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ViolênciA

2JORNAL DO AVE 3 DE março DE 2022 www.JORNALDOAVE.pt

AtuAlidAde

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// Vila Nova de Famalicão

Ministério Público abriu inquérito sobre agressões no Hospital de Famalicão

PSP garante ter já identificado a maioria dos autores das agressões, levadas a cabo por um grupo de pessoas, cerca de 15, nas urgências da unidade de Famalicão do Centro Hospitalar do Médio Ave. O Ministério Público confirmou a abertura de um inquérito.

O caso das agressões a profissionais de saúde no Hospital de Famalicão, fez esta terça-feira uma semana, encontra-se em investigação no DIAP da Procuradoria da República da Comarca de Braga. Foi durante a madrugada que se deu a invasão do serviço de urgência do Hospital de Famalicão.

Segundo o que foi relatado pelo presidente do Sindicato dos Enfermeiros, Pedro Costa, – que na sequência deste caso pediu que a violência contra profissionais passe a ser crime público, repto feito também pela bastonária da Ordem dos Enfermeiros – o ataque à equipa deu-se depois de um utente ter recusado inscrição para ser atendido, protestando por não ser observado de imediato. Seguiram-se agressões por parte de membros de uma família, em que terão participado cerca de 15 pessoas. “Durante 45 minutos, o serviço de urgência do Hospital de Famalicão foi tomado por 15 pessoas que fizeram o que entenderam. Isto põe em causa a liberdade de todas as pessoas”, descreveu Pedro Costa, questionando também a demora na intervenção da PSP, dado que, no local, estava um segurança, também agredido, e até à chegada da polícia terá passado quase uma hora.

Um dos enfermeiros, agredido com uma barra de suporte de soro, ficou com a boca aberta e a cabeça partida, tendo havido outros dois feridos, entre eles uma enfermeira de 62 anos.

A ministra da Saúde repudiou as agressões e garantiu que as equipas estão a receber apoio psicológico.

Na sequência deste incidente, o presidente da Câmara Municipal de Vila Nova de Famalicão reuniu com membros do Conselho de Administração do Centro Hospitalar do Médio Ave (CHMA) e responsáveis pela PSP e reivindicou “o reforço de meios e uma maior articulação entre as forças policiais do concelho”, nomeadamente a PSP, a GNR e a Polícia Municipal.

Em declarações à comunicação social, Mário Passos referiu que a escassez de recursos da PSP foi um dos assuntos levantados no encontro, contingência que “não pode ser ignorada pela Administração Central”, mas que pode ser minimizada pela existência de “um protocolo de interação” que assegure uma maior cooperação entre as várias forças policiais.

“A existência de um plano de ação bem definido para situações de gravidade extrema como a que assistimos esta semana no hospital garantiria, certamente, uma resposta mais musculada e eficaz”, disse o autarca, sensibilizando para a importância das instâncias superiores refletirem sobre estes aspetos.

Recorde-se que o quartel da GNR fica “a dois minutos a pé” do hospital, mas, como a ocorrência foi na cidade, apenas foi chamada a PSP, que apesar de também estar perto do hospital, terá demorado 45 minutos a chegar, alegadamente por falta de efetivos. Quando chegaram, os agressores já se tinham posto em fuga.

EnfErmEiro ficou gravEmEntE fErido na sEquência das agrEssõEs

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www.JORNALDOAVE.pt 3 de março de 2022 JORNAL DO AVE 3

AtuAlidAde

// Santo Tirso

Mais de 250 mil vacinas já foram administradas em Santo Tirso e Trofa

Dois terços dos utentes de Santo Tirso e da Trofa já receberam a dose de reforço da vacina contra a Covid-19. Desde o início do processo de vacinação, já foram administradas mais de 250 mil vacinas nos dois concelhos, segundo dados divulgados pelo diretor do ACES.

CÁtiA VelOSO

O Agrupamento de Centros de Saúde (ACES) Santo Tirso/Trofa já administrou mais de 250 mil vacinas contra a Covid-19. De acordo com Nuno Carvalho, diretor do ACES, a percentagem da população com mais de 18 anos com a dose de reforço já superava os 60%, no início de fevereiro.

