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Dia da

Caderno Especial do Jornal do Comércio Porto Alegre, sexta-feira, 23 de maio de 2014

indústria

borracha

Em 2013, o setor nacional de borracha atingiu US$ 2,82 bilhões. O bom resultado está atrelado ao desempenho da indústria automobilística, que encerrou o ano passado com crescimento recorde de 9,9%. Atualmente, 51% da produção de artefatos de borracha são destinados à fabricação de automóveis. Entretanto, a importação de artefatos de borracha acabados, só em 2013, subiu 10,2%. “Obviamente isto concorre pesadamente para a desindustrialização do setor”, lamenta Ademar Queiroz do Valle, diretor executivo da Associação Brasileira da Indústria de Artefatos de Borracha (Abiarb). Se for mantido o panorama macroeconômico atual, o dirigente estima um crescimento nominal de 8% a 9% da indústria da borracha em 2014 que, descontada a inflação, resultará em crescimento real de 2% a 3%. Na avaliação do presidente do Sindicato das Indústrias de Artefatos de Borracha no Estado do Rio Grande do Sul (Sinborsul) e diretor da Mercobor, Gilberto Brocco, esse foi um ano com heterogeneidade no desempenho do setor. “De um lado, a produção nacional de pneumáticos cresceu 9,7% e, mesmo com as exportações em queda, quando medidas em dólares, a taxa de câmbio mais desvalorizada, em cerca de 10%, contribuiu para que a receita de exportações em reais se mantivesse praticamente constante.” Segundo ele, na contramão, o segmento de artefatos de borracha, teve queda na produção (-4,7%), nas exportações em dólares (-4%) e também na receita das exportações em reais (-1,3%).

MERCOBOR/DIVULGAÇÃO/JC

Setor deve registrar crescimento real de até 3% em 2014

Mais da metade da produção é destinada à indústria automotiva

O Rio Grande do Sul teve resultados diferentes. Dados Sinborsul mostram que no Estado, houve uma expansão de 39% no faturamento em 2013, configurando-se como o melhor resultado histórico para essa variável e superando a média nacional. A Utilização da Capacidade Instalada atingiu o patamar médio de 77%, o maior desde o nível de 81%, que foi verificado em 2008. As variáveis do mercado de trabalho também foram destaque. O emprego teve evolução de 0,7%, as horas

trabalhadas avançaram 3%, em linha com a expansão da massa de salário real, que foi de 2,9%. As exportações gaúchas tiveram expansão de 8,5%, atingindo US$ 391 milhões, com destaque para o segmento de Pneumáticos, com crescimento de 40%. Em Artefatos, também tiveram crescimento de 12%. Por outro lado, as exportações de matéria-prima caíram 21%, menor patamar desde 2010. Considerando a proximidade das eleições, as expectativas de crescimen-

to para o setor no Estado, assim como na indústria nacional, são tímidas. A projeção do sindicato é de 1,4% no faturamento e 6% de expansão nas exportações, totalizando US$ 415,7 milhões. Diante desse quadro, as empresas estão se preparando. A Mercobor, segundo Brocco, espera crescer 20% em 2014, e está investindo em maquinário. A Borbonitte, de Novo Hamburgo, também está revendo suas metas. A média de 15 mil toneladas/mês de 2013 já está em 20 mil em janeiro deste ano.

WESLEY SANTOS/DIVULGAÇÃO/JC

Tecnologia e sustentabilidade

De Luca afirma que o Brasil vem ganhando competitividade

A Borrachas Vipal fechou 2013 com R$ 2 bilhões de faturamento, um crescimento de 10% sobre 2012. “Estamos avançando em todos os continentes e já temos o segundo market share do mundo”, analisa o diretor comercial e de marketing, Plinio de Luca. Com uma participação de 40% no Brasil, a empresa programa uma série de iniciativas para 2014, como a inauguração de uma fábrica em Perez, a 12 Km de Rosário, na Argentina, que será a primeira linha de produção da empresa fora do País. Até junho, empresa abrirá também mais um centro de distribuição na Europa. “Outra ação que será colocada em prática neste ano está focada na aplicação de soluções regionalizadas para mercados específicos. O foco será no mercado europeu” revela o executivo. Com 3 mil colaboradores e capacidade instalada de 18 mil toneladas/mês, a empresa tem

como carro-chefe as bandas pré-moldadas para reforma de pneus de carga. “O Brasil é transportado por caminhões e ônibus, sendo o segundo maior mercado de reforma de pneus do mundo, atrás apenas dos Estados Unidos. Então, é natural que os produtos para este segmento sejam os mais procurados”, explica o diretor. De acordo com a Associação Brasileira do Segmento de Reforma de Pneus (ABR), mais de nove milhões de pneus de ônibus e caminhões são recolocados no mercado anualmente no Brasil, gerando uma economia de R$ 7 bilhões. O gasto de empresas que optam pela reforma chega a ser 60% inferior ao valor de um pneu novo. Para de Luca, o Brasil vem ganhando competitividade no setor. Em 2013, houve uma entrada de caminhões no mercado brasileiro muito superior ao crescimento do PIB, pois havia uma demanda reprimida de 2012.


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