Jornaleco 470 outubro 2015

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LANÇAMENTO DO LIVRO

Av. XV de Novembro, 1807 - Centro - Araranguá Tel. 3524-5916 graficacasadocarimbo@gmail.com

Dia 30 de outubro, a partir das 20h, NO SESC em Araranguá

do Prof. João Batista de Souza “E AGORA, JOÃO?” BIOGRAFIA DE UM PROFESSOR

O DIÁRIO DE BERNARDINO por Alexandre Rocha

JORNALECO ARARANGUÁ, OUTUBRO DE 2015 • ANO 22 • Nº 470

“Eles chegam vagarosamente e trafegam altivos pelo quadro principal da pequena urbanidade”

CAPÍTULO 2

NEM A DERROTA PARA O AMÉRICA de Joinville, e a consequente eliminação, manchou a incrível trajetória do Grêmio Esportivo Araranguaense na temporada de 1952. Saiu do banco dos réus da LARM, onde tinha a fama de encrenqueiro, para se tornar o primeiro time “forasteiro” a ser campeão daquela competição. Com um heróico 3º lugar no Campeonato Catarinense, foi o primeiro time a colocar o futebol da “região mineira” no cenário estadual. Grêmio Esportivo Araranguaense: do banco dos réus à redenção, por Renato de Araújo Monteiro P. 5 t

GRÊMIO ESPORTIVO ARARANGUAENSE Campeão da LARM de 1952

A

com a roça. De forma tímida, mas ao mesmo tempo tomado pela curiosidade da visita inusitada em meio ao seu isolamento, o grupo observa os cavaleiros e suas bagagens. Após apresentar-se, Bernardino avisa da pressa em seguir adiante, pede informações e água fresca. A conversa dura pouco e o homem da casa aponta a Oeste, dizendo que falta pouco, apenas uma légua e já estariam na vila. A comitiva segue por um caminho formado por picadas e desvios entre árvores e vegetações rasteiras agrupadas. O cenário vai aos poucos mudando e outros agricultores são vistos pelo campo a destocar raízes para formar lavoura. Um trecho cansativo, pouco antes da vila, ainda desafiaria o grupo. Era a subida de um areal, que pacientemente o grupo supera para entrar na parte final da viagem. Ficava para trás a forte maresia, revelava-se uma paisagem nova, com pequenas subidas e descidas que derivavam dos morros,

COMO O JORNALECO SE FAZ Os trabalhos de pesquisa, redação, edição de texto, diagramação e distribuição do JORNALECO são feitos voluntária e gratuitamente por seus editores e colaboradores. Os custos com papel e impressão gráfica são cobertos por nossos apoiadores culturais. Ao prestigiar as entidades, empresas e profissionais que anunciam aqui você estará contribuindo para a manutenção do JORNALECO, que há 21 anos divulga a história e a cultura araranguaenses, zelando sempre pela precisão documental, qualidade literária, correção linguística e arte tipográfica.

JORNALECO

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NAS RUAS A PARTIR DE 18/10/2015

ANO 22 • Nº 470 Distribuição gratuita Periodicidade mensal Tiragem: 1.000 exemplares

de onde avistaram a planície, tendo como cenário de fundo a serra Geral. Antes dela, a imensa mata que forrava com um verde azulado tudo o que se via pela frente. Mais casinhas, a maioria de estuque e coberta por palhas, córregos, pequenas e médias roças, animais de criação soltos... Um lugar pobre, sem estrutura, tudo dentro de uma avantajada clareira. Nela, a vila de Araranguá. Estavam ali, Bernardino e seus companheiros da longa viagem. ENTRADA

TRIUNFAL NA VILA

Eles chegam vagarosamente e trafegam altivos pelo quadro principal da pequena urbanidade. Entre cumprimentos de boas-vindas, observam o discreto movimento do cotidiano do início da tarde. Bernardino nota que o lugar, embora muito pequeno, já é um município e concentra os negócios e a administração política da grande região sul do Estado antes da fronteira com o Rio Grande SEGUE NA PÁG. 3

Gambás gostam mesmo de cachaça? O acadêmico do IFSC Leonel Cardoso desvenda esta antiga crendice popular. P. 11 A CRÔNICA DOS ANOS 60

F Nascem trigêmeos no Bom Pastor Um trio de garotos nasceu na Maternidade Bom Pastor. É a primeira vez que tal fato acontece em Araranguá.

F Resultados das eleições de 1962 CORREIO DE ARARANGUÁ (1962) P. 7

VENDAS E ASSISTÊNCIA TÉCNICA hometech@hometech.inf.br Tels. 3524-2525 / 9995-3737 Av. Getúlio Vargas, 930 - Centro

H FUNDADO EM 18 DE MAIO DE 1994 H EDIÇÃO E DIAGRAMAÇÃO Ricardo Grechi CONTATO Rossana Grechi ASSISTÊNCIA Guaraciara Rezende, Gibran Grechi, Nilsinho Nunes IMPRESSO NA GRÁFICA CASA DO CARIMBO DE Rosa e Aristides César Machado PRODUÇÃO Nicolas FOTOLITO David PAPEL Toninho IMPRESSÃO Valdo, Welington

UMA PUBLICAÇÃO

ORION EDITORA Calçadão Getúlio Vargas, 170 88900.035 Araranguá - SC - Brasil

CADERNO CULTURAL © Ricardo Francisco Gomes Grechi (reg. nº 99866 - prot. 4315/RJ, de 17/07/1995) FECHAMENTO DESTA EDIÇÃO: 15/10/2015 15h40 Solicite-nos através de jornaleco.ara@gmail.com o recebimento do JORNALECO via e-mail (contendo variações nas amostras, a versão válida será a impressa)

TAMBÉM NESTA EDIÇÃO: z “O diário de Bernardino” CAPÍTULO 2. Baseado nos diários e fotografias do antigo telégrafo e recorrendo à imaginação, ALEXANDRE ROCHA reconstrói a saga de Senna Campos na pequena vila de Araranguá P. 12 e 3

z “Aventuras de um autônomo aprendiz” A volta de Andy, um

robô esperto e sensível, no microconto de VICTOR O. DE FARIA P. 2 z “Catarinenses 5 x 2 Gaúchos” Uma pequena lista do editor comparando celebridades dos dois estados sulinos P. 2 z “Dia de Finados do nono Bonomo” Por CLÁUDIO GOMES No escuro e sem mais fósforos nono Bonomo ‘vai ao milho’ P. 4 z JORNAL DE ONTEM / NOTÍCIAS QUE FAZEM HISTÓRIA 1954: Vereadores eleitos n 1980: ADL 4x2 AABB; CTG Galpão

Apuração de votos em Araranguá; vereadores eleitos.

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De pé (e/d): Julião, Bubi, Oscar, Pachá, Zé Gaúcho, Aldo e Ciro Bacha; agach. (e/d): Quitandinha, Luiz, Jóia, Vanderlei, Agachado e Quirininho.