Em entrevista ao NT, Nuno Carvalho explicou que esta percentagem tem que ter em conta a margem de utentes “elegíveis” para receber a inoculação de reforço, uma vez que, em janeiro, houve milhares de pessoas nos dois concelhos a testar positivo à Covid-19 e, portanto, a ficar, temporariamente, fora dos convocados para a vacinação. O mesmo acontece com os utentes que receberam a segunda dose, recentemente.

“Se pensarmos, à data, em população elegível, temos 77,8% de utentes com mais de 18 anos com a dose de reforço, ou seja, estamos muito próximos daquele número mágico que sempre se indicou dos 85%”, sublinhou, sem deixar de vaticinar o horizonte dos 90%, percentagem que considera possível atingir no universo do ACES.

Essa meta é aquela que, segundo Nuno Carvalho, já terá sido atingida no primeiro processo de vacinação, ou seja, com as duas doses da Moderna ou Pfizer ou a dose da Janssen.

Relativamente à vacinação das crianças entre os cinco e os 12 anos, considerando os dois primeiros momentos de inoculação para esta faixa etária, houve “em números redondos, 5800 crianças vacinadas”, ou seja, “cerca de 65% desta população tem, pelo menos, a primeira dose”, declarou Nuno Carvalho.

Apesar das maiores reservas na vacinação nestas idades, entre tutores e alguma da classe médica, o diretor do ACES também é otimista quanto à taxa de cobertura a curto prazo: “Achamos que iremos chegar ao intervalo entre 85% e 90% de vacinados”. “Gosto de acreditar que, através das crianças, poderemos ter aqui uma pequena revolução no que diz respeito às vacinas, tal como tivemos, há uns anos, com os resíduos. Eu não aprendi a separar

“Há uma parte residual da nossa população que não fez a vacina. Ela não é obrigatória e, como tal, ninguém pode ser obrigado a tomá-la, no entanto, numa lógica de cidadania e num princípio da defesa da saúde pública, é a nossa opinião e, em particular, a minha, que deveremos ser vacinados”

resíduos, no meu tempo não havia verdes, nem azul, nem amarelo, havia lixo. E foram os meus filhos que acabaram por trazer da formação que iam tendo, esta preocupação ambiental de haver uma separação correta dos resíduos. Com a vacinação, poderá ser o mesmo, já que, aqui não se trata de riscos, porque temos uma Agência Europeia do Medicamen-

Diretor Do ACeS fAz bAlAnço poSitivo Do proCeSSo De vACinAção

to que nos assegura que as vacinas são seguras para utentes a partir dos cinco anos. Situações anómalas vão acontecer sempre, mas se não houvesse vacinas, às tantas, haveria situações muito mais complexas e nós temos muitos miúdos a passarem, também, por internamentos depois de ficarem infetados com a Covid-19”, postulou.

Casa aberta “tem vantagens e desvantagens”

Com uma realidade “muito próxima” da do universo da Administração Regional de Saúde do Norte (ARSN), o ACES Santo Tirso/Trofa conta com dois centros de vacinação, um na Trofa, com capacidade para administrar 350 vacinas por dia e outro em Santo Tirso, com capacidade instalada de 650 inoculações diárias. Limites que, em determinados períodos foram, largamente, ultrapassados. “Houve dias em que administramos cerca de mil vacinas, em Santo Tirso, e na Trofa chegámos, às vezes, 550”, referiu Nuno Carvalho, que atribui este feito “ao esforço e empenho de uma equipa que corre atrás deste problema há mais de um ano”. “Muitas vezes, também fruto da idiossincrasia da população portuguesa, quem chega lá vem para resolver o seu próprio problema e esquece-se que, do lado de dentro da vacinação, estão pessoas que também têm família e os seus problemas. Não somos perfeitos,

“A grande vantagem que vejo no processo vacinal é que diminuiu, claramente, a letalidade nos infetados. Se, o ano passado, a população idosa seria a que mais recorria aos serviços hospitalares devido às suas comorbilidades, neste momento, há uma inversão e já há gente mais nova sem comorbolidades também, a passarem menos bem quando são infetados”.

tentamos sê-lo, e temos tido bons resultados, mas temos a perceção das nossas limitações e do cansaço que as equipas estão a passar”.

