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Inflação deve voltar a ganhar força no segundo semestre, diz
Campos Neto
O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, participou nesta quarta-feira (19) de uma reunião com investidores em Londres, organizada pelo European Economics & Financial Centre. Em seu discurso, ele destacou que a recente crise mostrou que é possível haver um cenário diferente à frente quando se trata de bancos. Campos Neto afirmou ainda que é necessário supervisionar os bancos com mais tecnologia. Disse ainda que o núcleo da inflação no Brasil está muito resiliente e, embora o dado cheio esteja caindo, o aumento de preços deve voltar a ganhar força no segundo semestre. O presidente do BC calculou que a inflação geral deve ir a 3,5% em junho, e depois voltará a subir. Segundo ele, as expectativas de inflação para 2024 e 2025 subiram quase 1% desde dezembro, em parte devido ao pacote fiscal aprovado e ao fato de o governo falar em mudança na meta. Falando a investidores em Londres, Campos Neto disse não ter lido em detalhe ainda o texto do projeto do arcabouço fiscal encaminhado pelo governo ao Congresso na véspera, mas reiterou que a proposta é “bastante razoável” e que será importante acompanhar o processo de sua aprovação. “Estamos observando para ver os efeitos do que o governo apresentou”, afirmou, frisando mais uma vez que não há uma relação mecânica entre a meta fiscal e as decisões do BC sobre juros, e que o mais importante é como as políticas para as contas públicas afetam o canal de expectativas dos agentes econômicos. “A realidade é que o processo de desinflação está mais lento do que esperávamos dado o nível dos juros reais no Brasil. O que nos diz que a batalha não foi ganha e precisamos persistir”, disse em reunião organizada pelo European Economics & Financial Centre.
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O IPCA, que mede a inflação ao consumidor, acumulou alta de 4,65% nos 12 meses até março, nível mais baixo em mais de dois anos. Campos Neto ressaltou, contudo, que os dados cheios da inflação seguem “poluídos” por mudanças recentes na taxação de produtos e que os núcleos de inflação, que desconsideram preços mais voláteis, seguem altos, e as expectativas de inflação subiram. Respondendo a pergunta de um investidor, Campos Neto afirmou que há muita incerteza em torno dos efeitos para a economia de se deixar os juros altos por mais tempo, mas que pode haver um “trade-off de esperar um pouquinho mais para garantir que você faz isso (leva a inflação à meta) de um jeito estável”.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva têm feito reiteradas críticas ao nível da taxa básica de juros, que está em 13,75% desde agosto, e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, argumenta que o arcabouço fiscal e outras medidas adotadas pelo governo já criam condições para um corte da Selic. O Comitê de Política Monetária (Copom) voltará a se reunir no início de maio para deliberar sobre os juros. “O cenário está melhorando. Acho que o anúncio fiscal do governo ajuda bastante, mas é um processo. Para nós é importante fazer um movimento que tenha credibilidade”, disse Campos Neto. A estimativa do BC é de que a inflação geral deve ir a 3,5% em junho, e depois voltará a subir, disse Campos Neto. Ele notou que as expectativas de inflação para 2024 e 2025 subiram quase 1% desde dezembro, em parte devido ao pacote fiscal aprovado no final do ano passado e ao fato de o governo atual ter falado em mudança na meta de inflação. Para Campos Neto, não é papel do BC definir a meta de inflação –a autarquia tem um dos três votos do conselho que fixa os objetivos anualmente–, mas que, na sua avaliação, uma elevação da meta geraria um risco altista para a inflação. “Nossa opinião é mais no lado de que risco vai aumentar. E mesmo que não aumente muito, não significa que não tem custo num prazo mais longo… No prazo mais longo, você pode criar danos ao fazer isso.” Lula tem defendido que as metas de inflação do país são excessivamente baixas e deveriam ser alteradas. Para este ano, a meta é de 3,25% e, para os dois anos seguintes, de 3,00%, com uma margem de tolerância de 1,5 ponto percentual.