BERNARDINO CAMPOS / CAVALEIROS E CRIANÇAS EM UMA RUA CENTRAL DE ARARANGUÁ NOS ANOS 1910

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paisagem até a vila é composta de nativos capões de matas fechadas, entre imensos campos abertos formados por sítios banhadiços e também por zonas arenosas mais ao litoral, encontrando-se entre poucas léguas de distância lagoas interligadas por canais naturais, que se sucedem desde a região de Laguna até o Rio Grande do Sul. Após uma exaustiva jornada pela manhã afora em meio à desértica paisagem, os viajantes avistam algumas reses dispersas. Logo aparecem cercados de taquaras que delimitam uma propriedade e, por fim, indícios de uma habitação. Era uma casinha pequena e de construção singela, erguida nas imediações de uma lagoa que logo chama a atenção por sua beleza. Refletindo a luz do Sol, parecia ainda mais brilhante. Cercada pela intacta e fechada floresta que lhe servia de moldura, ali estava a Lagoa da Serra, já pautada no mapa que trazia a expedição, e de conhecimento de Bernardino que era a última parada antes da vila do Araranguá. Ainda em movimento sobre o seu cavalo, Bernardino acena aos camponeses que encontra, uma família que trabalha na semeadura do milho. Ali está um casal e mais três filhos, sendo duas meninas pequenas e um rapazote mais crescido, que também está na lida

de Estância; Álcool em Araranguá; I Coletiva de Artistas P. 6 z Hotel Alvorada: um recanto para casais em lua de mel também foi palco de golpistas. PROF. JOÃO BATISTA DE SOUZA escreve P. 8

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NO ANO PASSADO, o meu amigo José Mario De Boni, advogado gaúcho que

aportou em Araranguá nos anos 60 com a leva de “imigrantes” veranistas de Bom Jesus, indagou-me sobre que celebridades catarinenses temos nós para se orgulhar. Pois bem, a resposta vai agora divulgada aqui, com bom humor — mas também rigoroso crivo avaliativo, é claro —, em uma lista comparativa com sumidades rio-grandenses, assinalando superioridades e equivalências. Confira: MULHER FAMOSA Anita Garibaldi Xuxa Meneghel 6 Laguna (1821-1849). A “Heroína dos Santa Rosa (1963). A “Rainha dos dois mundos”, esposa do revolucionário baixinhos”, ex-namorada de Pelé, em Giuseppe Garibaldi, lutou no Brasil e na Itália. 2010 gravou Txu Txutxucão. BELDADE Vera Fischer Ieda Maria Vargas 6 Blumenau (1951). Miss Brasil 1969 Porto Alegre (1944). Primeira brasileira e atriz do primeiro escalão da TV Globo. eleita Miss Universo (Miami, 1963). ESPORTISTA Gustavo “Guga” Kuerten Daiane dos Santos Florianópolis (1976). Maior tenista do 6 Porto Alegre (1983). Primeira entre os mundo em 2000, tricampeão de Roland ginastas brasileiros a ganhar medalha Garros, 20 títulos no circuito mundial da ATP. de ouro em uma competição mundial. JOGADOR DE FUTEBOL Falcão Ronaldinho Gaúcho Abelardo Luz (1953). Um dos maiores 6 Porto Alegre (1980). Um dos boleiros jogadores de futebol de todos os tempos. mais habilidosos dos últimos tempos. TIME DE FUTEBOL Criciúma E.C. e Internacional 6 Grêmio Campeão da Copa do Brasil de 1991 Campeões de tudo: nacionais, sul(a maior conquista do futebol catarinense; -americanos, mundiais e até da segunda em cima do Grêmio) e da Série B em 2002. divisão do campeonato brasileiro. TIMES NA ELITE DO FUTEBOL BRASILEIRO 4 (quatro) 2 (dois) 6 Avaí, Chapecoense, Figueirense Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense e Joinville Esporte Clube. e Internacional Sport Club. ÍCONE MUSICAL “Rancho de amor à Ilha” “Vento negro” 6 De Zizinho: “Um pedacinho de terra De Fogaça: “Quem me ouve vai contar / Perdido no mar... / Num pedacinho / Quero luta, guerra não / Erguer de terra / Beleza sem par”... bandeira sem matar”... INTELECTUAL Leonardo Boff Gerd Bornheim 6 Concórdia (1938). Teólogo, escritor, Caxias do Sul (1929-2002). Um dos professor, expoente da Teologia da principais filósofos brasileiros, Libertação, referência mundial na luta em divulgador da obra de Sartre no país, favor dos direitos humanos e do meio ambiente. professor e crítico de teatro. POETA Cruz e Souza Mario Quintana 6 Florianópolis (1861-1898). Um dos Alegrete (1906-1994). Um dos maiores maiores poetas simbolistas do mundo. e mais amados poetas brasileiros. PINTOR Victor Meirelles Iberê Camargo 6 Florianópolis (1832-1903). Foi o Restinga Seca (1914-1994). Em 1947 primeiro brasileiro a expor no Salão Oficial recebeu o prêmio de viagem no Salão de Paris, em 1861, com a “Primeira missa no de Arte Moderna, vindo a se aperfeiçoar Brasil”, obra-prima da história da arte nacional na Europa. É considerado o mais impore uma das pinturas mais famosas do país. tante pintor brasileiro contemporâneo. ESCRITOR Cristovão Tezza Verissimo 6 Erico Lages (1952). Escritor catarinense de Cruz Alta (1905-1975). Um dos grandes maior projeção. Filho eterno (Record, 2007) já escritores do país, o autor de O Tempo foi publicado em mais 14 países e 11 línguas. e o Vento já foi traduzido em 16 línguas. ATOR Gilberto Martinho Walmor Chagas 6 Araranguá (1927-2001). Ator de teatro Porto Alegre (1930-1913). Consagrado e cinema, consagrado na TV Globo com mais ator de teatro e TV, elogiado por Buñuel de 25 novelas. Foi o Coronel Ricardo Amaral, em sua estreia no cinema em 1965. antagonista do Capitão Rodrigo (Tarcísio Meira), na melhor versão para a tela da saga gaúcha O Tempo e o Vento de Erico Verissimo. MENÇÃO HONROSA Santa Paulina Elis Regina 6 (1865-1942). Chegou a Santa Catarina Por to Alegre (1945-1982). Celebrada em 1875 com a primeira grande leva de imigrantes muitas vezes como a maior cantora do italianos para o estado, iniciando sua vida religiosa Brasil. Com uma interpretação pessoal e em Nova Trento. Canonizada pelo Papa João Paulo única em cada canção, gravou os maiores II em 2002, tornou-se a primeira santa brasileira. nomes da música popular brasileira.

S

M I C R O C O N TO ○

A vida é uma tragédia quando vista de perto, mas uma comédia quando vista de longe. CHARLES CHAPLIN

Aventuras de um autônomo aprendiz por VICTOR O.

DE

A BANDA uplemento

Nota zero

FARIA

— Ô, professor, eu não acho que merecesse tirar zero nesta prova... — Fazer o quê? Não existe nota abaixo de zero...

No oculista — Pronto, minha senhora, com estes óculos a senhora vai poder enxergar melhor e ler perfeitamente. — Meu Deus! Como a ciência está adiantada: eu, uma completa analfabeta, agora poderei ler...

O matuto no circo Tendo ido pela primeira vez a um circo, o matuto acompanhava atentamente ao perigoso número do atirador de facas. O artista arremessava suas facas, que iam se fixando rente ao corpo de sua ajudante. De repente, o matuto, não se contendo, exclama: — Mas não é possível tanta falta de pontaria!

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CHUVA fina caía lá fora. Ventava, enquanto Andy, com sua curiosidade insaciável, observava a dança das flores no jardim. A primavera trazia consigo muitas cores, no entanto, os tons de cinza predominavam naquele dia. Sua dona sorriu ao perceber que o robô estava prestes a formular outra pergunta... Um defeito sério, segundo o fabricante. Mas o preço reduzido fora bem atrativo. Compraram mesmo assim. Poderiam ensinálo, em sua própria casa. O que havia de complexo em tarefas domésticas? Bem, quase tudo. Andy ainda confundia a mascote da família com almofadas felpudas. Sempre que ouviam um miado, sabiam onde ele estava. — O que foi dessa vez, Andy? — Os caules se dobram, mas não quebram. A natureza resiste a mais forte das intempéries. Por quê? — Isso se chama resiliência. A capacidade de se adaptar. Devíamos aprender mais com ela. — Que nem a história do rio que contorna a pedra, em vez de bater de frente ou passar por cima? — Sua capacidade me surpreende a cada dia. Tenho até medo de suas próximas perguntas. O silêncio se fez presente... Um dia ele questionaria seu papel na sociedade. Não encontrando respostas satisfatórias, se voltaria para o futuro. O que faria com todo aquele conhecimento? As orquídeas oscilavam, de um lado ao outro, de maneira suave e encantadora, acompanhando o ritmo natural.