Diariamente, estão mobilizados nos centros de vacinação “entre 25 a 30” profissionais de saúde do ACES, incluindo o pessoal afeto às autarquias e às equipas de voluntários, como bombeiros e outras associações. A modalidade de “casa aberta” banalizou-se, mas, segundo Nuno Carvalho, não traz só vantagens. “O controlo da população que vem tem uma marcação versus a população que aparece de forma inopinada, às vezes, pode criar algumas tensões, sobretudo quando alguém que agendou, atempadamente, é preterido em cinco ou seis minutos por alguém que apareceu lá e que tinha disponibilidade para o fazer. Ora, isto não nos permite ter um planeamento mais assertivo, daí termos dias em que temos alguns congestionamentos”, explicou.

Covid-19: 2000 casos em Famalicão, menos de mil em Santo Tirso

De 10 a 23 de fevereiro, foram contabilizados em Vila Nova de Famalicão 2029 casos de Covid-19. Em Santo Tirso, testaram positivo ao novo coronavírus 983 pessoas.

Os dados constam do relatório de 25 de fevereiro da Direção-Geral da Saúde e indicam que se mantém a descida da incidência, uma vez que, no período anterior (de 3 a 16 de fevereiro), testaram positivo 4711 pessoas (mais 2682 do que no período mais recente) em Famalicão e 2050 em Santo Tirso (mais 1067).

Atualmente, a taxa de incidência famalicense situa-se nos 1541 casos por 100 mil habitantes e em Santo Tirso é de 1445/100 mil.

Na Trofa, foram contabilizados, de 10 a 23 de fevereiro, 733 casos de Covid-19. No período anterior (de 3 a 16 de fevereiro), testaram positivo 1526 pessoas (mais 793).

Atualmente, a taxa de incidência situa-se nos 1908 casos por 100 mil habitantes.

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4JORNAL DO AVE 3 DE março DE 2022

AtuAlidAde

// Vila Nova de Famalicão www.JORNALDOAVE.pt

Famalicão no “bom caminho” para a sustentabilidade

Através de uma análise feita pelo Centro de Estudos e Sondagem de Opinião (CESOP) da Universidade Católica, Vila Nova de Famalicão ficou a saber que está mais acelerado que o País na corrida pela concretização dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). Na conferência de imprensa em que se ficou a saber, pormenorizadamente, a posição do concelho neste processo, Mário Passos, presidente da autarquia, anunciou que está a ser desenvolvido um “Plano Estratégico, Famalicão.30, que terá um conjunto de planos de ação, para priorizar os objetivos do

concelho”. ANA iSABel FeRNANdeS/ CÁtiA VelOSO

O Índice de Sustentabilidade Municipal (ISM) de Vila Nova de Famalicão parte de uma análise que permite obter o diagnóstico do território concretizado em cada um dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável definidos pela ONU.

Através da recolha de dados municipais – grande parte através do Instituto Nacional de Estatística (INE), PORDATA e de alguns organismos do Estado e organizações privadas -, o CESOP concluiu que o município apresentou, em 2021, um ISM de 69,5%, acima da média nacional (67,5%), da região Norte (66,1%), da região do Ave (67,8%) e à dos municípios comparáveis (66,6%).

Considerando os dados de 2019 e 2020, Famalicão revelou evolução, já que, há três anos, apresentava um grau de cumprimento dos ODS de 67,8% e, em 2020, de 69,1%.

