntar os trapinhos e constituir família.

Voltando a Dezembro e à ronda de Joaquim, depressa o primeiro piso deu vez ao elevador e mal as portas se abriram deslocou-se para o lado direito, faltavam apenas uns segundos para a hora marcada e a sapataria estava mesmo ali ao virar da esquina.

Estávamos a meio da tarde, mas o turno de Mafalda estava a acabar e Joaquim fora até à sapataria para lhe dar um ultimo olá, pois a noite iria ser longa, cabia-lhe o turno da noite, mas ele não se importava, porque assim ficaria com o dia 24 inteiramente livre, primeiro para passar parte da manhã com a filha e ir buscar uma última surpresa de Natal para depois preparar a ceia, em casa dos pais de Mafalda, era a primeira vez que tal iria acontecer e Joaquim anda ansioso há dias.

Mas ainda teve de esperar uns minutos para ver Mafalda sair. Enquanto esperava ouviu uma voz familiar, era o Sr. Rodrigues da ourivesaria, um funcionário exemplar, já na casa dos 60 anos: - Até amanhã, Joaquim, por hoje já chega.

- Sorte a sua, para mim ainda falta uma boa noitada!

- Lá terá de ser, mas espero por si amanhã, para as boas festas…

- Não se preocupe com isso, amanhã lá estarei, sem falta.

E enquanto o Sr. Rodrigues dobrava a esquina, do interior da sapataria, uma mulher morena, de cabelos pretos e encaracolados dirigia-se a Joaquim com um sorriso, e ao passar por ele disse, piscando

o olho: - Adeus e bom trabalho.

- Até amanha Mafalda (responde Joaquim com um sorriso).

Obviamente que ambos tinham vontade de um cumprimento mais caloroso, mas Joaquim ainda estava a trabalhar e não podia mesmo ser, mas aos dois um piscar de olho e um sorriso eram o suficiente para o encher da alma e o afogar das saudades até ao dia seguinte.

As horas passaram, o centro comercial foi esvaziando, a chuva continuava a cair, cada vez com uma maior intensidade, até que se passou da meia noite, fecharam as lojas, mais três horas e as últimas sessões de cinema estariam a acabar e só aí é que a noite ficaria mais calma, até à manhã seguinte, com rondas de meia em meia hora, como mandava o protocolo.

Mas aquilo que iria parecer uma noite calma havia de trazer muitas novidades, logo na primeira ronda, pelas 3h30, Joaquim deparou-se com uma luz num quarto de banho, como se tratava de lâmpadas que reagiam a sensores de movimento, era óbvio que alguém estava lá dentro. Provavelmente algum cliente com uma necessidade de última hora. Dirigiu-se até lá e perguntou em voz alta: - Está aí alguém?

Ninguém respondeu, mas um barulho de uma porta a fechar-se foi perfeitamente audível no silêncio da noite.

- Bem, parece que temos um brincalhão no WC dos homens do rés-do-chão. Vou entrar (informou Joaquim para a central).

E assim foi, abriu a porta, saiu do Segway e foi percorrendo, a passo, o quarto de banho espreitando por baixo de cada porta para tentar descobrir alguém, até que, na última, finalmente encontrou algo que o deixou muito intrigado.

- Central, central, temos aqui uma situação, mandem cá alguém.

- O que foi Joaquim? (perguntou Pedro, o seu colega que estava de serviço na central) - O nosso intruso é um sénior e está em mau estado.

De repente, ouviram-se dois motores eléctricos de Segways a dirigirem-se para o local onde estava Joaquim e ali se depararam com um cenário absolutamente estranho.

Um idoso que aparentava ter uns 70 anos estava encostado a um canto, com as roupas sujas e completamente ensopado em água.

Mas claramente não parecia um sem abrigo, antes alguém completamente desnorteado e que teria fugido da chuva em busca de abrigo e calor.

Pedro, acabado de chegar com João, perguntou: - Então, amigo, o que está aqui a fazer?

O homem encolheu-se apavorado.

- Tem calma que ninguém te vai fazer mal (afirmou Joaquim tentando incutir confiança), onde anda

a tua família?

- Família, não sei, eu ando perdido, fui assaltado e levaram-me tudo.

O ambiente estava tenso, tratava-se de uma situação nova e havia que ser dada uma solução rápida e eficaz.

Os três seguranças recuaram um pouco e cochicharam entre eles: - O que vamos fazer, não podemos pôr o homem lá fora numa noite destas, mas também não o podemos manter cá dentro (diz João com preocupação).

- E logo hoje que o Lopes entrou de férias (corrobora Pedro).

- Calma, (afirma Joaquim autoritário) ninguém vai lá para fora.

João, vai ao hipermercado que ainda lá andam as equipas da limpeza e explica a situação, pede-lhes para te darem alguma comida e uns cobertores, melhor ainda, umas toalhas e uma roupa quente que lhe sirva.

Apesar de ser Pedro o encarregado da noite, não contrariou a ordem de Joaquim e antes perguntou: - E eu, o que faço?

- Tu ajudas-me a tirar estas roupas molhadas ao nosso amigo e prepará-lo para as roupas novas.

E, virando-se para o velho que se encolhia no canto daquele pequeno cubículo afirma: - Venha lá amigo, vamos vestirlhe roupas secas e dar-lhe alguma coisa para comer, aposto que ainda não jantou.

- Jantar… amigo nem jantei nem almocei, desde manhã só comi uma carcaça, antes de sair de casa.

Enquanto o ajudavam a levantar, um ruído de motor aproximavase, era novamente João com os mantimentos e as roupas pedidas por Joaquim.

Após uns breves minutos, o homem estava já seco e vestido com umas calças de ganga e uma camisola de gola alta vermelha que lhe realçava o cabelo e farta barba grisalha. Os mantimentos também tinham sido devorados com rapidez.

- Obrigado, amigos… Obrigado (dizia o idoso ainda meio a tremer).

Joaquim tirou o seu blusão e vestiu-o por cima da camisola vermelha para lhe dar mais conforto e disse: - Bem, isto não é sítio para estarmos, vamos até lá fora e sentamo-nos a tentar entender o que se passa.

O grupo deslocou-se, então, até à praça da alimentação, onde Joaquim se sentou com o convidado daquela noite numa das mesas da zona central. João foi, depois, até à central de segurança buscar uns cafés para todos e Pedro foi fazer a ronda seguinte, estava tudo calmo, apenas algumas equipas de manutenção e de limpeza ainda ocupavam o espaço.

Passados uns minutos lá estavam novamente os quatro, e foi aí que a história começou a fazer sentido.

Nicolau, assim era o seu nome,

maiahoje

sexta-feira 18 de dezembro de 2009

tinha vindo de comboio da aldeia, passar o Natal com a sua filha e restante família, mas como já não se sentia capaz de fazer a viagem a conduzir optou por vir de comboio até à cidade, sendo que quando chegasse teria a sua filha à espera na estação.

Ora, acontece que Nicolau quis fazer uma surpresa e aparecer de véspera, mas mal saiu da estação e se preparava para ir até uma cabine ligar para a filha foi barrado por dois indivíduos que o assaltaram e empurraram para o chão enlameado, levado a carteira com todo o dinheiro e documentos e a mala, onde para além da sua roupa trazia os presentes para a família.

Numa tentativa desesperada de chegar até à casa da filha começou a percorrer as ruas da cidade mas os prédios eram todos iguais, e as ruas tão parecidas que se perdeu. Depois começou a chover e tentando abrigar-se, entrou naquele grande prédio, onde entrava tanta gente e corado pela vergonha procurou refúgio num canto.

E foi aí, passadas algumas horas que foi descoberto pela nossa equipa de seguranças.

João, que costumava ser o mais calado do grupo, interrompe o silêncio de segundos que se faz naquela praça depois do relato do dia de Nicolau ter terminado.

- Mas tem a morada dela, sabe em que zona fica a casa?

- Não. Tinha o endereço apontado num papel, dentro da mala que me levaram, a única coisa que sei é o número de telemóvel…

- Então está resolvido, liga-se e vai já ter com a sua família (interrompe Pedro com um novo alento).

