Jornal do Ave nº 191

Page 1

PUB

www.jornaldoave.pt

19 de novembro DE 2020 JORNAL DO AVE

1

Quinzenário 19 de novembro de 2020 Nº 191 Ano 6 | Diretora Magda Machado de Araújo | 0,70 €

04 e 05 R estauração

03 Covid -19

Funcionários de câmaras municipais entregam refeições ao domicílio durante o recolher obrigatório 11 Atualidade

Santo Tirso recusa competências na Saúde e Educação devido a financiamento “insuficiente” 16 Atualidade

Fc Vilarinho abre conta solidária após incêndio 6 Saúde

O que vai na alma dos nossos “soldados” na guerra “pandémica”

Casos covid-19 sobem muito em Famalicão e santo tirso PUB

OPJ VAI DOTAR vILA DAS AVES E mONTE cÓRDOVA DE PARQUES DeSPORTIVOS


2

JORNAL DO AVE 19 de novembro DE 2020

www.jornaldoave.pt

Atualidade

// Santo Tirso

Câmara cria novo centro de rastreio e linha de apoio para marcação de testes Face à escalada do número de casos Covid-19 no concelho, a Câmara Municipal de Santo Tirso robusteceu as medidas de combate à propagação do novo coronavírus. Entre as novas diligências estão a criação de um novo centro de rastreio e disponibilização de uma linha de apoio para a marcação de testes. CÁTIA VELOSO O crescimento do número de casos de infeção por Covid-19 obrigou ao reforço das medidas de combate à pandemia, já visível em Santo Tirso com um terceiro centro de rastreio, localizado na Praça 25 de Abril, junto à Câmara Municipal, e que complementa a atividade das outras estruturas montadas no parque de estacionamento da Estação de Santo Tirso (antes a funcionar na Escola S. Rosendo) e no parque de estacionamento do Centro de Saúde de Santo Tirso. A funcionar em regime de “drive-thru” - o teste é realizado sem ter que sair de dentro do automóvel, mas também pode ser feito por acesso pedonal -, o novo centro de rastreio “funciona por marcação” e tem uma capacidade de realização de “150 testes diários”, anunciou a autarquia, a 9 de novembro, dia em que a estrutura começou a operar. Está aberto de segunda-feira a sábado, das 9h00 às 17h00, e aos domingos das 10h00 às 16h30 e as marcações são obrigatórias, podendo ser efetuadas através dos contactos telefónicos 910 239 739

ou 910 239 782, ou ainda do email covid19.cmsantotirso@germanodesousa.com. À semelhança do primeiro centro de testes à Covid-19 em Santo Tirso, este nasceu de uma parceria da Câmara Municipal com o Laboratório Germano de Sousa, sob a coordenação da Administração Regional de Saúde do Norte. Esta valência é, para o edil tirsense Alberto Costa, “mais uma ajuda no combate à pandemia”, que, atualmente, tem bastante expressão no concelho. Entretanto, a 16 de novembro, a autarquia, numa medida articulada com as 14 juntas de freguesia do concelho, lançou uma linha de apoio para a marcação de testes nos dois centros de rastreio do Laboratório Germano de Sousa, de forma a “diminuir os tempos de espera”. “Todos os utentes que pretendam fazer marcações podem recorrer a uma linha telefónica dedicada”, disponível através do número 252 830 415, ou, em alternativa, aos contactos telefónicos “da junta de freguesia da zona de residência”, explicou a edilidade, que confirmou “alguns constrangimentos nas marcações de testes, principalmente por falta de pessoal dedicado”. “Percebemos que, em conjunto com as juntas de freguesia, podíamos ajudar e libertar os profissionais de saúde para tarefas mais importantes”, detalhou o presidente da Câmara Municipal de Santo Tirso, salientando que “esta é uma medida simples que vai permitir tornar

T erceiro posto de testagem em Santo T irso já está em funcionamento o serviço mais célere”. As marcações podem ser feitas de segunda a sexta-feira, das 9h00 às 17h30, e os utentes devem facultar o nome, data de nascimento, número de utente, morada, telefone e informação sobre a prescrição médica. Quem não tiver prescrição médica, também pode solicitar a marcação do teste, mediante o pagamento da taxa aplicada para o efeito. Proteção Civil apoia e reforça mensagem junto da população As campanhas de sensibilização e fiscalização estão a ser “reforçadas” em “todo” o território do concelho de Santo Tirso, para que se cumpra as “novas regras impostas” pelo Governo aos con-

celhos de maior risco de propagação da Covid-19. Com uma taxa de incidência de 2154 casos por 100 mil habitantes, muito acima daquela que foi referenciada como de risco elevado (240), Santo Tirso aperta a “malha” para tentar travar as cadeias de transmissão, num trabalho liderado pela Câmara Municipal, que conta com a “estreita colaboração” dos agentes da proteção civil, como a GNR e a PSP. “Sensibilizar e fiscalizar o cumprimento de regras como o uso de máscara; a taxa de ocupação, o distanciamento social e horário de encerramento dos estabelecimentos comerciais; ou mesmo dispersar concentrações superiores a cinco pessoas, são algumas das ações que estão a ser reforçadas

em todo o concelho, desde a entrada em vigor das novas imposições resultantes da Resolução do Conselho de Ministros de 2 de novembro”, explicou a autarquia. Considerando também que o papel de “cada um” pode “fazer a diferença”, o presidente da edilidade, Alberto Costa, salientou a importância de os munícipes adotarem um “comportamento exemplar, cumprindo, escrupulosamente, as regras de higienização e distanciamento e reduzindo os contactos sociais”. As ações visam, não só os estabelecimentos comerciais e de restauração, mas também os espaços públicos ao ar livre, os locais de acesso aos transportes públicos e as feiras semanais.

e-mail: jsto@net.sapo.pt http://josesarmento. blogspot.pt https://www.facebook.com/sarmentojose http://sarmento-news.blogspot.pt


www.jornaldoave.pt

19 de novembro DE 2020 JORNAL DO AVE

3

Atualidade

Casos de Covid-19 sobem muito em Famalicão e Santo Tirso Santo Tirso e Vila Nova de Famalicão estão entre os concelhos da esfera da Administração Regional de Saúde do Norte com maior crescimento do número de casos de Covid-19. Da primeira semana de novembro para a segunda, o número de infeções cresceu 46 por cento em Famalicão e 7,36 por cento em Santo Tirso. CÁTIA VELOSO A situação agrava-se a cada semana que passa e o Vale do Ave é uma das regiões que regista maior propagação do novo coronavírus e incapacidade de controlar as cadeias de transmissão. Esta segunda-feira, depois de vários dias sem detalhar a situação epidemiológica dos concelhos, a Direção-Geral da Saúde apresentou os dados, mas, em vez do número de novos casos registados, revelou a taxa de incidência, que mais não é do que o número de novos casos por 100 mil habitantes, no período de 15 dias. Os dados apresentados pela DGS referem-se ao período de 28 de outubro a 11 de novembro, e colocam os concelhos de Santo Tirso e Vila Nova de Famalicão

como dos piores do País. Entretanto, o JA teve acesso à lista da Administração Regional de Saúde do Norte (ARSN ), que está mais atualizada, e que revela que, de 1 de 14 de novembro, o concelho de Santo Tirso registou uma taxa de incidência de 2154,1 novos infetados por 100 mil habitantes, devido aos 1466 casos registados ao longo dessas duas semanas. Já Vila Nova de Famalicão, com uma taxa de incidência de 1685,2 infeções por 100 mil habitantes, registou 2219 casos na primeira quinzena de novembro. Face a este cenário, os dois concelhos situam-se, respetivamente, no 9 e 10.º lugares dos concelhos, na esfera da ARSN, com maior taxa de incidência. Acima estão os concelhos de Fafe, Freixo Espada à Cinta, Penafiel, Felgueiras, Guimarães, Paços de Ferreira, Vizela e Lousada. Os três últimos com taxas de incidência superiores a três mil casos por 100 mil habitantes. Perante estes números, vamos à taxa de crescimento dos contágios, tendo em conta o número de casos da primeira semana

// Região

Concelhos registam taxa de incidência superior ao limite que determina risco máximo de contágio do mês e o da segunda. Ora, em Santo Tirso, com 707 casos, de 1 a 7 de novembro, e 759, de 8 a 14 de novembro, houve um aumento de 7,36 por cento do número de novas infeções, enquanto em

Vila Nova de Famalicão, a taxa de co de propagação – taxa de incicrescimento cifrou-se nos 46 por dência igual ou superior a 240 cacento (902 na primeira semana e sos por 100 mil habitantes – estes municípios, assim como outros 1317 na segunda). Uma vez que se encontram na 189, encontram-se obrigados a lista de concelhos com maior ris- medidas suplementares de restrição para conter a propagação dos contágios, como o recolher obrigatório a partir das 23h00, de segunda a sexta-feira, e a partir das 13h00, ao fim de semana. Entretanto, esta semana, soube-se que o Governo estuda a possibilidade de decretar medidas diferenciadas aos concelhos de maior risco, numa lógica de três graus: entre 240 a 480 novos casos a 14 dias por 100 mil habitantes; entre 480 e 960 e acima de 960 novas infeções. “A situação do país é complexa e grave. Os patamares são seguidos internacionalmente. Estamos a ouvir todos os peritos para tomar as medidas o mais proporcionais possíveis”, explicou Marta Temido, ministra da Saúde. Estas hipóteses estarão em cima da mesa do próximo Conselho de Ministros, marcado para esta quinta-feira. Frisando que o Governo “tudo fará para não tomar a medida” de novo confinamento total, Marta Temido referiu, “em termos sociais, económicos e psicológicos”, o país não terá condições para responder a “uma solução com essa radicalidade”.


4

JORNAL DO AVE 19 de novembro DE 2020

www.jornaldoave.pt

Atualidade

// Região

Centro Hospitalar quer novo edifício Covid-19 pronto na próxima semana A administração do Centro Hospitalar do Médio Ave (CHMA) pretende inaugurar, durante a próxima semana, o edifício de apoio à urgência da unidade de Vila Nova de Famalicão, que está a ser construído para acolher doentes Covid. Face à “a previsão” de agravamento da situação epidemiológica dos concelhos que o CHMA serve – Vila Nova de Famalicão, Santo Tirso e Trofa -, António Barbosa, presidente do conselho de administração do CHMA, revelou que estão a ser feitos “esforços” para “acelerar a conclusão desta obra”, que terá uma lotação máxima de 40 doentes. “Este edifício está, basicamente, dividido em dois, um para a urgência pediátrica e outro para a urgência de adultos, tendo, no meio, os consultórios e salas para se fazer o diagnóstico e dar início às terapêuticas. David Silva, adjunto da direção clínica do CHMA, admitiu a importância deste edifício para “melhorar as condições físicas e de separação dos doentes”, numa altura em que já se regista “sobrelotação do serviço de urgência” e necessidade de se transferir doentes para outros hospitais do País. Destas unidades, já houve doentes transferidos para Coimbra e Leiria, por exemplo. “É imperativo que se comecem a criar condições para o que vai acontecer que é o aumento ainda maior nos próximos meses”, frisou. Segundo os responsáveis, entre “30 a 40 por cento” dos doentes que dão entrada nas unidades do Centro Hospitalar testam positivo à Covid-19.