Na conferência de imprensa realizada a 15 de fevereiro, Mário Passos mostrou-se satisfeito com os resultados. “Famalicão evidenciou que está muito bem colocado, mas acho que temos muito potencial para subirmos alguns patamares”, acrescentou o autarca, abrindo caminho para o anúncio do lançamento do Plano Estratégico Famalicão.30, com vista a consolidar o ISM com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, com o recurso a um conjunto de planos de ação.

Sobre o ISM de 2021, de acordo com o estudo realizado, o CESOP concluiu que os ODS de Saúde de qualidade; das energias renováveis e acessíveis e da paz, justiça e instituições eficazes são os três em que o município conseguiu obter um melhor desempenho.

ODS 7: Energias Renováveis e Acessíveis

No ODS relativo a energias renováveis e acessíveis, Vila Nova de Famalicão atingiu um índice de 89,7%, mas não está a realizar progressos significativos para as metas 2030. Prova disso é que só existe um indicador em que atingiu o objetivo 2030, que é “consumo de energia elétrica para iluminação das vias públicas e iluminação interior de edifícios do Estado”, constante da meta “duplicar a taxa global de melhoria da eficiência energética”.

ODS 3: Saúde de qualidade

No ODS número três, saúde de qualidade, Vila Nova de Famali-

Índice coloca Famalicão mais bem colocado na evolução dos ods do que o PaÍs

cão atingiu um índice de 85,2%. Está, segundo o CESOP, mais bem colocado que o País e as restantes regiões, e com evolução positiva para a concretização das metas a atingir em 2030. Aliás, neste ODS, o concelho já atingiu oito propósitos para 2030, que constam no cumprimento dos indicadores das metas que se referem à redução da taxa de mortalidade materna global e fim das mortes evitáveis de recém-nascidos e crianças menores de cinco anos, redução da mortalidade prematura por doenças não transmissíveis via prevenção. Já no tratamento e promoção da saúde mental e o bem-estar, dividida em dois indicadores, Famalicão atingiu já o objetivo 2030 estabelecido para a “taxa de mortalidade (30-70 anos) atribuída a doenças do aparelho circulatório, tumores malignos, diabetes mellitus e doenças crónicas respiratórias por cem mil habitantes”, mas está longe dos resultados pretendidos para a “taxa quinquenal de mortalidade por lesões autoprovocadas intencionalmente (suicídio) por cem mil habitantes”, meta em que obteve uma progressão negativa.

O município chegou também ao objetivo definido para 2030 relativa a “envenenamento (intoxicação) acidental por drogas, medicamentos e substâncias biológicas”, constante na meta para redução substancial do número de mortes e doenças devido a químicos perigosos, contaminação e poluição do ar, água e solo.

Por fim, na meta “aumentar substancialmente o financiamento da saúde e o recrutamento, desenvolvimento, formação, e retenção do pessoal”, o município atingiu o indicador relativo a “principais profissionais de saúde por especialidade, nas proporções de farmacêuticos e dentistas”.

ODS 16: “Paz, Justiça e Instituições eficazes” O município obteve uma média de 81,4% no ODS 16, mas o relató-

Famalicão assume compromisso 2.0 para a Igualdade

A promoção da igualdade de género e de oportunidades, a capacitação da comunidade e colaboradores do Município, a sensibilização das instituições públicas e organizações do setor privado e dos munícipes em geral, para as questões relacionadas com a igualdade, são objetivos gerais que vão ser prosseguidos no concelho famalicense no âmbito do Plano Municipal para a Igualdade e Não Discriminação (PMIND), que vai vigorar no concelho até 2025. O documento foi aprovado a 24 de fevereiro, em reunião de Câmara.

O PMIND é um recurso que resulta de um diagnóstico elaborado no concelho com a participação e envolvimento ativo de entidades locais, que, em parceria com o Município de Vila Nova de Famalicão, aceitaram o desafio de conceber uma estratégia comum em matéria da igualdade.