CAIXA DE PANDORA é uma expressão muito utilizada quando se quer fazer referência a algo que gera curiosidade, mas que é melhor não ser revelado ou estudado, sob pena de se vir a mostrar algo terrível, que possa fugir de controle. Esta expressão vem do mito grego, que conta sobre a caixa que foi enviada com Pandora a Epimeteu. Pandora foi enviada a Epimeteu, irmão de Prometeu, como um presente de Zeus. Prometeu, antes de ser condenado a ficar 30.000 anos acorrentado no monte Cáucaso, tendo seu fígado comido pelo abutre Éton todos os dias, alertou o irmão quanto ao perigo de se aceitar presentes de Zeus. Epimeteu, no entanto, ignorou a advertência do irmão e aceitou o presente do rei dos deuses, tomando Pandora como esposa. Pandora trouxe uma caixa (uma jarra ou ânfora, de acordo com diferentes traduções), enviada por Zeus em sua bagagem. Epimeteu acabou abrindo a caixa, liberando os males que haveriam de

Amar é a única riqueza que aumenta com a prodigalidade: quanto mais se dá, mais nos fica. ROMAIN GARY

Instituto Federal de Santa Catarina - IFSC Campus Araranguá Licenciatura em Ciências da Natureza com habilitação em Física Ciência, Tecnologia e Sociedade / Profª Suzy Pascoali Texto do aluno LEONEL CARDOSO / desenho de LETÍCIA JORGE *

Os gambás realmente gostam de bebidas alcoólicas? TODOS NÓS já ouvimos a expressão “bêbado feito um gambá”, certo? Eis agora a grande questão: alguém já viu um gambá bebendo cachaça? Por ser uma espécie muito comum na nossa região, principalmente lá pras bandas do Morro dos Conventos, certamente algum de nós já viu um gambá aparentemente bêbado. Mas alguém já viu um gambá bebendo cachaça, alguém já pegou um gambá “com a boca na botija”? Eita bichinho danado! Deve beber escondido da dona gambá. Pois é, foi tentando aprender essa técnica genial dos gambás, que sempre aparecem “bêbados”, cambaleando, andando em círculos, mas que ninguém nunca viu um bebendo cachaça, é que descobrimos a verdade. Sabe aquele costume dos antigos, que para evitar que os gambás comessem os ovos das galinhas colocavam um copo de pinga ao lado do galinheiro, e assim, quando um gambá viesse comer os ovos era atraído pelo cheiro da cachaça e bebia até cair? Então, se o copo de cachaça aparecia vazio... tenho más notícias: ou o seu avô, ou a sua avó, é que bebiam furtivamente a cachacinha, porque um gambá não era. A verdade é que os gambás não bebem cachaça. Um gambá pode até esbarrar em um copo de pinga e derramar ela pelo chão, mas os bichinhos não são alcoolistas. Os gambás são animais de hábitos noturnos, e a luz do sol ofusca quase completamente a visão deles. Ou seja, os bichinhos ficam praticamente cegos durante o dia, e acabam esbarrando em tudo o que tiver pela frente. Alguns acabam andando em círculos, sem perceber, tamanha a cegueira e a falta de localização. Este também é o motivo de tantos morrerem atropelados, pois os faróis dos carros causam o mesmo efeito nos coitadinhos. (*) Letícia está fazendo seu TCC. O último projeto de pesquisa em que ela participou como bolsista de iniciação científica foi “Drops Conceituais: Produção de Recursos Audiovisuais para o Ensino de Ciências fundamentados na Teoria da Aprendizagem Significativa”, sob a orientação do professor Adriano Antunes Rodrigues.

n afligir a humanidade dali em diante: a velhice, o trabalho, a doença, a loucura, a mentira e a paixão. No fundo da caixa, restou a Esperança (ou segundo algumas interpretações, a Crença irracional ou Credulidade). Com os males liberados da caixa, teve fim a idade de ouro da humanidade. (WWW.SOHISTORIA.COM.BR)

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NJ: No poema Os trabalhos e os dias, de Hesíodo (séc. 8 a.C.), é Pandora quem abre a caixa, o que leva a se comparar este mito grego ao mito hebreu de Eva e o fruto proibido. VER PÁG. 9

Tudo começou em 1961...

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do Sul, o que justifica o urgente funcionamento dos serviços de telégrafo. Olhando para todos os lados, parece querer consumir o cenário ao seu redor, após dias a fio sobre lombo de cavalo em meio do nada... Enquanto pensa e sonha, seu olhar dispersa-se pelas cenas do vilarejo. Nelas as pessoas passam, o velhinho toma sol na cadeira de frente de casa, carros de boi são vistos a protagonizar melodiosos e chorosos ruídos enquanto levam sua carga, o sino toca na capelinha de madeira, tropeiros satisfeitos conversam no armazém, a vizinha varre o quintal... E moças, por onde estarão as moças? A chegada de um telegrafista era há muito aguardada na vila, por isso gerou muitas conversas, cochichos e comemorações. “Até que enfim ele chegou”, desabafou o superintendente. “Quem chegou?”, perguntou o dono da botica. “O telegrafista chegou”, respondeu-lhe o freguês. Bernardino se dirige diretamente à casa da estação, que estava fechada há algum tempo. Ele entra e observa o ambiente. Enquanto abre a janela de guilhotinas, seus assistentes descarregam as coisas e depois se despedem... A estação funcionaria finalmente, para a satisfação dos moradores que se sentiam abandonados e desprotegidos pois, se não possuíam médico, os acessos eram difíceis, e a segurança da vila era guarnecida por poucos soldados, o funcionamento do telégrafo seria um alento. A casa oferece condições de bom funcionamento. Bernardino poderá morar ali, pois ela é espaçosa, com uma sala, dois quartos e cozinha. Lá fora há um quintal. Em frente à visão ampla dá para um potreiro vizinho. As instalações externas do poste ainda

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HÉRNIA INGUINAL. O que é e como tratar

Não. As telas mais usadas são as feitas de polipropileno, um material confiável que não provoca alergias. Ela permanece pelo resto da vida no local e são responsáveis pelo reforço na região defeituosa. COMPLICAÇÕES Apesar do resultado do tratamento cirúrgico ser excelente, alguns pacientes podem ter complicações, como em qualquer outro procedimento cirúrgico. As complicações são raras, sendo as mais comuns os seromas, hematomas (coleção de sangue), infecção local e risco anestésico em pacientes portadores de doenças graves associadas. A HÉRNIA PODE VOLTAR? Pode, mas é raro acontecer. Antes do uso das telas as taxas de recidivas (retorno da hérnia) eram mais altas. Com o uso das telas, as chances de retorno diminuíram. COMO É O PÓS-OPERATÓRIO? Logo após a operação, o paciente retorna ao seu quarto, recebendo medicação analgésica e com total controle da dor.

Hérnia inguinal é a protrusão de uma alça do intestino através de uma abertura formada na parede abdominal perto da virilha.

Poucas horas depois, ele deve se sentar e levantar do leito, podendo ir ao banheiro, por exemplo. No mesmo dia, ou no seguinte, receberá alta do hospital com todas as informações necessárias. Não deverá realizar atividades que exijam esforço físico nos primeiros 10-20 dias de pós-operatório, como dirigir automóveis, carregar peso acima de 5 kg ou praticar esportes. O objetivo destes cuidados é dar tempo para que as diversas camadas cicatrizem adequadamente e a tela possa se aderir firmemente a elas, diminuindo o risco de retorno da hérnia. Após uma semana, deverá ir ao consultório para revisão cirúrgica. Normalmente não se faz necessária a retirada de pontos, pois os fios usados são absorvíveis. Dr. René Berindoague Neto Cirurgião do Aparelho Digestivo Membro da International Federation for the Surgery of Obesity – IFSO Fonte: http://www.institutodeobesidade.com.br/ cirurgias/hernias/ Acessado em 30.set.2015.

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TENHO MESMO QUE OPERAR MINHA HÉRNIA?

