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Construção Civil

MARCOS NAGELSTEIN/JC

Porto Alegre Alegre, sexta sexta-feira, feira 29 de agosto de 2014 Caderno Especial do Jornal do Comércio

Decoração em alta

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Construção Civil

Caderno Especial do Jornal do Comércio Porto Alegre, sexta-feira, 29 de agosto de 2014

CONJUNTURA

Índice

Cenário desafiador

Conjuntura ________________ 2 e 3 Mercado __________________ 4 e 5 Mão de obra _______________ 6 e 7 Perspectivas __________________ 8 Infraestrutura_________ 9, 10 e 12 Qualidade___________________ 13 Sustentabilidade _________14 e 16 Imobiliárias _________________ 18 Crédito imobiliário________20 e 21 Inovação ________________22 e 24 Tendências __________ 26, 28 e 30

Perfis Sinduscon-RS________________ 33 Melnick Even ________________ 34 CFL_________________________ 35 Goldsztein __________________ 36

Joal Teitelbaum_______________ 38 Nex Group___________________ 39

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Arquisul ____________________ 37

Setor é responsável por manter boa parte do ritmo da atividade econômica

Expediente Editor-Chefe Pedro Maciel maciel@jornaldocomercio.com.br

Editora de Cadernos Especiais Ana Fritsch anafritsch@jornaldocomercio.com.br

Subeditoras Cíntia Jardim cintiajardim@jornaldocomercio.com.br

Sandra Chelmicki sandra@jornaldocomercio.com.br

Reportagem Angela Caporal e Flavia Mu Projeto gráfico e diagramação Ingrid Müller Editor de Fotografia João Mattos Revisão André Fuzer, Daniela Florão, Luana Lima e Thiago Nestor

Os protagonistas da indústria da construção civil vivem dias desafiadores. E as decisões de investimento, que são projeções para o futuro, são cautelosas. O fraco desempenho da economia interna e a inflação, teimando em ultrapassar a meta estabelecida pelo governo, são algumas das variáveis que contribuem para a volatilidade do mercado e para trazer inquietação ao empresariado. De acordo com o economista da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (Cbic) Luis Fernando Melo Mendes, a economia desacelerou, e o setor da construção irá pelo mesmo caminho. Ele diz que a construção civil não vai passar imune às oscilações, mas os efeitos serão sentidos “com um certo atraso.”

O economista explica que a indústria da construção tem um ciclo mais lento, sente mais tarde os efeitos, mas também pode demorar mais a se recuperar desses impactos. Mendes considera que a desaceleração da economia já ocorre há algum tempo no País, mas “a construção foi responsável por manter boa parte do ritmo da atividade.” É o setor, por exemplo, que tem um dos mais altos níveis de

empregabilidade. Apenas no Rio Grande do Sul, responde por mais de 200 mil postos de trabalho, dos quais cerca de 50 mil em Porto Alegre.

Segundo Mendes, o programa Minha Casa Minha Vida foi um dos responsáveis por essa boa performance, e tem a característica de ser uma iniciativa implementada em parceria com o setor produtivo. Além disso, ele ressalta que o incentivo às moradias populares trouxe dinâmica para empresas de menor porte, e o processo de produção ganhou em escala e em inovações tecnológicas. Agora, porém, “o programa vai cumprindo as metas, chegando o final do governo e desacelerando.”

No entanto, como ainda há muito por fazer no Brasil, não apenas em relação à moradia mas também em obras de infraestrutura, o economista da Cbic acredita que o governo irá sinalizar com uma equação que não afaste o empresário e, pelo contrário, estimule a continuidade dos investimentos. Segundo a Cbic, a construção civil tem uma participação de 5,2% no Produto Interno Bruto (PIB), e a projeção da entidade é de que o setor te-

nha zero de crescimento em 2014.

O presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado do Rio Grande do Sul (Sinduscon-RS), Ricardo Antunes Sessegolo, salienta que independentemente das dificuldades conjunturais que dificultam seu desempenho, o setor continua cumprindo seu papel. No ano passado, o incremento do setor no Rio Grande do Sul foi superior à performance no País. O líder empresarial diz que atualmente o mercado está desconfiado, “com pé atrás antes de sair com novos projetos”, mas espera iniciativas voltadas à retomada do desenvolvimento.

Números O Índice de Confiança da Construção (ICST) mostra que, na comparação entre junho e julho, o indicador passou de -8,9% para -12,4%.

A taxa de velocidade de vendas (relação das vendas sobre as ofertas) de imóveis novos na capital gaúcha foi de 5,07% em junho - em maio, foi de 5,75%.

FONTES: FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS E SINDUSCON-RS

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Acostumado a acompanhar todas as pontas do setor – do incorporador ao comprador –, o presidente do Conselho Regional de Corretores de Imóveis do Rio Grande do Sul (Creci-RS), Flavio Koch, analisa que a retração começou a ser sentida um pouco antes da realização a Copa do Mundo, e afirma que agora há expectativa para alguns acontecimentos, como o desfecho das eleições. Ultrapassado esse período, ele avalia que a conjuntura será mais favorável. “Depois, já se saberá o que irá acontecer na economia, e isso ajuda a acalmar”, pondera.

Na concessão de crédito para a área imobiliária, o cenário ainda é confortável. A Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip) registra que, no primeiro semestre do ano, foram financiados R$ 53,1 bilhões para aquisição e construção de imóveis. O resultado foi 7% superior ao dos primeiros seis meses do ano passado. No acumulado de 12 meses, até junho de 2014, o volume de empréstimos para aquisição e construção de imóveis, com recursos das cadernetas de

poupança do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE), alcançou R$ 112,7 bilhões, superando em 18% o total apurado em igual período anterior.

Entre janeiro e junho deste ano, o financiamento de imóveis alcançou um total de 256,1 mil unidades, volume 4,6% superior ao contabilizado nos seis primeiros meses do ano passado. No período de 12 meses, compreendido entre julho de 2013 e junho de 2014, foram financiados 541,1 mil imóveis, número que superou em 12% as 483,7 mil unidades contratadas nos 12 meses anteriores.

O presidente da Abecip, Octavio de Lazari Junior, destaca o fato de o desembolso apenas para financiamento de imóveis novos ter chegado a R$ 15,5 bilhões, o que representou um crescimento de 25% no primeiro semestre.

No ano passado, o financiamento pelo Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo alcançou R$ 109 bilhões, representando um aumento de 32% em comparação a 2012. Como no primeiro semestre de 2014, o volume de financiamentos já passou da metade, Lazari Junior salienta que é factível

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Retração deve amenizar

Koch acredita em cenário pós-eleições mais favorável

cumprir a meta de crescimento de 15%.

Além disso, ele estima que a Selic deva se manter no patamar de 1%, e que a chance de aumento da taxa é zero para o crédito imobiliário.

Em Porto Alegre, a compra de imóveis segue em um ritmo diferenciado. A taxa de velocidade de vendas (relação das vendas sobre as ofertas) de imóveis novos na capital gaúcha foi de 5,07% em junho, mostrando um leve recuo na comparação com o

comportamento registrado em maio, quando atingiu a 5,75%, conforme levantamento da pesquisa do Mercado Imobiliário da Capital elaborada mensalmente pelo Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado do Rio Grande do Sul (Sinduscon-RS). Em relação a junho de 2013, também houve decréscimo, já que, naquele mês, a taxa era de 9,74% em Porto Alegre. A maior procura continua por imóveis na faixa de valor até R$ 500 mil.

Confiança em queda As expectativas para o setor, por enquanto, continuam em curva descendente. O Índice de Confiança da Construção (ICST) calculado pela Fundação Getulio Vargas (FGV), mostra que, na comparação entre junho e julho, o indicador passou de -8,9% para -12,4%, o pior resultado da série histórica. A confiança em baixa foi atribuída à finalização de grande parte das obras ligadas à Copa do Mundo e ao enfraquecimento do mercado imobiliário. Na variação registrada no trimestre encerrado em julho de 2014, o índice também foi negativo, ficando em -10,3%.

Já no trimestre finalizado em junho, a taxa foi de -9,8%. De acordo com a Fundação Getulio Vargas, com esse percentual, junho mar-

cou o quinto mês consecutivo que o ICST apresentou variação desfavorável. Foi também o pior resultado desde outubro de 2011, quando chegou a -10,4%. Dos 11 segmentos pesquisados, sete apresentaram queda na medição trimestral. Os destaques negativos foram Edificações, cuja taxa passou de -11,3%, em junho, para -13,0%, em julho; Preparação do Terreno, de -9,3% para -10,2%; e Obras de Arte Especiais, de -12,2% para -13,0%, respectivamente, nos mesmos períodos.

Das 703 empresas consultadas pela Fundação Getulio Vargas, 17,3% avaliaram que o nível de atividade aumentou no último trimestre, contra 20,9% que tiveram esse entendimento no mesmo período do ano anterior. Já 21% das empre-

sas responderam que a atividade diminuiu. Em contrapartida, 17,9% deram essa resposta em julho de 2013. No quesito situação atual dos negócios, houve um recuo: enquanto em julho do ano passado 24,5% achavam que a situação estava boa, no mesmo período deste ano o índice baixou para 20,4%. Também aumentou de 15,5% em julho de 2013 para 17% o percentual dos que consideram a situação ruim.

Os reflexos são sentidos em toda a cadeia produtiva. O presidente da Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção (Abramat), Walter Cover, constata que o primeiro semestre apresentou uma queda de 2% a 3% no faturamento real em comparação aos primeiros seis meses do

ano passado. A análise envolve os segmentos do varejo, imobiliário e infraestrutura. Ele explica que o varejo representa 50% do setor e é impactado diretamente pelas alterações de renda, nível de emprego e de crédito. “Como os juros aumentaram, a Selic passou de 7,5% para 11% e afetou negativamente as vendas”, comenta.

Em relação ao mercado imobiliário, Cover analisa que a influência negativa veio dos investimentos que foram postergados. Mesmo com obras atrasadas, o presidente da Abramat diz que o segmento de infraestrutura, foi o que teve menos impacto no desempenho do setor. Para o segundo semestre, a expectativa da entidade é de que o comportamento do varejo apre-

sente uma melhora por conta da sazonalidade, já que muitas reformas pararam durante a Copa do Mundo e devem ser retomadas, o mesmo acontecendo com o ramo imobiliário. Com isso, Cover aposta em uma melhora no ambiente de negócios. “Dá para crescer no segundo semestre, compensando a queda do primeiro”.

Na apresentação dos resultados do segundo trimestre da companhia, o diretor financeiro e de relações com investidores da Cyrela Brazil Realty, Eric Alencar, resumiu o sentimento do setor ao afirmar que “o cenário macro e microeconômico é monitorado antes de cada lançamento, porque seria uma irresponsabilidade agir de outra forma.”

Construção Civil MERCADO

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Setor apresenta nova dinâmica Por sentir de perto os humores do mercado, a indústria da construção civil acostumou-se aos altos e baixos e aprendeu a reagir às situações atípicas como a vivenciada em Porto Alegre com a velocidade de liberação de novos projetos não atingindo o índice almejado pelos incorporadores. Esse cenário ganhou um novo alento com a informação repassada recentemente pelo secretário municipal de Urbanismo, Cristiano Tatsch, durante reunião-almoço da Comissão da Indústria Imobiliária do Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado do Rio Grande do Sul (Sinduscon-RS), de que até o dia 24 de outubro deverá entrar em funcionamento o novo sistema de gerenciamento de edificações na capital gaúcha.

O dirigente da entidade, Ricardo Antunes Sessegolo, ressalta que os prédios estão ficando prontos e há uma excessiva demora na análise dos processos. “O mercado precisa de lançamentos”, enfatiza. Por causa dessa situação, já houve uma queda significativa no número de lançamentos imobiliários na Capi-

Até outubro, deverá entrar em funcionamento novo sistema de gerenciamento de edificações

tal, segundo levantamento do Sinduscon-RS. De julho de 2013 a junho de 2014, os lançamentos apresentaram uma diminuição de 34,43% na comparação com o mesmo período do ano anterior (julho de 2012 a junho de 2013). A pesquisa apurou que, em junho de 2014, foram lançadas 37 unidades em Porto Alegre, e nos últimos 12 meses (julho/2013 a junho/2014), os lançamentos totalizaram 2.994 unidades. Entre julho de 2012 a junho de 2013, haviam sido lançadas 4.566 unidades.

O mercado também exige uma nova dinâmica das empresas para fazer frente às oscilações, já que, depois de passado o boom dos anos anteriores, o período agora é de acomodação. ”O mercado está menos especulativo e mais voltado para moradia”, avalia o diretor regional da Rossi, Gustavo Kosnitzer. Ele considera que o momento é de estabilidade e que é preciso identificar as demandas do consumidor, que quer um imóvel adequado às suas necessidades. “O cliente está mais seletivo tanto em relação ao produto quanto à sua localização.”

A pesquisa do Mercado Imobiliário da Capital, elaborada mensalmente pelo Sinduscon-RS, indica que a taxa de velocidade de vendas - relação das vendas sobre as ofertas - de imóveis novos em Porto Alegre foi de 5,07% em junho último, inferior à registrada em maio, quando atingiu 5,75%. Em relação a junho de 2013, também houve recuo, pois nesse período a taxa era de 9,74%.

No acumulado de 12 meses, a taxa média de velocidade de vendas em junho foi de 8,06%, resultado superior ao observado nos 12 meses fechados em junho de 2013, quando alcançou 7,54%. Quando a análise é apenas sobre o mês de junho de 2014, mostra que foram negociadas 173 unidades na Capital, uma diminuição de 15,61% na comparação com maio, quando foram vendidas 205 unidades.

Na comparação com junho de 2013, a queda é ainda maior, 66,60% no número de unidades comercializadas, que foi de 518. No período acumulado de 12 meses, de julho de 2013 a junho de 2014, foram negociadas 4.155 unidades, redução de 19,07% em relação aos 12 meses anteriores, julho de 2012 a junho de 2013, quando foram vendidas 5.134 unidades. Alguns reflexos começam a ser sentidos. Segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho e Emprego, no primeiro semestre, houve uma redução de 30,24% na geração de vagas na construção civil quando comparado a igual período de 2013.

Mesmo com a demanda abaixo do esperado, os estoques na cidade já são ”um dos os mais baixos dos últimos anos”, constata o diretor regional da Rossi, Gustavo Kosnitzer.

Lançamentos De julho de 2013 a junho de 2014: diminuição de 34,43% na comparação com o mesmo período do ano anterior (julho de 2012 a junho de 2013).

De julho/2013 a junho/2014: os lançamentos totalizaram 2.994 unidades.

Entre julho de 2012 a junho de 2014: os lançamentos somaram 4.566 unidades.

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Taxa média de velocidade de vendas em junho alcança 8,06%

Estoques são um dos os mais baixos dos últimos anos, segundo Kosnitzer

O diretor-presidente da Arquisul, Paulo Roberto Silveira, complementa que “em 45 anos de mercado, nunca tinha visto nada igual”. Na pesquisa do Sinduscon-RS, entre os fatores apontados como responsáveis pela diminuição da dinâmica do mercado estão a morosidade na aprovação de projetos e a demora na regulamentação e clareza em pontos polêmicos da nova Lei de

Proteção contra Incêndios, conhecida como Lei Kiss.

O bom entendimento entre as entidades e o poder público deu um alento ao setor diante da viabilidade de um encaminhamento para a situação. Em junho, a Assembleia Legislativa aprovou projeto de lei complementar que trata das alterações da legislação, como alternativas de aprimoramento das regras e a manutenção dos patamares de segurança. A expectativa dos empresários é de que também as mudanças no fluxo de licenciamento de edificações na Capital surtam efeito.

No encontro no Sinduscon-RS, em julho, o secretário Cristiano Tatsch garantiu que o principal objetivo da entrada em funcionamento de um sistema on-line de gerenciamento, análise e acompanhamento é dar mais celeridade aos processos. Entre as mudanças no fluxo de aprovação dos projetos está a que permitirá a abordagem simultânea pelas secretarias e o gerenciamento eletrônico dos documentos. A meta é padronizar os procedimentos internos, melhorar a qualidade técnica das análises e

a eficiência.

Outros dados divulgados pelo Departamento de Pesquisa e Estatística do Secovi-RS/Agademi (Sindicato da Habitação e Associação Gaúcha de Empresas do Mercado Imobiliário) mostram que, entre maio de 2014 e maio de 2009 (ano-base), houve crescimento de 76,33% na oferta de imóveis residenciais e de 79,63% entre os imóveis comerciais em Porto Alegre.

Com relação ao preço médio do metro quadrado residencial, nos últimos 60 meses (junho de 2009 a maio de 2014), o aumento chegou a 98,22%. O levantamento compara que, no mesmo período, o INCC-M/ (FGV (Índice Nacional de Custos da Construção do Mercado, da Fundação Getulio Vargas) variou 42,19% e o IPCA/IBGE (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) 33,35%.