O plano aponta para a aplicação de cerca de 30 medidas, das quais se destacam a eliminação das barreiras arquitetónicas dos edifícios públicos, a adaptação de placas de informação para braile, a disponibilidade de atendimento em língua gestual, a criação do prémio «+ Igual», que permitirá distinguir projetos inovadores na área da promoção da igualdade, a criação de um banco de ajudas técnicas para os cidadãos portadores de deficiência e o desenvolvimento de amplas campanhas de sensibilização para a temática. Refira-se que o primeiro PMIND foi implementado entre 2016 e 2020, sendo esta a segunda edição. Este projeto é promovido pela Câmara Municipal de Vila Nova de Famalicão, no âmbito da Tipologia Operações 1.06 – Apoio técnico à elaboração e monitorização da execução e avaliação dos planos para a igualdade do POISE – Programa Operacional Inclusão Social e Emprego, financiado pelo Fundo Social Europeu (FSE) e pelo Estado Português, sendo a CIG – Comissão para a Cidadania e Igualdade de Género, o organismo intermédio.

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rio indica que Famalicão tem de percorrer um longo caminho para atingir as metas definidas para 2030. Na meta “garantir que a tomada de decisão, a todos os níveis, é responsável, inclusiva, participativa e representativa”, o indicador “distribuição dos cargos públicos dos municípios por género” é o único objetivo atingido para a meta 2030.

Longe dos propósitos para o fim da década encontram-se todos os indicadores das metas “reduzir significativamente todas as formas de violência e as taxas de mortalidade com elas relacionadas, em todos os lugares” e “promover o Estado de Direito, ao nível nacional e internacional, e garantir a igualdade de acesso à justiça para todos”.

Os ODS menos bem cotados

Com os resultados obtidos pela GESOP, constata-se que os ODS com um pior desempenho são o da erradicação da fome e o do trabalho digno e desenvolvimento económico.

Vila Nova de Famalicão obteve uma média de 27,5% no ODS “erradicar a fome”, à semelhança da região do Ave, estando abaixo da média nacional (49%).

Este baixo resultado pode causar alguma dúvida, mas a verdade é que, para além da erradicação da fome, este ODS abrange também metas relacionadas com a segurança alimentar, melhoramento da nutrição, redução da obesidade e promoção da agricultura sustentável.

A região Norte obteve uma média de 17% no que diz respeito à obesidade na população com menos de 18 anos. O único dado atribuído ao município de Famalicão é o indicador da proporção de produtores e preparadores agrícolas biológicos, com a indicação de que o município não está a realizar progressos significativos para as metas 2030.

No ODS “Trabalho Digno e Crescimento Económico”, o concelho conta com um índice de 57,4%, a mais baixa em comparação com a média nacional (63,4%) e as regionais. Este objetivo engloba a promoção do crescimento económico sustentado, inclusivo e sustentável, emprego pleno e produtivo e trabalho decente para todos.

Ainda que seja um ODS com baixo desempenho, Famalicão já atingiu as metas para 2030 relacionadas com a taxa de desemprego, obtendo uma taxa de 5,5%, tendo em conta que o objetivo para 2030 é de 6,1%. No que diz respeito a estabelecimentos de intermediação monetária e caixas multibanco por dez mil habitantes, o município ainda tem um longo caminho a percorrer para alcançar o objetivo previsto.

O que são os ODS?

A 1 de janeiro de 2016, entrou em vigor a Agenda para 2030 para o Desenvolvimento Sustentável (ADS). A ADS conta com 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) propostos pela Organização das Nações Unidas (ONU), idealizados especificamente para um mundo e futuro melhores, que mais não são do que “uma lista de coisas a fazer em nome dos povos e do planeta e um plano para o sucesso”, afirma Ban Ki-moon, então secretário geral da ONU.

Os 17 ODS estabelecidos são concretizados em 169 metas, que, por sua vez, se sustentam em 252 indicadores, aprovados, em 2017, pela Assembleia Geral das Nações Unidas.

Os 17 ODS são: erradicar a pobreza; erradicar a fome; saúde de qualidade; educação de qualidade; igualdade de género; água potável e saneamento; energias renováveis e acessíveis; trabalho digno e crescimento económico; indústria, inovação e infraestruturas; reduzir as desigualdades; cidades e comunidades sustentáveis; produção e consumo sustentáveis; ação climática; proteger a vida marinha; proteger a vida terrestre; paz, justiça e instituições eficazes; parcerias para a implementação dos objetivos.