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JORNALECO 470 OUTUBRO 2015

HÉRNIA INGUINAL A correção cirúrgica das hérnias é uma das operações mais realizadas em um hospital. Muitas dessas operações podem ser feitas com anestesia local e sedação, proporcionando uma rápida recuperação pós-operatória, permitindo ao paciente receber alta no mesmo dia da internação. As hérnias mais frequentes são as localizadas na virilha e no umbigo. Outras aparecem em locais já operados, as chamadas hérnias incisionais. Em se tratando de uma hérnia inguinal, a única forma é por meio de cirurgia. Esta operação é muito simples, desde que o paciente não apresente outras doenças que, não tratadas, podem contraindicar o procedimento. O procedimento é realizado através de um pequeno corte sob anestesia local ou peridural. A hérnia é empurrada para dentro do abdômen (barriga) e a abertura (buraco ou fraqueza) da parede abdominal é fechada com uma tela bastante resistente. Outro método de correção da hérnia inguinal é através de vídeo laparoscopia. É considerada uma técnica minimamente invasiva que tem a grande vantagem de ocasionar pouca dor no pósoperatório, ausência de incisões convencionais e um retorno mais rápido as atividades laborais.

Como a hérnia é um defeito na parede, não há outra forma de correção sem a cirurgia. Medicamentos servem somente para aliviar os sintomas. Quanto mais tempo o paciente permanecer com a hérnia mais difícil será a cirurgia e maior será o risco de complicações decorrentes das hérnias. A utilização de outros métodos, como o uso de “fundas”, cintas, repouso e restrição física, é desaconselhável e são medidas paliativas, temporárias e que aumentam os riscos de complicações em longo prazo.

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As hérnias são defeitos anatômicos em nosso corpo causando dor e desconforto, com sérias complicações caso não sejam diagnosticas e tratadas. São mais frequentes no abdômen, mas também ocorrem em outros locais. São causas comuns de dor na região da virilha.

Pedrinho? O menino gostou, e quando foi aceito sorriu e manifestou grande estão mantidas e fazer funcionar a alegria, ele que era bastante curioso e rede será mais fácil do que imaginava. manifestava o desejo de conhecer o funcionamento do telégrafo. PEDRINHO Bem conversador e esperto, ninLogo após a sua chegada, Bernar- guém diria que daquele corpo magredino recebe a visita de um garoto lo, descalço, e trajando o surrado calção chamado Pedro, que se oferece para amarrado em uma tira de suspensório, ajudar. O telegrafista convida-o pudesse surgir tanta disposição. Depois para entrar e conversa com ele. Bernardino lhe arrumaria uma roupa mais apresentável, quem sabe um uniNARRATIVA DE B ERNARDINO: forme de estafeta. BERNARDINO CAMPOS / RECORTE “Fiquei olhando para “Pedrinho é genPedrinho... Um til, muito alegre e jovem cheio de possui uma alma sonhos, o que poderia grandiosa”, pensou esperar ele de um Bernardino. Isto lugar como este? seria percebido em Nem imagina o qualquer gesto seu, outro mundo que há ou simplesmente fora dos limites deste perambulando pela lugar tão distante...”. rua para realizar alguma tarefa. Ele aprecia a dispoAgora o telegrasição do garoto e pensa fista poderia contar que bem poderia lhe com um ajudante e, servir na função de esmais que isto, com tafeta e dar-lhe assisuma boa compatência na manutenção nhia para a sua rotie pequenos serviços da na. Logo Bernardino estação, ainda que não foi lhe dando ocupalhe pudesse contratar ção. Primeiro pediu definitivamente. Deque levasse o cavalo pois lhe fala emocionaA partir de janeiro de 1908, ao ferreiro, depois do de como foi parar com sua primeira máquina buscasse graxa para ali, e que na verdade fotográfica, Bernardino suas botas e uns desejaria voltar logo começou a fotografar a cidade, suas pessoas e mantimentos. Mais para a sua casa na Capital. Enquanto eventos. Um garoto ao “lado que ligeiro, o garoto norte da praça municipal”, foi logo atravessando ficasse ali, no entanto, no detalhe de uma das fotos queria poder contar a pequena praça, do telégrafo, dá uma ideia de como seria Pedrinho com para lá e para cá, a com a sua ajuda, e que o inevitável chapéu e as serviço do telegragostaria de conhecer típicas calças curtas fista. os seus pais. Enquanto ainda mexia nos seus Brincando, Bernardino propôs a Pedro que, já que seu nome não era apetrechos, Bernardino é avisado por Bernardo, e sim Bernardino, que tal Pedrinho que uma visita lhe aguardava CONTINUA NA PRÓXIMA EDIÇÃO se Pedro pudesse ser chamado de no portão.

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(1770-1827)

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xímio pianista, o alemão Ludwig van Beethoven mudou-se para Viena para estudar com Joseph Haydn. Foi na capital austríaca que ele revelou ser um dos maiores gênios da música clássica, um compositor tão excepcional que sua genialidade expressou-se tanto no estilo clássico quanto no romântico. Com suas raízes nos ensinamentos do mestre Haydn e fortemente influenciado pela música de Mozart, Beethoven fez sua arte transitar também pelo novo espírito artístico que emergia na primeira metade do século 19 expresso nos ideais do Romantismo alemão. Sua impressionante Terceira Sinfonia, apresentada em 1804 e composta quando ele já sofria com a perda auditiva, que o deixaria totalmente surdo alguns anos depois, é considerada um marco do movimento romântico. Reconhecido nos últimos 15 anos de sua vida como o maior compositor do mundo, Beethoven foi inovador ao ampliar o escopo de formas como a sonata, a sinfonia, o concerto e o quarteto de cordas e foi responsável por elevar a importância dos instrumentos musicais, considerados até então inferiores às vozes, ao plano mais alto da arte. O compositor alemão produziu nove famosas sinfonias e dezenas de sonatas e concertos para piano e violino, entre outras obras. Após Beethoven a música não pode mais ser considerada apenas a arte de sons agradáveis, pois suas obras sinfônicas combinaram a expressão de uma até então inimaginável intensidade de sentimentos com uma perfeição de composição nunca vista. z © ISTOCKPHOTO.COM

POR TRADIÇÃO, no Dia de Finados relembramos nossos mortos, um dia guardado com muito respeito para recordações. Nono Bonomo não pensava assim. Italiano de nascimento, chegou ao Brasil acompanhando as levas de imigrantes no final do século XIX. Casou no Brasil com outra italiana imigrante também, nona Luiza. Geraram três filhos e cinco filhas, uma delas, minha sogra Benevenuta Bonomo. A família Bonomo não tinha sossego quanto à fixação de residência. Nono Bonomo, com sua família, residiram em vários municípios deste estado, fixando-se mais demoradamente nos municípios de Sombrio e Turvo. Nono Bonomo não o conheci, mas sua fama chegou até mim através de minha sogra. Contou-me ela que seu pai tinha personalidade forte, formava seus próprios conceitos e era tido como homem brabo. Para confirmar, ela contava uma passagem de sua própria vida. Em certa oportunidade foi pedida em namoro por um pretendente. O tal e o nono Bonomo andavam a cavalo, lado a lado por uma estrada, quando o pedido foi feito, temerariamente, ali mesmo. A resposta “seca” foi anunciada ainda de cima do animal: — Milha filha não é vaca para ser negociada na estrada. Nono Bonomo, não obstante ter sido homem trabalhador e honesto de fio de bigode, e dos grandes, tinha um fraco pela bebida. Foi num Dia de Finados que o nono aprontou a sua mais comentada façanha. Para melhor entendimento do que aconteceu, é necessário termos em conta alguns conceitos e superstições para o Dia de Finados nas primeiras décadas dos anos 1900.

A CAIXA DE PANDORA NÃO SUPORTANDO a própria curiosidade, Pandora abriu a caixa

proibida para espiar o seu conteúdo. Naquele momento, ela acabou libertando várias doenças e sentimentos que atormentariam a existência do Homem no mundo. Zeus assim concluía o seu plano de vingança contra Prometeu. Logo percebendo o erro que cometera, Pandora se apressou em fechar a caixa. Com isso, ela conseguiu preservar o único dom positivo que fora depositado naquele recipiente: a esperança. Dessa forma, o mito da Caixa de Pandora explica como o Homem é capaz de manter-se perseverante mesmo quando as situações se mostram bastante adversas. Além disso, esse mesmo mito explora a construção da identidade feminina como sendo marcada pela sensualidade e o poder de dissimulação.