Em relação aos custos, o CUB para o Rio Grande do Sul, em julho, foi de R$ 1.410,73/m2 para uma residência unifamiliar com acabamento normal, o que representa pequena variação mensal de 0,45% sobre junho e de 7,16% no acumulado do ano.

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Às inconstâncias do mercado, mais evidentes em Porto Alegre, os incorporadores reagem com sua expertise, e outras praças além de capital aparecem também como boas alternativas para projetos imobiliários. A Região Metropolitana e cidades de porte do Interior do Estado como Pelotas, além do Litoral Norte, viraram foco de investimentos. O diretor-presidente da Arquisul, Paulo Roberto Silveira, considera que os problemas em Porto Alegre são pontuais e que o mercado tem oferta de crédito e juro baixo.

O diretor regional da Rossi, Gustavo Kosnitzer, comenta que “Porto Alegre está exportando empregos e investimento”. Ele avalia que os mercados do Sul do País são mais estáveis e sofrem menos os impactos da economia. Kosnitzer considera que o ano passado, e agora também, “está muito bom de vendas”. O diretor lembra que por ter desenvolvido dois bairros, a Rossi tem terrenos que dão segurança de lançamentos para os próximos anos.

Conhecer cada vez mais o perfil do consumidor, suas necessidades e as tendências do mercado são fundamentais para evitar a desaceleração involuntária. Nessa estratégia, as imobiliárias também têm uma missão importante. O presidente do Secovi-RS/Agademi (Sindicato da Habitação e Associação Gaúcha de Empresas do Mercado Imobiliário), Moacyr Schukster, salienta que é na conversa com os vendedores, que funcionam como uma espécie de porta-vozes do mercado, e pelas análises das imobiliárias que o incorporador pode ter as primeiras impressões sobre as demandas do setor.

Ousadia e inovação também são bem-recebidas e favorecem a expansão do mercado gaúcho como o conceito back to back, que une residencial e comercial em uma mesma torre, mas com entradas separadas. Surgem também os mixed use, com moradia, trabalho, lazer e conveniência reunidos em um mesmo condomínio, os bairros planejados e agora empreendimentos para áreas específicas como a

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Sem fórmulas mágicas

Região Metropolitana e Interior são foco de investimentos

dos serviços de saúde. No Interior, crescem as opções diferenciadas de imóveis que privilegiam áreas de lazer e convivência e surgem os clubes residenciais.

Nas estratégias para chamar a atenção do cliente, o uso da tecnologia pode ser um importante aliado. É o que está mostrando a Rossi com o lançamento de drones de pequeno porte – aeronaves não tripuladas – para gerar e levar imagens de um empreendimento no Litoral Norte para quem buscar informações sobre sua execução e

detalhes pelo site da empresa.

Essas iniciativas atestam a dinâmica do setor e segundo o economista da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (Cbic), Luis Fernando Melo Mendes, a construção civil tem uma participação fundamental para o equilíbrio da economia, além do alto nível de empregabilidade, pela sua capacidade de “espraiar a atividade produtiva”. Mendes informa que toda a cadeia produtiva da construção incluindo o comércio de produtos e serviços para o setor - tem uma

participação de 8,8% no Produto Interno Bruto brasileiro, de acordo com números de 2013.

Mendes compara a indústria da construção civil a “uma fábrica que anda”, ou seja, pode ser usada para alavancar o desenvolvimento de determinadas regiões ou núcleos. Por isto, o economista entende que “ninguém vai abrir mão da construção” e acredita que os sinais emitidos pelo mercado serão compreendidos pelas esferas de decisão e traduzidos em medidas na direção do seu fortalecimento.

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MÃO DE OBRA

A movimentação nos canteiros de obras, principalmente nas cidades que foram sede da Copa do Mundo de Futebol, deu a dimensão do nível de empregabilidade desse setor e da sua importância para o desenvolvimento econômico do País. Com cerca de 3,5 milhões de trabalhadores, a indústria da construção civil responde historicamente por 8% do pessoal ocupado com carteira assinada no Brasil. No entanto, mesmo com sua elevada capacidade de geração de vagas de trabalho, o setor começa a produzir alguns sinais de desaceleração, embora a base de comparação dos números mais recentes ainda seja alta.

Segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgados pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), a construção civil do País registrou recuo de 0,38% no saldo líquido de contratações formais no mês de junho de 2014, o que corresponde à extinção de 12,4 mil postos de trabalho no mês. No Rio Grande do Sul, o nível de emprego no setor em junho apresentou um decréscimo de 0,94% em relação ao estoque do mês de maio de 2014, com o fechamento de 1,5 mil vagas de trabalho. Para se ter uma ideia da oscilação, no primeiro trimestre de 2014, havia ocorrido um dos maiores crescimentos do nível de emprego dos últimos anos, com a criação de 6,6 mil postos .

No total do primeiro semestre, o nível de emprego no setor registrou uma variação positiva de 2,35% no Brasil, o que representa um acumulado de 73,3 mil novas vagas. No Rio Grande do Sul, também houve um crescimento de 3,76%, com a geração de 5,7 mil vagas nos primeiros seis meses de 2014. Já a pesquisa entre julho de 2013 a junho de 2014

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Nível de contratação oscila

mostra que o nível de emprego na construção civil alcançou uma pequena evolução de 0,71% no Brasil, resultando em um acumulado de 22,5 mil novos empregos em relação ao período anterior (julho de 2012 a junho de 2013). No Rio Grande do Sul, o desempenho ainda ficou acima da média, com um avanço de 2,41% no número de postos de trabalho, o que significou a geração de 3,7 mil oportunidades de trabalho entre julho de 2013 a junho de 2014.

O presidente do Sindicato da Indústria da

Mesmo com Construção Civil no Estado do Rio Grande do elevada Sul (Sinduscon-RS), Ricardo Antunes Sessecapacidade de geração golo, admite que já começaram a ocorrer dede vagas, missões no setor e diz estar apreensivo com setor emite o clima de insegurança que volta a despontar sinais de na economia brasileira. O nível de contratadesaceleração ções, no entanto, não é a única preocupação de empresários e trabalhadores. A valorização da mão de obra também ocupa lugar de destaque nas conversações. “O treinamento e a formação estão sempre entre as nossas metas”, afirma o dirigente.

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Campanha valoriza o trabalhador da categoria e estimula o associativismo

Santana reconhece obstáculos para ampliar a qualificação do trabalhador

O secretário-geral do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção Civil de Porto Alegre (Sticc), Gelson Santana, reconhece que um dos obstáculos para ampliar a qualificação do trabalhador – que ele prefere tratar como valorização – é o fato de a jornada se prolongar durante todo o dia e só restar o turno da noite para cursos. “O trabalhador chega em casa cansado e nem sempre com disposição para encarar mais um turno de estudo”, acrescenta. Ele defende que as empresas liberem um turno durante o dia como contrapartida para qualificação.

“O setor esteve estagnado por 27 anos e ninguém pensou em qualificação”, complementa Santana.

O líder sindical considera que “pior é que o trabalhador, que construiu estádios padrão Fifa, acredita que não é qualificado”. A construção civil emprega mais de 200 mil trabalhadores em todo o Estado, dos quais cerca de 50 mil em Porto Alegre. O nível médio de escolaridade é Ensino Fundamental completo. Para melhorar

essas condições, os dois lados desenvolvem programas e iniciativas que vão desde aulas práticas no canteiro de obras até cursos especiais e campanhas institucionais para elevação da autoestima.

O Sticc lançou neste ano uma campanha pela valorização do trabalhador da categoria e estímulo ao associativismo.

O objetivo da campanha é demonstrar o quanto o trabalhador do setor é “indispensável para a construção do Brasil de hoje e do amanhã”, resgatando a sua autoestima. Com a temática “Para quem não consegue ver a importância do trabalhador da construção civil a gente mostra” foram apresentadas diferentes situações revelando a participação do trabalhador.

“Estamos buscando a valorização das pessoas, do ser humano, do trabalhador.

Tudo isso não só para que ele venha se associar à entidade sindical, mas para que todos reconheçam o trabalho que ele faz.

O trabalhador da construção civil constrói o que há de mais belo no mundo e precisa sentir-se valorizado”, salienta Santana.

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Entre iniciativas para capacitação, o Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção Civil de Porto Alegre (Sticc) oferece cursos que buscam atender a demanda do mercado de formação e especialização. A ideia é dar oportunidades para jovens e adultos formarem-se mestre de obras, por exemplo, em cinco anos. A Escola Profissional da Construção Civil, uma parceria entre Sticc, Sinduscon e Senai, dispõe de turmas pela manhã e tarde para quem está no mínimo na sexta série do Ensino Fundamental e tem mais de 16 anos. Os cursos gratuitos têm duração de 18 meses e o aluno ainda ganha alimentação, vale-transporte e bolsa-auxílio. Além disso, há cursos avulsos com duração de dois a três meses e à noite para formações específicas como pintura predial, elétrica, hidráulica, carpintaria.

A indústria brasileira considera que um dos seus gargalos é a baixa produtividade e uma das pontas desse problema está relacionada à educação em geral e a qualificação em especial.

Dados da Conference Board — principal organismo internacional de pesquisas sobre o tema — apontam que a produtividade industrial brasileira cresceu apenas 5% entre 1980 e 2013, enquanto na China esse salto foi de quase 90%. Além disso, em 1980 um trabalhador brasileiro produzia o equivalente a 31% de trabalhador norte-americano e essa relação baixou para menos de 20% em 2013.

Para colaborar na solução dessas questões, o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) tem um papel importante na capacitação da mão de obra. O diretor regional do Senai-RS, José Zortéa, revela que na área da construção civil há uma oferta de 16 diferentes cursos. No ano passado, foram um total de 10.149 matrículas e 6.830 via Pronatec (Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego) no Rio Grande do Sul. Em 2014, já são em torno de 4 mil inscritos e a expectativa é de chegar entre 8 mil a 8.500 matriculados até o fim do ano.

Ele acredita que a redução verificada foi consequência da parada durante a Copa do Mundo ou até mesmo por um recuo da demanda.

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Oportunidade para todos

Cursos gratuitos têm duração de 18 meses e oferecem, ainda, alimentação, vale-transporte e bolsa-auxílio

Na avaliação de Zortéa, “o grande problema no Brasil é o fato de o Ensino Fundamental não ser a base que deveria, o que terá reflexos depois”. Na construção civil, ele lembra que cada fase de uma obra tem um projeto feito por um engenheiro e “a pessoa tem que saber interpretar, tudo é tecnologia, processo, projeto”. Para levar o conhecimento aos trabalhadores, a entidade procura introduzir as últimas tecnologias e atender a demanda. Segundo ele, das 63 escolas fixas do Senai no Estado, metade oferece também cursos para a construção civil.

A presença das mulheres em obras deixou de ser motivo de surpresa ou piada e transformou-se em uma nova realidade, assim como já ocorreu em outras atividades. Como facilitador de inclusão social e alternativa de renda, o trabalho feminino na construção civil está em ascensão e encontra ambiente mais favorável à formalidade do que o trabalho masculino. Uma análi-

se setorial do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese) sobre a indústria da construção, realizada em 2012, mostra que mais de 60% das mulheres ocupadas no setor da construção são empregadas com carteira assinada, enquanto apenas 0,3% trabalham sem carteira.

Uma das iniciativas para apoiar as mulheres nessa nova profissão é a

ONG Mulher em Construção, criada em 2006 por Maria Beatriz Kern, em Canoas. Por meio de convênios com entidades e prefeituras, a ONG consegue levar os cursos gratuitamente para milhares de mulheres em vários pontos do Estado. O projeto desenvolvido pela ONG ultrapassou fronteiras, mantém parceria com organizações não governamentais da Suíça, entre outras.

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A hora e a vez das mulheres

Conforme Zortéa, cerca de 30 escolas fixas do Senai no Estado oferecem cursos na área

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PERSPECTIVAS

ANTONIO PAZ/JC

A dinamização da indústria da construção civil − resultado de um cenário de elevadas taxas de crescimento econômico, estabilidade inflacionária e aumento na renda real, entre outros fatores − não está apresentando o mesmo fôlego do ano passado, quando o Produto Interno Bruto (PIB) do setor já cresceu menos do que o PIB nacional. O presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado do Rio Grande do Sul (Sinduscon-RS), Ricardo Antunes Sessegolo, estima que no Estado, “exagerando, o crescimento chegará em 2% em 2014”. Na projeção da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (Cbic), o setor apresentará zero de crescimento no País neste ano.

Na percepção do Sinduscon-RS, o cenário não deve apresentar grandes alterações até o fim do ano. Não há indicativos de que a economia brasileira crescerá mais nos próximos meses ou de que haverá recuo da inflação. As expectativas são de um crescimento econômico persistentemente baixo e de taxas de inflação muito próximas da meta.

Nesse contexto, as tendências para o mercado imobiliário até o final do ano continuam apontando para diminuição do número de lançamentos, aumento do número de unidades vendidas e queda de estoques.

O Indicador Serasa Experian de Atividade Econômica (PIB Mensal) atesta o clima de desaceleração ao registrar uma diminuição de 0,6% em junho em relação a maio de 2014. Com este desempenho, o segundo

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Panorama é promissor no médio e no longo prazo

Sessegolo estima que crescimento chegará a 2% em 2014

trimestre de 2014 encerrou-se com queda de 0,9% frente ao primeiro trimestre do ano.

Em relação ao mesmo mês do ano passado, a diminuição da atividade econômica foi de 1,0%. Porém, no acumulado do ano, a atividade econômica fechou os primeiros seis meses com avanço de 0,7% frente ao primeiro semestre do ano passado. Já o consumo das famílias avançou 0,7% neste segundo trimestre em relação ao primeiro trimestre do ano, crescendo 1,7% contra o mesmo trimestre do ano passado.

Uma avaliação de longo prazo, porém, apresenta um panorama menos adverso para o setor. Para o Sinduscon-RS, os cenários de médio e longo prazo para o setor imobiliário no Brasil ainda são promissores.

O elevado déficit habitacional remanescente no País e o baixo volume de crédito imobiliário em comparação a outros países em desenvolvimento mostram que o setor tem um grande potencial de crescimento nos próximos anos. No entanto, alguns desafios precisam ser vencidos, principalmente para

aumentar a produtividade, uma equação que vale para a economia em geral e que muitas empresas tratam de resolver.

Do ponto de vista dos empresários do setor, as projeções também apontam para panoramas positivos. O diretor da Melnick Even, Juliano Melnick, considera o mercado imobiliário saudável. Embora seja um segmento sensível às variações da inflação por causa dos financiamentos, ele acredita que a pirâmide demográfica em transformação e o déficit habitacional brasileiro irão fazer com que continue a demanda por moradia.

O diretor da Joal Teitelbaum, Cláudio Teitelbaum, afirma que tanto para o segundo semestre deste ano quanto para 2015, a perspectiva é manter o ritmo das obras gerenciadas a preço de custo e seguir na prestação de serviços, ampliando a gama desta unidade de negócios. Teitelbaum complementa que os projetos no Litoral e na Capital gaúcha já estão plenamente viabilizados, e a empresa continua gerenciando obras nas áreas de educação e saúde.

Setor não apresenta o mesmo fôlego, mas a expectativa é de melhora

Incertezas demandam reestruturação dos negócios O caminho a ser trilhado irá exigir perseverança. Estudo realizado pela KPMG do Brasil mostra que os setores imobiliário e de construção civil deverão ser os que enfrentarão maiores dificuldades para sobreviver nos próximos anos. A pesquisa ouviu empresários, instituições e investidores, e abordou outros setores, como agronegócio, óleo e gás, energia, varejo, serviços financeiros e tecnologia

da informação. Devido ao cenário econômico atual de incertezas, será necessário um esforço adicional dos empresários na reestruturação dos negócios, principalmente em relação à adequação da estrutura de capital para diminuição do grau de alavancagem e na redução de custos.

Em relação à taxa básica de juros, o levantamento mostrou que 90% dos entrevistados acreditam

que ela deve, até o fim de 2015, se manter no mesmo patamar ou aumentar. “Isso gera uma insegurança econômica que traz como consequências um aperto da concessão de crédito e uma tendência de aumento nos pedidos de recuperação judicial”, analisa o sócio da KPMG André Schwartzman. Porém, no caso de recursos para a indústria da construção civil, o presidente da Associação

Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip), Octavio de Lazari Junior, comenta que mesmo que a taxa de financiamento imobiliário continue no nível de 15% de expansão e a captação líquida da poupança continue crescendo − o saldo ficou positivo em R$ 8,3 bilhões no primeiro semestre −, há fôlego para continuar financiando com tranquilidade.