Os objetivos anunciados e as metas que advêm deles tencionam estimular a ação para a década, em áreas de importância crucial para a humanidade e para o planeta, denominadas 5P’s (Pessoas, Planeta, Prosperidade, Paz e Parceria) e em quatro dimensões que representam as quatro esferas da sociedade que devem estar associadas para assegurar um futuro sustentável: governança, economia, social e ambiente (GESA).

3 de março de 2022 JORNAL DO AVE 5

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// Vila Nova de Famalicão

Famalicão abre caminho para uma indústria sustentável

“Apoiar a transformação para uma indústria sustentável” é o compromisso de Vila Nova de Famalicão ao integrar uma rede europeia, que inclui cidades de Espanha, Alemanha e França. ANA

iSABel FeRNANdeS/CÁtiA VelOSO

Vila Nova de Famalicão é a única cidade portuguesa a aderir à rede europeia de Cidades para a Indústria Sustentável. A proposta de adesão a este manifesto foi aprovada na última reunião do executivo municipal e a sua formalização deu-se no dia 2 de março, num encontro online que contou com a participação das várias cidades envolvidas e de representantes da Comissão Europeia, do Parlamento Europeu, do Comité das Regiões, e da Rede Eurotowns.

As outras cidades envolvidas no projeto são Baracaldo (Espanha), Detmold (Alemanha), Sindelfingen (Alemanha), Boblingen (Alemanha) e Sain Nazaire (França).

O manifesto junta estas cidades que se comprometem a apoiar a transformação para uma indústria sustentável, com recursos, tecnologias e processos mais eficientes, a estimular a cooperação entre as cidades e os principais atores do setor, a estabelecer partilhas e relações de aprendizagem e a apoiar projetos urbanos e industriais que promovam os objetivos de sustentabilidade da União Europeia (UE). “Através deste manifesto desejamos dar um apoio especial à nossa indústria, líder em inovação e sustentabilidade, e exigir da UE um compromisso e apoio francos que contribuam para o objetivo de termos uma indústria forte e que respeite a neutralidade carbónica, reforçando simultaneamente a sua competitividade em condições equitativas no mercado global”, pode ler-se no documento oficial.

Esta nova Estratégia Industrial da UE procura ser inovadora tendo em conta a sua anterior política industrial, definindo uma variedade de ações para apoiar todos os players da indústria europeia, incluindo grandes e pequenas empresas, startups inovadoras, centros de investigação, prestadores de serviços, fornecedores e parceiros sociais.

De relembrar que a autarquia definiu uma Estratégia de Diplomacia Urbana para a Internacionalização de Vila Nova de Famalicão – Famalicão Alliance, através do qual assumiu como ponto de partida a integração em redes internacionais de cooperação, promovendo a comunicação da identidade de Famalicão assente nas suas marcas distintivas.

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Programa Nutre Jovem chega a mais de mil alunos

O programa municipal Nutre Jovem tem percorrido todas as escolas de Vila Nova de Famalicão. As sessões da 3.ª edição deste projeto envolvem mais de mil alunos, com idades entre os nove e os 18 anos, que frequentam o 2.º e 3.º ciclo de escolaridade.

As reuniões deste programa focam-se em sensibilizar e educar toda a comunidade escolar para a alimentação mais amiga da saúde.

Para isso, a nutricionista Carolina Araújo tem capacitados os jovens através da exploração de temas como a leitura de rótulos, alimentação saudável e sustentabilidade, através de ações dinâmicas como jogos de quizz e uma avaliação de conhecimentos, que se verificou “positiva”, adiantou fonte da Câmara Municipal de Vila Nova Famalicão.

O Programa Nutre Jovem surgiu, em 2020, após três anos de trabalho próximo com os jovens do concelho, com acompanha-

Programa muniCiPal tem PerCorrido as esColas do ConCelho

mento nutricional realizado através de consultas de gratuitas, na Casa da Juventude.