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RAINER SOUSA (WWW.BRASILESCOLA.COM)

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APOIO CULTURAL

CASOS E CAUSOS QUE O POVO CONTA

— dizem que era meia-noite — a capa gaúcha caiu da montaria e junto foi o cavaleiro. O nono não se assustou, aprumou-se da maneira melhor possível naquele momento, e procurou por sua capa. Acendeu um fósforo, que logo apagou. Acendeu outro e apagou do mesmo modo. Mais outro apagou, outro e outro, e todos apagavam. Consumiu todos os fósforos da caixa. O “corajoso” nono Bonomo não esperou para ver mais. Montou no seu cavalo e “foi ao milho”. Assim o nono perdeu sua capa gaúcha. O fato foi comentado por toda a vizinhança, creditando-se às almas dos defuntos que, além de não permitirem que os fósforos Acendeu um fósforo, permanecessem acesos, deque logo apagou. ram sumiço na enorme capa gaúcha. Acendeu outro e apagou Por pura casualidade eu não do mesmo modo. Mais necessitei de qualquer ajuda de outro apagou, outro e algum “araponga”, Sherlock ou mesmo auxiliar de detetive outro, e todos apagavam. para desvendar o mistério do O “corajoso” nono sumiço da capa gaúcha do Bonomo não esperou nono Bonomo. Por coincidência inexplicápara ver mais. Montou vel, dezenas de anos depois do no seu cavalo e ocorrido, “seo” Manoel, um “foi ao milho”. ex-funcionário da fábrica de café de meu pai, também Montado no seu cavalo, com o conhecido por Mané Chico, soube cigarro de palha feito de fumo em que o nono Bonomo era o avô de corda à boca, acobertado pela sua minha esposa. Então ele me contou grande capa gaúcha, porque estava que há muitos anos, numa noite de chovendo, que lhe cobria do pescoço Finados, no tempo em que residia na aos pés e também toda a metade localidade de Retiro da União, Somtraseira do animal, lá se foi, de cha- brio, encontrou uma capa gaúcha péu de palha enterrado na cabeça, coberta por fósforos. Eram os fósforos, que o vento e a em direção à Vila, que distava alguns chuva da noite teimaram em apagar, quilômetros da sua residência. O dia chegou ao fim, e só depois e a enorme capa gaúcha que, com de muita farra e por muita insis- as vistas turvadas pelas muitas pingas entornadas no armazém da Vila, tência do dono do armazém, o nono nono Bonomo, apesar de toda a sua resolveu parar e voltar para casa. Montou em seu cavalo, do jeito “coragem”, já não podia mais ver. que podia, acendeu o palheiro e rumou em direção de casa. DO “ARARANGUÁRIO” Foi ao milho: Em determinado ponto da estrada correu, não enfrentou, fugiu...

E T C ETERA

CHARLES CHAPLIN (Reino Unido, 1889 - Suíça, 1977) é um dos grandes nomes da história do cinema. Começou sua carreira artística ainda na Inglaterra. Após muita dificuldade, o jovem conseguiu espaço para se apresentar no Music Hall, dando início a sua trajetória de sucesso. Viveu tempos conturbados, como as duas Grandes Guerras e a crise de 29 nos Estados Unidos. Mesmo assim, fez muita gente sorrir. Na pele do pobre andarilho de chapéu coco e bengala de bambu, Chaplin começou a encantar o mundo e a conquistar o imaginário popular. Após trabalhar com algumas produtoras, quando realizou O Garoto (1921), Charles Chaplin decidiu fundar seu próprio estúdio. Junto com Mary Pickford, Douglas Fairbanks e D.W. Griffith, fundou a United Artists, com total controle da produção de suas obras. Lá, realizou clássicos como Em Busca do Ouro (1925) e O Circo (1928). Nos anos seguintes, realizou clássicos como Luzes da Cidade (1931) e Tempos Modernos (1936). Um dos momentos mais aguardados e que causou comoção na entrega dos prêmios em 1972 foi a presença de Charles Chaplin para receber um Oscar especial pelo conjunto da obra. “Palavras são tão fúteis, tão frágeis. Gostaria apenas de dizer obrigado pela honra do convite”, discursou. Nos bastidores, Chaplin declarou a um repórter: “Fiquei muito honrado, mas devo admitir que comecei a fazer cinema por dinheiro. A arte veio depois, naturalmente.” (WIKIPÉDIA)

Era um dia de silêncio absoluto e de recolhimento interior. O traje para o dia era o preto, não se podia arar a terra. Dizia-se até que era naquela noite, à meia-noite, que as almas penadas vinham em procissão, implorar por auxílio das almas dos vivos. Por isso, ninguém deveria sair de casa nessa noite, pois corria o risco de encontrá-las. Naquele Finados, nono Bonomo, ou para mostrar coragem, ou para zombar de tudo isso que não levava em conta, ou apenas para aproveitar o feriado e ir beber umas na bodega da vila, saiu de casa ainda pela manhã.

JORNALECO 470 OUTUBRO 2015

por Cláudio Gomes

“Cada um tem de mim exatamente o que cativou”

– VEJA MAIS À PÁG. 11

FUNERÁRIA E ASSISTÊNCIA FAMILIAR

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57 - O time empatou "em" 2 a 2. A preposição é por: O time empatou por 2 a 2. Repare que ele ganha por e perde por. Da mesma forma: empate por. 58 - À medida "em" que a epidemia se espalhava... O certo é: À medida que a epidemia se espalhava... Existe ainda na medida em que (tendo em vista que): É preciso cumprir as leis, na medida em que elas existem. 59 - Não queria que "receiassem" a sua companhia. O i não existe: Não queria que receassem a sua companhia. Da mesma forma: passeemos, enfearam, ceaste, receeis (só existe i quando o acento cai no e que precede a terminação ear: receiem, passeias, enfeiam). 60 - Eles "tem" razão. No plural, têm é assim, com acento. Tem é a forma do singular. O mesmo ocorre com vem e vêm e põe e põem: Ele tem, eles têm; ele vem, eles vêm; ele põe, eles põem. 61 - A moça estava ali "há" muito tempo. Haver concorda com estava. Portanto: A moça estava ali havia (fazia) muito tempo. / Ele doara sangue ao filho havia (fazia) poucos meses. / Estava sem dormir havia (fazia) três meses. (O havia se impõe quando o verbo está no imperfeito e no mais-que-perfeito do indicativo.) 62 - Não "se o" diz. É errado juntar o se com os pronomes o, a, os e as. Assim, nunca use: Fazendo-se-os, não se o diz (não se diz isso), vê-se-a, etc. 63 - Acordos "políticos-partidários". Nos adjetivos compostos, só o último elemento varia: acordos político-partidários. Outros exemplos: Bandeiras verde-amarelas, medidas econômico-financeiras, partidos social-democratas. 64 - Fique "tranqüilo". O u pronunciável depois de q e g e antes de e e i não exige mais o trema: Tranquilo, consequência, linguiça, aguentar, Birigui. 65 - Andou por "todo" país. Todo o (ou a) é que significa inteiro: Andou por todo o país (pelo país inteiro). / Toda a tripulação (a tripulação inteira) foi demitida. Sem o, todo quer dizer cada, qualquer: Todo homem (cada homem) é mortal. / Toda nação (qualquer nação) tem inimigos. 66 - "Todos" amigos o elogiavam. No plural, todos exige os: Todos os amigos o elogiavam. / Era difícil apontar todas as contradições do texto.