O CHMA contratou, nos últimos meses, cerca de 60 profissionais para responder à situação pandémica, contando, atualmente com 95 pessoas internadas. O novo edifício, com uma área aproximada de 400 metros quadrados, que reforça a resposta da urgência de Famalicão nasce de um investimento da autarquia municipal de 150 mil euros. “Trata-se de um esforço financeiro, que a Câmara Municipal faz em prol da E dificio terá capacidade para 40 doentes saúde dos famalicenses, e que surge no âmbito da colaboração institucional que dos, três doentes em maca e uma sala de tratamento. Por mantemos com o Hospital”, revelou o presidente da Câ- sua vez, a área de adultos será composta por dois consulmara Municipal, Paulo Cunha, que justifica a construção tórios médicos, instalação sanitária, 12 lugares para doendo equipamento como resultado do “diagnóstico de ne- tes apeados e oito para doentes em maca. cessidades gerado no seio da proteção civil municipal”. A área reservada a profissionais garante um acesso inA ideia é melhorar as condições de atendimento aos dependente do exterior, dois balneários com instalação utentes, com a devida separação entre doentes respira- sanitária, espaço dedicado para troca de equipamento de tórios e outros, e não afetar a atividade normal do Cen- proteção individual e uma copa. tro Hospitalar. Todo o espaço é servido por duas salas de sujos asseA área pediátrica é composta por dois consultórios mé- gurando o apoio ao equipamento de higienização e evadicos, instalação sanitária, dez lugares para doentes apea- cuação de resíduos.

Serviço de estafetas entregou quase mil refeições em Famalicão No primeiro fim de semana da operação de entrega gratuita de refeições ao domicílio em Vila Nova de Famalicão, que esteve ativa a 14 e 15 de novembro entre as 19h00 e as 22h00, foram entregues em casa dos famalicenses mais de 900 refeições pela rede de 37 es“Basta usarem as armas certas para lutar contra o maior tafetas criada que cobriu vilão dos tempos modernos”. E, neste caso, as armas são todo o território concelhio. a máscara, o desinfetante, o sabão e o distanciamento soOs números são da Câcial. O Esquadrão Covid já está ao serviço no concelho mara Municipal, que, pela 37 estafetas distribuiram 900 refeições de Vila Nova de Famalicão e promete fazer de cada cidavoz do vereador do Turismo, Inovação e Empreendedorismo, antevê um próximo nómicos na restauração provocados pelas medidas impos- dão um super-herói capaz de aniquilar o novo coronavírus. A campanha de sensibilização nasceu de um projeto do fim de semana ainda mais positivo. “Temos consciência tas pelo Governo. que nem tudo correu bem, mas o balanço final é francaAderiram à iniciativa 47 restaurantes do concelho. Para gabinete de comunicação da Câmara Municipal de Famamente positivo. Existiu uma mobilização geral dos restau- o próximo fim de semana, os consumidores podem veri- licão, numa estratégia para chegar mais perto da popularante aderentes e uma energia muito positiva da parte dos ficar os restaurantes aderentes através do site do municí- ção, principalmente da mais jovem. “Com ilustrações de Theresa Campos, a campanha inciestafetas, que tudo fizeram para corresponder aos pedi- pio em www.famalicao.pt. Depois, basta contactar o resta à proteção armada contra a Covid-19”, detalha a autardos dos famalicenses”, destacou o autarca, que se com- taurante e encomendar a refeição, para o período das quia, num comunicado em que dá também a conhecer que prometeu a haver “correções” no próximo fim de sema- 19h00 às 22h00. na de recolher obrigatório. A campanha é válida para encomendas de valor superior o Esquadrão Covid, apresentado sob a forma de banda deO serviço de entregas gratuitas foi uma resposta da Câ- a dez euros. O pagamento deverá ser efetuado diretamen- senhada, é composto por “personagens percorrem várias mara Municipal e da recém constituída Associação de Res- te ao restaurante por MB WAY ou transferência bancária, faixas etárias de uma família” e “todos tornam-se supertaurantes para contribuir para a mitigação dos efeitos eco- não sendo admitidos pagamentos diretamente ao estafeta. -heróis por ação da sua conduta responsável”.

Esquadrão Covid-19 em ação para combater Covid-19


www.jornaldoave.pt

19 de novembro DE 2020 JORNAL DO AVE

5

Atualidade // Santo Tirso

Funcionários da Câmara entregam refeições ao domicílio para “colamatar lacuna” do recolher obrigatório prejudicada e atingida”. Sem levantar a totalidade do véu, Luís Pedro Martins revelou que, no trabalho de concertação com a autarquia, foi aberto caminho para uma parceria que dará a quem “recorreu a um serviço de take-away local” a oportunidade de usufruir de uma “experiência gratuita ao nível do turismo”.

Para minorar os efeitos, já dramáticos, que a pandemia está a provocar no setor da restauração, a Câmara Municipal de Santo Tirso decidiu envolver-se numa resposta às medidas restritivas do recolher obrigatório, disponibilizando 25 trabalhadores da autarquia para um serviço gratuito de entrega de refeições ao domicílio. CÁTIA VELOSO

Para a autarquia, esta medida – sob o epíteto “Para a Mesa” - vai “preencher um vazio” que a lei do recolher obrigatório provocou ao impedir os restaurantes de servirem refeições numa parte do horário de almoço e na totalidaautarquia juntou - se ao setor da restauração para entregar refeições ao domicílio de do período de jantar. “Mesmo der à impossibilidade de realizar- tos se mantenham abertos e tenque esta lacuna fosse preenchi- programa. da pelos restaurantes, fazer che“O Governo criou medidas espe- mos eventos”, explicou o diretor tem resistir à época que estamos a gar as refeições às pessoas ia ter cíficas de apoio a este setor e há do espaço, Pedro Ferreira, que passar”. “Efetivamente, não exisum custo acrescido”, sublinhou o legitimidade para dizer que são reconhece que a alternativa ado- te, no concelho, uma grande oferautarca, que destacou o contribu- insuficientes, porque toda a gen- tada “não é suficiente” para res- ta de serviços de entrega ao doto do Município para “apoiar uma te quer sempre mais, mas também ponder às contrariedades de não micílio e com estas limitações de área que, assim como muitas ou- é por isso que, depois, os municí- ser possível promover casamen- horário, este apoio da Câmara é fundamental, ainda para mais satras, está a sofrer muito com esta pios, de forma supletiva, apresen- tos e outras grandes cerimónias. As medidas restritivas que im- bendo a logística que foi montada pandemia”. tam outras medidas, como esta Dos 80 espaços de restauração que apresentamos. Mais do que pedem os estabelecimentos de num muito curto espaço de temidentificados no concelho, cer- estarmos sempre a queixarmo- restauração de operar grande po”, sublinhou. O projeto, que vigorará nos fins ca de 40 aderiram ao programa -nos, é preciso darmos as mãos parte do tempo e a incerteza do “Para a Mesa”, que garante as en- para criarmos soluções válidas”, que será o futuro a curto e a médio de semana em que vigorar a obriprazo consomem cada vez mais o gatoriedade de recolher obrigatregas ao domicílio no território argumentou Alberto Costa. do concelho tirsense. As reservas Ainda sem despedimentos, gra- oxigénio de um balão que está a tório, conta também com o envolsão feitas diretamente com os res- ças ao recurso a apoios estatais e esvaziar a grande velocidade. A vimento do TPNP. O presidente taurantes aderentes e a lista pode readaptação aos novos tempos, voz de Pedro Ferreira testemunha desta entidade, Luís Pedro Marser consultada na página de Face- os responsáveis do Solar do Bur- o sentimento de muitos como ele: tins, destacou a demonstração de “solidariedade do Município e dos book do município. guês encaram o programa “Para “Está muito complicado”. A ACIST é a face mais visível colaboradores, que se disponibiPara assinalar o arranque da a Mesa” com bons olhos, uma vez iniciativa, o presidente da Câma- que, tenha o resultado que tiver, é dos empresários e comerciantes lizaram para tentar diminuir a dira Municipal visitou o Solar do mais um propulsor para o negó- do concelho de Santo Tirso e reco- ficuldade que os restaurantes esBurguês, um dos estabelecimen- cio que já registou uma quebra nhece que já se chegou a uma fase tão a ter”. “É uma medida que está tos aderentes, acompanhado do de receitas na ordem dos “60 a desesperante. Por isso, na ótica a ser implementada em Santo Tirdo presidente da associação, Mi- so e noutros concelhos do Norte, presidente do Turismo do Porto 70 por cento”. e Norte de Portugal (TPNP), Luís “É uma ajuda importante para guel Rossi, medidas como o pro- porque vai ao encontro da situaPedro Martins, e do presidente combater o facto de não poder- grama “Para a Mesa” são de lou- ção dramática deste setor”, acresda Associação Comercial e Indus- mos abrir como restaurante o que, var, assim como “todas as ações centou, sublinhando que o turistrial de Santo Tirso (ACIST), Mi- já de si, tinha sido uma medida im- que estimulam a que, no caso da mo “é, porventura, uma das áreas guel Rossi, ambos parceiros do plementada por nós para respon- restauração, os estabelecimen- da economia que mais tem sido

CITAÇÕES

“Desde que foi anunciado o reco-

lhimento obrigatório ao fim de semana, que temos estado em contacto com os restaurantes do concelho para perceber de que forma podemos ajudar este setor que emprega mais de 400 trabalhadores. Este programa é o nosso contributo para minimizar a perda de clientes Alberto Costa, presidente da Câmara Municipal de Santo Tirso

O cenário é terrível, por tudo o que se passa à data de hoje, mas também pela incerteza futura. Quando se tem custos fixos diários, como qualquer estabelecimento com porta aberta, além das responsabilidades dos trabalhadores e famílias, está-se a chegar ao ponto em que as receitas não cobrem as despesas fixas e os comerciantes começam a ficar exaustos. São necessários apoios financeiros para que os estabelecimentos se mantenham abertos. Esta iniciativa não é suficiente, mas mostra a proximidade do Município e da ACIST com os empresários e a tentativa de contribuir para que não desistam

”.