Com a finalidade de levar a iniciativa a um maior número de pessoas foi, então, criado o Programa Nutre Jovem, que engloba sessões de esclarecimento e prevenção abertas à comunidade jovem em geral.

Ao longo do mês de fevereiro, foram realizadas cerca de 50 sessões com a comunidade escolar.

Para mais informações, os interessados podem consultar http:// www.juventudefamalicao.org/.

Famalicão promove interação de famílias com crianças ou jovens “especiais”

EB 2/3 Ribeirão recebe prémio por criar lancheira “amiga do ambiente”

No ano letivo de 2020/2021, uma das turmas do 7.º ano do Agrupamento de Escolas de Ribeirão decidiu lançar-se no Concurso Escola Amiga da Criança, arrecadando o 1.º lugar da 4.ª edição da iniciativa da conjunta da CONFAP (Confederação Nacional das Associações de Pais), da LeYa e do psicólogo Eduardo Sá.

O projeto que conquistou o júri do concurso consiste num “polímero biodegradável” em forma de lancheira reutilizável, capaz de ter compartimentos para diferentes alimentos, combatendo o desperdício de alimentos e de plástico.

“Pick Me-Your sustainable choice”, como é denominada a proposta vencedora, é descrita como “uma abordagem inovadora, inclusiva, democrática e comunitária à promoção de hábitos alimentares saudáveis”. Para a sua execução, os estudantes e professores contaram com a ajuda da escola profissional Forave, de diversos agentes económicos, como a Continental e Resinorte, e de variadas empresas do setor alimentar de Famalicão.

O projeto ainda potenciou a monitorização dos lanches dos alunos ao longo do ano por parte de nutricionistas da Faculdade de Ciências da Nutrição e Alimentação da Universidade do Porto para promover uma alimentação mais saudável, elaborando, assim, um guia de lanches escolares saudáveis com produtos alimentares produzidos localmente.

A diretora do Agrupamento de Escolas, Elsa Carneiro, afirma que “o prémio arrecadado é motivo de orgulho”, mas também “um bom exemplo de como com o envolvimento da comunidade” é possível construir “projetos de valor e com reconhecimento”.

O Agrupamento já detém a patente desta lancheira e está a analisar uma possível produção em maior escala. T.J./C.V.

Projeto do Centro reCursos eduCativos de FamaliCão

O novo projeto do Centro de Recursos Educativos de Famalicão, o InterAGE, arrancou no dia 21 de fevereiro e tem como objetivo juntar diversas famílias de crianças ou jovens com necessidade especiais e fazer com que estes partilhem as suas experiências e dúvidas.

A primeira sessão foi dedicada ao tema “O meu filho tem autismo. E agora?”, que colocou no centro do debate cinco famílias, que, segundo a autarquia famalicense saíram deste encontro “com um elevado grau de satisfação” e com “sentimento de pertença”, pelo facto de 'todos falarem a mesma língua'”.

“O balanço foi de tal forma positivo que ficou estabelecido que estes encontros passarão agora a quinzenais”, fez saber a edilidade, que já anunciou o tema da próxima sessão, “O meu filho tem uma síndrome rara! E agora?”

No final da próxima iniciativa será lançado um tema para abordar na seguinte, sendo que há já uma sessão que tem como assunto síndromes raras, facto pelo qual o projeto InterAGE! Está, neste momento, a identificar famílias com filhos com esta condições, no concelho de Vila Nova de Famalicão.

T.J./C.V.

Centro Escolar de Ribeirão festeja Carnaval

Sexta-feira, 25 de fevereiro, foi um dia especial para as centenas de crianças do Centro Escolar do Ribeirão, que deram alegria e cor às ruas da vila ribeirense. Mais de 300 crianças, do pré-escolar ao 4.º ano, professores, auxiliares e associação de pais, mascararam-se e percorreram as principais ruas da freguesia, espalhando alegria e animação.

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