Construção Civil

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INFRAESTRUTURA

Legado da Copa Viaduto Pinheiro Borda facilita a mobilidade nas imediações do Beira-Rio

MARCOS NAGELSTEIN/JC

A Copa do Mundo não trouxe o título para a Seleção, mas deixou inúmeras obras de infraestrutura e mobilidade desejadas antes mesmo do anúncio do Brasil como sede dos jogos, em 2007, pela Federação Internacional de Futebol (Fifa). Em Porto Alegre, todos os investimentos foram destinados a obras públicas, diferentemente de outras cidades-sede, que aplicaram os recursos na construção de estádios.

Segundo o secretário Municipal de Gestão e Acompanhamento Estratégico de Porto Alegre, Urbano Schmitt, a Copa do Mundo oportunizou o resgate de obras que, até então, não saíam do papel por falta de recursos. “A cidade cresceu sem obras essenciais. O que fizemos, e ainda faremos, muda o panorama: melhora a qualidade de vida da população”, comenta.

O Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) da Copa do Mundo disponibilizou recursos na ordem de R$ 880 milhões para 14 grandes obras na cidade. E, mesmo que nem tudo tenha sido entregue em tempo, os recursos seguem garantidos, pois a

Prefeitura de Porto Alegre retirou as obras da lista de projetos do PAC da Copa do Mundo, incluindo-as no PAC da Mobilidade. Assim, o atraso nos cronogramas não resulta na perda dos financiamentos federais.

As obras prontas criam novos cartões postais para a cidade. É o caso do entorno do Estádio Beira-Rio. A duplicação da avenida Edvaldo Pereira Paiva facilita o acesso ao complexo esportivo e melhora o trânsito

do Centro para a zona Sul de Porto Alegre. A avenida Padre Cacique, também na região, ganhou novos corredores de ônibus, o que deve proporcionar mais fluidez no tráfego dos veículos. As melhorias na região completam-se com a obra do viaduto Pinheiro Borda, que elimina o cruzamento com a avenida Padre Cacique e está em revisão.

De acordo com o secretário Urbano Schmitt, uma das obras mais esperadas − e

já entregue − é o viaduto da avenida Júlio de Castilhos, pronto antes dos jogos. “Passam pela região quase 60 mil veículos diariamente. É um dos principais gargalos do trânsito na região central da cidade. A entrega do viaduto é uma solução esperada há mais de 20 anos”. O viaduto elimina o cruzamento com a rua da Conceição e torna mais fácil o acesso para a avenida Castelo Branco, que é uma das saídas da cidade.

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INFRAESTRUTURA

A duplicação de 5,3 km da avenida Tronco, com investimentos na faixa dos R$ 156 milhões, é a maior e mais complexa obra em andamento. Com entrega prevista para 2015, a mudança exige o reassentamento de 1.400 famílias, que serão deslocadas para novas habitações. A avenida contará com três pistas em cada sentido, corredor de ônibus, serviços de drenagem pluvial, iluminação, revestimento de passeios, plantio de árvores, sinalização horizontal e vertical e uma ciclovia.

A obra avança em três frentes: nas avenidas Cruzeiro do Sul e Moab Caldas, trecho da obra de duplicação que já apresenta a futura conformação da via, com as pistas, corredores de ônibus e canteiros executados; na avenida Gastão Haslocher Mazeron, onde avança a execução de placas de concreto, base para a circulação de ônibus; e o trecho da avenida Teresópolis que está consolidado, onde é executada a pavimentação e as placas de concreto do futuro corredor de ônibus. “As dificuldades em relação às desapropriações continuam, o que dificulta o desenvolvimento da obra”, pondera o secretário municipal de Gestão e Acompanhamento Estratégico de Porto Alegre, Urbano Schmitt.

A Terceira Perimetral está entre os pontos com mais investimentos. Já estão encaminhadas as obras de passagens subterrâneas na rua Anita Garibaldi, sob avenida Carlos Gomes, com início previsto para o próximo ano, na avenida Ceará, na qual a proximidade

SECRETARIA DE GESTÃO/DIVULGAÇÃO/JC

Complexidade e altos investimentos

Duplicação da avenida Tronco, com entrega prevista para 2015, é a maior obra em andamento na Capital

ao aeroporto faz com que os trabalhos só possam ser realizados durante a madrugada, para não atrapalhar o tráfego aéreo, e na avenida Cristóvão Colombo, com intuito de desimpedir os cruzamentos na via rápida que corta toda a Capital. Devem também contribuir com a fluidez da perimetral o viaduto da avenida Bento Gonçalves e da avenida Plínio Brasil Milano, que aguarda reintegração de posse para que a Prefeitura possa dar continuidade ao projeto.

Já os corredores dos Bus Rapid Transit (BRT) encaminham-se para a reta final, após aplicação de R$ 246,7 milhões. Nesta primeira etapa, a obra consiste na substituição do pavimento asfáltico por asfalto de concreto, uma vez que o piso rígido permite maior velocidade ao transporte coletivo. A entrega está prevista para o final do segundo semestre de 2014. Na avenida Bento Gonçalves, as obras estão 95% concluídas; na Protásio Alves, 90%; e na João Pessoa, 60%. “Depois, é a vez

das etapas de licitação das estações e terminais”, comenta Schmitt.

O transporte por BRT reúne sustentabilidade, conforto e segurança para o deslocamento dos passageiros.

Os veículos são mais modernos e com grande capacidade. O sistema também prevê estações fechadas e seguras, passagem pré-paga, informação aos usuários e controle de tráfego em tempo real, sinal de trânsito prioritário nos cruzamentos, corredores exclusivos para ônibus e acessibilidade.

MARCO QUINTANA/JC

O que Porto Alegre ainda vai ver?

Schmitt diz que a maior preocupação é promover as mudanças de forma harmônica

O cenário de infraestrutura na Capital deve modificar-se ainda mais quando todas as obras previstas forem entregues, até 2015. As obras seguem em andamento, apesar do ritmo parecer desacelerado em algumas regiões. “Precisamos fazer com que as mudanças aconteçam de maneira harmônica num contexto que envolve questões ambientais, de trânsito e sociais, que é nossa maior preocupação. O desafio é mexer numa cidade viva. É importante salientar que obras de mobilidade implicam em mudanças, por mais que temporárias, na rotina das pessoas, interferindo no seu dia a dia, mas que trarão uma melhoria significativa para a cidade”, afirma o secretário municipal de Gestão e Acompanhamento Estratégico de Porto Alegre, Urbano Schmitt.

Em 2015, devem ser entregues as obras de duplicação da avenida Voluntários da Pátria, que aguardam autorizações judiciais para demolições dos imóveis desapropriados. “As equipe de arqueologia do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) investigam a possibilidade de sítio arqueológico no local, o que interfere no andamento”, afirma. A entrega da obra deve melhorar o acesso entre a zona Norte e o Centro de Porto Alegre, privilegiando o bairro Humaitá, onde fica a Arena do Grêmio, região que tem re-

cebido investimentos importantes das grandes construtoras com lançamentos de condomínios residenciais.

De acordo com a Secretaria de Gestão, o prolongamento da avenida Severo Dullius promete desafogar o acesso entre a avenida dos Estados e a avenida Sertório. “A obra ganhou complexidade no caminho em razão dos aterros sanitário localizados na região, o que exigiu uma mudança do traçado previsto. Já estamos trabalhando na execução da Ponte sobre o Arroio Dique com objetivo de proporcionar condições para iniciarmos a execução do prolongamento da via”, comenta.

Para Juliano Melnick, diretor da Melnick Even, as melhorias na infraestrutura viária da cidade podem impulsionar a criação de novos polos de crescimento, especialmente o fluxo para a zona Sul, para onde a construtora tem planos de expansão. “A Copa deu o ‘empurrão’ que algumas obras precisavam para sair do papel. E, sem dúvida, são heranças que ficam para a cidade. Poderemos, inclusive, potencializar o turismo dentro da cidade.

Isso motiva o desenvolvimento do comércio, do serviço e do lazer, que valorizam novas áreas”, comenta. De acordo com o executivo, as obras do metrô farão a diferença. “Teremos uma mudança importante na dinâmica da cidade”, avalia.

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INFRAESTRUTURA

Os bairros Menino Deus e Praia de Belas, vizinhos do Estádio Beira-Rio, acompanharam e beneficiaram-se das mudanças promovidas pelas obras já entregues em função da Copa do Mundo. Já que um fluxo mais intenso pede mais vagas de estacionamento, o Praia de Belas Shopping investiu nessa questão. O novo edifício-garagem integra o projeto de ampliação do centro de compras e está inserido nas melhorias da infraestrutura urbana do bairro. A entrega do empreendimento, com obras assinadas pela Construtora Tedesco, antecedeu à inauguração da área de expansão do Praia de Belas, com mais 40 lojas no 3º piso, em novembro de 2013, e também aos jogos da Copa do Mundo.

De acordo com Pedro Tedesco Silber, diretor da construtora, investimentos desta magnitude não são feitos para 30 dias, tempo que duram os jogos. “Essas obras melhoram a cidade. A Copa do Mundo promoveu uma intensificação do movimento na região, e o edifício-garagem, que já estava concluído, beneficiou-se disto”, comenta. O edifício-garagem oferece 1,6 mil vagas, disponíveis em 10 andares, e tornou-se uma opção de estacionamento para quem frequenta os tribunais e outros órgãos públicos do entorno, além do próprio shopping. “O mesmo ocorre em grandes eventos realizados nas proximidades do Praia de Belas, como quando tivemos os jogos pela Copa do Mundo disputados no Beira-Rio”, comenta Carlos Torres, gerente-geral do Praia de Belas Shopping.

Com entrada pela rua Marcílio Dias, o empreendimento possui rampas de acesso, quatro elevadores e está ligado ao shopping por uma passarela suspensa sobre a avenida Praia de Belas, que tem 62 metros de extensão, pesa 260 toneladas e está equipada com duas esteiras rolantes de última geração que

MARCOS NAGELSTEIN/JC

Novos empreendimentos para uma cidade em transformação

unem o 6º andar do deck parking ao 3º piso do Praia de Belas.

Outro empreendimento beneficiado diretamente pelas obras de duplicação da avenida Beira-Rio, pelas revitalizações da orla do Guaíba e do Cais do Porto – dos quais é vizinho – é o Grand Park Eucaliptos, condomínio residencial da Melnick Even. As torres estão localizadas na rua Silverio, a poucas quadras do Estádio Beira-Rio, no terreno em que, há alguns anos, preservava o Estádio dos Eucaliptos, construído em 1931 e palco do maior evento esportivo do mundo em 1950. “Além de ser um bom empreendimento, acredito que as pessoas investiram vislumbrando as

mudanças previstas para a região”, comenta Juliano Melnick, diretor da Melnick Even.

As opções de lazer e serviço na região, especialmente na proximidade do Estádio do Internacional, são inúmeras. A área total é de 21 mil m2, que, além dos edifícios, reserva espaço para uma praça e um memorial à história do lugar. O Grand Park Eucaliptos prevê apartamento de três dormitórios com 99, 127 ou 158 m2 e duas ou três vagas na garagem.

Há investimentos em paisagismo e infraestrutura de clube com piscinas, playground, brinquedoteca, SPA, fitness, seis salões de festas, quadras esportivas, cinema, estar ao ar livre, entre outros diferenciais.

Edifício-garagem do Praia de Belas Shopping faz parte das melhorias previstas para o bairro Menino Deus

MARCOS NAGELSTEIN/JC

Impulso para a zona Sul

Diamond Tower tem projeto arrojado e fachada principal com vista para o rio Guaíba

O fácil acesso à zona Sul deve beneficiar também o Complexo do BarraShoppingSul, da Multiplan, uma das maiores empresas da indústria de shopping centers do País. Em 2011, a implantação da Cristal Tower, primeira torre comercial a integrar o complexo do shopping center, acompanhou a transformação da região. “Percebemos, desde 2007, o potencial da zona Sul de Porto Alegre. E fizemos alguns investimentos que já ajudaram a desenvolver seu entorno. É uma área fantástica e ainda pouco aproveitada pela cidade. É uma região que deve valorizar-se ainda mais, confirmando a nossa aposta”, afirma Pedro Henrique Côrtes, superintendente de obras do Grupo Multiplan. Segundo ele, as obras da Copa do Mundo abriram mais portas para o desenvolvimento.

A Multiplan investe em incorporações imobiliárias de grande porte, privilegiando os complexos multiuso, com relevante

ancoragem dos shoppings centers, criando verdadeiros polos de negócios, lazer e moradia. “A valorização extraordinária desde o momento do seu lançamento ratifica o grande potencial da região, confirma a receptividade do mercado e projeta um novo ciclo de desenvolvimento que já é um marco em toda a Porto Alegre”, comenta Côrtes.

Até o final de 2014, a Multiplan entrega a segunda torre do complexo, a Diamond Tower, que será interligada a um empreendimento residencial, o Résidence du Lac. O projeto arrojado inclui a fachada principal toda em pele de vidro semirrefletivo, privilegiando a vista para o rio Guaíba. O empreendimento Diamond Tower oferece 273 unidades comerciais com plantas flexíveis, em 13.855 m2 de área privativa.

Conta, ainda, com duas salas de reunião, auditório, sete elevadores − sendo um exclusivo de serviço − e garagem independente no subsolo.

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QUALIDADE

CLÁUDIO BERGMAN/DIVULGAÇÃO/JC

Responsabilidade compartilhada

Conforme Lomando, norma traz mais conforto e segurança para o proprietário

Agora a regra é clara: a Norma de Desempenho das Edificações – Norma Brasileira (NBR) 15.575, da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) – estabelece exigências de segurança, habitabilidade e sustentabilidade em imóveis residenciais e compartilha responsabilidades legais pelo empreendimento com toda a cadeia da construção e também com quem utiliza a casa ou o apartamento. A regra determina questões como desempenho acústico e térmico, durabilidade, garantia e vida útil, e impõe um nível mínimo obrigatório para cada uma delas. “A norma propõe a melhoria contínua da cadeia da construção civil. Estamos nivelando as edificações por cima, com excelência em padrão técnico das edificações”, comenta José Luiz Lima Lomando, vice-presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado do Rio Grande do Sul (Sinduscon-RS) e coordenador da Comissão de Materiais, Tecnologia, Qualidade e Produtividade (Comat) da entidade.

A partir da vigência da norma, em julho de 2013, a edificação passa a ser analisada por inteiro, desde a etapa de projeto aos sistemas e componentes construtivos,

da execução das obras até as orientações dadas aos compradores do imóvel. “Isso traz, sem dúvida, mais conforto e segurança para o proprietário. Para a indústria da construção civil, é garantia de mais qualidade e, para fornecedores, uma oportunidade de inovar em produtos. Todos têm a ganhar com isso”, garante Lomando.

O consumidor será beneficiado, mas também precisará ficar atento à manutenção. As ações judiciais referentes a problemas em construções de casas e apartamentos – causa de dor de cabeça para construtores – tendem a cair com norma de desempenho. “A norma prevê a responsabilidade do usuário na conservação do imóvel. A Câmara Brasileira da Indústria da Construção lançou, em 2014, o manual de uso e manutenção de edificações, a ser entregue na aquisição do imóvel, que elenca regras de conservação necessárias e o tempo de garantia de cada item. A questão da manutenção torna-se um argumento importante de defesa no caso de processos judiciais. A construtora entregará um produto bem feito e o consumidor deverá mantê-lo em condições”, afirma o vice-presidente.

Para Clarice Debiagi, presidente da Associação Brasileira dos Escritórios de Arquitetura (Asbea-RS), a Norma de Desempenho das Edificações é um estímulo para as boas práticas. “É uma oportunidade de promover reconhecimento e valorização ao conhecimento técnico dos profissionais. Acredito que, a partir do entendimento da norma, o consumidor passe a ver com mais clareza o trabalho do engenheiro, do arquiteto e de todos os fornecedores envolvidos em um projeto”, comenta. No entanto, como toda a novidade, a norma causa algum receio. “E, neste caso, é uma única norma que remete a muitas outras, o que acarreta em muita dedicação e estudo por parte de todos”, reforça a arquiteta.

De acordo com Bernardo Tutikian, coordenador do ITT Performance - Instituto Tecnológico em Desempenho da Construção Civil da Unisinos, é crescente o número de construtoras e fornecedores do setor que buscam os testes e as certificações de desempenho em seus produtos e materiais. O instituto é o único da região Sul do País preparado para atender todas as diretrizes da NBR 15575.

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SUSTENTABILIDADE

MARCOS NAGELSTEIN/JC

Bom para o meio ambiente e para o bolso

No Príncipe de Greenhill, iniciativas economizam 30% de água e 40% de energia

Construir de maneira sustentável mostra-se bom negócio para o meio ambiente, mas também para o bolso. As técnicas de green building – ou construção verde, em português – valorizam e preservam o tripé fundamental de fatores ambientais, sociais e econômicos da área onde será implantado. As edificações privilegiam materiais e recursos naturais, eficiência no consumo de água e energia e inovações que facilitem a vida do usuário e, de quebra, uma considerável economia no final do mês.