Miguel Rossi, presidente da Associação Comercial e Industrial de Santo Tirso

Santo Tirso na calha para integrar rota do enoturismo do TPNP Em início de mandato, mas já com “várias deslocações” a Santo Tirso, o presidente do TPNP considera que o concelho tem potencialidades para integrar projetos de promoção da Região, como o que a entidade está a desenvolver relacionado com o enoturismo. “Santo Tirso tem condições e equipamentos que lhe dão garantias de pertencer à Rota do Enoturismo, que consideramos muito importante, porque está, totalmente, vocacionada para o turista internacional, num segmento muito elevado. Este concelho tem muitas vantagens pela proximidade ao aeroporto e por ser porta de entrada para a região”, sublinhou Luís Pedro Martins.


6

JORNAL DO AVE 19 de novembro DE 2020

www.jornaldoave.pt

Atualidade

// Santo Tirso

O que vai na alma dos nossos “soldados” De uma maneira ou de outra, os quatro enfermeiros a quem demos espaço nesta edição, vivem, desde março, na linha da frente da luta contra a Covid-19. Uns bem perto, outro noutro país, são, a nosso ver, das vozes mais capazes de transmitir aos leitores aquilo que se está a passar dentro de um hospital, no interior das instituições ou nas habitações de muitos seniores, há muitos meses privados de verem ou abraçarem os entes queridos. Mas também são aqueles que melhor podem desconstruir a pandemia de desinformação que se propaga mais rápido que o próprio novo coronavírus e que, em muitos casos, pode ter implicações graves no esforço de quebrar as cadeias de transmissão da Covid-19, levando a que o trabalho destes verdadeiros “soldados” numa guerra pandémica seja prolongado, já para lá do que é, humanamente, possível. Este espaço é um alerta para que todos nos mantenhamos comprometidos na luta contra a propagação do novo coronavírus e esse imperativo está vincado nos quatro testemunhos que recolhemos. E isso não é coincidência, é a confirmação de que é premente seguirmos as recomendações das autoridades de saúde. Este espaço que lhes demos e que lhes dedicamos é também uma homenagem do Jornal do Ave a todos os profissionais de saúde que, desde março, roubam horas ao descanso, às famílias, a eles próprios para salvar vidas. Os heróis têm rosto: estes quatro são disso exemplo. CÁTIA VELOSO

Helena Moreira

Paulo Martins Enfermeira do Serviço de Urgência da unidade de Enfermeiro | Sócio-Gerente EPMED – Apoio DomiciVila Nova de Famalicão do Centro Hospitalar do Mé- liário Cuidamos dos seus, Todo o Ano dio Ave, Linha SNS24 e Santa Casa da Misericórdia de “A tristeza no rosto daqueles Santo Tirso “Pessoas jovens e saudáveis a morrer. Cada vez mais!” Conto-vos a minha experiência como enfermeira na linha da frente no combate à Covid-19, a realidade do que tenho visto tanto na urgência como na emergência todos os dias. Digo-vos que venço todos os dias quando vou trabalhar e dou o melhor de mim, pois ser enfermeiro começa a ser uma vocação e não uma profissão. Quando chego a casa, não quero falar (a coisa é grave quando eu não quero falar), a família pergunta como correu o dia e eu até para ouvir isto estou cansada, sem paciência, exausta... As represálias começam a sentir-se. Corpo pesado e cansado de um fato leve que se torna chumbo ao fim de um turno de trabalho, olhos que querem fechar, marcas no rosto, mãos desidratadas e com pele descamativa, pernas inchadas. Mas o meu desânimo aumenta quando percebo que pessoas jovens na faixa etária dos 30-60 anos sem relevantes patologias de base, com vidas ativas, com poucos dias de sintomatologia, desenvolvem pneumonias extensas por Sars COV 2, ao quais se prevê agravamento nos dias seguintes e necessidade de administração de oxigénio e, nalguns deles, ventilação invasiva, seguramente. Pessoas jovens e saudáveis a morrer. Cada vez mais! Para muita gente, não vai ficar tudo bem, muitos vão perder avós, tios, pais, filhos, amigos! E depois disto, nunca mais vamos ser os

mesmos, por isso percebam que têm mesmo de cumprir todas as medidas impostas pela DGS! Fiquem em casa e saiam apenas para o que é essencial. Está na hora de mudarmos comportamentos e mentalidades, percebam que estamos perante um problema grave que nos afeta a todos, não estamos em tempo de qualquer tipo de ajuntamento. Respeitem os meus, os vossos e a todos nós profissionais que saímos de casa para cuidar de quem necessita. Nós não podemos ficar em casa, temos de correr riscos, trabalhar e lutar todos os dias pelos melhores cuidados aos utentes. Estamos aqui para vocês, por favor, cuidem-se e respeitem todos! Acabo com um agradecimento a todos que estamos no combate a este vírus. Estamos juntos para enfrentar esta guerra, onde os soldados somos nós, profissionais de saúde. Adoecemos e alguns morreram nesta luta, mas nunca fugimos dela. Seguimos juntos e com esperança!

que querem ver os seus netos a crescer”

A Covid-19 “entrou” nas nossas vidas sem ninguém contar. No início, ninguém sabia o que era a doença, como se proteger, quais as medidas a adotar. No entanto, com o passar do tempo, pequenas dúvidas foram colmatadas, mas ainda há muito por descobrir e muito mais para aprender sobre este vírus. Com o aparecimento da Covid-19 as pessoas ficaram assustadas. Pude comprovar que as famílias optaram por declinar os cuidados de saúde não essenciais/não urgentes (reabilitação motora), solicitando assistência apenas para os cuidados de saúde básicos, tais como cuidados de higiene, acompanhamento diário, análises clínicas, procedimentos invasivos de Enfermagem. Senti que as pessoas estavam com medo de serem contaminadas. Adotei, desde cedo, medidas preventivas para a prestação de cuidados, implementando na minha equipa a utilização obrigatória de equipamentos de proteção individual (EPI’s). Senti que as famílias confiavam no nosso trabalho e que viam em nós uma solução para ajudar os seus familiares mais frágeis. Observou-se um aumento de solicitações nas áreas mais rurais, porque as pessoas preferiram evitar enviar os seus familiares para os hospitais ou para Estruturas Residenciais Para Idosos (ERPI). A nível pessoal foi difícil. O contacto pessoal e afetivo quase diário com os meus pais praticamente deixou de existir, passando a contactar-nos quase sempre vir-

tualmente. Ainda atualmente não sei o que é um abraço dos meus pais. Quando chego a casa deixo a roupa toda no exterior num saco à parte para lavar separadamente e só após tomar banho é que cumprimento a minha esposa. Esta pandemia veio afetar psicologicamente os mais idosos. Não há palavras para descrever a tristeza no rosto daqueles que querem ver os seus netos a crescer, testemunhar as conquistas dos seus filhos e lhes vêm esses momentos negados. Aí pude desempenhar um papel crucial, que muito me vai marcando – o poder ajudar a estabelecer contacto por telefone ou vídeo-chamada entre os familiares e o seu ente querido isolado. Não há palavras que descrevam a emoção destes contactos. Por isso, deixo aqui o meu apelo, nunca demais repetido: Protejam-se! Usem máscara, evitem os contactos próximos e lavem e desinfetem sempre as mãos após tocarem em qualquer superfície que desconheçam. Por vocês, por nós, por Todos!

Marco Silva

Enfermeiro-chefe no Hospital e Dunstable (Reino Unido)

“Fomos confr a morte de coleg Este tem sido um ano, anormalmente, difícil. É verdade que tem sido para toda a gente, mais para uns que para outros, e para os profissionais de saúde tem sido não apenas difícil a nível pessoal, mas também muito desafiante a nível profissional. Para mim, vivendo no estrangeiro, a nível familiar o ano tem sido bastante duro, porque passei de visitas a Portugal a cada dois meses para um ano. Este ano, apenas viajei a Portugal uma vez. Foram oito meses sem ver a família e, neste momento, já vão 4 meses e estou a contar que mais alguns se irão passar. A nível profissional, o ano tem sido, igualmente, desafiante, infelizmente e por motivos de saúde, durante os três meses em que os casos de Covid eram mais elevados, eu estive a trabalhar a partir de casa, no entanto, isso não me afastou da realidade, muito pelo contrário. Enquanto enfermeiro-chefe no serviço de urgência, tenho uma noção muito clara da gravidade da doença e do seu impacto na sociedade. Enquanto profissionais de saúde, todos somos preparados para o confronto com a morte, mas ninguém estava preparado para lidar com a morte e com a debilidade em números tão elevados. No meu hospital, fomos confrontados com a morte de alguns colegas de profissão, assim como outros que estiveram gravemente doentes, tudo isto causa-nos um grande medo, no entanto, e apesar do medo, quase todos mantiveram o foco e deram o seu melhor e, apesar de tudo isto, muitas vezes fomos confrontados com a escolha entre doentes ou com escolhas que poderiam pôr a vida dos doentes em risco. Como é óbvio, nenhum hospital no mundo estava preparado para esta afluência de doentes e a nossa não era diferente. Por este motivo, a opção feita passou por dividir em áreas, ou seja "Suspeitos de Covid" e "Não suspeitos", mas isto causa decisões extremamente difíceis, por exemplo, não é de consciência leve que decides co-


www.jornaldoave.pt

19 de novembro DE 2020 JORNAL DO AVE

7

Atualidade

// Vila Nova de Famalicão

na “guerra” pandémica Universitário Luton

rontados com gas de profissão”

locar um doente imunossuprimido com cancro do pulmão numa área com Covid pelo facto de ele se apresentar na urgência com febre e dificuldade respiratória. Caso o doente, efetivamente, tenha Covid esta foi uma decisão acertada, caso ele não tenha Covid, podes estar a expor o doente a Covid e chegar mesmo a causar a sua morte. Neste momento, estamos a passar por uma segunda onda de Covid e a ideia que está a dar é que as pessoas estão a desvalorizar a doença e a dar menos importância às regras de isolamento e de uso de máscara, um erro enorme e do qual muita gente se vai arrepender. Temos que ter a perfeita noção que o uso de máscara não só nos protege a nós, mas principalmente protege os outros, incluindo os nossos familiares. Todas as semanas sou confrontado com casos de pessoas idosas que, apesar de estarem em isolamento domiciliário, contraíram o vírus que lhes terá sido transmitido pelos familiares diretos que os apoiam com as compras, por exemplo. Ninguém está a salvo e mesmo aquelas pessoas que acham que são mais fortes que o vírus, devem respeitar as regras por respeito para com os outros em especial pelos seus familiares. Na minha opinião, este vírus está para ficar e mesmo com o aparecimento da vacina não vamos erradicar o vírus nos próximos tempos e o importante é aprendermos a viver com o "novo normal" de forma a reduzir os riscos e permitir uma vida em comu-