De repente, e quase por instinto, cada um dos seguranças sacou do seu telemóvel do bolso, mas foi Joaquim que começou a marcar os 9 números mágicos.

O silêncio instalou-se novamente e até se ouvia o barulho do telemóvel a fazer sinal de chamada, até que de repente se ouviu o atendedor de chamadas. Joaquim tentou mais duas vezes, mas o resultado foi sempre o mesmo.

- Ela costuma colocar o telemóvel em silêncio quando se deita (constatou cabisbaixo Nicolau).

De repente, aquelas quatro almas ficaram mais uma vez caladas, a olharem uns para os outros por alguns segundos, que pareceram horas, até que Joaquim quebrou o silêncio.

- Bem, se não atendeu porque está em silêncio, quando acordar de certeza que liga de volta, entretanto o amigo Nicolau é nosso convidado para esta noite, vai ver que um centro comercial de noite é muito mais divertido do que um parque de diversões, eu já volto.

E arrancou no seu Segway corredor fora, até que passados uns minutos regressou sorridente.

- Vamos lá, está na hora da festa, a não ser que queira ir descansar!

- Já agora, descanso amanha, vamos lá ver que festa é que você tem para mim (responde Nicolau agora bem mais sorridente).

O que Joaquim tinha ido fazer era mais uma ronda, mas desta vez parou pelos diferentes locais onde ainda havia vida naquele centro comercial e preparou de imediato um enorme programa de festas. Assim, aproveitando o facto de ser quase Natal e da loja de electrodomésticos ter ainda funcionários a repor os stocks para as vendas da manhã, iniciou Nicolau nos videojogos, aqueles que o neto tanto adorava. Depois passou pelo cinema, onde com a colaboração da equipa da limpeza colocou Nicolau numa das salas a assistir a um filme de Natal, com direito a pipocas e tudo, uma sala só para ele, pois era tempo de voltar as rondas.

Passadas quase duas horas, quando Nicolau saía do cinema deparou-se com uma verdadeira cidade em movimento. Eram 7h30 horas da manhã, e a maioria das lojas recebia os seus funcionários, pois como era véspera de Natal o centro iria abrir mais cedo. À sua espera, na praça da alimentação, estava um fantástico pequeno almoço, com os produtos mais frescos da manhã, e na mesa ao lado, uma série de embrulhos com uma série de pessoas em volta, das quais Nicolau apenas reconhecera o funcionário da loja de electrodomésticos.

Então Joaquim começou a apresentar, eram os gerentes de algumas lojas do cen-

tro, que tinham ouvido o relato de Joaquim e tinham-se oferecido para ajudar. Duas lojas de vestuário ofereceram roupas novas para Nicolau, a loja de electrodomésticos, alguns jogos para a consola do seu neto, a perfumaria, um perfume para a filha e a livraria, um livro para o genro.

Lá mais ao fundo, por entre aquele pequeno aglomerado surgia uma outra cara desconhecida para Nicolau, mas bastante familiar para Joaquim, era Mafalda, que trazia um novo par de botas, oferta da sapataria.

Nicolau estava visivelmente comovido, e ia começar a falar quando um ruído levou novamente o silêncio ao local, era o telemóvel de Joaquim.

- Estou sim (atende Joaquim).

- Bom dia, tenho três chamadas não atendidas deste número, estou a falar com quem?

Era a filha de Nicolau, a quem Joaquim apressadamente contou a história, passando o telemóvel a Nicolau para a sua filha lhe ouvir a voz e ficar mais calma.

Afinal Nicolau não estava assim tão perdido e a sua filha morava a apenas alguns minutos do centro comercial. Depois de Joaquim lhe ter explicado por onde era a entrada de funcionários e como ela deveria fazer para poder entrar, a chamada terminou e Joaquim, colocando a mão sobre o ombro de Nicolau disse: - Mais cinco minutos e está aí a sua família.

Nicolau ficou ainda mais emocionado e uma lágrima escorreu-lhe pelo rosto até desaparecer no meio da barba.

Quase por instinto todo o grupo se deslocou para a porta dos funcionários, onde, passados alguns minutos se via uma mulher jovem a correr pelo corredor, seguido por um homem que trazia pelo braço uma criança com os seus doze anos, era a família de Nicolau.

O momento seguinte foi de grande intensidade emocional, e quando todos se acalmaram explicaram a aventura da noite, com lágrimas de emoção e sorrisos de contentamento.

Chegara a hora das despedidas. Nicolau de braço dado com o neto, ajudado pela filha e pelo genro no transporte dos presentes, dirigia-se agora para a saída. Deu um abraço a cada um dos seus três amigos seguranças, devolveu o casaco a Joaquim e disse em voz alta para todos o ouvirem: - Amigos, obrigado por tudo e um bom Natal para todos.

E tão de repente como entrara nas suas vidas, aquele personagem desaparecia no fundo do corredor de entrada dos funcionários.

Era agora tempo de voltar para o trabalho para toda aquela gente, ou quase toda, pois entretanto a hora de saída dos três seguranças já estava a chegar e os seus substitutos apresentavam-se ao serviço.

E assim Joaquim prosseguiu com o seu dia de Natal, tendo ido buscar a filha para passar algum tempo com ela, levando-a a almoçar ao seu restaurante favorito. Claro que um hambúrguer com batatas fritas não era propriamente uma das coisas que Joaquim mais gostava, mas decidiu fazer a vontade à filha, depois ofereceu-lhe um presente, que era aquela boneca que ela tanto tinha pedido. Finalmente tinha chegado a hora da despedida, era sempre difícil, principalmente nestes dias, mas tinha de ser.

O carro de Joaquim dirigiu-se, então, novamente para o centro comercial, tinha ficado de ir buscar Mafalda pelas 16h00, quando ela saísse do trabalho, mas ele sabia que tinha de ir mais cedo.

Entrou no centro comercial pela porta principal, mas em vez de virar à direita para a sapataria, virou à esquerda e começou a percorrer o longo corredor, até que entrou numa loja, onde uma cara conhecida o cumprimentou.

- Então Joaquim, isto é que foi uma noite atribulada, já me contaram tudo.

- Pois foi, mas pelo menos correu tudo bem - Olhe, tenho aqui a sua encomenda, fiz como combinamos, e é mesmo o que ela quer.

- Perfeito Sr. Rodrigues, se é esse que ela quer, é o que vou levar.

A loja era a ourivesaria e o interlocutor o Sr. Rodrigues, que com ajuda das meninas da sapataria descobriram qual era o anel fa-

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Natal vorito de Mafalda.

Ao passar com o cartão Multibanco pelo terminal, Joaquim sabia que estava ali a deixar, e apesar do desconto de 20% (só por simpatia do Sr. Rodrigues) o seu subsídio de Natal e ainda mais algumas economias, mas a razão justificava-o.

Meteu o anel ao bolso, desejou as boas festas e saiu em direcção à sapataria.

Pelo caminho teve uma ideia. Tirou o telemóvel do bolso e fez uma pesquisa nas últimas chamadas recebidas, onde facilmente encontrou o número da filha de Nicolau.

Fez a chamada que rapidamente foi atendida, tendo a sua a interlocutora reconhecido, de imediato, o número de Joaquim.

- Olá, como está Sr. Joaquim!

- Olá, era só para saber se está tudo bem!

- Está tudo óptimo, o meu pai está a jogar na consola com o neto, e está a safarse bem, parece que treinou durante a noite…

- Pois parece que sim, posso falar com ele?

- Sim, claro.

Passados uns instantes a voz doce deu lugar a uma mais grave: - Amigo Joaquim.

- Olá Nicolau, então esses jogos?

- Cá me vou safando, mas o meu neto ainda me ganha sempre.

- Então está tudo bem, é o que interessa, finalmente em família!

- É verdade, graças a si. E então você?

Vai passar o Natal com quem? Quer passar por cá?

- Não obrigado, hoje não dá mesmo, tenho um Natal especial.

- Ai sim, então o que se passa?

- Lembra-se daquela menina da sapataria, a que lhe trouxe as botas?