“Um green building é um edifício inteligen-

te pelos aspectos que considera, pela forma como é edificado e pelas vantagens que traz aos empreendedores, usuários e para a sociedade”, afirma Claudio Teitelbaum, diretor do Escritório de Engenharia Joal Teitelbaum, pioneiro na construção verde no Rio Grande do Sul. Os estudos e as simulações da Joal Teitelbaum no Príncipe de Greenhill, empreendimento do escritório de engenharia no bairro Bela Vista, em Porto Alegre, apontam que as iniciativas sustentáveis possibilitam uma economia de água de cerca de

30% e de energia de, aproximadamente, 40%. O projeto prevê utilização racional de materiais e recursos, aquecimento solar de alto rendimento, vidros duplos nos dormitórios, telhados verdes, isolamento termoacústico, sala de coleta seletiva, bicicletário e diversos elementos que demonstram mais consciência ambiental. De acordo com Teitelbaum, o condomínio dispõe de sistemas de reuso da água de chuveiros, lavatórios e drenos de ar-condicionados por meio de tratamento de esgoto. Foram adotados, ainda, redutores e economizadores de vazão

em chuveiros e torneiras, medição individual de água quente e fria com telemetria integrada com automação.

Para Teitelbaum, quando os projetos são concebidos e projetados de forma sustentável, todos saem ganhando. Desde 2007, a Joal Teitelbaum faz o planejamento e a construção de seus lançamentos adequados à certificação Leadership in Energy and Environmental Design (Leed) do U.S. Green Building Council (Usgbc) ou ao selo Alta Qualidade Ambiental (Aqua), desenvolvido pela Fundação Vanzolini.

A edificação verde passa pela escolha dos fornecedores, tornando toda a cadeia da construção civil mais sustentável. A Joal Teitelbaum, por exemplo, privilegia o uso de materiais locais de um raio inferior a 800 quilômetros, e materiais em madeira certificada.

De acordo com Vanderley John, engenheiro, conselheiro e coordenador do Comitê Temático de Materiais do Conselho Brasileiro de Construção Sustentável (CBCS), estudos apontam que, na maioria das vezes, as diferenças de desempenho social e ambiental entre fornecedores de um mesmo produto são mais importantes do que entre

produtos diferentes. “Isto é uma mudança de paradigma: meu problema é selecionar um fornecedor mais sustentável e não apenas buscar um material que potencialmente tenha um menor impacto ambiental. Também nada resolve produto de baixo impacto de produção que não funciona direito na construção ou, ainda, que tem uma vida útil muito baixa”, comenta.

Pensando nisso, o CBCS desenvolveu a ferramenta dos seis passos para a seleção consciente de empresas e materiais sustentáveis, que é um roteiro de consulta pela internet para identificar a formalidade do fornece-

dor, com links que permitem verificar a validade do CNPJ, da licença ambiental, a ausência de trabalho escravo, a conformidade com a normalização técnica, entre outros pontos. “A expectativa, a partir da utilização dessa ferramenta, é que o setor dê um salto de qualidade”, afirma John. Iniciativa do CBCS, em parceria com a Associação de Fabricantes de Materiais (Abramat), Companhia de Desenvolvimento Urbano de São Paulo (CDHU) e Editora Pini, com apoio da Associação de Fabricantes de Revestimentos (Anfacer), a “ferramenta dos seis passos” é gratuita e está disponível no site do CBCS.

MARIO TAKEHASHI/DIVULGAÇÃO/JC

Ferramenta possibilitará salto de qualidade

Conforme John, há uma mudança de paradigma

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SUSTENTABILIDADE

Buscar a harmonia com a natureza e um estilo de vida mais sustentável já não é sonho distante. As ecovilas - conjuntos habitacionais com casas autônomas, infraestrutura ecológica e paisagismo produtivo - resgatam um convívio com o meio ambiente, utilizando-o de maneira inteligente, e tornam-se opções construtivas com consciência. Desde o final da década de 1990, o modelo habitacional está entre as 100 melhores práticas para o desenvolvimento sustentável nomeadas pela Organização das Nações Unidas (ONU).

O projeto “Ecoovila I”, no bairro Vila Nova, a 15 km do Centro da Capital, oferece 28 casas espalhadas num terreno de 2,6 hectares, comprado em conjunto pelos sócios - o que virou uma cooperativa -, reduzindo o custo das unidades.

Na construção, privilegiou-se materiais simples e locais - como assoalho de eucalipto, cerâmica e cimento alisado -, que não exigiram grandes distâncias de transporte, e também mão de obra local – através de uma cooperativa de trabalho –, o que promoveu empregos e renda para a comunidade. “As casas, simples de construir, trazem os princípios da boa arquitetura com soluções que, em longo prazo, promovem inúmeras vantagens, inclusive econômicas”, comenta o arquiteto Otávio Urquiza, pioneiro na construção de ecovilas no Rio Grande do Sul. Além da economia nos custos de construção, a residência é projetada para ser eficiente também no dia a dia.

A orientação solar correta melhora o conforto térmico, o fogão à lenha interno tem dutos que levam o ar quente para os banheiros, os telhados vivos têm varie-

MARCOS NAGELSTEIN/JC

Residências resgatam convívio com a natureza

dades de plantas para que não seja uma monocultura, e a aquacultura, onde se pode criar peixes, reduz o calor, que fica menos intenso quando passa pela água.

“Não há necessidade de ar-condicionado ou aquecedor. Aproveitamos ao máximo a luz natural e o gás é complemento para o aquecimento solar”, revela, mos-

trando pontos de economia na manutenção do lar. As casas também têm a possibilidade de ar-condicionado natural e perfumado, com aberturas que provem a circulação do ar fresquinho que passa pelo subsolo e pelo jardim de temperos, perfumando a casa. O condomínio faz o tratamento da água utilizada nas ca-

sas, que são devolvidas ao subsolo. “O problema não está no uso da água, mas na falta de manejo”, comenta. O bosque preservado, com trilha ecológica, e a convivência harmônica com animais, como cobras, lagartos, tartarugas, fazem com que os moradores desenvolvam uma consciência mais sustentável.

Urquiza é pioneiro em projetos de ecovilas no Rio Grande do Sul

EVANDRO GOMES E BRUNO FLORES/DIVULGAÇÃO/JC

Fornecedor consciente e comprometido com melhores práticas

Grupo Dagoberto Barcellos investe em modelo de gestão mais eficiente e sustentável

Toda a cadeia deve tornar-se mais consciente para que a mudança no jeito de construir seja eficaz e mais amigável para o meio ambiente. O Grupo Dagoberto Barcellos, empresa fabricante de argamassa, cal e calcário para construção civil, sediada em Caçapava do Sul, investe num modelo de gestão mais eficiente e sustentável. “Trabalhamos com a extração do minério das jazidas, o que gera receio da comunidade em relação aos impactos causados pela atividade.

Por isso, queremos mostrar que existe uma preocupação com o meio ambiente e que fazemos esforços para devolver o que a natureza nos proporciona”, garante Dirce Barcellos, engenheira Química, de Segurança do Trabalho e coordenadora do Sistema de Gestão Integrado (SGI) da empresa. O investimento em processos bem alinhados torna a empresa mais transparente, um diferencial importante para uma mineradora. A preocupação da empresa com a excelência toma forma a partir da adoção das melhores

práticas, seguindo requisitos de qualidade de processos e produtos (ISO 9001) e, mais recentemente, de gestão ambiental (ISO 14.0001) e gestão de saúde e segurança ocupacional (Ohsas 18001). A recuperação das áreas, por exemplo, passa a ser um processo padronizado. “É preciso recuperar a área já utilizada, poupar novas áreas para o futuro, beneficiar o processo de preservação e melhorar os recursos hídricos do entorno, além de replantar espécies nativas. Nós já fazemos esse trabalho, mas queremos que seja ainda melhor”, explica.

Além de proporcionar treinamentos frequentes para os funcionários, a empresa atua, em parceria com a Brigada Militar– Comando Ambiental de São Gabriel, desenvolvendo ações de conscientização em escolas da região, através do Projeto Patrulheiro Ambiental Mirim. Em 2013, a empresa recebeu, pelo segundo ano consecutivo, o Certificado de Destaque de Preservação Ambiental do Jornal do Meio Ambiente do Estado de São Paulo.

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IMOBILIÁRIAS

Especialista na intermediação, esse é o papel das imobiliárias nas suas diferentes esferas de atuação. “As imobiliárias prestam serviço para o vendedor, para quem quer vender e para quem quer comprar”, resume o presidente da Secovi/Agademi (Sindicato da Habitação e Associação Gaúcha de Empresas do Mercado Imobiliário), Moacyr Schukster. Ele acrescenta que as imobiliárias têm um papel importante na sociedade porque “preenchem uma necessidade do cidadão”.

No Rio Grande do Sul existem em torno de 7 mil imobiliárias, das quais 2.400 estão localizadas em Porto Alegre. Além de intermediar compra, venda e locação, as empresas são importantes no auxílio da administração dos condomínios. “A gestão condominial é quase como uma empresa dentro de um condomínio, envolvendo contratação de empregados, controle de despesas e outros serviços”, exemplifica Schukster.

Segundo o dirigente, em todas as etapas da negociação de um imóvel aparece a imobiliária. “O incorporador quando quer construir consulta o mercado, no caso os vendedores, as imobiliárias, para saber o perfil da demanda.” Quando o comprador deseja adquirir um imóvel também busca informações na imobiliária, o mesmo acontecendo com quem quer alugar ou vender.

A imobiliária igualmente funciona como uma orientadora financeira

para auxiliar na tomada de decisões sobre a capacidade de endividamento das famílias e também para ajudar no encaminhamento da documentação necessária para a tomada de financiamentos, facilitando a compreensão da burocracia exigida. “O corretor é um consultor”, afirma Schukster.

O diretor de Vendas, Marketing e Franquias da Auxiliadora Predial, Antonio Azmus, frisa que “os clientes que compram um imóvel pagam por uma consultoria, desde a demonstração do imóvel até a documentação final”.

Maior empresa do Estado no segmento de imóveis prontos, a Auxiliadora Predial tem um estoque de mais de 40 mil unidades, 80% no Rio Grande do Sul e o restante entre Santa Catarina e no Paraná. Ele conta que a empresa, com 83 anos de história, também presta assessoria jurídica para o fechamento dos contratos de compra e venda, sem custo para os clientes. “Queremos que todas as partes fiquem tranquilas com o negócio.”

Esse também é o entendimento do diretor da Dimóvel, Rodrigo Albuquerque. A empresa atua na zona Sul de Porto Alegre há 30 anos e acompanha a evolução do mercado. Com mais de 2 mil imóveis em oferta, a Dimóvel tem focado sua atuação no segmento de médio e alto padrão. “Investimos muito no treinamento da equipe para oferecer uma consultoria aos clientes.

As pessoas hoje são profissionais, conhecem bem o mercado de imóveis e

Corretor e cliente em sintonia A relação entre cliente e corretor deve estar baseada na confiança e na credibilidade.

O processo passa pela troca de informações, incluindo as benfeitorias necessárias para

MARCOS NAGELSTEIN/JC

Empresas são peças-ch have nos bons negócios

Para Azmus, é importante que todas as partes fiquem satisfeitas

não estão dispostas a pagar mais do que vale. Nosso papel é garantir um negócio seguro e equilibrado. Isso passa por conhecer muito bem o perfil dos clientes”, explica.

Para as pessoas que ainda têm dúvidas se o investimento em imóveis é uma das melhores opões, Albuquer-

que dá a receita. “Um imóvel pode mudar, a localização não. Se o cliente conseguir comprar um bom imóvel em uma boa localização, a valorização pode chegar a 40% em três anos, com tempo médio de venda de seis meses.”

Para tanto, a expertise da imobiliária será fundamental.

Dicas para vender bem seu imóvel Capriche nas fotos do seu imóvel para dar a ideia real das qualidades e pontos positivos. Mais de 90% dos negócios passam primeiro pelo site da imobiliária.

valorizar o imóvel. As condições do mercado regem a negociação e, considerando a realidade de comprador e vendedor, a consultoria é consumada com o fechamento do negócio.

Confie no corretor para ter uma avaliação correta de mercado. É normal ter apego ao imóvel por fazer parte de história de vida da pessoa e da família, mas esses valores intangíveis não têm o mesmo impacto para os compradores.

Pinte e arrume o imóvel antes de colocar à venda. Visual faz a diferença.

Arrume o imóvel para receber o corretor, se você estiver morando no local. A primeira impressão é importante.

Valorize o seu imóvel ao apresentá-lo aos possíveis compradores. Fale os pontos positivos, das facilidades com a proximidade de praças, escolas, restaurantes.

Faça uma lista exata do que deve ficar no imóvel, como os móveis sob medida, por exemplo, e uma lista do que pode ser negociado caso o comprador tenha interesse. O imóvel desocupado tem a vantagem de acesso mais disponível para visitas, além de dar ao comprador uma agilidade maior para mudança.

MARCOS NAGELSTEIN/JC

Dicas para comprar bem um imóvel

Confiança no profissional é fundamental

Saiba qual a sua prioridade e do que está disposto a abrir mão. Tenha a consciência de que não irá encontrar tudo no mesmo imóvel: preço, vista, localização. O financiamento imobiliário tem taxas de juros muito competitivas. Vale a pena usá-las e deixar um dinheiro maior para reformar e mobiliar.

Faça um orçamento do que está disposto a investir tanto em reforma, no caso de um imóvel usado, quanto em acabamentos em um imóvel novo.

FONTE: DIMÓVEL

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Construção Civil

CRÉDITO IMOBILIÁRIO

Disponibilidade de recursos caracteriza o mercado DOUGLAS RODRIGUES JOSÉ/DIVULGAÇÃO/JC

As opiniões são unânimes quando o assunto é disponibilidade de recursos para a indústria da construção civil. Todos concordam que não há escassez de dinheiro, embora reconheçam que as instituições estão ainda mais criteriosas na concessão de financiamentos. No primeiro semestre de 2014, foram financiados R$ 53,1 bilhões para aquisição e construção de imóveis, resultado 7% superior ao de igual período do ano passado, conforme dados da Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip).

O comportamento do mês de junho, no entanto, foi atípico, por conta da diminuição do número de dias de trabalho por causa da Copa do Mundo, o que influenciou o desempenho do crédito imobiliário. Por isto, o volume de empréstimos para aquisição e construção de imóveis somou R$ 9 bilhões e teve uma queLazari Junior considera que os números são satisfatórios e mostram a solidez do sistema

da de 7% em relação a maio. Mesmo assim, foi o segundo melhor resultado para o mês na história recente do Sistema Financeiro de Habitação (SFH).

No período de 12 meses (julho de 2013 a junho de 2014), o volume de empréstimos para aquisição e construção de imóveis, com recursos das cadernetas de poupança do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE), alcançou R$ 112,7 bilhões, superando em 18% o total em igual período anterior. O presidente da Abecip, Octavio de Lazari Junior, considera que os números são satisfatórios e mostram a solidez do sistema.

Segundo ele, apesar da conjuntura econômica com elevação da inflação, necessidade de correção da taxa de juros e o consumidor um pouco mais desconfiado, no primeiro semestre o financiamento imobiliário ainda cresceu acima do crédito pessoal.

Entre janeiro e junho deste ano, foram financiados 256,1 mil imóveis, uma elevação de 4,6% em relação a igual período de 2013. Desse volume, 178,1mil foram para aquisição e 77,2 mil para construção. Apenas em junho, os imóveis financiados

para aquisição somaram 29,1 mil unidades e para construção chegaram a 13,3 mil imóveis. Na comparação de 12 meses — julho de 2013 e junho de 2014 — houve um aumento de 12% com o financiamento de 541,1 mil imóveis.

Em relação à captação de poupança, uma das fontes de financiamento do crédito imobiliário, os dados da Abecip mostram que as cadernetas de poupança do SBPE continuaram com captação líquida positiva, em junho, com os depósitos superando os saques em R$ 2,54 bilhões. No primeiro semestre do ano, a captação líquida ficou positiva em 8,3 bilhões. O saldo dos depósitos de poupança no SBPE ultrapassou os R$ 490 bilhões, em junho, com uma elevação de 17% comparativamente ao saldo de junho do ano passado.

Lazari Junior mantém a expectativa de que o financiamento imobiliário alcance um crescimento de 15% em 2014 e considera que o comportamento do segundo semestre vai ajudar a fechar a conta para chegar a um desembolso total de R$ 124 bilhões.