A ntónio Pedro L eal

Enfermeiro Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM)

“Uma pandemia, duas curvas para achatar” A pandemia faz-nos viver um momento único nas nossas vidas. Um fenómeno inédito (pelo menos para a nossa geração) e para o qual não estávamos preparados. Terminologia como “Covid-19” ou “pandemia” passaram a fazer parte do nosso vocabulário no dia a dia. Na presente data, já ultrapassamos um milhão e trezentas mil mortes e cinquenta e quatro milhões de infetados em todo o mundo. A segunda vaga revela-se avassaladora num período pré-Gripe sazonal, de uma forma transversal todos os países, colocando a nu as fragilidades dos serviços de saúde. As enfermarias, serviços de urgência e unidades de cuidados intensivos estão lotadas, os profissionais são claramente insuficientes e estão exaustos. E isto eu sei porque é esta a minha realidade profissional desde o inicio da pandemia. Vejo os doentes crónicos com receio de recorrer às unidades de saúde cessando a terapêutica e agravando as patologias de base. Vejo, noutros casos, os serviços de saúde a serem claramente incapazes de dar resposta às solicitações. A pandemia trouxe um caos de difícil gestão. Como tentativa de resposta a uma situação inédita e imprevisível, os governos mundiais implementaram políticas (não raras vezes radicais) com o objetivo de controlar ou pelo menos conter a expansão explosiva da doença. O preço a pagar? Desemprego, crise, fome, desespero, revolta e… desinformação. Muita desinformação. Em Fevereiro de 2020, Tedros Ghebreyesus (Diretor Geral da Organização Mundial da Saúde) alertava para o fenómeno de “infodemia” (ou epidemia de desinformação) proveniente de teóricos da conspiração e negacionistas. E deixa o alerta: a infodemia dissemina a desinformação e isso prejudica a resposta coletiva à pandemia. De uma maneira geral a mensagem subjacente é sempre a mesma “Sars-Cov-2 não existe, querem-nos controlar”. Fazendo uso das redes sociais e do mundo digital, estas mensagens foram e são amplamente difundidas, criando dúvidas que não de-

Arquivo

viam existir e alterando radical- tos, liberdades e garantias. Sigmente o comportamento da po- nifica confinamentos e recolher pulação, reduzindo ou anulando obrigatório. Significa a suspenpor completo a eficácia das medi- são do trabalho e a perda de rendas de saúde públicas implemen- dimentos. Significa desemprego tadas. A repercussão da infode- e fome. Significa uma crise mais mia é de tal forma relevante que prolongada e cada vez mais inem Agosto a OMS emite um comu- comportável. Controlar a pronicado alertando para o número gressão da doença só depende assustador de mortes diretamen- de nós, para que a normalidade te relacionadas com notícias fal- – ou pelo menos a “normalidade” sas relacionadas com a COVID-19. possível! – perdure até que uma A infodemia ganha novas pro- solução definitiva seja encontraporções de dia para dia. Grupos da. Grupos negacionistas incene movimentos desenvolvem-se tivam o incumprimento e isso coalheios ao conhecimento científi- loca-os num papel de responsáco e à fundamentação lógica, ali- veis pelo descontrolo da doença. Paradoxos do nosso tempo: mentando a mentira e comprometendo a saúde individual e coleti- numa era da informação acessíva. A ciência, a investigação e o vel a qualquer um, até a má inconhecimento médico são des- formação e a falsa informação credibilizados para darem lugar têm um espaço. Um texto obscuro a teorias insanas e despromovi- anti ciência chega a mais populadas de qualquer verdade. Estas ção numa rede social do que uma teorias servem de albergue para publicação científica feita num estodos aqueles que ficaram numa paço de reconhecida credibilidaposição vulnerável como conse- de. É cientificamente aceite que a quência dramática da pandemia. desinformação é perigosa para a Acreditar em mitos e em teorias saúde física e mental da populada conspiração são a face visível ção. Que permite que o medo se do desespero com que muitos fo- instale. Que isola as pessoas. Que ram confrontados. Ignoram a evi- destrói todos os ganhos em saúdência. Criar dúvida e negan- de conseguidos até então. A dedo o que está a acontecer a nível sinformação inviabiliza o cumprimundial incentiva ao incumpri- mento pelas mais elementares remento das regras mais elemen- gras de saúde pública: a etiquetares, permitindo dessa forma a ta respiratória, o uso de máscara, disseminação da doença na co- a desinfecção das mãos e o distanciamento social. A curva que munidade. O efeito “bola de neve” na Pan- traduz a progressão da doença demia: Uma doença descontrola- acompanha a curva da desinforda na comunidade significa a im- mação. Compete ao Governo e plementação de regras cada vez aos seus órgãos consultivos a immais rígidas e a privação de direi- plementação de uma estratégia

eficaz de comunicação, baseada na transparência e na verdade, assentes no “estado da arte” da ciência. Mas acima de tudo na coerência, e convenhamos, nem sempre tal se tem verificado. Medidas avulso tomadas superiormente criam dúvidas e inseguranças na população. E servem, perigosamente, para alimentar a desinformação negacionista. Por isso compete a cada um de nós perceber qual a proveniência de determinado texto ou informação, confirmando a veracidade dos factos, partilhando apenas as informações provenientes de fontes cuja credibilidade é plenamente reconhecida. Com quase um ano de pandemia já todos percebemos que a sopa de alho não cura a COVID19… De onde vem esta informação? Quem assina esta informação? Qual a fundamentação cientifica que sustenta esta informação? É este o espírito crítico com que devemos abordar os conteúdos com que nos cruzamos nomeadamente nas redes sociais. Este texto não tem o objetivo de criar alarme ou pânico social. Tem como objetivo criar uma maior consciência nesta época particularmente crítica de expansão da doença, principalmente quando estamos prestes a entrar no Inverno, época tradicionalmente complexa para a saúde. Estamos a caminho das 220.000 infeções e 3.400 óbitos em Portugal e as perspetivas não são animadoras. Temos os serviços de saúde a trabalhar para lá dos limites das suas capacidades. Mas temos também a certeza de que tudo isto pode e deve ser minimizado, dependendo única e exclusivamente de NÓS. Como profissional de saúde, peço-vos algo simples: a utilização da máscara e a etiqueta respiratória, a lavagem e desinfeção das mãos e o distanciamento social são medidas extremamente eficazes e que fazem toda a diferença. Neste momento particularmente crítico, são gestos que revelam elevada consciência social e respeito pelo próximo. Ajudem-nos a ajudar porque ninguém mais do que nós deseja um final rápido deste capítulo das nossas vidas.


8

JORNAL DO AVE 19 de novembro DE 2020

www.jornaldoave.pt

Atualidade

// Santo Tirso

Monte Córdova “fica mais rica” com Espaço do Cidadão

É o nono Espaço do Cidadão inaugurado no município de Santo Tirso e está localizado no edifício da Junta de Freguesia de Monte Córdova. CÁTIA VELOSO À quarta-feira ao fim do dia e ao sábado à tarde, horário de funcionamento da Junta, esta valência aproxima os cordovenses a muitos serviços da Administração Central. É por isso que Andreia Correia encarou com “enorme alegria” a inauguração daquilo que considera ser um “bem essencial” para a população. “Esta descentralização de serviços e esta proximidade à população, evitando as deslocações e permitindo uma rápida resposta às necessidades do dia a dia, é uma mais-valia”, salientou a presidente da Junta de Freguesia, que quis, “louvar o empenho e dedicação” da Câmara Municipal para que este projeto merecesse luz verde da Agência para a Modernização Administrativa. “Monte Córdova ficou mais rica”, concluiu a autarca. Para Alberto Costa, presidente do Município, a importância desta valência é “aquela que terá na vida dos munícipes e, neste caso concreto, dos cordovenses”. Dentro de uma estratégia que passa por permitir que toda a população do concelho “possa aceder a estes serviços com mais facilidade”, a Câmara Municipal investiu “cerca de 65 mil euros” em espaços do cidadão. “Com a abertura dos espaços do cidadão descentralizados, pretendemos, precisamente, chegar àqueles que estão mais longe, como é o caso de Monte Córdova, permitindo que os munícipes possam aceder a um conjunto de serviços da administração central sem terem de se deslocar ao centro da cidade”, referiu o presidente da Câma-

A ndreia Correia considera que este espaço é uma mais -valia ra Municipal, salientando que “a medida ganha especial relevância no atual contexto de pandemia”. Nos Espaços do Cidadão são disponibilizados mais de 170 serviços, entre os quais a renovação da carta de condução, solicitação de nova senha ou caderneta predial junto da Autoridade Tributária, apresentação de despesas da ADSE, assuntos relativos a emprego e formação profissional, alteração da morada do cartão do cidadão ou marca-

ção de consultas. Os outros oito espaços do cidadão do concelho estão localizados nas sedes das juntas de Água Longa, Areias/ Sequeirô/Lama/Palmeira, Carreira/Refojos, S. Tomé de Negrelos, Vila Nova do Campo, Vilarinho e ainda na Loja do Cidadão de Santo Tirso e no Centro Cultural Municipal de Vila das Aves.

Nova UCC reforça ação da Misericórdia de Santo Tirso

Arrancou construção da Casa Mortuária de S. Salvador Apesar de não estar explanada no compromisso eleito- modelação da Igreja de São Salvador, apareceu esta neral do atual executivo da Junta de Freguesia de Vila Nova cessidade e a Junta de Freguesia e a Câmara Municipal, do Campo, a obra de construção da Casa Mortuária de S. depois de ouvirem a paróquia, e, em especial, a populaSalvador do Campo já está no terreno e deverá estar con- ção, entenderam que era hora de colmatar esta lacuna e cluída no próximo ano. lançar esta obra que ascende a mais de cem mil euros”, Em comunicado à população, a autarquia liderada por pode ler-se no comunicado. Marco Cunha anunciou que o projeto nascerá fruto de uma Com o início da empreitada, a Junta de Freguesia quer “parceria” entre a Junta de Freguesia, Câmara Municipal “dar um sinal à população que tudo isto vai passar e que de Santo Tirso e paróquia de São Salvador. quando for possível realizar os velórios como os fazíamos “Na proposta eleitoral deste executivo não estava inscri- até ao aparecimento da Covid-19, a população de São Salta esta necessidade e até estava a ampliação da Casa Mor- vador já vai ter um espaço com toda a dignidade para vetuária de S. Martinho. No entanto, e fruto das obras de re- lar os seus entes queridos”. C.V.