- Se me lembro, a morena, muito bonita, e as botas, já estou com elas calçadas.

- Pois, hoje vou jantar com ela… E vou pedi-la em casamento!

- Ora aí é que está uma boa notícia, olhe que fico à espera do convite para a boda.

- Claro que sim, desde que ela aceite.

- E porque é que não havia de aceitar?

Estou à espera do convite, estou a falar a sério, vou pedir à minha filha para lhe ligar daqui por uns dias para lhe dar a minha morada.

- Está então combinado, Feliz Natal.

- Feliz Natal também para si, e boa sorte no pedido.

O telemóvel desligou-se e Joaquim esboçou um sorriso, dobrou a esquina e olhou em frente, viu Mafalda que entretanto já tinha saído do trabalho e o esperava sorridente.

- Então, como foi o dia de trabalho?

- Sabes como são estes dias, muita confusão e compras de última hora, ainda por cima na hora de almoço as minhas colegas insistiram em ir ver anéis, quase como se viesse algum príncipe oferecer-me algum!

- Nunca se sabe se algum pretendente se decide, um dia destes, declarar-se a ti e pedir-te em casamento.

- Casamento… Bem, só se for outro pretendente, que de ti já começo a perder as esperanças…

Joaquim sorriu, deu-lhe a mão e enquanto se dirigiam para a porta começou a pensar na surpresa que tinha preparado, com a certeza que tudo iria correr pelo melhor, e brevemente voltaria a ver o seu amigo Nicolau, no seu casamento…

A todos os leitores e amigos os meus votos de um FELIZ NATAL…

O leitor premiado ganhou uma viagem para duas pessoas com destino à escolha para Girona (Barcelona); Madrid; Saint-Etienne ou Baden-Baden.

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PREMIO:A Melhor Viagem de Natal \\ mealheiro com dinheiro obtido em várias peças vendidas.

O Carlos continuava a sonhar e já tinha 10 anos, os Pais também viam o seu crescimento cada vez com outras preocupações.

E passado mais um ano aproximavase mais um Natal, o Carlos nessa noite estava a jantar com os Pais e o pinheiro de natal apenas tinha alguns chocolates dos mais baratos. Ao bater da meia noite alguém bate à porta, os Pais foram abrir e entram 7 AMIGOS do Carlos com uma caixa enorme embrulhada com papel alusivo ao Natal e disseram - Carlos tu tens que abrir este presente.

O rosto deste pobre menino parecia ter ganho uma alegria desmesurada, e com toda a força rasgou o embrulho e quando viu a tão desejada cadeira de rodas as lágrimas deslizaram pelo rosto.

Os Pais ficaram emocionados, todos se abraçaram comovidos e ouviram todos o Carlos a dizer: “ Obrigado pela vossa Amizade esta para mim é a melhor viagem de NATAL”.

Rogério Gonçalves

Nasceu um menino de nome Carlos fruto do amor de um casal precedente de famílias humildes e de parcos recursos económicos.

A sua infância foi recheada de muitas operações e idas a hospitais, na esperança de um dia poder ser alguém no mundo normal dos humanos.

O seu percurso escolar foi feito durante muitos anos na bicicleta da sua Mãe, e o seu andar era passado no chão de gatas e todos os anos ouvia os amigos a dizerem:” Este Natal vamos viajar até à Disneylândia”- e o Carlos apenas sonhava um dia ter uma cadeira de rodas para ter alguma autonomia. E os Amigos mais intimos sabiam que ele tinha esse desejo, então juntaram um grupo de pessoas e fizeram ao longo dos anos um O leitor premiado ganhou uma viagem para duas pessoas com destino à escolha para Girona (Barcelona); Madrid; Saint-Etienne ou Baden-Baden.

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Natal no Brasil \\ João Diogo

Sendo o Natal um ciclo carregado de muita magia, tal o simbolismo que o envolve e que lhe dá o suporte para ser uma festividade natalina muito marcante, impele-me, a que daqui do Brasil, mais propriamente do Recife, onde estou radicado, deseje a todos os leitores do jornal Maia Hoje, votos de UM SANTO E FELIZ NATAL DE 2009 acrescido de um NOVO ANO DE 2010, com tudo, que de bom se possa imaginar.

Ainda e dentro da temática “Natal“, quero deixar aqui o meu testemunho de amizade, para com o director do jornal Maia Hoje- Artur Bacelar, colaboradores, redactores, correspondentes e cronistas habituais, desejando a todos, com o mesmo fervor, UM SANTO E FELIZ NATAL DE 2009, além de um especial NOVO ANO DE 2010, com tudo de melhor.

Embora a essência do Natal seja a

mesma em todo o Mundo, mesmo para lá das diferentes tradições reinantes, não é menos verdade que aqui no Brasil como também em Portugal, o Natal se assemelhe muito; nomeadamente no que toca á solidariedade humana, patente que está na ajuda ao próximo, na troca de presentes e na satisfação de estarem á volta duma mesa, familiares, na sua já tradicional Ceia de Natal.

Dentro deste contexto e aliado ao Espírito do Natal que sempre predominou em termos de manifestação e confraternização, assim como também no sentido evangélico da palavra; leva-nos, a que o referenciamos como uma mística, atendendo ao enlêvo familiar que o caracteriza, além das curiosidades religiosas, que tão comuns são, tanto em Portugal como no Brasil.

Digamos que o Natal, universalmente seguido, não só abrange uma imensa gama de fieis seguidores de todo o mundo, como também absorve independente da religião de cada um, um ciclo natalino convergente e ao mesmo tempo solidário.

Recife- Dezembro de 2009

CARTÓRIO NOTARIAL EM AMARANTE Notária Olga Maria de Carvalho Samões Rua Nova, 121 R/C (em frente ao hospital) 4600-093 Amarante – Tel 255 420 560 – Fax 255 424 504 Email: cnamarante@sapo.pt

CARTÓRIO NOTARIAL DE AMARANTE _ A cargo da Licenciada OLGA MARIA DE CARVALHO SAMÕES, Notária com o arquivo do extinto Cartório Público._________ _ Faço saber para efeitos de publicação na imprensa local, que neste Cartório e no livro 216 desde folhas 34 seguintes, se encontra uma escritura de JUSTIFICAÇÃO de onze de Dezembro de dois mil e nove, em que:__________________________________ _ MANUEL ANDRÉ MOREIRA DA SILVA, NIF. 170.287.696, casado com MARIA DA CONCEIÇÃO MARTINS ESPINHEIRA, NIF. 170.287.688, sob o regime da comunhão de adquiridos, ele natural da freguesia de S. Pedro de Fins, e ela natural da freguesia de Águas Santas, ambas do concelho da Maia, residentes na primeira na Rua Leandro, nº 692.__________________________ _ DECLAROU:__________________________________________________________________________________________ _ Que é dono e legítimo possuidor, com exclusão de outrem, do seguinte imóvel, no valor atribuído igual ao valor patrimonial de CINQUENTA E TRÊS MIL, DUZENTOS E NOVENTA E SETE EUROS E SESSENTA E CINCO CÊNTIMOS:________________ _ Prédio urbano, composto de terreno para construção com a área de três mil e quinhentos metros quadrados, sito no lugar de Friães, freguesia de Silva Escura, concelho da Maia, a confrontar de Norte com, Luciano Moreira de Sá, de Sul, com EM554 ou Rua da Siderurgia Nacional, de Nascente, com Guilhermino Sousa Vieira e de Poente, com antiga EM 554, omisso na 1ª Conservatória do Registo Predial da Maia, inscrito na matriz em nome do justificante marido sob o artigo 623, com o valor patrimonial de 53.297,65 euros.______________________________________________________________________________________ _ Que no ano de mil novecentos e cinquenta e seis, em dia e mês que não pode precisar, foi-lhe doado verbalmente por Cândida André da Silva, viúva, residente no lugar de Leandre, freguesia de S. Pedro Fins, concelho da Maia o referido prédio, doação esta que nunca foi reduzida a escrito tendo no entanto tal prédio sido participado á matriz apenas no ano de mil novecentos e noventa e oito._________________________________________________________________________________________________ _ Que, no entanto, e desde essa data, nele vem praticando todos os actos conducentes ao aproveitamento de todas as suas utilidades, ocupando-o segundos os seus destinos e fins, em proveito próprio, posse que se manteve sem qualquer oposição nem interrupção e com o conhecimento de toda a gente, comportando-se o possuidor como se fosse titular do direito de propriedade plena sobre o referido prédio._______________________________________________________________________________ _ Que nestes termos, detém a posse em nome próprio, pacifica, contínua e pública por mais de vinte anos sobre o dito prédio, pelo que o adquiriu por USUCAPIÃO.________________________________________________________________________ _ Está conforme.________________________________________________________________________________________ _ Cartório Notarial de Amarante, 11/12/2009 A Notária, (Olga Maria de Carvalho Samões)

