Jornal Drop - Edição#114

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Dropando de letra

A velocidade das notícias

A internet se incorporou as transmissões de eventos de surf para agilizar ainda mais as informações.

As informações dentro do nosso esporte nos dias atuais voam! O advento da Internet nas transmissões dos eventos, e da notícia em cima dos fatos, proporcionou uma grande mudança dentro da mídia esportiva envolvida com surf. Hoje em dia, além das revistas e sites especializados, canais de TV tem programação 24 horas voltadas para o surf como carro chefe de sua grade, além de outros esportes radicais, fazem parte do cotidiano de quem gosta e aprecia o surf. Nos anos 80 as informações sobre o que acontecia pelo mundo no surf vinham a galope para o Brasil, impressas nas revistas especializadas. A revista Brasil Surf já tinha acabado, e outras publicações sem muita abrangência em todo país pipocavam em suas regiões. Muitas vezes, nas bancas do Rio de Janeiro, edições das revistas Surfer americana e Surfing da Austrália eram encontradas. A revista Fluir apareceu por volta de 1983, assim como a extinta Visual Surf e dominaram o cenário na época. Essas duas mídias marcaram a geração de surfistas que se formou nessa época. Lembro-me de sair da escola e checar a cada mês ansiosamente nas bancas se a Fluir tinha chegado para comprar. O jornaleiro devia ficar de saco cheio com aquele moleque impregnando todo dia depois da escola. Para os fissurados, era um martírio esperar tanto tempo pra ver as matérias e fotos dos ídolos da época. Tom Curren, Occy, Martin Potter, Tom Carrol, Dada Figueiredo habitavam o imaginário surfístico da garotada, além de ondas clássicas e até então novidade pra quem começava, como Pipeline, Jeffrey’s Bay, entre outros picos ao redor do mundo. Na mídia telivisiva, não tem quem não se lembre do Realce e Vibração, programas embrionários do que hoje é o canal Woohoo, da dupla de visionários Ricardo Bocão e

Antonio Ricardo. Todo o sábado era de praxe, a partir das 17 horas até as 20 na Tv Corcovado, lá no Rio de Janeiro, ver as imagens em movimento dos ídolos que apareciam nas revistas disputando as etapas do circuito mundial. Aqui pelo sul, os programas passavam em outro canal e com menos tempo de duração. Tinha uma magia que envolvia ver os surf na TV e seus heróis em performance que contagiou uma geração. O Vibração já passava durante a semana, com programas de 30 minutos, com cada dia especifico para surf, skate, bicicross, vídeoclips de bandas, como um resumo do que passava no Realce. Já no rádio, a referência foi a Fluminense FM, 94,9, conhecida como “a maldita”. Com sede em Niterói, a rádio era de vanguarda e apresentava uma programação diferenciada com surfmusic e bandas alternativas, mesclados com programas de esportes radicais. Body Club acontecia nos domingos, no final de tarde, com som de primeira e cobertura do circuito mundial. Apresentação era de Ricardo Chantili, que já foi locutor das etapas do mun-dial no Rio e Mano Ziul, da Beach & Bite, sistema de computação da ASP, que também colaborava com as informações direto do “front” para os programas. Todo esse processo culminou nessa rapidez das notícias. Durante esses anos, muita coisa mudou com o crescimento do surf, que se popularizou, ganhou muitos adeptos, ávidos por consumir tudo relacionado com esporte. A internet apareceu e se expandiu, os sites especializados de diversos recantos do mundo inundaram a rede com informações, revistas, vídeos de surf, alimentam toda essa engrenagem do esporte. Tudo com muita agilidade para uma geração que não tem dificuldade em ver seus ídolos em ação a qualquer momento que quiser. Fácil nos dias atuais? Sim, mas já foi bem diferente.

Foto. Marcio David

Por João Ricardo Lopes


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