No radar dos bancos O presidente da Abecip, Octavio de Lazari Junior, informa que entre 20% a 25% do que é financiado destina-se a primeira moradia e a tendência é de que esse percentual aumente. Além disso, 99,89% dos recursos são destinados à compra do imóvel para morar e não para investimento.

Outro detalhe, segundo ele, é que os imóveis, financiados em 15 a 17 anos, são quitados antes, em sete ou oito anos. Ele diz que pelas peculiaridades, o crédito imobiliário está “no radar de todos os bancos”.

O diretor executivo de Negócios Imobiliários do Santander, Gilberto Abreu, reconhece a importância do crédito imobiliário na estratégia da instituição, por sua característica e capacidade de vinculação. “O banco acompanha o comportamento do mercado e busca oferecer as melhores condições para que o correntista possa adquirir um dos bens mais importantes de sua vida, a casa própria.” Ele não detalha volumes de concessão de crédito imobiliário por estado, mas informa que o to-

tal da carteira referente ao primeiro trimestre de 2014 (dado mais recente) foi de R$ 16,7 bilhões, um aumento de 33,6% em relação ao primeiro trimestre do ano passado.

Com uso de recursos da caderneta de poupança, o Santander dispõe de condições variadas para financiamento de imóvel residencial.

No Bradesco, o diretor da área de crédito imobiliário, Cláudio Borges, afirma que não há valores predeterminados para concessão de créditos por estados. Até março, o volume contratado de operações de construção no Brasil era de 2013 R$ 2,3 bilhões, praticamente igual ao primeiro trimestre de 2013, que totalizou R$ 2,2 bilhões. No Rio Grande do Sul, o primeiro trimestre registrou um aumento nessas contratações, chegando a R$ 63 milhões, enquanto em igual período do ano passado foram contratados R$ 38,6 milhões em operações de construções.

Houve um avanço também nas liberações para o mutuário final. Borges informa que no Estado foram R$ 52,9 milhões até março de 2014 e R$ 33,3 milhões

até março de 2013. Em todo o País, o Bradesco contabilizou R$ 1,6 bilhão em volume contratado de operações de mutuário final até março de 2014 e R$ 1,2 bilhão até março de2013.

Com posição de destaque no financiamento do setor, a Caixa Econômica Federal tem a expectativa de um crescimento entre 10% a 20% no crédito imobiliário para o Rio Grande do Sul, acompanhando o resultado nacional. Até maio de 2014 foram assinados 45,4 mil contratos no Rio Grande do Sul, representando um total de R$ 3,3 bilhões. Em todo o País, houve a assinatura de 609,7 mil contratos, alcançando R$ 47 bilhões. No ano passado, foram R$ 9 bilhões em 138,8 mil contratos assinados no Estado e R$ 134,9 bilhões para 1,9 milhão de contratos no Brasil.

O gerente regional de Construção Civil da Caixa Econômica Federal (CEF) em Porto Alegre, Rodrigo Monteiro, destaca que a Caixa possui “um portfólio completo para atender os clientes pessoa física, assim como as empresas do segmento da construção civil.”

CARLOS DELLA ROCCA/DIVULGAÇÃO/JC

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Abreu informa que o Santander dispõe de condições variadas para a compra de imóvel residencial

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Portabilidade do financiamento é novidade Assim como o cliente pode trocar de operadora de telefonia, também o financiamento imobiliário passou a ter portabilidade, mas seguindo algumas regras específicas. Circular da Caixa Econômica Federal regulamentou, em 22 de abril, a portabilidade de financiamentos habitacionais concedidos a pessoas físicas com recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). A possibilidade de o tomador final do crédito levar a dívida para outro banco

já estava autorizada pelo conselho curador do fundo, mas ainda dependia de norma da Caixa, que é o agente operador do FGTS, para ser implementada.

A portabilidade, no entanto, não se aplica a contratos de financiamento de imóveis em fase de construção. No caso de imóveis prontos, o banco que ficar com o crédito imobiliário transferido assumirá a dívida perante o FGTS. A troca de instituição financeira poderá resultar em custo

menor para o tomador final, mas não implica em queda de remuneração para o fundo.

A circular estabelece que “a taxa de juros de remuneração do funding FGTS deve permanecer inalterada”. O texto prevê ainda que a esses juros será acrescida a taxa de risco relativa ao novo agente financeiro.

Além disso, o prazo do contrato firmado com o banco que receber a operação não poderá ser superior ao prazo remanescente do contrato original. A Circular também

determina que não poderá haver aumento do saldo devedor.

Com a portabilidade, a intenção do conselho curador do Fundo de Garantia é proporcionar ao cliente final do crédito a chance de buscar melhores condições de financiamento, pois a redução do custo para o tomador do financiamento pode ocorrer na diferença de juros que compõem a remuneração dos agentes financeiros e a taxa de administração.

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INOVAÇÃO

Segundo Maria Regina, o pensamento sustentável tem pautado os estudos na área

MARCOS NAGELSTEIN/JC

A reinvenção dos materiais na universidade A busca por novas matérias-primas está entre os caminhos para a inovação no universo da construção civil.

Muitos são os indícios dessa procura, e um deles é a entrega do Prêmio Pritzker de 2014, mais importante reconhecimento da arquitetura mundial, ao arquiteto japonês Shigeru Ban. Ele utiliza papelão, tecido e outros materiais incomuns em suas construções.

De acordo com Maria Regina Costa Leggerini, coordenadora do curso de Engenharia Civil da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (Pucrs), o “pensamento sustentável” tem pautado as pesquisas voltadas para área da construção. Na Pucrs, pesquisas acadêmicas estão empregando materiais não convencionais para a confecção de concretos e argamassas, como material de demolição de construção civil e resíduos das indústrias de isopor e de fraldas e absorventes. “O que guia o desenvolvimento de novos produtos da construção civil é o desempenho final: o material deve ter resultado igual ou melhor em qualidade que o produto já comumente utilizado. O uso de materiais atípicos depende desta comprovação. Já temos, por exemplo, notícia de casas e escolas com paredes de garrafa pet no nordeste brasileiro”, comenta Maria Regina.

Do curtume para a indústria As fábricas de couro e de calçados ainda movimentam as cidades da região do Vale do Sinos.

E, da produção dos produtos de couro, sobram resíduos tóxicos e poluentes que, a partir dos estudos dos alunos do grupo de pesquisa em Materiais de Construção da Universidade Feevale, podem ganhar novo rumo do que os aterros industriais.

O projeto de pesquisa liderado por Alexandre Silva de Vargas, professor dos cursos de Mestrado em Materiais e Processos Industriais, de Arquitetura e Urbanismo, de Engenharia Civil e de Tecnologia em Construção de Edifícios, propõe uma solução para um resíduo perigoso da indústria do couro: o farelo de rebaixadeira do couro wet blue (FWB), processo utilizado para uniformizar a espessura do material. “Nossa ideia é incorporar o resíduo em argamassas à base de cimento Portland. O FWB é um resíduo perigoso (classe I), pois apresenta concentração de cromo acima da permitida pela norma de resíduos sólidos. Estamos avaliando a concentração do FWB a ser incorporada em argamassas e que garanta a estabilidade do cromo na matriz cimentante”, comenta. Além de Alexandre Vargas, estão envolvidos no projeto a professora Patrice Aquim, os bolsistas de iniciação científica Fernando Caiel, Gabriela Cassel, Manuela Duarte, Milene Silva, Vanessa Silveira e os técnicos do laboratório de construção da Feevale Jairo Kwiatkowski e Alisson Fontoura.

Os estudos mostram que as argamassas com FWB são mais leves do que as convencionais, com potencial de aplicação para a produção de blocos de vedação e placas divisórias para o sistema dry wall. “A indústria da construção ganha um produto inovador e as empresas de curtume têm benefícios econômicos, pois atualmente os custos de armazenamento, transporte e deposição do FWB são elevados”, comenta. Os resultados dos ensaios mostram que o encapsulamento do cromo em argamassas é possível com 8% do resíduo. “É importante salientar os ensaios realizados preveem o comportamento do material no futuro e já demonstram que, mesmo após a demolição do empreendimento, a argamassa continua segura do aspecto ambiental”, afirma.

O engenheiro Daniel Hastenpflug, doutor em materiais pela Pucrs, busca maneiras de evitar as fissuras na argamassa e no concreto a partir do uso dos resíduos da indústria das fraldas e absorventes. As fissuras surgem quando a umidade, necessária para que o pó de cimento endureça e vire argamassas e concretos, é consumida. “Durante as transformações, temos a retração, que pode resultar em fissuras facilitadoras de problemas, como corrosão de armaduras ou prejuízos à estética e ao revestimento. Além disso, o vento, o sol, o calor acarretam na perda de água, provocando mais retrações e mais fissuras”, explica.

O polímero absorvente de cura interna, proveniente da indústria de fraldas e absorventes, funciona como um reservatório de água. Quando acontecem as reações para a formação dos produtos, as partículas liberam mais água, fazendo com que o material não retraia e, consequentemente, não fique pre-

judicado. “Caso todos os testes comprovem a viabilidade do emprego do polímero em materiais cimentícios, acredita-se que poderá ser utilizado em argamassas para revestimentos de paredes”, afirma.

A pesquisa intitulada Incorporação de partículas poliméricas superabsorventes para combate de retração em pastas de cimento, ainda está em estágio inicial. Porém, de acordo Hastenpflug, já é possível perceber que “quanto mais polímero é incorporado no material cimentício, as resistências mecânicas reduzem-se, e não se observam fissuras superficiais nos corpos de prova com o emprego de polímeros. Ainda é necessário um bom tempo de testes para poder afirmar se o polímero poderá ser empregado em edificações. Caso a incidência de fissuras diminua, teremos superfícies menos permeáveis e mais duráveis, o que trará um enorme benefício para o consumidor”, explica.

MARCOS NAGELSTEIN/JC

Resíduo da indústria de fraldas é aplicado em pesquisa sobre cimento

Projeto busca maneiras de evitar as fissuras na argamassa e no concreto, diz Hastenpflug

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INOVAÇÃO

A família de Felipe dos Santos Machado, estudante da Engenharia Química da Feevale, sempre trabalhou com serviço de montagem de divisórias. Para expandir e inovar o negócio, antes mesmo de ingressar na faculdade, quando ainda cursava técnico em mecânica, o jovem cientista começou a procurar possibilidades de novos materiais para produzir as tábuas utilizadas pelo pai. “Certa vez, uma professora do Ensino Fundamental comentou que os tubos de pasta de dente criavam um grande problema ao meio ambiente e seria interessante se alguém solucionasse isso. A partir dessa informação, tive um insight”, relembra.

O projeto Tábua de Tudo, de Felipe Machado, transforma as embalagens que seriam descartadas em tábuas de madeira sintética que podem ser usadas em mobiliário, pisos e paredes.

Os tubinhos possuem plástico e filme interno de alumínio, em uma ligação muito forte que encarece o processo de separação, e dificulta a decomposição das matérias-primas, o que os torna um problema para reciclagem e para o meio ambiente. “Encontrei uma solução que não necessita do processo de separação. Se os tubos duram tantos anos as-

sim, por que não manter a forma com um novo uso? É um trabalho com perda zero: consigo desenrolar uma gama enorme de possibilidades, usando propriedades poliméricas e metálicas interessantes”, comenta.

Para fazer as tábuas, todo o material é triturado até chegar a pedaços de 4mm2. Depois disso, passa por um processo de aquecimento, transformando-se em uma pasta que é usada para preencher os moldes no formato das tábuas. “A busca por novos materiais é uma necessidade do mundo moderno. Assim como as tecnologias computacionais, mecânicas e químicas avançam, naturalmente, há uma exigência de que os materiais empregados na construção atualizem-se e sejam cada vez menos agressivos, possuam uma real preocupação com o meio ambiente, atendam às características de projeto e possuam desde as bases do conceito uma preocupação com o destino final e logística reversa pós-uso”, explica.

As tábuas já foram usadas em projeto experimental para brinquedos de escolas públicas.

“As aplicações estão atreladas mais à criatividade dos usuários e ao conhecimento comum da existência do material. Já temos

ARQUIVO PESSOAL/DIVULGAÇÃO/JC

Tubos de pasta de dente originam matéria-prima multiuso

alguns exemplos de aplicação testados como móveis internos e externos, decks, blocos, bancos e brinquedos para playgrounds. É um material resistente, com alta durabilidade, resistência à chuva e ao sol. Além disso, promove uma conscientização ambiental genuína”, garante.

Felipe Machado já conquistou inúmeros destaques com sua invenção, entre eles, Prê-

mio Bayer Jovens Embaixadores Ambientais, Prêmio Jovens Inventores do Caldeirão do Huck, Destaque internacional em Criatividade e aplicabilidade pela Utrecht University, da Holanda, prêmio Inovação Tecnológica para um Meio Ambiente Sustentável, da Petrobras, e Prêmio Talentos Inovadores Feevale, que garantiu uma bolsa integral de estudos.

Machado criou material resistente e que promove conscientização ambiental

Karize Mendes acredita que, com o tijolo modular de solo-cimento, as pessoas podem atuar como verdadeiros agentes de transformação da própria realidade

ARQUIVO PESSOAL/DIVULGAÇÃO/JC

Resgate dos tijolos ecológicos A falta de conhecimento sobre os materiais de construção não convencionais é responsável pela lenta absorção das inovações no mercado da construção. Essa é a opinião da estudante do curso de Engenharia Civil da Universidade Federal de Pelotas Karize Schmidt Mendes. A aluna, orientada pela professora Mônica Regina Garcez, desenvolve um estudo que propõe que as próprias comunidades carentes produzam o próprio tijolo modular de solo-cimento para construção de suas moradias. “É viável por ser um processo de produção simples e que precisa de pouco maquinário. A produção dos tijolos no local da obra permitiria uma economia significativa com transporte, material e mão-de-obra na construção das casas. Desta forma, as pessoas podem atuar como verdadeiros agentes de transformação da própria realidade”, afirma.

O tijolo modular de solo-cimento, um material já conhecido, mas pouco usado nos dias de hoje nas habitações populares, faz parte de um sistema construtivo padronizado. Nele, as paredes são projetadas de forma que suas dimensões “encaixem-se”

em módulos, gerando menos desperdício e entulho do que a alvenaria convencional. “O tijolo mais conhecido ainda é produzido pela queima da argila em fornos, o que, além de favorecer o desmatamento para utilização da madeira, agrava o efeito estufa. Enquanto isso, o tijolo de solo-cimento, conhecido como ecológico, é uma mistura de solo, cimento e água, em proporções adequadas, que é compactada para obtenção do produto final, sem necessidade do processo de queima, atingindo resistências iguais ou até mesmo superiores às do tijolo convencional”, detalha.

Além de pensar no tijolo como alternativa para construir, o estudo de Karize identificará o impacto ambiental causado pelo material durante o seu ciclo de vida, observando se a utilização será ou não uma prática sustentável para o futuro. No próximo semestre, Karize estará dedicada à comparação dos materiais. “Faremos uma análise de custo de uma residência popular construída com os tijolos modulares de solo cimento em relação a uma em que se utiliza alvenaria convencional. Temos grandes expectativas”, comenta.

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TENDÊNCIAS EM PAISAGISMO, DESIGN E DECORAÇÃO

A integração das áreas de serviço – cozinha e lavanderia – com os espaços sociais da casa passou de tendência para necessidade.

Afinal, com o pouco tempo em casa, todo mundo quer fazer os serviços domésticos pertinho de quem está na sala. “O momento de arrumar a casa torna-se mais prazeroso enquanto os moradores colocam o assunto em dia. Cozinhar deixa de ser uma rotina para virar um momento de confraternização em volta do fogão”, comenta Gabriella Hodara, arquiteta.

Os lofts e os apartamentos de planta livre caracterizam-se, em geral, pelo pé direito elevado, grandes áreas envidraçadas e poucas paredes, permitindo a customização do espaço para as necessidades de seus moradores: é possível compartilhar o espaço em quartos e salas ou deixá-lo amplo e integrado. Nos anos 1970, em Nova Iorque, casas assim eram ocupadas por fotógrafos, publicitários e artistas, que já tinham descoberto na época as vantagens de viver num espaço com possibilidade de customização. “Por isso, quem viaja para o exterior volta com referências diferenciadas de morar. Em Nova Iorque, Miami, Europa e até Punta del Leste e Buenos Aires, é mais frequente essa adaptação da casa para a vida contemporânea. Então, cresce a busca por espaços integrados por aqui também”, comenta Ricardo Ruschel, arquiteto da Smart!, incorporadora boutique focada em empreendimentos de pequeno porte com arquitetura contemporânea.