JORNAL MAIAHOJE Nº 242 DE 18 DE DEZEMBRO DE 2009

CARTÓRIO NOTARIAL

DE

MAIA

A cargo de Lic. Edgar Maia Santos SERVIÇOS RÁPIDOS, EFICIENTES E DE QUALIDADE, TANTO NO ATENDIMENTO COMO NA REALIZAÇÃO DE ESCRITURAS, PROCURAÇÕES, RECONHECIMENTOS, TESTAMENTOS E DEMAIS ACTOS NOTARIAIS Sito na Praceta Artur Marques, n.º 37 • 4470-079 Maia • Tel. 22 943 16 70 • Fax 22 943 16 79

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sexta-feira 18 de dezembro de 2009

Natal

\\ Opinião

\\ Opinião Alexandra Bento

Reinvente a Ceia de Natal A Ceia de Natal é um dos momentos altos desta quadra, porém é muitas vezes marcada por excessos, tanto a nível alimentar como económico. Por isso é importante conhecer pequenas dicas que permitam usufruir deste momento de uma forma mais optimizada, a todos os níveis!

Assim, planeie de forma atempada a sua ceia! Primeiro, importa saber o número de pessoas e calcular a quantidade de alimentos a adquirir. A compra dos ingredientes deve ser feita o mais cedo possível para que se possa fazer uma escolha acertada dos alimentos, mediante a diversidade disponível, as promoções de Natal e a comparação de preços entre marcas de alimentos semelhantes.

A lista de compras vem a seguir, de forma a comprar os alimentos que são realmente necessários. Confeccione as quantidades estritamente necessárias para a Ceia de Natal e para o almoço de 25 de Dezembro, de forma a não sobrar para os dias seguintes. Respeite as tradições e componha a Ceia de Natal apenas com pratos e doces típicos.

Lembre-se, os excessos são frequentemente cometidos à custa da inserção de pub

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outros alimentos, que não os característicos desta quadra (ex: camarão, bolinhos de bacalhau, rissóis e alguns doces).

Se bem que poderá dar mais trabalho, a verdade é que se confeccionar a ceia em casa terá também a possibilidade de alterar a receita, tornando-a mais saudável, sem desvirtuar a tradição. Pode sempre optar por outros métodos de confecção de sobremesas fritas (ex: rabanadas), assando-as no forno; nas receitas que incluam leite, optar por leite magro (ex: aletria, arroz doce, leite-creme). Devemos ter em conta ingredientes como a gordura, o sal, o açúcar, os ovos ou o leite, reduzindo a quantidade proposta de cada um destes componentes e/ou substituilos por outros mais saudáveis. (Ex: preferir o azeite como gordura de adição; substituir o sal por ervas aromáticas; reduzir a quantidade de ovos adicionada às receitas (ex: leite-creme).

Outra forma de reduzir a quantidade de alimentos é apresentar um prato de sopa de legumes para “inaugurar” a Ceia de Natal. Privilegie os pratos cozidos ou assados com pouca gordura e acompanhe-os com bastantes produtos hortícolas. Os frutos secos, frutos gordos (nozes, amendoins, pinhões, figos secos) e as bebidas alcoólicas, possuem elevado teor calórico, pelo que a sua compra e consumo deve ser moderado. Boas Festas!

Nutricionista

Ana Maia

Nutrição Inadequada Obesidade e Diabetes

Na nossa escola (Escola Secundária da Maia/7ºD) foi-nos proposto pela nossa professora de Área de Projecto a realização de um trabalho sobre Ambiente e Saúde, e como sub-tema “Obesidade e Diabetes”, que o grupo achou mais indicado.

Actualmente, Portugal é o segundo país com mais casos de Obesidade Infantil na Europa.

Nós queríamos alertar as pessoas para este facto, pois é muito perigoso e pode levar à morte.

CUIDADO não cheguem a este ponto.

Tenham uma alimentação saudável e pratiquem exercício físico.

maiahoje

maiahoje

O DESPORTO

sexta-feira 18 de dezembro de 2009

Desporto KATARÉ

desporto

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GINÁSTICA

CK Maia arrecadou 7 medalhas no Campeonato Nacional de Cadetes, Júniores e Sub 21.

GCM partipou no torneiro internacional YBL Kupa 2009, em Budapeste

Realizado no passado dia 14 de Dezembro, na Escola EB 2/3 do Castêlo da Maia

Desporto e Saúde pela voz de especialistas \\ Domingos Paciência, Fernanda Ribeiro, Rodolfo Moura, Helena Teixeira e Manuela Rodrigues foram os protagonistas de um encontro, onde foram partilhadas experiências de vida e dados muitos conselhos.

Departamento Médico do Benfica.

Partilha de experiências de vida Mais do que estudar um tema e debatê-lo com base em teorias, é importante e, sobretudo, mais apelativo, quando especialistas partilham as suas próprias experiências, falando das alegrias e dificuldades enfrentadas para atingirem os objectivos por eles colocados. Fernanda Ribeiro e Domingos Paciência aceitaram esse desafio e, perante um público jovem que mostrou muito interesse e curiosidade, não hesitando em colocar inúmeras questões, falaram dos seus percursos enquanto atletas.

Fernanda Ribeiro, campeã olímpica, começou a sua carreira com nove anos, mas foi a partir dos catorze que os desafios se tornaram mais sérios. Uma idade complicada, onde era necessário saber conciliar o desporto com a actividade escolar. Nada foi impossível, e foi essa a mensagem que a atleta quis deixar aos jovens.

No passado dia 14 de Dezembro, o pavilhão da Escola EB 2/3 do Castêlo da Maia recebeu cinco figuras ligadas ao “Desporto nas suas vertentes”. Domingos Paciência (treinador do Sporting Clube de Braga), Fernanda Ribeiro (atleta olímpica), Rodolfo Moura (cinesioterapeuta/osteopata), Helena Teixeira (coordenadora da saúde escolar do ACES Maia) e Manuela Rodrigues (Enfermeira do Centro de Saúde do Castêlo da Maia) foram os protagonistas deste colóquio onde se falou da ligação entre o desporto e a saúde.

Organizada pela Associação de Pais e Encarregados de Educação e pelo Departamento de Educação Física, em parceria com a EB 2/3 do Castêlo da Maia, a iniciativa surge na sequência de um plano de colóquios que pretendem organizar no final de cada período escolar. «A escola vai terminar o período com um corta-mato para os alunos e uma caminhada para os pais. Terminamos, portanto, com desporto. E

nada melhor do que ser este o tema do nosso colóquio», explicou ao Maia Hoje Maria José Macedo, coordenadora da Associação de Pais da escola.

Dicas sobre o valor do desporto para a saúde O desporto deve andar de mãos dadas com a saúde e é cada vez mais importante apostar nessa consciencialização, sobretudo nas idades mais novas. A informação é muita, mas há sempre muito mais a aprender. «É importante debater, porque, mesmo que pensemos que sabemos tudo, existem sempre falhas», revelou Maria José Macedo.

Ao contrário do que muitos jovens ainda julgam, ter saúde não envolve qualquer aspecto estético. «Saúde não é querer ser magrinho e desporto não é só o futebol, como hoje se pensa», afiançou a coordenadora.

