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Mãe segue luta contra doença do filho e obstáculos impostos por plano de saúde

Por Guilherme Alferes guilhermealferes@leiaogazeta.com.br

Em agosto de 2022, a GAZETA realizou uma reportagem contando a história de Camila Martins Dias, 36, uma técnica de enfermagem que vem travando uma luta que parece interminável pela vida de seu filho de apenas 4 anos, portador de uma doença rara. Sete meses depois da publicação, a mãe procurou novamente o jornal afim de reforçar as acusações feitas contra a operadora de planos de saúde UniHosp de dificultar ao máximo o tratamento da criança.

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Ela relata que foi necessária uma liminar judicial, expedida pelo juiz Dr. Antenor da Silva Cápua em 2020, para que a empresa disponibilizasse os insumos básicos para o tratamento domiciliar, como medicamentos, fraldas e equipamentos para os prossionais que atendem o menino. Ainda assim, de acordo com relatos de Camila e imagens que não serão mostradas em respeito à identidade da criança, o material fornecido tem uma qualidade pí a, que causa até ferimentos.

DENÚNCIA

Mãe quer garantir o direito ao seu filho

Dentre as adversidades enfrentadas pela criança, está a di culdade para respirar pelo nariz, o que atrapalha não só a respiração, mas também seu processo de aprender a falar, o que torna o acompanhamento de fonoaudiologia indispensável.

O tratamento em questão estava sendo feito em domicílio, como solicitado, até que, em outubro de 2022, foi interrompido, com a operadora dizendo que a partir de então ele deveria ser continuado em uma de suas clínicas credenciadas. Nos quatro meses que seguiram, o menino não teve acesso ao tratamento.

Este, apesar de simbólico, não se trata nem do mais grave episódio envolvendo a fonoaudiologia ofertada pela operadora de saúde. Em 2022, quando o tratamento ainda estava sendo feito, uma das médicas enviadas pelo convênio fez o uso incorreto de um eletrodo, causando uma queimadura no pescoço da criança.

O caso gerou outro processo envolvendo a família e a UniHosp. Dessa vez com a adição da médica em questão e da empresa terceirizada para a qual ela trabalha.

Todo esse imbróglio tem tido efeitos não só no estado de saúde do menino, mas também no de Camila, que teve de abandonar até o emprego e hoje vive em função dis- so. Além da pressão natural de lidar com um lho adoentado, ela relata também uma série de constrangimentos psicológicos, tendo, segundo ela, ouvido até funcionários da operadora a chamando de “louca” e insinuando que ela estaria inventando as doenças do lho.

Ela revela que, no ano passado, descobriu uma lesão em seu cérebro, que ocorreu por conta dos anos de nervosismo, de acordo com seu médico. Os anos de esgotamento zeram com que Camila chegasse a uma macabra conclusão sobre o motivo pelo qual a UniHosp estaria fazendo isso: “Eu já cheguei a assimilar que eles fazem de tudo para que o caso dele piore e ele vá a óbito, eu já entendi nesse patamar e eu falo isso sem medo”, dispara.

No entanto, quando questionada sobre o que a tem segurado em pé para enfrentar a luta, a resposta vem sem titubeios: “Ele, eu luto por ele. Olhar ele se esforçando para lutar, porque eu já vi meulho lutar várias vezes, me dá muita força.”

Confira o posicionamento completo da UniHosp sobre o caso acessando o QRCode:

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