A nova Unidade de Cuidados Continuados (UCC) de Longa Duração “Comendador Alberto Machado Ferreira” iniciou a sua atividade na segunda-feira, 9 de novembro. A valência é da Santa Casa da Misericórdia de Santo Tirso, opera no requalificado edifício da antiga Fábrica do Arco, tendo capacidade para 36 camas. A obra “cumpriu com a calendarização prevista, após bênção da primeira pedra em cerimónia realizada em 28 de outubro de 2019”, destacou a instituição, em comunicado. A UCC contou com o apoio do Instrumento Financeiro para a Reabilitação e Revitalização Urbanas – IFRRU 2020, sendo um complemento à oferta da Unidade de Cuidados Continuados de Média Duração “Eng.ª Luisa Dores Costa”, que se encontra em funcionamento desde 2010.

UCC tem capacidade para 36 camas


www.jornaldoave.pt

19 de novembro DE 2020 JORNAL DO AVE

Atualidade // Santo Tirso

“Obra mais importante de sempre” para Vilarinho na fase final As máquinas já desbravam terreno para concretizar a última fase da ligação do cemitério de Vilarinho a Paradela. Numa visita que assinalou o arranque da obra, os presidentes da Câmara Municipal e Junta de Freguesia reconheceram a importância desta empreitada para a população. CÁTIA VELOSO Alberto Costa reconhece que esta é uma obra histórica para Vilarinho, pela concretização de um anseio da população que se estende no tempo por mais de três décadas, mas não quer que esta se perpetue como sendo a mais importante da história da freguesia. Para o presidente da Câmara Municipal de Santo Tirso, a terceira e última fase da ligação do cemitério de Vilarinho a Paradela deverá ser apenas uma página do livro do progresso deste território. “Se tivermos em conta o passado, não há dúvidas que se trata de uma obra que ficará na memória de toda a gente, mas nós queremos muito mais para Vilarinho e para o concelho. Histórica só se for ao momento. Eu não quero que esta seja a maior obra da freguesia, porque o meu desejo é que os investimentos continuem em Vilarinho”, sublinhou o autarca, durante a visita às obras que já decorrem a bom ritmo, na manhã desta terça-feira, 17 de novembro. E se o presidente da Câmara está satisfeito com a concretiza-

ção de uma reivindicação antiga, muito mais está o presidente da Junta de Freguesia, que reconhece a importância desta intervenção, orçada em cerca de 600 mil euros e com prazo de conclusão previsto para o primeiro semestre de 2021. “É a obra mais importante de sempre para a freguesia”, sublinhou Jorge Faria, bem conhecedor do “perigo da estrada antiga”, refletido “nos vários acidentes que aconteceram”, e crente de que a nova via contribuirá, decisivamente, para o “desenvolvimento de Paradela”. “A fase mais importante desta obra já aconteceu. Foi o começo. Agora sabemos que a obra vai ser concluída e não será por uma derrapagem de um mês ou dois que perderá o valor que tem”, atestou o autarca. Os trabalhos para a criação do novo arruamento incluem, segundo a autarquia, “trabalhos de alargamento da Rua do Calvário, parte da Rua da Pitança, Travessa das Ínsuas e parte da Rua das Ínsuas, criação de muros de suporte, novas infraestruturas de abastecimento de água e de drenagem de águas pluviais e colocação de iluminação pública”. Resolvidos ficaram também “problemas decorrentes dos trabalhos efetuados no terreno, nomeadamente a necessidade de executar uma passagem hidráulica de grandes dimensões e a

9

A lberto Costa considera esta intervenção uma obra histórica para a freguesia alteração da edificação dos muros de suporte devido a uma linha de água”. A pavimentação é a fase que se segue, em vários arruamentos, numa empreitada que também contemplará a “execução de uma rede enterrada de telecomunicações e ainda de um troço de rede

de drenagem de águas pluviais”. Há ainda trabalhos para garantir a segurança rodoviária, nomeadamente com a “sobre-elevação do pavimento”. No total das três fases da obra, a Câmara Municipal de Santo Tirso canalizou “cerca de 1,5 milhões de euros”.

CITAÇÃO

“Esta é uma via fundamental para

Vilarinho que vai permitir melhorar a circulação entre os aglomerados urbanos da freguesia bem como a ligação aos concelhos vizinhos Alberto Costa,

presidente da CM Santo Tirso


10 JORNAL DO AVE 19 de novembro DE 2020

www.jornaldoave.pt

Atualidade

// Santo Tirso

Palheta Bendita promove música tradicional em edição “online” Até 1 de dezembro, o evento cultural Palheta Bendita exalta a música tradicional portuguesa, numa versão online. Conversas, debates e uma oficina de canto popular serão transmitidos através das redes sociais. O concerto da Chulada da Ponte Velha, que deu a conhecer o novo CD “Sempre a Ramaldar”, deu o pontapé de saída da edição deste ano do festival “Palheta Bendita”. O evento, que exalta a música tradicional portuguesa, realiza-se, desta vez, de forma diferente, através das plataformas digiI niciativa começou este fim de semana tais, devido à situação pandémica, mas com um programa “rechea- -de-foles Jorge Lira, às 15h00, com Fernando Cerqueira Barros é o do” de atividades, como entrevis- transmissão no Facebook do “Pa- protagonista da conversa sobre tas, debates e uma oficina. “Concertinas do Norte de Portulheta Bendita”. A Associação Cultural TirsenNo mesmo dia, às 18h00, há gal”. Mais tarde, às 17h00, o orgase e a Câmara Municipal de Santo uma conversa com o violeiro Joa- neiro Marco Brescia dará “AponTirso adaptaram a iniciativa, que quim Capela, sobre “Os violinos tamentos sobre os órgãos de tuarrancou no fim de semana de 14 e a violaria”, transmitida na mes- bos e organeiros do Norte de Pore 15 de novembro, com o concerto ma plataforma. tugal”. da Chulada da Ponte Velha e com Para uma hora depois está marIniciativa similar acontece no um debate sobre o ensino da mú- dia 29 de novembro, às 11h00, cada uma oficina online de canto sica popular, e prossegue no pró- com o organeiro Joaquim Silva, e, popular, com Cardo Roxo, com ximo sábado, dia 21, com uma en- às 18h00, com o violeiro Rui Costa. acesso livre, na página de Facetrevista ao construtor de gaitasJá a 1 de dezembro, às 11h00, book do Palheta Bendita.

Faleceu maestro da Tuna Musical de Rebordões Faleceu, a 10 de novembro, o maestro da Associação Tuna Musical de Rebordões. Numa publicação feita na rede social Facebook, a coletividade deu conta da morte de Manuel Ferreira Pedreira, aos 91 anos. “Ficamos mais pobres. Partiu o nosso Maestro, o nosso professor”, pode ler-se no pequeno texto que acompanha o anúncio de falecimento de Manuel Pedreira, que foi a enterrar no cemitério de Rebordões, depois das exéquias fúnebres, a 11 de novembro. Entre os comentários de condolências, há exaltações ao contributo do maestro para o enriquecimento da cultura do concelho de Santo Tirso. “Não foi só a família que perdeu alguém que amava muito, mas também a cultura do concelho ficou mais pobre. Infelizmente nestes tempos de pandemia estamos privados de fazer a homenagem devida, mas todos iremos fazer o luto e preservar as

Mercadona ajuda ASAS a abastecer-se de bens essenciais A Mercadona assinou um protocolo com a ASAS - Associação de Solidariedade e Ação Social de Santo Tirso, para a cedência diária de bens essenciais, que reforçam a resposta social junto das crianças e jovens em risco apoiadas pela instituição. O apoio é concedido desde a abertura do supermercado do retalhista em Santo Tirso, a 25 de junho. “De segunda a sexta-feira, esta instituição desloca-se à Mercadona para recolher várias caixas de doações compostas por bens essenciais, alimentares e não alimentares, que se encontram em ótimas condições para consumo, garantindo sempre a máxima segurança alimentar. Destas doações fazem parte, por exemplo, fruta, legumes, carne, peixe, lácteos e charcutaria”, detalhou fonte da marca, em comunicado. Com este apoio, o retalhista pretende apoiar a ASAS “nas refeições que prepara e serve diariamente, nomeadamente nas três casas de acolhimento temporário destinadas a crianças em perigo, em que acolhem, urgente e temporariamente, crianças com idades compreendidas entre os zero e os 18 anos”. Além dos centros de acolhimento, a instituição tem ainda dois apartamentos de autonomia, localizados em Santo Tirso e na Trofa. “Estas ações inserem-se na política de responsabilidade social da Mercadona, que consiste em partilhar com a sociedade parte do que dela recebe e contribuir para criar riqueza nas comunidades onde está presente”, refere o retalhista, concretizando que, “desde o início de 2020”, já foram doadas “cerca de 800 toneladas de bens” a instituições do Porto, Braga e Aveiro.

Oferta Pública de Voluntariado

Local: Delegação de Santo Tirso da Cruz Vermelha Portuguesa Função: Presidente da Comissão Administrativa Tipo: Voluntariado, 18 meses Descrição geral da função: Promover a actividade da Estrutura Local da CVP na prossecução da sua missão estatutária, garantir os processos de gestão administrativo-financeira e reporte devidos, e respeitar os princípios fundamentais do Movimento Internacional da Cruz Vermelha. Requisitos para a função: a. Ser Voluntário(a), sem qualquer relação laboral com a CVP; b. Identificar-se com os princípios fundamentais do Movimento Internacional da Cruz Vermelha e agir em conformidade com os mesmos no desempenho das suas funções; c. Não exercer cargos directivos em demais instituições sociais e/ou políticas locais; d. Não exercer outros cargos na CVP; e. Receber o parecer favorável do Delegado Regional; f. Preferencialmente, não exercer intensa actividade partidária, religiosa ou outra que possa comprometer o respeito pelos princípios fundamentais do Movimento Internacional da Cruz Vermelha.

M anuel F erreira P edreira tinha 91 anos boas recordações que nos deixa”, refere um dos comentários. Noutro, um seguidor sublinha

o “serviço à comunidade” prestado, “com perseverança”, por Manuel Pedreira.