Para falar sobre estes temas nada melhor do que pessoas que diariamente vivem isso na pele ou

já passaram por experiências que um dia os jovens presentes no colóquio podem viver. Helena Teixeira e Manuela Rodrigues deram dicas sobre o valor do desporto para a saúde. Mais do que ser importante para alcançar uma boa qualidade de vida e bem-estar físico, o desporto estimula factores de ordem mais psicológica, como a auto-estima ou o sentido de um trabalho em equipa. «Perder ou ganhar, o importante é participar». Neste caso, quer se perca, quer se ganha, a vitória é sempre certa, a partir do momento em que se pratica desporto.

Cuidados a ter com atletas de alta competição Ao cinesioterapeuta e osteopata Rodolfo Moura foi entregue a responsabilidade de falar sobre toda a preparação e os cuidados que os atletas de alta competição têm de adoptar. Desde a fisioterapia, ao hábito de beber muita água, foram vários os conselhos dados pelo especialista que já fez parte do

O antigo ponta-de-lança do Futebol Clube do Porto, clube onde fez grande parte da sua carreira enquanto futebolista, Domingos Paciência, falou da sua experiência enquanto treinador da equipa que é actual líder do campeonato nacional, o Sporting Clube de Braga.

Mais do que Fernanda Ribeiro, foi o treinador português o mais “bombardeado” com perguntas e curiosidades dos jovens. Desde notícias que ouvem nos meios de comunicação social a meros aspectos da rotina de um treinador, os alunos da Escola EB 2/3 do Castêlo da Maia não quiseram desperdiçar a oportunidade única que lhes foi proporcionada.

José Pedrosa marcou presença O director do Departamento de Desporto da Câmara Municipal da Maia não deixou de estar presente num colóquio dedicado a uma área à qual se tem dedicado. É cada vez mais uma responsabilidade da Câmara incentivar este género de iniciativas, porque «estes atletas,

através dos seus testemunhos, ensinam os jovens a desviarem-se de desafios que hoje muitos enfrentam, como a toxicodependência ou a marginalidade», defendeu. Além disso, num quotidiano, dia após dia, mais concentrado em frente a um computador, muitos caem no sedentarismo. «É contra isso que é importante lutar», afiançou o director.

A presença de Domingos Paciência foi, para José Pedrosa, «incentivadora para os miúdos porque ele falou da sua vida enquanto profissional do desporto e mostrou que é preciso abdicar de muita coisa para se chegar longe», explicou.

Já Fernanda Ribeiro é uma figura que integra a família maiata.

«Todos estamos habituados a vê-la pelas ruas da Maia a fazer os seus treinos», disse José Pedrosa. São personalidades que, pela sua carreira e mediatização, suscitaram o interesse de miúdos e graúdos.

Próximo colóquio No final de cada período escolar, a Associação de Pais pretende organizar um colóquio sobre um tema que levante mais preocupação por parte de pais, filhos e professores. Ainda nada é dado como certo, mas Maria José Macedo levantou um pouco o véu: «Provavelmente vamos direccionar o colóquio para os alunos dos 9º ano que, nesta altura, têm de escolher uma área. Vamos convidar psicólogos que vão ajudá-los a descobrir as suas vocações», revelou. Mas mais do que para os alunos, o colóquio é também um meio da associação aconselhar os próprios pais: «Muitas vezes eles influenciam erradamente, mas não é por mal, ou porque gostavam de ter sido isto, ou porque aquela profissão dá mais dinheiro. Queremos ajudar pais, filhos e professores», concluiu a coordenadora.

Andreia Azevedo

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sexta-feira 18 de dezembro 2009

Desporto

KARATÉ

maiahoje

400 atletas reunidos em competição

CKMaia arrecadou sete medalhas em Alcabideche \\ Os desportistas maiatos alcançaram uma medalha de ouro, cinco de prata e uma de bronze.

Sete atletas do Clube de Karaté da Maia subiram ao pódio do Campeonato Nacional de Cadetes, Ju-

NATAÇÃO

niores e Sub-21, nos passados dias 12 e 13 de Dezembro. Uma medalha de ouro, cinco de prata e uma de

bronze foram o reflexo da prestação dos 14 atletas que o CKMaia levou a Alcabideche, que acabou por jun-

tar 400 atletas na competição.

Em nota de imprensa, o presidente do CKMaia, António Moreira, destacou o trabalho realizado por uma das suas atletas. «Inês Rodrigues mostrou o porquê de ser a única atleta feminina medalhada a nível mundial, a jovem maiata venceu as adversárias no escalão Junior +59 Kg, sem que o cronómetro chegasse aos dois minutos», afirmou o responsável.

As medalhas de prata foram entregues a Gonçalo Pinto, Vítor Silva,

Diogo Magalhães, Fábio Pinto e Catarina Santos. Marina Sousa foi a desportista maiata que arrecadou o bronze neste Campeonato Nacional.

Apesar de António Moreira realçar «a atitude e a garra» dos atletas maiatos, o treinador da equipa, Nuno Moreira, considerou que «é preciso melhorar e saber lidar com este tipo de combates finais».

Mariana Albuquerque

Cinco atletas presentes na competição

CNMaia em sete finais nos Campeonatos de Leiria \\

Os nadadores maiatos conseguiram melhorar os tempos pessoais.

Nos dias 4, 5 e 6 de Dezembro, a cidade de Leiria recebeu os Campeonatos Nacionais de Absolutos, «competição que foi uma das mais importantes para o grupo de Juniores e Seniores do Clube de Natação da Maia.

Com cinco atletas em competição, o CNMaia voltou a conquistar

FUTSAL

recordes pessoais, destacando-se a prestação de Luís Neto nos 50 metros bruços, prova que concluiu em 29 segundos. Luís Neto participou ainda nas finais de 100 metros bruços e 200 metros estilos. João Queijo foi outro dos atletas maiatos a conseguir melhorar os seus tempos pessoais, obtendo dois recor-

des nas duas provas nadadas. As restantes finais foram obtidas por Carolina Silva nos 50, 100 e 200 metros mariposa e por Joana Maia nos 200 metros da modalidade de bruços.

Paralelamente aos Campeonatos Nacionais de Absolutos realizou-se o Torneio Regional em Paços

de Ferreira. O nadador maiato Paulo Silva obteve recordes pessoais em todas as provas em que participou, arrecadando ainda uma medalha de terceiro lugar nos 200 metros mariposa.

No passado dia 8 de Dezembro, realizou-se na Piscina Municipal da Senhora da Hora, a primeira prova

desta época para o escalão mais jovem do Clube de Natação da Maia, que contou com a prestação de sete atletas, «dois dos quais em estreia nestas andanças», Bernardo Alves e João Martins.

Mariana Albuquerque

Dezoito instituições envolvidas na iniciativa

O desporto como arma de combate à exclusão social \\ Desmistificar eventuais preconceitos e aproximar as pessoas excluídas ou em risco de exclusão da sociedade são os grandes objectivos da Liga para a Inclusão Social.

A Santa Casa da Misericórdia da Maia, através do Centro Comunitário de Vermoim/Sobreiro, faz parte do conselho executivo da Liga para a Inclusão Social, um projecto que junta diversas instituições em torno de uma actividade desportiva destinada a integrar um conjunto de pessoas na sociedade.

«Trata-se de uma série de instituições que desenvolvem a sua intervenção no âmbito da reabilitação, tratamento e inclusão social no distrito do Porto» e que «decidiram pub

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unir os seus esforços e levar um pouco mais além o trabalho que realizam individualmente», explicou Mário Figueiredo, da Santa Casa da Misericórdia da Maia.

Assistência Médica Internacional, Associação dos Albergues Nocturnos do Porto, Casa de Saúde São João de Deus, Centro de Apoio e Recuperação do Alcoolismo, Estabelecimento Prisional de Santa Cruz do Bispo e Instituto da Droga e da Toxicodependência, são, juntamente com a Santa Casa maiata, alguns dos

organismos envolvidos na iniciativa.