O respeito humano que sua família merece! TANATOPRAXIA n ASPIRAÇÃO n EMBALSAMENTO n RESTAURAÇÃO FACIAL

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Grêmio Esportivo Araranguaense: do banco dos réus à redenção

Lua de mel no Hotel Alvorada A edição do JORNALECO de setembro me fez lembrar quando passamos nossos primeiros dias de núpcias hospedados, em lua de mel, no “luxuosíssimo” Hotel Alvorada. Eu e minha novel esposa parecíamos dois turistas endinheirados e aproveitávamos (somente dois dias e duas noites) para conhecer a linda Cidade das Avenidas. Tudo era muito bonito e inovador para quem viera da acanhada Praia Grande. Os custeios dessa extravagância foram garantidos pelo Governo do Estado em um prêmio especial (matrimonial) aos professores, em folha de pagamento, de cem mil cruzeiros. O Hotel Alvorada representava uma modernidade para Araranguá. Era um luxo e o atendimento, diferenciado. Na época, as pessoas simples, do povo, como eu, costumavam planejar seus passeios de maneira que os pernoites ocorressem nas casas dos familiares. Eu mesmo fiz isso pela ocasião do meu casamento. Passamos por Morro da Fumaça (casa de minha mãe), por Bananal (tios, pescadores; o local era um verdadeiro paraíso, com passeios de canoas e pescas de camarões e tainhotas), Laguna e Imbituba (minhas irmãs). O Hotel Alvorada foi, assim, a cereja do bolo nas comemorações nupciais. Os deslocamentos eram feitos de ônibus; automóveis, nem pensar. Eu e minha esposa Edy casamos no dia 30 de dezembro de 1967 (para aproveitar as férias escolares) e pernoitamos no referido hotel nos dias 30 e 31. A mordomia era tanta que dava vontade de estender nossa lua de mel em Araranguá, porém, a parcimônia falou mais alto. Como disse, o dinheiro para essa “exorbitância” matrimonial foi garantida por um empréstimo especial (Cr$ 100.000,00) do governo do Estado de Santa Catarina aos professores (não sei se, também, os demais funcionários públicos estaduais tinham esse privilégio). Lembro também que em conversas com os amigos Ari, que era secretário municipal e Eriam, funcionário da Exatoria Estadual, eu os ouvia fazerem planos de longos passeios quando eles casassem, um ano antes que eu. Como os dois amigos tinham postos públicos mais valorizados que o meu (professor PF7, isto é, professor regionalista, um nível menor do que o de professor Normalista), eu mal consegui disfarçar uma “pontinha” de inveja, pois nem em sonho poderia imaginar tanta gastança. n

RENATO DE ARAÚJO MONTEIRO

Jogador e prostituta dão golpe no Hotel Alvorada

Museu do Futebol UNESC/Criciúma E.C. renatodearaujomonteiro@hotmail.com

É O DIA 20 DE NOVEMBRO DE 1951 e um verdadeiro tribunal está montado na sede da LARM, em Criciúma. O réu é o GEA – Grêmio Esportivo Araranguaense — único representante da cidade de Araranguá na entidade. A acusação, uma das mais graves frente à justiça desportiva: indisciplina. Em caso de punição, a pena mais severa: exclusão. Fundado em 21 de junho de 1948, já no ano seguinte o clube estreou em uma competição oficial. Devidamente filiado à LARM – Liga Atlética da Região Mineira — o GEA pode tomar parte no principal campeonato por ela organizado. Detentor de uma campanha discreta, o destaque do time na competição foi o protesto do seu presidente, Avelino Pedro Raphael, que se sentindo desfavorecido pela LARM perante os times criciumenses, alegou que “o GEA sempre pagou os seus débitos e por isso deveria ser tratado como os demais clubes”. Em resposta, o secretário da Liga explicou que “dentro da LARM não havia particularismos e que todos trabalhavam com honestidade e sem malícia”. Este foi apenas um dos muitos episódios que marcaram a história do Grêmio Araranguaense. A rivalidade com os clubes de Criciúma, invariavelmente transpunha as linhas do gramado e os limites da lealdade, fazendo com que a “liga dos casos raros”, sempre que tivesse que intervir nas disputas, fosse acusada de arbitrariedade pelos araranguaenses, que assim a apelidaram. Ausente do campeonato de 1950, o Araranguaense retornou em 1951 para realizar a trajetória mais conturbada da história das competições. Em 10 de junho, perdia em casa para o predecessor do Criciúma Esporte Clube, que então se chamava Comerciário, pelo placar de 4 a 1, quando o jogo teve que ser interrompido por “desacato ao juiz” e “invasão do gramado pela assistência”. No dia seguinte a imprensa de Criciúma anunciou que “MAIS UMA VEZ, ocorrera o deplorável espetáculo de anarquia e desrespeito.” Parece que o estatuto do Grêmio

PROF. JOÃO BATISTA DE SOUZA

Na década de 1970 (isso me contaram assim que vim morar em

Araranguá, em 1981), apareceu em Araranguá e se hospedou, por alguns dias, no Hotel Alvorada, um casal muito bem apessoado, que logo se enturmou na cidade e fez muitos amigos. A moça era muito bonita e o rapaz aparentava ingenuidade, mas adorava jogar cartas. Passaram, então, a convidar os novos amigos para uns carteados no próprio salão do hotel. Os convidados (somente homens influentes) logo perceberam que o marido, concentrado nos jogos, não percebia a solidão da esposinha e trataram de assediá-la, mas a moça, encabulada, resistia heroicamente às investidas dos galanteadores. Como água mole em pedra dura tanto bate que até fura, e a carne é fraca, a coitada não conseguiu fugir às tentações, até por que o seu marido estava mais interessado nos jogos de cartas do que em satisfazer suas necessidades afetivas e sexuais. Ela, então, passou a receber valiosos mimos em cada visita. Os empresários endinheirados, malandros, arranjaram um estratagema para “engambelar” o inocente marido. Todas as noites reuniam-se, os amigos araranguaenses, para um carteado com o incauto, e sempre perdiam pequenas fortunas, mantendo-o “entretido” até altas horas da noite e madrugadas. Somente o moço ganhava. Na euforia de tanta sorte o marido nem notava que um dos novos amigos não se encontrava naquele instante. Assim, todas as noites os amigos se revezavam nas relações amorosas com a moça, enquanto os demais companheiros de aventura tratavam de manter o rapaz “ocupado” ganhando suas “mãozinhas” e alguns trocados. O casalzinho se deu tão bem na linda cidade de Araranguá que, satisfeito com os acolhedores cidadãos, resolveram permanecer por aqui mais alguns dias. Quando foram embora, o marido e sua linda esposa certamente agradeceram aos céus por tanta sorte, até porque ninguém por aqui havia desconfiado que o nobre casal, na verdade, não passava de um vigarista e uma prostituta. O vexame foi tanto que os empresários extorquidos nem se atreviam a se vangloriar nas rodinhas de bate-papo sobre suas frustradas malandragens e consequente perda de seus ricos dinheirinhos. Conclusão: o Hotel Alvorada serviu a todos os propósitos: ao deleite idílico de novéis casais em lua de mel, ao merecido aconchego e descanso do viajante forasteiro, incluindo aí celebridades como o grande ator de teatro Procópio Ferreira, à evolução arquitetônica local e, sem poder contestar, às trapalhadas de seus presumíveis espertos cidadãos ou aos mal intencionados vigaristas. O mundo é de todos e, como diria um amigo: “Quando um bobo nasce, um ladino bate palpas”. Eta “nóis”! Não sei por que, mas os passeios de lua de mel dos amigos acabaram não ocorrendo. Já eu e minha esposa Edy fomos presenteados pelo governo Celso Ramos (que Deus o tenha a Seu lado!). Da janela do quarto do hotel, batíamos fotos (branco e preto e máquina emprestada) da cidade de Araranguá, mas não temos tais registros. Como a cidade, apesar de linda, era pequena, nos atínhamos a pequenos passeios, assistir filmes no Cine Roxy, almoçar e jantar num excelente restaurante bem perto do hotel. Saguão do Alvorada (anos 60)

PRESTIGIE O LANÇAMENTO DO LIVRO do Prof. João Batista de Souza E AGORA, JOÃO? Biografia de um professor z 30 de outubro, a partir das 20h, no SESC em Araranguá