Modalidade da candidatura: Enviar, até 20NOV2020, Nota Curricular e Carta de Motivação para endereço de e-mail dr.porto@cruzvermelha.org.pt, indicando no assunto OPV_ Presidente CA_CVP Santo Tirso. Consultar página https://www.cruzvermelha.pt


www.jornaldoave.pt

19 de novembro DE 2020 JORNAL DO AVE

11

Atualidade

// Vila Nova de Famalicão

Habitação Municipal da Palmeira requalificada Câmara municipal investiu cerca de 190 mil euros na empreitada. O presidente da Câmara Municipal de Santo Tirso Alberto Costa, e o presidente da União de Freguesias de Areias, Sequeirô, Lama e Palmeira, Eurico Tavares, inauguraram, esta quarta-feira, a requalificação dos edifícios da Habitação Municipal da Palmeira. Investimento da autarquia foi de 190 mil euros. “Este é um investimento enquadrado na estratégia de regeneração urbana que estamos a levar a cabo em todos os edifícios de Habitação Municipal do concelho”, explicou o presidente da Câmara

Municipal de Santo Tirso, Alberto Costa, salientando que “na Palmeira a requalificação vai beneficiar 54 pessoas”. O autarca referiu ainda que a requalificação vai garantir “mais conforto térmico aos moradores e, consequentemente, ajudar a melhorar a qualidade de vida”. Também o presidente da Junta de Freguesia de Areias, Sequeirô, Lama e Palmeira, Eurico Tavares, destacou que a intervenção realizada “vai garantir importantes ganhos ao nível da eficiência energética o que irá permitir uma maior poupança de energia”. Para além da aplicação de reboco térmico nas paredes exteriores, as obras de requalificação

I nvestimento foi de 190 mil euros contemplaram a troca das chapas de fibrocimento da cobertura por painéis sandwich, a substituição das caixilharias por PVC de vidro

duplo, bem como do esquentador por uma bomba de calor para preparação de água quente. A beneficiação da Habitação Mu-

nicipal da Palmeira abrange 18 fogos e contou com um investimento da Câmara Municipal de Santo Tirso de cerca de 190 mil euros.

Estatuto de interesse municipal atribuído a mais 7 projetos empresariais Representam um investimento privado no concelho “superior aos 6,4 milhões de euros” e um reforço da empregabilidade com a criação de “cem postos de trabalho” e, por isso, mereceram da autarquia de Santo Tirso o reconhecimento do estatuto de projetos de interesse municipal. As empresas Bandmar, J. D. Carneiro Mediação de Seguros, Jogo

de Contrastes, Labeltecnica, Redicom, Plásticos Universal e Saterry vão usufruir de benefícios fiscais e redução de taxas na ordem dos “160 mil euros”, numa estratégia municipal que tenta também acelerar os novos projetos empresariais. “O município tem desenvolvido políticas essenciais que estimulam os investimentos das empre-

sas, fomentam a criação de emprego e o desenvolvimento de formação profissional”, referiu o presidente da edilidade tirsense, Alberto Costa, que reuniu, por videoconferência, com os responsáveis das sete empresas. Através do estatuto de Projeto de Interesse Municipal e, por conseguinte, do reforço da “competitividade da economia do con-

celho” e “diversificação do tecido empresarial”, Costa acredita que é possível “salvaguardar os interesses da população”. Estes investimentos são, por isso, “uma prova do dinamismo e do desenvolvimento económico e sustentável que se faz sentir e que queremos continuar a impulsionar”, salientou. Desde 2016, foi reconhecido o

estatuto de Projeto de Interesse Municipal a “69 empresas”, que representam um investimento que ronda os “376 milhões de euros” e a criação de “1381 postos de trabalho”, anunciou a autarquia. Este reconhecimento permite às empresas obter reduções em taxas e licenças municipais, taxa municipal de urbanização, derrama, IMT e IMI.

Município recusa competências na Saúde e Educação devido a financiamento “insuficiente” “O projeto de fundo de financiamento para a transferência de competências para o Município fica aquém das necessidades para fazer face ao exercício das novas competências a partir de 2021”. Foi desta forma que o executivo municipal de Santo Tirso justificou a não aceitação da transferência de competências do Estado nas áreas da Saúde e da Educação.

teceu na reunião de Câmara de 12 de novembro, na qual o presidente Alberto Costa sublinhou que na base desta decisão está também “o diálogo com as entidades locais e o trabalho de levantamento das necessidades nas duas áreas”, que “confirmaram e mesmo agravaram a convicção de que os recursos financeiros previstos a transferir para o Município são insuficientes”, nomeadamente no que diz respeito “a recursos huÀ semelhança do que já acon- manos, funcionamento dos edifíteceu em 2019 e 2020, a autarquia cios ou apoios no âmbito da ação considera que o financiamento social escolar”. é “insuficiente e não assegura as Alberto Costa considera que condições para o pleno exercício “a situação pandémica” também das novas atribuições”. agravará as perspetivas de cumA deliberação que resultou na primento das atribuições nas conrecusa das competências acon- dições apresentadas, uma vez que

terá “fortes implicações nos domínios da educação e da saúde em matéria de resposta às necessidades que se vão colocar a partir do próximo ano”. Não está, ainda assim, previsto “qualquer fundo de financiamento que assegure o reforço de 'uma mochila financeira' que já de si era insuficiente antes da crise social económica provocada pela Covid-19”, acrescentou. O presidente da Câmara elogiou, porém, a vontade política do Governo em matéria de descentralização de competências do Estado Central para o Poder Local, que considera “uma etapa fundamental no processo de desenvolvimento político, social, económico e cultural do País”. “Não havendo, de momento, condições políti-

cas para se avançar para a regionalização, é de sublinhar o ímpeto reformista e a vontade política do Governo”, sublinhou. Em 2021 passam, obrigatoria-

mente, para o Município competências nas áreas das vias de comunicação, habitação, estacionamento público e cultura.


12 JORNAL DO AVE 19 de novembro DE 2020

www.jornaldoave.pt

Atualidade // Vila Nova de Famalicão

Novo CLDS 4G orientado para reparar danos da pandemia no emprego O novo programa de Contrato Local de Desenvolvimento Social – CLDS 4G de Vila Nova de Famalicão está direcionado, especialmente, “para o emprego e formação”, para reparar os danos da pandemia no emprego do concelho. Depois de apresentado, em julho, o novo programa avançou, este mês, com um serviço de atendimento descentralizado pelas freguesias do concelho de Famalicão para “apoiar os famalicenses que estão em situação de desemprego a encontrar uma nova oportunidade de trabalho, uma qualificação ou uma reconversão profissional”. “Através de um atendimento de

proximidade junto dos cidadãos, pretende-se contribuir para que cada famalicense tenha as respostas que necessita, para que se sinta parte integrante da comunidade”, referiu a autarquia famalicense em comunicado. O atendimento descentralizado surge da articulação dos diferentes agentes locais que operam ao nível do concelho no âmbito das áreas do emprego, da formação e qualificação. Para mais informações deste Serviço, bem como locais e horários onde acontecerá, consulte as páginas de facebook de Comunidades Incubadoras (facebook. com/comunidadesincubadorasfamalicao) ou Famalicão Comu-

nitário (facebook.com/famalicaocomunitario). O novo CLDS-4G, que tem como entidade coordenadora a Engenho - Associação Local de Desenvolvimento Local do Vale do Este, apresenta um Plano de Ação centrado nas áreas do emprego, formação, qualificação e empreendedorismo, irá vigorar até 31 de maio de 2023, implicando um investimento no concelho de 450 mil euros. O programa é desenvolvido pelo Instituto Segurança Social (ISS), I.P que enviou um convite à Câmara Municipal para criação de um CLDS e nomeação da entidade coordenadora local.

Casa da Juventude promove sessões sobre nutrição A nutricionista Ana Isabel Monteiro e a psicóloga Vânia Faria são as orientadoras das sessões que a Casa da Juventude de Vila Nova de Famalicão está a promover desde outubro. Nutre Jovem é o nome do programa que tem como principal objetivo “intervir ao nível da prevenção e aconselhamento específico” na área da nutrição. “Estudos recentes apontam que um grande número de jovens e adolescentes portugueses têm uma alimentação inadequada, apresentando maus hábitos nutritivos. Foi a pensar nisso mesmo, que a Casa da Juventude de Famalicão lançou há já três anos, consultas de nutrição gratuitas para os jovens”, refere, em nota informativa, a autarquia famalicense, que avançou agora para as sessões presenciais ou online, que abordam temas que vão da “obesidade” ao “vegetarianismo”, passando pelo “controlo de sintomas gastrointestinais” e “tratamento de distúrbios alimentares”. Dirigido, essencialmente, ao público escolar, universitário e jovens trabalhadores, o Nutre Jovem tem uma sessão marcada

para 25 de novembro, às 21h00, defamalicao) ou instagram (@jusubordinada ao tema “Leitura de ventudefamalicao) da Juventude rótulos alimentares” e, para 16 de de Famalicão. Para 2021, estão já agendadas dezembro, à mesma hora, para abordar a forma “Como lidar com as temáticas “Planeamento e confeção de refeições”, em janeiro; os excessos das festas”. Limitadas à presença de 12 par- “Alimentação à base de plantas”, ticipantes – e sujeitas ao escrupu- para fevereiro; “Refeições vegeloso cumprimento das regras da tarianas na prática”, para março; Direção-Geral da Saúde – a ses- “Intestino são, corpo são” para sões são gratuitas e podem ainda abril; “Alimentação em época de ser vistas, online, através do Fa- exames”, para maio e “A relação cebook (facebook.com/juventu- com a comida” para junho.

Sessões limitadas as 12 participantes

“Escola Amiga da Criança” distingue 142 projetos em Famalicão A iniciativa Escola Amiga da Criança divulgou a lista das escolas distinguidas este ano e Vila Nova de Famalicão surge com 142 projetos. Esta iniciativa é uma organização conjunta da CONFAP (Confederação Nacional das Associações de Pais), da LeYa e do psicólogo Eduardo Sá, que visa distinguir escolas que concebem e concretizam ideias extraordinárias, contribuindo para um desenvolvimento mais feliz da criança no espaço escolar e partilhar essas boas práticas. “É um dos municípios mais expressivos a nível nacional e um dos que registou um enorme crescimento em relação às edições passadas”, afirma com orgulho a presidente da FECAPAF - Federação Concelhia de Associações de Pais de Vila Nova de Famalicão, Maria Antónia Oliveira. Em momento oportuno, juntamente com o vereador da Educação, Leonel Rocha, a FECAPAF irá entregar a cada uma das escolas a respetiva placa do reconhecimento pelo projeto executado. Esta edição da Escola Amiga contou com o maior número de candidaturas de sempre, num total de 3800 candidaturas e de onde quase 1000 escolas saíram com o selo Escola Amiga.