A «prática desportiva regular» é, neste caso, o segredo utilizado para a integração social. «Para além dos reconhecidos benefícios para a saúde física e mental, o desporto comporta também uma importante função social, permitindo ultrapassar barreiras que, de outra forma, se podem revelar insuperáveis», notou Mário Figueiredo, em declarações ao Maia Hoje.

A concretização do projecto reflecte-se na realização de jornadas

semanais de Futsal, onde são disputados jogos entre equipas formadas pelos utentes de cada instituição. A título exemplificativo, no passado dia 9 de Dezembro, realizaram-se três jogos: um entre o grupo de Psiquiatria do S. João e a Prisão de Santa Cruz do Bispo; outro entre a Associação Norte Vida e a Associação de amigos do Magalhães de Lemos e ainda um terceiro que colocou frente a frente o Centro Comunitário de Vermoim e a Associação de estudantes da Faculdade

de Medicina.

De acordo com Mário Figueiredo, «apesar da vertente competitiva estar presente, é completamente suplantada pelo incentivo ao desportivismo e pela promoção de estilos de vida saudáveis». Outro dos objectivos desta Liga para a Inclusão Social é «desmistificar eventuais preconceitos habitualmente conotados com este grupo» de pessoas em risco de exclusão.

Mariana Albuquerque

maiahoje

sexta-feira 18 de dezembro de 2009

Desporto

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GINÁSTICA

Prova realizou-se no passado dia 28 de Novembro

GCM participou no Torneio Internacional de Budapeste \\ André Ferreira e Manuel Brandão estrearam-se em provas internacionais. Tiago Barbosa foi convidado para integrar um estágio na Tunísia.

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Tiago Barbosa, André Ferreira e Manuel Brandão orgulharam o nome do Ginásio Clube da Maia, em Budapeste, no passado dia 28 de Novembro. Há trinta e cinco anos que se realiza na Hungria um dos torneios mais importantes da modalidade. Mas, este ano, devido à pandemia que tem assolado o mundo, a Gripe A, o torneio foi cancelado. Os clubes húngaros não quiseram deixar passar o ano em branco e, por esse motivo, alguns clubes de Budapeste organizaram o Torneio Internacional YBL Kupa 2009, disputado na capital húngara. Quatro clubes de Budapeste participaram no torneio, convidando ainda dois portugueses: o Ginásio Clube da Maia e o Clube Desportivo Nacional, da Madeira.

Para André Ferreira e Manuel Brandão a participação neste torneio foi uma estreia nas provas internacionais. Mas, isso não impediu os ginastas de alcançarem bons resultados.

«As classificações foram muito boas, sobretudo para os mais novos (Manuel e André). A Hungria é um país com tradição na modalidade e é uma grande potência a nível europeu», afirmou ao Maia Hoje Paulo Mota, treinador da equipa de ginástica artística masculina do GCM. Além das competições, os atletas maiatos aproveitaram a estadia em Budapeste para aprenderem mais e treinarem. «Fizemos alguns treinos em clubes com muito melhores condições e aparelhos do que nós. Foi uma óptima experiência», revelou Paulo Mota. O clube gostava de levar mais ginastas a estas competições internacionais, mas as condições financeiras

assim o impedem.

Tiago Barbosa foi convocado para um estágio em Tunes O ginasta maiato Tiago Barbosa que integra a Selecção Nacional Júnior foi convocado pela Federação de Ginástica de Portugal para um estágio em Tunes, na Tunísia. O estágio já começou no passado dia 14 de Dezembro e termina amanhã, servindo de preparação para o Campeonato da Europa de Juniores de 2010.

A próxima prova será em Março, no Torneio de Abertura, que terá lugar na Faculdade de Desporto da Universidade do Porto.

Andreia Azevedo

\\ Classificações dos atletas maiatos: Escalão 1999-1998: Manuel Brandão: - 1º Classificado Cavalo com Arções - 2º Classificado Geral Individual - 3º Classificado Solo - 3º Classificado Argolas André Ferreira: - 6º Classificado Geral Individual Escalão 1995: Tiago Barbosa: - 2º Classificado Saltos de Cavalo - 5º Classificado Geral Individual

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O Tempo

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sexta-feira 18 de dezembro de 2009

Magazine

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SEX dia

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Pouco nublado. Máxima 16 °C . Vento ES-SUDESTE 21 km/h .

Pouco nublado. Mínima 9 °C . Vento ESTE 28 km/h .

Hotspots Wi-Fi (MAIA)

Pouco nublado. Máxima 17 °C . Vento ESTE 18 km/h .

Céu limpo. Mínima 6 °C .

Vento SUDESTE 25 km/h .

Céu limpo. Máxima 16 °C .

Vento ESTE 14 km/h .

Filme

Aeroporto Francisco Sá Carneiro . . . . .Pedras Rubras ANJE . . . . . . . . . . . . . . . . . .Tr. Cruzes Monte, 46 - R/C CEPSA . . . . . . . . . . . . . . . . . . .Av. António Santos Leite CTT . . . . .R. Dr. José Rodrigues Silva Júnior, 355 - R/C Galeria Central Plaza . . . . . . . . .R. D. Manuel II, 2076 GALP - A.S. Águas Santas . . . . . . . . . . . . . .A4, Km 9.8 (Porto/Amarante - Ermesinde) GALP - A.S. Águas Santas . . . . . . . . . . . . . .A4, Km 9.8 (Amarante/Porto - Ermesinde) Loja PT . . . . . . . . . . . . . . . . .Av. Visconde Barreiros, 15 Lusomundo MaiaShopping . . . . . .Lugar de Ardegães Maioritelica . . . . . . . . . .R. Eng. Frederico Urich, 3196 McDonald’s (Maia Centro) . . . . . . .Lugar de Catassol McDonald’s (Maia Jumbo) . . . . . . .Jumbo, EN14, Km9 McDonald’s (MaiaShopping) . . . . . . . . .Lj. 238, Piso 2 TOTAL . .Via Eng. Belmiro de Azevedo - Z. Ind. Maia I

Telefones úteis EMERGÊNCIAS: SOS Número Nacional de Socorro . . . . . . . . . . . . . .112 Intoxicações . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .808 250 143 Bombeiros Voluntários de Moreira . . . . .229 421 002 Assoc. Human. Pedrouços . . . . . . . . . . . .229 012 744 P.S.P. Maia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .229 413 853 P.S.P. Aeroporto de Pedras Rubras . . . . .229 482 693 G.N.R. Maia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .229 867 430 Protecção Civil (C.M. Maia) . . . . . . . . . . .229 408 722 Protecção Civil (C.M. Maia) Fax . . . . . . . .229 412 038 Protec. Civil (C.M.M) Linha verde . . . . . . .800 205 169 Polícia Municipal Maia . . . . . . . . . . . . . . .229 440 853 PSP Águas Santas . . . . . . . . . . . . . . . . . . .229 713 537 SERVIÇOS DE UTILIDADE PÚBLICA: Cartório Notarial da Maia . . . . . . . . . . . . .229 439 810 Conservatória do Registo Predial . . . . . .229 483 929 1.ª Repartição de Finanças . . . . . . . . . . . .229 448 133 2.ª Repartição de Finanças . . . . . . . . . . . .229 785 040 1.ª Tesouraria da Fazenda Pública . . . . .229 484 332 2.ª Tesouaria da Fazenda Pública . . . . . . .229 717 271 Tribunal Judicial da Maia . . . . . . . . . . . . .229 438 900 Santa Casa da Misericórdia . . . . . . . . . . .229 448 136 Correios de Vermoim . . . . . . . . . . . . . . . .229 439 610 EN - Electricidade do Norte . . . . . . . . . . .800 506 506 EN - (Comunicação de Avarias) . . . . . . . .800 246 246 S.M. Águas e Saneamento da Maia . . . .229 430 800 Inst. Emprego Form. Profissional . . . . . .808 200 670 Áeroporto Sá Carneiro . . . . . . . . . . . . . . . .229 413 141 Câmara Municipal da Maia . . . . . . . . . . .229 408 600 Aeródromo de Vilar de Luz . . . . . . . . . . . .229 687 322 Biblioteca Gulbenkian . . . . . . . . . . . . . . .229 483 472 Forum da Maia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .229 408 643 Forum Jovem da Maia . . . . . . . . . . . . . . . .229 436 390 Gab. Apoio Defesa do Consumidor . . . . .229 442 462 E. M. Estacionamento da Maia . . . . . . . .229 408 643 Academia das Artes da Maia . . . . . . . . . .229 408 721 Linha Directa Ambiente . . . . . . . . . . . . . .229 484 821 Linha Verde . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .800 202 639 Casa do Alto . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .229 059 520 Táxi Maia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .229 482 660 Canil Municipal da Mai . . . . . . . . . . . . . . .229 823 687 Quinta da Gruta . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .229 870 292 SAÚDE: C. de Saúde da Maia . . . . . . . . . . . . . . . . .229 470 940 (Linha Azul) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .229 487 918 C. Saúde de Á.Santas . . . . . . . . . . . . . . . .229 735 420 C. Saúde do Castêlo . . . . . . . . . . . . . . . . .229 810 238 Unid. Saúde de Moreira Maia . . . . . . . . .229 867 036 U. S. Moreira Maia(Linha Azul) . . . . . . . .229 427 968 Unidade de Saúde de Gueifães . . . . . . . .229 438 449 Unidade de Saúde de Milheirós . . . . . . .229 723 322 Unidade de Saúde de Nogueira . . . . . . . .229 448 655 Unidade de Saúde de Vermoim . . . . . . . .229 470 950 Serv. Atend. a Situações Urgentes . . . . .229 448 790 Cruz Vermelha Port. (Núcleo Maia) . . . . .229 411 221