JORNALECO 470 OUTUBRO 2015

Prof. João Batista de Souza

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Araranguaense previa uma confusão para cada mês. Em julho o Atlético Operário também abandonou o gramado do Estádio Regimento Barriga Verde em protesto contra o árbitro. Em agosto, no confronto contra o São Paulo, alguns atletas do GEA “procuraram desautorar” o juiz, tendo um deles, Alírio Monteiro, inclusive rasgado a súmula do jogo. Em setembro foi a vez de o Próspera ir até Araranguá e encontrar confusão. A Junta Disciplinar Desportiva puniu dois atletas do Araranguaense. No entanto, as multas de 900 e 150 cruzeiros foram pagas e os condenados Alírio Monteiro e Antonio Bento de Souza continuaram compondo o plantel. Em 28 de setembro a LARM baixou uma portaria advertindo aos clubes filiados que “as praças de esporte onde ocorressem os incidentes, já tão alarmantes, seriam interditadas”. Uma última tentativa de acabar com as confusões que haviam se tornado comuns naquele ano. Parece que esta atitude surtiu efeito passageiro. Depois de um “maravilhoso” outubro sem brigas, no dia 18 de novembro, no jogo entre o Grêmio Esportivo Araranguaense e Metropol, novamente o jogador Alírio Monteiro começou uma grande confusão que fez com que os atletas do GEA abandonassem o estádio. Esta foi a gota d’água que, dois dias depois, intimou o Grêmio Esportivo Araranguaense a comparecer no “tribunal” da LARM, onde seria decidido o seu futuro. No momento, o que “se comenta nas rodinhas de rua e nas mesas de bares” de Araranguá é que o GEA encontrase “praticamente derrubado”. Sem medir esforços para revitalizar o clube, o novo presidente, Afonso Ghizzo, assume o papel de advogado de defesa e alega que “doravante quer envidar todos os seus esforços no sentido de dar as necessárias garantias aos jogadores, árbitros, dirigentes de clubes e representantes da Liga quando os jogos forem realizados em Araranguá”. Comprometendo-se com o futuro, diz ainda que “nada quer discutir ou pleitear sobre o passado”. O presidente da LARM, juiz da sessão, declara estar decidido a aplicar pena máxima ao GEA e ao atleta Alírio Monteiro, excluindo-os da Liga. Entre-

tanto, com a posse de Afonso Ghizzo, pessoa que se conhece por “honesta, séria e honrada”, relevará a pena caso haja acordo com os demais clubes filiados. Ressaltando que o esporte “foi feito para unir e não para separar as pessoas”, o juiz encaminha a decisão ao júri popular, cuja sentença dos representantes de clubes decide pela absolvição do GEA e sua manutenção na Liga. A condição para isto é a de que “sejam cumpridas as promessas de Ghizzo e, uma vez que haja qualquer distúrbio no campo do Araranguaense, se este culpado for, será punido com o desligamento imediato”. Adotando um perfil mais profissional e com calendário assegurado para o próximo ano, o Grêmio Araranguaense contrataria novos atletas e o time reformulado surpreenderia os adversários conquistando o Campeonato da LARM de 1952. A “liga dos casos raros” estaria “boazinha como nunca” e o GEA seria campeão invicto, sem desferir um tapa sequer. O título da LARM dava ao campeão a oportunidade de disputar o Campeonato Catarinense, no entanto, para isso, era preciso realizar um feito inédito: passar pelo representante da Liga Tubaronense de Futebol, e ser o representante do sul naquela competição regionalizada. Empatando o primeiro jogo, o GEA venceria o Hercílio Luz em Tubarão e carimbaria seu passaporte definitivo para o Campeonato Estadual. O próximo adversário, o todo poderoso Avaí, nove vezes campeão estadual, seria eliminado da competição com duas vitórias. Com vaga assegurada na semifinal, o título estadual, que há pouco nem passava pela cabeça dos araranguaenses, parecia cada vez mais real. Nem a derrota para o América de Joinville, e a consequente eliminação, manchou a incrível trajetória do Grêmio Araranguaense na temporada de 1952. Saiu do banco dos réus da LARM, onde tinha a fama de encrenqueiro, para se tornar o primeiro time “forasteiro” a ser campeão daquela competição. Adquiriu o pseudônimo de “invicto do Fronteira” e, com um heróico 3º lugar no Campeonato Catarinense, foi o primeiro time a colocar o futebol da “região mineira” no cenário estadual. z Publicado no J.387, de 1º/01/2012


FOLHA DO VALE Edson Leônidas Matos Palmas e Nivaldo José Fernandes EDITOR RESPONSÁVEL: Paulo de Lima ARTE: Dário Lessa e Airton Tadeu Cardoso FOTOLITOS: Luiz Antonio Silva Santos IMPRESSÃO: Odonir Coelho Camilo REDAÇÃO E IMPRESSÃO: Tipografia Cruzeiro Av. Cel. João Fernandes, 75 DIRETOR:

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12/10/1980 - ano II - nº 62

Gincana Pézão No último dia 4 foi dada a abertura da Gincana Pézão, uma promoção do Rotaract Club de Araranguá e da 09 Supervisão Local de Educação. A gincana tem caráter beneficente e visa, principalmente, a arrecadação de material escolar, material de recuperação e alimentar aos alunos carentes e escolas necessitadas. Quatorze equipes estão inscritas e concorrendo aos diversos prêmios que a gincana oferece. Um ônibus para a equipe vencedora viajar, por quatro dias, ao Rio de Janeiro, como 1º prêmio; um rádio-relógio FM para o 2º; um relógio para o 3º; e, ainda, um 4º prêmio para a equipe mais disciplinada. Equipes inscritas: U.B.A. - Bandeirantes - Equipezinho - A.B.C. - EquiPM - Honda (Amizade) - Savepe - União - Escoteiros - Coluna - Esmagapé - Gatão (Maracajá) - Kirana Lacerda - Freitas & Cia.

05/10/1980 - ano II - nº 61

Oficializado C.T.G. Galpão de Estância

APOIO CULTURAL

Com a presença de autoridades e diversos representantes do comércio e indústria do Vale do Araranguá, aconteceu sábado, dia 27 de setembro, no galpão de Valmarino Rosa, na Cidade Alta, a oficialização do Centro de Tradições Gaúchas, em Araranguá. Enquanto trovas, poesias, fandango, executados por verdadeiros mestres davam maior alegria à reunião, verdadeira avalanche de doações iam sucedendo, destacandose a doação de Agenor Matos, doando um terreno no Caverazinho, Zeferino Benedet com um Chevette 0km e 5.000 telhas, e Vevê com 200 cxs. de cerveja.

05/10/1980 - ano II - nº 61

ADL 4 x 2 AABB (...) Com esse resultado a ADL-BBS conquistou o título do octogonal por antecipação, que dá direito à equipe campeã de decidir o título do certame municipal com o Bradesco, que foi campeão da fase anterior. O jogo foi sensacional, com a participação da torcida, que compareceu em massa ao Ginásio Padre Ézio Julli. A ADL-BBS marcou primeiro, através de João, mas logo veio o empate, conseguido por Pedroca. Com um belo sem-pulo, Pastel colocou a ADL-BBS novamente na frente, mas Cheque tornou a empatar, selando o placar da primeira etapa. No segundo tempo, o time da AABB perdeu-se. Por haver agredido Pastel com um tapa, Tatavo foi desclassificado. Adiltinho entrou, mancando, sem qualquer condição de jogo. Pedroca machucou-se e saiu da quadra, quando o escore já estava vantajoso à ADL-BBS, com gol marcado por João. Pastel marcou o quarto gol, quando a AABB ficara reduzida a quatro atletas e já tinha, a esta altura, toda a torcida contra si. Ernesto Fernandes [Careca] e Paulo Zacarias foram os árbitros. NJ.: O campeonato de 1980, o primeiro realizado no ginásio coberto, foi vencido pela ADL, que bateu o Bradesco na final por 4x2. A ADL tinha Val, Pastel, Claudinho, Serginho e João Fabris (ver J.458: “Breve história do futebol de salão de Araranguá”).

12/10/1980 - ano II - nº 62

Primeira bomba de álcool em Araranguá O Conselho Nacional do Petróleo decidiu autorizar a instalação de mais 29 bombas de álcool, além das 20 que se encontra em funcionamento ou em fase final de instalação, totalizando 49 bombas de álcool em Santa Catarina. Agora ... o CNP autorizou a instalação de mais 29 bombas ...: mais duas em Florianópolis [tinha quatro], (...) ..., uma em Araranguá, uma em Criciúma, uma em Turvo [suas primeiras], (...) ...