Em uma rotina dinâmica, a praticidade parece ditar as escolhas para o lar. Para Gabriella Hodara, responsável, ao lado de Raul Pêgas, pelo projeto de interiores do loft no Parigi Melnick Even, uma “casa sem pare-

MARCOS NAGELSTEIN/JC

Casa sem paredes

des” pede truques para disfarçar a bagunça do dia a dia – que, justamente por isso, tende a ficar mais exposta. “Portas de correr para dividir a lavanderia e closet podem ser boas soluções e também promovem alguma privacidade”, comenta. O loft, com 75m2, ganha amplitude pelo pé direito duplo, pela paleta de cores mais neutra e pela escolha de móveis baixos, como o sofá da sala.

O mobiliário ajuda também a dividir ambientes. De acordo com Ruschel, dos oito apartamento do edifício Amélia Teles 315, assinado pela Smart!, todos os proprietários

aderiram ao conceito e mantiveram quase que 100m2 de planta livre, reservando, em alguns casos, no máximo o quarto com cortinas, armários, prateleiras ou portas móveis.

Assim, a cozinha, integrada com as salas de jantar e estar, ganha destaque e investimentos. “Há uma preocupação com móveis e com os eletrodomésticos, como refrigerador, fogão, micro-ondas, e equipamentos complementares, como coifa – para não espalhar fumaça e o cheiro de comida – e até adega. A cozinha deixa ser serviço para tornar-se um espaço de socialização”, garante.

No loft Parigi, porta de correr separa a área de serviço, e a cozinha é integrada com a sala

TONI BACKES/DIVULGAÇÃO/JC

Flores e frutos no jardim

No pátio projetado por Backes, em Nova Petrópolis, pés de repolho ornamental plantados no canteiro e com a casa em tom lilás

Para quem mora na cidade, colher a fruta do pé parece pouco provável. O paisagismo produtivo, que se caracteriza pela criação de paisagens com alimentos, hortaliças e plantas terapêuticas e medicinais, propõe a retomada do hábito antigo e remete a uma vida mais saudável, ecológica e ligada à natureza. Além de colorir o lar, é uma prática aliada da qualidade de vida.

Afinal, privilégio é poder comer alimentos fresquinhos e livres de agrotóxicos plantados pela própria família.

E não é preciso morar numa casa com pátio enorme ou numa chácara para isso. “É possível produzir os temperos e as hortaliças na sacada e fazer compostagem dos resíduos orgânicos para adubar as plantas na área de serviço do apartamento”, sugere Toni Backes, agrônomo e um dos pioneiros da técnica dos jardins produtivos.

De acordo com Backes, um espaço de 12 m2 é suficiente para abastecer uma família, se forem usadas técnicas corretas de cultivo e elementos da natureza em favor da produção. No pátio projetado por ele e sua equipe, em Nova Petrópolis, na Serra do Rio Grande do Sul, pessegueiros em flor

e limão bergamota com frutos combinam com os pés de repolho ornamental plantados no canteiro e com a casa em tom lilás.

“Uma escolha cuidadosa de espécies de plantas é útil para o ecossistema da horta.

A presença de flores na horta, por exemplo, não apenas embeleza, mas atrai abelhas polinizadoras e vespas predadoras de insetos. É importante ter nichos para passarinhos, importantíssimos para o controle de pragas. Além disso, o esterco das aves é rico em fósforo, nutriente nem sempre acessível”, explica.

E tudo isso ajuda a criar uma experiência lúdica, divertida e prazerosa, especialmente para as crianças, pois oportuniza acompanhar o ciclo da planta, vê-la crescer, esperar as flores brotarem, colher os frutos e descobrir suas sementes. “Isso é muito empolgante pra quem vive na cidade, há muito desconectada desses ciclos naturais. Até pra quem tem maior contato, descobrir novas espécies ou ainda novas fontes de alimento em folhas e flores desconhecidas da maior parte da população é uma satisfação”, afirma Paula Braga Fagundes, ecóloga, que também atua na área.

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TENDÊNCIAS EM PAISAGISMO, DESIGN E DECORAÇÃO

Estética industrial Os elementos de antigas fábricas invadem os ambientes mais modernos para deixá-los com um charme diferente. O estilo industrial – paredes descascadas revelando tijolos maciços, concreto a mostra e instalações elétricas aparentes – está cada vez mais frequentes, acompanhando a necessidade de uma vida mais prática. Afinal, com tudo exposto, fica fácil a manutenção, além de não enrijecer a casa quando há necessidade de mudanças. “É um estilo mais conceitual.

Por isso, percebe-se uma boa aceitação em ambientes de médio e alto padrão”, comenta a arquiteta Renata Beck, do Estúdio 3051.

A decoração “não acabada”, sucesso na década de 1950, valoriza a “verdade dos materiais”, como define Renata, criando uma atmosfera mais rústica. “Podemos criar um contraste interessante quando escolhido mobiliário mais moderno e clean”, comenta.

E, mesmo em meio à brutalidade dos materiais, é possível criar um ambiente aconchegante e acolhedor. De acordo com Gustavo Sbardelotto, arquiteto que também assina o projeto do apartamento no bairro Petrópolis, os objetos de decoração têm função importante. “Há memórias afetivas, como quadros e heranças de família, que ajudam a compor a decoração. São as referências do dono da casa que promovem o clima de aconchego, especialmente em um estilo mais ‘destruído’”, garante.

MARCOS NAGELSTEIN/JC

Decoração mais rústica valoriza os materiais e é contrastada com itens modernos

Mobília com design Na contramão dos móveis planejados – que consistem em uma modulação padrão de medidas para fabricação das peças –, há quem aposte na composição de ambientes com mobiliário “solto” e com investimento no desenho. “Acreditamos que a casa deve trazer a personalidade do seu dono. E isso

passa pela escolha dos móveis”, afirma o arquiteto Gabriel Giambastiani. Ele e Mario Guidoux trabalham no 0E1 Arquitetos.

O design brasileiro, consagrado por Sérgio Rodrigues, Irmãos Campana, Paulo Mendes da Rocha, é a expressão da realidade local — cultura, materiais e tradições arMARCOS NAGELSTEIN/JC

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tesanais. As peças assinadas por designers reconhecidos internacionalmente tornam-se sonho de consumo. Às vezes, um pouco distantes: os custos das peças aproximam-se de obras de arte.

Assim, as lojas on-line, como Oppa e Desmobilia, fazem o importante papel de popularizar o bom design de mobiliário – aplicado em cadeiras, poltronas, bancos e mesas: é possível encontrar móveis diferenciados, com investimento em design, por valores acessíveis. “É uma maneira de começar a pensar, a falar e, assim, a valorizar o desenho. É popular, mas é diferenciado.

Na Europa e nos Estados Unidos, já existem marcas trabalhando esse conceito”, comenta Guidoux.

O negócio é garimpar para encontrar os móveis ideais. Há uma retomada pelo interesse por móveis feitos de madeira e também pela palhinha, símbolo clássico dos móveis brasileiros, populares a partir dos anos 1950, mas nem sempre são fáceis de encontrar.

“Costumamos dizer que a casa nunca está pronta. Isso se dá aos poucos, quando começa a receber as coisas dos moradores. A dica é buscar inspirações nos designers consagrados para trazer o estilo deles para casa”, sugere Giambastiani.

Peças feitas de madeira e palhinha, símbolo clássico dos móveis brasileiros a partir dos anos 1950, estão de volta

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Paredes bem vestidas

Coleção Angular assinada por Renata Rubim dá um toque contemporâneo ao ambiente

MARCOS NAGELSTEIN/JC

Os revestimentos de piso e paredes com texturas e volumes especiais estão em alta, transformando os ambientes e trazendo mais estilo e personalidade para a decoração. De acordo com Renata Rubim, pioneira no estudo do design de superfícies com formação pela Rhode Island School of Design dos Estados Unidos, as formas mais orgânicas e sem exageros aparecem como opções bem procuradas. “As tendências sempre estão ligadas aos recursos disponíveis. E, hoje, temos tecnologias bem evoluídas”, comenta. A coleção Angular, assinada por ela para a Solarium Pisos e Revestimentos, aplicada no ambiente da arquitetura Lídia Maciel, na Casa Cor 2014, dá um toque contemporâneo ao ambiente.

Além dos revestimentos com volumes, Renata aposta no uso do concreto, inclusive em móveis e objetos, e também nos amadeirados. A overdose de cores, que marcou os últimos anos do design de interiores, dá lugar à suavidade. “Acredito no contraste de ritmo cromático, com cores mais tranquilas e alguns toques vibrantes. É o jovial e alegre conversando numa frequência mais calma, como um turquesa água combinado com um rosa pele”, explica.

A aplicação do papel de parede, caracte-

rístico da decoração europeia e norte-americana, começa a cair no gosto dos brasileiros.

“Por aqui, a procura sempre foi bastante tímida, mas está em crescimento. Já é possí-

Banheiro colorido e com mais estilo sign contemporâneo. Acredito que o ouro rosa chegue com força. É, inclusive, uma aposta do design de joias”, comenta Guilherme Bertani, diretor da Docol.

Os metais cromados, ícones do design contemporâneo, ganham leveza em formas mais orgânicas.

“As linhas retas e quadradas dão lugar a formas mais orgânicas e inspiradas na natureza. A nova linha Oni busca as curvas de grandes nomes da arquitetura, como Santiago Calatrava, Zaha Hadid e Oscar Niemeyer”, afirma Bertani.

DOCOL/DIVULGAÇÃO/JC

Os tons de cobre, fosco ou polido, estão entre as principais tendências de design de interiores.

Durante o Salão do Móvel de Milão 2014, um dos mais importantes eventos da área no mundo todo, que projeta as trends do momento, o cobre esteve presente em móveis e acessórios, inclusive nos metais sanitários.

As novas linhas da Docol trazem a cor “ouro rosa”, que aparece entre as apostas da empresa. “Percebemos uma busca pela fuga do cromado, já consagrado pelo de-

Na Docol, os metais cromados ganham leveza em formas mais orgânicas

vel encontrar inúmeras opções de estampas.

E o melhor: pode ser facilmente aplicado”, comenta. Em Santa Catarina, o Real Estúdio desenvolve tecidos autoadesivos que podem

ser aplicados e retirados com facilidade da parede. “A impressão é digital. Então, pode ser feito o desenho que quiser em todos os tamanhos”, afirma Renata.

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TENDÊNCIAS EM PAISAGISMO, DESIGN E DECORAÇÃO

Simples e despojado

Efeito de luz culino norteou o projeto. “Desenvolvemos um ambiente com suavidade e poucas informações, considerando que homens têm mais receios na decoração. É um revestimento elegante e inovador. Encontramos uma maneira de trazer cor e luz para o quarto sem exageros, combinando com tons de cinza e toques de preto”, revela o arquiteto Minuscoli.

A presença do dossel faz referência às suítes luxuosas dos melhores hotéis e, ainda, ajuda a destacar a SlimStone. A pedra em estado natural dá ares de requinte ao quarto. “Por não ter brilho, a pedra não esfria o ambiente e a luz ajuda a aquecer.

Quando está iluminada, é muito elegante, mas quando desligada também acho chique”, comenta.

GUIF/DIVULGAÇÃO/JC

Elegância com toques de inovação. O uso da pedra em projetos de interiores ganha novas possibilidades com a SlimStone, produto que promove novas aplicações de mármore e granito. As placas com espessura finíssima – de apenas cinco milímetros – podem ser usadas em bancadas, cubas, lareiras, revestimento de elevadores, mesas e luminárias, por exemplo. E, por ter uma espessura diferenciada, é possível, ainda, usar efeitos de iluminação.

O revestimento é um dos destaques do projeto Suíte Dois – primeiro “quarto gay” da história da Casa Cor –, assinado pelos arquitetos Marcelo Minuscoli e Melissa Martini. A cabeceira da cama deu lugar ao painel em pedra iluminada. Por tratar-se de um projeto para “eles”, o gosto mas-

Revestimento é destaque no projeto assinado pelos arquitetos Marcelo Minuscoli e Melissa Martini

Jardim com alma gaúcha Preservar o que é daqui. O uso das plantas nativas em jardins ajuda a manter espécies vivas e, ainda, recria a alma do gaúcho nos espaços paisagísticos. Os jardins tornam-se espaços de vivências quando conseguem ser a extensão da casa dos moradores. E, apesar das referências globalizadas, o povo gaúcho é apegado à tradição e à cultura local. A escolha por plantas nativas demonstra consciência ambiental.

As plantas nativas – que transmitem essa essência de pertencimento – estão cada vez mais presentes nos projetos paisagísticos. O clima temperado do Sul, com as quatro estações bem definidas e um inverno rigoroso, “possibilita uma diversidade botânica importante, uma variedade de espé-

cies maior do que em outros lugares”, comenta o arquiteto e paisagista André Krebs, que volta aos Pampas depois de 20 anos no Rio de Janeiro.

Pátios com árvores frutíferas nativas, como pés de pitanga, figo, butiá, jabuticaba e araçá, ganham valor especial. “O gaúcho é prático: ele planta com alguma finalidade, seja para comer fresca ou fazer compotas, como herança italiana e germânica”, reconhece. As espécies nativas são indicadas também para quem não leva jeito ou dispõe de pouco tempo para cuidar de plantas. “A manutenção é pouco trabalhosa. As plantas nativas adaptam-se com facilidade – uma vez que fazem parte desse clima –, exigem poucos cuidados e resistem bem às doenças”, comenta.

Já faz algum tempo que a cultura do DIY (Do It Yourself) ou, em português, “faça você mesmo” está disseminada por aí. Ter em casa uma peça feita à mão – e pelas próprias mãos – parece ter gostinho especial. “Percebo uma busca pela simplicidade e pela pessoalidade. As pessoas querem ter algo que resgate alguma lembrança”, comenta Vinícius Raupp, designer da Guif e instrutor da Guifmaker, oficina de mobiliário em madeira, em que o participante lixa, parafusa e pinta um banquinho simples, mas que deixa histórias para contar. “Os makers, como são chamados os interessados, sentem a realização de participar de alguma forma do processo de desenvolvimento do mobiliário que terá em casa”, comenta. A linha de trabalho da Guif – que possui um catálogo com apenas sete peças diferentes – propõe a simplicidade do handmade aliada às tecnologias atuais de corte e acabamento, o que acaba em um visual despojado e divertido. Assim, a dica é investir em mobiliário com cores e desenho diferenciado. Isso faz a diferença na concepção de ambientes mais despojados e divertidos.

LANDSCAPE SUL/DIVULGAÇÃO/JC

MARCOS NAGELSTEIN/JC

Guif possui catálogo com apenas sete peças diferentes e bem pensadas, propondo a simplicidade do handmade

Plantas cultivadas na região e estão cada vez mais presentes nos projetos

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Construção Civil

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SINDUSCON

MARCOS NAGELSTEIN/JC

Projetos diferenciados são os mais procurados to do setor no Rio Grande do Sul foi de 2%, e o nível de emprego se manteve, chegando a 154 mil postos de trabalho formais. “O setor tem condições de grande empregabilidade”, destaca o presidente do Sinduscon-RS. Projetos diferenciados tanto na concepção quanto no uso de materiais são os mais cobiçados da praça e, por isto, o setor trata de conceber alternativas para satisfazer essas necessidades. No entanto, a burocracia na aprovação dos projetos, notadamente em Porto Alegre, é apontada como um dos principais entraves atualmente, já que o crédito para financiamento imobiliário continua disponível e a procura por imóveis permanece.

“Os prédios estão ficando prontos e não conseguimos agilizar as vistorias”, relata.

Sessegolo lembra que o excesso de burocracia para aquisição e construção da casa própria no País acresce em até 12% o valor final do imóvel para o proprietário. O estudo da Câmara Brasileira da Indústria da Construção, Associação Brasileira das Incorporadoras e Movimento Brasil Competitivo mostra que a burocracia também aumenta o prazo de entrega da casa própria. Dos cinco anos que um imóvel financiado pelo FGTS pode levar desde a fase de projeto até ser entregue, dois anos são dispendidos com o vaivém dos trâmites burocráticos.

Independentemente do cenário às vezes adverso, o setor trata de difundir as melhores práticas, estimulando o aprimoramento, a modernização e o desenvolvimento da indústria da construção do Estado. Os escritórios regionais da entidade atuam como elos importantes nesta estratégia de crescimento sustentável.

Monumentos do Parque Farroupilha serão restaurados O Sinduscon-RS lançou recentemente o projeto Construção Cultural como parte das comemorações dos 65 anos da entidade. O objetivo é fortalecer ainda mais seus laços com a comunidade. A ação é dividida em três frentes: resgate do patrimônio histórico, a história do Sinduscon através da música e o livro histórico: edição comemorativa aos 65 anos do Sinduscon-RS. O Resgaste do patrimônio histórico será marcado pela restauração de monumentos do Parque Farroupilha. “Estávamos preocupados com o descuido de monumentos e praças e decidimos fazer algo para Porto Alegre”, salienta o presidente da entidade, Ricardo Antunes Sessegolo. Verônica di Benedetti, arquiteta, será responsável pela execução do projeto. Tanto o processo de recuperação como de conservação será monitorado, sob responsabilidade do Sinduscon-RS. Um dos monumentos mais conhecidos que passará por restauração é o

Monumento ao Expedicionário. Considerado uma das principais atrações do Parque Farroupilha, de autoria de Antônio Caringi, foi inaugurado em 1957 e representa um duplo arco do triunfo com esculturas em relevo em homenagem aos pracinhas da Segunda Guerra Mundial.