Avatar (Avatar) Duração: 162m Classi.: M12 Género: Acção/Aventura Realização: James Cameron Interpretação: Sam Worthington, Zoe Saldana, Sigourney Weaver, Lola Herrera, Joel David Moore, Giovanni Ribisi, Michelle Rodriguez, Stephen Lang, Wes Studi, CCH Pounder, Laz Alonso, Dileep Rao, Matt Gerald, Sean Anthony Moran, Scott Lawrence.

Sinopse: "Avatar" marca o regresso de James Cameron à direcção das grandes produções desde "Titanic" de 1997, o maior êxito de bilheteira de todos os tempos, e transporta-nos a um espectacular mundo para além da nossa imaginação, onde um herói rebelde embarca numa viagem de redenção, descoberta e amor inesperado, assim como lidera uma batalha heróica para salvar a civilização.

Possibilidade de chuva de 40%. Pouco nublado.

Mínima 4 °C . Vento ESTE 28 km/h .

Possibilidade de chuva de 40%. Céu Encoberto.

Máxima 13 °C . Vento ESTE 28 km/h .

30% Possibilidade de chuva. Parcialmente nublado. Mínima 4 °C .

Vento ESTE 32 km/h .

Sensação Térmica: -1 °C .

Farmácias de serviço

(P.) - Permanente; (R.) - Reforço até 24h00) (D.) - Disponibilidade

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Turno A DA MAIA [Águas Santas (P.)] • DO AEROPORTO [P. Rubras - V. N. da Telha (P.)] LIMA COUTINHO [Gueifães (R.)] • MENDONÇA [S. Pedro de Fins (D.)] Turno B CENTRAL [Maia (P.)] • VALES [Pedrouços (P.)] V. NOVA DA TELHA [V. N. da Telha (R.)] • MENDONÇA [S. Pedro de Fins (D.)] Turno C DA AGRA [Milheirós (P.) • GRAMAXO [Moreira da Maia (P.)] MARTINS DA COSTA [Águas Santas (R.) | MENDONÇA [S. Pedro de Fins (D.)] Turno D ALIANÇA [Vermoim (P.)] • EUGÉNIA [Pedrouços (P.) DAS GUARDEIRAS [Guardeiras - Moreira (R.)] • MENDONÇA [S. Pedro de Fins (D.)] Turno E ÁLVARO AGANTE [Vermoim (P.)] • GEMUNDE [Gemunde (P.)] SOUSA TORRES [Ardegães - Águas Santas (R.)] • MENDONÇA [S. Pedro de Fins (D.)] Turno F BOM DESPACHO [Maia (P.)] • DO CASTELO [Castêlo da Maia - Sta. Mª de Avioso (P.)] MOREIRA BARROS [Parada - Águas Santas (R.)] • MENDONÇA [S. Pedro de Fins (D.)] Turno G ARAÚJO [Nogueira (P.)] • BASTOS [Gueifães (P.)] DE SILVA ESCURA [Frejufe- Silva Escura (R.)] • MENDONÇA [S. Pedro de Fins (D.)] Turno H DO AEROPORTO [Pedras Rubras - V.N. Telha (P.)] • LIMA COUTINHO [Gueifães (P.)] DA MAIA [Águas Santas (P.)] • MENDONÇA [S. Pedro de Fins (D.)] Turno I VALES [Pedrouços (P.)] • VILA NOVA DA TELHA [V. N. da Telha (P.)] CENTRAL [Maia (R.)] • MENDONÇA [S. Pedro de Fins (D.)] Turno J GRAMAXO [Moreira da Maia (P.)] • MARTINS DA COSTA [Águas Santas (P.)] DA AGRA [Milheirós (R.)] • MENDONÇA [S. Pedro de Fins (D.)] Turno K EUGÉNIA [Pedrouços (P.)] • DAS GUARDEIRAS [Guardeiras - Moreira (P.)] ALIANÇA [Vermoim (R.)] • MENDONÇA [S. Pedro de Fins (D.)] Turno L GEMUNDE [Gemunde (P.)] • SOUSA TORRES [MaiaShopping - Águas Santas (P.)] ÁLVARO AGANTE [Vermoim (R.)] • MENDONÇA [S. Pedro de Fins (D.)] Turno M DO CASTELO [Castêlo da Maia - Sta. Mª de Avioso (P.)] • MOREIRA BARROS [Parada - Águas Santas (P.)] BOM DESPACHO [Maia (R.)] • MENDONÇA [S. Pedro de Fins (D.)] Turno N BASTOS [Gueifães (P.)] • DE SILVA ESCURA [Frejufe- Silva Escura (P.)] ARAÚJO [Nogueira (R.)] • MENDONÇA [S. Pedro de Fins (D.)] Turno O LIMA COUTINHO [Gueifães (P.)] • DA MAIA [Águas Santas (P.)] DO AEROPORTO [P. Rubras - V. N. da Telha (R.)] • MENDONÇA [S. Pedro de Fins (D.)] Turno P VILA NOVA DA TELHA [V. N. da Telha (P.)] • CENTRAL [Maia (P.)] VALES [Pedrouços (R.)] • MENDONÇA [S. Pedro de Fins (D.)] Turno Q MARTINS DA COSTA [Águas Santas (P.)] • DA AGRA [Milheirós (P.)] GRAMAXO [Moreira da Maia (R.)] • MENDONÇA [S. Pedro de Fins (D.)] Turno R ALIANÇA [Vermoim (P.)] • DAS GUARDEIRAS [Guardeiras - Moreira (P.) EUGÉNIA [Pedrouços (R.) ] • MENDONÇA [S. Pedro de Fins (D.)] Turno S SOUSA TORRES [MaiaShopping - Águas Santas (P.)] • ÁLVARO AGANTE [Vermoim (P.)] GEMUNDE [Gemunde (R.)] • MENDONÇA [S. Pedro de Fins (D.)] Turno T MOREIRA BARROS [Parada - Águas Santas (P.)] • BOM DESPACHO [Maia (P.)] DO CASTELO [Castêlo da Maia - Sta. Mª de Avioso (R.)] • MENDONÇA [S. Pedro de Fins (D.)] Turno U DE SILVA ESCURA [Frejufe- Silva Escura (P.)] • ARAÚJO [Nogueira (P.)] BASTOS [Gueifães (R.)] • MENDONÇA [S. Pedro de Fins (D.)]