www.jornaldoave.pt

19 de novembro DE 2020 JORNAL DO AVE

13

Atualidade

“Estrada sem dono” passa para a jurisdição da Câmara de Famalicão “A estrada sem dono”, como du- ção e conservação naquela artérante muitos anos foi conhecida ria, construída precisamente na na praça pública o troço de liga- sequência da construção da aução de 1,6 quilómetros entre o nó toestrada e sem que tivesse sido Vermoim/Seide da A7 e a Nacio- enquadrada formalmente, quer nal 206, que liga Vila Nova de Fa- na rede viária nacional quer na malicão a Guimarães, vai passar rede viária municipal. para a esfera do município depois Os trabalhos de melhoria da via de realizada uma grande repara- que vão ser realizados incluem a ção e infraestruturação da via que beneficiação do sistema de dreterá que estar realizada até 30 de nagem da via, execução da trasetembro de 2021. vessia, reposição de sinalizaO executivo municipal de Vila ção vertical, incluindo instalação Nova de Famalicão aprovou, em de equipamento de segurança reunião de Câmara, os termos de para delimitação de via pedonal um acordo de mutação dominal, – guardas de segurança metálica estabelecido entre as Infraestru- e dispositivos de proteção a mototuras de Portugal, S.A, o Municí- ciclistas - substituição de equipapio e a Ascendi Norte, Auto Estra- mento de segurança, montagem das de Portugal, que, na prática, de equipamento de guiamento e vem dar razão a uma reivindica- balizagem, trabalhos de iluminação antiga do autarquia que re- ção e colocação de semáforo. clamava uma intervenção urgenA via é utilizada por quem se te na via por parte de uma destas desloca para as freguesias de duas entidades e que levou inclu- Vermoim, Pousada de Saramagos sivamente à interposição de uma e Joane, onde se situam das maioprovidência cautelar por parte res indústrias têxteis e de calçado município para obrigar a con- do a nível nacional e onde vivem cessionária da A7, ou as Estradas e trabalham mais de 30 mil pesde Portugal, a realizarem obras soas. É também o acesso privileurgentes de reparação, ilumina- giado aos muitos turistas que visi-

// Vila Nova de Famalicão

E dificio terá capacidade para 40 doentes tam a Casa Museu Camilo Castelo Branco e o Centro de Estudos Camilianos, situados a escassas centenas de metros deste nó da A7. “É um acordo que satisfaz a autarquia porque corresponde à resolução de um problema com vários anos, um problema que muitos imaginavam sem solução”, referiu o presidente da Câmara Municipal, Paulo Cunha, acrescentando que havia gente que acha-

va “que era a Câmara Municipal a responsável pela solução do processo, mas o que ficou evidente na proposta da reunião de câmara é que aquela via não é da jurisdição municipal, nunca foi uma via sob a tutela do município”, adiantou. “E agora, felizmente, conseguimos, depois de uma ação judicial instaurada em 2015, criar condições para que o responsável faça a intervenção que é necessária”,

explicou ainda o autarca, visivelmente satisfeito, sublinhando que “muito mais do que uma intervenção no pavimento, é bom lembrar que aquela via vai receber um conjunto de investimentos que permitem que uma maior segurança para veículos e pessoas, nomeadamente com a criação de passeios para os peões, mas também com a colocação de semáforos”.

Requalificação da Central Carreira e Bente de Transportes vai criar “nova com rede viária melhorada porta de entrada” para Famalicão Carreira e Bente entraram, esta semana, para a lista das freguesias já visitadas pelo presidente da Câmara Municipal de Vila Nova de Famalicão, Paulo Cunha, no âmbito do ciclo de visitas ao terreno que tem levado o autarca a percorrer o concelho de uma ponta à outra. Acompan hado pelo vereador das f reguesias, Má rio Pas sos, e pelo presidente da União de Freguesias, Agostinho Veiga, Paulo Cunha teve a oportunidade de verificar os últimos investimentos municipais realizados em Carreira e Bente, nomeadamente, as intervenções realizadas para melhoramento e beneficiação da rede viária, área onde a autarquia investiu, só nos últimos dois anos, mais de 200 mil euros. É o caso da Rua da Bica, da Rua e Travessa da Fábrica e, mais recentemente, da Rua do Monte, da Rua Nova e da Rua dos Casais. Intervenções que o presidente da Junta, Agostinho Veiga, aponta como “prioritárias” para o desenvolvimento de Carreira e Bente, que num futuro próximo irá contar com um novo parque de lazer, cujo projeto está já em fase de desenvolvimento. “Trata-se de um espaço com cerca de 4 mil metros quadrados, localizado na Rua do Fontanário, dotado de equipamentos de fitness e embelezado por um ribeiro que passa naquela zona”, explicou o presidente da União de Freguesias, que aproveitou ainda para agradecer à autarquia liderada por Paulo Cunha “o esforço que tem canalizado para estas e outras intervenções em Bente e Carreira”.

O presidente da Câmara Municipal de Vila Nova de Famalicão acredita que a cidade e o concelho vão “ganhar uma nova porta de entrada” com a requalificação da Estação Rodoviária de Passageiros. Paulo Cunha falava na passada sexta-feira, dia 13 de novembro, depois da visita de trabalho que o levou a acompanhar a evolução e o ponto de situação das obras que estão a decorrer no espaço e que deverão estar concluídas dentro de um ano. “Queremos que Famalicão seja também notado pelas suas políticas públicas de transporte e isso só seria possível com esta intervenção”, explicou o autarca. “Sabemos que o uso do transporte público depende também das suas condições - do conforto, dos horários e das centrais que se querem locais de espera confortáveis e com segurança – e, por isso, acredito que depois desta obra haverá um melhor aprovei-

tamento do transporte público em Famalicão”, acrescentou. Refira-se que a empreitada foi entregue à empresa Costeira – Engenharia e Construção, pelo valor de três milhões de euros, dos quais 2,5 milhões dos quais foram cofinanciados pelo Norte2020, através do Fundo Regional de Desenvolvimento Regional. Entre as várias intervenções destaque para a colocação de uma nova cobertura no cais e frente sul da estrutura; a remodelação das áreas de comércio e serviços, com a reformulação de montras e libertação da área de acesso ao cais de embarque; a colocação de apoios para o estacionamento de bicicletas e de novo mobiliário, a conceção de sinalética, de acordo com a nova imagem concebida para a central e a reorganização das bilheteiras, concentrando a venda de todas as viagens no mesmo balcão.

“Será muito mais que uma mera Central de Camionagem”, explicou Paulo Cunha, adiantando que as intervenções que estão a decorrer no interior “vão criar condições para que o serviço de transporte possa ser proporcionado como é devido, mas também para que este espaço ganhe outra dimensão, com outros serviços e valências”, apontando como exemplo, a instalação no espaço de uma sala de estudo. Recorde-se ainda que esta é uma infraestrutura que já conta com 28 anos – foi inaugurada em 1992. Com esta requalificação irá beneficiar de um conjunto de melhoramentos, tendo em vista a criação de um espaço mais moderno, multifuncional e mais confortável e cómodo para os passageiros. Um dos objetivos é incentivar a utilização dos transportes públicos, reforçando-se a articulação com a Estação Ferroviária de passageiros.


14 JORNAL DO AVE 19 de novembro DE 2020

www.jornaldoave.pt

Atualidade

// Vila Nova de Famalicão

“Sofia” vence Grande Prémio do Ymotion “Os festivais são a vitrine das cur- vemos desdobrar medos, incomtas-metragens e a plataforma de preensões, preconceitos, ânsias lançamento de realizadores, ato- e desejos, sendo que todos esses res, fotógrafos e outros profissio- sentimentos – e muitos outros, ainnais da área. Aproveito para agra- da – surgem e desaparecem nas decer ao Ymotion pela oportunida- entrelinhas do não-dito. Um belísde e, principalmente, pela resis- simo olhar sobre a nossa precária tência nestes tempos difíceis”. Foi condição humana”, pode ler-se na desta forma que Gonçalo Viana e sinopse do filme, que recentemenFilipe Ruffato agradeceram o pré- te foi também selecionado para o mio que o júri do Ymotion atribuiu “Rome Independent Prisma Awara “Sofia”, considerada a melhor ds”, em Itália, e para o Festival Incurta-metragem em competição ternacional de Curtas do Rio de Jana edição deste ano do Festival neiro, no Brasil. de Cinema Jovem de Famalicão. Os vencedores foram conheciRealizada em 2019, “Sofia” arre- dos a 7 de novembro, numa cecadou o “Grande Prémio Joaquim rimónia que decorreu no Centro de Almeida” do Ymotion e valeu à de Estudos Camilianos. Para além dupla de realizadores um prémio da presença dos jovens realizadono valor de 2500 euros. res e do júri do concurso, a noite “Num único e ousado plano-se- de encerramento do Ymotion conquência, 'Sofia' é um filme onde tou ainda com as presenças, entre

outras, da realizadora Ana Rocha de Sousa e da atriz Sara Barradas. No ano em que atingiu o número recorde de 183 candidaturas, o Ymotion entregou ainda o Prémio Carreira ao ator português Nuno Lopes. “Um exemplo da contemporaneidade artística dos atores, que está em franca atividade em diversas áreas, mas que nunca deixa de estar ligado ao cinema”, afirmou Rui Pedro Tendinha, comissário do Ymotion. A grande homenagem da noite foi para o ator mais “hollywoodesco” do Brasil, Rodrigo Santoro. Na mensagem que deixou à organização do festival, o ator brasileiro agradeceu a distinção e elogiou os jovens realizadores do Ymotion, que são “a esperança da longevidade do cinema português”.

Cruzeiro Seixas faleceu aos 99 anos

Famalicão lamenta morte de “um amigo” “Uma amigo de Famalicão”. Foi desta for ma q ue Paulo Cunha, presidente da Câmara Municipal de Vila Nova de Famalicão, se referiu a Cruzeiro Seixas, artista surrealista, que faleceu, a 8 de novembro, aos 99 anos. A ligação de Cruzeiro Seixas a Vila Nova de Famalicão é estreita, graças à Fundação Cupertino de Miranda, que lhe detém todo o espólio artístico e alberga o Centro Português do Surrealismo. Por isso, a morte deste que é considerado um dos últimos surrealistas portugueses foi muito sentida no concelho, que assinalou a partida Autarquia decretou luto municipal pelo falecimento de Cruzeiro Seixas terrena de Cruzeiro Seixas com dia de luto municipal. do com a Medalha de Mérito Cul- de Cruzeiro Seixas desde 1999, “Artista único cuja obra vai per- tural, numa cerimónia que de- lamentou que o artista tenha parmanecer viva em Famalicão. O correu na Biblioteca Nacional de tido “poder ver em vida” aquela município estar-lhe-á eternamen- Portugal. A atribuição da conde- que seria a “concretização de um te agradecido pela projeção cul- coração ao artista nascido a 3 de sonho”, uma exposição individual, tural e artística que trouxe a Vila dezembro de 1920, na Amadora, com 80 obras, documentos e tapeNova de Famalicão”, destacou o foi feita pela ministra da Cultura, çarias, que estará em Nova Iorque autarca que, em 2015, lhe entre- Graça Fonseca, que considerou- e em Paris, no próximo ano. gou a medalha de honra do con- -a “um reconhecimento institu“Cruzeiro Seixas – Teima em celho, na sessão solene comemo- cional, mas também um reconhe- ser poesia” é o epíteto da mostra, rativa do Dia da Cidade. Dois anos cimento pessoal de alguém que que estava prevista inaugurar a 5 antes, viu o seu nome constar da se junta aos muitos que o admi- de maio, Dia Mundial da Língua toponímia municipal de Vila Nova ram e que em si reconhecem um Portuguesa, no âmbito do centede Famalicão, numa das princi- olhar que sempre viu mais longe nário do artista, mas acabou por pais ruas de acesso ao Parque da e mais profundo”. ser adiada devido à pandemia de Devesa. A Fundação Cupertino de Mi- Covid-19, para 5 de maio de 2021. A 14 de outubro, foi distingui- randa, que detém todo o acervo