Os Estados Unidos vão usar somente as vacinas contra a Covid-19 de segunda geração (bivalentes), da Pfizer e da Moderna, a partir de agora. Os imunizantes de primeira geração, que continuam a ser aplicados na maior parte do mundo, inclusive no Brasil, não estão mais autorizados, informou nesta terça-feira (18) a FDA (agência reguladora de medicamentos do país). Estados Unidos deixam de usar vacinas de primeira geração contra a Covid ainda usadas no Brasil Terra Brasil Notícias abril 18, 2023 Estados Unidos deixam de usar vacinas de primeira geração contra a Covid ainda usadas no Brasil Os Estados Unidos vão usar somente as vacinas contra a Covid-19 de segunda geração (bivalentes), da Pfizer e da Moderna, a partir de agora. Os imunizantes de primeira geração, que continuam a ser aplicados na maior parte do mundo, inclusive no Brasil, não estão mais autorizados, informou nesta terça-feira (18) a FDA (agência reguladora de medicamentos do país). As vacinas bivalentes poderão ser administrada a todos os indivíduos acima de 6 meses, para esquema primário ou reforço. A agência ainda autorizou um segundo reforço com a vacina bivalente para idosos acima de 65 anos e pessoas imunocomprometidas. Os especialistas entendem que, por mais atualizadas que essas vacinas estejam, esses são grupos que sofrem com uma diminuição da imunidade ao longo do tempo e requerem uma frequência maior de reforços. “Já existem evidências de que a maioria da população dos EUA com 5 anos ou mais possui anticorpos contra o Sars-CoV-2, o vírus que causa a Covid-19, seja por vacinação, seja por infecção, o que pode servir como base para a proteção fornecida pela vacinas bivalentes”, justificou o diretor do Centro da FDA para Avaliação e Pesquisa Biológica, Peter Marks.
21 De Abril De 2023
Com inflação recorde, BC da Argentina eleva juros a 81% ao ano
O Banco Central da Argentina (BCRA) confirmou nesta quinta-feira (20) o aumento dos juros básicos em 3 pontos percentuais, conforme havia sido antecipado por veículos da imprensa local. Com a decisão, a taxa da chamada Letra de Liquidez (Leliq) avança a 81% ao ano, após a inflação no país atingir o maior nível em três décadas. Segundo comunicado, a autoridade monetária também fixou em 81% a taxa mínima para os depósitos de prazo fixo de até 10 milhões de pesos e de 72,5% para o restante. “O BCRA continua monitorando a evolução do nível geral de preços, a dinâmica do mercado de câmbios e dos agregados monetários aos efeitos de calibrar sua política de juros”, informou a autoridade monetária. No mês passado, o BCRA já havia elevado a taxa de juros em 3 pontos percentuais,para 78% ao ano. O aumento dos juros, no entanto, parece não ser o suficiente para domar a variação dos preços no país vizinho.
O índice de preços ao consumidor (IPC) da Argentina acelerou a uma taxa anual de 104,3% em março, no maior valor desde setembro de 1991. Na comparação com o mês de fevereiro, os preços estavam 7,7% maiores. O resultado deixa o país na liderança dos maiores índices de inflação entre os membros do G20, grupo formado pelas 19 maiores economias do mundo mais a União Europeia. A situação se agrava ao se olhar para a crise climática que a Argentina, um dos maiores exportadores mundiais de grãos, atravessa. Lidando com uma das piores secas da história, as safras locais podem render quase um quarto a menos de dólares de exportação nesta temporada em relação ao ciclo anterior, de acordo com a bolsa de grãos de Buenos Aires. O resultado é um encarecimento ainda maior dos preços dos alimentos — e uma perspectiva de perdas de dezenas de bilhões de dólares para a economia.

SEXTA-FEIRA, 21 DE ABRIL DE 2023