Informação patrocinada por:

Prop. e Dir. Técnica Dr. José Pedro M. Duran G. Dinis

Cinemas Warner lusomundo cinemas MAIASHOPPING DE 18 de DEZEMBRO- 23 de DEZEMBRO

Todos os filmes têm inicio 10 minutos após hora marcada Tel: 22 977 04 50 • Fax 22 972 45 37 Lua Nova

|14:15; 17:30; 21:10; 00:15(****)]

Avatar

[13:30; 17:10; 20:50; 00:35(****)]

Planeta 51

[11:00; 13:20; 15:45; 18:10; 21:20; 23:50(****)]

Artur e a VIngança Maltazard

[10:45 (*); 13:10; 15:35; 18:20; 20:50; 23:20(****)]

Uma Aventura

[13:40; 16:20; 19:00]

2012

[21:00; 00:30(****)]

FARMÁCIA ALIANÇA De seg. a sex. das 9h00 às 21h00 • sáb. das 9h00 às 13h00

VIVACINE MAIA

DE 18 de DEZEMBRO- 23 de DEZEMBRO

• Permanente

Todos os filmes têm inicio 10 minutos após hora marcada Tel: 22 947 15 18

21 de Dezembro

Avatar Artur e a Vingança de Maltazard Lua Nova Planeta 51 2012

|02:42; 14:00; 17:30; 21:00; 00:20] [01:35; 11:00(*****); 13:30; 16:00; 18:30; 21:30; 23:30]

• Reforço

27 de Dezembro

[02:08; 14:10; 17:00; 21:20; 00:10] [01:32; 11:10(*****); 13:40; 16:10; 18:40] [2:38; 21:10; 0:15]

Av. Padre Manuel Alves do Rêgo, 657 • 4470-330 Vermoim Tel. 22 944 08 86 • Fax 22 940 64 35

(*) Só ao Domingo - (**) Só 6ª e Sábado - (***) Excepto Sábado e Domingo - (****) Sexta a Sábado (*****) Sábados, Domingos e Feriados

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maiahoje

sexta-feira 18 de dezembro de 2009

Sociedade

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Viagens //

ATLANTA, A CIDADE DA COCA-COLA E DA CNN Atlanta é a grande capital do sul (quem não se Scarlett O’Haara e das suas estadas em Atlanta em “E tudo o vento levou?” – só que dessa Atlanta já nada resta...). Hoje em dia, Atlanta é a cidade da CNN, da Coca-Cola, dos Jogos Olímpicos, de Martin Luther King. Todos os pontos de interesse turísticos ficam no centro da cidade e podem ser visitados sem necessitar de carro.

No “Mundo da Coca-Cola”, ficamos a conhecer toda a história da bebida mais famosa do mundo, que nasceu em 1886 e que é, hoje em dia, o melhor exemplo duma multinacional poderosa com estratégia global. O ponto mais apetecível do “Mundo da Coca-Cola” é a fonte de refrigerantes onde correm todas as bebidas que a Coca-Cola produz em todo o mundo. Pode provar-se CocaCola com diversos sabores (cereja, baunilha, frutos silvestres, etc.), ginger ale de Moçambique, refrigerante de maracujá da Nova Guiné, etc., etc., etc.

Saindo do mundo da Coca-Cola, passamos pelo Underground Atlanta, um enorme centro comercial que se estende por seis quarteirões e que nasceu nos subterrâneos da antiga cidade, no centro comercial da localidade em 1782 conhecido por “Standing Peachtree”.

Chegamos então ao mundo da informação, à sede da CNN, a Cable News Network, que Ted Turner lançou a 1 de Julho de 1980. Numa visita guiada, que começa por subirmos a maior escada rolante que jamais vira e que tem a altura de 3-4 andares, ficamos a conhecer os estúdios, muitos dos truques utilizados em televisão (sabia que os apresentadores da meteorologia estão à frente dum painel azul, vazio, sem imagem alguma? Já alguma vez reparou que eles fazem sempre gestos muito vagos ao apontar para as regiões?) e como funciona uma televisão que só transmite informação.

Deixamos a CNN e atravessamos o Parque Olímpico do Centená-

\\

rio, construído em 1996 para os Jogos Olímpicos de Verão que tiveram lugar em Atlanta e cuja atracção principal é a Fonte dos Anéis, a maior fonte interactiva do mundo, que usa o símbolo olímpico dos cinco anéis interligados. Cada um dos anéis tem um diâmetro 7,6 m.

No total, 251 jactos de água (com alturas entre 1,2 e 10,6 metros), 400 jactos de nevoeiro e 487 luzes são responsáveis pelos sete espectáculos de música, luz e água.

Continuamos o nosso passeio; saímos do bairro central e, de repente, todo ambiente se modifica.

Os prédios deixam de ter o brilho anterior, são velhos e mal tratados, os pátios estão cheios de lixo: deixámos a zona comercial da cidade e entrámos na zona negra. A diferença é brutal! Mas é aqui que está a igreja Baptista de Ebenezer onde Martin Luther King costumava pregar, a sua casa-natal e o Centro Cívico para os Direitos Civis, onde está, no meio duma lago rectangular o túmulo deste homem que „tinha um sonho“. Um sonho de igualdade entre brancos e negros e que só se concretizou no papel. A realidade prática é bem diferente...

Tomemos agora o MARTA, o metro de Atlanta, e vamos para o Parque da Pedra (Stone Mountain), um enorme parque florestal de lazer à volta do maior rochedo de granito do mundo, uma „pedrinha“ que pesa 573 milhões de toneladas, que tem uma altura correspondente a um prédio de 33 andares e que tem somente 300 milhões de anos, sendo assim mais antiga do que o Himalaia.

No início do século XX, um projecto patriota criou um baixo relevo colossal que mostra as figuras, a cavalo, de três heróis da Confederação (Jefferson Davis, o primeiro e único presidente da Confederação dos Estados Unidos, o general Lee e o general Jackson). A realização desta obra demorou muitas décadas a concluir devido a factores diversos: dificuldade em trabalhar o granito,

Monte da Pedra com o baixo-relevo com os heróis da confederação

especialmente a grandes alturas, o início da 1ª Grande Guerra, mudanças dos escultores que dirigiam a obra e alteração do conceito da obra, entre muitas outras.

Costa Atlântica: a ilha dos ricos Deixemos agora Atlanta e sigamos para a costa atlântica do estado da Georgia. Paremos em na Ilha Jeckill, a ilha dos ricos, um paraíso na terra. A ilha foi comprada no século XIX por um grupo de industriais e banqueiros, entre os quais William Rockefeller, Joseph Pulitzer, Vincent Astor, Willian Vanderbilt, e Frank Henry Goodyear, para aqui passarem férias com as suas famílias – entre si e longe da confusão. Fundaram um clube e só quem pertencesse ao club é que poderia ter o privilégio de aqui passar o Inverno, longe do frio de Nova Iorque – no Verão, a ilha era pouco atraente por causa dos insectos.

Apesar do muito dinheiro que corria entre os membros do club, nada de imponente e pomposo foi construído na ilha, excepto a Casa do Club, construída em estilo art décor.

Os tempos passaram, os herdeiros desprezaram a ilha que lhes era muito sossegada: queriam mais do que andar de bicicleta, fazer piqueniques na praia, jogar às cartas. Os loucos anos 20 estavam no auge, porquê gastá-los numa ilha onde nada havia? A ilha Jekill foi abandonada, mas felizmente comprada pelo estado que a transformou num parque estatal, mantendo-lhe a traça e o espírito. Apesar de já estar ligada à terra firme por uma ponte, a ilha continua a ser o local de eleição para se descansar. Aqui não há prédios altos, somente casas de um andar, quase todas de madeira, não há anúncios luminosos de néon, não há restaurantes de comida rápida.

Um oásis. Os mosquitos, que afastavam os ricos no Verão, mantêmse, infelizmente, fiéis à ilha...

M.Margarida Pereira-Müller

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A igreja Baptista de Ebezener onde Martin Luther King pregava

Fotos: Hans-Jürgen Müller

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Uma das ruas do centro de Atlanta

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A Junta de Freguesia de Avioso, Sta. Maria, deseja-lhe um Santo Natal e Óptimo 2010

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