O projeto contemplará ainda os monumentos Cabeça de Chopin, Monumento a Carlos Gomes, Homenagem a Beethoven, Busto de Annes Dias, Busto de Licínio Cardoso, Busto de Samuel Hahnemann, Os Lusíadas, Homenagem aos Mortos em Combate ao Comunismo, Coluna Brasileira, Obelisco da Comunidade Sírio-libanesa e Obelisco da Comunidade Israelita. No caso de Busto de Samuel Hahnemann, desde a inauguração, em 1943, anualmente, a Liga Homeopática do Rio Grande do Sul comemorava o Dia da Homeopatia no local. Porém, a obra foi roubada em janeiro deste ano e agora será feita uma réplica da original.

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Entidade ressalta redução dos lançamentos

A retomada do crescimento econômico a níveis considerados suficientes para manter a sustentabilidade do setor é uma das principais bandeiras do Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado do Rio Grande do Sul (Sinduscon-RS), liderado por Ricardo Antunes Sessegolo. O ano de 2014, no entanto, tem provocado algumas apreensões por conta da redução do número de lançamentos e da diminuição do estoque de imóveis em consequência da demora na liberação de novos projetos por parte dos órgãos públicos.

“Uma cidade do porte de Porto Alegre, com cerca de 1,5 milhão de habitantes, precisa de algo em torno de 5 mil imóveis novos por ano para atender a demanda de consumo”, afirma Sessegolo. No entanto, a estimativa é de que existam apenas em torno de 3 mil imóveis novos à venda na capital, o que é visto como um número muito baixo. “O mercado precisa de lançamentos para oxigenar e estimular toda a cadeia produtiva, dos insumos à decoração”, acrescenta.

Para se ter uma ideia, como as vendas superaram os lançamentos em 785 unidades, o estoque em Porto Alegre diminuiu 16,82% em apenas três meses, e abril registrou o menor patamar desde outubro de 2011 – 3.867 unidades. O temor é de que, se continuar o represamento de liberações e a taxa de velocidade de vendas permanecer estável, a situação fique ainda mais crítica no final do terceiro trimestre.

O déficit habitacional de Porto Alegre é estimado em 42 mil unidades, chegando a quase 183 mil unidades no Estado. Para suprir essa demanda, a indústria da construção civil faz a sua parte. No ano passado, o incremen-

De acordo com Sessegolo, a preocupação com o descuido do patrimônio histórico e praças estimulou o projeto

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Construção Civil

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MELNICK EVEN

MELNICK EVEN/DIVULGAÇÃO/JC

Solidez na liderança

Pontal da Figueira é pioneiro no Brasil em um modelo de condomínio já difundido na Europa e nos Estados Unidos

A Melnick Even, passado o período de crescimento acelerado, comemora a solidez entre as mais importantes construtoras no Rio Grande do Sul. “Durante os últimos três anos, trabalhamos para tornarmo-nos uma empresa mais eficiente, repensando e qualificando nossos processos. Isso é necessário para a consolidação como um dos principais players do mercado”, comenta Juliano Melnick, diretor da Melnick Even.

Só durante o primeiro semestre de 2014, a Melnick Even contabiliza R$ 300 milhões em vendas brutas, contrariando todas as perspectivas de retração do mercado. Em 2013, a empresa encerrou o ano num total de R$ 460 milhões de vendas brutas. O Melnick Even Day, evento de vendas com preços especiais que acontece uma única vez ao ano, fechou 360 contratos que somaram R$ 160 milhões, e que representa um crescimento de 60% em relação ao ano anterior. “Apesar das dificuldades de aprovação de projetos – uma vez que a prefeitura está reestruturando seus processos internos –, perseguiremos a meta de lançar mais de R$ 400 milhões, assim como nos últimos anos”, afirma.

Entre os pré-lançamentos, destaque para o Ato, empreendimento de alto padrão com apartamentos de 243 m2 de área privativa, localizado no bairro Petrópolis, em Porto Alegre, e para o Vida Viva Boulevard, no bairro Glória, que oferece apartamentos de dois e três dormitórios (aproximadamente 60 m2 e 72 m2, respectivamente) e infraestrutura completa.

A expansão para a zona Sul de Porto Alegre está nos planos da Melnick Even, que já atua em todas as demais regiões da capital gaúcha. “Já adquirimos terrenos e, em

breve, teremos novidades. As obras de infraestrutura realizadas para receber a Copa do Mundo melhoraram o fluxo do Centro à zona Sul. É possível, ainda, perceber que a região está mais desenvolvida, com opções de lazer e serviços que trazem certa independência da região central. Apostamos na criação de novos polos na cidade”, acredita.

De acordo com o diretor, empreendimentos mix-and-use, que reúnem moradia e comércio em “torres vizinhas”, e os apartamentos pequenos com serviços pay-per-use – acesso a diversos serviços que só são pagos quando forem usados – estão começando a ganhar espaço no mercado e contribuindo para o desenvolvimento local, diminuindo a necessidade de deslocamento das pessoas. Fora de Porto Alegre, em Eldorado do Sul, o diretor destaca o Pontal da Figueira Marina, cujo diferencial são os canais navegáveis.

Em 2007, a Melnick, empresa com mais de 20 anos de atuação no mercado gaúcho e reconhecida pelos empreendimentos de alto padrão no Rio Grande do Sul, dava início aos trabalhos ao lado da paulista Even, uma das maiores construtoras e incorporadoras do País: nascia um novo grupo – Melnick Even – com ampla atuação no Estado e crescimento expressivo até 2011. De lá até 2014, um período de consolidação e preparo para novas metas.

Para Juliano Melnick, o mercado imobiliário está saudável. “É um segmento sensível à inflação pelos financiamentos. Mas acredito que, em médio e longo prazo, o cenário seja positivo. Temos uma pirâmide demográfica em transformação e um déficit habitacional no País. Por isso, deve continuar a demanda por moradia”, comenta.

O Ponta da Figueira Marina, novo empreendimento da Melnick Even, traz um conceito inédito no Brasil: é o primeiro condomínio horizontal de alto padrão com canais navegáveis, uma realidade nos Estados Unidos, na Europa e até na Argentina. Os lotes, localizados em Eldorado do Sul, ficam a 18 minutos do Centro de Porto Alegre, encontram as águas do Guaíba e oferecem vista privilegiada de Porto Alegre.

O projeto prevê 2,5 quilômetros de canais navegáveis de uso exclusivo do condomínio, com largura de até 40 metros. Os lotes “molhados” dão acesso direto ao canal, e o barco pode ficar estacionado no pátio de casa. O condomínio terá, ainda, uma marina de uso privado e restaurante, que serão abertos ao público (com preferência para os moradores), tornando-se mais uma opção de lazer para a comunidade.

Entre os inúmeros diferenciais, estão os 230 mil m2 de área para preservação permanente, rente ao rio, e

as diversas praças espalhadas pelo condomínio para quem busca conviver mais perto da natureza. Além disso, o condomínio terá infraestrutura completa – quadras poliesportivas, playgrounds, quiosques para churrasco, salão de festas, fitness, piscina, entre outros –, incluindo uma praia artificial. O Ponta da Figueira tem área total de 718 mil m2, dividida em 305 lotes de, no mínimo, 600 metros quadrados.

O empreendimento dá início ao desenvolvimento de um possível novo polo na Região Metropolitana.

De acordo com Melnick, a cidade de Eldorado do Sul permite o fácil acesso à Capital, tem baixos índices de criminalidade – o que melhora as questões de segurança – e oferece disponibilidade de área. “Precisamos valorizar o Guaíba, que, hoje, é subutilizado. Percebemos o potencial turístico da região e também uma oportunidade de contribuir para o desenvolvimento do transporte fluvial”, comenta Melnick.

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Condomínio horizontal com canais navegáveis

Segundo Juliano Melnick, a empresa identificou o potencial da região, além da oportunidade de contribuir para o desenvolvimento do transporte fluvial

Construção Civil

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CFL

Uma empresa com foco bem definido torna-se especialista em sua área de atuação. A CFL, que completa 20 anos de mercado em 2014, posiciona-se como referência em empreendimentos de alto padrão na região Sul do Brasil. O DNA de luxo e exclusividade transformou o conceito de bem viver de Porto Alegre e também de Florianópolis (SC) e Caxias do Sul, cidades com potencial de crescimento populacional e elevada renda per capita, que já recebem as obras da construtora.

Na contramão das empresas que fazem associações a grandes marcas da construção civil, a CFL aposta num modelo de negócio peculiar.

“De fato, quem tem um terreno de exceção só se desfaz do bem por questão de liquidez. Por esse motivo, a maioria dos nossos negócios é por permuta em área construída. Desenvolvemos parcerias estratégicas com importantes grupos regionais e com famílias tradicionais e representativas no mercado em que atuamos.

Isso traz sinergia ao nosso negócio e agrega ainda mais valor aos empreendimentos desenvolvidos pela empresa. Ao invés de dívidas, preferimos sócios”, explica Luciano Corrêa, diretor da empresa.

A companhia começou com 3,8 mil m2. Atualmente, a CFL possui 300 mil m2 em projetos em desenvolvimento e um valor geral de vendas em lançamentos que chegaram a R$ 500 milhões em 2013, “considerados números bastante expressivos para uma empresa segmentada em construção de alto padrão”, avalia. Afinal, os imóveis da CFL não são proje-

tados do dia para a noite. A empresa investe em pesquisas de mercado para avaliar o potencial dos terrenos e esclarecer dúvidas sobre o possível negócio na região.

Os empreendimentos da CFL primam por endereços consagrados em localização privilegiada e desejada.

“Isso integra a estratégia de negócio da empresa. O terreno é, muitas vezes, determinante para o bom projeto e, consequentemente, pela ótima realização. A busca por novos terrenos é um verdadeiro garimpo e, muitas vezes, chega a levar mais de um ano”, comenta. Desde o início, a empresa de Péricles Corrêa e dos filhos, Cristiano, Fabiano e Luciano, é focada em empreendimento de valor agregado.

A inquietação e a busca por inovação fazem parte da essência da empresa familiar. “Estamos em constante mutação, pois o processo de melhoria contínua é fundamental para qualquer corporação. Precisamos terminar o ano sempre melhor do que iniciamos, com mais conhecimento, experiência, aprendizado e aprimoramento. Hoje, não existe espaço para acomodação. Nunca almejamos ser a maior, mas a melhor”, diz. A sofisticação dos imóveis passa pelos detalhes dos projetos. Por isso, a construtora conta com o trabalho exclusivo do escritório de arquitetura Heloisa Bocorny, que envolve-se desde os primeiros traços até a escolha da decoração dos empreendimentos.

Entre os principais projetos da CFL, destaque para o Al Mare, em Jurerê Internacional (SC), em que todos os apartamentos têm piscina de frente para o mar seguindo o conceito de

CFL/DIVULGAÇÃO/JC

Alto padrão como identidade

mansões suspensas, e o Las Piedras, projeto semelhante em Porto Alegre.

“Ambos foram comercializados 100% antes do lançamento oficial”, destaca.

Já o Capital Tower, que será lançado em outubro deste ano, é inspirado no Platinium Tower, prédio comercial na região mais business de Porto Alegre, a avenida Carlos Gomes. Este consagrou-se como case de vendas – realizadas em um período de 20 a 30 dias – e de locação, reunindo importantes marcas presentes no Rio Grande do Sul, em seu lança-

mento, em 2009.

O Capital Tower está alinhado com as mais importantes tendências internacionais de arquitetura corporativa: além de salas comerciais com vista privilegiada, oferece infraestrutura completa em áreas comuns, como salas de reunião e vídeo conferência, auditório para 150 pessoas, jardim com gazebo envidraçado, pequenos espaços com churrasqueiras e forno de pizza, academia com equipamentos de ponta e opções gastronômicas em restaurante e café.

O Capital Tower, com vista privilegiada, será lançado em outubro

Segundo Corrêa, nove em cada 10 organizações buscam pontos na região da avenida Carlos Gomes

MARCOS NAGELSTEIN/JC

Espaço diferenciado para grandes empresas O Capital Tower ocupa um dos últimos terrenos disponíveis na Avenida Carlos Gomes. “É uma verdadeira raridade, um produto que não será mais replicável pela carência de novas áreas no principal pólo comercial da cidade”, afirma Luciano Corrêa, diretor da CFL. A região valoriza-se ainda pelas obras de mobilidade urbana realizadas nas proximidades, como as passagens de níveis das avenidas Anita Garibaldi e Cristóvão Colombo, já em andamento e que devem tornar mais fluido o trânsito e o acesso de carro.

Diferente das inúmeras ofertas de edifícios offices, o Capital Tower define-se com um empre-

endimento corporate, com salas maiores que 200 m2, ideais para grandes empresas. “A CFL disponibiliza lajes de 326 m2 até 652 m2. Nossas pesquisas mostram que nove em cada 10 organizações buscam pontos nesta região”, comenta Corrêa.

O projeto arquitetônico do Capital Tower já transmite sua magnitude: um hall de entrada com 230 m2 e pé direito triplo.

Além disso, oferecerá bistrô, sala de reuniões, auditório para até 100 pessoas e estacionamento rotativo. O edifício prevê quatro elevadores sociais e um elevador de serviços. “Esse deve ser um sucesso tão grande quanto o Platinum Tower”, acredita Corrêa.

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CYRELA GOLDSZTEIN

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Inovação para conquistar o cliente

Riserva Anita está entre os empreendimentos multiuso

As oscilações da economia e o impacto que podem provocar na indústria da construção civil exigem que as empresas do setor avaliem ainda com mais rigor seus planos de ação. “A palavra daqui para frente é seletividade”, afirma o diretor-geral da Cyrela Sul, Fernando Goldsztein. Ele considera que passou a época em que o mercado comportava tudo. Além das mudanças de cenário, o consumidor está cada vez mais exigente, e é preciso inovar para conquistar a sua preferência.

O diretor afirma que uma das tendências do mercado são os empreendimentos multiuso. “A sinergia entre os diferentes usos também está relacionada à mobilidade urbana”, comenta. Um exemplo é o empreendimento Riserva Anita, que será finalizado este ano, na rua Anita Garibaldi. Os empreendimentos multiuso continuarão sendo uma das apostas da empresa para 2015. Goldsztein afirma que, em Porto Alegre, não há excesso de ofertas. Ele acredita que, neste segundo semestre, será equacionada a questão do represamento de projetos em órgãos públicos, o que irá impulsionar o restante do ano.

O mercado gaúcho tem uma participação 10% a 20% no desempenho da Cyrela Brazil Realty, que está entre as 20 maiores construtoras do Brasil. A empresa fechou o primeiro semestre com um total de R$ 2,8 bilhões em lançamentos, volume 3,2% superior ao do primeiro semestre do ano passado.

Entre os lançamentos de 2014 da Cyrela Goldsztein está o Porto Alegre Incomparável, localizado no ponto mais alto do Petrópolis. Composto por 68 unidades, todas têm suítes e salas voltadas para o Guaíba e vista definitiva para o pôr do sol. Os apartamentos possuem plantas versáteis para agregar amplitude e funcionalidade aos espaços, integrando os ambientes. São apenas quatro por an-

dar, com dois elevadores e acesso exclusivo para cada seção de duas unidades.

Criado pelo renomado arquiteto Pedro Gabriel, o projeto foi concebido para se adaptar ao terreno escolhido, com a fachada voltada para a rua Curvelo, a fim de proporcionar a tranquilidade de um bairro de residências e a vista para o pôr do sol.

A expertise em dominar a tecnologia construtiva é uma das características da incorporadora, e como resultado coleciona prêmios pelo seu desempenho e inovações. A Cyrela Goldsztein foi reconhecida na 23ª edição do Sinduscon Premium, divulgada em abril deste ano, como a Empresa do Ano e agraciada com o Ouro em quatro categorias: Empreendimento de Grande Porte, Empreendimento de Médio Porte, Inovação Mercadológica e Inovação em Processos Internos. Além disso, o Axis Nova Carlos Gomes, considerado destaque da Cyrela em 2013, recebeu o Ouro nas categorias Empreendimento de Grande Porte e Inovação Mercadológica pelo seu inédito conceito back to back, unindo o residencial e o comercial em uma única torre, mas com entradas independentes. Na categoria Empreendimento de Médio Porte, o 925 Independência, com suas salas comerciais premium, rendeu à incorporadora o primeiro lugar entre os premiados.