Vencedores foram conhecidos a 7 de novembro


www.jornaldoave.pt

19 de novembro DE 2020 JORNAL DO AVE

15

Atualidade

Estas Alegres Queimas Outonais

Projeto BOW recebe Menção Honrosa nos European Enterprise Promotion Awards 2020

É antiga tradição nestes nossos Minho e Douro Litoral a queima de sobrantes, principalmente na ressaca das vindimas e das podas. Quantos de nós nunca sentiram o ar invadido pelo fumo dos vizinhos, às veO projeto BOW 18/20 – Business zes durante dias e dias? Está tão enraizada esta praxe que já parece ser reacção pavlovia- on the Way, promovida pela AEP na, tanto nos que a seguem como nos que a toleram acriticamente. A – Associação Empresarial de Portradição afirma-se mesmo nos dias húmidos, em que o fumo sobe uns tugal em parceria com a Câmara poucos metros para logo arrefecer e se despenhar ao longo de áreas Municipal de Vila Nova de Famalienormes, fazendo muito fiel homenagem ao provérbio que manda es- cão, foi distinguido com uma menção honrosa nos European Enterpalhar o mal pelas aldeias. E tanto é o fervor dos devotos que parecem racionar o combustí- prise Promotion Awards 2020. A distinção foi entregue no pasvel (os mais industriosos juntam-lhe plásticos e outro lixo) de maneira a fazerem a sua singela fogueirinha durante vários dias, interrom- sado dia 26 de outubro, numa cepidas apenas pelas inoportunas chuvadas. Não, não lhes serve amon- rimónia que contou com a presentoar, secar e queimar. As honras a tão estranho santo têm o seu rito e ça, entre outros, do secretário de Estado Adjunto e da Economia, a sua exégese. Pois está na hora da sociedade pensante prestar atenção a esta prá- João Neves. O Projeto BOW 18/20 – Business tica. Não só porque incomoda, não só porque desrespeita quem respira o mesmo ar, mas porque esse tipo de poluição é potencialmen- on the Way promove o apoio às PME com 50 por cento de finante cancerígeno [1]. Proponho que os nossos Regulamentos Municipais passem a proi- ciamento nas ações de internabir toda a queima de sobrantes, sem contemplações nem excepções. cionalização, englobando ações Para compensar, as nossas Câmaras devem criar um sistema prático de promoção em mercados expara a recolha, ou melhor ainda: seguir o conselho da Zero e adqui- ternos, como feiras, missões emrir trituradores [2], que custam uma fracção de uma rotunda, e desta- presariais, workshops temáticos, cá-los periodicamente de freguesia em freguesia. Poderia até acon- seminários e fóruns de negócios, tecer que com um pouco de imaginação, se não de inspiração divina, bem como ações de mentoring empresarial. se encontrasse maneira de valorizar o produto da trituração. Refira-se ainda que os EuroSe continuarmos a fazer vista grossa a também esta situação, que é — chamemos os bois pelos nomes — um comportamento anti-social, pean Enterprise Promotion Awarseremos parte passiva nesta animada espiral, esgoto abaixo, em que ds são uma iniciativa da Comissão nem a saúde se respeita, até ao dia em que tenhamos a sociedade ci- Europeia, coordenada em Portugal pelo IAPMEI, distinguindo inivilizada presa por arames. Se vos pareço exagerado ou pessimista, convido-vos a prestar aten- ciativas identificadas como boas ção ao lixo que se acumula por todo o lado, ou a simplesmente atentar práticas de promoção empresano ponto onde a barbárie XXI é mais extravagante: a estrada. Já nem rial, em várias áreas, em função falo nos excessos de velocidade, nem das ubíquas viaturas alteradas; da especificidade do seu contribasta ver onde se estaciona, como se circula candidamente fora da via, buto para o desenvolvimento ecocomo se entra em contra-mão nos entroncamentos (era uma vez a per- nómico e o emprego das regiões. O Projeto BOW já envolveu pendicular), etc. Vai morrendo gente aqui e ali, mas enquanto não fomais de duas centenas de emprerem os nossos… só que às vezes são! Às nossas autoridades quero dizer que apesar da intrigante moda sas nacionais de diversos setores de cruzar os braços para a fotografia, é talvez avisado descruzarem- de atividade, promovendo, em -nos fora dela. Interessem-se pela formação que não traz honras nem 2016/2017, um total de 47 ações canudo, e leiam. Leiam por exemplo sobre a Teoria das Janelas Que- de internacionalização, em 29 mercados. Em 2017/2018 promobradas [3]. Os sinos têm tocado a rebate, senhoras e senhores. É altura de de- veu 42 ações em 36 mercados e, para o período 2018/2020, o BOW fender as muralhas. é também composto por um calendário de 70 ações, que envolFilipe Martins vem 51 mercados. O projeto tem o Cidadão / Informático / Militante do Livre apoio do Portugal 2020 e Compe[1] https://sicnoticias.pt/saude-e-bem-estar/2019-10-07-Queimate 2020, Programa Operacional da das-sao-um-perigo-para-a-saude [2] https://zero.ong/biotrituradores-em-freguesias-de-risco-sao-so- Competitividade e Internacionalização, Eixo II – Projetos conjunlucao-para-reciclagem-de-sobrantes-agricolas-e-florestais/ tos – Internacionalização. [3] https://pt.wikipedia.org/wiki/Teoria_das_janelas_quebradas

Quer estar a par das notícias do Ave? Faça uma assinatura anual Ficha Técnica Proprietário e Editor: Justbrands – Consultoria e Comunicação Unipessoal, Lda | Nif. 510170269 Detentor 100 % capital: Maria Araújo| ERC: 126524 | ISSN 2183-4601 Depósito Legal: 469158/20 Diretora: Magda Machado de Araújo Subdiretor: Hermano Martins | e-mail: geral@jornaldoave.pt; publicidade@

jornaldoave.pt | Redação: Cátia Veloso | Colaboração: António Costa, Manuel Veloso | Composição: Cátia Veloso | Impressão: Gráfica do Diário do Minho, Rua de S. Brás, n.º1 Gualtar Braga | Assinatura Anual: Continente 18,5 €; Europa:69,50 €; Extra europa: 88,50€; PDF 12,50 € (IVA Incluído) | Avulso:

0,70 € Tiragem 7000 exemplares| NIB: PT 50 0038 0000 39909808771 50 | Telefone: 252 414 714 | Sede e Redação: Rua Aldeias de Cima, 280 Trofa | Publicidade 969848258 | Redação 925 496 905 | | Nota de redação: Os artigos publicados nesta edição do Jornal do Ave são da inteira responsabilidade dos seus

subscritores. Todos os textos e anúncios publicados neste jornal estão escritos ao abrigo do novo Acordo Ortográfico. É totalmente proibida a cópia e reprodução de fotografias, textos e demais conteúdos, sem autorização escrita. Estatuto editorial em http://jornaldoave.pt/index.php/estatuto-editorial


16 JORNAL DO AVE 19 de novembro DE 2020

www.jornaldoave.pt www.jornaldoave.pt

Atualidade

FC Vilarinho abre conta solidária depois de incêndio

Jornal do Ave n’A Brasileira Um contributo para a valorização do jornalismo de proximidade. É com este sentimento que encaramos a iniciativa do mítico café A Brasileira, do Chiado, que decidiu apostar na venda exclusiva de jornais regionais. O Jornal do Ave foi um dos periódicos que o estabelecimento quis ter no seu quiosque, num claro reconhecimento

do trabalho que, desde 2014, este jornal tem desenvolvido em prol da informação da atualidade dos concelhos de Santo Tirso e Vila Nova de Famalicão. A acompanhar este quinzenário estão outros títulos de renome da informação regional, como Jornal do Fundão, Gazeta das Caldas ou O Mirante.

Taça de Portugal

Famalicão entra em ação em Lisboa A terceira eliminatória da Taça de Portugal – que já inclui equipas das ligas profissionais – joga-se no próximo fim de semana. Ditou o sorteio que o Futebol Clube Famalicão viajasse a Lisboa para defrontar o Oriental, formação que

milita na série G do Campeonato de Portugal e que, atualmente, é último classificado, com um ponto, em cinco partidas disputadas. O jogo realiza-se este sábado, 21 de novembro, às 11h15, e tem transmissão televisiva no Canal 11.

“Do Minho a Trás-os-Montes, das Beiras ao Alentejo, da Estremadura ao Ribatejo e do Douro ao Algarve, aqui regressamos às origens de muitos dos que nos visitam para um café e que agora se sentirão ainda mais próximos de casa”, acreditam os responsáveis do grupo O Valor do Tempo, detentor do café centenário.

Um incêndio destruiu parte das instalações do Futebol Clube Vilarinho, ao final da tarde desta terça-feira. Num comunicado publicado nas redes sociais, a coletividade deu conta de que o fogo deflagrou, “na lavandaria, provavelmente, com origem num curto-circuito”. Perante os “muitos estragos” com que os responsáveis se depararam depois de os Bombeiros Voluntários de Vila das Aves terem extinguido o incêndio, foi lançada uma campanha de angariação de fundos, com a divulgação de uma conta solidária, para a qual os interessados podem contribuir, transferindo as doações para o IBAN PT50 0045 1326 40270 49050456. Há ainda a possibilidade de fazer doações através do MB Way, para o número telefónico do clube, 913 603 657. “Não vamos parar por aqui, já levantámos a cabeça e estamos a traNo mesmo dia, às 19h30, o Spor- tar do possível para resolvermos o sucedido o mais depressa possíting de Braga viaja à Trofa para de- vel. Um agradecimento especial aos sócios presentes, aos Bombeiros frontar a equipa local, que lidera de Vila das Aves pela prontidão e à Cooperativa Elétrica que se desa série C do Campeonato de Por- locou logo ao local”, escreveu o clube nas redes sociais. Com 12 pontos conquistados em sete jogos, o FC Vilarinho ocupa, tugal. O jogo tem transmissão na atualmente, o 7.º lugar da série 2 da Divisão de Elite Pró-Nacional, da SportTv. Associação de Futebol do Porto.


Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.