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Dia-Dia

Macapá-AP, domingo e segunda-feira, 06 e 07 de abril de 2014 Editor: Túlio Pantoja - tuliopantoja@jdia.com.br

Capitania dos Portos reforça operação de cobertura de eixos em embarcações De 2010 até agora mais de 900 kits foram instalados. Muitas embarcações continuam sem registro Caroline Mesquita

Da reportagem

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Capitania dos Portos do Amapá realizou na sexta-feira (4) uma ação de a instalação de kits de cobertura de eixo de motor para embarcações localizadas no Igarapé das Mulheres, no bairro Perpétuo Socorro. A instalação é gratuita e obrigatória, de acordo com a lei 11.970/2009, que obriga instalar a proteção sobre o eixo, o motor e as partes móveis das embarcações.. A ação faz parte de uma campanha de prevenção em parceria com a Associação de Mulheres Ribeirinhas e Vítimas de Escalpe-

lamento da Amazônia (AMRVE) que visa chamar atenção dos donos de embarcações para colocar o equipamento de proteção que é gratuito e uma forma básica de proteger a família quanto a qualquer acidente de escalpelamento. De acordo com o tenente da capitania Fabiano Crespo, a instalação dos kits protetores de eixos de motor acontece o ano inteiro e são totalmente gratuitas, basta o dono levar a embarcação na sede da Capitania dos Portos, localizada em Santana, e pedir o procedimento. De 2010 até agora mais de 900 kits foram instalados, mas há muitas embarcações não registradas na Capitania dos Portos. A proteção é obrigatória tanto em barcos de passeio como nos que fazem transporte de passageiros e de produtos. Porém, muitos donos de embarcações tem resistência em levar seus veículos com receio de ser cobrada alguma taxa, multa ou apreensão da própria embarcação.

“Estamos aqui apenas para prestar orientações e auxílio aos donos de embarcações. Geralmente, o escalpelamento acontece no âmbito familiar, dentro de embarcações artesanais que costumam a ser invadidas por água. Nesse momento as esposas e crianças costumam a ajudar a retirar a água do barco, nesse movimento de abaixar a cabeça e levantar é que o cabelo acaba sendo enrolado no eixo do motor e provoca o escalpelamento”, explicou Tenente Fabiano. A presidente da AMRVE, Rosinete Serrão, frisou que por mais que sejam realizadas campanhas intensas para colocar a proteção dos motores para evitar a ocorrência de acidentes com escalpelamentos e mutilações, ano passado ainda ocorreram dois acidentes, um em Porto Grande e outro em Mazagão. “Queremos a segurança da navegação ribeirinha. O escalpelamento arranca o couro cabeludo e às vezes alguns

ERICH MACIAS

DE 2010 ATÉ AGORA mais de 900 kits foram instalados, mas há muitas embarcações não registradas

membros, como orelhas e sobrancelhas. Somos julgadas pela aparência e

queremos por fim nisso, pois a conscientização da sociedade pode represen-

tar uma alternativa para a igualdade de oportunidades”, concluiu Serrão.

JoséTavares deixa reitoria da Unifap para concorrer a cargo público

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a última sexta-feira (4), José Carlos Tavares, deixou o cargo de reitor da Universidade Federal do Amapá (Unifap), no qual esteve à frente por sete anos. Os candidatos que disputam a vaga ainda não foram oficializados. Há exatamente sete anos e sete meses como reitor da UNIFAP, Tavares deveria deixar o cargo apenas no mês de agosto, mas devido ao prazo de desincompatibilização, exigência de afastamento dos cargos públicos para aqueles que pretendem concorrer nas eleições deste ano, antecipou sua saída. O ex-reitor, afirma que foi um grande desafio ocupar tal cargo e que o fez com muita dedicação, assim como toda a equipe que o acompanhou e destaca seus feitos. “Ultrapassamos grandes desafios, principalmente responder a questão das necessidades de dar uma resposta para a população amapaense que ne-

cessitava cursar o ensino superior público, então precisávamos fazer uma expansão de áreas que não existiam antes na universidade como na área tecnológica. Saímos de 10 cursos no campus marco zero para 23 cursos. Já está funcionando o campus do Oiapoque com 7 cursos, as obras no campus de Laranjal do Jari irão iniciar agora, o campus de Mazagão começa a funcionar este ano, e no de Santana aprovamos a adição de 4 cursos”. Para Tavares, a marca de sua gestão foi o projeto de expansão da universidade não só em termos de vagas, mas também quanto à sua estrutura, segundo ele, foram investidos mais 30 milhões de reais e, em maio será lançada em torno de mais cinco obras para dar suporte à universidade. O ex-reitor enfatiza a priorização dos estudantes considerados vulneráveis economicamente para que estes possam concluir sua

Diabetes, um assunto nada doce... Profa. Dra. Lucia Christina Iochida* Prof. Dr. Eduardo Augusto da Silva Costa**