A incorporadora também protagoniza iniciativas que reúnem arte e responsabilidade social. No início de julho, um grupo de street art deu novos traços e cores aos 150 metros de tapume que cercam o canteiro do Duo Concept. O projeto teve curadoria de Cusco Rebel, artista gaúcho radicado em São Paulo, e obras de Mateus Grimm, Seilá, Paula Plim e Kone. Caso os tapumes não sejam danificados por pichação, a verba que seria usada para a restauração será doada pela Cyrela Goldsztein para a Fundação O Pão dos Pobres.

“Um produto à prova de crise”. É desta forma que diretor-geral da Cyrela Sul, Fernando Goldsztein, se refere ao Medplex, o primeiro empreendimento do Sul do Brasil totalmente projetado para profissionais da saúde.

Com lançamento previsto para setembro, o complexo irá abrigar soluções que vão desde consultas, exames laboratoriais, diagnósticos por imagem, terapias e até day hospital para procedimentos de baixa complexidade, bloco cirúrgico de oftalmologia e demandas ambulatoriais.

Localizado no coração do eixo hospitalar de Porto Alegre, o novo polo médico contará com quatro torres e foi projetado para

se tornar referência nacional em serviços de saúde, com padrão internacional em suas instalações e estrutura completa para profissionais e pacientes. Segundo Goldsztein, o prédio será homologado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Em uma iniciativa inédita no País, a Unicred Porto Alegre e a Cyrela Goldsztein estabeleceram aliança para concessão de financiamento aos profissionais da saúde. O Medplex terá 187 consultórios, com áreas entre 35 m2 e 375 m2, e 154 salas comerciais, variando de 29 m2 a 215 m2. O VGV (valor geral de vendas) do empreendimento é de R$ 170 milhões.

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À prova de crise

Fernando Goldsztein aposta no sucesso do Medplex

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ARQUISUL

O desafio dos produtos diferenciados Estrutura e gestão financeira eficiente transformaram a Arquisul Construtora e Incorporadora ao longo de sua história em um dos destaques do mercado gaúcho. Profunda conhecedora do perfil de sua clientela e com 45 anos de atuação, a empresa faz do compromisso com a qualidade, aliado à tecnologia moderna de construção, uma de suas principais características.

O diretor-presidente, Paulo Roberto Silveira, diz que um dos desafios atuais de quem quer manter-se nesse segmento é “elaborar produtos diferenciados que tragam eficiência, bom aproveitamento de espaços e opções de lazer.” Para tanto, a Aquisul investe em pesquisas a fim de garantir um conhecimento detalhado dos diferentes bairros e de seus potenciais clientes. Comodidade, segurança e qualidade de vida formam o tripé que respalda os anseios da maioria dos compradores.

Para atender a essas expectativas e atingir um alto índice de satisfação dos seus clientes, a empresa busca sempre inovar e introduzir as tendências nos projetos.

Concepções inteligentes, que valorizam e aproveitam cada espaço, em localizações privilegiadas, resultam em empreendimentos bem-sucedidos. É o caso do conceito mixed use, que reúne moradia, trabalho, lazer e conveniênO Neo Superquadra é o novo empreendimento mixed use da construtora

cia, como o Neo Superquadra Living, Corporate e Concept Mall, na avenida Assis Brasil. O Neo Superquadra dispõe de offices e lajes corporativas, e as torres residenciais oferecem apartamentos de dois e três dormitórios. A Arquisul tem uma larga trajetória, e antes de focar no cliente final, que compra o imóvel para morar, a empresa participou de outros perfis de empreendimentos. No decorrer das quatro décadas e meia, já contabiliza mais de cinco mil unidades erguidas e mais de 800 mil metros quadrados construídos. O diretor-presidente afirma que, mesmo com a atratividade dos imóveis, os investidores ficam em torno de 20% nos lançamentos. Silveira orgulha-se em contar que a empresa está sólida para seguir em sua história.

A incorporadora, atualmente, possui cinco empreendimentos em andamento, que representam aproximadamente R$ 400 milhões em VGV (valor geral de vendas) e esses canteiros contam com cerca de 400 trabalhadores. Analista profundo do mercado de Porto Alegre e da Região Metropolitana, ao observar a atual situação, notadamente na capital gaúcha, ele faz uma analogia: “Imagina se durante dois anos a indústria automobilística não lançasse nada, o que aconteceria? E se durante três anos não vendesse nada?”

O diretor-presidente da Arquisul salienta que o principal reflexo do represamento de liberações de projetos imobiliários é que “não há oxigenação do mercado. As novidades estão chegando e não conseguimos implantar”, lamenta.

A Arquisul Construtora e Incorporadora consegue manter seu ritmo mesmo em períodos de incertezas. “Praticamente trabalhamos com recursos próprios e com isso é possível manter nossa lucratividade”, revela o diretor-presidente, Paulo Roberto Silveira. Ele observa, porém, que ainda não tinha presenciado nada igual em Porto Alegre. Uma das referências é que, de julho de 2013 a junho de 2014, o número de lançamentos apresentou uma queda de 34,43% na comparação com o mesmo período do ano anterior. No entanto, ele destaca que a companhia fez a lição de casa e está adequada às circunstâncias, principalmente sabendo aproveitar a conjuntura favorável de crédito e juros baixos.

Empresa familiar com cerca de 80 colaboradores, a incorporadora, na última década, alcançou taxas de expansão anual de 30%. No ano passado, atingiu um crescimento de 24% no seu faturamento e, para 2014, a expectativa é de repetir o desempenho, o que já será bem acima das estimativas setoriais. Mas há certa preocupação com o comportamento do segundo semestre, bem

como se os lançamentos previstos serão efetuados. Estão programados dois lançamentos, na zona Norte e em Petrópolis, com VGV de cerca de R$ 160 milhões. “O crescimento depende da tramitação dos projetos”, acrescenta ao revelar a meta de R$ 600 milhões em VGV para este ano.

Silveira lamenta o fato de o poder público ainda não ter a estrutura necessária para fazer frente à expansão da construção civil e às demandas de crescimento do mercado.

“Teria que ter mais técnicos”, resume ao relatar que as demoras na tramitação podem levar de seis meses a um ano.

Produtos diferenciados, localização privilegiada, mobilidade, bem-estar e até mesmo automação de ambientes integram o mix do sonho da casa própria. A esses ingredientes, ainda é preciso adicionar o novo perfil de clientes que está chegando ao mercado com as suas peculiaridades, como os jovens solteiros e os idosos. Silveira comenta que, com a longevidade, começam a aparecer demandas como a de imóveis funcionais e adaptados.

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Familiar e eficiente

Silveira revela que a empresa trabalha praticamente com recursos próprios e com isso é possível manter a lucratividade

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JOAL TEITELBAUM

JOAL TEITELBAUM/DIVULGAÇÃO/JC

DNA sustentável

A expectativa da empresa é grande para o início da urbanização do bairro Quartier, em Pelotas

Quando o assunto é construção sustentável, o Rio Grande do Sul é referência. E isso tem relação direta com o pioneirismo do escritório de engenharia Joal Teitelbaum, que lançou, em 2007, o primeiro green building residencial do País, o Príncipe de Greenfield. Desde 1995, a empresa levanta a bandeira verde. Na época, adotava o processo Conserve — Construção a Serviço da Ecologia, que propunha compatibilizar as construções com o lugar da edificação.

“Temos manuais e procedimentos que visam a aplicar um fator de rendimento para cada obra, seja na fase de projeto ou da construção e após a entrega”, explica Claudio Teitelbaum, diretor da empresa.

A partir de 1998, com o sucesso da parceria com o Centro Nacional de Tecnologias Limpas, a Joal Teitelbaum estabeleceu os “ecotimes”. Os próprios funcionários dos

canteiros de obras estabelecem técnicas de produção mais limpas nos locais de trabalho e nos processos, como os de estrutura, alvenaria e revestimento. Assim, o escritório de engenharia gaúcho é reconhecido por instituições relacionadas à qualidade, e já recebeu inúmeras distinções nas áreas da gestão, qualidade, tecnologia, inovação e responsabilidade sócio-ambiental. “A Joal Teitelbaum entendeu que todas as suas edificações deveriam buscar a excelência socioambiental por meio do desenvolvimento sustentável. Enxergamos, então, que compatibilizar nossos conceitos com aqueles adotados e divulgados pelo United States Green Building Council (Usgbc) era o método mais efetivo para a concretização deste objetivo”, revela. Hoje, a empresa é membro do Usgbc e também do Green Building Council Brasil (GBC Brasil).

De acordo com Claudio Teitelbaum, o pioneirismo e os investimentos resultaram em reconhecimento de mercado e satisfação dos clientes. “Ao projetar um empreendimento, consideramos sua localização e sua integração com o ambiente. Concebemos edificações adaptadas ao consumo reduzido de água, gás e energia através da aplicação de técnicas já consagradas, como aquecimento solar, tratamento e reuso de efluentes e fachadas em painéis arquitetônicos de concreto com isolamento termo-acústico. Buscamos implementar soluções que racionalizem o processo construtivo e gerem benefícios a todos os intervenientes.”

A empresa espera pelo início da urbanização do primeiro bairro com certificação Leed-ND, chancelada pelo US Green Building Council, empreendimento inédito no Sul do Brasil, o Quartier, em Pelotas.

Além dos empreendimentos próprios, a equipe da Joal Teitelbaum tem a expertise para implementar processos de gerenciamento da sustentabilidade para novos empreendimentos de empresas e indústrias que queiram adequar suas instalações ou projetar fábricas e sedes conforme os conceitos do Usgbc. “Prestamos consultoria para as empresas de médio e grande porte em aplicação dos conceitos sustentáveis em suas plantas industriais e empreendimentos comerciais”, detalha. No Rio Grande do Sul, a Joal Teitelbaum é pioneira na aplicação dos conceitos da certificação Leed de forma ampla, principalmente em prédios residenciais. “Acreditamos que todos os projetos devem ser sustentáveis. O planeta não pode continuar a ser maltratado. E o consumidor não assistirá a tudo isso de forma passiva”, adverte.

A Joal Teitelbaum tem projetos residenciais e comerciais em Porto Alegre e também no Litoral. O Atlântida Green Square, condomínio com 90 apartamentos, já está em construção na Praia de Atlântida, e a empresa prepara-se, ainda, para o lançamento do Columbus Office Center, empreendimento de salas comerciais em valorizada região de Porto Alegre. “Ambos carregam o conceito de sustentabilidade e as mais modernas diretrizes ambientais”, comenta Cláudio Teitelbaum, diretor da empresa.

Segundo ele, a expectativa é grande para o início da urbanização do bairro Quartier, em Pelotas. O projeto, assinado pelo escritório Jaime Lerner Arquitetos Associados, prevê aproximadamente 400 mil m2 de empreendimentos residenciais, comerciais, corporativos e de uso misto. “Está em uma

área central de Pelotas e encontra-se na fase final de licenciamento ambiental”, pontua.

O bairro Quartier, que tem conclusão da urbanização inicial prevista para 2018, deve movimentar R$ 2 bilhões no mercado local durante os próximos 10 anos.

A concepção do bairro privilegia a eficiência energética, a preservação ambiental, o design inteligente e a baixa emissão de carbono, além de renovar a concepção urbana da cidade. O Quartier oferecerá infraestrutura completa, com comércio e lazer, proximidade e fácil acesso. A ideia é que o bairro promova a qualidade de vida e harmonize a convivência entre pessoas, bicicletas e carros. “Queremos diversidade de pessoas trabalhando e vivendo no bairro, promovendo a preservação ambiental e o espírito de comunidade”, afirma.

MARCOS NAGELSTEIN/JC

Diversidade em projetos comerciais e residenciais

Segundo Cláudio Teitelbaum, os empreendimentos incorporam as mais modernas diretrizes ambientais

Construção Civil

Caderno Especial do Jornal do Comércio Porto Alegre, sexta-feira, 29 de agosto de 2014

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NEX GROUP

Otimismo é a marca da Nex Group em 2014. O motivo são os lançamentos programados e os bons resultados já alcançados com os empreendimentos em fase de comercialização. Entre as novidades, o diretor comercial, Marcus Vinicius Batista, cita o Nex Life, com 378 apartamentos e lançamento em agosto. Localizado na avenida Ipiranga, novo eixo de crescimento e oportunidades em Porto Alegre, está atraindo investimentos de diferentes setores. “Boa localização e mobilidade são características muito valorizadas atualmente”, afirma o executivo. É o caso do Riserva Piattelli, na rua Albion, que alia a comodidade da proximidade com um hipermercado às facilidades oferecidas pela região.

Criada no início de 2011 com a fusão das empresas Capa Engenharia, DHZ, EGL e Lomando Aita, quatro empresas referências no mercado gaúcho, a Nex Group tem atuação também fora da Região Metropolitana de Porto Alegre, e uma das metas para 2015 é justamente consolidar a posição no Interior do Estado e também em Santa Catarina. Atualmente, Porto Alegre e Região Metropolitana respondem por 60% do faturamento da empresa, ficando o restante dividido entre o Interior gaúcho (20%) e Santa Catarina (20%). A meta em valor geral de vendas (VGV) para 2014 é de R$ 697 milhões. É uma das maiores incorporadoras do segmento da construção civil e já entregou mais de 10 mil unidades, distribuídas nos diversos segmentos de mercado em que atua.

Nos primeiros seis meses de 2014, a empresa contabiliza 58 mil m2 construídos, e a perspectiva para o segundo semestre é de que o volume de construção alcance

MARCOS NAGELSTEIN/JC

Otimismo com lançamentos e resultados

Riserva Piattelli alia a comodidade da proximidade com um hipermercado às facilidades oferecidas pela região

62 mil m2. No Rio Grande do Sul, entre os lançamentos de 2014, estão a segunda fase do Life Park Condomínio Clube, em Canoas, e a segunda fase do JK Parque Clube, em Pelotas, que alia localização estratégica ao conceito de parque clube, numa opção de complexo de lazer que atrai também interessados em investir no ramo imobiliário.

A Nex Group considera que o fato de não estar concentrada apenas em Porto Alegre torna os resultados mais positivos.

Batista reconhece, no entanto, que o cliente está a cada dia mais exigente, o que requer das empresas um profundo entendimento do mercado. “O cliente pesquisa muito, é uma geração com mais conhecimento, mais

acesso à informação”, observa o diretor comercial. Atento às demandas e seguindo a tendência de bairros planejados, o Chácara das Nascentes tornou-se um diferencial no portfólio da Nex Group. Localizado na estrada João de Oliveira Remião, o empreendimento possui clube de lazer e tem como característica qualidade de vida e segurança.

Confiança no segmento econômico disso, a Nex Group considera que já domina toda a parte de expertise do produto, o que facilita a sua execução.

A empresa já tem experiência em condomínios horizontais para esse segmento com a série Moradas, que foi construída em várias cidades gaúchas, entre as quais Santa Maria, Santa Cruz, Pelotas e Gravataí. Apenas em Alvorada, por exemplo, são mais de 3 mil casas. Batista afirma que a empresa planeja levar essa proposta de empreendimento, enquadrado no programa do governo federal, também para os estados de Santa Catarina e Paraná.

Reconhecida com certificações e premiações como Incorporadora do Ano Sinduscon-RS e Top de Marketing ADVB-RS, a Nex Group também se orgulha de desenvolver um trabalho social dentro do segmento de sua abrangência. Por meio do Proje-

to Engenharia Social, desempenha um papel na construção de um futuro melhor para crianças de baixa renda, construindo gratuitamente creches nas comunidades mais carentes. Em uma

MARCOS NAGELSTEIN/JC

A Nex Group prepara-se para lançar o primeiro empreendimento no segmento econômico no Jardim Leopoldina, em Porto Alegre, um condomínio vertical cuidadosamente planejado. “Desenvolvemos o projeto desde o início, em um processo que levou um ano e meio, elaborando cada detalhe”, revela o diretor comercial, Marcus Vinicius Batista. Na primeira fase, com lançamento previsto para ocorrer entre outubro e novembro de 2014, serão 400 apartamentos. Há projetos em estudo para outros lançamentos nesse segmento também para a Grande Porto Alegre.

“Acreditamos que é um segmento sólido, maduro e que veio para ficar”, destaca Batista.

Segundo ele, as faixas atendidas pelos empreendimentos do programa Minha Casa Minha Vida são as que concentram a maior demanda por habitação. Além

parceria com o poder público, a Nex Group, junto com toda a sua cadeia produtiva, já entregou 7 creches em Porto Alegre, possibilitando assistência para mais de 700 crianças de 0 a 6 anos.

Para Batista, expertise nesse tipo de produto facilita a sua execução

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Porto Alegre, sexta-feira, 29 de agosto de 2014

Caderno Especial do Jornal do ComĂŠrcio