BALNEÁRIO ARROIO DO SILVA DISK ENTREGA

Matriz: 3526-1339 Filial: 3526-1112

F A CRÔNICA DOS ANOS 60 F

09/10/1954 - ano I - nº 32 U.D.N. (União Democrática Nacional) VOTOS Lino Jovelino Costa (PRES. 56/59 * ) 321 Antonio da Rocha 210 Jovelino Gomes de Carvalho 199 Atauhalpa César Machado 90 Antonio Procópio da Silva 131 Pedro Gomes (PRESIDENTE 1955*) 106 Manoel Serafim Silvano 97 SUPLENTE * Walter Freitas 96 SUPLENTE* Antonino Alves da Silva 92 SUPLENTE* Bento Joaquim Matos 78 A.S.D.T. (Aliança Soc. Democ. Trabalhista) Otávio Belarmino Costa (PSD*) 219 Altícimo Tournier (PSD*) 206 Manoel João Francisco 189 Otacílio Bertoncini (PTB*) 173 Luiz Antonio de Medeiros (PSD*) 142 Apolônio Ireno Cardoso (PSD*) 135 Candid. mais vot. a deput. est. por Araranguá Afonso Ghizzo (eleito/UDN) 1.8 4 9 Lecyan Slovinski (PSD) 1.005 Sabino de Barros Lemos (PSP) 488

Resultados das eleições de 7 de outubro de 1962 APURAÇÃO NO MUNICÍPIO DE ARARANGUÁ PARA SENADOR FEDERAL

Konder Reis Atílio Fontana Doutél de Andrade

3.029 2.599 1.969

PARA DEPUTADO FEDERAL

Álvaro Catão Doutél de Andrade Diomício Freitas Joaquim Ramos

111 621 2.825 1.943

PARA CÂMARA ESTADUAL

Afonso Ghizzo (eleito/UDN) Lecyan Slovinski (eleito/PSD) Danilo Schmidt Severiano Souza Lauro Trichês

2.518 1.706 376 140 23

PARA CÂMARA DE VEREADORES

(*) Dados adicionais: Memória do Poder Legislativo de Araranguá, de Micheline V. de M. Rocha, 2012, p. 52. Legislatura 1955-31/01/1959.

U.D.N. UNIÃO DEMOCRÁTICA NACIONAL

A partir do próximo dia 18 teremos em nossa cidade mais dois (2) aviões da Varig por semana. Assim teremos escala dos aviões Varig nos seguintes dias: PARA O NORTE:

Domingo - segunda - quarta - sexta 9:05 horas PARA O SUL:

Segunda - terça - quinta - sábado 14:40 horas

O SUL Sem expediente. Edição com textos de Ernesto Grechi Filho, Antonio Soares e Malu

P.S.D.

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PARTIDO SOCIAL DEMOCRÁTICO

11/10/1980 - ano III - nº 13

I Coletiva de Artistas Mais de trinta artistas amadores de Araranguá expuseram, nos salões do Tênis Clube, 120 trabalhos em madeira, cobre, argila, palha, junco, pintura, porcelana, fotografias e vime, durante os dias 25 a 28/10/1980, inclusive o lançamento oficial do hino do município gravado em disco pelo Coral Jorge Frederico Nagel, da Igreja Episcopal.

outubro.1962

Nascem trigêmeos no Bom Pastor

Vereadores eleitos

Eleitos Suplentes *

JORNAIS ARARANGUAENSES DO PASSADO — NOTÍCIAS QUE FAZEM HISTÓRIA

DIRETOR RESPONSÁVEL: Dr. Arno Duarte REDAÇÃO: Av. XV de Novembro, 1714 t

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APOIO CULTURAL

Jornal de Ontem OOO Nº 2

Fundador WLADINIR LUZ Redator ERNESTO GRECHI FILHO Gerente HERVALINO CAMPOS Chapista/impressor WALDEMIRO, FERRINHO, NEI Publicado na GRÁFICA ORION (abril-1960 a maio-1975) Redação e administração: Av. Getúlio Vargas, 158-170

JORNALECO 470 OUTUBRO 2015

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FOLHA SULINA

Antonio Severino Souza * Antonio Abedeno Antonio L. da Silva Antonio da Rocha Antonio C. de Souza Arnaldo Copetti Artur Espíndola Aledus O. Réus * Domingos Gabriel Eugênio J. Pereira Felipe Bacha * Hilário Freitas Hipólito Silva Manoel Costa Otávio Oliveira * Severo Scaini Urivaldi Grechi * Arno Matos * Abrão Paes Antonio Costa Aníbal Goulart Aduci Machado Eládio Garcia Darcy Lindolfo Gomes João Pedroso João Machado João Kraes Campos Hamilton Tournier Mauro Cardoso de Souza Otávio Belarmino Costa

CN

160 169 84 381 64 305 365 106 56 101 128 330 232 180 63 37 143 209 140 124 54 123 107 261 67 52 267 127 222 234

Um trio robusto de garotos nasceu na Maternidade Bom Pastor, desta cidade. É a primeira vez que tal fato acontece em Araranguá. As crianças são normais, apresentando sadio aspecto. A feliz parturiente reside no distrito de Maracajá. CA 70, 28/10/1962 NJ: Os pais dos trigêmeos, Elpídio Antônio Pedro e Alvina Fernandes Pedro, moravam em Hercílio Luz. No dia 15 de outubro de 1962, Alvina deu à luz três meninos. Geraldo foi o primeiro a nascer, em casa, às 10 horas da manhã. Em seguida, a mãe foi levada para o Hospital Bom Pastor onde, pelas 14h00, deu à luz José Luiz e Eduardo. O médico que fez os partos foi o Dr. Mendoza. Depois que leu a nota acima do CA, publicada no J.167, de 1º/11/2002, o Lédio Mota de Oliveira, que na época trabalhava na Geraldo, José Luiz e Eduardo, aos oito meses Farmácia São Luiz, veio nos contar que conhecia os trigêmeos, pois ele nascera um dia antes e foi vizinho das crianças no Rio dos Porcos (hoje, Rio dos Anjos). No J.169, de 1º/12, publicamos a matéria com quatro fotografias, três dos garotos em diferentes idades, e uma dos pais: dona Alvina, à época com 70 anos, e seu Elpídio, com 75.

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P.T.B.

PARTIDO TRABALHISTA BRASILEIRO

Antenor Apolinário * Alcino Freitas Ildo Zaneta Ivo Machado Jaci C. João Luiz Gonzaga Hahn Luiz G. de Bem Lauro Passos Maximiliano Hennemann Ormicio Gonçalves * Otacílio Bertoncini Tomaz Ferreira * Walmarino Matos

142 48 32 63 60 143 26 73 38 78 283 100 18

CANDIDATOS A DEPUTADO ESTADUAL MAIS VOTADOS NOS DEMAIS MUNICÍPIOS DA NOSSA REGIÃO

Afonso Ghizzo Meleiro: 698 S. João do Sul: 673 Sombrio: 1.614 Turvo: 1.117 Lecian Slovinski Meleiro: 641 S. João do Sul: 830 Sombrio: 1.310 Turvo: 1.118

NJ: A listagem acima reproduz os dados do Correio de Araranguá nº 69, de 14 de outubro de 1962. Apenas corrigimos alguns nomes amparados no Memória do Poder Legislativo de Araranguá, de Micheline Vargas de Matos Rocha, ressaltando os eleitos (em negrito) e apontando os suplentes (com asterisco) conforme registra a obra de 2012, à página 56. No jornal não constam Olívio Francisco da Silva (suplente, PSD) e Manoel Alves Oriques (suplente, UDN), que assim aparecem no livro. Otávio de Oliveira, suplente sem partido no livro, está na lista da UDN no jornal. E ainda, conforme o livro, foram presidentes (e vice-presidentes) da câmara, nesta legislatura de 1963-31/01/1967: Arnaldo Copetti (1963/1964; vice em 1965), Artur Francisco Espíndola (1965/jan.1967; vice em 1963), Hilário Acioly de Freitas (vice em 1964), e Antonio da Rocha (vice em 1967).

CASA NENA CANOAS / RS

ARARANGUÁ / SC


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