Médico com Residência, Mestrado e Doutorado em Cardiologia. Professor de Cardiologia da Faculdade de Medicina da UFPA. Pós-Doutorado em Hemodinâmica e Cardiologia Intervencionista eascosta@cardiol.br

H

á uma semana estava em São Paulo, participando de banca de tese de doutorado e aproveitei para fazer um curso sobre stents de última geração, quando encontrei a Profa. Dra. Lucia Christina Iochida, uma das médicas mais brilhantes com quem convivi na época da pós-graduação na UNIFESP, e além das qualidades profissionais ela tinha o mais belo par de pernas da escola paulista de medicina, naquela época. Agora, a bela é Professora Associada de Clinica Médica da mesma escola (professor associado, na carreira universitária, é a classe final para a qual passa o professor que tem doutorado, após oito anos de professor adjunto com produção científica); aproveitei o encontro pra

discutir um caso de diabete recente na minha família e durante a conversa ela me contou que soube dos meus artigos, isto em razão de me procurar na internet pra me fazer um convite acadêmico. Conversei com a Lucinha (minha maneira carinhosa de tratá-la) a respeito de meus artigos e pedi para ela escrever alguma coisa para que todo mundo pudesse entender a doença diabete. Ontem, recebi por e-mail este primeiro texto: A diabete é uma das doenças que mais tem crescido, e causado grande preocupação aos médicos de todo o mundo é o diabetes ou diabete. O nome da doença em latim é “diabetes mellitus”, e foi chamada assim porque as pessoas doentes urinam muito (diabetes = sifão)

graduação. Com o objetivo de tentar reduzir o índice de evasão por falta de condições financeiras, foram criados vários programas e bolsas, alcançando o percentual de somente 1,8% de pessoas que desistiam de seus cursos. “Posso destacar também a Moradia Estudantil que ainda não está pronta, mas foi uma conquista nossa, pois acredito que até junho será entregue a comunidade acadêmica, oferecendo inicialmente 100 vagas, para resolvermos a questão da moradia para aqueles jovens que se deslocam do interior do estado”, diz José Carlos Tavares. O processo eleitoral para eleger o próximo reitor que atuará de 2014 a 2018 terá suas inscrições iniciadas nos dias 14 e 15 deste mês, culminando na eleição no dia 15 de maio, por enquanto, existem somente especulações quanto aos nomes dos candidatos, nenhum nome foi lançado oficialmente.

e a urina é doce (mellitus= doce como mel). Esta doença é conhecida desde a antiguidade, mas seu aumento exagerado foi observado a partir do século XX, principalmente depois da II Guerra Mundial. O que chama atenção no diabetes é o aumento das taxas de açúcar (glicose) no sangue, que ocorre em todos os tipos da doença. É importante notar que existem diversos tipos diferentes de diabetes, porém os mais importantes são o tipo 1, que aparece principalmente em crianças e adolescentes, e o tipo 2 que aparece com mais freqüência após os 40 anos de idade, principalmente em pessoas com excesso de peso. O diabetes tipo 1 exige o uso diário de injeções de insulina, e corresponde a cerca de 10% dos casos de diabetes. Os pouco mais de 90% de todos as pessoas com diabetes são do tipo 2, por isso comentaremos agora sobre ele. No Brasil, estima-se que existam cerca de 10 milhões de pessoas com diabetes, e muitas delas nem sequer sabem que tem a doença. Isto porque, a maioria tem diabetes tipo 2, que é uma doença que

ERICH MACIAS

PARA TAVARES, a marca de sua gestão foi o projeto de expansão da universidade não só em termos de vagas

provoca poucos ou até nenhum problema, durante muito tempo. Em outras palavras, muitas pessoas tem a doença e não sentem quase nada, ou nada mesmo. Isto não quer dizer que a doença não tem importância, ao contrário, durante todo o tempo em que a pessoa não sente nada, o excesso de açúcar no sangue vai causando estragos em todo o corpo, que mais tarde vão aparecer na forma de outras doenças, como por exemplo alterações na visão, acidentes vasculares cerebrais, infartos e outras doenças do coração,

insuficiência vascular periférica que causa o pé diabético, doenças nos rins e várias outras. É importante prestar mais atenção às informações sobre diabetes, e principalmente para os maiores de 40 anos, mais ainda para os que tem excesso de peso. Procurar o seu médico para perguntar sobre esta doença, e fazer um exame simples, para verificar a taxa de açúcar no sangue, pode hoje significar mais tempo de vida. Na próxima semana entraremos em maiores detalhes sobre o “diabetes mellitus”.

*Médica com Residência, Mestrado e Doutorado em Endocrinologia e Diabete Profa. Associada de Disciplina de Clínica Médica da Escola Paulista de Medicina da Universidade Federal de São Paulo **Médico Amapaense com Residência, Mestrado e Doutorado em Cardiologia / Professor Associado, Presidente da Comissão de Pós-Graduação (Mestrado e Doutorado) e Coordenador da Disciplina de Cardiologia da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Pará.


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